Tumgik
#rliteratura
petiteblasee · 8 months
Text
DESAFIO LITERÁRIO • 2023 | LEITURAS DE ABRIL - MAIO
Esses dois meses foram complicados para minha leitura, mas eu consegui cumprir os desafios, então aí estão:
★ 𝐀𝐁𝐑𝐈𝐋
Um livro adaptado para o cinema ou tv
Um livro de um gênero ou autor favorito
Tumblr media Tumblr media
Apesar de amar a trilogia, eu não consegui terminar a leitura, mas como cheguei até a segunda parte, validei o que tinha lido para o desafio.
A maior polêmica em torno dessa história era a "humanização" do Snow, mas aqui eu garanto: Não há a menor possibilidade da suzanne ter escrito isso para redimir ou amenizar o snow porque não dá pra fazer isso com uma pessoa INSUPORTÁVEL EM TODOS OS TEMPOS!
Com tudo isso, pensei muito em abandonar o livro, mas não quero fazer por ter interesse na jornada da lucy e do sejanus, que são dois personagens bem legais - fora que estou curiosa para saber como essa edição dos jogos foi vencida. Não fosse isso, eu teria largado de vez porque tá osso!
★ 𝐌𝐀𝐈𝐎
Um livro que faça parte de uma série
Um livro publicado em 2023
Tumblr media Tumblr media
As ilustrações do Manara são perfeitas, mas a forma que a história foi contada não me agradou muito. Não precisava ser 100% histórico, mas considerei tudo rápido demais e aquele final pareceu não fazer sentido. Pelo menos me despertou a vontade de ir atrás de outras obras que tratam sobre os Bórgias porque a história da família é muito interessante.
8 notes · View notes
petiteblasee · 16 days
Text
A Odisseia de Kehinde | Um Defeito de Cor - Ana Maria Gonçalves
Tumblr media
"Um Defeito de Cor" é um romance histórico escrito por Ana Maria Gonçalves, publicado em 2006, que acompanha a jornada de Kehinde, uma africana escravizada no Brasil do século XIX. Trazida ainda criança da África, a história da protagonista é marcada por uma série de eventos traumáticos, desde a sua separação da mãe até os abusos e injustiças que enfrenta ao longo de sua vida como escrava no Brasil. Através dos olhos de Kehinde, somos confrontados com questões de identidade, pertencimento e justiça num contexto completamente desfavorável. Sendo uma personagem com uma forte ligação com o espiritual, e este definindo o caminho longo que ela deveria seguir, o livro é dividido em cinco partes, cada uma marcando uma fase significativa da vida da protagonista, Kehinde, e sua jornada através da escravidão no Brasil. Essas partes são:
Infância na África: parte inicial que retrata a infância de Kehinde em sua aldeia na África, juntamente com sua mãe, avó e irmãos, antes de ser capturada e vendida como escrava.
Ilha de Itaparica: recém chegada na Bahia, é levada para a Ilha de Itaparica, onde conhece e entende não apenas a brutalidade do sistema, mas também a humanidade e a resistência dos escravizados. Aqui, mesmo diante dos abusos, sua base familiar brasileira é formada.
Salvador: na grande capital, Kehinde amplia seu conhecimento a respeito do mundo em quem vive e seu amadurecimento imposto e natural encontra lugar para ela se estabelecer como alguém importante na sociedade e na luta pela liberdade através de sua participação em movimentos de resistência contra a opressão dos senhores de escravos.
Jornada pelo Brasil: após diversas perdas, Kehinde viaja para os demais estados do Brasil, entre eles Rio de Janeiro, São Paulo e Maranhão e Minas Gerais, para se reconectar com suas raízes espirituais e a busca pelo filho perdido. Nessa vigem, que parece ser eterna, vive novas experiências e encontra novos desafios em sua luta pela liberdade e dignidade.
Reencontro e Redenção: Kehinde retorna à África em busca de quem era para poder retornar ainda mais forte na sua busca pelo filho amado perdido.
Essas partes estruturam a narrativa do romance, proporcionando uma visão abrangente da vida de Kehinde e das condições sociais e históricas do Brasil durante o período da escravidão, e nos dá dimensão da grandeza da história de uma mulher que, ao longo do retrato de sua vida, resgata a história do povo afro-brasileiro, tirando os da passividade e trazendo personagens resilientes que anseiam a liberdade e luta contra as adversidades. O romance foi inspirado na vida de Luísa Mahin, uma revolucionária brasileira no século XIX, mãe do advogado abolicionista Luís Gama, e que pouco sabendo sobre sua história real, muitas foram as possiblidades. Não procurei saber além disso para não lidar com spoilers, principalmente sobre a vida do Luís antes dele se tornar advogado, e recomendo que façam o mesmo. Diante de tudo isso, confesso: a leitura não foi nada fácil.  O romance revela ao longo das mais de 800 páginas a brutalidade do sistema, e acompanhar isso acontecendo das formas mais perversas, é devastador. A resistência e luta por liberdade é muito bem explorada, mas nenhuma vitória é conquistada sem grandes perdas, e a Kehinde sabe bem disso. Essa é a história de uma mãe em busca do seu filho, mas também a história de uma vida que buscou ir além da sobrevivência num contexto onde a existência era vista como nada. A Kehinde é uma personagem cheia de defeitos e não esconde nenhum, até justificando ser por isso que perdeu tanto na vida. Mas o que pôde fazer para ter controle sobre a própria vida e ser vista como uma pessoa de respeito, ela fez. Nesse meio, mostrou que a vingança vem, e é merecida, e que qualquer lição necessária não precisa ser acompanhada de tanto horror, pois ela nasceu para a grandeza.
Com o passar dos anos, o tom da narrativa também vai amadurecendo, e foi muito interessante acompanha-la sendo mais verdadeira com ela mesma e com o mundo. Ela não faz rodeios quanto aos seus pecados e aos dos outros e, mesmo sentindo certa culpa em viver diante da busca, não se arrepende. Quando ela cita que toda a história é uma carta escrita para que o filho a conheça, o coração vai apertando com a possibilidade dela nunca o encontrar para poder dizer tudo pessoalmente, e tudo acaba até de forma abrupta. Muitas vezes parei a leitura e considerei que muita coisa ali poderia ter sido descartada, mas depois de viver de forma tão grandiosa, superando os obstáculos colocados na vida terrena e espiritual, não julgarei muito a falação de uma idosa nas últimas. O fim não me deixou desolada - apesar de não ter terminado com a visão que ela tanto queria - porque o destino do filho se provou e ele foi feliz. Diante disso, só me resta sonhar com ele lendo a vida da mãe e se orgulhando de ter em tão pouco tempo juntos, tanto dela para construir tudo que ele construiu e foi.
Recomendo!
2 notes · View notes
petiteblasee · 1 month
Text
Sobre os retalhos da vida que nos completam | Retalhos - Craig Thompson
Tumblr media
SINOPSE: Uma das graphic novels mais premiadas dos últimos tempos, Retalhos é um relato autobiográfico da vida no Meio Oeste americano, e dos conflitos religiosos e afetivos de um jovem artista em busca de sua individualidade.
Thompson retrata sua própria história, da infância até o início da vida adulta, numa cidadezinha de Wisconsin, no centro dos Estados Unidos, que parece estar sempre coberta pela neve. Seu crescimento é marcado pelo temor a Deus - transmitido por sua família, seu colégio, seu pastor e as trágicas passagens bíblicas que lê -, que se interpõe contra seus desejos, como o de se expressar pelo desenho.
Ao mesmo tempo Thompson descreve a relação com o irmão mais novo, com quem ele dividiu a cama durante toda a infância. Conforme amadurecem, os irmãos se distanciam, episódio narrado com rara sensibilidade pelo autor. Com a adolescência, seus desejos se expandem e acabam tomando forma em Raina - uma garota vivaz, de alma poética e impulsiva, quase o oposto total de Thompson - com quem começa a relação que mudará as visões que ele tem da família, de Deus, do futuro e, enfim, do próprio amor. 
Vencedora de três prêmios Harvey (melhor artista, melhor graphic novel original e melhor cartunista), dois prêmios Eisner (melhor graphic novel e melhor escritor/artista), e, em 2005, do prêmio da crítica da Associação Francesa de Críticos e Jornalistas de Quadrinhos.
Tumblr media
Essa hq possui retalhos da vida do autor e nenhum pedaço, por mais banal que possa parecer, me deixou apática. Na real, eu senti profundamente cada reflexão e situações retratadas ali. 
Como colocado na sinopse, essa história acompanha a vida do autor desde a infância até o início da juventude, que é quando ele experimenta um pouco da realidade que precisava.
A infância com uma esperança quase forçada num espaço fora da realidade é cruel, ainda mais por não encontrar no mundo real a proteção dos abusos que sofreu - e como foi dilacerante ele sentindo culpa por sentir o que sentia e por não conseguir proteger ele mesmo e o irmão de tudo que viveram.
Tumblr media
Da mesma forma que ele se apegou na esperança do céu, me apeguei na história dele com a Raina, imaginando um salvando o outro, mas a realidade dificilmente acompanha os nossos desejos e sonhos. Pelo menos consegui aproveitar o tempo que tiveram, mesmo ficando extremamente triste com o encerramento de um ciclo.
Tumblr media
Como uma ex-crente, senti demais a violência e contradição das palavras ditas por quem, em tese, deseja salvar à todos. Quando se deseja um mundo perfeito, só conquistado pelo fim da vida, há de se imaginar que podemos adiantar o processo, mas o que é pregado é o conformismo diante de tudo; afinal, tudo é passageiro. E isso, diante de tanta dificuldade na vida, é cruel.
Retalhos é uma história repleta de reflexões e sentimentos e todas as críticas positivas a respeito dela são reais. Mesmo que com pedaços dolorosos, merece muito ser lida.
2 notes · View notes
petiteblasee · 2 months
Text
Senti pra caramba! | Amêndoas - Won-pyung Sohn
Tumblr media
SINOPSE: Yunjae nasceu com uma condição neurológica chamada alexitimia, ou a incapacidade de identificar e expressar sentimentos, como medo, tristeza, desejo ou raiva. Ele não tem amigos ― as duas estruturas em forma de amêndoas localizadas no fundo de seu cérebro causaram isso ―, mas a mãe e a avó lhe proporcionam uma vida segura e tranquila. O pequeno apartamento em que moram, acima do sebo da mãe, é decorado com cartazes coloridos com lembretes de quando sorrir, quando agradecer e quando demonstrar preocupação.
Então, no seu décimo sexto aniversário, véspera de Natal, tudo muda. Um ato chocante de violência destrói tudo que Yunjae conhece, deixando-o sozinho. Lutando para lidar com a perda, o garoto se isola no silêncio, até a chegada do problemático colega de escola Gon.
Conforme começa a se abrir para novas pessoas, algo se modifica lentamente dentro dele. Quando suas novas amizades passam a apresentar níveis de complexidade, Yunjae precisará aprender a lidar com um mundo que não compreende e até se colocar em risco para sair de sua zona de conforto.
Tumblr media
O Yunjae tem uma condição neurológica que o incapacita de identificar e expressar sentimentos, como medo, tristeza, desejo ou raiva. Ainda assim, mesmo com essa ausência de entendimento sobre o que sente, a história não é apática. Através da avó e da mãe, o menino cresce conhecendo o mundo e aceitando que ser "normal" é bem mais difícil do que fazemos parecer. 
Após uma tragédia, ele se vê sozinho, mas dá espaço para que entrem na sua vida, e começa com seu vizinho, até então desconhecido, que se torna um grande apoio para o novo mundo que ele está disposto a enxergar. Apesar de se abrir para isso, apenas um entra em sua vida sem pedir licença: Gon. Falar que o Gon é só um delinquente que vai abalar a vida do Yunjae por mostrar um lado humano diferente, é simplista demais, e não faz jus a história retratada aqui. A partir daí, o mundo controlado do Yunjae começa a conhecer o caos de uma forma mais imprevisível do que ele havia imaginado.
Em vários momentos, os dois são considerados "monstros", e foi difícil ver como eles abraçaram essa ideia para lidarem melhor com as tragédias e dificuldades da vida. Então, enquanto eles fugiam ou não reconheciam o sentir, eu ficava cheia por sentir demais. Depois de irem ao inferno juntos, Yunjae aprende da pior forma o que é sentir, mas abraça isso da melhor forma possível por entender que isso importa, mesmo que doa. Nessa parte do livro, eu já estava largada, sem saber como me sentiria se conseguisse ler a linha seguinte, mas foi bom seguir em frente - como todos fizeram ali. 
É um livro de estreia com uma boa pitada de drama, aborda um assunto não tão conhecido, e a autora acertou muito ao contar tudo em primeira pessoa. A leitura fica bem fluida porque o Yunjae pensa de forma bem simples; pra ele, tudo é preto no branco, ou só branco, o que torna mais emocionante acompanhar ele colorindo cada parte da sua vida com quem ele permite entrar. 
Depois dessa leitura, a ideia de escolher viver sem expressar sentimentos parece extremamente cruel. Que a vida seja vivida e sentida. Leitura maravilhosa! Recomendo demais.
3 notes · View notes
petiteblasee · 2 months
Text
Um romance grandioso! | Anna Kariênina - Liev Tolstói
Tumblr media
"Anna Karenina" é um romance clássico escrito por Lev Tolstói. A obra, publicada pela primeira vez em 1877, é considerada uma das maiores realizações da literatura mundial e narra a história complexa de Anna Karenina, uma mulher da alta sociedade russa que se envolve em um caso extraconjugal com o Conde Vronsky. Conhecida por sua análise profunda dos personagens e da sociedade russa da época, a obra oferece uma visão rica e complexa dos relacionamentos humanos e das consequências morais das escolhas individuais, e é apreciada por sua profundidade psicológica, complexidade narrativa e exploração filosófica.
O livro explora temas como o amor, moralidade, hipocrisia social e as consequências das escolhas individuais ao seguir a vida tumultuada de Anna, desde o início de seu caso amoroso até as ramificações sociais e pessoais resultantes. A forma com que o tolstói reúne os protagonistas com os coadjuvantes é bastante natural e o aprofundamento que ele dá a cada um é tão fluído que não deixa a história dispersa, só evidencia a força dos laços. Isso fica evidente com o início da história tendo foco no casamento do Stiva, irmão da Anna.
Embora ele não seja o foco central da trama, sua presença e suas ações têm impacto nas vidas de outros personagens, pois é através da descoberta do seu caso extraconjugal pela esposa, e a recusa dela em perdoar, que faz com que Anna seja solicitada, pois a sua posição na sociedade e na vida da cunhada pode surtir algum efeito positivo na vida do casal. Além disso, é o Stiva que tem um vínculo maior com o Liévin, o que faz com que a história da Kitty, sua cunhada, também ganhe destaque.
É uma novela esplendorosa! A partir da decisão da Anna em seguir com esse caso, tudo ao seu redor se modifica - e não tinha como ser diferente: a Kitty, uma debutante de destaque na sociedade passa a ter seu castelo de sonhos destruído ao ver que não possui chance alguma com o tão desejado Vronsky; a Dolly, apesar de aceitar o conselho da Anna, não consegue encarar todos depois da vergonha e, para evitar a própria desgraça e os demais problemas familiares, passa a viver no campo, modificando bastante a vida do isolado Levin... E os demais vão se adaptando a sociedade moralista russa do século 19. Ou seja, ninguém passa ileso.
A Anna é uma personagem complexa, mas não difícil de compreender. Como uma mulher do seu tempo, queria apenas a liberdade para sentir e poder viver os sentimentos que a tomavam. Infelizmente, o seu tempo era bem preso a esse espaço, e todo o prestígio que ela pensava dar esse aval para ser e fazer o que quiser, é revogado sem piedade alguma. Anna, que também é mãe, precisa tomar decisões que afastam ela cada vez mais dessa família que ela preza, e isso a destrói. Ela perece pela hipocrisia social e por não conseguir lidar com as consequências das suas escolhas.
Também é muito interessante, e surpreendente, a forma com a qual o marido da Anna resolve lidar com a descoberta. Mesmo sendo uma figura pública, Alexei tem um mundo próprio – e que a Anna nunca entrou durante 8 anos de casamento - que usa como parâmetro, apesar de não deixar de lado a régua da sociedade em que está inserido. Os embates que os dois possuem ao longo da história é repleta de ressentimento por não conseguirem compreender totalmente o outro, apesar de em diversos momentos, parecer fácil demais manter as aparências.
Enfim, lamento quem subestima a grandiosidade de obras clássicas e perdem histórias como essa. Só dei 4 estrelas porque considerei o fim do livro um pouco anticlimático com o Liévin filosofando sobre a vida depois do fim da Anna (faz sentido, mas não havia superado, ainda) mas isso não diminui a qualidade da obra em nada. Recomendo que leiam no tempo de vocês - afinal, é um calhamaço -, mas não deixem de dar uma chance porque vale MUITO a pena.
P.S.: se atentem a quem traduz porque tem tradução que faz toda a diferença. Eu li com a do Rubens Fonseca (essa versão exibida na arte do post) e foi pura perfeição. Não senti cansaço durante a leitura e, quando me dava conta, estava lendo mais de 3 capítulos super tranquila.
2 notes · View notes
petiteblasee · 6 months
Text
A efervescência dos anos 20 e o desgaste do amor | O Grande Gatsby - F. Scott Fitzgerald.
Tumblr media
Anfitrião das festas mais luxuosas de Nova York, Jay Gatsby é um jovem milionário que encarna o sonho americano dos anos 20. Admirado por todos e conhecido por ninguém, pouco se sabe sobre a origem da fortuna que fez com as próprias mãos. É através dos olhos de Nick Carraway, seu vizinho e confidente, que nos aproximamos desse misterioso self-made-man, e enxergamos o rastro de poeira imunda deixado pelo glamour e materialismo desenfreados. Minha leitura de O Grande Gatsby foi realizada no fim do ano passado, mas a história é tão forte que carrego comigo de forma bem viva ainda hoje, e rever a adaptação de 2013 recentemente me fez quere correr aqui para falar mais sobre essa obra prima. Publicado em 1925, essa obra atemporal é perfeita por falar, entre outras coisas, sobre a necessidade de vida após grandes ausências e como usamos do excesso para preencher. Gatsby é um misterioso milionário que mostra através das suas festas o furor dos anos 20, e que só começamos a conhecer um pouco pelo interesse que existe em Nick, um jovem vendedor que se torna seu vizinho e é grande admirador do seu modo de vida. Após ser convidado para um dos grandes eventos, ele passa a coletar pequenas facetas do milionário, e é através dessa proximidade que descobrimos que toda essa ostentação não chega perto de preencher o vazio que o Gatsby sente por não ter o que realmente queria: a socialite Daisy. O casal se conheceu num momento pré-guerra e, apesar de serem de diferentes classes sociais, o encanto é imediato. Porém, após uma espera sem retorno, Daisy segue o papel esperado para uma jovem dama da alta sociedade e se casa com um ex atleta da sua classe social. Enquanto isso, Gatsby, rodeado de mistérios, retorna à sociedade ostentando toda a efervescência da década para se provar num mundo que não contava com a vitória de alguém que veio do nada (apesar do seu passado ser mantido em segredo por anos); mas o objetivo, no fim, é mostrar à Daisy o que ela perdeu, ao mesmo tempo que tenta mostrar o mundo que ele pode oferecer agora se decidir por ele. O tão esperado reencontro dos dois tem a participação decisiva do Nick (primo da Daisy) e, inicialmente, é repleto de emoções contidas, mas logo se torna um caso apaixonado. Entretanto, a narrativa não esconde que há divergências nessa relação, e parte dela se deve ao Gatsby confiar no sentimento passado sem considerar o presente. Antes uma jovem cobiçada e apaixonada pelas possibilidades limitadas da vida, Daisy agora é uma jovem casada que se tornou mãe e passa os dias tentando tornar cada vez mais leve o peso de não querer ser quem é não poder retornar a quem desejava ser. E apesar de ser apresentada como objeto de desejo bem fútil, ela se mostra extremamente realista com as decisões que toma, o que torna o entendimento sobre ela por parte dos leitores algo bem complexo. Em um momento que ela está tentando lidar com o fato de ser esposa, mãe, amante e mulher, ela apenas deseja que a filha seja uma completa boba para que não entenda o quão decepcionante o mundo é, e é esse trecho que faz com que eu entenda todas as decisões que ela tomou, por mais que tenha desejado que fossem diferentes.  
A história do Gatsby ficou marcada em mim como um reforço do lamento de quem veio do nada e acredita piamente que consegue preencher todos os vazios existenciais com quem já teve tudo. Mas a realidade é que a compreensão de “o fim justifica os meios” não virá, e isso pesou para o Gatsby, mesmo não sendo ele a cometer os erros mais condenáveis de forma moral na história – e aqui me refiro apenas às relações estabelecidas na história, já que a vida do Gatsby pode ser condenável. A narrativa da história não é nem um pouco cansativa, e isso me surpreendeu, já que é a visão de uma pessoa só sobre conflitos e situações de terceiros. Na verdade, muitas vezes me deixou ainda mais interessada no que foi verdadeiramente sentido por todos, mas nada que fizesse com que eu me desapegasse do misterioso Gatsby – torcer por ele é algo comum para um pobre, e eu não podia ficar fora da torcida. Ele foi um completo bêbado de ilusões e esperanças, e lamento que tenha se agarrado a um sonho do passado para tornar seu futuro significante num mundo que jogava todos no mundo das possibilidades sem abalar as estruturas que mantinham a realidade tão cruel e próxima. Diante de tanta coisa boa, só me restou odiar ter tido esperança numa relação que mostrava ser trágica desde o início. Meu lado romântico desejou que o passado pudesse ser revivido, mas foi apenas uma parcela pequena, pois o final não traiu uma vírgula sequer do que foi colocado das 256 páginas, sendo fiel à natureza dos personagens, e é por isso que saio da leitura saboreando meu sofrimento pela realidade dos desafortunados escrita de uma forma tão incrível.
3 notes · View notes
petiteblasee · 6 months
Text
DESAFIO LITERÁRIO • 2023 | LEITURAS DE JUNHO - JULHO
★ 𝐉𝐔𝐍𝐇𝐎
Um livro publicado no ano do seu nascimento
Do amor e Outro Demônios - Gabriel Garcia Márquez
Tumblr media Tumblr media
Essa foi uma leitura que eu terminei agradecendo aos céus por ter acabado.
Apesar de entender a parte da inquisição e a crítica à tudo que a igreja católica via como "do satanás" (principalmente se tratando da religião e cultura africana) não consegui me apegar à santidade da sierva maría e as loucuras da parte do convento, ainda mais envolvendo o clérigo escolhido para realizar o exorcismo. Foi cansativa e decepcionante.
Um livro que combine com o inverno
Rainha do Escândalo - Sarah MacLean
Tumblr media Tumblr media
Não sei se foi minha expectativa altíssima ou se a leitura realmente foi fraca, mas não curti tanto. A história da sesily foi muito esperada pelos fãs, e a inserção do caleb deixou tudo mais interessante, o que me fez acreditar que terminaria a leitura extasiada, mas achei tudo chato. O caleb perdeu todo o lado interessante, mesmo guardando um grande segredo, porque vivia se repetindo; era uma hora seguindo a sesily e outra falando que não podia ficar com ela. Se decida, caramba!
Quanto à sesily, apesar de se manter um furacão, essa tristeza dela por amar sem ser correspondida, por mais compreensível que seja, pareceu não combinar com ela.Era humilhação demais. Gostei mais da parte que mostrava o trabalho dela e adorei que mostraram a escolha dela em não ser mãe de forma alguma, apesar de amar crianças e ser uma pessoa muito amorosa, porque não é algo algo que não se vê muito nas histórias do gênero. O contexto até me atiçou, e uns pequenos indícios de romance entre as amigas dela me pareceram mais interessantes, mas a história de amor da última irmã escandalosa solteira poderia ter sido melhor.
★ 𝐉𝐔𝐋𝐇𝐎
Um livro que todo mundo está lendo
Deuses de Neon - Katee Robert
Tumblr media Tumblr media
Por ser uma releitura de seres mitológicos icônicos, esperei que as atitudes estivessem à altura, mas apenas o contexto carregou. O Hades é um protagonista qualquer de um new adult que performa a maldade mas decepciona. Por conta da situação em que ele se encontrava, não esperava receber um cara que se culpa por fazer o que é necessário para manter o seu poder, mesmo que ele seja alguém que faz isso por ser bem coração e entender que tem pessoas que dependem dele.
A Perséfone é até ok nesse ponto, ainda mais com ela correndo atrás de fugir da vida que não gostava e escolhendo permanecer com o Hades, mas a ingenuidade dela é irritante. No fim, era só uma mimada que enxergava o mundo do jeito que queria para o drama ser a favor dela.
O romance é bom, só que muito mais do mesmo de outras obras, então não fiquei encantada com o fato de ser uma releitura. Se tivesse elementos mais fantásticos além da barreira, eu aproveitaria mais. Apesar disso, estou curiosa para saber dos outros deuses e, talvez, continue a saga.
Um livro de ficção científica ou fantasia
A Bruxa Negra - Laurie Forest.
Tumblr media Tumblr media
Algumas leituras não valem a pena insistir até a metade, mas essa valeu. Com uma linhagem respeitável, mas criação limitada, elloren passa a viver num mundo diverso onde o conservadorismo do seu povo é praticado e dá espaço à descrença por enxergar as divergências e absurdos.
Foi só com a convivência com os diferentes, mesmo em meio a hostilidade justificável, que elloren passou a questionar tudo, e ainda bem que a autora mudou na parte 3 e colocou em evidência os coadjuvantes interessantes (todos ótimos) que fizeram parte da transformação dela.
Com esse acréscimo, foi muito bom ver a protagonista indo atrás da história de cada um sem que pedissem, como é o certo. Para os crescidos em ambientes de verdades absolutas, a história é super identificável. Recomendo para quem curte o gênero YA + fantasia.
2 notes · View notes
petiteblasee · 7 months
Text
Preciso de uma Aly, Eric e Tola na minha vida! | Match Perfeito - Lauren Forsythe.
Tumblr media
Sinopse: Desde sempre, Aly vem consertando tudo ao seu redor: o casamento dos pais, os problemas dos colegas de trabalho e até a vida amorosa dos amigos. Mas, após esbarrar em um ex que em apenas três anos saiu do porão da casa dos pais, casou e se tornou um gerente de projetos bem-sucedido, ela percebe que também ajeitou a vida de todos os namorados que já teve.
Aly então decide usar seus talentos para criar a Match Perfeito, uma agência secreta exclusiva para mulheres cansadas de tentar mudar a vida dos namorados. Sim, chegou a hora de deixar todo aquele trabalho emocional na mão de profissionais. Usando pequenos truques e dicas, Aly e os sócios incentivam os homens a tomar decisões ― como sair do emprego que odeiam, fazer aquele workshop de crescimento profissional, focar na família…
A empreitada dá muito certo, e, em pouco tempo, uma influencer famosíssima contrata o grupo para “consertar” o namorado. É a cliente mais importante da empresa até então. Só tem um probleminha: o namorado em questão é o melhor amigo de infância de Aly. E também seu primeiro amor.
Aly é uma típica personagem de comédia romântica: uma workaholic que tem que lidar com o fato de que nada acontece na vida pessoal depois de uma série de abandonos e instabilidades nas relações. A convivência com a mãe é rodeada pela presença do pai que as abandonou e o único porto seguro desaparece da sua vida após ela declarar seu amor por ele, o que faz com que ela tenha que juntar todos os caquinhos totalmente só, tornando ela a pessoa perfeita a quem recorrer quando se precisa de ajuda porque ela não sabe dizer “não” por temer mais um abandono.
Porém, mesmo se reconstruindo através desses traumas, o livro é muito bom em mostrar o crescimento dela através do projeto que ela faz nos outros, e acompanhar esse processo, feito com coisas pequenas, foi inspirador. Gosto também de como a vida dela estar um caco não a impede de enxergar em como ela é ÓTIMA no que faz. É por isso que aceita um projeto que envolve o ex melhor amigo que ainda mantém a essência de quem era para ela, o que torna difícil não surtar um pouco, mas ela encara o trabalho e, de fato, ajuda a todos de forma quase milagrosa. Outro ponto positivo foram os coadjuvantes, principalmente os melhores amigos dela, o Eric e a Tola. Até a Nick, a cliente influenciadora, agrega muito na história, e não só por ela ser a ponte entre Dylan e Aly.
Por falar em Dylan e Aly, o romance se desenvolve com boa parte da bagagem adquirida no passado, e talvez eu não tenha curtido muito o início por achar que isso não seria suficiente – afinal, eles se distanciaram com 18 anos; foram 15 anos sem contato algum -, mas o que viveram durante a infância e adolescência foi algo sólido e, apesar da bagunça que foi a separação, a reconstrução funcionou muito bem. Para mim, foi algo que estava em segundo plano, e passei alguns nervosos por achar que ela repetiria alguns erros, mas terminei a história totalmente apaixonada pelo futuro sonhado pelos dois.
O único problema agora é eu não ter uma Match Perfeito para fazer com que eu me reconecte comigo mesma, mas aproveitei o quanto pude nessa leitura gostosa, romântica e inspiradora. Recomendo demais.
2 notes · View notes
petiteblasee · 1 year
Text
SARAH MACLEAN CONTINUA ME MATANDO!Até o fim da leitura eu estarei completamente largada de tanto sofrimento com ewan e grace!
Tumblr media
Ele foi o responsável por dar um nome à ela, quase a matou, passou duas décadas seguintes procurando por ela por não conseguir viver sem e agora descobriu que mentiram para ele e ela está viva. Gritei junto quando ele descobriu a verdade 😭
8 notes · View notes
petiteblasee · 10 months
Text
DESAFIO LITERÁRIO • 2023 | LEITURAS DE MARÇO
• Um livro vencedor do Prêmio Jabuti
• Gabriela, Cravo e Canela - Jorge Amado
Tumblr media Tumblr media
Eu devia ter iniciado a história sem ter a visão sudestina que a tv propagou por anos em relação a Gabriela mas foi até bom pra aprender a valorizar a fonte.
Gabriela é tudo e nada do que eu pensava. Na verdade, eu cheguei a pensar que a história não chegaria tanto nela (e, de certa forma, há muita história para além da garota que busca ser livre) mas quando ela apareceu, tudo muda mesmo. Apesar de ter no livro boa parte da sexualização que a tv mostrou, a Gabriela vai muito além. Ela é alguém que não sabe descrever as mazelas da vida, mas sabe muito bem como viver para não deixar que isso a consuma de novo. Adorei.
As outras histórias também são ótimas - detalhe: o livro começa falando sobre um caso de homicídio, e o resto se desenrola por aí - e merecem serem conhecidas, então podem ler à vontade. Enfim, é bom demais acompanhar uma história boa e agora vou ali pesquisar quanto custa uma passagem pra Ilhéus - aqui do lado! - pra poder apreciar.
Tumblr media Tumblr media
• Um livro que combine com o outono
• Antes Que o Café Esfrie - Toshikazu Kawaguchi
A história não foi nada do que pensei, e que bom que foi assim. Termino com um quentinho no coração e lágrimas nos olhos por ter passado essas horas no café, acompanhando as diversas histórias desses personagens que tentam buscar soluções viajando no tempo.
Eu amei os funcionários, a forma como eles agregam mais pessoas ao local, e como lidam com tudo que chega até eles. Estou ansiosa para a continuação, que irei ler sem imaginar grandes coisas para poder me surpreender. Enfim, é uma história que vale a pena ser lida e sentida.
4 notes · View notes
petiteblasee · 1 year
Text
TERMINEI A PARTE I DE "A CANTIGA DOS PÁSSAROS E DAS SERPENTES" E:
• O snow chora pra caramba! Como pode? Até parece que só ele sofreu na guerra e perdeu tudo. O cara compartilha uma história parecida com a tigris, e agora vê a situação deplorável dos tributos, mas SÓ ele passa fome, SÓ ele ficou órfão, SÓ ele perdeu amigos e parentes, SÓ ele perdeu os bens, SÓ ele precisa ter um futuro.... Se o objetivo do livro era fazer a galera reconsiderar o ódio por ele (o que eu duvido que tenha sido o motivo da escrita) NÃO VAI FUNCIONAR. • Sobre o romance: se a história fosse sobre o sejanus e a lucy, eu estaria completamente rendida ao casal. Até o momento, acredito que haja sentimentos, mas um tá ok por causa do ego e a lucy se agarra no que puder representar o mínimo de decência e conforto no caminho pré morte. Com o sejanus, haveria uma identificação e um esforço maior em querer, de fato, mudar o sistema. • Por falar nisso, confesso surpresa com os indícios de que o criador dos jogos esteja completamente cansado ou horrorizado com tudo ao ponto de querer parar. Infelizmente, ele está rodeado de SÁDICOS e PSICOPATAS, então deve beber pra esquecer que ele foi sórdido e nada do que faça agora vai parar por conta de quem ele envolveu nisso. Esse é o resumão do que comecei aqui. Voltarei com o c.r. da parte 2 porque preciso surtar.
5 notes · View notes
petiteblasee · 1 year
Text
C.R.: A CANTIGA DOS PÁSSAROS E DAS SERPENTES [JOGOS VORAZES #0.5] - SUZANE COLLINS | PARTE I
Tumblr media
Depois de muita enrolação e receio, resolvi embarcar na empolgação com o trailer do filme e iniciar a leitura do livro. Até o momento, só 10% da leitura foi feita, mas estou bastante ansiosa com tudo que foi apresentado e preciso deixar algumas curtas opiniões aqui, então lá vai:
• Apesar de ter estranhado tudo no lançamento, não estou odiando acompanhar a história pelo olhar mais próximo dos idealizadores e produtores dos jogos. O que importa é que continuo querendo que a capital se exploda e é isso ❤️
Tumblr media
• Eu até entendo de onde vem parte da revolta do snow, mas o elitismo e egoísmo é algo DELE e é atemporal, tal como meu ódio por ele ✌️
Tumblr media
• A tigris é um amorzinho e saber que ela terminou desprezada pelo snow só faz meu ódio por ele aumentar.
Tumblr media
• Não que tenham melhorado o tratamento com os tributos - afinal, continuaram mandando gente inocente para a morte! - mas em comparação, katniss e os tributos da sua época foram tratados como príncipes.
• Primeiro, achei a lucy bem doidinha também, mas ela é uma baita vtzeira! É uma pena que isso não a livre do jogo, mas fico na torcida por um milagre.
Tumblr media
Enfim, se o pré-jogo é esse horror todo, não tô preparada para o resto.
Finalizei essa parte com ele se apresentando na academia após o show que ele deu após a lucy apresentar o palco pra ele e sigamos nessa jornada
Tumblr media
2 notes · View notes
petiteblasee · 1 year
Text
𝐔𝐦𝐚 𝐣𝐨𝐫𝐧𝐚𝐝𝐚 𝐜𝐨𝐦 𝐚 𝐞𝐬𝐩𝐢𝐫𝐢𝐭𝐮𝐚𝐥𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐚𝐟𝐥𝐨𝐫𝐚𝐝𝐚 | 𝐀 𝐂𝐚𝐬𝐚 𝐝𝐨𝐬 𝐄𝐬𝐩𝐢́𝐫𝐢𝐭𝐨𝐬 - 𝐈𝐬𝐚𝐛𝐞𝐥 𝐀𝐥𝐥𝐞𝐧𝐝𝐞
Tumblr media
SINOPSE: Isabel Allende constrói um mundo conduzido pelos espíritos e o enche de habitantes expressivos e muito humanos, incluindo Esteban, o patriarca, um homem volátil e orgulhoso, cujo desejo por terra é lendário e que vive assombrado pela paixão tirânica que sente pela esposa que nunca pode ter por completo; Clara, a matriarca, evasiva e misteriosa, que prevê a tragédia familiar e molda o destino da casa e dos Trueba; Blanca, sua filha, de fala suave, mas rebelde, cujo amor chocante pelo filho do capataz de seu pai alimenta o eterno desprezo de Esteban, mesmo quando resulta na neta que ele tanto adora; e Alba, o fruto do amor proibido de Blanca, uma mulher ardente, obstinada e dotada de luminosa beleza.
As paixões, lutas e segredos da família Trueba abrangem três gerações e um século de transformações violentas, que culminaram em uma crise que levam o patriarca e sua amada neta para lados opostos das barricadas. Em um pano de fundo de revolução e contrarrevolução, Isabel Allende traz à vida uma família cujos laços privados de amor e ódio são mais complexos e duradouros do que as lealdades políticas que os colocam uns contra os outros.
Tumblr media
Fiquei assim algumas - várias - vezes.
Eu nem sei por onde começar a falar sobre essa leitura, mas já adianto: se te recomendarem, se preparem e vão com tudo!
Eu me preparei por saber que a autora colocou muito do que viveu - e que vivencia! - mas não foi suficiente e agora me encontro sem saber como explicar o quanto essa história mexeu comigo. Ao longo de 448 páginas acompanhei a história de uma família por 3 gerações sem perder o interesse e fiquei completamente presa ao conhecer ela se mantendo através de Clara, Blanca e Alba.
Apesar da enorme participação na história, não darei muitas considerações a respeito do patriarca da família porque basta imaginar TUDO DE RUIM que um homem do século XX munido de poder, ao ponto de se achar divino, tem e teremos uma imagem do quão próximo da realidade ele é, o que assusta bastante. Voltando às três principais mulheres, todas mostraram a graça e fortaleza da vida, principalmente no enfrentamento das dores diversas que as mulheres estão destinadas a carregar. E isso é tão inquebrável entre elas, sendo uma fonte para a outra, que nem a parte narrada por um maldito tira esse brilho - na verdade, só reforça, principalmente com o leitor acompanhando como essas mulheres de diferentes formas, e em épocas diferentes, tornou a vida desse homem num inferno.
Não tem como ficar impassível nessa leitura porque cada gente que vai se achegando nas Três Marias - fazenda da família - ou na Casa da Esquina - moradia na cidade - passa por essas três de uma forma inesquecível, o que torna lamentável cada partida, mesmo que não eterna. Foi temendo a falta desse clima de lutas internas tendo como fortaleza a proeza de ser de todos, que fiquei triste por ter chegado ao fim, mesmo que querendo correr para ele para saber como tudo acabava - e haja sofrimento!
Não consigo parar de pensar nas inúmeras horas que poderia falar sobre cada personagem e situações retratadas (a ferida do horror vivido na América Latina, por exemplo, ainda está aberta, apesar de fingirem que não), mas só me resta reforçar a recomendação para que todos possam sentir o que a história oferece, mesmo que seja sofrimento, porque vale a pena.
Tumblr media
3 notes · View notes
petiteblasee · 2 years
Text
𝐀 𝐫𝐞𝐝𝐨𝐦𝐚 𝐝𝐨 𝐝𝐞𝐬𝐞𝐬𝐩𝐞𝐫𝐨 | 𝐀 𝐑𝐞𝐝𝐨𝐦𝐚 𝐝𝐞 𝐕𝐢𝐝𝐫𝐨 - 𝐒𝐲𝐥𝐯𝐢𝐚 𝐏𝐥𝐚𝐭𝐡
Tumblr media
Quando escolhi esse livro para a maratona literária de verão, fui ciente de que havia uma grande sombra em volta dele por se tratar de um romance clássico onde alertavam que uma leitura não seria nada fácil, mas nunca especificavam o real motivo dessa dificuldade, então fui preparada para uma escrita difícil em termos técnicos, e quebrei a cara. Em menos de 10min de leitura logo fui pega pela história e vi que funcionaria perfeitamente para o desafio, pois estava indo rápido demais e, até então, tudo estava fácil. Aí veio o baque.
"A última coisa que eu queria da vida era “segurança infinita” ou ser o “lugar de onde a flecha parte”. Eu queria mudança e agitação, queria ser uma flecha avançando em todas as direções, como as luzes coloridas de um rojão."
A história é narrada pela Esther, uma jovem que está numa fase decisiva e transitória da vida pois encerrou os estudos e não sabe o que fazer. Diante dessa decisão, ela começa a perder a vontade de seguir com o que sempre quis, e essa ausência de vontades e sentidos se estende a um nível em que a sanidade é colocada em xeque. Eu sabia que o livro abordava a depressão, mas não esperava me identificar tanto com os sentimentos da Esther - essa constatação não é nenhum autodiagnóstico; apenas serviu para perceber como é tênue a linha que separa a apatia momentânea de uma que merece mais cuidados.
A Sylvia escreve tudo de uma maneira tão simples que acompanhar a jornada da Esther não foi só tensão ao pensar como ela terminaria essa etapa da vida. Para além do assunto extremamente delicado, é uma história de amadurecimento; uma menina passa a ser mulher, mas não se encontra no que está sendo colocado para ela, mesmo que sejam inúmeras as possibilidades. Com essa extrema confusão, a redoma, que começa como um espaço de proteção, passa a ser uma prisão. Ali dentro, a Esther não consegue se desvencilhar de todas as críticas e pensamentos intrusivos extremamente equivocados a respeito de si mesma. No fim, se torna prisioneira do Eu, diante da incapacidade do colapso em tornar possível uma vivência mais aberta com os outros.
"Se ser neurótico é querer ao mesmo tempo duas coisas mutuamente excludentes, então eu sou uma baita de uma neurótica."
A narrativa é inspirada nos acontecimentos do verão de 1952, quando a autora foi internada em uma clínica psiquiátrica após uma tentativa de suicídio. Diante disso, a obra foi publicada na Inglaterra sob um pseudônimo como forma de preservar as figuras que serviram para a criação da obra. Não foi nada fácil perceber que o complicado da leitura não era uma escrita cheia de frufru por ser um clássico, mas lidar com cada sentimento da protagonista sem se perder em tudo que ela descrevia e não conseguir enxergar uma solução diante do contexto histórico - nessa época, as formas de tratamento e o entendimento das pessoas a respeito dos transtornos mentais eram totalmente equivocados, chegando a ser bem cruéis.
Ainda assim, apesar dos pesares, foi uma leitura maravilhosa. Terminei a leitura aceitando, e entendendo, a grande sombra em volta dele, mas com a esperança ativa por saber que a personagem encontra o que precisava no momento. No fim, a redoma existe, mas o mundo acontece ao redor dele e é essa percepção que, muitas vezes, nos salva.
Tumblr media Tumblr media
19 notes · View notes
petiteblasee · 1 year
Text
Desafio Literário • 2023 | Leituras de Janeiro
• Um livro para ler em um dia • Caçadores de Tempestade - Laís Lacet.
Tumblr media Tumblr media
Não é a primeira leitura que eu faço da autora, então fui com muita vontade de acompanhar o universo que ela criou, e o lamento veio: TEM APENAS 36 PÁGINAS!
Empenhados em resgatar um parceiro preso pelo império enquanto liberta diversas crianças de trabalhos forçados, Tifa e sua equipe se vêem num dilema ao saber do perigo que pode colocar tudo e todos a perder. É bem curtinho, como eu havia dito, e por isso não irei além disso, mas a história é tão bem contada que você deseja mais e não esquece tão fácil os personagens. Vale super a pena a leitura. 
• Um livro que você devia ter lido em 2022 mas não leu • A Casa dos Espíritos - Isabel Allende
Tumblr media Tumblr media
Não foi o primeiro livro da Isabel que eu li e me arrependo de não ter começado por ele.
Eu me preparei por saber que a autora colocou muito do que viveu (a família dela esteve no foco do golpe sofrido pelo Chile na década de 70) mas não foi suficiente e agora me encontro sem saber como explicar o quanto essa história mexeu comigo. Ao longo de 448 páginas acompanhei a história de uma família por 3 gerações sem perder o interesse e fiquei completamente presa ao conhecer ela se mantendo através de Clara, a vidente, Blanca, a rebelde e Alba.
Não tem como ficar impassível nessa leitura porque cada gente que vai se achegando nas Três Marias ou na Casa da Esquina passa por essas três de uma forma inesquecível, o que torna lamentável cada partida, mesmo que não eterna. Foi temendo a falta desse clima de lutas internas tendo como fortaleza a proeza de ser de todos, que fiquei triste por ter chegado ao fim, mesmo que querendo correr para ele para saber como tudo acabava - e haja sofrimento!
As três mostraram a graça e fortaleza da vida, principalmente no enfrentamento das dores diversas que as mulheres estão destinadas a carregar. E isso é tão inquebrável entre elas, sendo uma fonte para a outra, que nem a parte narrada pelo maldito patriarca tira esse brilho - na verdade, só reforça, principalmente com o leitor acompanhando como essas mulheres, de diferentes formas, e em épocas diferentes, tornou a vida desse homem num inferno.
Depois de um período de perda, Esteban reaparece na vida de Clara e torna-se o seu marido, mas, como a maior parte dos homens de sua época, não aceita que o corpo de uma mulher pertença a ele sem a alma vir junto. A Clara leva a vida de uma forma completamente diferente do jeito dele, o que deixa ele completamente atormentado. Acompanhar a forma como ele cresceu na vida é um lembrete constante de porque é preciso que a luta de classes esteja bem viva. A parte mais complicada da leitura, além de todo horror passado por cada um, tenha sido esse homem narrando e se explicando, e não fosse a Clara ensinando sobre o milagre que é viver com a consciência de que a vida envolve sobrevida de diversas formas, sem que isso te descaracterize como forte, eu teria odiado muito o final pacífico de quem tanto trouxe o inferno à terra.
Eu realmente poderia ficar falando por horas sobre cada personagem, sobre as diferentes épocas e as grandes transformações e o longo período de trevas que destroçou a América Latina durante algumas décadas (a ferida continua aberta, apesar de tentarem esconder), mas é necessária a leitura para muita coisa ser compreendida e sentida da melhor forma, então só me resta recomendar a leitura desse livro incrível nível sair gritando no meio da rua para que todos possam sentir tudo que a história oferece porque todo sofrimento vivido aqui vale a pena.
2 notes · View notes
petiteblasee · 3 months
Text
O defeito é ser curto demais | Mariposa Vermelha - Fernanda Castro
Tumblr media
Na busca de livros interessantes para ler durante um momento de tédio, me deparei com esse livro que chamou a atenção pela capa que considerei bonita e o nome bem interessante. A minha eu do passado foi bastante relapsa e deixei essa maravilha na estante até chegar a MLV (maratona literária de verão) e decidi tirar para uma lida rápida, e nem a enorme preguiça que o gênero romantasia estava me causando foi capaz de me fazer parar, e agora me encontro completamente obcecada!  
Em “Mariposa Vermelha”, conhecemos a história da Amarílis, uma jovem que vive durante um regime de repressão, e passa seu dia a dia como trabalhadora de uma fábrica de roupas, sonhando com o dia que se tornará uma borboleta - mas só sonha mesmo. Apesar dessa monotonia, Amarilis esconde um grande segredo: ela possui magia, e ela é forte; entretanto, devido à caça às bruxas promovida pelo governo, ela faz de tudo para manter o controle, e por essa razão torna-se uma pessoa totalmente reprimida.
Tudo muda na vida da Amarilis quando, ao se deparar com alguém do seu passado traumático, a magia que tanto esconde passa a cantar mais alto, e toda a dor sentida impulsiona ela a dar ouvidos ao que clama por liberdade, fazendo com que ela, sem conhecimento e prática prévias, invoque o demônio Tolú para ajudar ela a realizar seu desejo sombrio de vingança. A magia logo atrai o convidado, que se sente bastante grato por voltar ao mundo humano depois de muito tempo, e parece bem disposto a explicar a grandiosidade do que Amarilis fez. Ela tenta transparecer certo controle, mas Tolú não se deixa enganar e sela o acordo prometendo muito mais do que Amarílis consegue imaginar. Ela logo entende que não há mais volta, mas seu desejo de vingança e o poder que sente são atraentes demais e ela se mostra bastante disposta a se perder junto com Tolú.
Tumblr media
O livro é divido em 3 partes, e o jeito que a história começa a ser contada prende demais ao intercalar entre o presente, ela invocando o demônio, e os dias/horas que antecederam a invocação. A história é narrada em primeira pessoa, mas tudo é tão bem colocado que não senti o cansaço por só ter um ponto de vista. Não há nada na história que tenha ponta solta, e isso não é só com a protagonista; Rosalinda, Antúrio, Tolú... todos ganham um fundo sem pontas soltas, e o fato de viverem para além da Amarílis só fortalece a relação dela com eles.
TOLÚ E AMARÍLIS SÃO TUDO NA MINHA VIDA! O Tolú é um demônio com questões alheias a Amarílis, mas não se envergonha da submissão que o acordo, de certa forma, impõe, e se delicia com cada demonstração de poder que ela dá. Enquanto isso, a Amarílis passa a ter mais ciência de quem é, e do que deseja, sabendo que pode querer coisas sombrias.
Ela tem uma relação ótima com os amigos Rosalinda e Arturito, mas sempre houve a necessidade de ela poder ser quem a magia grita que ela verdadeiramente é, e isso o Tolú entende muito bem. Ela abrindo espaço para ser mais sombria e ele abraçando tudo isso enquanto recebia a mesma compreensão dela foi lindo. Quando ele beijou a mão da Amarílis para selar o acordo, eu me senti fazendo parte desse jogo também e não consegui mais largar mão - estou obcecada!
Ainda em clima de romance, o que dizer de Arturito e Rosalinda? PERFEITOS, APENAS! A Rosalinda tenta romantizar a vida para sobreviver, enquanto o namorado conhece a realidade nua e crua; porém, o que devia servir para deixar os dois em lados opostos, une e fortalece a relação cada vez mais. A Rosalinda aceita e guarda os segredos como ninguém, e é assim que ela demonstra o amor pelo Arturito e pela Amarílis.
Quanto aos outros personagens, sejam eles do presente ou passado, a presença é forte. A Dália, mãe da Amarílis, é incrível na sua complexidade, e dá pra entender cada pensamento doloroso que a filha sente ao lembrar de um pedaço dela - infelizmente, não dá para falar mais sem spoilers, mas vale a pena conhecer quem ela foi. O general (o grande objeto de vingança da Amarílis) e a Pimpinela (dona da fábrica onde ela trabalha) fazem parte do mesmo mundo, e coloco no mesmo balaio, mas adorei como foi colocado que ambos vestem cascas para se manterem no poder - poder esse que Rosalinda está disposta a derrubar <3
Outro ponto que me deixou bastante satisfeita foi a escrita. O livro é nacional e admito que tive receio de ter aquela pegada confusa onde a narrativa e a escrita não se batem por parecer que a história é algo escrito em outro idioma e a tradução péssima vem pra cá; mas não foi o caso. A autora é sucinta e poderosa nas palavras, mesmo que escritas de forma simples. A história é repleta de perdas e dores e a escrita permite que a gente sinta tudo com bastante respeito.
Não é obrigação alguma se identificar com algum personagem pra história ser mais apreciada; porém, me identifiquei demais com a amarílis. Minha história não é nada sofrida como a dela, mas como a Rosalinda fez questão de lembrar, as amarras que nos diminuem há anos são inúmeras e diferentes. Não somos especiais, mas temos a vida para fazer algo, mesmo que seja mínimo, para que nós tornemos grandes. É uma história sobre aprender a viver, e isso envolve coragem e muita luta.
1 note · View note