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#forma de pensar do arquiteto
selektakoletiva · 10 months
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MARCELO D2 E A ANCESTRALIDADE DE FUTURO!
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Com 13 discos de estúdio na bagagem - 4 com o Planet e 9 em carreira solo - já né segredo que Marcelo D2 ocupa um espaço notório na música popular e na cultura Hip-Hop pelo mundão. Acontece que em seu novo trabalho, ele ultrapassa barreiras, fura otas bolhas e se consagra ainda mais como um dos grandes arquitetos da música brasileira.
Intitulado "IBORU, Que Sejam Ouvidas Nossas Súplicas", Marcelo D2 nos leva por uma jornada musical de puro suingue, com o afrofuturismo batendo na alta, como sempre falara Chico Vulgo.
O disco começa com a voz de Wander Pires te transportando pra avenida quase que espontaneamente. 'Por baixo', numa crescente, um instrumental drumless do lendário Barba Negra (aka O Terrível Ladrão de Loops), versos afiados de D2 e uma fala de sua coroa. Apenas o início de uma saga que vai flutuando entre a boniteza e a concretude dos fatos como são. Trazendo a beleza da crueza e do povo, como o timbre de Nega Duda que vem logo em seguida. A genuína cultura de rua e dos morros, favelas e do subúrbio carioca.
Das rodas que varam da noite ao clarão do dia; ad infinitum. Os terreirões de Umbanda e Candomblé, os Bate-Bolas, Rosinhas e Malandros que transitam pelas ruas encantadas de um Rio de Janeiro que não passa na retrospectiva da Globo, não está nos trends, ou em capas de jornais. Essas são algumas das várias personas carioca que inspiram IBORU. Que inclusive, dia 28 deste mesmo mês de Junho, ganhará seu complemento audiovisual. Um curta que contará a história fictícia do encontro de João da Baiana, Clementina de Jesus e Pixinguinha, nos idos dos anos de 1923. O curta, assim como a estética do disco, foi toda assinada pela mágica Luiza Machado e o próprio Marcelo, diálogo que vem ampliando ainda mais a arte do rapper carioca. A produção fica por conta da produtora da família D2 - PUPILA DILATADA.
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O elenco de músicos e compositores de "IBORU, Que Sejam Ouvidas As Nossas Súplicas", chega a ser baixaria de tanto talento junto. A começar pela cozinha, composta por bambas da velha escola e da nova geração, tudo junto e misturado; Marcio Alexandre, Zero, Miúdo, Jorge Luiz, João e Marcelinho Moreira. Nas cordas, temos João Lopes (banjo), Maycon Ananias (cordas geral), Gabe Noel (violoncelo), Wanderson Martins e o craque Rodrigo Campos (ambos no cavaquinho). Violões de 6 e 7 cordas, no nome de Kiko e Fejuca, camisa 10 que contribui também batucando no couro e arranjando no cavaco.
Nos sopros, Thiago França (sax), Marlon Sete e Pedro Garcia no trombone e voz. Na bateria, o novo expoente da bateria brasileira, Thiaguinho Silva. O côro é comandado pela Luiza Machado, sua parceira de vida e arte, que entoa unissomo com as vozes de Jussara, Jurema, Hodari, Betina, Luiza e Camila de Alexandre, e o talentoso Luccas Carlos.
Falando em voz e coro, vale ressaltar a parceria louvável entre Luiz Antonio Simas e Marcelo D2. Desde o último disco de estúdio com intervenções e trocando prosas juntos sobre ancestralidade, resistência e identidade. Também estão no catálogo grandioso de compositores João Martins, Inácio Rios, Diogo Nogueira, Igor Leal, Fred Camacho, Neném Chama, Carlos Caetano, Márcio Alexandre, Cabelo, Douglas Lemos, Moa Luz e Otacilio da Mangueira. É mole?
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Todo esse time consegue criar uma atmosfera de uma vibração coletiva incrível, que dialoga o asfalto com o morro de uma forma ímpar. O grave do surdão e do 808 suingando com o hihat, que por sua vez unifica-se com as palmas e o tamborim... isso é o Nave e mais uma sequências de beats absurdos. Uma parceria que já vinha dando certo desde "A Arte do Barulho". E pelo visto, continua. Numa parceria luxuosa que vem se estreitando nos últimos anos, Nave e Kiko Dinucci - que traz suas picotadas lombradas, guitarras levemente sujas, uma viola elegantíssima - se entendem em grau, número e frequências.
A produção é algo instantaneamente clássico - o que já faz pensar nesse disco do OGI que vem aí. Mas isso é papo de futuro, pra outro momento.
Ah, jamais podemos esquecer de mencionar a co-produção e mixagem, que ficou na assinatura de nada mais/nada menos que o gênio e cumpade de longa data de Marcelo, Mario Caldatto. É óbvio que a qualidade de sempre foi entregue.
Dito isso e abordado o time, agora vamos as participações; Nega Duda, Metá Metá, BNegão, Mumuzinho, Alcione, Xande de Pilares, Zeca Pagodinho e o imortal Mateus Aleluia. Há homenagens a Romildo Bastos (Padre Miguel) e mestre Monarco (Portela) a sua maneira afrosambadélica.
Essa fusão chega ao ápice quando IBORU traz a cultura Hip-Hop pra dentro duma quadra de Padre Miguel com adlibs de Westside Gunn em um partido alto feito de beats, palmas, trombone e guitarra. Ou com um batuque e naipe de sopros junto a MPC, como fez no seu último trabalho com Um Punhado De Bambas no Cacique de Ramos - que aliás, outro excelente trabalho que transcende as fronteiras convencionais e cria uma experiência auditiva e cativante, como faz novamente nesse trabalho.
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É junto de baluartes, ídolos e bambas que D2 aprendeu boa parte do que sabe do samba. Zeca e Arlindo são reverenciados em mais de um momento do disco. Beth, João Nogueira, Dona Ivone, Luiz Carlos, Candeia, Cartola, Martinho, Paulinho e o pessoal do Fundo de Quintal. Entre muitos outros. É bonito ver o artista em seu auge, com a pura satisfação de fazer o que gosta, evoluindo e não se prendendo a velhos chavões e modos operandi. Além de toda essa gratidão de quem aprendeu com os verdadeios movimentadores da massa e da cultura popular.
E se você se pergunta da outra parte, nunca se esqueça que antes de D2, era o Sinistro, com sua vivência pelas quebradas do mundaréu. Rio 40 graus. De Padre Miguel, Cascadura, Madureira, do Andaraí, Humaitá e das vielas do centrão. Lapa, Gamboa, Cinelandia. Vivência que Peixoto teve nos camelos com seu camarada Skunk. Das chamas que circundavam a capital carioca nos anos 90.
No final, "IBORU" vai além do siginificado em iorubá, do Ifá, e muito mais do que título de disco ou uma simples combinação de gêneros musicais; é uma verdadeira celebração da diversidade e da riqueza da cultura brasileira. Destaca temas relevantes e urgentes, como a desigualdade social e a resiliência das comunidades marginalizadas. Ancestralidade de futuro.
Ao mesmo tempo e paralelo a concretude lírica e dos batuques de fine estirpe, a nuance abstrata das melodias se faz valer em loops, samples e um instrumental finesse. A sinestesia e o campo lúdico do disco é forte, e isso tem muito a ver com o imaginário popular, fé e outros pagodes da vida que circundam a vida do brasileiro - que assim como Marcelo, se recria e se renova a cada nova batalha. "Provando e comprovando a sua versatilidade", já diria seu saudoso amigo Bezerra da Silva, que eu sei que assim como os outros bambas mencionados aqui neste texto, no disco, e durante a vida do Sinistro, também benzeu e abençoou "IBORU" até vir ao mundo terreno, há uma semana atrás, dia 14 de Junho.
E faz uma semana que é festa no Orum...
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ALÔ, MEU POVO! A HORA É ESSA!!!
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littleclaireworld · 2 months
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Ótimo, mais um pesadelo, abro os olho desesperada mas não faço nada, só continuo olhando pra parede com a pintura descascando, sinto o vento gelado da madrugada passar pela janela e levar o lençol consigo me destampando, olho para a parede e não consigo pensar em nada, nem ninguém, só a parede desgastada pelo tempo e o mofo. Levanto, ainda meio tonta, pego o maço de cigarro e o isqueiro no criado e coloco no elástico da calcinha indo em direção a janela, em frente a janela tinha uma varanda, penso o quão bom o arquiteto foi pra colocar uma varanda sem porta e com uma janela, pulo com facilidade a janela e sento num banquinho de plástico juntando as pernas escondendo qualquer visão constrangedora por estar só de calcinha e uma blusa branca de alças finas. Novamente sinto o vendo me estapear, arrepiando os pelinhos do meu braço, fico olhando como se fosse algo surpreendente e novo, acho coisas simples tão incríveis, aproveitando já tiro um cigarro do maço e acendo com o isqueiro velho que não faço ideia da onde arrumei, a primeira tragada sempre é arrogante, mas depois vai se acostumando, é como se meus problemas queimassem assim como a nicotina e virassem fumaça, como se meus pensamento virassem cinzas e só assim eu pudesse viver a vida. Olho para os prédios a minha frente, e penso que em cada apartamento, cada família, cada um com sua forma de ver a vida, penso que cada um tem seus medos, cada um tem seus picos de alegria, cada um se afoga na tristeza de uma forma diferente, certamente única, mas será que da certo? Ou será que fingem? Acho que uma das coisas mais podres de nós humanos, é que fingimos completamente tudo, sempre, a pressão de ser sempre algo que acham de deveríamos ser, e uma grande ironia é que nós mesmo criamos isso, um sistema de avaliação, a necessidade de ser melhor e dominar, nós fingimos ser felizes para sermos avaliados e nos acharmos melhor, o preço da validação é a felicidade, mas a verdade é que nem sabemos ser feliz, temos uma visão capitalista de felicidade de que só seremos felizes se tivermos ou sermos algo, mas se parar pra pensar a felicidade são hormônios agindo constantemente no nosso corpo comandado por uma consciência que nem sabemos como lidar, então como quer ser feliz se nem mesmo se conhece? Isso é bem clichê, porém é real, é preciso entender e conhecer as fraquezas, os limites, e principalmente os detalhes, a felicidade vem em coisas mínimas, hoje mesmo fui feliz sentindo o vento no meu corpo me arrepiando e vendo os pelinhos alinharem-se, aconteceu naturalmente ser forçar nada apenas acontece, mas meu problema não é não me conhecer, e sim me compreender, ache conhecer-te difícil antes de entender-te.
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mulherama · 2 months
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7 elementos para compor a decoração contemporânea
Veja como criar ambientes que refletem a modernidade e a versatilidade
A decoração contemporânea é uma ótima opção para quem gosta de simplicidade e funcionalidade, mas deseja ambientes com estilo e personalidade. Além disso, ela se destaca por sua capacidade de se adaptar às mudanças de tendências ao longo do tempo, incorporando elementos inovadores sem perder a elegância.
Por isso, a seguir, confira alguns elementos que podem ajudar a compor a decoração contemporânea na sua casa.
1. Formas geom��tricas e linhas retas
A utilização de formas geométricas e, mais especificamente, de linhas retas é uma das características mais marcantes da decoração contemporânea. Elas conseguem atribuir personalidade ao ambiente e estão presentes de variadas maneiras: no mobiliário, em itens decorativos, em portas e janelas etc.
2. Cores neutras
O estilo contemporâneo valoriza a utilização de cores neutras, como branco, cinza, preto, bege e marrom. A designer de interiores Larissa Santo recomenda utilizar esses tons nas paredes e nos móveis maiores. As cores mais vivas, como amarelo, laranja, vermelho e berinjela, também podem ser usadas nos ambientes, mas é sugerido aplicá-las em detalhes, como objetos decorativos, quadros, tapetes e almofadas.
“Na decoração contemporânea buscamos isso: destacar, sem exagerar ou confundir. Isso gera espaços limpos, confortáveis e amistosos aos nossos olhos”, complementa o arquiteto e urbanista Francesco Torrisi.
3. Ambientes iluminados
A decoração contemporânea também preza ambientes bem iluminados , seja de maneira natural ou artificial. Segundo Larissa Santo, por acompanhar o que há de mais atual, a iluminação nesse estilo ganha inúmeras possibilidades, como iluminação embutida no forro ou aparente, utilização de painéis, spots, plafons, perfis de LED, entre muitas outras.
“Tudo vai depender do ambiente e da sensação que você quer ter no espaço. Um dos maiores segredos da boa iluminação está também em fazer os circuitos separados, assim você cria a atmosfera que desejar”, revela.
4. Mobiliário mais simples
Os móveis costumam apresentar um desenho mais simples, com linhas retas e geométricas. “Quanto aos tons, devemos procurar por acabamento sólidos, materiais naturais e superfícies sem adornos”, aconselha o arquiteto e urbanista Francesco Torrisi.
Para a arquiteta e urbanista Marina Belotto, a escolha dos móveis dependerá muito da personalidade do morador. Ela explica que o estilo contemporâneo vai desde “linhas simplórias, como o minimalismo, até o mobiliário que traz uma crítica social, como é caso dos Irmãos Campana [referência em design de mobiliário brasileiro], que mostram que o mobiliário será uma obra de arte e um marco dentro do espaço”.
5. Tipos de materiais
Os materiais, conforme explica Marina Belotto, estão relacionados à tecnologia, e a escolha é feita com base no estilo de vida do morador. Desse modo, é possível utilizar madeira, revestimentos polidos, vidros, metais, mármores, entre outros.
“Como os tons são, em sua maioria, neutros, devemos compor o ambiente com diferentes texturas: algumas superfícies lisas junto à madeira ou mais rústicas como nas pedras. Isso proporcionará mais calor e conforto visual ao ambiente”, acrescenta Francesco Torrisi.
Superfícies polidas também ganham destaque nesse estilo. No entanto, a designer de interiores Larissa Santo alerta que é preciso utilizar com cautela devido ao índice alto de reflexão, que pode incomodar.
6. Objetos decorativos
Na decoração contemporânea, não existe uma regra que determine os objetos para a decoração. O importante é pensar na quantidade e como serão usados. “A partir de uma base neutra, na maior parte das superfícies do espaço na decoração contemporânea , os objetos ganharão destaque e, por isso, é importante não exagerar”, justifica Francesco Torrisi.
Além disso, precisam ser peças que façam sentido para você. “É sempre bom refletir [sobre] o porquê determinado objeto é importante para você. A composição de objetos em um espaço que é contemporâneo parte de tudo que vem do sujeito”, esclarece Marina Belotto.
7. Espelhos grandes
Espelhos grandes contribuem para a sensação de amplitude e luminosidade, características marcantes na decoração contemporânea. Podem ser posicionados estrategicamente para refletir a luz natural ou destacar elementos específicos do espaço.
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apcomplexhq · 3 months
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✦ Nome do personagem: Lee 'Nico' Beomseok. ✦ Faceclaim e função: Eunwoo - Astro. ✦ Data de nascimento: 30/03/1997. ✦ Idade: 26 anos. ✦ Gênero e pronomes: Masculino, ele/dele ✦ Nacionalidade e etnia: Suíça, sul-coreano. ✦ Qualidades: Corajoso, sincero e aventureiro. ✦ Defeitos: Teimoso, apressado e provocativo. ✦ Moradia:  Elysian Fields. ✦ Ocupação: CEO. ✦ Twitter: @EF97LN ✦ Preferência de plot: CRACK, FLUFFY, ROMANCE/SHIPPING, SMUT. ✦ Char como condômino: É uma presença acolhedora e participativa. Sua personalidade cordial e atenciosa se destaca nos eventos temáticos.
TW’s na bio: Acidente, acidente de avião e morte. Biografia:
Numa noite fria e estrelada nas montanhas suíças, Lee Beomseok, o herdeiro de uma fortuna construída nos sólidos alicerces dos serviços financeiros, viu sua vida mudar de rumo abruptamente. Nascido em 30 de março de 1997, ele cresceu envolto no luxo, mas a tragédia do acidente aéreo que tirou seus pais o deixou desnorteado e com uma pesada herança. Os pais de Beom, magnatas dos serviços financeiros, eram arquitetos habilidosos de fortunas e investimentos. Sua infância foi regada por banquetes de negócios e planos delineados em gráficos e relatórios. A pressão de dar continuidade a esse legado moldou sua educação, guiando-o para uma trajetória predestinada nos negócios.
No entanto, a tragédia que tirou a vida de seus pais tornou insustentável a permanência de Lee na Suíça. O peso do luto e da responsabilidade esmagadora dos negócios o levaram a uma decisão dolorosa: abandonar o luxo e a opulência que antes chamava de lar. Procurou refúgio nos corredores da Acropolis Complex, decidido a construir uma nova vida longe das sombras de seu passado. Ele se tornou um segurança na Dionysus, não apenas como uma mudança de carreira, mas como uma fuga das memórias que o atormentavam.
Enquanto o garoto enfrentava seu emocional abalado por perder seus pais, também existia a ameaça iminente de colapso financeiro da empresa de sua família. Determinado a preservar o legado construído por seus pais, ele mergulhou nas negociações remotas e na gestão da empresa à distância. A solução veio na forma de parcerias estratégicas e na ampliação dos serviços oferecidos pela empresa. O rapaz, mesmo separado fisicamente, utilizou sua visão de longo prazo e habilidades empreendedoras para garantir que a empresa se diversificasse e se adaptasse às mudanças no mercado.
O suíço teve uma ideia para a casa em que cresceu, estava determinado a transformá-la em um farol de esperança, contratou uma equipe dedicada para renovar a residência, convertendo-a em um santuário para refugiados de diversas partes do mundo. Onde antes eram banquetes de negócios, agora ecoavam risos e histórias de recomeço. O alívio de estar longe transformou-se em gratidão por poder criar um novo significado para o lugar que um dia representou um fardo para si.
Enquanto morava na Coreia, Seok descobriu uma nova força interior. Ele não apenas manteve os negócios de sua família à tona, mas também encontrou um lugar onde agora chamava de lar, onde podia viver sua vida da forma que queria, sem pensar ou viver o luto diariamente. A empresa prosperou, e, mesmo distante de seu país natal, continuou a ser o alicerce que mantinha não apenas a fortuna, mas também o legado da família Lee.
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lcorcuera · 5 months
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Photo: Gabrielle Souza / Instituto Cervantes RJ.
A CIDADE QUE MORA EM MIM
LA CIUDAD QUE VIVE EN MÍ
Anotações corporais para uma filosofia da espacialidade
Performance coletiva site specific (25min)
Direção de Laura Corcuera
Laura Corcuera + Marta Moura + Muca Velasco + Dani Bargas
Colaboração transfeminista LA PEREREKA
6 dezembro de 2023, entre 19h-20h, Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), Rio de Janeiro.
Qual a responsabilidade política, social e estética da arquitetura na perpetuação da desigualdade em uma cidade, tanto historicamente quanto na atualidade?
Existe uma parte do imaginário da cidade do Rio de Janeiro compartilhada pelas mulheres que vivem lá, tanto nativas quanto adotadas? Em caso afirmativo, qual é essa parte?
Se a identidade dessa cidade só é compreensível a partir de sua história colonial, racista, escravagista, machista e patriarcal, e também a partir de suas múltiplas histórias de resistência e criatividade coletivas, que memórias e arquivos corporais podemos canalizar aqui, agora, juntas, quatro artistas que moram no Rio?
Quatro células interconectadas, a partir de suas cargas experienciais e práticas feministas, realizam uma performance espacial no Instituto de Arquitetxs do Brasil no Rio de Janeiro. Durante 25 minutos, o quarteto cria uma partitura de ações que ativa o espaço (e vice-versa) para refletir, a partir do corpo, sobre as geometrias desiguais que constroem a cidade globalizada que habitamos e à qual sobrevivemos (ou não) hoje.
Em sua extensa carreira de pesquisadora e em sintonia com os ensinamentos de Milton Santos, a geógrafa Doreen Massey enfatizou a necessidade de uma profunda reflexão sobre o espaço como um instrumento indispensável de poder e enfatizou seu caráter social para provocar as mudanças necessárias em nosso tempo. A arquiteta Lina BoBardi fez algo semelhante.
Porque o espaço pode ser entendido como um organismo vivo, construído por uma multiplicidade de interrelações globais e locais que sustentam a vida ou a aniquilam. Essa performance é um convite para pensar em entender a cidade a partir do lugar que vive em você.
"A cidade que mora em mim" é uma ação site-specific dirigida pela artista, pesquisadora e jornalista espanhola Laura Corcuera, criada ad hoc junto com Marta Moura, Dani Bargas e Muca Vellasco, artistas feministas residentes no Rio de Janeiro e colaboradoras da Colab La Perereka para a exposição "Arquitetura e feminismos: Sem começo nem fim" do Instituto Cervantes. Essa ação artística tem como objetivo contribuir para a ampliação das formas poéticas de ativismo político e social.
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Laura Corcuera, artista peformer, escritora e jornalista espanhola. Diretora da Colab La Perereka e da Banda de Performance (Rio de Janeiro), cofundadora do jornal EL SALTO (Espanha), autora da Ruta de la Performance (Pikara Magazine). Sua experiência de mundo e seu corpo são o primeiro arquivo de Corcuera para uma investigação sobre práticas artísticas, tecnopolíticas e comunicativas e sua capacidade coletiva de transformação social. @laucorcuera
Marta Moura, artista visual, performer, ativista da pauta feminista, antirracista, anticapacitista e antilesbotransfóbica. Integra a Operativa Nacional do Levante Feminista Contra o Feminicídio Lesbocídio e Transfeminicído, a Articulação de Mulheres Brasileiras, a Rede de protecionistas Projetemos e as Inclusivass Feminista, e também o movimento de mulheres com deficiência do Rio Grande do Sul. @moura_marta_
Muca Vellasco, multiartista e produtora cultural, mãe solo de 5 filhos, mulher LGBTQIA, dirigiu e produziu o curta "Gente que brilha" (2016) e o documentário do festival Manas Raras. Fundadora e Produtora Executiva do Coletivo Coisa Rara e do Sarau Portas Abertas Teresópolis. Produtora Executiva das Mulheres da Pequena África e de Jonatas Belgrande. @mucathebest
Danielle Bargas, artista performer, atriz, educadora popular, articuladora comunitaria, em breve sanitarista. Colaboradora do Institute for the Developmente of Humans Art – IDHA (NYC – EUA). Componente da Rede Latino Americana de Arte e Saúde Mental. Colaboradora do Bloco carnavalesco Doido é Tu! de Fortaleza (CE) Colaboradora do coletivo carnavalesco Tá Pirando, Pirado, Pirou! (RJ). @pedagogiadoscuidados
CRÓNICA A OCHO MANOS
MUCA VELLASCO
O espaço de IAB estava receptivo e senti que a potência já estava conosco ao me demarcar em minha posição ao início da performance. Percorri, em diagonal, rumo ao ponto de enraizamento onde sentei no círculo preto e logo as cabeças e as energias de minhas companheiras se acopladas a minha e então me concentrei profundamente ao centro da terra de onde senti a limpeza energética e a sua renovação. De olhos fechados, sentia um sol brilhando sobre nós, proporcionando uma confiança que expandia meu plexo solar. Aquietei e pedi permissão ao espaço e ao meu corpo para que ele comandante dali em diante, quando senti de me movimentar os braços na vertical segurando minha torre de madeira. Notei que as xonoanheiras estavam em movimentos sincronicos. Senti a criança interior pedir para explorar com toda a planta dos meus pés o espaço e assim fui explorando enquanto alguns corpos humanos e não humanos interagiam comigo. Em determinado momento, uma energia potente e agressiva pedia licença para ser liberada e precisei chutar e derrubar todos os monumentos que eu olhava. Uma moça se conectou com isso e adentrou à performance e jogou uma das placas de madeira no chao .Entreguei uma cidade a um espectador que olhou-me e interagiu timidamente embora o chamei para vir ao centro, ele preferiu ficar no lugar.
O fio de meu vestido se soltou e eu medianamente percebi que ele também estava performando , quando instintivamente o trouxe ,esticado, à altura dos olhos e assim, brinquei de buscar/esconder outros olhares. Algumas pessoas participaram dessa interação e entraram na performance. Uma criança participou da performance tanto quanto nós. Ao perceber que nosso tempo acabava movimentos de todas paras as janelas e então lá estávamos olhando a cidade pelas janelas e olhando as pessoas que nos olhavam.
DANI BARGAS
Blocos de madeira e tubo de ferro dispostos no centro do espaço em linhas retas, com perspectivas diferentes.
1 a 1 as corpas de 4 mulheres, que estão nos extremos de um espaço quadrado, se deitam no chão, entre os objetos.
Cabeças conectadas.
Respirando. Juntas visualizam um fio que sai da buceta, e cresce e engorda quando se conecta ao centro da terra. Se nutrindo e se limpando ao mesmo tempo. Enraizamento.
Cada uma ao seu tempo, começam a nascer movimentos nas corpas dessas mulheres.
As cabeças se desconectam fisicamente para se conectarem também ás suas corpas, aos objetos, ao espaço e às pessoas. Ativar.
Experimentam fluxos e relações. Play.
Brincam. Divertem-se.
Conexão.
Mover dentro e fora.
Relação.
Espaço.
Corpo.
25 minutos.
As mulheres seguem para grandes janelas que habitam o espaço da cidade que essas mulheres habitam. Sobem pelas janelas, observam, não pulam. Observam o público que as observa.
Relação.
O espaço está imenso.
MARTA MOURA
1. Eu tenho o entendimento que não temos um corpo e sim, que "somos nosso corpo". Somos tudo que pensamos, comemos, sentimos, falamos, ouvimos..."o corpo é o território do sujeito", mas
hoje, enquanto acontecia a palestra de abertura, fiquei a maior parte do tempo no espaço onde iríamos performar "a cidade que mora em mim"...e comecei um exercício de visualizar "meu corpo cidade". Foi
divertido e muito interessante imaginar que se eu estivesse na água onde seria "meu litoral", gostei de imaginar as "minhas montanhas", como se meu corpo se transformasse em um mapa, imaginei pessoas,
famílias, histórias que me habitavam...estabeleci uma conexão com "nossa cidade", criada com os objetos, o espaço, meu corpo-pele-cidade e minha cidade interna, de mulher carioca.
2. Iniciamos a performance, e no enraizamento, percebi que estava com "frio na barriga" e meu objeto ajudou a perceber e sentir minha respiração, no aqui e agora. Entrei no fluxo do CsO - Corpo Sem
Órgãos - de Deleuze, onde estava inteira e plena, durante o tempo todo de performance, a biologia e a ideia de funcionalidade, não existia mais. Era eu, repleta de vida e desejo, por isso, tenho dificuldade de descrever cenas e/ou desmembrar em momentos. Me diverti, olhei minhas companheiras, brinquei com nossos objetos, experimentei livremente...fui bem egoísta: não estabeleci relação com o público, mas fiquei bem assim. Amanhã tento escrever mais a respeito. Estou feliz e grata por esse encontro e pela oportunidade desse momento, que ainda reverbera em mim.
LAURA CORCUERA
La nave del Instituto de Arquitectos de Brasil (IAB) en Río de Janeiro se calienta cuando colocamos las maderas y el hierro en el suelo de cemento pulido. El público se queda acuerpado en los laterales de la nave y nosotras empezamos nuestra acción con la geometría del cuadrado. Cada una desde una esquina de un cuadrado imaginario caminamos hasta el centro del espacio, donde se encuentra la composición maderas y hierro que hemos creado previamente. Una estrella de cuerpos tumbados boca arriba sostienen otros cuerpos objeto en el vientre. Madera, hierro y carne respiran a la vez. En el aquí y en el ahora del 6 de diciembre de 2023, en aquella bochornosa tarde carioca, despierta una energía colectiva que va a homenajear, señalar y denunciar la ciudad al mismo tiempo. Empiezo con micro-movimientos desde el pecho. Tengo un hierro sobre mi cuerpo. Es un hierro que he roto antes de la performance, un hierro que encontré en la calle, paseé por el Hospital psiquiátrico Nise da Silveira y llevé al IAB junto a las maderas recicladas de la calle Frei Caneca donde se ubica la colab La Perereka. El hierro nos guía. La madera nos guía. Movimientos espasmódicos, ojos semiabiertos, el cuerpo saca los miedos y las violencias que la ciudad me inocula y contra las que lucho a diario. El objeto se hace sujeto y mi cuerpo simplemente se deja llevar. Salto. Corro. Siento cerca a mis compañeras, pero me siento sola. Entonces una mano llega a mi espalda. Lentitud. Creamos imágenes en quietud. Son imágenes que hacemos las cuatro, con la participación de algunas personas que entran en el juego de sostener una madera, un hierro, una posición. Las trabajadoras y trabajadores del catering que habrá después de nuestra performance son invitadas a sostener una madera. Un trabajador se queda hasta el final de la acción sosteniendo una madera como una bandeja. Mantener una posición es a veces doloroso y a veces cómico. Un niño de dos años nos imita. Reúne maderas y las deja caer en el suelo. Pide aplausos tras el derrumbamiento. Y vuelve a empezar. Como nosotras. Maderas edificios cuerpos de la ciudad caen y vuelven a erigirse con otra dirección, con otra intención. Las maderas siguen sus propias trayectorias. El hierro también. De la rectitud a la diagonal. De la dureza a la maleabilidad. Vamos vestidas de blanco, en medio del gris y del marrón. Alineamos las maderas y el hierro, creando otra escultura que desplaza la imagen inicial de las maderas. Maderas edificios dominó, como el ineuietante diseño que hizo Carmen Portinho en 1936 para la ciudad de Brasilia. Nosotras recorremos ahora los huecos de esas maderas, los entretiempos de una ciudad sentida y palpitada en sus bellezas y horrores. De la complicidad con otras mujeres nacen las lágrimas de un recuerdo. Algo que pasó, que pasa, que pasará. No somos cuatro, somos 4.000 millones. Me acerco con una madera en la boca hasta el público. Una mujer agarra con su boca el otro lado de la madera. Otra mujer se resiste a sostener la madera con las manos, pero transformo su timidez en juego, complicidad y negociación. Las amplias ventanas del IAB, abiertas para la acción, se convierten en nuestra línea de fuga, un horizonte compartido que reclama el derecho a la ciudad. Al terminar la performance, cada una de nosotras en una ventana, otra mujer vestida de rojo se cuela en la foto. Blanco y rojo se unen en el incomprensible significado de las casualidades. Muca, Dani, Marta y yo hemos creado un vínculo nuevo y poderoso basado en algo que puede llamarse “afecto creativo”. Una herramienta de resistencia al capitalismo que nos ayuda a levantarnos cada mañana y seguir creando juntas otra idea de ciudad. Tras la acción recibimos felicitaciones, pero nadie habla lo que ha sentido al ver nuestras partituras corporales durante 25 minutos y 16 segundos. Quizás aquí, en esta ciudad global, lo más importante sea aquello que no se dice.
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wadeivan · 11 months
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Na era digital de hoje, o campo da arquitetura abraçou as oportunidades apresentadas pela internet. Os arquitetos estão cada vez mais engajados em projetos online, utilizando várias plataformas digitais para colaborar com os clientes, comunicar projetos e simplificar todo o processo arquitetônico. Esses projetos on-line provaram ser altamente eficientes, econômicos e convenientes para arquitetos e clientes. No entanto, é crucial reconhecer o valor de contratar um arquiteto profissional para tais projetos. Aqui está o porquê: Especialização e Experiência: Os arquitetos profissionais possuem o conhecimento, as habilidades e a experiência necessárias para lidar com projetos arquitetônicos complexos. Eles passaram por extensa educação e treinamento para entender os princípios de design, integridade estrutural, códigos de construção e planejamento espacial. Sua experiência permite que eles criem designs funcionais e esteticamente agradáveis, considerando várias restrições, como orçamento, condições do local e requisitos do cliente. Excelência em Design: Os arquitetos são treinados para pensar de forma crítica e criativa. Eles têm um olhar atento aos detalhes e uma compreensão de como os espaços e estruturas interagem com o ambiente. A contratação de um arquiteto profissional garante que seu projeto se beneficie de designs inovadores e bem pensados, maximizando o potencial do espaço e atendendo às suas necessidades específicas. Suas soluções de design exclusivas podem transformar espaços comuns em extraordinários. Gerenciamento abrangente de projetos: os projetos arquitetônicos on-line envolvem vários estágios, incluindo conceituação, desenvolvimento do projeto, documentação da construção e gerenciamento do projeto. Arquitetos profissionais possuem as habilidades necessárias de gerenciamento de projetos para supervisionar e coordenar todos os aspectos do projeto de forma eficaz. Eles podem lidar com tarefas como obter licenças, gerenciar empreiteiros e garantir a conformidade com os regulamentos de construção. Sua experiência garante um processo tranquilo e eficiente do início ao fim. Otimização de custos: embora alguns indivíduos possam considerar ignorar os serviços profissionais para economizar custos, isso geralmente pode levar a despesas mais altas a longo prazo. Os arquitetos têm o conhecimento para criar projetos eficientes que otimizam o uso de materiais, energia e recursos. Eles podem ajudá-lo a tomar decisões informadas sobre materiais econômicos e estratégias de design sustentáveis, reduzindo os custos operacionais e de manutenção do seu projeto. Colaboração e comunicação: o mundo online oferece aos arquitetos e clientes a oportunidade de colaborar perfeitamente, independentemente de suas localizações físicas. Arquitetos profissionais utilizam ferramentas digitais para comunicar ideias de projeto, compartilhar visualizações e coletar feedback de forma eficaz. Sua capacidade de entender e interpretar os requisitos do cliente garante que o projeto se alinhe com sua visão, incorporando sua experiência em design. Conformidade legal e regulamentar: Os projetos de construção estão sujeitos a vários regulamentos e códigos impostos pelas autoridades locais. Os arquitetos profissionais possuem um profundo conhecimento desses requisitos legais e garantem que seu projeto esteja em conformidade com os regulamentos de zoneamento, códigos de segurança, padrões de acessibilidade e diretrizes ambientais. Ao contratar um profissional, você minimiza o risco de questões legais caras e garante que seu projeto esteja em total conformidade.
Em conclusão, os projetos online revolucionaram o campo da arquitetura, fornecendo aos arquitetos e clientes ferramentas e plataformas eficientes para colaborar remotamente. No entanto, continua a ser essencial contratar um arquiteto profissional para tais projetos. Sua especialização, experiência, excelência em design, habilidades de gerenciamento de projetos, habilidades de otimização de custos, proficiência em colaboração e conhecimento de conformidade legal os tornam parceiros indispensáveis para dar vida às suas visões arquitetônicas. Portanto, ao embarcar em um projeto de arquitetura online, considere a contratação de um arquiteto profissional para garantir o sucesso e a qualidade de sua empreitada.
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natvieira · 1 year
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Bauhaus, um marco na história
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Fundada em 1919, na Alemanha, pelo arquiteto Walter Gropius. O objetivo da escola era unir arte e tecnologia, combinando trabalhos manuais e tradicionais com técnicas modernas de produção industrial.
O significado de Bauhaus é casa para construir, crescer, nutrir. A ideia era uma comunidade onde professores e alunos morassem e trabalhassem juntos.
A escola tinha a intenção de formar designers, artistas e arquitetos mais responsáveis socialmente. Os alunos eram ensinados a pensar de forma criativa, e a usar a tecnologia moderna para criar projetos únicos.
O foco principal da escola era desenvolver um estilo moderno que considerasse a funcionalidade, ergonomia e beleza. Os alunos tinham aulas de marcenaria, pintura, cerâmica, fotografia, artes gráficas e estudos teóricos sobre percepção e cor.
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A Escola Bauhaus foi fechada em 1933, após ter sofrido pressão por parte do governo n@zista. O governo acreditava que os ensinamentos da escola eram muito liberais e que a estética moderna e o ensino lá oferecido eram contrários aos ideais do partido.
O diretor da escola, Walter Gropius, foi forçado a renunciar e muitos dos professores e alunos se mudaram para a Europa ocidental ou para os Estados Unidos, levando consigo o legado da escola. A Escola Bauhaus, ainda é reverenciada hoje como um marco na história do design, da arquitetura e das artes.
Feito por @natvieira
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galpaocreate · 1 year
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Como não pensar em algo rústico e lembrar da natureza, do sol batendo na janela, do perfume das rosas? Seria possível trazer tudo isso para dentro de um apartamento, por exemplo? A resposta é sim. Por meio de uma decoração rústica é possível colocar um pouco de verde e do campo dentro do seu lar. Madeiras, pedras, flores – tudo isso pode dar aquele toque especial na hora de ambientar seu espaço. Existem várias formas de utilizar a rusticidade como principal elemento de decoração. A madeira é o principal material utilizado para isso, por ser aplicada facilmente em objetos e mobiliários. Lembrando que madeira de demolição ou de reflorestamento são tão boas quanto outras, além de contribuir com a preservação do meio ambiente . . . #marcenaria #moveisplanejados #laqueação #serralheria #tapecaria #planejados #sobmedida #movelaria #arquitetura #projetos #obras #designer #mesas #armarios #arquitetos (em São Paulo, Brazil) https://www.instagram.com/p/ClhOjptO9KO/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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gazeta24br · 1 year
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Stephanie Ribeiro, apresentadora do ‘Decora’, da GNT, e Renato Mendonça, do programa ‘24 Horas para Redecorar’, no Discovery Home & Health, participaram hoje (24) de um talk no Casa Vogue Experience 2022. Durante a conversa, os arquitetos discutiram os desafios no tempo de reforma e o orçamento por trás das transformações realizadas por eles nas atrações. Para Stephanie, o “orçamento é uma grande questão”. Segundo ela, ao contrário do que muitos podem pensar, todo o dinheiro da obra está incluso no dinheiro gasto, não só os móveis que decoram o “novo” apartamento dos participantes. Mas essas reformas comandadas por eles vão além da estrutura, afetando também o psicológico dos participantes. Algo que, de acordo com Ricardo, precisa fazer parte de um processo. “Faço minha própria interpretação para desenvolver um projeto. Como fazer com que a pessoa tenha uma aceitação rápida do ‘novo’?”, refletiu. “Tem que ter alguns elementos com que as pessoas se reconheçam dentro do espaço. Comece a associar o novo com o antigo.” Stephanie apontou ainda que essas transformações podem romper com alguns paradigmas. “Por que você odeia determinada coisa? Sempre que alguém diz que algo é cafona, por exemplo, eu tento desafiar a pessoa a reinterpretar esse pensamento”, conta. A 8ª edição do Casa Vogue Experience, evento que materializa, em uma casa real, decorada pela equipe da redação, todos os assuntos tratados pela revista, acontece até 27 de novembro de 2022, no Jardim América, em São Paulo. Uma residência erguida nos anos 1950, com 764 m² distribuídos em dois andares, recebe uma intensa programação de talks, entrevistas ao vivo, workshops, aulas e vivências com alguns dos maiores expoentes de decoração, design, arquitetura, arte, cultura, paisagismo, turismo, gastronomia, sustentabilidade, tecnologia e bem-estar do país – tudo pautado pelo tema Fronteiras Abertas. Os ingressos podem ser adquiridos no site https://casavogue.globo.com/casa-vogue-experience/. Atenção, as vagas são limitadas! É possível adquirir também o passaporte de acesso a atividades em todos os dias de evento (exceto workshops), ou o ingresso individual, que permite a entrada no espaço em qualquer horário do dia escolhido, além do direito à participação na atividade desejada, já no momento da compra.   Programação: 25/11 SEXTA-FEIRA 11h WORKSHOP: Oficina de cerâmica: a poética das garrafinhas, com Hideko Honma. 11h30 PALESTRA: Biofilia e sustentabilidade a partir do uso de rochas naturais brasileiras, do edifício ao mobiliário- oferecida por Vitória Stone Fair e Centrorochas, com Vivian Coser. 14h TALK: Como o design e a tecnologia mudam a forma como tomamos café e cuidamos do meio ambiente – oferecida por Dolce Gusto Neo, com Guto Requena e Rachel Muller. 15h WORKSHOP: Uma vivência de yoga para expandir corpo e mente, com Pri Leite. 16h ENTREVISTA: Quebrando padrões: como tomar consciência das questões ambientais para criar uma arquitetura mais sustentável- oferecida por Electrolux, com Ana Peretti, Consuelo Jorge e Lufe Gomes.   17h ENTREVISTA: Viagem como formação de repertório – a importância de ver o mudo para o arquiteto, com Rodrigo Ohtake. 18h ENTREVISTA: 20 anos no limiar entre design e arte – oferecida por 31 Mobiliário, com Zanini de Zanine.   26/11 SÁBADO 10h TALK: Lar multigeracional – como tornar a casa um ambiente acolhedor para pessoas de diferentes idades, com Amanda Chatah, Flavia Ranieri e Patricia Pomerantzeff. 12h TALK: Quais os benefícios do filtro de barro e de trocar a garrafa de PET por papel? – oferecido por Água na Caixa, com Fabiana Szwarcgun e Daniel Virginio. 16h Pigmentos, efeitos e tendências para o design do futuro – oferecido por Merk, com Fabien Darche. 18h TALK: Alma em madeira: grandes designers brasileiros trabalham seu material preferido, com Barbara Heckler, Luiz Ferraz, Paulo Alves, Fernando Mendes, Fernanda Barreto, Hugo França, Julia Krantz, Morito Ebine e Ricard
o Graham.   27/11 DOMINGO 12h ENTREVISTA: Diário de um fotógrafo de arquitetura: histórias, curiosidades e bastidores da profissão, com Fran Parente. 15h30 PALESTRA: Por uma arquitetura mais aberta ao entorno e amigável às pessoas, com Fernando Vidal, da Perkins&Will. 17h ENTREVISTA: Previsões para a vida e para a casa em 2023, com Pam Ribeiro, a Bruxa Preta.   Serviço Casa Vogue Experience De 23 a 27 de novembro Rua Groelândia, 1478 - Jardim América, São Paulo Das 9h às 20h
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foursolucoes · 2 years
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Ninguém mais sabe Contabilidade e isso é um problema para toda a empresa
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Alguns dias atrás, em uma conversa com colaboradores, usei a frase do título. Sou arquiteto de soluções e estou constantemente em contato com os clientes que necessitam solucionar algum problema envolvendo tecnologia. Apesar de assuntos como ESG, Compliance e Marketing estarem surgindo com mais frequência, a principal dor das empresas ainda diz respeito aos processos contábeis e financeiros. Dinheiro sempre será o maior problema e tratar bem dele é essencial. Geralmente os problemas da Contabilidade estão relacionados a cruzamentos de dados, em especial aquelas que envolvem agrupamentos de dados. Imagine, por exemplo, o cruzamento de um lançamento de compra no valor de R$ 1.000,00, feita por cartão de crédito, cujo pagamento foi realizado em cinco parcelas. Haverá, portanto, cinco lançamentos na confirmação do cartão de crédito. O famoso “matching”! Pode parecer fácil, mas quando tratamos de planilhas de milhares de linhas e milhares de transações em ambos os lados, a dificuldade aumenta consideravelmente. Você pode pensar ainda que, de forma geral, usando funções e macros, é possível resolver esse problema. Você não está errado, mas o tempo de processamento, a dificuldade de montar essas regras, além da quantidade de dados trabalhados podem tornar o processo uma montanha russa. Além disso, o que encontro normalmente são empresas fazendo esse tipo de operação manual, com horas de colaboradores sendo usadas em uma operação de localizar, somar e transportar dados de uma planilha para outra... E isso, sem sombra de dúvidas, não é Contabilidade. Então, o problema não é Contabilidade, é simplificar ou eliminar os processos que não necessitam de conhecimento específico, para permitir que os funcionários possam ter foco no que é próprio da sua função, analisar os dados! Uma pesquisa do grupo The Hackett mostra que para 69% dos líderes de Finanças e Contabilidade os principais inibidores do fechamento financeiro continuam sendo processos manuais como planilhas, reindexação, reconciliação e busca de dados e erros. Outro estudo, realizado pela Association of Charted Certified Accountants, revela que 90% das planilhas contêm erros graves, mesmo aquelas que passam por testes de validação meticulosos apresentam 1% ou mais células com erros. Como resultado, qualquer processo que é dependente de planilhas produzirá resultados imprecisos. Executivos financeiros, contadores e analistas estão frustrados por gastar muito tempo em trabalhos não estratégicos, inundados em atividades transacionais e sem tempo para melhorar os processos em si. Quando delegamos essas tarefas corriqueiras de matching para um ser humano, deixamos de aproveitar o tempo, a energia e disposição dessa pessoa para algo que só ela é especialista: a análise dos dados! Automação pode e deve ser a solução! De acordo com a PwC, as melhores organizações financeiras automatizadas operam a um custo 40% menor do que seus pares e gastam 20% a mais de tempo na análise de dados versus a coleta de dados. Ao incorporar a padronização de processos, a automação tecnológica e análise constante, a área de Finanças avança para além da execução contábil transacional e se torna parceira estratégica do seu negócio. Então, desculpem pela frase do título, ela não é real. O que acontece é que, no final, esperamos que o analista faça análises, o que não acontece se estão atulhados em operações de matching. E o matching pode e deve ser feito automaticamente pelo computador. Isso aumentará tanto a produtividade da equipe contábil e financeira, como reduzirá os erros comuns em uma análise manual. Por: Mário Neto é Advogado, Data Engineer e Especialista em robotização de processos na MarketTrends, distribuidora de soluções líderes globais e locais para pessoas e processos mais eficientes e negócios em conformidade. Fonte: Contábeis Read the full article
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17 de Junho de 2022.
Quando você chegou, tudo estava arrumado. Do meu jeito. Do jeito de sempre. Do jeito que eu gosto. Do jeito que eu escolhi arrumar.
Tudo já estava pronto. Do meu jeito. Do jeito de sempre.
Mas aí, você chegou.
E eu já tinha um script. Eu sempre tenho (pra tudo). O script já estava escrito, eu seguia ele toda vez. Todos seguiam o script toda vez. Só funciona se seguir o script. É sempre da mesma forma. A cena começa, eu me apresento; me armo, me explico, me desenho, arquiteto toda a frente de batalha; o objetivo na minha mente é sempre muito claro: eu não posso perder, e pra isso tenho que mostrar meu exército! E aí eu danço, canto, faço de conta. Me entrego, exagero, me contenho... Começo a pensar demais, começo a ter medo de começar a ter medo. E desisto. Desisto porque recuar antes de perder a batalha significa que eu não perdi. Não abaixo minha cabeça (nunca). Eu só recuo. Volto ao início.
Mas aí, você chegou.
E a minha lembrança é toda meio nublada, porque foi de repente!
Você chegou e nem pediu permissão.
Você chegou, pegou minha mão e me levou, me arrastou. Sem perguntar, sem questionar, sem querer saber qual era o meu script. Você não seguiu meu script. Eu nem consegui te dizer que havia um. Eu só fui afogada numa realidade muito muito muito diferente de tudo e qualquer coisa que eu já tinha vivido!!!!
Você chegou. E eu não tive tempo de me apresentar, me explicar, me desenhar, me armar.
Você me desarmou. Antes mesmo de eu mostrar minhas armas e minha armadura pra você. Antes de eu tentar te provar que você deveria ter medo, que eu não perco nunca, que eu tô sempre pronta pra batalha. Antes mesmo de eu armar minha frente de batalha, você me levou num lugar onde não tem guerra. Onde eu não preciso me armar. Onde eu não precisei vestir a armadura, não precisei convocar meu exército. Onde eu aprendo a não seguir scripts (o que é um desafio pra mim). Você pegou minha mão e me arrastou pra esse lugar. Com você, eu vivo nesse lugar.
E quando eu me vi ali, tudo que eu achava já estar arrumado, ajeitado, pronto, você havia bagunçado. Eu não tive tempo de dar nem um discurso, nem o prólogo da peça você leu. Eu estava vivendo mais um mês na minha vida.
Mas aí, você chegou.
Eu era feliz. Mas aí, você chegou.
E agora o que eu vivo não é felicidade. O que a gente vive é plenitude.
Eu era feliz. Mas aí, você chegou. E me transbordou.
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Planta de casas com 4 quartos para sítio – Dicas e inspirações para seu projeto
A planta de casas com 4 quartos para sítio é um projeto ideal para famílias grandes com crianças e outros parentes como os avós morando junto na casa. É uma ideia de estrutura que exige uma boa metragem de terreno, mas nada que um planejamento estratégico do espaço não resolva. Geralmente, locais retirados da cidade são ótimas opções para construção de um sítio.
Saiba que para um projeto de casa grande no sítio é preciso considerar alguns pontos. Como por exemplo, o melhor aproveitamento do terreno e implantação de um local aconchegante e de lazer. No artigo de hoje vamos trazer ideias com planta de casas com 4 quartos para sítio, com sugestões de casa térrea, dois ou até três pavimentos.
Boa leitura!
Planta de casas com 4 quartos para sítio – Veja as dicas na hora de construir
Pode ser um pouco difícil encontrar imóveis prontos para morar com vários quartos. Por isso a ideia é investir em um projeto de planta de casas com 4 quartos para sítio. Ideal para aproveitar os ambientes rurais, os sítios são muito usados para criação de animais, espaço para relaxar e reunir toda a família. Mas para que isso seja possível, é indispensável pensar na planta conforme a demanda da família, considerando os detalhes do terreno e espaço adequado para relaxar. Abaixo selecionamos algumas dicas antes de construir.
Aproveite melhor o terreno da casa
Para construir uma casa no sítio com 4 quartos é preciso aproveitar da melhor forma o terreno destinado para o projeto. Mesmo que o terreno seja em um local com desníveis, o arquiteto consegue adaptar a planta baixa da casa, aproveitando cada centímetro para personalizar cada ambiente da casa.
Faça uma obra legalizada
Saiba que é indispensável que a obra seja legalizada. Por isso, procure um profissional qualificado para desenvolver o projeto com planta de casa com 4 quartos para sítio e não se esqueça de regulamentar junto ao órgão da sua cidade. É preciso ter as licenças e autorizações da prefeitura para começar a executar a obra, construindo um espaço seguro e com um projeto que atenda às necessidades da família.
Considere as necessidades da família
Um ponto importante será considerar todas as necessidades da família, como a exigência de mais espaços para os quartos, implantação de closet e suítes nos ambientes. Também pode haver a necessidade de adicionar espaços integrados como sala e cozinha para reunir a família. Não podemos esquecer da área de lazer. Você pode apostar em um projeto externo com piscina, quiosque, lagoa com peixes e área de festa com churrasqueira.
Monte uma estrutura aconchegante e funcional
A ideia é que o projeto de casa com 4 quartos no sítio seja o mais aconchegante possível, considerando também a funcionalidade do espaço. Uma varanda grande no térreo ou sacada nos quartos pode fazer toda a diferença na hora de criar um ambiente mais aconchegante. E para tornar o ambiente mais funcional, invista em quartos com suíte, closet, área para living e para o casal uma suíte master.
Inspirações para planta de casas com 4 quartos para sítio
O planejamento é tudo para desempenhar um projeto arquitetônico funcional e aconchegante. Por isso, separamos também algumas inspirações para planta de casas com 4 quartos para sítio. Confira!
Planta térrea de casa com 4 quartos no sítio 
Se você possui um terreno com uma boa metragem, a dica é investir em um projeto com planta térrea de casa com 4 quartos no sítio. Nesse estilo de planta você precisa priorizar os espaços integrados com cozinha e sala, banheiro social perto desses cômodos e quartos mais afastados para manter a privacidade dos moradores. Você pode investir em uma planta quadrada, em L ou aproveitar todos os espaços do terreno com desníveis, criando cômodos elevados.
Casa com dois pavimentos no sítio 
Já para os terrenos mais limitados, a dica é apostar em uma planta de casa com dois pavimentos no sítio. Aproveite para usar o segundo pavimento para os quartos, criando um ambiente integrado para descanso da família. No piso térreo, aposte nas áreas comuns com cozinha, sala e banheiro social.
Plantas de casas com 4 quartos e suíte
As plantas de casas com 4 quartos e suíte em ambientes rurais é destinada para famílias que desejam relaxar, já que o banheiro no quarto traz todo o conforto para o dia a dia do morador. Faça um projeto com suítes e closet em cada quarto aproveitando cada espaço do ambiente. Outra dica é posicionar os quartos para o fundo do imóvel, caso você queira mais privacidade na sua rotina. 
Casa com 4 quartos no sítio com piscina 
A casa com 4 quartos no sítio com piscina é ideal para famílias que não abrem mão de uma área de lazer aconchegante, já que no verão as piscinas são as primeiras opções para se refrescar. Aproveite o projeto para construir um modelo de piscina em meio a natureza usando um deck de madeira para acesso, com espaço para realização de refeições ao ar livre e reunir as pessoas que mais gosta.
Planta de casa no sítio com 4 quartos e living 
Para famílias com filhos adolescentes, uma dica é planejar uma planta de casa no sítio com 4 quartos e um living. O living é um espaço para socialização, podendo acompanhar ou não outros ambientes no mesmo espaço. No caso de uma casa com vários quartos, uma dica interessante é apostar no living integrado aos quartos, permitindo um hall de entrada social e divertido para construção de uma biblioteca em casa, por exemplo.
Casa de três andares com 4 quartos para sítio
Para melhor aproveitar o seu terreno, aposte em uma casa de três andares com 4 quartos para sítio. Essa é uma proposta para casas modernas, estilo minimalista e também para quem curte a decoração rústica. A ideia é aproveitar os andares superiores para construção dos quartos, criando um ambiente privado para as crianças no segundo pavimento. A suíte do casal ficaria no terceiro pavimento, criando uma planta funcional e moderna.
Essa dica de planta de casas com 4 quartos para sítio é ideal para construções em terrenos altos, montanhosos e estreitos. Podendo apostar em uma área de lazer grande, sacada nos quartos e uma varanda gourmet no terceiro piso exclusiva para o casal.
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renatoprd · 2 years
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Outros bartlebys
Qual a sua opinião sobre o aborto? – foi a primeira pergunta descartada. “Melhor não”, murmurou Alemão. Fernando e seu chefe Roberto avaliavam as perguntas que chegavam do público, os muito ricos da cidade. Alemão, o marqueteiro da campanha, dava a palavra final. De toda forma, a dupla de redatores já tinha alguma ideia dos temas que era melhor evitar. Política partidária, por exemplo. O presidente do partido estava na fileira da frente e até discursou antes de a pré-candidata subir ao palco. Como fazer diferente em um partido como o seu?, Vai ter conchavo, esquemão?, A senhora vai botar fim na cultura da propina para o Centrão?. “Melhor não”, ecoou o marqueteiro, enquanto embolsava as intervenções mais críticas à chapa. 
Fernando espiava a audiência. Todos os convidados, mais de cem, estavam dispostos confortavelmente no amplo jardim da casa, uma residência – assim a descreve o livro que cataloga a obra do arquiteto responsável pelo projeto – caracterizada pela associação de uma estrutura metálica com a cobertura de telhas de cerâmica, solução que une elementos tradicionais com novos sistemas capazes de gerar rapidez, limpeza na obra e economia de materiais, com pé-direito duplo e que constituía um edifício excepcional, pela sua capacidade de síntese e pelo detalhamento preciso das partes. Moradia, tema fácil de contornar com lugares-comuns – “reduzir o déficit, aproveitar o que já existe e está desocupado, adensar as cidades”. Qualquer pergunta passa.
Quanto a segurança urbana, entregariam ao mediador da conversa uma reformulação de duas ou três perguntas que propunham a unificação, entre as polícias, dos dados sobre crimes no país. Você vai legalizar a maconha? – nem pensar. Fernando deixou escapar um suspiro e depois um sorriso maldoso ao se lembrar de Juan Rulfo, sobre quem tinha lido recentemente num livro do Vila-Matas. Quando parou de escrever, o mexicano costumava botar a culpa dessa renúncia na morte do tio, fonte de toda a sua inspiração. Mas Juan Rulfo não tinha só a história de seu tio Celerino para justificar que não escrevia. Às vezes recorria aos maconheiros.
– Agora – dizia ele – até os maconheiros publicam livros.
“Nenhuma sobre o amor?”, brincou Fernando em silêncio. Ordenava os cartões e percebia que as perguntas começavam a se tornar previsíveis. Pinçava e copiava uma e outra frase de longos arrazoados muitas vezes sem nexo entre as partes – moradores de rua pedem dinheiro por Pix!, era a conclusão de um parágrafo que propunha enxugar a máquina pública por meio da informatização dos serviços oferecidos pelo Estado. Com a ajuda do chefe, o rapaz reelaborava os textos e passava os cartões novos pra frente. Ordenava e copiava – mecanicamente.
Tampouco à literatura escapa o procedimento do copista. Uma personagem secundária da história da filosofia que sempre chamou a atenção de Fernando era a flautista que a princípio participa do famoso banquete de Agatão, e que é dispensada assim que os convivas encaminham a soirée para uma competição de discursos sobre o amor. “Como então”, continuou Erixímaco, “é isso que se decide, beber cada um quanto quiser, sem que nada seja forçado, sugiro então é que mandemos embora a flautista que acabou de chegar, que ela vá flautear para si mesma, se quiser, ou para as mulheres lá dentro.”
– Prefiro não fazê-lo – é o que retrucaria a flautista na versão do simpósio de Fernando. Ninguém entende nada, a mulher fica, toca, o simpósio não acontece, vira carnaval. Todo o debate sobre o amor está de repente um par de séculos atrasado, e talvez hoje em dia a gente não sofresse tanto depois de tomar um fora... 
“Você percebeu?”. “Não” – Fernando acordou num sobressalto. “Ela acabou de usar a mesma frase que disse na entrevista pra Veja e que depois virou olho” – notou Roberto. “Olha só... Autoplágio. Não chegou mais nada?”. “Nada”. Eram quase oito e meia, o evento estava pra terminar. Fernando desbloqueou a tela do celular e deu com as mensagens de Marina: isso é um absurdo – como essa menina pode rotular você de um jeito tão conclusivo? – só com três encontros! – absurdo – descartar alguém nesses termos – ela quer alguém só pra ficar chapado com ela o tempo todo – isso foi um livramento, Fernando – você não merece isso – não merece essa maconheira. 
Ainda pensou em pedir ao Alemão alguns dos papéis descartados, com as perguntas mais indiscretas e esdrúxulas da noite, mas sabia que aquele era um material precioso para o marqueteiro. Melhor não.
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apcomplexhq · 5 months
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✦ Nome do personagem: Lee “Nico” Beomseok. ✦ Faceclaim e função: Eunwoo - Astro. ✦ Data de nascimento: 30/03/1997. ✦ Idade: 26 anos. ✦ Gênero e pronomes: Masculino, ele/dele ✦ Nacionalidade e etnia: Suíço, coreano. ✦ Qualidades: Corajoso, sincero, aventureiro. ✦ Defeitos: Teimoso, apressado, provocativo. ✦ Moradia: Asphodel Meadows. ✦ Ocupação: Segurança — Dionysus Lounge. ✦ Twitter: @AM97LB ✦ Preferência de plot: CRACK, FLUFFY, ROMANCE/SHIPPING, SMUT. ✦ Char como condômino: É uma presença acolhedora e participativa. Sua personalidade cordial e atenciosa se destaca nos eventos temáticos.
TW’s na bio: Acidente, acidente de avião, morte
Biografia:
Numa noite fria e estrelada nas montanhas suíças, Lee Beomseok, o herdeiro de uma fortuna construída nos sólidos alicerces dos serviços financeiros, viu sua vida mudar de rumo abruptamente. Nascido em 30 de março de 1997, ele cresceu envolto no luxo, mas a tragédia do acidente aéreo que tirou seus pais o deixou desnorteado e com uma pesada herança. Os pais de Beom, magnatas dos serviços financeiros, eram arquitetos habilidosos de fortunas e investimentos. Sua infância foi regada por banquetes de negócios e planos delineados em gráficos e relatórios. A pressão de dar continuidade a esse legado moldou sua educação, guiando-o para uma trajetória predestinada nos negócios.
No entanto, a tragédia que tirou a vida de seus pais tornou insustentável a permanência de Lee na Suíça. O peso do luto e da responsabilidade esmagadora dos negócios o levaram a uma decisão dolorosa: abandonar o luxo e a opulência que antes chamava de lar. Procurou refúgio nos corredores da Acropolis Complex, decidido a construir uma nova vida longe das sombras de seu passado. Ele se tornou um segurança na Dionysus, não apenas como uma mudança de carreira, mas como uma fuga das memórias que o atormentavam.
Enquanto o garoto enfrentava seu emocional abalado por perder seus pais, também existia a ameaça iminente de colapso financeiro da empresa de sua família. Determinado a preservar o legado construído por seus pais, ele mergulhou nas negociações remotas e na gestão da empresa à distância. A solução veio na forma de parcerias estratégicas e na ampliação dos serviços oferecidos pela empresa. O rapaz, mesmo separado fisicamente, utilizou sua visão de longo prazo e habilidades empreendedoras para garantir que a empresa se diversificasse e se adaptasse às mudanças no mercado.
O suíço teve uma ideia para a casa em que cresceu, estava determinado a transformá-la em um farol de esperança, contratou uma equipe dedicada para renovar a residência, convertendo-a em um santuário para refugiados de diversas partes do mundo. Onde antes eram banquetes de negócios, agora ecoavam risos e histórias de recomeço. O alívio de estar longe transformou-se em gratidão por poder criar um novo significado para o lugar que um dia representou um fardo para si.
Enquanto morava na Coreia, Seok descobriu uma nova força interior. Ele não apenas manteve os negócios de sua família à tona, mas também encontrou um lugar onde agora chamava de lar, onde podia viver sua vida da forma que queria, sem pensar ou viver o luto diariamente. A empresa prosperou, e, mesmo distante de seu país natal, continuou a ser o alicerce que mantinha não apenas a fortuna, mas também o legado da família Lee.
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arquivosmagnusbr · 3 years
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MAG026 — Uma Distorção
Caso #0160204: Depoimento de Sasha James, assistente de arquivo do Instituto Magnus, Londres, a respeito de uma série de aparições paranormais.
Ouvir em: Spotify | ACast | Youtube
Aviso de conteúdo: irrealidade, alucinações, manipulação emocional, violência física, insetos (vermes), horror corporal, tripofobia
Tradução: Júlia Lacerda
ARQUIVISTA
Tem certeza de que você tá bem pra fazer isso agora? Você pode tirar alguns dias de folga pra se recuperar, se precisar.
SASHA
Não, tá tudo bem. O Tim foi pegar um café pra mim, e eu prefiro falar disso enquanto ainda tá fresco na minha mente. Aliás, você não deu folga pro Martin quando ele teve uma experiência ruim.
Arquivista: O Martin teve que começar a morar nos arquivos. Quer dizer, não tinha como eu dar a ele uma folga no escritório. De qualquer forma, ele não foi ferido.
Sasha: Foi só um arranhão, John. Eu vou ficar bem. Podemos começar?
Arquivista:  Ok. Depoimento de Sasha James, assistente de arquivo do Instituto Magnus, Londres, a respeito de...
Sasha: Vamos apenas chamar de "uma série de aparições paranormais".
Arquivista: Depoimento gravado direto do indivíduo em 2 de abril de 2016.
Sasha: Certo. Bem, tenho certeza de que você já sabe como eu estava cética sobre o quão perigosa essa Jane Prentiss é quando você sugeriu que o Martin ficasse no arquivo. Quer dizer, não que eu não tenha acreditado nele sobre o que aconteceu, só parecia... Bom, o Martin é um ótimo pesquisador, mas seus instintos de autopreservação não são lá muito fortes e, pra ser sincera, pensei que se essa Prentiss fosse mesmo esse perigo todo que todo mundo pensa, então ele com certeza já estaria morto.
Não me entendam mal — digo, eu li os mesmos depoimentos e perfis que você, então eu sei quantas pessoas morreram por causa dela. Foram o quê, seis funcionários do hospital quando ela foi admitida pela primeira vez?
Arquivista: Seis por infestação e um sétimo com o pescoço quebrado durante a fuga dela.
Sasha: Mas isso foi dois anos atrás, e seja lá o que ela for agora, parece que sua condição está degenerando. Eu só não sabia quanto dano ela ainda seria capaz de causar. Então, acho que... Eu não tomei tanto cuidado quanto deveria quando estava entrando no Instituto ontem. A questão é: eu ainda não tenho certeza do quão ameaçadora ela é. Já vi vários desses vermes prateados se contorcendo lá fora, assim como você, e eu fiz questão de pisar neles todas as vezes. O que aconteceu só tornou as coisas mais... complicadas, eu acho. Não sei direito o que pensar.
Vou começar com a primeira coisa que eu notei. Eu moro perto de Finsbury Park e o meu prédio é antigo — vitoriano, eu acho — e apesar de ter sido reformado e muito bem conservado, ele tem várias peculiaridadezinhas estranhas. Uma delas é as janelas. As janelas de dentro dos apartamentos são boas, mas as escadarias têm vidros ligeiramente distorcidos, onde as janelas têm aquelas bolhinhas. Olhar para a rua abaixo pode ser um pouco esquisito, pois o vidro desvia a luz e distorce o que quer que esteja abaixo dele. Eu nunca prestei muita atenção nisso até alguns dias atrás, mas não é uma coisa nova.
Foi anteontem que eu vi pela primeira vez. Quando eu desço as escadas pela manhã, às vezes gosto de passar alguns segundos olhando pela janela para as pessoas na rua lá embaixo. Eu mexo a cabeça para vê-las através do vidro distorcido, e elas se deformam como em um espelho de um parque de diversões. É meio idiota, mas eu tenho um trajeto bem monótono até chegar em Victoria, então me divirto como posso. Bem, naquela manhã parei diante da janela e notei que uma das figuras deformadas abaixo estava... meio estranha. Parecia muito alta, os membros e o corpo eram muito finos e quase ondulados, como se não tivessem nenhuma estrutura ou ossos. Eu não conseguia distinguir um rosto, mas as mãos eram o mais bizarro. Elas pareciam estar esticadas e infladas pela luz distorcida, até ficarem quase do tamanho do resto do torso. Os dedos eram longos e rígidos e pareciam terminar em pontas afiadas. Ele estava completamente imóvel, e eu podia senti-lo me encarando.
Movendo a cabeça para o lado, vi que a pessoa para quem eu estava olhando era um homem grande com longos cabelos loiros. Ele não estava parado e nem estava de frente para mim, na verdade ele andava ao redor da vitrine da floricultura em frente ao meu prédio. Nada sobre o cara parecia especialmente fora do normal, mas fiz uma nota mental pra ficar de olho nele. Olhei de novo por trás das bolhas do vidro distorcido, e de novo eu vi aquela figura alta com seus braços flácidos e mãos enormes.
Olha, você me conhece, John. Eu não sou exatamente a pessoa mais corajosa do mundo, eu geralmente evito o terror e tendo a ficar longe das montanhas-russas nas raras situações em que tenho a chance de andar nelas. Então eu fiquei tão surpresa quanto todo mundo que essa figura inegavelmente sinistra não estava me causando mais angústia. Quer dizer, eu estava um pouco nervosa, claro. Eu nunca tive nenhuma experiência direta com o sobrenatural antes e quanto mais eu olhava, verificava e verificava de novo, mais certeza eu tinha de que "sobrenatural" era exatamente o que aquilo era. Para ser sincera, eu fiquei surpresa com o quão rápido eu aceitei isso. Sempre me considerei meio cética e, até recentemente, eu diria que trabalhar no Instituto só me tornava ainda mais cética.
Enfim, eu observei por cerca de dez minutos, até que o homem loiro comprou um pequeno ramo de lírios e foi embora. Assim que ele se foi, a figura distorcida com as mãos longas também desapareceu. Desci para a rua e fui até a floricultura. A mulher que trabalhava lá me lançou um olhar um tanto confuso quando eu perguntei se havia apenas um homem alto e loiro em sua loja. Ela disse que sim, havia; e não, ela não tinha notado nada de estranho; e se eu estava querendo comprar flores. Eu também fiquei bem confusa e meio nervosa quando saí. Eu já estava atrasada para o trabalho, então decidi ignorar e apenas ficar de olho.
Como esperado, não demorou muito para que eu o visse novamente. Há um pequeno café onde eu geralmente entro quando vou para o trabalho de manhã. Eu amo o prédio do Instituto, claro, é lindo, mas do ponto de vista financeiro, eu realmente gostaria que não fosse em Chelsea. Tudo por aqui é tão caro. Eu geralmente desço na estação Victoria. É uma caminhada longa, mas muito bonita, e me dá a chance de pegar um café no caminho. Como eu disse, eu estava atrasada naquela manhã, então fiquei meio indecisa sobre se eu deveria comprar um, mas quando olhei pela janela, vi uma figura familiar em uma das mesas no canto. Mais uma vez, o loiro não estava olhando na minha direção, nem parecia dar qualquer indício de que sabia da minha existência. Mas ele estava lá, e eu estava prestes a entrar e confrontar ele quando percebi a hora e decidi que ir para o trabalho era mais importante. Além disso, como é mesmo aquele velho ditado? “Uma vez é acaso, duas vezes é coincidência, três vezes é ação inimiga”. Decidi que se ele aparecesse uma terceira vez, eu perguntaria... alguma coisa. Eu não sei bem o que eu estava planejando perguntar a ele. "Você secretamente é um monstro?" provavelmente teria sido um ótimo começo.
Quando cheguei aqui, percebi que não precisava ter me preocupado tanto com o tempo. Você estava discutindo com o Tim sobre... hum, quem é aquele arquiteto por quem ele está obcecado?
Arquivista: Robert Smirke.
Sasha: É, esse mesmo. Então, eu estava começando a me arrepender de não ter pego um café e conversado com o monstro alto e loiro, já que não parecia que eu teria perdido muita coisa. Continuei meu trabalho, fiz alguns arquivamentos, comparei alguns depoimentos com relatórios de incidentes da polícia. Quer dizer, acho que não preciso dizer o que um dia de trabalho nos arquivos envolve. Foi um dia tranquilo, exceto quando o Martin pensou ter visto um daqueles vermes prateados e passamos meia hora procurando por ele.
Arquivista: Sim. Eu lembro.
Sasha: Qual é, não é culpa dele estar sendo perseguido por uma colmeia ambulante esquisita.
Arquivista: Eu sei, mas tinha que ser o Martin, né? Quer dizer, tudo que dá errado por aqui, sempre parece acontecer com ele. Enfim, estamos saindo do assunto. Por que você não relatou isso?
Sasha: Sério? Se uma pessoa normal viesse com essa história, você teria rasgado esse depoimento em pedaços. Não, eu decidi que conseguiria mais evidências ou nem valeria a pena comentar. Nada mais aconteceu até eu sair do trabalho. Devia ser cerca de seis e meia, então o sol estava quase começando a se pôr e eu voltei para Victoria. A primeira coisa que notei fora do comum foi que o café ainda estava aberto. Normalmente fecham por volta das seis horas, mas as luzes estavam acesas e a porta aberta. Não consegui ver ninguém atrás do balcão, porém, e havia apenas um cliente. Ele estava sentado exatamente na mesma posição que estivera naquela manhã, bebendo o que poderia facilmente ser exatamente o mesmo café.
Olhei em volta para ver se havia mais alguém que pudesse confirmar o que eu estava vendo. A rua estava vazia, mas quando eu olhei, um carro passou. No vidro curvo das janelas escuras, eu o vi ali — o corpo estranho e distorcido, magro e flácido, as mãos enormes e afiadas. E então o carro passou e eu me virei para ver um homem normal. Mas agora, pela primeira vez, ele estava olhando para mim. Ele gesticulou para a cadeira em frente a ele, claramente me convidando para entrar. Não sei por que eu não estava com mais medo de entrar lá, mas eu não estava. Minha curiosidade aparentemente superou meu nervosismo.
Ele não falou quando eu me sentei e vi que sua xícara de café estava vazia. O que quer que estivesse dentro havia secado horas atrás. Ele parecia estar esperando que eu lhe fizesse uma pergunta, então eu perguntei o que ele era. Ele riu disso, o primeiro som que eu o ouvi fazer, e parecia... anormal. Como se ele estivesse rindo baixinho, mas alguém tivesse aumentado o volume para que eu pudesse ouvir. Ele disse que não importava o que ele era, que ele não poderia descrever mesmo se quisesse. Qual foi a frase que ele usou? “Como uma melodia se descreveria quando questionada?”
Isso me deixou um pouco desconcertada, pra ser sincera, e eu disse a ele que se ele fosse falar em charadas idiotas, eu simplesmente iria embora. Ele acabou se desculpando e disse que eu poderia chamá-lo de Michael. Eu não queria chamá-lo de Michael; não parecia encaixar, de alguma forma, e a maneira como ele falou me fez pensar que aquele definitivamente não era o nome dele. Ainda assim, não era como se eu tivesse qualquer outro nome pra ele. Não, não pra ele. Para aquilo.
Ele ficou lá, claramente esperando que eu fizesse outra pergunta, então eu fiz. Eu perguntei o que ele queria, e ele me respondeu que queria ajudar.
Arquivista: Ajudar? Com... o quê?
Sasha: Foi o que eu disse. Ele queria deter a Jane Prentiss? Ele riu aquela risada estranha de novo e me disse que eu não fazia ideia do que realmente estava acontecendo. Mas não parecia que ele tinha qualquer intenção de me dizer, só parecia que ele estava se divertindo com as minhas tentativas de entender. Aí ele disse que não se importava se eu ou os meus companheiros vivêssemos ou morrêssemos, mas que “a colmeia de carne era sempre imprudente”. Ele disse que queria fazer amizade. Quando disse isso, ele colocou a mão sobre a minha, e podia até parecer uma mão humana, mas era pesada. Parecia uma... bolsa de couro molhada cheia de pedras pesadas. Pedras afiadas.
Eu puxei minha mão rapidamente e me levantei para sair. A essa altura, eu já estava cansada dessa coisa estranha que parecia uma pessoa, mas não era uma pessoa, e falava em enigmas. Ele nem se moveu pra me impedir quando eu me dirigi para a porta. Quando eu estava prestes a sair, porém, ele me chamou e disse que se eu estivesse interessada em salvar a sua vida, ele estaria esperando no Cemitério de Hanwell.
Arquivista: Espera, salvar a minha vida?
Sasha: É. Ele falou o seu nome. O seu... E o do Martin. E o do Tim.
Arquivista: Isso é... preocupante.
Sasha: Foi mesmo. Na hora, eu só tentei ignorar — fui para casa e dormi o máximo que pude. Não sei se você percebeu como eu estava cansada ontem, com as piadinhas de primeiro de abril do Tim e tal.
Arquivista: Nem me lembre.
Sasha: Bom, eu tava meio exausta. Eu dei uma olhada no café no caminho até aqui e no caminho de volta pra casa. Eu até fui lá durante o meu almoço, mas Michael não estava lá. Parte de mim queria te contar isso imediatamente, prestar um depoimento, mas mesmo se você acreditasse em mim, eu sabia que você tentaria me convencer a não ir ao Cemitério de Hanwell, e eu tinha acabado de decidir que eu iria. Eu não sabia se o que Michael havia dito era uma ameaça, um aviso ou só uma mentira, mas decidi que não podia correr o risco. Então eu fui ao cemitério.
O sol estava começando a se pôr quando cheguei lá, e os portões do cemitério estavam iluminados com o laranja brilhante da luz desaparecendo. Tinha chovido mais cedo naquele dia, e as poças de água refletiam as cores vivas do céu. Hanwell é um cemitério antigo e, além dos muros, eu pude ver as lápides velhas e desgastadas em silêncio. No fim das contas, eu não precisei entrar.
Michael estava esperando por mim próximo aos portões altos de ferro quando eu cheguei. Vislumbrei seu reflexo em uma das poças fundas de água da chuva e estremeci ao ver de novo — o corpo deformado e as mãos ossudas e inchadas.
Ele não disse nada quando eu cheguei, apenas acenou para que eu o seguisse. Não faço ideia de quanto tempo ele ficou parado ali, esperando por mim. Eu esperava que fossemos para o cemitério, mas em vez disso Michael começou a descer a estrada em direção a uma fileira de casas ali perto. A placa na estrada dizia "Azalea Close". A maioria dos prédios estava em bom estado de conservação, mas havia um no final que parecia abandonado. Pode ter sido um pub em algum momento, mas agora todas as janelas estavam forradas com placas de metal e cobertas de sujeira e pichações. A porta, no entanto, estava aberta e balançando suavemente. Michael entrou, claramente esperando que eu o seguisse, então eu fui.
O interior estava escuro e empoeirado. Eu fiquei brava comigo mesma por não ter pensado em trazer uma lanterna, mas só o suficiente do sol poente entrava pela porta para que eu pudesse enxergar. Claramente tinha sido um pub, e o bar parecia estar intacto, embora estivesse repleto de carunchos. Em cima dele estava o que parecia ser um kit de construção, com uma caixa de ferramentas e um pequeno extintor de incêndio. Eu estava prestes a perguntar ao Michael por que estávamos ali, quando ouvi. Um gemido baixo e úmido vindo do outro lado da sala, onde a luz não alcançava. Parecia alguém com bastante dor.
Eu caminhei em direção ao barulho. Conforme eu me aproximava, meus olhos começaram a se ajustar e eu vi que o chão estava coberto de formas pálidas e contorcidas. Eu ouvi o depoimento do Martin depois que você o gravou, então eu sabia o que esperar. Mas ouvir sobre algo não chega nem perto do que é ver. Do que é sentir o cheiro. Eu esperava ver o que o Martin descreveu, uma massa contorcida que um dia já foi Jane Prentiss, mas a figura caída contra a parede parecia ter sido um homem. Os vermes se contorciam para dentro e para fora através dos buracos em sua pele. A "colmeia de carne", como Michael tinha chamado, e as coisas prateadas formavam bolas aglomeradas onde seus olhos costumavam estar. Não consegui evitar. Eu arfei.
Não foi um som alto, e considerando o quão enojada toda a situação me fez sentir, acho que eu estava até que bem tranquila. Foi alto o suficiente, no entanto. A cabeça girou para me encarar, jorrando uma pequena cascata de figuras retorcidas. A boca se abriu quando ele tentou gritar, mas não foi isso que saiu de sua boca. Os vermes também pareciam ter percebido e começaram a se mover em minha direção em uma velocidade alarmante. Eu recuei, mas escorreguei em um pedaço de madeira solta e caí no bar. Olhei desesperada para Michael, mas ele apenas assistia, seu rosto indecifrável.
Comecei a tentar pisar nos vermes enquanto eles se aproximavam, mas havia muitos deles. Me levantei cambaleando, senti minha mão pousar em algo frio e metálico — o extintor de incêndio. Sem pensar, puxei o pino e apertei a alça. Uma nuvem de gás foi disparada e, pra minha surpresa, os vermes prateados começaram a estremecer e recuar, murchando e morrendo. Comecei a andar pra frente, pegando cada um deles com o jato de gás. Finalmente, me vi de pé em frente à massa de pele esburacada e oca que um dia foi um homem. Ele estremeceu quando o gás o engoliu, e então ficou imóvel.
Eu estava respirando pesadamente e o CO2 do extintor de incêndio estava me deixando tonta. Por algum motivo, achei que deveria olhar os bolsos dele. Eles estavam vazios, exceto por uma carteira. Estava manchado de sangue e outras substâncias, mas o nome na carteira de motorista ainda era legível: Timothy Hodge.
Enquanto eu estava lá, olhando a carteira, senti uma dor aguda no meu braço direito. Eu olhei para cima para ver Michael com em mão no meu ombro. Seus dedos eram longos e distorcidos enquanto agarravam a minha pele, cortando-a como papel. Eu gritei. Depois de alguns segundos, ele retirou a mão. Preso ali havia um único verme prateado, se contorcendo pateticamente nas garras dele. Eu nem tinha sentido aquela coisa escavando o meu braço.
Depois disso, tudo fica um pouco embaçado. Lembro que eu ia ligar pra polícia, mas o cadáver de Timothy Hodge havia sumido e eu fiquei preocupada em ser acusada de invasão, então eu só meio que me afastei. Michael, ou o que quer que aquilo fosse, também tinha ido embora. Por fim, encontrei o caminho de volta ao Instituto, onde devo ter acordado o Martin e, bom, aqui estamos nós.
Arquivista: É, acho que estamos.
Sasha: E aí, que você acha?
Arquivista: Eu, hum... Eu não sei bem. Podemos pensar melhor nisso mais tarde.
Sasha: Eu devia mesmo pedir as contas, sabe? Todos nós deveríamos. Eu não acho que esse trabalho seja normal — não acho que esse trabalho seja seguro.
Arquivista: Você provavelmente está certa. Você quer sair?
Sasha: Não. Eu só... Só tô curiosa pra caramba, eu acho. E você?
Arquivista: Não. O que quer que esteja acontecendo, eu preciso saber. Descanse um pouco.
[CLICK]
Fim do depoimento.
Obviamente, há pouco que possamos fazer para investigar a experiência da Sasha. Se fosse qualquer um dos outros eu poderia ter motivos para duvidar, mas ela sempre foi a mais sensata da equipe, e se ela diz que foi isso que aconteceu, então eu acredito nela.
Isso pelo menos explica o que aconteceu com Timothy Hodge, cujo desaparecimento logo após fazer seu depoimento no final de 2014 tem sido algo preocupante desde que eu descobri sobre. Parece estranho como o efeito da infestação de Prentiss foi diferente nele e em Harriet Lee, mas sem mais informações, eu não tenho uma teoria coerente sobre o motivo disso.
O que mais me inquieta no depoimento de Sasha é esse "Michael". Ela parece bem convencida de que ele não era humano, pelo menos não no sentido convencional. Quase todos os depoimentos que eu cataloguei se envolveram com o paranormal em algum tipo de relacionamento antagônico. A ideia de que existem coisas assim por aí que querem nos ajudar... Por alguma razão, isso me deixa mais desconfortável do que a criatura infestada de vermes que persegue o Instituto.
Sasha tirou alguns dias de folga para se recuperar, e estou conversando com o Elias sobre arranjar alguns extintores de incêndio extras para o Arquivo.
Fim da gravação.
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lucintrasworld · 2 years
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O que é e como funciona a Neuroarquitetura?
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Arquitetura e neurociência juntas para nosso bem-estar
Você já se sentiu desconfortável dentro de um ambiente? Ou então, já se sentiu super “em casa” em algum lugar que nem ao menos conhecia? É inegável que os ambientes provocam reações. É aí que entra um conceito de vanguarda do design chamado de Neuroarquitetura.
Mas, o que é Neuroarquitetura? Podemos dizer que ela situa-se no cruzamento de duas áreas muito diferentes: neurociência e arquitetura. Usando o crescente conhecimento de como o cérebro funciona, a Neuroarquitetura leva em conta nossas respostas aos ambientes construídos.
É interessante pensar que quase todos os movimentos do passado na arquitetura e no design foram baseados em estilos estéticos ou pelas filosofias que os impulsionaram. De forma diferente, a Neuroarquitetura, é menos sobre a arquitetura e mais sobre como as pessoas a incorporam em seu estado emociona
Como nosso cérebro reage aos ambientes?
A Neuroarquitetura é uma área dentro da neurociência que está avançando para trazer respostas sobre nossas relações com design e arquitetura.  O objetivo da Neuroarquitetura como ciência é ser capaz de explicar por que reagimos a diferentes espaços. Muitos estudos são feitos utilizando cenários de realidade virtual, para simular o que as pessoas sentem em contato com determinados ambientes.
Para que você entenda melhor, lembre-se como se sentiu em um espaço em que você não gostou e queria sair o mais rápido possível. Seu coração disparou? Sua respiração se acelerou? Isso ocorre por causa do seu hipotálamo cerebral, que disse às suas glândulas supra-renais para liberar adrenalina e cortisol, os chamados hormônios do estresse.
Nosso estado fisiológico tem um enorme impacto em nossa saúde. Considerando que a maior parte das pessoas passa quase todo o seu tempo em ambientes fechados como casas, locais de trabalho, escolas,  viver em edificações agradáveis ​​é fundamental para nosso bem-estar.
Transpondo esses conceitos para o dia-a-dia dos projetos arquitetônicos, podemos concluir que fatores como as cores, a temperatura, a luminosidade, a ventilação e a acústica são fundamentais na hora de elaborar um ambiente agradável.
Como a Neuroarquitetura aparece em projetos?
Embora os estudos científicos da Neuroarquitetura sejam complexos, muitos de seus elementos já são aplicados em diversos projetos arquitetônicos. Como exemplo, veremos algumas aplicações de Neuroarquitetura em ambientes onde o bem-estar é um uma prioridade:
Ambiente hospitalar
A arquitetura hospitalar é uma especialidade bastante importante, cujo intuito é deixar as instalações mais funcionais e menos hostis.
Lembre-se que os hospitais mais antigos eram completamente brancos, assim como as roupas dos médicos. Quantas crianças e mesmo adultos sentem repulsa ao ver a cor branca, apenas por conta das memórias negativas de instalações hospitalares?
Hoje, muitos hospitais trazem cores estrategicamente escolhidas em sua decoração, com o objetivo de diminuir o estresse e a ansiedade, proporcionando estímulos mais positivos. Se você reparar bem, a roupa dos médicos também não é mais branca.
Ambiente corporativo
O ambiente das empresas é um dos fatores fundamentais para o bem-estar dos funcionários. Este conforto, só traz benefícios para a própria organização, que ganha com produtividade e criatividade
Ambiente escolar
Escolas são locais onde sentir-se bem deve ser a prioridade, mesmo porque são parte essencial das nossas vidas desde a infância. Crianças e adolescentes passam cada vez mais tempo neste tipo de ambiente, e quando a atmosfera não é agradável, episódios de estresse e até depressão podem ocorrer precocemente.
Arquitetos e neurocientistas concordam que o design de sucesso não se trata simplesmente de moldar os ambientes por si só, mas sim, como nossa interação com os ambientes podem moldar nosso cérebro e nossas sensações. Para a Neuroarquitetura, nada é mas fundamental do que sentir-se bem
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