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#vila abandona
ecoharbor · 5 months
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📍An abandoned village in Wolfberry Island, Shengsi County, Zhejiang Province, China 🇨🇳
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amor-barato · 3 months
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Fico quieta.
Não escrevo mais. Estou desenhando numa vila que não me pertence.
Não penso na partida. Meus garranchos são hoje e se acabaram.
‘Como todo mundo, comecei a fotografar as pessoas à minha volta, nas cadeiras da varanda’.
Perdi um trem. Não consigo contar a história completa. Você mandou perguntar detalhes (eu ainda acho que a pergunta era daquelas cansadas de fim de noite, era eu que estava longe) mas não falo, não porque minha boca esteja dura. Nem a ironia nem o fogo cruzado.
Tenho medo de perder este silêncio.
Vamos sair? Vamos andar no jardim? Por que você me trouxe aqui para dentro deste quarto?
Quando você morrer os caderninhos vão todos para a vitrine da exposição póstuma. Relíquias.
Ele me diz com o ar um pouco mimado que a arte é aquilo que ajuda a escapar da inércia.
Outra vez os olhos
Os dele produzem uma indiferença quando ele me conta o que é a arte
Estou te dizendo isso há oito dias. Aprendo a focar em pleno parque. Imagino a onipotência dos fotógrafos escrutinando por trás do visor, invisíveis como Deus. Eu não sei focar ali no jardim, sobre a linha do seu rosto, mesmo que seja por displicência estudada, a mulher difícil que não se abandona para trás, para trás, palavras escapando, sem nada que volte e retoque e complete.
Explico mais ainda: falar não me tira da pauta; vou passar a desenhar; para sair da pauta.
Ana Cristina Cesar
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myshadowfff · 4 months
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Cap. 26 – Fuga.
Os seis vampiros restantes sabiam que precisavam encontrar o irmão e para isso contavam com a ajuda de Yongsun que mesmo temendo o pai, sabia que ele estava errado e de Hwang Nari que agora era uma deles. A aliança feita por Choi Jong-jae, Yong-ho e Jennie era perigosa demais para ser enfrentada sem o auxílio do sétimo vampiro, seus poderes eram indispensáveis naquele instante, ele precisavam unir-se.
Eu estava em casa assustada, eu sabia que não haveria mais lugar para mim naquele mundo que estava prestes a nascer, Seungcheol havia sumido, os vampiros estavam dividindo-se em dois times e eu estava bem no meio daquela situação toda.
-Se não me engano me dissesses que a Hwang Nari a havia advertido sobre um ataque do Yong-ho. – Sungjin começou enquanto estávamos em minha casa, ele estava diferente, eu quase não o reconheci, parecia muito determinado, não me lembrava em nada aquele garoto com quem eu tinha que brigar na escola para que reagisse a alguma ofensa.
-Sim, a Hwang Nari tentou avisar-me, mas não conseguiu ser rápida o suficiente. Ela também me avisou sobre o frio que Yong-ho está a emitir, todo este gelo é obra dele.
-Achei que o Choi Seungcheol congelasse o ar.
-E congela, mas não faz isso sozinho, ele reuniu alguns dos poderes dos irmãos, então reuniu o de Yong-ho também.
-Então tu não podes mais ficar em tua casa, os vampiros sabem onde tu vives. Não viste como invadiram a vila? Não notaste como todos tiveram que fugir?
-Temo pela segurança de minha família Sungjin, não sei onde estão.
-Não se preocupe com isto, todas as mulheres, incluindo tua mãe, Seo Choa e Lisa estão na casa dos Kwon, o Hoshi não se alistou na milícia, vai estar ao lado delas para auxiliá-las em qualquer coisa.
-Sungjin ela falou-me sobre o Seungcheol, disse que ele não poderia mais ajudar-me. O que será que houve com ele?
-Preocupa-se com Choi Seungcheol quando ele abandona-te? Já que é o mais poderoso destas bestas deveria estar aqui para proteger-te!
Sungjin parecia revoltado com a situação e eu não o culpava, todos corriam risco de vida, eu mais do que os outros.
-Não sei o que houve, mas tenho certeza de que o Seungcheol não me abandonaria.
-Mas abandonou! Agora precisamos sair daqui, Yong-ho está focado em acabar com tua vida.
Sungjin arrastou-me para fora do quarto o mais rápido que pôde, aquela neve que víamos através da janela preocupava-o, ele sabia que Yong-ho resfriava o ar a sua volta assim como Choi Seungcheol, mas ele não estava disposto a arriscar para ver de qual dos dois vampiros se tratava, para ele, os dois eram igualmente malditos.
Seguimos estrada afora, ele puxava-me pela mão, como se eu fosse sua irmãzinha menor, com apenas três anos de idade. Viramos em uma rua perto de uma taberna, os lagos ao redor tinham suas águas congeladas, imóveis. A estrada estava coberta pela neve.
Eu sentia meu coração bater acelerado, eu sabia que Sungjin encontrava-se na mesma situação. Não estava a nevar por um simples fenômeno da natureza, era uma neve diabólica, fruto de algo maligno, de bruxaria. O sinal que indicava a presença de um monstro.
-Para onde estamos indo, Sungjin?
-Não sei Ji Yeon, estou apenas a buscar um lugar no qual aqueles malditos não tenham sido convidados a entrar.
Naquele instante percebi algo, na ocasião em que os Choi vieram convidar toda a vila para seu baile eles obviamente haviam sido convidados a entrar em todas as casas, então ninguém na vila estava livre das garras dos malditos.
Eu caminhava rapidamente, quase correndo segurando a mão do meu protetor, naquele instante só Deus sabia como eu estava grata por ter Sungjin ao meu lado. Onde o Seungcheol estava? Eu precisava dele, precisava muito, não era hora para ele sumir, não agora, não daquela forma.
O frio cortava o ar, gelando meu rosto. Um trovão potente explodiu sobre nossas cabeças, seguido por uma seqüência incrível de relâmpagos assustadores, eu encolhi-me, será que era o Minghao? Será que ele estava a fazer uso de seu poder em algum lugar próximo? Antes que eu pudesse pensar melhor escutamos um barulho de explosão vindo de dentro da taberna mais próxima, algumas pessoas, ou suicidas que ainda caminhavam à noite ou desesperados para encontrar um lugar seguro saíram rapidamente de lá, uma avalanche de rostos, muita fumaça e um calor repentino emitido pelas chamas que tomavam a taberna quase que por completo fez com que a confusão em minha cabeça aumentasse, as pessoas começaram a empurrar-me e eu senti minha mão desprender-se da mão do Sungjin.
-SUNGJIN! SUNGJIN! – eu gritava enquanto aquela avalanche carregava-me.
Antes que eu pudesse saber bem o que havia acontecido senti uma mão fria em meu ombro, virei-me para olhar quem era e assustei-me de imediato.
-SUNGJIN SOCORRO!
Ele seguiu meu grito, quando me avistou em uma parte escura da estrada eu estava paralisada, com um homem vestido de negro puxando-me pelo braço.
-Sungjin, por favor, fuja!
Nesse instante ele percebeu que além daquele sujeito que me puxava pelo braço, mais alguns caminhavam em minha direção. A luz era pouca naquele trecho, mas ele pôde notar que aquele, agarrado a mim, tinha a pela alva e os cabelos loiros e compridos. Ele sabia que já havia visto tal rosto sinistro de olhos tão selvagens. YONG-HO!
Sungjin apenas olhou-me e correu na direção em que ficara a taberna em chamas, os vampiros então presumiram que ele havia me abandonado ali.
-É este imbecil que a defende, Ji Yeon? – perguntou Yong-ho com ar de sarcasmo.
Eu estava tão amedrontada que não respondi. Os olhos dele pareciam prontos para fazer com que meu coração parasse de bater. Eram diabólicos, cheios de energia e pareciam queimar minha pele. A mão que prendia meu braço era poderosa, como se fosse feita de algum tipo de rocha. Eu sabia que ele não me soltaria.
-Solte-a! – gritou Sungjin voltando do meio da estrada agora com uma arma de fogo nas mãos.
Os acompanhantes de Yong-ho espalharam-se, Sungjin sabia que eram vampiros. Não sabia se poderia destruí-los com uma arma, mas estava torcendo para que aquilo fosse o suficiente. Mesmo que não pudesse detê-los, queria pelo menos libertar-me. Sentiu-se decidido a dar a vida para não deixar-me nas mãos daquelas criaturas. Pensou que, quando fosse a hora de confrontar-se com elas, estaria à beira de um ataque cardíaco, mas alguma coisa acontecera quando pôs os olhos naquelas criaturas. Apesar dos olhos cruéis de Yong-ho, o medo o abandonara, abandonara sua mente, e algum processo instalara-se em seu cérebro, nivelando aqueles seres a uma espécie de vermes a liquidar. Não eram dignos de seu medo. Perderia a vida, mas não lhes daria o gosto de experimentarem seu medo. Aproximou-se lentamente, olhando o vampiro nos olhos. Agora eles não eram tão aterrorizantes, eram apenas diferentes. Sungjin deixou a arma apontada para a cabeça da criatura.
-Solte-a!
-Ordenas que a solte? Que desobedeça meu senhor que a quer?
-Pela última vez se queres continuar inteiro, solte-a!
-Queres amedrontar-me? Achas que já não experimentei destas armas? Pois já...
Antes que ele terminasse a frase, Sungjin puxou o gatilho da arma o meio da testa de Yong-ho.
O disparo empurrou o vampiro para trás, nisso ele abriu a mão e soltei-me, eu corri até o Sungjin.
Yong-ho deu três passos para trás, desequilibrou-se e foi ao chão. Seus acompanhantes continuavam imóveis, talvez ainda impressionados com o poder que aquela arma tinha. Yong-ho ficou de pé, a roupa coberta de neve e um buraco de bala no meio da testa.
-Olha só o que tu fizeste. Pagarás caro por esta afronta!
O vampiro ergueu a mão esquerda e apontou na direção em que Sungjin estava, mas antes que seu poder gelado surtisse algum efeito, Sungjin atirou em sua mão estendida.
-Não adianta o que tu faças rapaz, vim aqui para levá-la e é isto o que farei!
Os outros vampiros ainda permaneciam imóveis. Queriam assistir ao desfecho daquele confronto entre Yong-ho e o mortal. Sabiam que o vampiro poderia liquidá-lo com facilidade, mas gostavam da resistência inteligente que o rapaz oferecia. Talvez ele nem imaginasse, mas o último disparo o havia salvado de um congelamento completo.
Yong-ho enfurecido porque Sungjin conseguira temporariamente detê-lo, deixou seu rosto desfigurar-se, acendendo os olhos como brasas incandescentes e fazendo os dentes saltarem. O vampiro partiu para cima de Sungjin, saltando para o alto velozmente surpreendendo-o. Com um golpe firme, arremessou a arma ao chão, e com a mão mais veloz do que Sungjin jamais vira, agarrou-lhe o pescoço, pronto para quebrá-lo com um simples apertão.
Meu amigo estava a ficar sem ar. Agarrou-se ao potente braço de Yong-ho com ambas as mãos, tentando aliviar seu próprio peso e conseguir mais um pouco de ar para os pulmões. Mas o vampiro era extremamente poderoso e impedia sua respiração com mortal eficiência.
Assustei-me vendo Sungjin suspenso no ar, agarrado pela fera, minha primeira reação foi correr até a arma que estava jogada ao chão, fiz uma força para engatilhá-la, encostei-a no peito da criatura e disparei duas vezes.
Yong-ho, sentindo as entranhas explodirem, largou Sungjin antes de matá-lo e caiu ao chão, levando a mão ao ferimento.
Eu aproximei-me e disparei mais duas vezes no rosto dele, Yong-ho tombou o rosto no chão gelado, sem vida, imóvel.
Ao ver a cena, três dos vampiros começaram a rir. Nós estávamos firmes, Sungjin e eu, eu particularmente não possuía mais medo em mim, mas aquelas risadas eram algo que eu não esperava.
-Vamos Ji Yeonie, vamos sair daqui.
Antes de partirmos, eu ainda engatilhei a arma uma vez mais. Apontei-a para a cabeça de um dos vampiros que ria e disparei, fazendo- tombar sem vida. Uma das duas vampiras e um outro abaixaram-se para socorrer o amigo. Uma última vampira não ria, observando a todos silenciosamente. Enquanto eu e Sungjin caminhávamos eu ainda apontava a arma para ela que permanecia imóvel.
Eu estava surpresa por termos nos saído bem daquele confronto, com a respiração acelerada continuamos a correr na direção da casa do Hoshi, estávamos quase chegando, já podíamos até ver as luzes ao longe quando ouvimos um homem rindo alto. Paramos olhando ao redor, Sungjin agora segurava a arma em uma das mãos.
Um segundo riso somou-se ao primeiro. Depois mais um. Sungjin segurou-me pela mão e voltou a andar rapidamente, chegamos mais perto da casa, agora havia mais risos, eram eles, os malditos vampiros.
Yong-ho estava lá de pé, com dois vampiros e duas vampiras a seu lado, os mesmos cinco que havíamos encontrado há pouco.
-Achaste que fosse fácil, não é? – Yong-ho o encarou. – pensaste que matar um vampiro poderoso como eu fosse uma tarefa simples, não pensaste?
Eu apontei a arma para ele. O vampiro que tivera a face dilacerada pelos disparos que eu dera já estava agora com o ferimento reconstituído. Era assombroso. Demoníaco. O outro vampiro trazia ainda o buraco de bala no meio da testa, porém estava vivo como antes.
De repente, rápida como um piscar de olhos, uma das vampiras desgrudou-se do grupo e no instante seguinte estava tirando a arma das mãos de Sungjin.
-Eu sei que tu gostas disto, mas prefiro ver-te sem ela. Vamos ver se continuas corajoso... – a vampira sussurrou em seu ouvido.
Eu fiquei imóvel, pois além de ter tomado a arma de Sungjin, a vampira ainda segurava seu pulso firmemente, mantendo-o parado no ar, ele nunca me sentira preso com tanta força.
-Rosé acho que já está bom. – Yong-ho avisou.
Tão rápido quanto veio, a vampira voltou ao grupo. Era tão veloz que talvez em razão de sua roupa negra, parecia tomar a forma de uma sombra escura para poder deslocar-se com tamanha rapidez.
Apenas uma vampira permanecia imóvel e silenciosa, como se fosse diferente daquele grupo apavorante. Tinha um rosto bonito e olhos calmos. Parecia uma criatura despreparada para fazer o mal.
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Os vampiros desencadearam um riso estridente. Seu oponente saíra-se bem no primeiro confronto, mas agora parecia-lhes apenas um pateta bobão.
-Corra Ji Yeonie, vá para a casa do Hoshi! – Sungjin falou ao meu ouvido.
-Não, não vou deixar-te aqui sozinho.
-Não valemos de nada os dois mortos, vá buscar ajuda.
-Não Sungjin!
-Ji Yeonie, por favor, por mim estou a te pedir que vá!
Eu fiquei encarando-o, eu faria qualquer coisa que ele me pedisse, pois ele estava a salvar minha vida desde que toda aquela confusão começara. Sungjin apanhou um pequeno bastão de madeira do chão, levantou-se rapidamente e enquanto os vampiros ainda riam, partiu correndo para cima do grupo. Os vampiros espantaram-se com a reação dele, eu aproveitei-me da distração e corri em direção à casa do Hoshi.
Sungjin avançou contra Yong-ho, arremessando-se sobre o vampiro. Yong-ho desequilibrou-se, deu algumas passadas para trás e foi ao chão, agarrado ao meu amigo.
Tzuyu, a vampira de olhar calmo acompanhava com os olhos a minha fuga, não iria ao meu encalce, o restante dos vampiros que fossem. Já era covardia demais tomarem-me de meu amigo sem lhe dar chance de uma luta justa.
Rosé, Daesung e Taeyang ainda permaneciam surpresos, tentando entender como o mortal conseguira derrubar Yong-ho. Depois se deram conta de que eu tentava escapar.
Taeyang partiu atrás de mim, calmamente enquanto deixava Rosé e Daesung assistindo à peleja entre o vampiro e o mortal.
Sungjin estava em vantagem. Havia derrubado Yong-ho de surpresa e usava o bastão para espancá-lo com firmeza. Atingindo-o diversas vezes na cabeça, não dando tempo para reação do vampiro. Muitos golpes atingiram o rosto, depois de algum tempo Yong-ho conseguiu derrubar Sungjin de cima de seu corpo, ganhando algum tempo para um contra-ataque.
Sungjin rolou para o lado, batendo a cabeça em uma pedra, colocou-se de joelhos, aguardando a investida do oponente sobrenatural.
Yong-ho ajoelhou-se atordoado. Seu rosto doía. Seu rosto doía por causa do espancamento de um mortal! O vampiro abriu a boca e soltou uma espécie de rugido. Com um joelho no chão e a outra perna flexionada, estava tonto.
Daesung e Rosé riram.
-Mas tu já não és mais o mesmo. – brincou Rosé. – não consegues acabar com um garoto desarmado?
Antes que dissessem ou que fizessem mais alguma coisa, Sungjin disparou para cima de Yong-ho. O ataque foi tão veloz e eficiente que o vampiro nem percebeu o que estava acontecendo até que Sungjin o agarrou pelo pescoço com as duas mãos.
-Tu não me assustas. – ele gritou.
Sungjin apertou o pescoço do vampiro com uma das mãos, fazendo-o erguer o rosto e encará-lo. Sentiu a mão esfriar e queimar, como se estivesse agarrado a um bloco de gelo. Estendeu o outro braço para trás e trouxe-o para frente com velocidade, pois precisaria de toda a força que pudesse extrair dos músculos. Mas, ao contrário do que imaginava, não encontrou tanta resistência para finalizar seu intento. O bastão de madeira enterrou-se no peito da criatura, varando suas costas. A mão do vampiro agarrou o punho de Sungjin, aferrada ao bastão e o outro braço roçava na madeira tentando removê-la. Um segundo depois o vampiro perdeu completamente a força, tombando para trás, rugindo e gemendo.
O lugar onde a mão da criatura estivera agarrada estava agora coberto por pequenos cristais de gelo. Sungjin não se incomodou com o desconforto e levantou-se atento, aguardando o próximo ataque. Nenhum dos três moveu-se. Todos tinham os olhos arregalados e estavam espantados demais para esboçar qualquer reação. Diante da perplexidade dos vampiros, Sungjin arriscou mais um olhar na direção do adversário.
O corpo de Yong-ho tremeu por alguns segundos e depois submergiu para a imobilidade completa. O brilho demoníaco dos olhos apagou-se, e as presas recolheram-se, voltando a uma quase normalidade. Estava morto.
Sungjin voltou os olhos para as criaturas. Sentiu o corpo arrepiar-se. Havia somente dois a sua frente. Faltava o terceiro, o homem. Nesse exato momento sentiu um braço forte enlaçando seu tórax, abraçando-o pelas costas. Outra mão agarrou-o pelos cabelos com firmeza, fazendo-o flexionar a cabeça. Uma dor aguda explodiu em sua nuca com o estalar das vértebras. Uma segunda dor junto ao pescoço somou-se a primeira. Era como se lhe cravassem dentes na carne. Sabia que o vampiro estava prestes a sugar seu sangue por completo. Não se importava com o sangue, mas com a amiga. Sentiu uma tontura tomar conta de sua mente e o sangue escapar pelo pescoço. Um sugar eficiente fazia o liquido precioso abandonar as artérias. Estava certo de que aquele era seu fim, até que, inesperadamente, os braços que eram rochas tornaram-se manteiga e o libertaram.
O vampiro com roupas de couro cambaleou para trás, caindo junto aos pés das companheiras. Daesung caiu sentado. Parecia atordoado, tonto. Virou-se ligeiro e, quando tentava colocar-se de pé, começou a vomitar violentamente todo o sangue ingerido.
-Alho! Seu diabo! Não me avisaste que comeras alho! Ah meu Pai Celeste, parece que estou queimando por dentro.
Rosé encolheu os ombros.
-Agora sabes o que te acontece, não sabes? Ficarás frouxo por três dias. Logo agora que tanto precisávamos de ti.
Eu corria sem olhar para trás. Percebi as luzes da casa do Hoshi mais próximas, mas e o Sungjin? Ah, meu Deus! Como ele escaparia daquelas criaturas? Senti uma pontada no abdome. Não aguentava mais correr, mas era preciso, uma voz fez-me estremecer.
-Aonde tu pensas que vai?
Ergui os olhos lentamente até chegar ao rosto daquele corpo assombrado que parara em minha frente. Era um homem alto, com o furo de bala na testa. Ele sorria.
Eu levei as mãos à boca, sufocando um grito, mas antes que eu gritasse, um punho potente acertou-me na testa e eu desfaleci.
Taeyang atirou-me no ombro e pôs-se a caminhar de volta à praça, aonde deixara os companheiros lidando com o pobre mortal, que a este tempo já deveria estar morto, e Yong-ho vitorioso após a peleja.
Sungjin levou a mão ao ferimento no pescoço. Ouvia Daesung gritando e gemendo, atirado ao chão. Agradeceu a Deus por sua mãe ter preparado aquela sopa com creme de alho. Não sabia que tipo de efeito surtira na criatura, mas de algum modo aquilo o havia colocado fora de combate.
Pensou em disparar, correndo na direção em que eu fora. Torcia para eu ter conseguido chegar até a casa do Hoshi antes que o vampiro negro me tivesse alcançado. Mas, antes que as esperanças criassem raiz em seu cérebro atropelado, seus olhos encontraram o vampiro de pele negra aproximando-se, trazendo-me no ombro. Eu parecia estar desmaiada. Um nó formou-se em sua garganta.
-Solte-a! – gritou ao vampiro, correndo em sua direção.
Sungjin tentou arrancar-me do vampiro, arremessando-se contra ele, mas a criatura fora mais ágil, esquivando-se com velocidade espetacular. Sungjin caiu na estrada, após desequilibrar-se. Levantou-se. O negro andava em direção aos outros dando-lhe as costas. Rosé estava em sua frente, os outros dois estavam ao chão e mais uma vampira estava de pé a observá-lo. Sungjin encarou a outra vampira, a que todos conheciam como Tzuyu, ele sabia que ela lançava-lhe um olhar de piedade, como se estivesse verdadeiramente compadecida daquela situação.
-Solte-a, por favor, solte-a. – sussurrou Sungjin. – deixem-na em paz, levem-me, mas deixem-na.
Rosé aproximou-se.
-Muito comovente o teu amor por ela, mas tu já criaste muitos contratempos em nossa missão.
Rosé empunhou a arma e puxou o gatilho. Acertou dois disparos no peito de Sungjin, que tombou violentamente para trás.
Mais uma vez, Sungjin sentiu a cabeça bater contra uma pedra. Puxou ar para os pulmões, sentindo mil giletes lhe retalhando o peito. Tentou erguer a cabeça, mas sustentou-a no ar por dois breves segundos, voltando a apoiá-la no gelo. Os olhos giraram nas órbitas. O céu estava limpo, já não nevava. Havia matado o desgraçado, o vampiro que congelava tudo. Mas o que adiantava agora? Iriam encontrar-se no inferno em breve. O que adiantava ter conseguido detê-lo se agora entregava sua amada aos vampiros restantes? Precisou concentrar-se para trazer mais ar aos pulmões. Duas lágrimas escorreram de seus olhos, cristalizando em sua face. Seu pulmão, pela primeira vez na vida, negava-se a inflar. Sabia que a maldita o havia acertado duas vezes. Ao menos ouviu duas explosões. Depois... Enquanto as explosões ecoavam, sentira o corpo arremessado para trás, as pernas fracas. O ar acabou em seu peito. Sentiu vontade de gritar, não de dor, mas de raiva. Por que os pulmões conspiravam contra sua vida? Por que não obedeciam a ele? Uma agonia tremenda tomou conta de seu corpo. A garganta parecia repleta de grãos de areia. A agonia aumentava a cada milésimo de segundo. Parecia ter mergulhado em um lago sem fundo, onde só fazia afundar e afundar. A noite escura tornou-se negra. Daria tudo para poder estar segurando minha mão naquela hora. Daria tudo para poder beijar-me naquele exato instante, pois ele sabia que essa seria sua última oportunidade para declarar-se, pois estava certo de que esse era seu último instante de vida.
O corpo de Sungjin estremeceu, e então, todos os seus músculos relaxaram, Rosé sorriu, fazendo suas presas apontarem para fora da boca. O rapaz estava morto.
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flaviosamelo · 1 year
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quem viu essa Vila abandona desacredita de como ficou ... parabéns e que mais lugares assim em SP tenham essa atenção — view on Instagram https://ift.tt/OMoLWZm
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pirapopnoticias · 11 months
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conquistafmitinga · 2 years
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REAÇÃO POPULAR CHAMA ATENÇÃO EM ITINGA DO MARANHÃO. População de Itinga do Maranhão começaram a reagir contra a falta de vergonha do prefeito Lucio Flávio que a cada dia deixa a cidade mais abandona e ficando intragável por todas as ruas como é o caso da famosa Rua Buriti na Vila Emanuela, povo tem que demostrar a indignação pra ver se os políticos enxergam a situação em que tá ficando nossa cidade. Itinga pede socorro! (at Itinga do Maranhão) https://www.instagram.com/p/Cdof_XoJYnL/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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mabeirobooks · 3 years
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Resenha #1: A Bruxa de Near
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Título: A Bruxa de Near Autora: Victoria Schwab Volume: Único Editora: Planeta Data de Publicação: 25 de Setembro de 2013 Páginas: 240 Leia a sinopse no Skoob! Disponível na Amazon
A história se desenrola sob o ponto de vista de Lexi Harris, uma menina de 16 anos, que vive com sua irmã de 5 anos e sua mãe em uma vila pequena cercada por um páramo, onde todos se conhecem. Nessa cidade conhecida como Near, circulam histórias sobre a Bruxa de Near que viveu há muitos anos na cidade. A lenda é contada geração após geração como cantigas para assustar crianças.
O livro começa com a chegada de um estranho à vila que é recebido com muita desconfiança pelos moradores. Na noite seguinte, crianças começam a desaparecer de suas camas, o que leva os moderadores a crer um único suspeito.
Lexi, por outro lado, foi treinada pelo pai para ser uma caçadora e uma rastreadora, e com suas habilidades não só encontra o estranho como começa a conhecê-lo. Apesar das acusações de todos, ela acredita na inocência dele. Desta forma, ambos partem juntos para resolver o mistério e achar as crianças que, noite após noite, continuam sumindo de suas camas.
O livro conta a história de uma forma suave e tranquila, como em um filme, fazendo leitor não sentir o passar das páginas. Apresenta um romance e uma aventura que vão se desenrolando aos poucos, até que acabe todos os mistérios.
Apresenta um final tranquilo, assim como o restante da história, que traz o sentimento de conforto ao leitor. Uma história pequena, mas que não abandona os mistérios, aguçando a curiosidade para ir além.
Não apresenta outros volumes, tendo início, meio e fim bem definidos. Uma boa história para quem deseja relaxar, ler um livro curto e, ainda assim, se deliciar com uma boa aventura.
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marocass · 3 years
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taeyeon +👥
𝐘𝐎𝐎𝐍𝐀 𝐏𝐀𝐑𝐊 / 𝐌𝐄𝐍𝐂𝐈𝐀 𝐃𝐄 𝐋𝐄𝐎́𝐍 - 𝐓𝐇𝐈𝐑𝐓𝐘 𝐅𝐎𝐔𝐑 - 𝐁𝐄𝐖𝐀𝐑𝐄 𝐓𝐇𝐄 𝐍𝐈𝐂𝐄 𝐎𝐍𝐄.
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teve de abandonar o nome coreano ainda cedo, os pais migrando para o méxico, buscando passar para os estados unidos & ter uma vida mais confortável - nunca conseguiram atravessar a fronteira ; ao menos, não juntos. mencia cresceu empenhada e estudiosa, acreditando que a vaga na universidade em cancun fosse levá-la e a família para longe da linha da pobreza na pequena vila.
porém, quando um herdeiro rico vindo de los angeles se apaixona por ela a primeira vista, mencia abandona os pais pela vida que ele poderia oferecer. por muito tempo, é feliz mesmo com a culpa, que mantinha enterrada, pois para o marido contou que os progenitores estavam mortos. juntos, ela & o marido tiveram dois filhos - porém karma voltou para lhe cobrar suas dívidas.
a mãe acaba por voltar para coreia e não foi difícil encontrar mencia, que tornou-se uma promotora renomada & agora atendia por yoona. no auge da loucura, tendo perdido o pai da menina para doença após serem abandonados pela filha, sequestra a criança mais nova da mesma. desesperada, atrás da criança, yoona tem uma final briga com a mãe & acaba por atirar na mais velha, na frente da própria filha.
embora consiga se livrar da prisão devido a influência do marido e os próprios favores que lhe cabiam de anos em gabinete, a pequena bit na, traumatizada ao ver a avó morrendo, não volta a falar com a mãe. o marido se afasta apesar de ainda amá-la, e mesmo com sentimentos mal resolvidos, a deixa sozinha na luta de reconquistar a confiança dos filhos.
𝐀𝐋𝐓𝐄𝐑𝐍𝐀𝐓𝐈𝐕𝐄.
𝐘𝐎𝐎𝐍 𝐍𝐀 𝐁𝐈 - 𝐓𝐇𝐈𝐑𝐓𝐘 𝐄𝐈𝐆𝐇𝐓 - 𝐓𝐇𝐄 𝐁𝐄𝐍𝐄𝐕𝐎𝐋𝐄𝐍𝐓 𝐁𝐎𝐒𝐒.
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editora chefe de uma revista de moda conceituada, foi transferida de londres onde atendeu um colégio interno e oxford graças a situação familiar abastada. a 'most' foi segundo lugar em influência por muito tempo até que ela chegasse, e hoje é numero um no mercado, atestando seu talento, apesar de jovem. 
por inveja acumula muitos inimigos e tem que ser cuidadosa pois mantém vários esqueletos no armário, o maior deles seu caso com uma das modelos da 'most' , que precede seu casamento infeliz com um membro do conselho. 
𝐂𝐀𝐍𝐎𝐍 𝐀𝐋𝐓𝐄𝐑𝐍𝐀𝐓𝐈𝐕𝐄 : ❜𝐍𝐀𝐓𝐀𝐋𝐈𝐀 𝐀𝐋𝐈𝐀𝐍𝐎𝐕𝐍𝐀❜.
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maria-dib · 4 years
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#vênus #om 🕉️ #remo #rômulo #astros #astrology #planetas #cosmo #cosmos #cosmic #cosmico #mito #mico #mitoligia #constelações #familia #irmãos #gêmeos #dois #doum #lemúria #atlântida #astrologia #mitos #loba #tarzan #macaco #pan #chimpanzees https://pt.wikipedia.org/wiki/R%C3%B4mulo_e_Remo Gêmeos amamentados por uma loba Rômulo e Remo Segundo a mitologia romana,✌dois irmãos gêmeos, um dos quais, Rômulo, foi o fundador da cidade de Roma e seu primeiro rei.Segundo a lenda, eram filhos de Marte e de Reia Sílvia, descendente de Eneias. A data de fundação de Roma é indicada, por tradição,em 21 de abril de 753 a.C.(também chamado de"Natal de Roma" e dia das festas de Pales). Lupa Capitolina: loba com Rômulo e Remo. Obra medieval que imita um original etrusco Museus Capitolinos Rômulo e Remo sobre a Casa da loba na Grand-Place de Bruxelas. Eneias abandona Troia em chamas Por Federico Barocci, ca. 1598 Galleria Borghese, Roma Rômulo e Remo Por Peter Paul Rubens, ca 1615-1616 Museus Capitolinos, Roma Rômulo e Remo abrigados por Fáustulo Por Pietro de Cortona, ca. 1643, Museu do Louvre, Paris Rapto das Sabinas Por Pietro de Cortona, ca. 1627-1629 Museus Capitolinos, RomaTradição A primeira menção a Remo ocorre em uma das vertentes do mito de 💫Eneias, onde este possui um filho de nome "Rhomylocos", que, por conseguinte, era pai do fundador de Roma, "Rhomus". https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Eneias Pais Afrodite e Anquises Eneias ou Eneas (do latim Æneas, por sua vez do grego antigo Αἰνείας) é um personagem da mitologia greco-romana cuja história é contada na Ilíada, de Homero, e, sobretudo, na Eneida, de Virgílio. Segundo a lenda, Eneias foi o mais famoso dos chefes troianos, filho da deusa Afrodite🌟 (a romana Vénus)💫🌟 e de Anquises, filho de Cápis, filho de Assáraco, rei da Dardânia.Era casado com Creúsa,filha do rei Príamo e de Hécuba.Tinha um filho, Iulo (na literatura romana Ascânio). Os primeiros relatos escritos acerca de Remo provêm de autores gregos, especialmente de Helânico de Mitilene (século V a.C.) e Quinto Fábio Pictor, que inspiraram o relato de autores clássicos como Tito Lívio, Plutarco e Dionísio de Halicarnasso.Estes autores... (em Vila Industrial, São Paulo-Sp) https://www.instagram.com/p/CFrz2BLHdnZ/?igshid=wstaa1ut1tr1
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cangacosa · 4 years
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Lampeão
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Lampião entra no cangaço graças ao apadrinhamento que recebe de Sinhô Pereira, seu primeiro e único chefe, mentor da sua jornada no sertão. Mostrando-se esperto e desconfiado, Virgulino logo apresenta-se como uma figura distintiva no nordeste “semifeudal” brasileiro.
Não tão demorado, Lampião, exímio comunicador e articulador político, entra em conchavo com as maiores figuras da política do nordeste, entre coronéis, políticos e sacerdotes — do qual Padre Cícero foi figura de maior relevo —, que lhe garantem proteção, munição, e asilo sempre que necessário, e sobre o qual ele monta uma estrutura muito semelhante a um esquema de negócios empresariais, que Mello nomeará de “Cangaço S/A”.
O Rei do Cangaço, com seu bando, foi responsável por moldar os negócios no “nordeste profundo”, expressão cunhada pelo seu biógrafo, e reformular a estrutura política dessa região do país. Sua influência era tamanha, que ele podia interferir diretamente na economia de um estado, nos costumes e na forma como circulavam as informações a respeito dele e dos seus.
Conhecido como o rei do cangaço e o governador do sertão, Virgulino Ferreira da Silva nasceu no dia 7 de julho de 1897, na Fazenda Ingazeira, situada no município de Vila Bela (hoje, Serra Talhada), no sertão de Pernambuco. Foi o segundo filho de José Ferreira da Silva e de Maria Selena da Purificação. O seu nascimento, porém, só é registrado no dia 7 de agosto de 1900. Tinha como irmãos: Antônio, João, Levino, Ezequiel, Angélica, Virtuosa, Maria e Amália. Todos cresceram ouvindo e/ou presenciando estórias de cangaceiros, e Antônio Silvino lhes serve de exemplo maior.
Naquela época, o sertão quase não possuía escolas e estradas, viajava-se a pé, a cavalo, em burro e em jumento. Os denominados coronéis (os proprietários de terras) imperavam sob o peso da prepotência como os verdadeiros chefes políticos, sem nunca sofrer represálias porque a força do Estado estava sempre do seu lado. Neste sentido, eram eles que davam a palavra final, ou seja, elegiam, destituíam, perseguiam, condenavam, absolviam, torturavam e matavam.
Em períodos de crises econômicas, os coronéis recebiam ajuda do Poder Público. Isto era uma recompensa, um benefício recebido, por causa dos eleitores que controlavam mediante os "votos de cabresto" - aqueles votos fornecidos a um candidato, e garantidos pela palavra-de-ordem dos poderosos, que impõem nomeações e asseguram a hegemonia da classe política local, sem se importar com a competência profissional dos nomeados.
Apesar de muito inteligente, Virgulino abandona a escola para ajudar a família no plantio da roça e na criação de gado. Torna-se famoso nas vaquejadas. Gosta muito de dançar, de tocar sanfona, compõe versos e adora um rifle. Sabe costurar muito bem em pano e couro e confecciona as próprias roupas.
Ele tinha 19 anos quando entrou para o cangaço. Dizem que tudo começou através de disputas com José Saturnino, membro da família Nogueira e vizinha de terras. Lutando contra essa família durante muitos anos, Virgulino e seus irmãos já se comportavam como futuros cangaceiros, não tardando a entrar em conflito com a polícia. A decisão de viver e morrer como bandido, contudo, só foi tomada, mesmo, quando a polícia mata José Ferreira da Silva - o patriarca da família - enquanto ele debulhava milho.
Em um das primeiras lutas do bando, na escuridão da noite, Antônio (um dos irmãos Ferreira), espantado com o poder de fogo do rifle de Virgulino, que expelia balas sem parar e mais parecia uma tocha acesa, gritou o seguinte:Espia, Levino! O rifle de Virgulino virou um lampião! A partir desse dia, a alcunha do famoso cangaceiro passa a ser Lampião.
Virgulino consegue realizar seu maior sonho, com a intermediação do Padre Cícero Romão Batista: adquirir a patente de capitão, no Batalhão Patriótico do deputado Floro Bartholomeu, o batalhão das forças legais. Além de alimentar sua vaidade pessoal, a patente funcionaria como uma espécie de salvo-conduto, permitindo o bando circular pelas divisas dos estados do Nordeste.
Aproveitando aquela oportunidade, Virgulino solicita, também, para os companheiros Antônio Ferreira e Sabino Barbosa de Melo, os postos de 1o. e 2o. tenentes. Acatada a solicitação, os membros do bando abandonam as roupas costumeiras, vestem a farda de soldado e, como autoridades constituídas, passam a ter o dever - por mais irônico que isto possa soar -, de defender a legalidade e proteger a população nordestina.
Tudo isso foi redigido pelo Padre Cícero e assinado, a pedido deste, no dia 12 de abril de 1926, pelo engenheiro-agrônomo do Ministério da Agricultura, Dr. Pedro de Albuquerque Uchoa. Feliz da vida aos 28 anos de idade, o jovem Capitão Virgulino reúne a família para tirar fotografias.
Oficialmente, ele recebe a missão de combater a Coluna Prestes - um grupo de comunistas liderados por Luís Carlos Prestes -, grupo que vinha percorrendo o País durante o governo do presidente Artur Bernardes. No entanto, após se distanciar uns 6 quilômetros de Juazeiro, Lampião decide se embrenhar na caatinga, em busca de combates mais lucrativos, deixando para trás o prometido a Padre Cícero e as responsabilidades para com o Estado. E os soldados do governo foram chamados de "macacos", porque saíam pulando quando avistavam os cangaceiros.
No bando de Lampião tinha indivíduos de todos os tipos: gordos, magros, ruivos, louros, morenos, altos, baixos, negros e caboclos. Alguns, inclusive, eram jovens demais: Volta Seca (11 anos), Criança (15 anos), Oliveira (16 anos). O mais idoso era Pai Velho, com 71 anos de idade.
Lampião arranjava, facilmente, armamentos e munições, mas, como o fazia, era um segredo que não contava a ninguém. Uma parte das armas automáticas, para combater a Coluna Prestes, foi adquirida através do Deputado Floro Bartholomeu e do Padre Cícero. Os demais armamentos do bando foram arranjados mediante a intervenção de amigos.
Um acidente provocado pela ponta de um pau cega o olho direito do Capitão Virgulino, um órgão que, anteriormente, já se apresentava problemático devido à presença de um glaucoma. Enxergando com um olho, apenas, Lampião se vê obrigado a ficar sempre enxugando, com um lenço, as lágrimas que pingam do olho vazado. A despeito dessa deficiência, ele nunca deixou de ser um excelente estrategista.
Dizem que foi uma brincadeira de mau gosto da família Ferreira (o corte da cauda de alguns animais) a gota d’água que desencadeou uma afronta irreparável com o fazendeiro José Saturnino, proprietário das terras vizinhas e membro da família Nogueira. Sendo mais numerosos e tendo o apoio do governo, essa família termina por expulsar os Ferreira de suas terras.
A partir de 1917, Virgulino e a sua família passam a conviver com intensos tiroteios e emboscadas, não podendo morar em um lugar específico: são obrigados a vagar pelo sertão e levar uma vida de nômades.
Em meio às lutas e fugas, falece Dona Maria Selena, no Engenho Velho. E, no início de agosto de 1920, o patriarca da família - José Ferreira - é fuzilado pela volante do sargento José Lucena, enquanto debulhava milho. Naquele mesmo dia, então, os Ferreira fazem um juramento: o seu luto, até a morte, iria ser o rifle, a cartucheira e os tiroteios.
Quando sabia da existência de um coronel perverso, Lampião não perdia a oportunidade de queimar-lhe as fazendas e matar-lhe o gado. Nas incursões em vilas e povoados, o grupo saqueava, dizimava e matava. As violências cometidas pelo bando eram inúmeras: tatuagem a fogo, corte de orelha ou de língua, castração, estupro, morte lenta, entre outras. Muitos habitantes abandonavam definitivamente as suas propriedades, tornando desertas as caatingas, já que elas estavam entregues a soldados e cangaceiros.
Virgulino Ferreira era bastante impulsivo. Às vezes, passavam-se meses sem se ouvir falar nele, pensando-se, inclusive, que tinha morrido. Mas, de repente, ele surgia do nada com o seu bando, como um tremendo furacão, lutando contra as volantes, incendiando fazendas, roubando e matando com a maior naturalidade. Em algumas ocasiões, seus gestos eram generosos: confraternizava com as pessoas, organizava festas, distribuía dinheiro, pagava bebida para todos.
Em uma de suas paradas para descansar, perto da Cachoeira de Paulo Afonso, conheceu Maria Déia, filha de um fazendeiro de Jeremoabo, na Bahia. Há cinco anos ela era casada com José de Nenén - um comerciante da região - mas nutria uma paixão platônica por Lampião, mesmo sem nunca tê-lo encontrado.
Alguns afirmam que foi a própria mãe de Maria Déia que segredou a Lampião sobre essa paixão. Já outros dizem que foi Luís Pedro - integrante do bando - que insistiu para o rei do cangaço conhecê-la. Na realidade, o fato é que Virgulino caiu de amores ao vê-la. E, impressionado com a sua beleza, passou a chamá-la de Maria Bonita.
Em vez de três dias, ficou dez na Fazenda Malhada da Caiçara. Com a concordância dos pais, que apoiavam o desejo da filha, Maria Déia coloca as suas roupas em dois bornais, penteia os cabelos, despede-se para sempre do marido, e parte com Lampião rumo à caatinga. Era o ano 1931 e ela tinha 20 anos.
Pouco tempo depois, Maria Bonita engravida e sofre um aborto. Mas, em 1932, o casal de cangaceiros tem uma filha. Chamam-na de Expedita. Maria Bonita dá à luz no meio da caatinga, à sombra de um umbuzeiro, em Porto de Folha, no estado de Sergipe. Lampião foi o seu próprio parteiro.
Como se tratava de um período de intensas perseguições e confrontos, e a vida era bastante incerta, os pais não tinham condições de criá-la dentro do cangaço. Os fatos que ocorreram viraram um assunto polêmico porque uns diziam que Expedita tinha sido entregue ao tio João, irmão de Lampião que nunca fez parte do cangaço; e outros testemunharam que a criança foi deixada na casa do vaqueiro Manuel Severo, na Fazenda Jaçoba.
O Capitão Virgulino adora ser fotografado e filmado. Neste sentido, consente que Benjamim Abraão, um fotógrafo libanês, conviva durante meses com o seu bando e colete muito material sobre o cangaço. Esse fotógrafo, contudo, é assassinado por um coronel, e grande parte do seu acervo é destruída.
Maria Bonita sempre insistia muito para que Lampião cuidasse do olho vazado. Diante dessa insistência, ele se dirige a um hospital na cidade de Laranjeiras, em Sergipe, dizendo ser um fazendeiro pernambucano. Virgulino tem o olho extraído pelo Dr. Bragança - um conhecido oftalmologista de todo o sertão - e passa um mês internado para se recuperar. Após pagar todas as despesas da internação, ele sai do hospital, escondido, durante a madrugada, não sem antes deixar escrito, à carvão, na parede do quarto:
Doutor, o senhor não operou fazendeiro nenhum. O olho que o senhor arrancou foi o do Capitão Virgulino Ferreira da Silva, Lampião.
Além das emboscadas planejadas para liquidá-lo, cabe ressaltar que Lampião conseguiu sobreviver ao veneno e ao fogo. Do primeiro, contou com a dosagem fraca que lhe deu, somente, um inconveniente desarranjo intestinal; do segundo, apesar de chamuscado, conseguiu escapar pulando. Mas foi ferido à bala diversas vezes.
Excetuando-se João, todos os irmãos de Virgulino morreram antes dele. Em 1926, Antônio foi morto em Serra Talhada, no encontro com uma volante pernambucana. Uma outra volante desse mesmo estado matou Levino Ferreira. O último a falecer foi Ezequiel, gravemente ferido pela polícia de Sergipe. Mas, quando Lampião percebeu que seu irmão estava se ultimando e sofrendo, saca do próprio revólver e dispara um tiro de misericórdia bem em cima de sua testa.
Em uma outra luta contra a volante pernambucana, na vila de Serrinha, próximo a Garanhuns, Maria Bonita foi baleada. Como estava perdendo muito sangue, Lampião deu ordem para encerrar a luta imediatamente: pega a amada nos braços e segue rumo ao município de Buíque, onde ela é tratada na vila de Guaribas.
Vale deixar registrado que o bando de Lampião resistiu durante quase 20 anos, brigando com grupos de civis que o perseguiam e com a polícia de 7 estados nordestinos. Por todo esse tempo, assaltou propriedades de grandes fazendeiros, atacou povoados, vilas e cidades, roubou, pilhou, torturou e matou os seus adversários.
Apesar de ter sido baleado nove vezes, Lampião sobreviveu a todos os ferimentos, sem contar com qualquer tipo de assistência médica formal. Naquela época, desconheciam-se os antibióticos e as sulfas. Para estancar o sangue e curar os ferimentos, por exemplo, usavam-se mofo, pó de café e, até, excrementos de gado. Eram usadas, ainda, ervas medicinais e rezas dos curandeiros, que nem sempre funcionavam como se esperava. Um ferimento em seu pé, neste sentido, condenou Virgulino a mancar para o resto da vida.
Extremamente jeitoso, além de dotado de grande capacidade de improvisação, era o Capitão Virgulino que fazia os curativos, encanava pernas e braços quebrados dos feridos e fazia os partos das mulheres dos cangaceiros. Super dotado de inteligência, ele era médico, farmacêutico, dentista, vaqueiro, poeta, estrategista, guerrilheiro, artesão. Desconfiado, só ingeria algo depois que alguém tivesse provado o alimento. Por outro lado, só entregava o dinheiro após ter recebido a mercadoria.
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amor-barato · 6 months
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Queria ser pandeiro Pra sentir o dia inteiro A tua mão na minha pele a batucar Saudade do violão e da palhoça Coisa nossa, coisa nossa (...) Malandro que não bebe, Que não come, Que não abandona o samba Pois o samba mata a fome, Morena bem bonita lá da roça, Coisa nossa
Noel Rosa era chamado de poeta da Vila por coisas assim <3
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filhadepombagira · 5 years
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Pomba Gira Maria Farrapo Conta-se as histórias que Farrapo era uma jovem filha de um grande Rei, seu nome era Madalena e seu destino já havia sido traçado, a princesa seria uma Rainha e governaria todo um povo.  Mas Madalena nunca fora menina/mulher de receber ordens de ninguém, sempre fazia o que queria, como e quando queria, contrariava as regras de seu pai. Amava a liberdade e seu sonho era guerrear ao lado dos guerreiros do exército do reino. Por isso, numa noite de luar, Madalena fugiu do reino, levando apenas alguns suprimentos, que não demoraram a acabar.  Seu pai mandou inúmeros homens a sua procura, mas Madalena sempre dava um jeito de se livrar de todos eles. Se envolveu com uma velha feiticeira, que tudo a ensinou. Madalena mendigava moedas de ouro, vendia seus frascos de remédio e trabalhava com suas magias tanto para o bem quanto para o mal.  Madalena era trapo só, não se importava de usar vestidos rasgados e maltrapilhos. Madalena nunca mais vira seu pai, nunca mais voltara a vila onde morava, Madalena agora, era conhecida como Farrapo. Maria Farrapo gosta de vestimentas mais vermelhas do que pretas, porém, sempre muito discreta. Fuma cigarros doces e bebe champanhe vermelha. Seus médiuns não costumam se prender a lugares, gostam de viajar e conhecer o novo, assim como a própria Maria Farrapo. Ela jamais abandona seus médiuns e permite que eles passem por dificuldades afim de amadurecem e estarem prontos para recebê-la em terra. Laroyê Maria Farrapo ♥ #PombaGira #MariaFarrapo #Laroyê #Mojubá #Umbanda #Candomblé https://www.instagram.com/p/B1UtpkBHujy/?igshid=1vk1nqv2gx769
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andredelimasilva · 4 years
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🇧🇷👏***São Paulo,22 de Fevereiro de 2020***🇧🇷
🇧🇷*Vila Brasilândia na  Rua Vira juba,423- Cep:-02847-085 em São Paulo-Capital-Zona Norte /No País BrasiL!*🇧🇷 🇧🇷*E Que Seja Muito mais que Um Abençoado,Ótimo e Excelente Sábado 22/02/2020;Com Um Excelente Fim ou Final de Semana Abençoado Por Deus!*🇧🇷
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cozyapart204 · 5 years
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Olá pessoal, um dia eu tinha comentado que nunca faria resenhas, mas nunca diga nunca. Essa será minha primeira resenha, então me perdoem se ela sair fraquinha...
Obs: pode ter um pouquinho de spoiler!
Joanna é uma jovem mulher muito dedicada ao trabalho na salina da família Gilly, junto com sua mãe e seus irmãos fornecem o sal para a pequena vila Cape Cod. Seu irmão Henry  ajudava mesmo não gostando tanto do trabalho exaustivo, já Claire, a caçula ambiciosa odeia o sal e não vê a hora de dar o fora dali.
Os Gilly eram perseguidos por uma maldição, todos nascidos homens não ficavam por muito tempo nas terras da fazenda Salt Creek, Henry morre em um acidente na salina e o pai os abandona.
Jo é quem mais sofre com a perda do irmão, isso fez ela se aproximar mais de seu amigo de infância Whit, mas intrigas e segredos entre suas famílias os impedem de ficarem juntos. Tudo sai fora dos eixos depois de um terrível incêndio, mudando suas vidas de forma inesperada e separando as irmãs.
"A unica forma de se livrar de uma coisa é encarando-a de frente”. Pag.207
Quando comecei a ler, achei um pouco confuso no começo, até perceber que cada capitulo era narrado por um personagem diferente, tanto principais quanto secundários, também achei que teria algo de bruxaria e magia envolvidos, mas me enganei, eram apenas superstições, talvez até houvesse algo magico no sal, mas nada de bruxaria do tipo Harry Potter. A autora detalha bastante os lugares e personagens, gostei bastante deles, menos da Dee, a adolescente que me fez lembrar alguém que conheço haha
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laslecturasdeisabel · 2 years
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LOS BESOS
Sinopsis LOS BESOS. MANUEL VILAS Cuando el amor descubre el sentido más profundo de la vida Marzo, 2020. Un profesor abandona Madrid por prescripción médica, va hasta una cabaña en la sierra y conoce a una mujer apasionada quince años menor. Él se llama Salvador; ella, Montserrat, y entre los dos crece una confianza plena e inesperada, llena de revelaciones. Sus encuentros son un gran baño de…
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