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doceresumoblog · 2 years
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|ℙ𝕒𝕟𝕥𝕖𝕣𝕒 ℕ𝕖𝕘𝕣𝕒|
Resumo: Em Pantera Negra, após a morte do rei T'Chaka (John Kani), o príncipe T'Challa (Chadwick Boseman) retorna a Wakanda para a cerimônia de coroação. Nela são reunidas as cinco tribos que compõem o reino, sendo que uma delas, os Jabari, não apoia o atual governo. T'Challa logo recebe o apoio de Okoye (Danai Gurira), a chefe da guarda de Wakanda, da irmă Shuri (Letitia Wright), que coordena a área tecnológica do reino, e também de Nakia (Lupita Nyong'o), a grande paixão do atual Pantera Negra, que não quer se tornar rainha. Juntos, eles estão à procura de Ulysses Klaue (Andy Serkis), que roubou de Wakanda um punhado de vibranium, alguns anos atrás.
Crítica: Super-heróis nada mais são que representações atualizadas de deuses e seres mitológicos da antiguidade. Seus poderes, que quase sempre vêm atrelados à extremas responsabilidades, servem como analogia da nossa busca pela singularidade e do quanto somos necessitados de figuras paternais e protetoras em nossas insignificantes vidas, levando em conta a imensa vastidão do universo. Nos vemos representados nos super-seres, ora nos velhos quadrinhos, ora na tela grande, nos faz crer que todos nós também podemos fazer coisas inacreditáveis e que fazemos parte de algo muito maior do que a enfadonha rotina que nos rodeia. Algo que, na cabeça de uma criança, por mais bobo e ingênuo que soe, pode literalmente mudar uma vida inteira. “Pantera Negra” é um filme que chega carregado de responsabilidades, principalmente por seu conceito de igualdade, e que corresponde a cada uma das expectativas direcionadas.
Continuando imediatamente a história contada em “Capitão América: Guerra Civil”, com a morte do rei T’Chaka (John Kani), o príncipe de Wakanda, T’Challa (Chadwick Boseman), assume o trono que fora de seu pai, mas vislumbra com isso os problemas e idiossincrasias do poder. Seu reino, apesar de extremamente tecnológico e avançado – principalmente se comparado aos países africanos que o avizinham -, é composto de diversas tribos milenares, com tradições e modo de pensar antigos e independentes. Ao mesmo tempo que encara os violentos costumes da coroação, o novo Pantera nutre sentimentos de vingança contra aquele que é um dos maiores terroristas da região, Ulysses Klaw (Andy Serkis), que por sua vez continua cometendo seus crimes impunemente. Junta-se a isso um amor perdido por uma causa maior e um novo algoz, alguém que pode desestabilizar toda a hierarquia de poder atual.
Trazendo em seu plot uma versão “hi-tech/tribal” de “Hamlet”, de William Shakespeare, o longa aposta nas raízes do povo africano como sua força motriz. Orgulho, respeito, tradições, cultura, beleza e família são conceitos explorados de maneira intensa. Apesar de formulaico – até por se tratar de um filme de herói, que obrigatoriamente precisa de ação – o roteiro retrata um drama familiar bastante honesto e crível. É fácil se apegar a personagens tão carismáticos e definidos. Até mesmo o grande vilão, ocasionalmente subdesenvolvido neste tipo de obra, aqui possui motivações reais, algo que nos aproxima de sua figura.
Apesar de destacar a todo momento a pobreza e a disparidade nos países vizinhos – fazendo um óbvio, mas válido paralelo com a desigualdade entre as nações de primeiro e terceiro mundo – os cidadãos de Wakanda nunca são representados como submissos ou subjugados, muito longe disso. Escondidos propositalmente da civilização para proteger sua enorme jazida do metal vibranium, fonte da riqueza e da alta tecnologia do reino, alguns wakandeanos simplesmente não suportam ter essa riqueza apenas para si e se infiltram na escória da civilização para salvar os necessitados. São os heróis do mundo real sendo retratados quase que em pé de igualdade com os da ficção.
Não é somente no realce da cultura negra que se justifica a força empoderadora do longa. Todas as mulheres de Wakanda são fortes, destemidas e autônomas. Seja na indescritível beleza visual e conceitual das figuras das “Dora Milaje”, a guarda absolutamente feminina do rei e, consequentemente, do herói Pantera Negra, seja na inteligência e carisma de Shury (Letitia Wright) ou na independência extrema de Nakia (Lupita Nyong’o), as personagens femininas mostram-se complexas e emancipadas, deixando definitivamente para trás alguns dos velhos e empoeirados conceitos machistas.
O diretor Ryan Coogler é um ótimo criador de cenas plásticas e coerentes. Aqui, como já havia feito antes em “Creed” (2015) e em “Fruitvale Station” (2013), ele basicamente nos coloca na ação do filme o tempo todo. Seja na luta pelo trono no topo de uma cachoeira, seja no lindo plano-sequência do cassino, Coogler sabe movimentar a câmera como ninguém. Apesar deste ser um filme de uma franquia bastante conhecida, que precisa seguir linhas narrativa e visual definidas, o diretor consegue a todo momento impor a sua “marca”, principalmente em suas decisões criativas, como na escolha da diretora de fotografia indicada ao Oscar, Rachel Morrison (“Mudbound – Lágrimas Sobre o Mississipi”), ou no convite ao rapper Kendrick Lamar para encabeçar algumas músicas da trilha sonora, encharcada de hip-hop de ótima qualidade.
Pena que essas belas qualidades não se apliquem ao departamento de efeitos visuais do longa. Há tempos que evidencia-se um incômodo “downgrade” nos CGI 's dos filmes da Marvel Studios. Talvez a pressa, ocasionada pelas diversas estreias anuais da franquia de heróis e na consequente falta de tempo para uma boa finalização do material, seja um dos motivos para esta derrocada. Mesmo com este entendimento, fica bastante difícil não se espantar com a falta de cuidado em algumas cenas. Destaco aqui as detestáveis e risíveis sequências do conselho tribal no combate da cachoeira e as do clímax, que chegam até a lembrar os indecorosos “bonecões” de computação gráfica de “Matrix Reloaded” (2003).
“Pantera Negra” é basicamente um remake/continuação conceitual da animação “O Rei Leão” da Disney, tanto em sua história quanto em seu amor pelas tradições e culturas africanas. Apostando bem menos no humor do que os últimos filmes do estúdio e trazendo humanidade e representatividade, sem revanchismos baratos, o blockbuster de ação já nasce como uma bela ferramenta de inclusão, além de ser também um ótimo e divertido passatempo. Algo que não pode ser abalado apenas por meia dúzia de efeitos ruins.
Nota: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
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doceresumoblog · 2 years
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|ℂ𝕒𝕡𝕚𝕥𝕒̃𝕠 𝔸𝕞𝕖́𝕣𝕚𝕔𝕒:𝔾𝕦𝕖𝕣𝕣𝕒 ℂ𝕚𝕧𝕚𝕝|
Resumo: Em Capitão América: Guerra Civil, Steve Rogers (Chris Evans) é o atual líder dos Vingadores, supergrupo de heróis formado por Viúva Negra (Scarlett Johansson), Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen), Visão (Paul Bettany), Falcão (Anthony Mackie) e Máquina de Combate (Don Cheadle). O ataque de Ultron fez com que os políticos buscassem algum meio de controlar os super-heróis, já que seus atos afetam toda a humanidade. Tal decisão coloca o Capitão América em rota de colisão com Tony Stark (Robert Downey Jr.), o Homem de Ferro.
Crítica: Em um universo onde super-heróis existem e super-vilões colocam a vida de milhares de civis em risco todos os dias; onde heróis fazem o seu trabalho sem qualquer supervisão, assumindo o risco de que as coisas podem dar errado, como garantir que uma tragédia não aconteça? Em Capitão América: Guerra Civil essa é uma pergunta norteadora, que abre espaço para uma discussão ética, política e moral sobre a atividade dos super-heróis, seus deveres e responsabilidades — uma questão que permeia todo o arco de Guerra Civil nos quadrinhos de Mark Millar e Steve McNiven, e também no romance adaptado por Stuart Moore.
Dirigido pelos irmãos Anthony e Joe Russo (também responsáveis por Capitão América: Soldado Invernal), o filme guarda algumas diferenças em comparação ao material original, e o conflito entre dois dos maiores nomes do Universo Marvel acaba sendo apenas o ponto de partida para novos embates que trazem para o centro da história personagens que não teriam tanto destaque em uma adaptação 100% fiel aos quadrinhos: Bucky Barnes (Sebastian Stan), o Soldado Invernal; e T’Challa (Chadwick Boseman), o Pantera Negra.
É interessante como o desenvolvimento do filme acontece de forma quase independente; muitos dos elementos originais continuam presentes, mas são vistos por uma nova perspectiva e não necessariamente chegam a uma mesma conclusão. A missão na cidade de Lagos, na Nigéria, liderada por Steve Rogers (Chris Evans), é o que inicialmente desencadeia as primeiras discussões sobre o Tratado de Sokovia (documento cujo objetivo é submeter os heróis a um pacto de responsabilidade sob o comando da Organização das Nações Unidas) e a necessidade de controle sobre as ações dos super-heróis — na tentativa de impedir que Ossos Cruzados (Frank Grillo) tome posse de um agente biológico, utilizando-o como arma, Wanda (Elizabeth Olsen) utiliza seus poderes para proteger Steve, mas acaba matando um grupo de civis em consequência, e o acidente desperta a atenção e preocupação dos líderes de diversos países. O acidente, no entanto, não é o único episódio a trazer a discussão à tona, embora seja o mais notório deles: a conversa de Tony Stark (Robert Downey Jr.) com uma mãe durante um evento no M.I.T (Massachusetts Institute of Technology) que perdera seu filho durante a luta dos Vingadores contra Ultron, também interpõe-se na discussão, adicionando novas nuances e tornando-a consideravelmente mais complexa.
Balançado com as palavras dessa mãe, Stark passa a acreditar que o melhor a ser feito é assinar o tratado e submeter os heróis a algum tipo de vigilância, garantindo a segurança de pessoas inocentes e que esses acidentes não se repitam. Steve, entretanto, não vê o controle como a melhor maneira de lidar com a questão; ao contrário, ele acredita que isso apenas os tornariam fantoches do interesse político de determinados agentes. Ambos os lados parecem possuir argumentos válidos, o que torna particularmente complicada a tarefa de escolher lados, e a discrepância entre eles revela o olhar distinto que cada um dos personagens projeta sobre um mesmo conflito. A discussão acaba levando-os a uma conferência em Viena, na Áustria, mas um ataque inesperado que põe fim à vida do rei de Wakanda faz com que ela assuma contornos mais urgentes, em especial porque T’Challa deseja se vingar do responsável — que, ao que tudo indica, trata-se de Bucky Barnes.
Em sua última aparição, Bucky estava sob o controle da H.Y.D.R.A, mas desde então seu paradeiro era incerto; nada que seja suficiente para fazer com que Steve acredite que ele seja o responsável pelo atentado. Some-se a isso a descrença de Rogers em relação ao Tratado de Sokovia e a ruptura é inevitável — ruptura esta que dará o tom urgente do filme, mostrando como a dificuldade em chegar a um acordo pode ser fatal para o legado dos Vingadores. De um lado há Tony Stark, que une-se àqueles que acreditam na culpa de Bucky tanto quanto na validade do Tratado de Sokovia; do outro, permanece Steve Rogers e seus aliados que tentam provar a inocência de Bucky ao mesmo tempo em que buscam garantir a liberdade dos heróis. E, no meio de tudo isso, manipulando os acontecimentos nas sombras, há Zemo (Daniel Brühl) que, com seu plano, pretende implodir os Vingadores de dentro para fora.
Capitão América: Guerra Civil tem todos os ingredientes que nos transformaram em fãs de filmes de super-heróis: as cenas incríveis de lutas, as interações entre seus muitos heróis, o carisma dos envolvidos e os alívios cômicos tão característicos. Após doze filmes, alguns seriados, incontáveis easter eggs e diversas cenas pós-crédito (isso sem mencionar os quadrinhos), a Marvel parece cada vez mais segura ao lidar com seu universo e costura referências de maneira bastante natural. Em Guerra Civil, além da trama sobre o Tratado de Sokovia, também são apresentados dois novos heróis — Pantera Negra e sua Wakanda, lar de heróis e vibranium; e o Homem-Aranha (Tom Holland), um adolescente nerd e bastante empolgado com o novo universo que está descobrindo —, e suas estreias não poderiam ter sido mais adequadas.
As cenas do jovem Peter Parker, em especial, são uma das melhores passagens do filme. Em seus poucos minutos de cena é possível prestigiar a essência tão adorada do personagem nos quadrinhos. O humor, o deslumbramento (impossível esquecer o “hey Captain, big fan!”) e suas acrobacias inspiradas dão gosto de ver. A apresentação de Pantera Negra não fica atrás e chega com força para bater na tecla da diversidade.
Outro ponto positivo são as participações da Feiticeira Escarlate e Viúva Negra (Scarlett Johansson). Ainda que o foco do filme não esteja em nenhuma das duas — muito embora o sentimento de culpa que Wanda carrega pelo incidente em Lagos pudesse render um interessante paralelo entre as perspectivas de Tony e Steve —, o tempo de tela das duas é muito bem aproveitado. As sequências de luta evidenciam suas habilidades, explorando belamente as particularidades de cada uma; seja na maneira letal como Natasha enfrenta seus adversários, seja em toda a força de Wanda — uma jovem que parece frágil em um primeiro momento e que é frequentemente tratada com condescendência por seus colegas, mas que não poderia estar mais longe do papel que lhe é atribuído. A partir do momento em que toma as rédeas de sua vida e passa a tomar as próprias decisões, Wanda vai em busca daquilo que acredita independentemente de ser ou não o que diga ser o melhor para ela. O mesmo ocorre com Natasha, que além de ser uma personagem extremamente complexa e com uma história de vida interessantíssima, foi uma das poucas (se não a única) a manter a cabeça no lugar durante todo o conflito, sendo fiel àquilo em que acreditava e olhando os acontecimentos com a racionalidade que muitas vezes falta aos seus companheiros.
Mas elas não são as únicas: praticamente todos os personagens encontram espaço para explorarem aquilo que existe de mais humano em si mesmos. A força com que essa característica surge torna incrível a percepção de que por trás de armaduras e super-poderes existem, antes, seres humanos tão complexos quanto complicados, que erram, ficam cegos ao defender aquilo em que acreditam e possuem uma centena de questões mal resolvidas (ou simplesmente não resolvidas), o que altera todo o olhar projetado sobre a narrativa. É por isso que, embora trabalhe muito bem a noção de lados, colocando dois de seus maiores nomes lutando em frentes opostas, Capitão América: Guerra Civil torna uma missão impossível torcer para um único lado, qualquer que seja; algo que, eventualmente, até mesmo os próprios heróis percebem. Se essa humanização não chega a gerar exatamente uma identificação, é importante notar como ela adiciona mais camadas aos personagens, tornando-os humanos ao invés de meras peças dentro de um jogo.
Nada disso significa que Capitão América: Guerra Civil não tenha problemas. É o caso, por exemplo, de Sharon Carter (Emily VanCamp), sobrinha de Peggy Carter (Hayley Atwell), que é inserida na trama apenas para ajudar o Capitão América e servir como interesse amoroso do próprio, sumindo do mapa em seguida. Se sua participação reduzida pode ser facilmente justificada pelo seu trabalho, que a impede de tomar frente na disputa, não deixa de ser incômodo que sua participação seja resumida em uma sucessão de fatos irrelevantes. A cena do beijo, sobretudo, incomoda justamente porque aparece de maneira totalmente deslocada dos outros acontecimentos, sem acrescentar absolutamente nada a ela. Se as reações de Sam (Anthony Mackie) e Bucky funcionam como um alívio cômico, há de se deduzir que existiam maneiras muito mais interessantes de desenvolver o breve relacionamento dos dois, adicionando variáveis mais complexas, como o fato de Steve ter se envolvido romanticamente com a tia de Sharon muito antes de ela nascer — o que, por si só, conduziria a narrativa a lugares menos óbvios.
Nesse sentido, também é importante pensar sobre o desenvolvimento de Wanda, cujo papel de maior destaque não faz com que seus sentimentos e conflitos internos sejam tratados com a mesma atenção. Se são os seus erros que culminam nas primeiras discussões sobre o Tratado de Sokovia, o filme fornece apenas um vislumbre de como as consequências recaem sobre a própria Wanda; no centro não está sua culpa, mas a de Tony Stark, que remói os erros do passado e busca no documento, se não uma forma de redimir-se, ao menos uma maneira de evitar novos desastres. Wanda, contudo, é tratada com tanta condescendência quanto possível: praticamente todos os personagens a enxergam como uma criança incapaz de tomar as próprias decisões ou sem qualquer noção de seu próprio poder, necessitando de constante proteção contra si mesma — e é por isso que o momento em que ela conquista o maior autonomia e decide o que ela quer, de qual lado ela vai ficar, significa tanto.
De modo geral, Capitão América: Guerra Civil é um filme que cumpre seus objetivos, consegue introduzir de forma coerente novos personagens, abre espaço para os filmes que virão a seguir e, principalmente, inicia de forma espetacular a terceira fase de seu universo cinematográfico. É um filme que empolga e emociona na medida certa, que entrega bons personagens (ainda que alguns sejam mal aproveitados) e apresenta discussões muito pertinentes-Valkirias.
Nota: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
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doceresumoblog · 2 years
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|ℍ𝕠𝕞𝕖𝕞-𝔽𝕠𝕣𝕞𝕚𝕘𝕒|
Resumo: Dr. Hank Pym (Michael Douglas) é o inventor da fórmula/ traje que permite o encolhimento. Anos depois da descoberta, precisa impedir que seu ex-pupilo Darren Cross (Corey Stoll) consiga replicar o feito e vender a tecnologia para a HYDRA. O Dr. Pym escolhe o trambiqueiro Scott Lang (Paul Rudd) para usar o traje do Homem-Formiga. Lang, que acabou de sair da prisão e está com dificuldade de achar um trabalho honesto, aceita.
Crítica: Um super-herói que não tem superforça, não voa e não é à prova de balas. Qual é o seu superpoder? Encolher ao tamanho de uma formiga, de onde tira o seu codinome heroico, e se comunicar com esses insetos. Criado por Stan Lee, Jack Kirby e Larry Lieber nas páginas de Tales to Astonish em janeiro de 1962, o Homem-Formiga nunca conseguiu sair do círculo de reconhecimento que abrange apenas os aficionados por quadrinhos. Esteve lá na primeira edição de Os Vingadores, em 1963, como membro-fundador desse que é um dos grupos mais importantes da Marvel Comics, sempre participou (como coadjuvante) de sagas importantes da editora, mas não foi além disso, jamais conseguindo estrelar uma edição solo.
Cinco décadas precisaram se passar para que o Homem-Formiga transita-se dos quadrinhos para o cinema – não por falta de tentativas ou vontades anteriores, já que desde a década de 1980 Lee sonhava com um filme do personagem, mas viu a Walt Disney lançar Querida, Encolhi as Crianças antes e o seu projeto ser engavetado pela extinta New World Pictures.
A produção de Homem-Formiga dentro do universo cinematográfico da Marvel (UCM) foi tão tortuosa quanto é a trajetória do personagem nos quadrinhos. O cineasta britânico Edgar Wright tinha interesse no projeto desde 2006 e em 2008 foi contratado para dirigi-lo. A intenção do estúdio era lançar o filme em 2011 e ter o personagem participando de Os Vingadores em 2012. Muitas diferenças criativas depois e o projeto voltou quase ao zero prestes a iniciar as suas filmagens. O público duvidava do filme. Os fãs duvidavam do filme. Troca diretor – entra Peyton Reed. Reescreve-se boa parte do roteiro – mantendo muito das ideias de Wright e Joe Conish. E finalmente em 2015 Homem-Formiga é lançado, já no encerramento da fase 02 do UCM.
O resultado final é um longa-metragem que supera todos os seus problemas de bastidores, conseguindo tornar-se completamente distinto dos demais filmes do estúdio (o que já fica evidente quando a salsa panamenha Borombon toca no início) ao assumir uma alma de filme de família com uma trama de assalto com comédia ao melhor estilo Onze Homens e Um Segredo (2001), uma das inspirações declaradas da produção. As múltiplas digitais do projeto, em vez de causar o caos, terminam amalgamando-se no processo criativo de forma orgânica. Percebe-se o humor de absurdo britânico de Wright e Conish tanto quanto o estilo das comédias americanas (de onde Reed, McKay e Rudd vieram) calcadas em múltiplos personagens cômicos, não apenas no protagonista.
E a turma de coadjuvantes é absolutamente maravilhosa. Esse talvez seja um dos maiores acertos de Homem-Formiga: estabelecer coadjuvantes tão cativantes quanto o seu protagonista. É fantástico ver o personagem em ação encolhendo e aumentando em inventivas composições, mas a narrativa também faz com que você deseje ver mais do relacionamento entre Scott (Paul Rudd) e sua filha Cassie (Abby Ryder Fortson), que tem poucas cenas, ora doces e engraçadas, ora tristes, mas sempre apaixonantes. Na primeira interação entre os dois, Scott presenteia a filha com um coelho que parece ter pertencido ao Chucky. A pequena garotinha reage com um espontâneo e adorável “É feio que dói! Eu adorei!” e nunca mais largar o bicho de pelúcia. Toda a sensibilidade que irá permear a relação entre pai e filha é estabelecida já nessa cena
E definitivamente todo mundo quer ver mais das trapalhadas do trio de ladrões completamente idiotas Kurt (David Dastmalchian), Dave (Tip “T.I.” Harris) e Luís (Michael Peña), que cumpriu pena com Scott, e toma todos os holofotes para si sempre que aparece, com a sua fala acelerada e a necessidade de contextualizar, nos mínimos detalhes que não interessam a ninguém que está ouvindo, todas as histórias que conta – é hilário o recurso de mostrá-las como acontecem na sua imaginação, extremamente rápidas e com a voz de Luís “interpretando” todas as pessoas que participam dos seus “contos”.
O cerne narrativo é a família, com duas histórias entrelaçadas que movimentam a história e fazem o Homem-Formiga ressurgir com um novo alter-ego. O prelúdio no auge da Guerra Fria mostra um jovem Hank Pym (Michael Douglas rejuvenescido em um trabalho brilhante de maquiagem e efeitos especiais) brigando com Howard Stark (John Slattery), Peggy Carter (Hayley Atwell) e Mitchell Carson (Martin Donovan) para impedir que a sua tecnologia caísse nas mãos da S.H.I.E.L.D e se convertesse em uma arma de guerra. Hank deixou para trás os seus dias como Homem-Formiga depois que a sua esposa, Janet Van Dyne, desapareceu para sempre no universo subatômico ao impedir que um míssil soviético explodisse em solo americano.
Hope (Evangeline Lilly) tem uma relação conflituosa com o pai e não o perdoa pela morte da mãe – Hank jamais lhe contou a verdadeira história. O ex-pupilo Darren Cross (Corey Stoll) tomou o comando da antiga Pym Technologies (com o voto decisivo de Hope) e está muito perto de replicar as partículas pym, vendê-las para a Hydra e entupir o mundo com o traje Jaqueta Amarela. Hank precisa detê-lo, mas não quer ver acontecer com Hope o mesmo que ocorreu com Janet. Para isso ele precisa de alguém capaz de vestir o seu traje e invadir um lugar projetado para impedir a invasão.
Esse cara é Scott Lang, um engenheiro que roubou muito dinheiro da sua antiga empresa – para devolver a pequenos investidores que foram lesados pela corporação – e acaba de sair da prisão. Um criminoso, mas com senso de justiça e bom coração. E uma filha pequena. Mas sua ex-mulher Maggie (Judy Greer) agora namora o policial Paxton (Bobby Cannavale) e só vai permitir que Scott faça parte constante da vida de Cassie se ele conseguir um emprego. Mas ninguém dá emprego a um ex-presidiário. E que ainda por cima roubou da própria empresa. Scott quer ser para Cassie o herói que ela acredita que ele já é. E vai fazer qualquer coisa por isso, inclusive voltar a invadir lugares e roubar coisas.
Em seu conteúdo, Homem-Formiga trata de pais querendo salvar os mundos de suas filhas, um enquanto ela ainda é criança e enxerga nele a melhor pessoa do universo e o outro tentando resgatar o que se perdeu pelo caminho ao longo das décadas; em sua forma é um elaborado filme de assalto arquitetado por um trabalho de direção que pensa a ação e o humor lado a lado. Reed e o diretor de fotografia Russell Carpenter conseguem manusear as diferentes escalas que o poder do personagem exige a todo instante de maneira inventiva e imprevisível.
A tradicional montagem de treinamento é criativa – afinal, quantos heróis treinam os seus poderes tentando saltar pelo buraco de uma fechadura ou ensinando formigas a colocarem cubos de açúcar em uma xícara de chá? – e o universo das formigas surge em um surrealismo meio louco, com cores muito vivas. A apresentação das espécies de formigas que auxiliam o personagem (formiga-louca, tocandira, formiga-carpinteira e formiga-de-fogo) é interessante e o jeito com que Scott trata o seu exército de insetos torna impossível não simpatizar com Antony e não se emocionar com a sua partida (que descanse em paz).
Na primeira vez que o personagem veste o traje na banheira temos um deleite de efeitos especiais em escalas que remete diretamente à aventura no jardim de Querida, Encolhi as Crianças (1989), com a câmera acompanhando uma troca de perspectiva sensacional que segue um desesperado Scott fugindo de um tsunami que é a água caindo às suas costas, pelas tubulações do prédio, pelos riscos de um disco de vinil, pelo chão de uma boate, por dentro de um aspirador de pó e diante de um rato monstruoso. Já o rastro que as trocas constantes de tamanho deixam pelo caminho é muito bem utilizado nas lutas contra os seguranças da Cross Technologies. O Homem-Formiga é um projétil e suas coreografias de batalha são erguidas em torno desse conceito.
A inesperada luta final com o Jaqueta Amarela no quarto de Cassie é o melhor exemplo de como a ideia de encolhimento e crescimento é usada de maneira criativa. A câmera próxima evidencia uma batalha épica, com um trem de brinquedo aparentando ser um comboio gigantesco; quando corta para a escala humana, é um brinquedo de plástico que cai no chão sem fazer quase nenhum barulho. Enquanto isso, uma formiga gigante assusta a todos (que cachorro esquisito!) e um trenzinho aumentado destrói parte da casa. E ainda há o reino quântico em uma viagem curta, mas surrealista e maluca, de onde Scott consegue retornar vivo, o que enche Hank e Hope de esperanças de que um dia consigam resgatar Janet.
Homem-Formiga traz uma atmosfera e um ludismo que poucos filmes do tipo foram (e são) capazes de oferecer. Entrega tudo o que você espera de um filme de super-herói: diversão, ação, criatividade, humor, emoção aqui e ali, e muita alma. Paul Rudd adiciona um tipo de humor e carisma em Scott Lang que nenhum outro personagem da Marvel possui nos cinemas e o seu time de coadjuvantes é absolutamente ímpar – impossível não querer ver mais da Hope, do Hank, da Cassie, do Luís… e das formigas! Consciente da sua pequenez (e de como pode ser grandioso dentro dela) e também do quão ridículo é, aproveitar-se desses elementos para se reinventar em um longa-metragem honesto e descompromissado, que depois de tantos problemas e atrasos (mas em um trabalho contínuo e de muitas e importantes contribuições) estabelece com maestria o menor dos heróis do universo cinematográfico da Marvel-OVEST
Nota: ⭐️⭐️⭐️⭐️
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doceresumoblog · 2 years
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|𝕍𝕚𝕟𝕘𝕒𝕕𝕠𝕣𝕖𝕤:𝔼𝕣𝕒 𝕕𝕖 𝕌𝕝𝕥𝕣𝕠𝕟|
Resumo:Tentanto proteger o planeta de ameaças como as vistas no primeiro Os Vingadores, Tony Stark (Robert Downey Jr.) busca construir um sistema de inteligência artifical que cuidaria da paz mundial. O projeto acaba dando errado e gera o nascimento do Ultron (voz de James Spader). Capitão América (Chris Evans), Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), Thor (Chris Hemsworth), Hulk (Mark Ruffalo), Viúva Negra (Scarlett Johansson) e Gavião Arqueiro (Jeremy Renner) terão que se unir para mais uma vez salvar o dia.
Crítica: O que é preciso para o sucesso de um filme baseado em super-heróis de histórias em quadrinhos? Em resumo, ir de um extremo a outro com muita habilidade e competência. Ou seja, exige-se atingir todas as expectativas dos fãs mais radicais, entregando tudo exatamente como visto anteriormente, ao mesmo tempo em que consegue surpreender na passagem para este outro formato, adicionando novidades e inovações.
Joss Whedon retorna ao posto de diretor como responsável por esta segunda reunião, agora ainda mais seguro de si, tomando decisões corajosas e com consequências aparentemente irremediáveis. Temos pela frente mais uma vez os velhos conhecidos: Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), Capitão América (Chris Evans), Thor (Chris Hemsworth), Hulk (Mark Ruffalo), Viúva Negra (Scarlett Johansson) e Gavião Arqueiro (Jeremy Renner). O mundo, no entanto, está muito diferente daquilo visto três anos atrás. Após Homem de Ferro 3 (2013), Thor: O Mundo Sombrio (2013) e, principalmente, Capitão América 2: O Soldado Invernal (2014), temos uma nova realidade pela frente, em que a S.H.I.E.L.D. foi desmantelada e não há mais uma divisão concreta entre o bem e o mal. Dessa vez, felizmente, não é necessário apresentar os personagens e a situação em que estão inseridos, muito menos explorar suas origens ou explicar quem são e do que são capazes. Parte-se do princípio que todos são bem conhecidos, e a ação tem início quase imediatamente.
A grande expectativa em relação a um filme dos Vingadores é, enfim, poder vê-los em conjunto mostrando o melhor dos seus poderes. É isso que Era de Ultron entrega de partida. Nossos heróis favoritos estão em busca do cetro de Loki, que está de posse do Barão von Strucker (Thomas Kretschmann, que havia aparecido rapidamente em Capitão América 2, 2014). Este, porém, possui dois aliados de peso: os gêmeos Wanda (Elizabeth Olsen) e Pietro Maximoff (Aaron Taylor-Johnson). Segundo a explicação oficial, tratam-se de órfãos que foram submetidos à experiências genéticas que lhes dotou de capacidades extraordinárias: ela é uma poderosa telecinética, enquanto que ele possui velocidade acima do normal (nos gibis este histórico é um pouco diferente, não que isto de fato importe). Eles são eficientes para atrasar o ataque, mas não o suficiente para impedir que Homem de Ferro e equipe consigam o que buscavam. Ainda que suas intenções neste ponto ainda sejam nebulosas.
Será de posse dessa nova tecnologia extraterrestre que Tony Stark (o alter ego do Homem de Ferro) poderá colocar em prática um antigo sonho: a viabilização de Ultron, uma inteligência artificial em formato humanoide que teria como objetivo máximo a instauração e manutenção da paz na Terra. Afinal, o que seria do planeta se – e quando – os heróis não estiverem mais disponíveis? Ultron – com voz do ótimo James Spader – ganha corpo e consciência, mas como volta e meia estamos no dilema do ovo e da galinha, o mesmo aqui se repete: se a paz é necessária, não seria ela atrasada pela presença destes mesmos vigilantes, uma vez que um vilão só existe se houve um defensor da lei que o repreenda? A partir dessa lógica, o robô ultrapotente estabeleceu como meta eliminar aqueles mesmos que o criaram, tornando-se o inverso daquilo pelo qual fora imaginado.
Vingadores: Era de Ultron era o filme mais longo de todos os filmes do Universo Marvel, com exatos 141 minutos de duração. Isso, no entanto, não prejudica o ritmo do desenrolar de sua história, pois a mesma se desenvolve em três atos bem definidos. Temos o começo, em que um plano conjunto acaba sendo corrompido em seus resultados, o que termina gerando o temido Ultron. O segundo momento, de respiro, é aquele em que podemos nos deparar com os protagonistas e perceber o que de fato mudou em cada um deles, é o clímax, que se ganha pontos por nos levar a novos cenários, por outro lado cria uma sensação de distanciamento estranha e de difícil identificação. A fantasia ainda existe, mas extrapola os limites do imaginário concreto, aquele que nos provoca o questionamento sobre ‘como seria na vida real’. Perde-se as referências ao visitar cidades fictícias em personagens com os quais não temos ligações. E é aí em que mora o perigo.
A grande surpresa de Era de Ultron, mais do que anunciado vilão ou mesmo os novos combatentes Feiticeira Escarlate (Wanda) e Mercúrio (Pietro) – que logo percebem estarem do lado errado da justiça e decidem fazer diferença em busca do que é certo – é o Gavião Arqueiro, que ganha corpo e história, tornando-o mais rico e interessante. Outra relação curiosa é a que se estabelece entre o Doutor Bruce Banner e a Viúva Negra, justamente aquele que mais precisa se controlar com aquela que melhor sabe se manter no controle. Por outro lado, Capitão e Stark seguem com as mesmas implicâncias de sempre, ao passo que Thor parte em uma busca dispendiosa que não se justifica a contento. Ao mesmo tempo, o próprio Hulk, que tão bem serviu como alívio cômico e posição icônica de fúria e força em outras incursões, surge quase como um estorvo desnecessário, tanto que quando não está em cena, ninguém parece sentir sua falta. Ou seja, muito do que havia dado certo antes não retorna, enquanto que o demais simplesmente é repetido. O problema, portanto, é o déjà vu, com mais do mesmo que deve agradar os mais aficionados, mas está longe de provocar o ‘uau’ que tanto se espera de uma produção desta proporção. Resta, agora, esperar pelos próximos passos. Afinal, ao menos isso é certo: nada mais será como antes.
Nota: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
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doceresumoblog · 2 years
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|𝔾𝕦𝕒𝕣𝕕𝕚𝕠̃𝕖𝕤 𝕕𝕒 𝔾𝕒𝕝𝕒́𝕩𝕚𝕒 𝕍𝕠𝕝.𝟚|
Resumo: “Guardiões da Galáxia Vol. 2”, da Marvel, dá sequência às aventuras da equipe enquanto atravessam os confins do cosmos. Os Guardiões têm que lutar para manter sua recém-descoberta família unida enquanto desvendam o mistério da real ascendência de Peter Quill.
Crítica: O primeiro Guardiões da Galáxia (2014) foi lançado há oito anos. Heróis totalmente desconhecidos do grande público logo conseguiram conquistar a crítica e as bilheterias, unidos por muita ação, leveza, e, claro, um humor ideal para causar gargalhadas. O sucesso rendeu a continuação que temos agora que foi lançado em 2017. E, se não parece haver tanta novidade neste novo título, o grande diferencial de Guardiões da Galáxia Vol. 2 é a expansão de todos os aspectos positivos do longa anterior. Ainda assim, o plus de não precisar apresentar seus protagonistas, mas sim conseguir aprofundá-los sem perder a comédia e a sensibilidade que essa empreitada da Marvel já havia proporcionado.
A sequência inicial com a equipe lutando contra um grotesco e gigante monstro ao fundo, enquanto o Baby Groot dança ao som da fita cassete no primeiro plano, já adequa novos espectadores enquanto causa nostalgia nos fãs já consagrados: aqui, humor não vai faltar. É o que vai acontecer nos próximos 130 minutos de projeção, que passam voando, tão rápido quanto as batidas intergalácticas das naves entre os mundos. Não demora e a reunião dos originais Peter Quill/Senhor das Estrelas (Chris Pratt), Gamora (Zoe Saldana), Drax (Dave Bautista), Rocket e Groot (vozes de Bradley Cooper e Vin Diesel, respectivamente) começa a ganhar novos contornos com o resgate de Nebulosa (Karen Gillan), irmã da mortal filha de Thanos, o retorno de Yondu (Michael Rooker) e os acréscimos da fria Ayesha (Elizabeth Debicki), da empática Mantis (Pom Klementieff), do enigmático Stakar Órgãos (Sylvester Stallone) e de Ego (Kurt Russell), o misterioso pai de Quill.
Revelar mais da trama que envolve essa vasta gama de personagens seria estragar tudo o que a história tem a oferecer, mas uma coisa é certa: o diretor James Gunn não os joga a esmo na tela. Todos têm suas funções e objetivos bem definidos. E o cineasta é tão bem-sucedido nesse mix tresloucado de personalidades distintas que a mescla do roteiro com o visual kistch (que remonta diretamente aos anos 70 na sua profusão de cores) faz um contraste tão inusitado quanto nostálgico e agradável para o espectador se sentir à vontade. Não faltam efeitos visuais fantásticos em meio às batalhas frenéticas com armas das mais criativas. O uso de cores e referências pop nos faz lembrar com carinho de um passado afetivo.
Este jogo de pós-modernidade, paradoxal à nostalgia evocada a cada segundo, remete diretamente aos longas de ação e ficção dos anos 70 e 80, em que o inimaginável pode ser, sim, realista. É só não pensar muito. Não que o roteiro brinque com a inteligência do público, muito pelo contrário. Ele é hábil o bastante para parecer simples na trama principal, mas com um subtexto que faz total referência àquilo que move a equipe: os sentimentos e as relações dessa família de desajustados que se reuniu ao acaso, e que permanece assim por escolha própria, pela confiança estabelecida. Numa clara alusão à sua trajetória nos quadrinhos, Quill e companhia encontram-se marginalizados por serem comuns e ordinários. E, talvez por esse mesmo aspecto, o espectador se identifique tanto com eles.
Oras, quem não tem alguma rivalidade com o irmão, medo de demonstrar paixão pela amada, pretende acertar as contas com o passado ou se envolve numa armadura de sarcasmo para esconder suas fragilidades? Mesmo com aspectos tão inumanos na aparência, os Guardiões da Galáxia são uma verdadeira família. Dentro do Universo Marvel, talvez até mais crível e empática que seus colegas mais famosos, os Vingadores. Não é apenas pelo bom humor que quebra o gelo. É uma conexão real que se torna ainda mais realista em virtude do elenco afiado e totalmente em uníssono. O azarão da Casa de Ideias não poderia ter voltado em melhor forma. Agora resta esperar que haja uma terceira parte para suas histórias. Criatividade dos realizadores e vontade do público são elementos que com certeza não irão faltar para tornar esta trajetória o mais longa possível. Ou melhor: Universal-Papo Cinema.
Nota: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
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doceresumoblog · 2 years
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|𝔾𝕦𝕒𝕣𝕕𝕚𝕠̃𝕖𝕤 𝕕𝕒 𝔾𝕒𝕝𝕒́𝕩𝕚𝕒|
Resumo: Peter Quill (Chris Pratt) foi abduzido da Terra quando ainda era criança. Adulto, fez carreira como saqueador e ganhou o nome de Senhor das Estrelas. Quando rouba uma esfera, na qual o poderoso vilão Ronan, da raça kree, está interessado, passa a ser procurado por vários caçadores de recompensas. Para escapar do perigo, Quill une forças com quatro personagens fora do sistema: Groot, uma árvore humanóide (Vin Diesel), a sombria e perigosa Gamora (Zoe Saldana), o guaxinim rápido no gatilho Rocket Racoon (Bradley Cooper) e o vingativo Drax, o Destruidor (Dave Bautista). Mas o Senhor das Estrelas descobre que a esfera roubada possui um poder capaz de mudar os rumos do universo, e logo o grupo deverá proteger o objeto para salvar o futuro da galáxia.
Crítica: Tinha tudo para dar errado. Heróis desconhecidos e intergalácticos, elenco com rostos não tão conhecidos, um dos diretores do tenebroso Para Maiores (2013), piadas demais, um alerta de desvio de foco da Marvel Studios, tão centrada nos heróis terrestres... Realmente, Guardiões da Galáxia foi a aposta mais arriscada do estúdio até então. Porém, as preocupações podem ficar de lado: se a Marvel já havia lançado o melhor filme de ação do ano com Capitão América 2: O Soldado Invernal (2014), agora ela entrega o mais divertido do gênero.
A ligação entre a Terra e o espaço acontece com Peter Quill (Chris Pratt), que, ainda criança, é abduzido para o espaço após a morte da mãe. Já crescido, torna-se um caçador de recompensas e está atrás de um artefato valiosíssimo. Porém, ele não é o único. O líder kree - sim, eles dão as caras para fã nenhum botar defeito - Ronan (Lee Pace), está no encalço do objeto para entregá-lo a Thanos (Josh Brolin), e manda Gamora (Zoe Saldana) atrás do rapaz, pelo qual também está sendo oferecida uma quantia considerável pela captura. É atrás desse dinheiro que o guaxinim enfezado Rocket e seu inseparável companheiro Groot (vozes, respectivamente, de Bradley Cooper e Vin Diesel) entram na história. Após uma confusão, todos vão parar na prisão e lá conhecem Drax, o Destruidor (Dave Bautista). Aos trancos e barrancos, os cinco começam a formar um grupo para descobrir que mistério cerca o tal objeto de valor.
Entretenimento puro é a chave de Guardiões da Galáxia. O roteiro usa e abusa de tiradas engraçadas a todo momento, que são realçadas pela trilha sonora recheada de rock dos anos 1970 e 1980 e pelo competente elenco, que parece estar se divertindo tanto quanto o público do outro lado da tela. Chris Pratt, até então um eterno coadjuvante eclipsado, assume fácil a liderança do filme. Seu Peter debochado, que dança e canta para os inimigos para logo depois soltar um “é uma distração, idiota”, é um dos personagens mais carismáticos dos filmes de ação dos últimos tempos.
As diferentes personalidades de cada um do time e o que os une são o motor do filme. O galinha Peter dá em cima de Gamora sempre que surge a oportunidade e consegue arrancar um sorriso da moça carrancuda, filha adotiva de Thanos, e até uma reboladinha quando ouve suas músicas no walkman. A dinâmica entre Rocket e Groot remete a R2-D2 e C-3PO, a dupla inseparável de Star Wars, atmosfera que lembra a saga clássica pela mistura de raças. Enquanto o guaxinim é estourado, sarcástico, piadista, Groot é, literalmente e metaforicamente, um vegetal, especialmente em sua burrice (que gera alguns dos momentos mais cômicos do filme sem o personagem falar nada, apenas agir). Drax, numa mistura de eloquência e violência, também causa risadas quando não entende as expressões terráqueas de Peter e permanece implacável em sua seriedade.
Acima de tudo, trata-se de um filme de ação. E isto não falta ao filme, do início ao fim. Explosões, correrias, tiros e lutas estão por todos os lados, tornando este o exemplar mais “aventuresco” do Universo Marvel até então. Os efeitos especiais são de tirar o fôlego e até o 3D funciona desta vez (apesar de ainda haver poucos momentos para utilizá-lo). O design de produção e a maquiagem dão um aspecto multicolorido ao filme, o que deve atrair o público infantil, ainda que os adultos sejam o público-alvo, aspecto realçado por alguns diálogos dúbios. Porém, os pais não devem ter medo: a violência de Guardiões da Galáxia não é gratuita e muito menos trágica. Tudo é motivo para piada no filme, inclusive os embates mais calorosos.
O  longa da Marvel ainda traz em seu elenco nomes como Glenn Close, Djimon Hounsou, Benicio Del Toro e John C. Reilly em pequenas, mas notáveis aparições. Guardiões da Galáxia é o último filme do estúdio antes da conclusão da chamada “Fase 2” da Marvel nos cinemas, que se encerra no próximo ano com a estreia de ``Vingadores: Era de Ultron'' (2015). Um entretenimento de qualidade que traz novos personagens para o imaginário do espectador-Papo Cinema
Nota: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
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doceresumoblog · 2 years
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|ℂ𝕒𝕡𝕚𝕥𝕒̃𝕠 𝔸𝕞𝕖́𝕣𝕚𝕔𝕒: 𝕆 𝕊𝕠𝕝𝕕𝕒𝕕𝕠 𝕀𝕟𝕧𝕖𝕣𝕟𝕒𝕝|
Resumo: Dois anos após os acontecimentos em Nova York, Steve Rogers (Chris Evans) continua seu dedicado trabalho com a agência S.H.I.E.L.D. e também segue tentando se acostumar com o fato de que foi descongelado e foi acordado décadas depois de seu tempo. Em parceria com Natasha Romanoff (Scarlett Johansson), também conhecida como Viúva Negra, ele é obrigado a enfrentar um poderoso e misterioso inimigo chamado Soldado Invernal, que visita Washington e abala o dia a dia da S.H.I.E.L.D., ainda liderada por Nick Fury (Samuel L. Jackson).
Crítica: Após o sucesso de Os Vingadores (2012), a Marvel Studios estava devendo um filme à altura dos fãs dos personagens. Homem de Ferro 3 (2013) decepcionou um pouco ao prometer um filme mais sério e entregando um produto aquém e Thor 2: O Mundo Sombrio (2013), por melhor que seja, não estava tão integrado ao universo apresentado nos outros sete longas da franquia. Chega a ser inacreditável que Anthony Russo e Joe Russo (diretores do insosso Dois é Bom, Três é Demais, 2006) tenham feito Capitão América 2: O Soldado Invernal e entregue uma excelente produção de espionagem que, ao se aproximar - e muito - da dura realidade apresentada na saga do Batman de Christopher Nolan, se tornou um dos melhores – senão o melhor – filme da Marvel nos cinemas.
A trama, desenvolvida sem pressa e com bom aproveitamento dos personagens, questiona qual o papel do Capitão América (Chris Evans) no mundo contemporâneo. Simples soldado ou líder ativo? Aliás, Steve Rogers, seu alter ego, quer continuar uma vida de batalhas, mesmo que seu lado pessoal esteja desconectado há mais de 70 anos? Pois quando uma ameaça interna explode dentro da S.H.I.E.L.D., deixando Nick Fury (Samuel L. Jackson) em apuros e o próprio Capitão eleito o fugitivo número um da organização, Steve precisa se unir à Viúva Negra (Scarlett Johansson) e o Falcão (Anthony Mackie) para limpar seu nome perante o líder escondido da superintendência, Alexander Pierce (Robert Redford), e ainda lidar com o surgimento do Soldado Invernal, um rival à altura do seu talento e com quem tem conexões do passado.
Fugitivo do próprio país, Steve Rogers aparece na maior parte do filme sem seu uniforme, o que torna ainda mais crível a trama do filme, aproximando-se muito às recentes histórias de James Bond nos cinemas – especialmente 007: Operação Skyfall (2012), com o qual o longa dialoga no quesito fuga e conspiração. O detalhe: sem confundir o espectador com detalhes desnecessários. O mais interessante é que, mesmo com o enfoque dado às ameaças que Steve encontra. O roteiro não deixa de lado o desenvolvimento do protagonista e de seus coadjuvantes, seja dos mais antigos, como o próprio Fury, a Viúva Negra ou a vice-líder Maria Hill (Cobie Smulders), ou dos mais novos, que vão do Falcão a Arnim Zola (Toby Jones) e também Alexander Pierce (Robert Redford). Todos têm seu espaço na tela.
Como estamos falando de um produto Marvel, as cenas de ação não poderiam faltar. E, realmente, são de tirar o fôlego. A primeira sequência já dá uma noção do que está por vir nos próximos 130 minutos de longa, quando o Capitão invade uma embarcação pirata e, em planos fechados e totalmente abertos, o vemos golpear dezenas de capangas como se fosse um jogo de videogame. A direção dos Russo alterna câmera na mão com imagens à altura do filme numa excepcional montagem que dá toda a dimensão do perigo que os heróis correm. Vale destacar ainda a briga no elevador e os tensos minutos que a antecedem e, ainda, a batalha no ar, mais perto do clímax de Capitão América 2: O Soldado Invernal.
Para os fãs das HQs mais recentes roteirizadas por Ed Brubaker, a trama do Soldado Invernal pode não seguir à risca todos os elementos que tornaram a saga uma das mais interessantes dos quadrinhos nos últimos anos, mas mantém os elementos principais e deixam o suspense tomar conta do filme sobre quem é este homem, qual seu papel na conspiração e porque ele tem ligações com Steve Rogers que o próprio desconhece. Sem contar que a HIDRA está mais presente do que nunca. Herança do Caveira Vermelha.
Para quem não assistiu a Capitão América: O Primeiro Vingador (2011), não há preocupações. A origem do personagem e suas principais atribuições e fatos são resumidas de forma bastante original em uma conferência sobre o herói logo no início do filme. Também vale ressaltar as referências a Howard Stark (pai de Tony, o Homem de Ferro), que podem servir como gancho para um futuro novo longa do personagem, e as participações especiais de Batroc (Georges St-Pierre), Ossos Cruzados (Frank Grillo), e a Agente 13 (Emily VanCamp). Enquanto isso, vale esperar as cenas pós-créditos para conferir, em primeira mão, uma certa dupla que deve aparecer em Vingadores: Era de Ultron (2015) e também um clássico vilão do Capitão América nas HQs - que não é o Caveira Vermelha, por sinal. Que a qualidade vista nesta produção continue imperando nos próximos capítulos da chamada Fase 2 da Marvel nos cinemas-Papo de Cinema
Nota: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
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doceresumoblog · 2 years
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|𝕋𝕙𝕠𝕣: 𝕆 𝕄𝕦𝕟𝕕𝕠 𝕊𝕠𝕞𝕓𝕣𝕚𝕠|
Resumo: Enquanto Thor (Chris Hemsworth) liderava as últimas batalhas para conquistar a paz entre os Nove Reinos, o maldito elfo negro Malekith (Christopher Eccleston) acordava de um longo sono, sedento de vingança e louco para levar todos para a escuridão eterna. Alertado do perigo por Odin (Anthony Hopkins), o herói precisa contar com a ajuda dos companheiros Volstagg (Ray Stevenson), Sif (Jaimie Alexander), entre outros, e até de seu irmão, o traiçoeiro Loki (Tom Hiddleston), em um plano audacioso para salvar o universo do grande mal. Mas os caminhos de Thor e da amada Jane Foster (Natalie Portman) se cruzam novamente e, dessa vez, a vida dela está realmente em perigo.
Crítica: Uma das grandes vantagens das continuações é não necessitar de “perder” tempo para contar uma história de origem. Thor: O Mundo Sombrio, tem ainda mais vantagem, pois lida com uma mitologia extensa e bem elaborada por sete filmes que, sendo antecessores diretos ou não, estabelecem uma história e cronologia única. Os primeiros minutos tratam de inserir os elementos novos que são relevantes para a trama e, a partir daí, temos uma expansão do que já vimos no primeiro filme do deus do trovão. Um dos grandes acertos em O Mundo Sombrio é a Marvel aceitando seu lado mais fantasioso, ainda que seja necessário disfarça-los. Os poucos elementos místicos que permeavam Thor, são cuidadosamente colocados aqui de outras formas, – nos primeiros minutos já temos um diálogo entre Odin (Anthony Hopkins) e Loki (Tom Hiddleston) que trata de desmistificar a origem dos asgardianos – trazendo um bem-vindo clima de ficção científica, que se reflete na fotografia com tons mais escuros, ancorando esses personagens de forma mais realista. O roteiro foi escrito a seis mãos e recai sobre ele o maior problema do filme. É visível o esforço para equilibrar o drama, a ação e o humor, com cenas que não conversam bem umas com as outras. Além disso, o roteiro abusa um pouco da suspensão de descrença do espectador, não só pelas coincidências de proporções cósmicas que levaram Jane Foster até o Aether, como pela facilidade que o roteiro exige do espectador para aceitar o poder da substância, já que mesmo a ligeira explicação – na primeira cena pós-créditos – soa um tanto mirabolante demais, mesmo para os padrões do estúdio. Ainda que não tenha encontrado o tom perfeito para o deus do trovão, é nítido que Thor: O Mundo Sombrio apresenta uma melhora em comparação ao seu predecessor, principalmente ao dar margem para seus personagens evoluírem junto à mitologia e por sua montagem ágil que permite um ótimo terceiro ato, com uma batalha final incrivelmente interessante de assistir. Longe de ser perfeito, mas suficientemente funcional.
Nota: ⭐️⭐️⭐️
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doceresumoblog · 2 years
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|ℍ𝕠𝕞𝕖𝕞 𝕕𝕖 𝔽𝕖𝕣𝕣𝕠 𝟛|
Resumo: Desde o ataque dos chitauri a Nova York, Tony Stark (Robert Downey Jr.) vem enfrentando dificuldades para dormir e, quando consegue, tem terríveis pesadelos. Ele teme não conseguir proteger sua namorada Pepper Potts (Gwyneth Paltrow) dos vários inimigos que passou a ter após vestir a armadura do Homem de Ferro. Um deles, o Mandarim (Ben Kingsley), decide atacá-lo com força total, destruindo sua mansão e colocando a vida de Pepper em risco. Para enfrentá-lo Stark precisará ressurgir do fundo do mar, para onde foi levado junto com os destroços da mansão, e superar seu maior medo: o de fracassar.
Crítica: Quando Tony Stark (Robert Downey Jr.) revelou ser o Homem de Ferro no primeiro filme do personagem, nasceu um novo ícone do cinema moderno. Cinco anos depois e um universo de quadrinhos estabelecido nas telas, Homem de Ferro 3 surge para continuar a grandiosa saga da Marvel e acaba por trazer um inesperado clima de conclusão. Mesmo que empalidece diante dos filmes já lançados pelo estúdio, explora rumos inéditos de seu carismático protagonista. A trama começa com Tony Stark sofrendo com ataques de ansiedade e uma irreparável paranóia, consequências dos eventos de Os Vingadores. O perigo novamente bate à sua porta, quando reencontra figuras de seu passado (os personagens de Guy Pearce e Rebecca Hall), tendo que lidar também com a presença do terrorista Mandarim (Ben Kingsley), que ameaça sua vida pessoal e a segurança de sua amada Pepper Potts (Gwyneth Paltrow). Com o sucesso bilionário da superequipe da Marvel Studios, ficou com o diretor e roteirista Shane Black a tarefa de assumir o cargo de Jon Favreau e entregar um filme que ficasse à altura dos anteriores. Como peça de um conjunto, o longa faz pouco sentido pois, mesmo reparando o principal defeito de Homem de Ferro 2 ao evitar as referências masturbatórias a uma nova reunião dos Vingadores, apresenta incongruências dentro do próprio universo: se o presidente dos EUA encontra-se em perigo, por que não convocar o Capitão América e os agentes da SHIELD? Claro que este é um filme do Homem de Ferro, mas se a Marvel apostou tanto nessas histórias interligadas, deveria ao menos ter exigido de seus roteiristas uma justificativa que comprove a ignorância de Nick Fury (Samuel L. Jackson) diante da situação. Mas o que os fãs realmente queriam ver era a estreia daquele que prometia ser o mais perigoso oponente do herói: o Mandarim, o terrorista e seus métodos de exibição midiática são um eficiente retrato do atual contexto de “guerra ao terror” dos EUA sem recorrer ao ufanismo, mesmo tendo um herói batizado como Patriota de Ferro (nova armadura trajada por Don Cheadle), fonte constante de merecidas piadas e citações irônicas do tipo: “Ele agora se chama Patriota de Ferro, caso as novas cores tivessem sido muito sutis”. Aliás, a subtrama do coronel James Rhodes consegue ser muito mais empolgante do que aquela do personagem-título. Com espetaculares cenas de ação que impressionam pela coreografia de simultâneas armaduras trabalhando juntas, Homem de Ferro 3 é decepcionante em quesitos de trama. Surpreende pelas mudanças no protagonista e pelos rumos inusitados que este poderá seguir a partir de agora, mas mostra-se o mais fraco da trilogia – se é mesmo uma conclusão, não é na melhor nota do personagem.-Bastidores
Nota: ⭐️⭐️⭐
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doceresumoblog · 2 years
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|𝕆𝕤 𝕍𝕚𝕟𝕘𝕒𝕕𝕠𝕣𝕖𝕤|
Resumo: Loki (Tom Hiddleston) retorna à Terra enviado pelos chitauri, uma raça alienígena que pretende dominar os humanos. Com a promessa de que será o soberano do planeta, ele rouba o cubo cósmico dentro de instalações da S.H.I.E.L.D. e, com isso, adquire grandes poderes. Loki os usa para controlar o dr. Erik Selvig (Stellan Skarsgard) e Clint Barton/Gavião Arqueiro (Jeremy Renner), que passam a trabalhar para ele. No intuito de contê-los, Nick Fury (Samuel L. Jackson) convoca um grupo de pessoas com grandes habilidades, mas que jamais haviam trabalhado juntas: Tony Stark/Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), Steve Rogers/Capitão América (Chris Evans), Thor (Chris Hemsworth), Bruce Banner/Hulk (Mark Ruffalo) e Natasha Romanoff/Viúva Negra (Scarlett Johansson). Só que, apesar do grande perigo que a Terra corre, não é tão simples assim conter o ego e os interesses de cada um deles para que possam agir em grupo.
Crítica: Ao estabelecermos esse parâmetro, fica muito fácil compreender o motivo pelo qual Joss Whedon foi desacreditado e posto em questionamento por fãs e espectadores mais rigorosos quando lhe foi entregue a direção de Os Vingadores, a grande – e certeira – aposta da Marvel para um novo tempo das histórias de super-heróis. Sem pensar muito, é possível afirmar que Os Vingadores será um parâmetro cinéfilo para futuras películas do gênero e, por isso mesmo, marca uma época: o filme está dentro de uma dinâmica de marketing que prima pela facilidade máxima aos espectadores, mas, surpreendentemente, foge de tudo disso e consegue divertir com um bom nível de conteúdo e pano para manga de muitas conversas. Entre piadas com Shakespeare, O Senhor dos Anéis, Stephen Hawking e mitologia nórdica, nos deparamos com a primeira e surpreendente escolha dos roteiristas Joss Whedon e Zak Penn, a de equilibrar a narrativa entre o humor e a ação, uma opção que além de ser bem executada, deixou o filme acessível e inteligente. É muito difícil um roteiro com a intenção de agradar todo mundo, trazer tantas ironias e referências internas como o de Os Vingadores. E as escolhas certeiras não param por aí. Em nenhum momento os roteiristas se perderam em explicações desnecessárias sobre origem dos heróis, suas capacidades e por que fazem o que os vemos fazer no filme. Partindo do princípio que o público já conhecia a história – atitude um tanto perigosa, é claro, mas mesmo que um ermitão entrasse na sessão do filme, ele entenderia o enredo sem grandes problemas – os roteiristas centraram-se na reunião do grupo, na introdução da arma, do inimigo e na batalha final entre os dois lados da força. Como se vê, a dinâmica dos quadrinhos foi aplicada com êxito e isso fez com que cada um dos heróis tivesse espaço suficiente para agir e satisfazer o público. Exemplo maior dessa dinâmica observamos na cena em que o Capitão América define um lugar de ação para cada um dos heróis e a partir dali vemos takes separados de cada um deles lutando contra os chitauri. Observe que não é todos os dias que vemos uma obra com seis super-heróis, três importantes agentes, um vilão e um exército de alienígenas muito bem trabalhados e relacionados em duas horas e dez minutos de filme. Embora o Homem de Ferro tenha um pouco mais de destaque, todos os outros Vingadores possuem espaço suficiente para mostrar o que sabem fazer em batalha. Era de se esperar que um ou outro se tornasse um mero coadjuvante, mas isso não acontece em nenhum momento. Adicione a toda ironia e força dos diálogos uma linha narrativa bem trabalhada e terá o esqueleto deste enredo. É preciso relembrar uma coisa: ninguém tem o direito de cobrar de nenhuma obra de arte aquilo que ela jamais se propôs a dar. No caso do cinema, o primeiro critério para um filme ser bem realizado é que ele atenda com boa dose de inovações e referências inteligentes as exigências do gênero em que se enquadra. Depois, todos os elementos internos do filme devem ser coerentes com a proposta inicial, seu público e seu tema. Os Vingadores é um bom filme porque não deturpa a ação e a aventura de seu corpo, não evita os elementos internos de ficção científica, caminha com segurança a trilha da edição-videoclipe, da fotografia ordinária e do massivo público adolescente, jovem ou nerd. Os 220 milhões de dólares investidos no filme tinham esse objetivo e todos eles foram cumpridos com louvor. O espectador pode não gostar tanto do que viu, mas adjetivar Os Vingadores com algo inferior a “muito bom” é um pecado a ser vingado.
A direção de Whedon é contida no início, com uma preparação quase em mini-capítulos do que seria o grupo dos Vingadores. Após os créditos de abertura, vemos com fluidez o intercalar de cenas de teor cômico ou neutro e uma planificação em choque de imagem. O espectador deve permanecer atento para não perder uma mudança de abordagem ou o início de uma sequência dramática. Assim, o diretor constrói um suspense e uma excitação constantes, passando de um cenário para outro com possibilidades que só se concluem ao final, ou seja, em nenhum momento o filme parece chato ou estacionado na Avenida do “Nada Acontece”-Plano Crítico
Nota: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
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doceresumoblog · 2 years
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|𝕋𝕙𝕠𝕣|
Resumo: Thor (Chris Hemsworth) estava prestes a receber o comando de Asgard das mãos de seu pai Odin (Anthony Hopkins) quando forças inimigas quebraram um acordo de paz. Disposto a se vingar do ocorrido, o jovem guerreiro desobedece as ordens do rei e quase dá início a uma nova guerra entre os reinos. Enfurecido com a atitude do filho e herdeiro, Odin retira seus poderes e o expulsa para a Terra. Lá, Thor acaba conhecendo a cientista Jane Foster (Natalie Portman) e precisa recuperar seu martelo, enquanto seu irmão Loki (Tom Hiddleston) elabora um plano para assumir o poder. Mas os guerreiros do Deus do Trovão fazem a mesma viagem para buscar o amigo e impedir que isso aconteça. Só que eles não vieram sozinhos e o inimigo está presente para uma batalha que está apenas começando.
Crítica: Um dos pontos fortes de Thor é a direção segura do também ator Kenneth Branagh, que soube lidar com os conflitos enfrentados pelo protagonista bem aos moldes dos dramas shakespearianos com os quais está tão acostumado. Afinal, o cineasta atuou em textos de Shakespeare como Muito Barulho por Nada (1993), Hamlet (1996) e Henrique V (1989) - pelo qual chegou a ser indicado ao Oscar - e tem desenvoltura suficiente para conduzir a história do homem que é banido pelo pai – e rei – e enviado a uma terra distante para aprender a ser mais humilde e responsável. Longe do seu planeta de origem – Asgard – Thor (Chris Hemswort) encontra na Terra abrigo nos braços – e beijos – da cientista Jane Foster. Esse papel serve como uma luva em Natalie Portman. Hemsworth e Portman são os cabeças de um elenco bastante coeso e em sintonia, que defende seus personagens com segurança e personalidade, até nos momentos mais improváveis. Tom Hiddleston é, no entanto, a melhor surpresa de todo o conjunto. Ele marca presença - roubando a cena sempre que aparece - como o vingativo meio-irmão, companheiro e inimigo, responsável direto pela desgraça que abateu sobre o herói. Outra boa escolha foi terem convocado o oscarizado Anthony Hopkins, que aparece como o Rei Odin. Sem muito esforço, ele oferece toda a força e poder que o personagem exige. Kat Dennings, Stellan Skarsgard e até uma sumida Rene Russo contribuem na medida certa, equilibrando momentos de humor, tensão e drama em doses acertadas.
Nota: ⭐️⭐️⭐️
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doceresumoblog · 2 years
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|ℍ𝕠𝕞𝕖𝕞 𝕕𝕖 𝔽𝕖𝕣𝕣𝕠 𝟚|
Resumo:Após confessar ao mundo ser o Homem de Ferro, Tony Stark (Robert Downey Jr.) passa a ser alvo do governo dos Estados Unidos, que deseja que ele entregue seu poderoso traje. Com a negativa, o governo passa a desenvolver um novo traje com o maior rival de Stark, Justin Hammer (Sam Rockwell). Jim Rhodes (Don Cheadle), o braço direito de Tony, é colocado no centro deste conflito, o que faz com que assuma a identidade de Máquina de Combate. Paralelamente, Ivan Vanko (Mickey Rourke) cria o alter-ego de Whiplash para se vingar dos atos da família Stark no passado. Para combater Whiplash e a perseguição do governo, Stark conta com o apoio de sua nova assistente, Natasha Romanoff (Scarlett Johansson), e de Nick Fury (Samuel L. Jackson), o diretor da S.H.I.E.L.D.
Critica: Segundo filme de Jon Favreau com o personagem do Homem de Ferro começa com a declaração do protagonista, Tony Stark de Robert Downey Jr. assumindo ser o alter ego do herói robótico, assistido por um senhor idoso que está a beira da morte em país europeu, acompanhado por seu filho, o inventivo Ivan Vanko (Mickey Rourke), conhecido nas revistas como Chicote Negro, que aparentemente quer dar a Stark uma lição. É nesse mistério que Homem de Ferro 2 começa, sabiamente apelando para um pouco de drama, para só depois mostrar as presepadas engraçadas de Tony, agindo como Homem de Ferro, pousando de terno embaixo da armadura, em um evento onde é esperado como um popstar. O diretor equilibra bem uma situação mais engraçada com outras mais sérias e esse equilíbrio é talvez seu maior mérito como realizador nessa duologia, isso inclusive faria muita falta não só nos filmes do personagem, mas em outras obras da Marvel Studios após compra da Disney. O final é um pouco piegas, além de também ter uma cena pós crédito gratuita, como foi em O Incrível Hulk, que faz referência ao próximo filme do estúdio, Thor, mas ainda assim há boas sequências de luta, e o carisma de Tony e Natasha ainda dão alguns motivos para celebrar a obra, é uma pena que os produtores tiveram pressa em lançar logo um segundo filme, pois se tivesse um roteiro um pouco menos apressado, Homem de Ferro 2 teria ainda mais méritos do que tem. Ao menos serviu para solidificar a ideia do personagem como o ponto de partida desse novo universo compartilhado, melhorando bastante o nível do que ocorreu no filme do Hulk-Vortex Cultural
Nota: ⭐️⭐️⭐️
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doceresumoblog · 2 years
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|𝕆 𝕀𝕟𝕔𝕣𝕚́𝕧𝕖𝕝 ℍ𝕦𝕝𝕜|
Resumo: Vivendo escondido e longe de Betty Ross (Liv Tyler), a mulher que ama, o cientista Bruce Banner (Edward Norton) busca um meio de retirar a radiação gama que está em seu sangue. Ao mesmo tempo ele precisa fugir da perseguição do general Ross (William Hurt), seu grande inimigo, e da máquina militar que tenta capturá-lo, na intenção de explorar o poder que faz com que Banner se transforme no Hulk.
Crítica: Criado por Stan Lee e Jack Kirby em 1962, esse icônico super-herói foi inspirado pelo famoso e imortal romance de terror O Médico e o Monstro, de 1886, escrito por Robert Louis Stevenson. Em Hulk, Lee e Kirby levaram tudo ao extremo, criando uma persona originalmente cinza (ficou verde por questões de impressão das revistas) e extremamente poderosa de um pacato cientista. Somado a esse aspecto literário e filosófico há, ainda, a menção à Guerra Fria já que Bruce Banner só se tornou o Hulk em vista de exposição a raios gama de um teste de bomba atômica no deserto americano. O filme de Louis Leterrier já nos apresenta a um Bruce Banner transformado, ou seja, não é propriamente uma história de origem. Essa decisão da Marvel foi muito acertada, pois a origem (ou “uma” origem) já havia sido apresentada na versão de Ang Lee e, além disso, todo mundo sabe mais ou menos como o Hulk virou o Hulk. Mesmo assim, porém, nós vemos uma esperta montagem na abertura do filme, lembrando aos espectadores como aconteceu o acidente (que, na releitura moderna, não tem nada de bomba atômica ou bomba gama e lembra muito, propositalmente, a saudosa série de TV do personagem). A partir daí, acompanhamos Bruce Banner (Edward Norton) escondido em uma favela no Rio de Janeiro (no filme é a Rocinha, mas, nas filmagens, é a Tavares Bastos). Por um azar, ele acaba dando pistas ao General “Thunderbolt” Ross (William Hurt) onde ele se encontra e o militar, que parece não ter mais o que fazer a não ser capturar o monstro, manda o exército americano baixar na cidade para capturar o Gigante Esmeralda em uma muito bem orquestrada sequência de abertura em que o monstro pouco aparece. A narrativa continua nos EUA só que lá Banner tem que enfrentar ainda outra ameaça, a maluquice de Emil Blonsky (Tim Roth), que aceita ser tratado com uma versão do soro do supersoldado (aquele mesmo que criou o Capitão América), transformando-se no Abominável, uma criatura ainda mais feia e selvagem do que o Hulk. No meio disso tudo, temos o eterno amor de Banner, a bela Betty Ross (filha do general), vivida por Liv Tyler.-Plano crítico
Nota: ⭐️
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doceresumoblog · 2 years
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|ℍ𝕠𝕞𝕖𝕞 𝕕𝕖 𝔽𝕖𝕣𝕣𝕠 𝟙|
Resumo: Tony Stark (Robert Downey Jr.) é um industrial bilionário, que também é um brilhante inventor. Ao ser sequestrado ele é obrigado por terroristas a construir uma arma devastadora mas, ao invés disso, constrói uma armadura de alta tecnologia que permite que fuja de seu cativeiro. A partir de então ele passa a usá-la para combater o crime, sob o alter-ego do Homem de Ferro.
Crítica: Há diversos fatores para se determinar se uma adaptação dos quadrinhos no cinema foi bem ou mal feita. Mas se os principais forem atores carismáticos, uma história com alguma fidelidade à original e boas doses de ação e efeitos especiais, então Homem de Ferro com certeza figurará na lista das que agradam. Isso porque o filme baseado no personagem criado por Stan Lee, Jack Kirby, Larry Lieber e Don Heck cumpre todos esses pré-requisitos. A começar pela atuação sensacional de Robert Downey Jr. como Tony Stark. Desde que J.K. Simmons viveu J.J. Jameson, na trilogia do Homem-Aranha, nenhum ator tinha conseguido dar tanta vida a um personagem dos quadrinhos. Os demais integrantes do elenco não ficam atrás. Terrence Howard como Jim Rhodes também encarna bem o seu papel e até Gwyneth Paltrow (muito mais bonita ruiva) se sai bem como Pepper Potts.
O roteiro segue com certa fidelidade os quadrinhos. Tudo começa quando, após um incidente que coloca sua vida em risco, o industrial bélico Tony Stark é forçado a construir uma armadura para combater a violência. Até aí, tudo vai bem. O problema mesmo foi terem transformado o mordomo Jarvis num computador, fugindo da óbvia comparação com Alfred, o fiel ajudante do Batman. Outros detalhes interessantes também foram transpostos para o cinema, como a presença constante da S.H.I.E.L.D nos bastidores da ação.
A trama não difere muito de um filme de ação tradicional, e por vezes chega até a ser óbvio demais. Mas isso não apaga o charme da produção, que se escora nos efeitos especiais e uma forte mensagem antiguerra. A direção de Jon Favreau é competente e mantém o bom ritmo do filme. Ele se deu bem no casting por ter selecionado Downey Jr., pois isso facilitou bastante o seu trabalho. As cenas de ação não são tão empolgantes quanto as de Sam Raimi ou Bryan Singer, mas estão longe de serem ruins. 
No quesito vilão, pode-se dizer que Tony Stark é o maior inimigo de si mesmo. Sua guerra pessoal é contra as armas que ajudou a criar e a campanha bélica norte-americana no Oriente Médio. Há ameaças físicas como o Monge de Ferro e o grupo terrorista dos Dez Anéis (uma possível referência ao Mandarim), mas, no fundo, eles são apenas coadjuvantes da grande guerra contra as armas-Universo HQ
Nota: ⭐️⭐️⭐️
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doceresumoblog · 2 years
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|ℂ𝕒𝕡𝕚𝕥𝕒̃ 𝕄𝕒𝕣𝕧𝕖𝕝|
Resumo: Em Capitã Marvel, Carol Danvers (Brie Larson) é uma ex-agente da Força Aérea norte-americana, que, sem se lembrar de sua vida na Terra, é recrutada pelos Kree para fazer parte de seu exército de elite. Inimiga declarada dos Skrull ela acaba voltando ao seu planeta de origem para impedir uma invasão dos metaformos, e assim vai acabar descobrindo a verdade sobre si, com a ajuda do agente Nick Fury (Samuel L. Jackson) e da gata Goose.
Resenha: O 21° da Marvel Studios é o 2° filme da franquia em ordem cronológica. Capitã Marvel é ambientado na década de 90, mais precisamente em 1995, quando Carol Danvers (Brie Larson) caiu na Terra em uma caçada contra os Skrull, raça alienígena que travava uma guerra de anos com o povo-Kree.Além de apresentar a heroina titular, o filme mostra a origem da SHIELD, responde como Nick Fury perde um de seus olhos e conta com o retorno de alguns outros personagens, tais quais Agente Coulson (apresentado em Homem de Ferro) e Ronan, o Acusador (vilão de Guardiões da Galáxia).
Brie Larson tem carisma como Danvers, mas não possui a força necessária para carregar um filme sozinha, fica até difícil de acreditar que será ela quem, daqui para frente, guiará o futuro dos filmes da Marvel. É visível que ela se esforça ao máximo, mas os personagens coadjuvantes acrescentam mais à trama do que a principal. O elenco está em sintonia, e embora Larson falhe no quesito emoção, outros preenchem essa vaga, especialmente as cenas dela com Maria Rambeau (Lashana Lynch), são ótimas. E a parceria dela com Fury, Jude Law e Ben Mendelsohn também rende boas cenas. Com reviravoltas no roteiro bem óbvias, mas aplicadas eficientemente, Capitã Marvel não é o melhor material apresentado pela Marvel mas está longe de ser descartado por completo. Ele tem boas cenas, bons diálogos e diverte. Não é meu filme preferido, mas com certeza cumpriu o seu papel. E deixa claro para os fãs que, de agora em diante, o futuro é com ela.
Até a chegada da Capitã Marvel (Brie Larson) ao Universo Cinematográfico Marvel, o Capitão América (Chris Evans) era o único personagem a ter vivido uma aventura histórica nas telonas. O estúdio, no entanto, decidiu retornar ao passado após a experiência de O Primeiro Vingador, ambientando a história de origem de Carol Danvers nos anos 90, onde a Capitã Marvel teria espaço de sobra para brilhar:
O objetivo era dar a Carol um lugar dentro do Universo Cinematográfico onde a personagem pudesse desenvolver sua história, uma época em que ela não seria mais uma super heroína em meio a muitos outros", declarou o produtor executivo Jonathan Schwartz, em entrevista à Entertainment Weekly, sobre a tentativa de criar um contexto para que Larson reinasse tranquilamente.
Nota: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
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doceresumoblog · 2 years
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|ℂ𝕒𝕡𝕚𝕥𝕒̃𝕠 𝔸𝕞𝕖́𝕣𝕚𝕔𝕒:𝕆 𝕡𝕣𝕚𝕞𝕖𝕚𝕣𝕠 𝕧𝕚𝕟𝕘𝕒𝕕𝕠𝕣|
Resumo: Steve Rogers (Chris Evans) é um jovem que aceitou ser voluntário em uma série de experiências que visam criar o supersoldado americano. Os militares conseguem transformá-lo em uma arma humana, mas logo percebem que o supersoldado é valioso demais para pôr em risco na luta contra os nazistas. Desta forma, Rogers é usado como uma celebridade do exército, marcando presença em paradas realizadas pela Europa no intuito de levantar a estima dos combatentes. Para tanto passa a usar uma vestimenta com as cores da bandeira dos Estados Unidos, azul, branca e vermelha. Só que um plano nazista faz com que Rogers entre em ação e assuma a alcunha de Capitão América, usando seus dons para combatê-los em plenas trincheiras da guerra.
Critica: o 5° filme do universo cinematográfico da Marvel, mas é o 1° filme na ordem cronológica, pois apresenta os eventos ocorridos durante a Segunda Guerra Mundial. Ela se passa no período de 1943-1945. Criado a fim de incentivar o patriotismo dos jovens diante do cenário da segunda guerra mundial – e esquecido ao final desta –, o Capitão América sempre foi um personagem difícil de ser trabalhado nos quadrinhos. Sendo um personagem que praticamente usa a bandeira americana de uniforme, muitos escritores têm dificuldade de escrevê-lo fora da “sombra patriótica” sob a qual foi criado, ainda que alguns tenham êxito em histórias como Guerra Civil. Assim, o maior desafio ao criar o filme solo do herói era: como fazer com que o personagem fosse algo mais que um “panfleto americano” sem desonrar suas origens.
A abordagem escolhida pelo diretor Joe Johnston – do clássico Jumanji – e da dupla de roteiristas Stephen McFeely e Christopher Markus foi manter as raízes do personagem na segunda guerra, mas priorizar o desenvolvimento do homem por trás da bandeira. Assim, somos apresentados a Steve Rogers (Chris Evans), um corajoso rapaz que deseja enfrentar o exército nazista apesar de seu físico franzino, que faz com que seja rejeitado em suas diversas tentativas de se alistar. A personalidade de Steve é construída com atenção, criando momentos emblemáticos como a luta no beco e a frase “Posso fazer isso o dia todo”, que resume bem o jeito obstinado do personagem.
Ao se fazer notar em um diálogo com seu melhor amigo, James Buchanan “Bucky” Barnes (Sebastian Stan), Steve tem a oportunidade de se alistar com a ajuda do cientista Abraham Erskine (Stanley Tucci) e participar do projeto Super Soldado, onde posteriormente passa pelo experimento que lhe transforma no soldado perfeito, concedendo a ele maior agilidade, força e resistência. É também após se alistar que Steve conhece a agente Peggy Carter (Hayley Atwell) e o coronel Chester Phillips (Tommy Lee Jones), que exercem efetivamente as funções de par romântico e alivio cômico, respectivamente. Johnson e seus roteiristas dão a merecida atenção para seus personagens, criando uma boa dinâmica entre Peggy e Steve. Aliás, a agente é de longe uma das coadjuvantes femininas mais interessantes apresentadas no MCU. Forte e independente, a personagem se destacou suficiente para ganhar uma série própria e sua presença reverberou nos futuros filmes do estúdio, sendo inclusive uma das fundadoras da SHIELD. Apesar da relação entre os personagens nunca ser levada às vias de fato – há uma tensão romântica entre os dois, mas nunca um relacionamento amoroso –, seu desfecho é tocante.
A direção de Joe Johnson é boa, mas não se arrisca. O diretor imprime um ar retrô no longa que dialoga perfeitamente com a época do filme, principalmente em uma sequência não menos que genial, que envolve a criação do título de Capitão América e o utiliza como panfleto de guerra, honrando sua origem ao mesmo tempo que ironiza o patriotismo embutido no personagem. Já Chris Evans não faz feio e constrói a personalidade do herói de forma convincente, passando confiança, responsabilidade e a melancolia que Steve carrega sem tornar-se uma caricatura. O ator consegue se desvencilhar dos seus papeis costumeiros ao passo que se firma no papel, tal qual Robert Downey Jr. fizera tempos atrás com seu Tony Stark. O filme também é cuidadoso ao se encaixar na mitologia construída pela Marvel, sem pesar a mão nas referências, mas expandindo bem o universo, principalmente com a presença de Howard Stark (Dominic Cooper), como um dos engenheiros no projeto super soldado e criador do icônico escudo do personagem. Mesmo os minutos finais do filme, sob medida para encaixá-lo no MCU, não atrapalham o conjunto da obra apresentado.
Apesar disso, o filme sofre com a montagem que faz com que a sensação temporal do espectador perante a trama seja de que sua história se passou em um curto período – quando na verdade foi durante os anos da guerra – e infelizmente acaba subvalorizando o amadurecimento do personagem. Outro empecilho é o antagonista, que apesar da firme presença de Hugo Weaving e do tremendo potencial, acaba resumido a um vilão genérico com anseios de dominação mundial e tem seu fim em um decepcionante anticlímax-Duas Torres
Nota: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
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