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ESTE É CAÍRON PAPELION, DE CLASSE MÉDIA. AOS QUARENTA E TRÊS ANOS, SERVE A ISHTAR SENDO ESCRIVÃO DO REI. DIZEM AS MÁS LÍNGUAS QUE SE PARECE MUITO COM NIKOLAJ COSTER WALDAU, SEJA LÁ QUEM ESTE HOMEM FOR.
Tell me where you're goin or what is going wrong. I felt you leavin before you'd even gone.
EU INTRODUZO À VOCÊS O SENHOR CAÍRON.
Reservado, orgulhoso, ressentido, respeitoso, honesto, genial.
E, TALVEZ, APENAS SUA CLASSE SEJA MEDIANA. VEJA BEM…
Caíron Papelion foi a primeira criança de seus pais que nasceu viva. Antes dele vieram três, todos mortos ao nascer. Isso, porém, nunca deixou os pais desanimados, queriam tanto uma criança que Adelaide engravidaria quantas vezes fosse necessário, até que o choro do primogênito finalmente fosse escutado. Demoraram quase três anos, mas lá estava Caíron, com seus cabelos louros e os olhos brilhantes, tão lindos que a mãe não pôde evitar os soluços ao vê-lo, de olhos abertos, vivo.
O pequeno cresceu numa família com uma ótima condição financeira, nada se comparada às famílias ricas do reino mas, ainda assim, era boa o suficiente para que ele e seus outros dois irmãos, que não nasceram muito depois dele, crescessem de barriga cheia e vestidos com roupas quentes. Além disso, é claro, tinham seus professores, pagos com o suor dos pais, que lhes ensinavam um pouco de tudo. Com apenas sete anos, Caíron sabia ler, escrever, caçar e sabia várias técnicas simples de assassinato, coisas primordiais, que provavelmente seriam uteis durante sua vida.
O último ensinamento se mostrou mais útil do que o rapaz pensava quando tinha dez anos. Seu irmão mais novo, na época com seis anos, ficara extremamente doente. Caíron não sabia exatamente o que acontecia com o corpo do pequeno, mas parecia apodrecer com uma rapidez absurda. A mesma doença fora passada para sua mãe e, céus, era terrível. Foram obrigados a isolá-los, já que curandeiros diziam que, além da doença não ter cura, era claramente contagiosa. Ambos sofriam dores terríveis, seus gritos de terror podiam ser escutados a metros de distância. E doía no coração de Caíron, porque ele sabia que era questão de tempo até perder aqueles que tanto amava.
Num dia, escutou os gritos de sua mãe mais altos que o normal, não queria ir até ela, mas acabou indo, por ordem de seu pai, que tinha lágrimas inundando seus olhos, com um facão na mão. “Se necessário for, mate-os. A madeira nos perdoará, meu filho. Eu te perdoarei”, foi o que ele disse, e Caíron caminhou até a casa mais afastada, de onde os gritos vinham. Foi até uma pequena janela, que estava lá apenas para a entrada de ar e de alimentos, e a cena que viu foi a pior de toda a sua vida até então. Sua mãe tinha partes do corpo com várias manchas avermelhadas a negras, e ele sabia que ela sentia dor, porque agonizava no chão. Foi o suficiente para entrar na casa, através da única porta que havia ali, e cortar a garganta da mulher. Logo depois, seu irmão, que estava na cama dormindo, abriu os olhos e não teve tempo de gritar, porque sua garganta também for cortada. Caíron amava-os demais para vê-los sofrer daquela forma. Caíron teve piedade de sua mãe e irmão, era o que pensava.
Depois das mortes, os Papelion continuaram sua vida da maneira mais triste que alguém podia viver. Viviam para o trabalho de agricultores, nada mais. Não viam prazer nas pequenas coisas da vida, era tudo extremamente triste e sem motivo para continuar. Todos viam a situação da família, cuja mãe sempre fora famosa pela extrema bondade, e tinham pena do que o pai e os dois filhos que sobraram sofriam. Talvez tenha sido por isso que, num dia qualquer, o mensageiro do rei foi até a casa dos homens tristes. Não disse muito, só chamou Caíron, provavelmente o que mais sofria, para o castelo. E foi lá que sua vida mudou. O rei ofereceu trabalho ao homem, como seu mais respeitado confidente e, por mais que Caíron não visse motivo para ser ele o encarregado de escrever para o rei, aceitou. Não havia motivo para não fazê-lo e talvez pudesse dar uma vida melhor para seu pai e irmãos.
Foi enquanto trabalhava que a conheceu. Caillot era linda, céus, como era linda. Era culta, era esperta, tinha o sorriso mais bonito que Caíron havia visto em todos os seus vinte e nove anos. Aquele sorriso foi o suficiente para que o homem a quisesse como esposa. E ela aceitou, depois de alguns meses de convivência. Era criada do rei, não tinha muita expectativa de vida, mas tudo mudara com o casamento. Tornou-se uma mulher ainda mais culta, já que a partir dali tinha acesso a todos os livros que quisesse, tornou-se mais bela, já que a beleza não era escondida pelo suor do trabalho duro, seu sorriso tornou-se mais brilhante, já que não havia mais cansaço que o fizesse se perder na face da mulher. Caillot era de Caíron e, juntos, eles eram perfeitos.
Não havia homem mais feliz no reino, Caíron vivia sorrindo por todos os cantos e foram anos assim. Dez anos, exatamente, onde tiveram dois lindos filhos. Foi na gravidez do terceiro que as coisas perderam o rumo. Caillot ficara extremamente doente, nenhum curandeiro sabia dizer o porquê exatamente. Alguns diziam que era a gravidez, outros diziam que não era nada importante. De qualquer forma, Caíron e Caillot ficaram desesperados. A vida de seu terceiro filho não teria um bom fim, mas insistiram em tê-lo. Não podiam matar o fruto de seu eterno amor.
Foi no quinto mês de gestação que a mulher entrou em trabalho de parto. Não sabiam como era possível alguém dar a luz com tanta antecedência, mas foi o que aconteceu. Caillot nunca havia gritado tanto, e, por alguns minutos, todos souberam que a mulher iria embora. Todos menos Caíron, que acreditava que tudo ficaria bem. Ele precisava que tudo ficasse bem. Por isso, rezou. Rezou do lado de fora do quarto durante vários minutos, até que escutou o choro da criança e Caillot parou de gritar. Entrou no quarto às pressas, com um sorriso no rosto, pronto para dar um beijo da esposa e em sua nova criança. Quando entrou, porém, Caillot estava de olhos fechados. E a criança parou de chorar.
Perder a esposa e seu terceiro filho num mesmo dia fora o suficiente para que toda a felicidade que tinha antes de esvaísse de seu corpo. Caíron vivia em prol de seu pai, seu irmão e, agora, de seus filhos, uma menina de seis anos e um menino de dez, que eram tão lindos quanto ninguém mais era. Eram a família dele, o que sobrara dela, pelo menos. O primogênito dos Papelion se enterrou no trabalho, não tinha mais vida, não tinha mais uma esposa para amar. Os filhos não tinham mais um pai presente e tinha quem se virar sozinhos, o pai não tinha mais filho e precisava cuidar dos netos da melhor forma que sua velhice permitisse e o irmão não tinha mais o melhor amigo. Nem mesmo Caíron se tinha. Não era mais o Caíron, que distribuiu sorrisos sinceros por tantos anos. Era só um homem solitário que, de novo, encontrara na tristeza sua melhor amiga.
CAÍRON É UM CANON E ESTÁ ABERTO PARA APLICAÇÕES.
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ESTE É DORONET FASTMECK, DE CLASSE BAIXA. AOS VINTE E SEIS ANOS, SERVE ISHTAR SENDO BOBO DA CORTE. DIZEM AS MÁS LÍNGUAS QUE SE PARECE MUITO COM DAVE FRANCO, SEJA LÁ QUEM ESTE HOMEM FOR.
He took the days for pageant, became as mad as rabbits, with bushels of bad habits. Who could ask for anymore? Who could have more?
EU INTRODUZO À VOCÊS O SENHOR DORONET.
Bem humorado, carismático, puro, ingênuo, medroso, preguiçoso, louco.
E, TALVEZ, A POBREZA NÃO LHE SEJA TUDO. VEJAM BEM…
Doronet nasceu de madrugada, quando o sol começava a aparecer no céu. Sua mãe sempre lhe disse que era como se ele soubesse que era hora de acordar, e o garotinho cresceu achando que nasceu brilhante como o sol do verão. Para todos que o olhassem correndo pelos campos acompanhando seu pai com uma enxada ou sua mãe, carregando diversas mudas de flores, sempre cantarolando e saltitando, era a mais pura verdade. Doronet havia nascido para iluminar o mundo. Infelizmente, nem todos queriam ver sua luz, por mais que precisassem dela.
Viveu no campo, e nunca passou fome, como a maioria das famílias pobres. Seus pais eram muito próximos da família real, mais pareciam criados exclusivos, viviam nos imensos jardins da realeza, viam de perto toda aquela pompa e todo o dinheiro que não tinham, mas eram bem recompensados pelos trabalhos. Doronet vez ou outra trocou palavras com os herdeiros, entregou flores às princesas e deixou que a luz do sorriso delas entrasse dentro dele para ficar ainda mais brilhante. No entanto, a vida calma que levava, arando o campo e plantando flores, não foi muito bem recompensada. Como toda boa história, havia de ter algo ruim para acontecer. A guerra.
Com dezoito anos, o garoto preparava-se para se casar com uma dama que amava imensamente, seu coração de ouro reluzente como o sol que tanto admirava estava entregue às mãos da jovem, mas a guerra não queria que fosse assim, e o mandou para o ataque. Chorando, esperneando e tremendo de medo, afinal nunca tinha visto nada senão o lado bom das coisas, Doronet foi enfiado em uma carroça com mais algumas dezenas de garotos medrosos, e foi para a guerra, brincando com suas vestes e com aquelas coisas afiadas que nunca aprendera a usar.
Seu pai não estava com ele - lhe faltava uma das mãos, perdida anos atrás ainda no início da guerra, e era quase cego por conta de uma lança que lhe fora enfiada na córnea esquerda -  quando seu batalhão foi enviado para o combate. Cada pessoa que via caindo era como uma sentença de morte, sempre achava que seria o próximo, que não voltaria para sua amada, e cada dia que retornava para o acampamento e sentava ao lado daqueles que haviam sobrevivido e não estavam no campo de feridos, sorria. Seus sorrisos eram o que animava todo o pelotão, sempre entretidos com sua histórias malucas e risadas estridentes. Doronet tinha de ser feliz, tinha de ser luminoso, para não deixar aquelas espadas espalharem o sol que tinha dentro de si. E as pessoas lhe agradeciam por isso.
Quanto mais tempo ficava no exército, no entanto, mais as armas lhe consumiam a cabeça. Ele via espadas por todos os cantos, acordava pensando ter sentido mãos na garganta, corria para o lado inimigo sem medo algum, e não só uma vez voltou rindo após ter acabado com meia dúzia de soldados sozinho, tremendo. Doronet, o menino de sol e ouro, estava notoriamente doido quando invadiu o acampamento dos soldados de Tyrania e matou três com uma enxada, tirando suas cabeças fora. Naquele momento, seu general percebeu que a guerra não estava fazendo bem para o jovem, e que ele podia ser um perigo para os companheiros, mandando-o de volta para casa com uma recomendação. Ele dizia que Doronet seria perfeito para o bobo da corte real. E ele foi.
Ao chegar em casa, o rapaz teve de ficar alguns dias isolado, outros plantando, até que sua sanidade voltasse, ou a maior parte dela. Ainda se sentia tonto, via inimigos por todos os cantos e corpos mortos ocasionalmente, sempre rindo de forma estranha com esses fatos “Oh, pobrezinho, pobrezinho, perdeu a cabeça!”, e seguia em frente. Sua doce dama havia se casado com outro, afinal ficara quatro anos na guerra, e ele não tinha mais o que fazer senão seguir para o castelo, rodopiar pelo chão de mármore, tocar seus instrumentos e contar suas piadas. Ele transbordava o sol com o qual nascera, embora a lua começasse a aparecer em seus olhos. A guerra havia entrado em seu coração dourado.
DORONET É UM CANON E ESTÁ ABERTO PARA APLICAÇÕES.
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ESTE É SKAYS ARKAUSS, PRIMO DO SENHOR ARKAUSS. AOS QUARENTA E SETE ANOS, SERVE A ISHTAR SENDO INVENTOR. DIZEM AS MÁS LÍNGUAS QUE SE PARECE MUITO COM MARK RUFFALO, SEJA LÁ QUEM ESTE HOMEM FOR.
You may say I’m a dreamer, but I’m not the only one
EU INTRODUZO À VOCÊS O NOBRE SKAYS.
Otimista, inteligente, sonhador, divertido, tímido, recatado.
MAS, TALVEZ, NEM TÃO NOBRE ASSIM. VEJAM BEM…
Skays nasceu, por um breve engano, como ele sempre diz, na família Arkauss. Desde pequeno tem-se como a ovelha negra da família, embora ninguém nunca realmente tenha lhe dito isso, muito menos quando era uma criança, ele sabia que era, e ainda é, a mais pura verdade. Portando decidiu esconder-se em seus livros, fugindo do mundo real o máximo que podia. O rapazinho nunca era visto brincando com seu primo, o futuro rei de Ishtar, e sempre que lhe perguntavam se ele não tinha inveja, dava de ombros “há coisas mais importantes do que ser rei.”. Ninguém entendia a cabeça do pequeno Skays, porque ouro sempre foi mais importante do que a vida para todos que viviam em torno dele.
Sempre fugindo dos pais e do resto da família, Skays costumava ir para as festas da classe média e enturmar-se por lá, conversar durante horas com os plebeus e descobrir suas histórias e necessidades. Foi em uma dessas conversas, com um comerciante de perfumes, que Skays, na época com dezessete anos e muita coisa na cabeça, teve uma ideia. O homem dizia que era difícil levar todos os vidros nas carroças e carruagens, alguns sempre se quebravam, gerando prejuízo. Naquele dia, Skays correu para o ferreiro, e lhe explicou o que queria.
Durante horas ficou enfurnado no lugar quente, suando como um porco e observando seu amigo trabalhar no que ele ainda não sabia fazer, mas aprenderia em breve. Da primeira vez que tentaram, não funcionou, mas Skays não desistiria. Eles tentaram outra vez, e outras mais, até que, enfim, conseguiram. Um amortecedor para as carroças. Acoplado às rodas de madeira, o mecanismo impedia que elas batessem com força na carroceria por conta de uma camada de pano e borracha, deixando todos os vidros de perfume intactos durante a viagem. Assim que viu seu projeto funcionar, Skays nunca enxergou o mundo da mesma forma.
O homem desistiu oficialmente de tentar se adequar aos padrões Arkauss, e passou a viver mais com a classe média e baixa do que qualquer outra coisa. Não ia às festas de família ou nobreza a menos que estritamente necessário, e se recusava a usar todo o ouro e vestes pomposas. Ele tinha seu tempo para inventar e melhorar a vida dos outros, sentindo-se imensamente feliz. No entanto, a guerra fez com que sua pacífica vida virasse de cabeça para baixo. Em um dia estava no campo, calmamente ajudando um garotinho a consertar um brinquedo qualquer, quando os oficiais reais chegaram e o colocaram dentro de uma carruagem, jogando-o dentro do castelo do qual sempre fugira, defronte seu primo e tantas outras pessoas que sequer sabia o nome. De onde haviam vindo tantas crianças? Quanto tempo estava fora? Algumas dezenas de anos, como foi descobrir mais tarde.
Não fora chamado por saudades ou preocupação. Muito pelo contrário. Seu primo deixou claro que, caso tivesse escolha, nunca teria-o ali, mas a situação era crítica. O país ficaria cada vez pior, e não havia quem pudesse impedi-lo da destruição. As feras do lado escuro, ele dizia, elas estavam com raiva. Skays não acreditou que podia estar tão ruim a ponto de ser necessário, mas havia uma espada em sua garganta, literalmente. Se não aceitasse ajudá-los a ganhar a guerra, seria decapitado com acusação de traição. O Arkauss renegado encarou os olhos do rei, e assentiu. Ele lhe faria armas. A espada foi retirada de sua garganta, ao menos no sentido literal.
Durante os próximos anos, Skays trabalhou pensando em métodos de defesa e em como Ishtar poderia ganhar a guerra, mesmo sabendo que isso era, em teoria e prática, impossível. Cálculo algum chegava a esse resultado, e todas as baixas que via acontecendo eram a prova disso. Seu primo, quem tinha feito melhor pelo o exército, uma hora não conseguiria segurar os batalhões e morreria em combate. Sua sobrinha entraria em colapso com tudo o que havia a fazer, e as famílias nobres se revoltariam, era fato. As crianças mortas, os trabalhadores perdendo dinheiro e tantas outras coisas. Ele queria voltar para sua vida no campo e junto aos ferreiros, mas não podia. Todos os dias, ao acordar, Skays sente a lâmina afiada em seu pescoço, o impelindo a continuar seu trabalho.
SKAYS É UM CANON E ESTÁ ABERTO PARA APLICAÇÕES.
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ESTA É MIREYA LIGONIER, DE CLASSE BAIXA. AOS DEZESSETE ANOS, SERVE A ISHTAR SENDO AMA. DIZEM AS MÁS LÍNGUAS QUE SE PARECE MUITO COM ISABELLE FUHRMAN, SEJA LÁ QUEM ESTA MULHER FOR.
I got a love, and I know that it's all mine. Do what you want, but you're never gonna break me. Sticks and stones are never gonna shake me.
EU INTRODUZO À VOCÊS A SENHORITA MIREYA.
Persistente, doce, generosa. Teimosa, utópica, louca.
E, TALVEZ, A POBREZA NÃO LHE SEJA TUDO. VEJAM BEM… 
Era uma noite extremamente estrelada quando Adriana, com apenas treze anos na época, foi pega de surpresa pelo pai bêbado no mais absoluto silêncio que reinava na pequena casa caindo ao pedaços dos Ligonier. Fora obrigada a fazer muitas coisas naquela ocasião, silenciada pela mão brusca do pai, que fazia o que queria com a criança enquanto sua esposa dormia no quarto ao lado. Adriana, tão indefesa, mas nada inocente, obedecia. Tirou as roupas, virou-se de costas e soube o que viria a seguir quando escutou o pai tirando as próprias calças. Poucos meses depois, a barriga de Adriana crescia, esperando por uma criança, que seria neta e filha de seu pai.
Adriana, na época desesperada, tomara todo o tipo de atitude para não ter aquela criança. Fez uso de chás abortivos, além de poções, que mulheres ditas bruxas faziam para tirar aquela criatura do ventre da menina. Adriana não queria aquela criança e era constantemente ameaçada pelo pai, que dizia que mataria o bebê assim que ele nascesse. Era um fruto do pecado, afinal, não merecia a vida. Nada que a garota fizera adiantou, porém. Numa manhã extremamente quente Mireya nasceu, não sendo desejada por ninguém além da avó que, inocente, não sabia quem era o pai da criança.
Assim que o primeiro choro da menina ecoou pelo quarto, seu pai, Bartholomeu, pegou-a nos braços e, em vez de sorrir, levou-a para fora, com um machado em mão, pronto para decepar a cabeça da bebê. A única coisa que o impediu foi o cessar do choro de Mireya, que se tornou um belíssimo sorriso banguela. Ele não entendeu como uma criança de apenas minutos de vida poderia saber o que era sorrir mas aquilo certamente era um sinal. A mais nova Ligonier era um pequeno milagre. Por isso, o homem não a matou. Talvez fosse mais útil viva, talvez fosse mais dois braços para trabalhar e sustentar a casa extremamente pobre. Talvez valesse a pena permitir que aquele tão pequeno pedaço de pecado vivesse.
E Mireya cresceu como a criatura mais adorável já vista. Caminhava pelo centro de Mystras com sua mãe desde bem pequena, distribuindo sorrisos sinceros para os mais diversos tipos de pessoa. Saía saltitante das lojas em que Adriana ia oferecer a arte que fazia, mesmo se a mãe não conseguisse vender o que precisava, o que era a maioria dos casos. Estava tudo bem para a garotinha, tudo sempre era um mar das mais lindas flores. Mireya sempre sorria. E era o sorriso mais bonito do mundo.
Foi numa tempestuosa noite que seu avô chegou bêbado em casa. Não era a primeira vez, mas, ao contrário das demais, o homem estava excessivamente agressivo. Mireya não entendeu bem o que ele fazia com o machado em mãos, mas quando sua mãe pediu calmamente para que se escondesse e lhe deu um beijo quente na testa, a garotinha obedeceu, como sempre fazia. Embaixo da cama, escutou a discussão entre a avó e o avô, que gritavam muito alto, ao ponto de que teve que tampar seus ouvidos e pensar que tudo ficaria bem. Dessa vez, porém, não ficou. O sangue espirrou perto de onde estava escondida e sua avó parou de gritar. Só pôde escutar o berro desesperado da mãe antes de mais sangue espirrar perto da cama e, de repente, o corpo da mãe morta estava ao seu lado. A menininha, na época com oito anos de idade, teve que tampar bem a boca para não gritar, enquanto as lágrimas escorriam incansavelmente por sua face.
Depois disso, Mireya fugiu. Esperou que o avô deitasse em cima da cama onde estava e dormisse, então correu como nunca havia corrido antes. Não pegou nada, apenas foi para qualquer lugar. Correu por horas, até chegar numa mansão, a mansão dos Kasnier, que diziam serem tão bondosos, talvez dessem um lar para a garota. Nos portões, encontrou outra garota, que assim como ela, não tinha mais família ou amigos com quem contar. Adara, a garota, deu a Mireya esperanças para um futuro melhor, falou que ali naquela casa haviam pessoas boas, que davam dinheiro e moradia para aquelas que, em troca, doassem seus corpos para homens solitários. A ideia parecia boa para Mireya, que não tinha muitas opções. Por isso, ela entrou com Adara naquele lugar tão, tão bonito e tentou ser o mais bonita possível, para combinar com a mansão dos Kasnier. Foi dispensada por eles, porém, que alegaram que a garota tinha o corpo franzino demais, não aguentaria mais do que alguns dias ali.
A partir daí, Mireya foi às ruas. Não tinha muito o que fazer além de lutar para conseguir um prato de comida por dia e um lugar quente para dormir. Muitas vezes, nem isso conseguia. Passava fome, sede, frio, vontades, saudades da mãe e da avó. Não havia mais nada que Mireya pudesse dizer que era dela. Estava perdida, sozinha. Virou pedinte na rua durante cinco terríveis anos, não tendo muito o que fazer, já que não conseguia emprego em lugar algum e as pessoas mais ricas não podiam abriga-la. Mesmo assim, a garotinha não desistia. Batia de porta em porta das casas da cidade, pouco a pouco, diariamente, perguntando se não precisavam de seus serviços. Recebeu vários nãos durante muito tempo. Até que, um dia, por benção do destino, disseram sim.
MIREYA É UMA CANON E ESTÁ ABERTA PARA APLICAÇÕES.
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ESTE É ZEPHYR BEAUMARCHAIS, DE CLASSE MÉDIA. AOS QUARENTA ANOS, SERVE A ISHTAR SENDO COMERCIANTE DE TECIDOS. DIZEM AS MÁS LÍNGUAS QUE SE PARECE MUITO COM PETER DINKLAGE, SEJA LÁ QUEM ESTE HOMEM FOR.
Ever since I could remember everything inside of me just wanted to fit in. I get the feeling just because everything I touch isn't dark enough if this problem lies in me. A monster, a monster, I've turned into a monster.
EU INTRODUZO À VOCÊS O SENHOR ZEPHYR.
Indiferente, grosso, arrogante. Perseverante, inteligente, honorável.
E, TALVEZ, APENAS SUA CLASSE SEJA MEDIANA. VEJA BEM…
Fora uma gravidez complicada, mas a senhora Beaumarchais tinha certeza que valia a pena. Era sua primeira criança, afinal, e ela não queria que fosse a última. Por isso, se cuidou o máximo possível, seguiu as ordens das mulheres mais experientes da região e se manteve longe de qualquer problema por um longo tempo. Seu marido, por outro lado, continuava o trabalho da família: promover lutas até a morte para a diversão do rei. Não era o trabalho mais adorado pelo resto da população, é claro, porque os homens eram escolhidos e não podiam se negar. Era sujo fazer aquilo, escolher quem morreria para a felicidade do rei da época.
Foi numa noite extremamente quente que o pequeno nasceu. Chovia do lado de fora, mas o calor era insuportável. Quando o bebê tão esperado finalmente nasceu, depois de horas de parto, uma das mulheres que acompanhava o nascimento soltou um berro estrondoso: era a vidente que haviam contratado para contar-lhes o futuro glorioso que seu herdeiro teria. “Aberração”, a mulher gritou antes de fugir daquela casa e nunca mais voltar.
Ignorando o que a vidente gritara na noite do nascimento, os pais cuidaram do pequeno Zephyr com todo o amor do mundo, tendo certeza absoluta de que ele seria simplesmente incrível. Seria forte, seria bondoso, seria tudo o que os pais esperavam que fosse; seria perfeito. E ele cresceu como uma criança pequena, apesar da pequenez, por um bom tempo, até uma curandeira dizer que havia algo errado. Ele era pequeno demais.
A pequenez não era um problema para Zephyr, que cresceu como os pais esperavam. Cresceu forte, inteligente, saudável, era isso que importava para o mesmo, quem ele era importava mais que o tamanho de seu corpo. Pelo menos era isso que ele pensava, ao contrário das pessoas das redondezas e dos próprios pais. Sem que a criança soubesse, era chamado pelo que a vidente havia gritado anos antes: aberração. Ele era uma aberração.
Depois de se tornar um adulto, as pessoas deixaram de se importar com os sentimentos do homem, que era extremamente gentil, apesar de tudo. Era chamado de nomes terríveis, e até atacado por pessoas loucas e terrivelmente agressivas. Fora muitas vezes machucado, as pernas e braços curtos impedindo-o de se proteger totalmente. Os pais nunca fizeram nada para protegê-lo, mas também não o machucavam, o que era o suficiente para o homem, que passou a acreditar, depois de tanto escutar a maldita palavra, que era uma aberração.
Como se não bastassem as pessoas, seus pais passaram a odiá-lo quando Zephyr decidiu que se juntaria ao resto da população que odiava aquele trabalho. Passou a participar de abaixo-assinados e manifestações agressivas contra aquilo tudo. Não adiantou muito, porém, só fez com que os Beaumarchais decidissem colocá-lo numa luta, sabendo que ele seria incapaz de sobreviver.
Não demorou muito para que o dia chegasse. Boa parte da população estava aliviada, parte porque sabiam que Zephyr era incapaz sequer de alcançar a garganta de seu oponente, que era adorado pelo povo; e outra parte porque finalmente o tão dito amaldiçoado, a aberração, aliás, seria morta. O rei estava lá, assim como todos os outros nobres e ricos de Mystras. Praticamente a população inteira estava lá também, lutando para conseguir um lugar bom e assistir o tão odiado Zephyr morrer. Seria engraçado, eles pensavam, vê-lo sangrar, vê-lo gritar.
Quando finalmente começou, cada participante tinha uma arma. Zephyr tinha uma pequena faca, enquanto o outro homem tinha uma grande e brilhosa espada. Não seria uma luta justa, era óbvio. No começo, já conseguira um corte profundo no rosto e outro no braço, que certamente deixariam cicatrizes. Não queria atacar o homem. Não seria o monstro que esperavam que ele fosse. Mas, então, surgiu a oportunidade perfeita. O oponente se abaixou, zombando da pequenez de Zephyr, pondo-se de joelhos; foi ai que o Beaumarchais atacou. Enfiou a pequena faca no olho esquerdo do infeliz, que gritou, se contorcendo no chão. Era perfeito. Com a mesma faca, cortou a  garganta, que nunca esteve tão perto dele. Ele havia vencido. Havia salvado a própria vida, apesar dos pesares.
Continuou envelhecendo depois daquilo, ninguém mais ousava zombar de seu tamanho ou de suas fraquezas. Não só tinham nojo do homem, como também tinham medo. Não importava quantos sorrisos doces distribuísse pela cidade, quantas boas ações fizesse, nada tirava das cabeças das pessoas o que o homem supostamente era. Realmente acreditavam que Zephyr era um monstro e ele decidiu não se importar. Com o tempo, acabou se mostrando a cada minuto mais distante das pessoas, ia se isolando, deixando de acreditar que um dia seria bem aceito. O sorriso deixou de ser um movimento constante em seus lábios, que acabaram se tornando uma linha reta no rosto do homem. Ele não conseguia mais sorrir.
Soube da morte de seus pais através de murmúrios das pessoas enquanto passava pelo centro da cidade. Haviam falecido num incêndio em casa e Zephyr quis muito se importar, não conseguindo, porém. Os amou tanto, mas eles o odiaram tanto que o ódio acabou lhe vencendo. Não sentia nada pela morte dos dois, nada além de pena, pois suas vidas haviam sido miseráveis.
Mesmo que devesse seguir com o trabalho da família, pegou todas as riquezas de seus pais e vendeu as terras, construindo uma casa isolada do resto da cidade, numa floresta nas redondezas. Começou ele mesmo a fabricar tecidos e tapeçarias tão belas que, mesmo que tivessem passado por suas mãos, eram vendidas rapidamente no centro da cidade, para pessoas que não contavam a ninguém onde haviam encontrado aquela arte. Zephyr não se importava mais em demonstrar como realmente era por dentro, adotando uma imagem diferente. Se as pessoas queriam um monstro, era isso que seria.
ZEPHYR É UM CANON E ESTÁ ABERTO PARA APLICAÇÕES.
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ESTA É MAKEDA ANSGOT, DE CLASSE BAIXA. AOS VINTE E TRÊS ANOS, SERVE ISHTAR SENDO PROSTITUTA. DIZEM AS MÁS LÍNGUAS QUE SE PARECE MUITO COM CAITLIN STASEY, SEJA LÁ QUEM ESTA MULHER FOR.
And my heart was flawed I knew my weakness, so hold my hand, consign me not to darkness.
EU INTRODUZO À VOCÊS A SENHORITA MAKEDA.
Mimada, rude, impulsiva. Cuidadosa, compassiva, leal.
E, TALVEZ, APENAS SUA CLASSE SEJA MEDIANA. VEJA BEM… 
Durante muitos anos, tudo que Makeda conheceu foi uma vida de exílio e dependência. Não era por querer, afinal, desde seu nascimento fora tratada como uma princesa pelos pais, que trabalhavam para os Kasnier. Não era uma vida exatamente digna, a de pegar garotas desesperadas por dinheiro e dá-las a homens sedentos por atenção e algum tipo de carinho. Os Ansgot sabiam como crianças, adolescentes e até mulheres adultas podiam ficar desesperada quando seus estômagos estavam vazios, por isso mantinham a barriga de Makeda sempre cheia e sua mente sempre ocupada com diversos ensinamentos diferentes. Era fácil manter a garotinha, ainda tão pequena, ocupada. Bastava dar os brinquedos certos, os livros certos, as companhias certas, e ela cresceu sendo a mais pura e delicada flor que um dia a família pôde chamar de sua.
Conforme os anos passavam e a beleza de Makeda desabrochava, fora chamando a atenção de diversos homens mais velhos que ela, que desejam tê-la como esposa. Os pais não gostavam da ideia de ter sua garotinha dada para algum homem qualquer, por isso, durante muito tempo, negaram-se a sequer pensar em casá-la com alguém. Isso até Arundel aparecer. Era um homem bonito, rico, cheio de cultura e doçura. Não havia homem melhor que pudesse se casar com Makeda e, por isso, o casamento logo fora arranjado e a cerimônia feita. Os Ansgot não tinham dinheiro suficiente para dar à filha a festa que ela, tão mimada, queria, mas os Bavent, família de Arundel, eram riquíssimos e proporcionaram a menina, na época com seus catorze anos, a maior celebração de toda a sua vida, digna da realeza.
O casamento durou pouco, porém. Não por culpa da menina, ainda tão inexperiente, ou do homem, que irresponsável como se mostrara conforme os dias passaram, não se importava com as consequências de seus atos. Não, não fora por culpa dos noivos. Fora a guerra, que obrigara Arundel a ir ao campo de batalha, já que seu físico era forte e sua mente era rápida. O homem não tinha experiência com armas, porém, e ninguém se deu ao trabalho de treiná-lo. Era só mais um soldado, afinal, e o rei de Ishtar mandaria quantos fossem necessários direto para a morte, caso o fim destes significasse sua gloriosa vitória.
Demoraram poucos dias para que Makeda recebesse o corpo sem vida de seu marido na porta de casa, carregado, junto com muitos outros, por cavalos magros e doentes num carroça qualquer. Aos dezesseis anos, por fim, Makeda ficara viúva, pobre, abandonada. Voltara para a casa dos pais depois de enterrar seu marido, já que estes eram os únicos que ainda tinha. Os Ansgot, porém, ficavam a cada dia mais pobres, mais famintos, mais desesperados. As barrigas roncando foram o suficiente para que Makeda tomasse uma decisão: apesar de toda a cultura, a fome lhe vencera, a guerra lhe vencera, e se era necessário que desse seu corpo em troca do mínimo dinheiro, era o que faria. Os pais não concordaram com a decisão da garota no começo, até a proibiram de fazer tal coisa, mas conforme os dias sem comer passaram, cederam, e Makeda acabou sendo uma daquelas garotas desesperadas que tinham tanto medo que se tornasse.
MAKEDA É UMA CANON E ESTÁ ABERTA PARA APLICAÇÕES.
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A FC Daisy Ridley está reservada por 48 horas para kaunissielut. Esperamos ansiosamente pela ficha!
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Hoje, a partir das 18 horas, teremos ask game. Serão reblogados memes no blo de stuff. Mandem asks para todos os que postarem o link da ask na dash, por favor. E, mais importante, divirtam-se!
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Katrina Kasnier
Isobel Arkauss
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Aqui.
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Os seguintes chars tem 24 horas para avisar o porquê da inatividade. Se não o fizerem, receberão unfollow.
Isobel Arkauss.
Katrina Kasnier.
Os seguintes chars estão em hiatus por tempo indeterminado.
Alastor Colharini.
Löwenya Sangenis.
Podem dar unfollow nos seguintes chars:
Ofélia Colharini.
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ESTA É MEGHANA DESHMUKH, DE CLASSE MÉDIA. AOS VINTE E SEIS ANOS, SERVE ISHTAR SENDO MERETRIZ. DIZEM AS MÁS LÍNGUAS QUE SE PARECE MUITO COM FREIDA PINTO, SEJA LÁ QUEM ESTA MULHER FOR.
They see her as just a pretty little thing, but they can’t see the web she’d wrapped around their necks, or the venom behind her eyes, and soon she will carve bullet holes into their hearts.
EU INTRODUZO À VOCÊS A SENHORITA MEGHANA.
Ilusória e etérea como a água, traiçoeira e fulgurosa como o fogo, impetuosa e graciosa como o vento e maleável e incisiva como a terra, Meghana carrega consigo a essência de cada uma das casas as quais tanto repugna, mas a quem tem uma dívida a ser paga. Seu berço forjado com senso de justiça, compromisso, sagacidade e magnetismo são os únicos traços pessoais que trouxera de sua criação. Como herdeira dos Deshmukh fora criada para governar suas terras e servir o poder régio diplomaticamente, como mulher fora criada para honrar a família e entreter o marido sem hesitar, como irmã fora criada para colocar as necessidades de seus irmãos antes das suas, como uma dama fora criada para portar-se com dignidade e certo mistério e como ser humano foi-lhe ensinado a compaixão e empatia; nada que o tempo não pudesse marmorizar, entalhar e até mesmo empoeirar.
Sua imagem esculpida aos moldes de seus pesadelos e decisões é habitual na acre realidade das ruas de Mystras; a ojeriza pela instituição não lhe é anômala por alguns ishtaunianos, mas ao contrário de seus concidadãos acredita que aproveitar-se da conjuntura animosa lhe é de grande valia e é com a chama nos olhos tão escuros como o retalho em sua alma e os cabelos que lhe emolduram a face que se anuncia para as massas. Ludibriosos olhos calorosos estes que velam a verdadeira identidade subjugada por garras e dentes, que seduz e convida, engana e estimula. A maior de suas armas, não a janela para sua alma.
Meghana irradia uma beleza exótica e singular - a única herança de suas origens que não possui recursos a esconder, mas responsável, no entanto, por tamanho êxito em suprir as necessidades arraigadas em sua formação e consolidadas pelo destino. A tórpida máscara submissa e respeitosamente quieta tange o oposto de sua lídima intensidade, característica que orgulhosamente compartilha com seus confidentes, motor de sua profissão e alicerce de sua calculada manipulação. Sua lealdade acaba quando o sol se põe, dissimulada como as serpentes do brasão de sua casa, a nobre tyrana não deposita esperanças em ninguém mais além de si, nem mesmo em seu irmão, criando fortes em volta do coração de mármore e pele de aço clandestinos às pupilas de quem observa a fascinante e frágil figura da messalina de vestes vivas e ricas.
E, TALVEZ, APENAS SUA CLASSE SEJA MEDIANA. VEJA BEM…
Os gritos da jovem Anjali Gadhavi ecoavam pelos longos e frios corredores do familiar castelo um ano após a afirmação do contrato de sua família com os poderosos Deshmukh de Tyrania por meio da união com o belo, bravo e único herdeiro, Ravikeetri. As gotas salgadas das lágrimas e suor escorriam pelo corpo febril, apesar da álgida temperatura que banhava as insignes e férteis terras daquele outono, emplastando os lençóis emaranhados nos esguios e morenos membros da mulher e anunciando a chegada do primeiro membro da nobre linhagem de guerreiros e conselheiros reais. Com sua vida por um fio e arriscando a da sua criança não nascida, a dádiva dos Gadhavi fazia uma última oferenda aos seus deuses oniscientes em troca de uma concessão; os mesmos poderiam levar sua essência e tomar-lhe a promessa de um paraíso desde que de seu útero saísse a graça de sua família e uma bênção para os tyranos.
Anjali fechou os olhos aquela noite ao ouvir o alto timbre que flutuava das cordas vocais e vigorosos pulmões da vida que carregara por meses a fio, para abri-los na manhã seguinte ao ouvir a grave risada e ver a reverência estampada no rosto de Rav embalando o frágil corpo que juntos criaram, envolto nos mantos roxo e dourado. Adoração lhe vinha ao peito observando a cena de seu prometido e infante em seu campo de visão, orgulho lhe preenchendo o corpo ao travar os olhos com os do homem a sua frente e perceber gratidão e felicidade nas íris avermelhadas e amor tomando conta de cada poro e secção desde sua alma até os dedos dos pés ao segurar sua pequena garotinha de cabelos tão escuros como os seus, olhos como os do pai e pele morena como a que ambas as famílias compartilhavam.
Grata às deidades, a mulher prometia, naquele momento, ao sentir os pequenos dígitos se desenrolarem do minúsculo punho e agarrem os seus que faria de sua preciosidade a mais delicadas das damas, a mais inteligente das nobres, a mais polida das mulheres, a mais versada das esposas, a mais empática das herdeiras e a mais prestativa dos Deshmukh. Meghana. Instruída pelos melhores professores que a vasta fortuna poderia dispor e amada por todos aqueles que orbitavam em seu magnetismo, a pequena excedia as expectativas de seus pais, que ainda que a amassem mais do que as próprias vidas, receavam o desempenho que apresentaria em frente as Cortes e a estimada casa real.
Mesmo na tenra infância, Meghana já era dona de uma beleza pura e cativante de promessas, que acabou lhe rendendo em seus meros cinco anos incompletos um acordo – como o dos pais - que faria de seus descendentes só menos cobiçados e bem vistos do que os dos regentes tyranos e uma alta expectativa e preço sobre sua presença. Disciplinada para ser conformista, Meg por anos nada questionou sobre a manipulação de seus genitores, vendo o destino que lhe fora entregue em uma bandeja de prata polida com os olhos inocentes de uma criança; os tempos evoluíram, e o fazia então a menina na mesma medida com que suas responsabilidades aumentavam e suas funções eram escritas e depositadas sobre as finas mãos.
A rebeldia era algo não esperado, mas assim como a flama que começava a queimar fulgurosamente por trás dos longos cílios era algo intrínseco à sua natureza. Foi em um dos inúmeros atos de rebelião junto ao irmão mais novo – Naveen - que a propriedade de sua família fora atacada, por rebeldes ou ishtaunianos não se sabe, e um novo caminho talhado para os Deshmukh. Os resquícios de orgulho e glória foram aniquilados quando a proteção realenga não chegou aos bravos guerreiros e as terras de mais nada lhes eram proveitosas, nem o título renegado.
Eram tempos de guerra, afinal, e tempos difíceis requerem medidas mais austeras ainda. Com o que conseguiram juntar no mísero tempo que dispuseram, fugiram para o olho do furacão onde a destruição, supostamente, não existia. Mystras. Entraram na cidade inimiga como mercadores nativos de um dos países aliados a Ishtar que sofria de uma infindável recessão e foram recebidos como qualquer estrangeiro, com certa relutância. Já em seus treze anos, Meghana possuía entendimento suficiente para avaliar a precária situação que se encontravam, mesmo que dinheiro não lhes faltassem. Para agravar ainda mais as frágeis circunstâncias, Anjali caíra grávida mais uma vez e, sete meses após sua chegada na capital, colocava mais uma virtuosa vida na vil e imunda sociedade que viviam. Encantada com o irmão e com a alarmante discrepância entre as idades, a mais velha tornou-se, inconscientemente, a guardiã de Indra, tão precioso como o sopro da vida.
Por alguns anos viveram escondidos sobre o radar de Anthanasius sem maiores empecilhos, até que uma nova ronda fora designada para o arrecadamento dos impostos da Coroa. O Brasão de Armas de uma das nobres famílias tyranas não era estranho aos olhos dos membros do exército ishtauniano e somente a visão de tal símbolo fora suficiente para acender o ódio presente nos desprezíveis homens, que sem hesitar embainharam suas espadas que levavam no quadril, sustentadas pelas bainhas, e com a crueldade pela qual eram malvistos atravessaram o coração de Ravikeetri enquanto forçavam a mulher a assistir. Com um uivo derramando de seus lábios, Anjali caiu sobre os joelhos, um pedaço de seu ser esvaindo junto à vida nos olhos do amado. Sua nova posição apenas facilitou a ação do homem que a segurava e com toda a força que possuía deferiu-lhe um arco, decapitando-a, o som da espinha se partindo como trilha para sua satisfação.
O protesto formado na garganta de Meghana pronto para acompanhar as lágrimas que transbordavam e trilhavam pela face fora impedido ao sentir uma mão tampar-lhe a boca, o aroma de cravo marcante e inerente de Naveen lhe sensibilizando o olfato e as suaves palavras sussurradas contra seu ouvido, calmamente lhe dizendo para proteger Indra com sua vida. Foram essas últimas palavras proferidas tão ternamente que viriam a imperar o futuro da adolescente.
Aquela primavera passou e cada obstáculo que encontrava era mais uma fissura adicionada ao buraco que se formava em sua alma. O furto tornou-se uma opção para quem uma vez tivera fartura, as invasões tornaram-se frequentes para quem uma vez possuíra terras que encontravam o horizonte observado. A frígida estação se aproximava e para Lua prateada que iluminava as encantadoras feições, Meghana lavava suas feridas e clamava por uma dádiva.
Fora na terceira semana de inverno que cruzou caminhos com seu destino na forma de uma mulher tão bem vestida como sua mãe uma vez fora. Aldith Kasnier lhe estendeu a mão quando os demais a trataram como a escória que estava por se tornar, mas que nascera para ser o oposto. Cega por tamanha generosidade vinda da bela mulher, depositou toda a confiança que possuía na dama e com as roupas do corpo e uma mão selada à do irmão de três anos, seguiu-a para uma estrutura de tijolos vermelhos localizada ao norte de Mystras.
Durante meses a mulher lhe visitava ao menos uma vez a cada semana, trazendo-lhe e à Indra novas vestes, ainda que um pouco puídas, que dizia ser de seus sobrinhos, sapatos gastos, mas confortáveis e suprindo todas as necessidades que pudessem ter. No dia que completaria seus dezesseis anos a Kasnier deu-lhe o veredito; daquele momento em diante teria que restituir todos os favores que recebera e pelo tempo que ficara e ficaria na casa. Oferecia-lhe, conquanto, um meio de ser ‘útil’ e a beleza que nunca lhe fora de tamanha importância passou a ser o seu instrumento de trabalho. As palavras que sempre lhe vinham com facilidade passaram a fluir com malícia e artificialidade, articulando o que o outro deseja ouvir.
A repulsa e cólera que sentia por Ishtar, cimentadas com as cenas do assassinato de seus progenitores, apenas crescia e se alastrava por cada fibra de seu ser, a promessa que fizera ao irmão de nunca o abandonar como a única barreira que separava seus impulsos dos sentimentos execráveis que a corroem de dentro para fora. Canalizar a agonia ao lembrar dos corpos caídos de sua família é o que manteve a garota sã por tantos anos até que finalmente conseguira chamar para si a atenção lasciva das Cortes. Não possuindo escrúpulo algum quando se trata de oferecer e receber prazer, Meghana tornou-se cobiçada e como a víbora que se espelhara, é capaz de seduzi-los à ruína ou à caírem em sua graça.
Os segredos pútridos dos ninhos aristocráticos que vem coletando desde os dezenove anos a torna uma poderosa aliada, o conhecimento que a fraqueza e franqueza da carne lhe proporcionou a torna perigosa e sua posição de estima nos altos círculos a torna comprometedora. Mas estava sozinha, completamente sozinha. A sede, a necessidade que lhe aflige por ver o nobre sangue de Ishtar manchando as pedras aos seus pés é apenas mais um de seus desejos que terá de ser descartado como os lençóis de uma cortesã em prol do fantasma de seu passado e o espectro de seu futuro.
MEGHANA É UMA OC, PORTANTO ESTÁ OCUPADA.
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Meghana Deshmukh 
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