Tumgik
#pare de olhar no passado
giseleportesautora · 4 months
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Decepamento
Decepamento - A espada que corta nosso tempo pela metade.  Já atravessei longa estrada, a nenhum lugar cheguei.  Você é a mancha na foto, a luz apagada na tempestade.  Depois de você com todas as outras histórias eu parei.  #poesia #poema #tempo #passado
A espada que corta nosso tempo pela metade. Já atravessei longa estrada, a nenhum lugar cheguei. Você é a mancha na foto, a luz apagada na tempestade. Depois de você com todas as outras histórias eu parei.  Três meses que já viraram três décadas. O decepamento da esperança, a dor que nenhum remédio curou. Sua maldade fez de minha humanidade petrificada. Sou a criança que nota que o doce de todas…
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iamfrankiewritter · 14 days
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Ohma Tokita
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— É realmente impressionante como neste barco, em breve, todos os homens irão se matar naquela arena. — tomo o meu drink tranquilamente à beira da piscina.
— Comum, mas é assustador. Graças a Deus tenho uma alma feminina ao meu lado. — Kaede se ajeita sobre a cadeira e coloca seus óculos de sol.
— Eu só vim por causa que… O Yamashita não sabe dizer “não” e na primeira oportunidade que tiver, vai se borrar nas calças.
Nós rimos e trocamos um olhar engraçado.
— Aham, com certeza [Nome], apenas pelo senhor Yamashita.
— O que está insinuando, Kaede?
Eu sabia exatamente onde ela queria chegar, mas não dou o braço a torcer.
— Você sabe. Não é só pelo senhor Yamashita que você veio, tem um motivo a mais.
— Desconheço… — fiz-me de idiota e desviei o olhar, sentindo as bochechas esquentarem.
Era verdade que eu nutria um carinho enorme pelo Kazuo, ele sempre foi como um pai para mim e vê-lo em um estado tão deplorável nos últimos meses mexeu muito com o meu coração, fez com que eu sentisse a constante necessidade de estar próxima dele.
No entanto… Quando seu comportamento mudou da noite para o dia, quando ele me contou que tinha encontrado um novo motivo para viver e tinha recuperado toda a sua vitalidade, eu genuinamente quis saber o motivo.
E maldita — ou bendita — foi a hora em que descobri o “motivo”, ou melhor, o homem responsável por levantar o ânimo do pobre coitado.
Ohma Tokita.
Um homem de passado desconhecido e estranhamente forte, frio e rústico.
Ele será o responsável para representar a Corporação Yamashita quando as partidas Kengan começarem, e confesso que vê-lo lutar contra dois fortes oponentes me deixou muito curiosa sobre a sua pessoa, apesar de ele ser uma pessoa extremamente reservada.
Quando o assisti lutar contra o Lihito, um cara visualmente maior e mais forte do que ele, eu me senti dentro de um filme de ação, ficando emocionada a todo momento, a cada golpe e a cada técnica. Ele literalmente macetou o coitado na maior tranquilidade. Não me recordo muito bem o momento em que comecei a realmente prestar atenção no moreno, mas tenho uma breve noção quando assisti a luta contra o Sekibayashi.
Nunca vi tanta vontade assassina emanar de uma pessoa durante uma luta, ainda mais quando eu tinha certeza da evidente derrota, Ohma derrotou aquele brutamontes com um nocaute inesperado.
E para terminar, houve a briga no navio, uma várzea total e desbalanceada, mas ainda sim, ele foi capaz de sobreviver como se nada tivesse acontecido.
— Aí, [Nome].
— O que é?
— Sabe que precisa disfarçar mais quando eu quase mencionei o nome do Ohma, certo?
— E-eu não sei Kaede, pare de me provocar!
— Eu não provoco, você mesma se entrega, ainda mais quando estamos em reunião e o senhor Yamashita elogia o Ohma. Está estampado na sua testa o quanto você quer estar perto dele. — solta uma risadinha.
— Você precisa ficar do meu lado Kaede!
— Não misturo meu trabalho profissional com relações amorosas, apesar de achá-lo muito atraente.
— Ah, claro, você só tem olhos para o Lihito.
— Não mencione esse nome perto de mim, já não chega-
— Olha só! Não sabia que essa piscina era frequentada por moças tão bonitas quanto vocês.
Falando no diabo…
— O que as senhoritas estão conversando? — o loiro se aproximou com um enorme sorriso.
— Assuntos de mulheres, Lihito. — Kaede pegou uma revista que estava ao seu alcance e cobriu o rosto para evitar contato visual com o lutador.
— Por acaso esses “assuntos” tem a ver comigo? — seu tom de voz se intensificou para tentar seduzi-la.
— Humpf, com certeza não, nós temos outras coisas mais interessantes para conversar.
— Aaahh, não seja tão dura comigo, senhorita Akiyama!
Parei de prestar atenção na conversa dos dois quando percebi a presença de Ohma, logo atrás de Lihito.
As mãos tipicamente enfiadas nos bolsos da calça jeans que costumeiramente usava, os cabelos negros como carvão sempre rebeldes, as mechas escuras sempre caídas sobre o rosto bem definido com algumas escoriações e machucados a se curar.
— Oi… — cumprimentei num tom quase inaudível.
— [Nome]. — ele respondeu o cumprimento no mesmo tom sério de sempre.
— Lihito, por favor... Você deveria voltar ao cassino.
— Eu cansei de perder! Pelo menos, vindo aqui, eu ganho alguma atenção de vocês. Não é, [Nome]?
— Por que você não para de incomodar ela?
O loiro ficou surpreso ao escutar a voz do amigo. Ohma raramente fazia isso, e para quem ele dirigia a palavra?
— Qual é Tokita! Deixa de ser chato. — afastou-se da loira e pegou uma cadeira, sentando ao meu lado.
Não era bem você que eu gostaria que estivesse ao meu lado, mas ok.
— Bom, já que a senhorita Akiyama não me dá nenhum pingo de atenção, eu pelo menos posso me sentar aqui, né [Nome]?
— Ah, aham... Claro.
— Humpf.
Pode ter sido uma impressão só minha, mas escutei Ohma suspirar ao notar que agora eu me encontro acompanhada.
— E então, [Nome]... O que acha de dar uma volta comigo para conhecer o navio?
— Tá um calor danado, eu prefiro curtir o sol daqui.
Eu genuinamente queria ficar ali, deitadinha e curtindo o meu drink.
— Ah vamos! Vai ser legal, eu prometo que você vai gostar. — ele sorriu e colocou o braço sobre os meus ombros.
— Lihito, eu não- olha, eu só quero apreciar a piscina, talvez outra hora. — dei um sorriso simpático, na esperança que ele me entendesse.
— Ninguém quer me fazer companhia, já entendi. — Lihito encostou a cabeça sobre o meu ombro.
— Sai. De. Perto.
Ohma se aproximou de nós e pegou o lutador pelo ombro, o tirando abruptamente de cima de mim.
— Qual que é a tua, Tokita?! — Lihito pareceu ligeiramente irritado.
— Preciso repetir? Sai de perto da [Nome].
— Eu nem fiz nada!
— Você tá incomodando, só sai de perto.
— Ohma, t-tá tudo bem, deixa pra lá. — eu tentei acalmá-lo.
Coloquei a minha bebida sobre a mesinha ali do lado.
— Você não entende nada, não é? — o tom colérico fez com que o meu coração disparasse. — Deixa. A. [Nome]. Em. Paz. — pegou Lihito pelo colarinho da camiseta.
— Já entendi, seu idiota. Se tá tão puto por eu querer dar uma volta com a sua namoradinha-
— Já chega Lihito, precisamos conversar. — Kaede interviu segurando no braço do loiro.
— ... — o moreno continuava a encará-lo mortalmente.
Como na primeira vez em que lutaram.
— Vamos. — novamente a loira o tirou dos próprios pensamentos.
— Isso não vai ficar assim, Tokita! Depois a gente conversa melhor... — fez um sinal de "soco" com os punhos e sorriu.
E eu? Fiquei ali parada esperando que o pior acontecesse, mas ainda bem, Kaede interviu e agora estamos só nós.
Mas espera aí? Eu ouvi direito? “Namoradinha”?
— Tsk, que saco. — o moreno interrompeu os meus pensamentos e saiu andando.
— Ohma, espera!
— …  — ele não disse nada, mas parou quando pedi.
— Desculpa pelo Lihito, eu deveria ter sido mais-
— Não peça desculpas, não é sua culpa. É só que… — Tokita virou-se para me encarar, porém não tinha aquela mesma expressão de sempre.
Ele estava… Nervoso? Tenso?
— Eu não quero que ele chegue perto de você de novo, isso me dá muita raiva.
Os punhos por debaixo do bolso da calça se apertaram e tornaram-se evidentes. A cena anterior me deixou tão embasbacada que eu nem tive como continuar aquela conversa.
Tokita percebeu que nada mais sairia da minha boca e saiu do deck da piscina em passos lentos até desaparecer da minha visão.
[...]
Os eventos que sucederam a nossa discussão no deck, não tiveram muita importância. Logo, as partidas Kengan começaram e todos os competidores estavam concentrados em destruir os seus oponentes, e isso incluía Ohma e Lihito. Quase nem falei com os dois na semana.
Na verdade, eu fiquei um pouco aliviada em não ter de dar as caras para encontrar o loiro, não sei bem como reagir depois daquela cena chata, se bem que… É, não deve acontecer mais, depois das fofas ameaças do Ohma.
Eu, Kaede, Kazuo — e vez ou outra o Ohma — assistimos todas as partidas, analisando todos os competidores e chegamos a conclusão: todos aqueles homens eram monstros dotados de uma força imensurável, e ninguém poderia descansar até o término do torneio.
Quando a quarta luta começou, quando Ohma e Inaba se enfrentaram, eu pensei que a vitória estivesse garantida. Doce ilusão a minha. Apesar de pequeno, o Inaba é muito habilidoso e me deixou deveras preocupada. É um choque ver um homem tão forte como Ohma ser jogado pra lá e pra cá como um boneco no meio da arena.
Mas a onda do baixinho logo acabou quando o moreno usou um Empréstimo e o estraçalhou, fazendo-o se arrepender de todos os golpes desferidos.
— O Ohma não aprende, ele não pode ficar usando essas… Essas coisas! — o velho exclamou assim que a luta acabou.
— Se ele continuar assim, não vai chegar até a última partida.
— Oh, vocês dois! Parem de exagero.
Por mais que me doa admitir, eles estão certos.
— Não é exagero [Nome].
— … Eu preciso falar com ele.
— Ele deve estar na enfermaria, tratando os machucados. — Kaede sugeriu.
— Se precisarem de mim, estarei lá. — levantei da minha cadeira e comecei a caminhar até a enfermaria.
— [Nome]. — Kazuo me chamou.
— Hm?
— Por favor, tome conta dele.
O sorriso sincero e preocupado do velho me trouxe uma sensação de calma e eu retribuí o sorriso.
— Pode deixar.
Caminhando dentro dos corredores do estádio, demorei alguns minutos para finalmente chegar até a enfermaria.
E como uma coincidência do destino, Lihito estava saindo de lá naquele instante.
— Oh, [Nome]. — nós paramos um de frente para o outro.
— Lihito… Veio ver o Ohma?
— Vim ver como ele estava depois da luta com aquele tampinha.
— E está tudo bem? — não sei bem como desenvolver uma conversa com ele depois da discussão…
— Não se preocupe, nada que um pratão de filé não resolva. — o sorriso sincero do lutador seguido de um “positivo” confortaram o meu coração.
— Isso não é nada complicado.
— [Nome], você veio aqui para vê-lo?
— Sim, eu… Não consigo ficar parada quando o vejo machucado. — decidi ser sincera, mesmo que isso me deixasse envergonhada e como um pimentão.
— O Tokita tá lá dentro, te esperando. Mas antes de você entrar, eu preciso pedir desculpas.
— Desculpas? Ah.
— Eu… Não devia ter sido tão impertinente no deck da piscina, desculpe por isso.
— Fica tranquilo, eu te desculpo. Estamos bem, né?
— Com certeza. Eu gosto muito de você [Nome], e não quero pôr tudo a perder por uma briga besta.
— Tudo bem, vamos esquecer esse assunto.
— Vai lá cuidar dele.
Com um sorriso, nós nos despedimos e meu coração ficou mais leve. O Lihito é um cara bacana, e a nossa amizade não podia se deixar abater por uma coisa besta — e um ciúmes cuja causa ainda não descobri —.
Entrei na enfermaria, todas as macas estavam ocupadas com lutadores ou pessoas ordinárias, os médicos andavam de um lado para o outro com as enfermeiras, atendendo os feridos e prestando serviços aos casos mais graves. Não demorei a encontrar o moreno, que estava de pé, escorado sobre a parede com os olhos fechados e com os braços cruzados.
Ao me aproximar, pude reparar nos hematomas nos seus braços, pernas, por todo o seu corpo… No seu rosto. Meu coração se apertou de novo, por mais que ele fosse um homem forte e cheio de marra, ainda era um ser humano que sofria como qualquer outro.
Pensei que ele nem notaria a minha presença, mas estava redondamente enganada.
— O que você tá fazendo aqui?
— Eu vim ver você, Ohma.
— Hm. — ele continuava com os olhos fechados.
— Vem, deixa eu fazer um-
— Não preciso que cuidem de mim, eu tô bem.
— Não quero saber, você tá com o corpo inteiro machucado, eu não posso te deixar aí, simplesmente existindo. — eu me aproximei um pouco mais e o peguei pelo braço.
— [Nome], eu já-
— Deixa de ser teimoso, Tokita. — elevei um pouco a voz e só assim ele pareceu perceber que eu não estava de brincadeira.
Os olhos escuros por debaixo das pálpebras se revelaram e me encararam, um pouco emburrados, mas pouco me importei.
— Vamos, ninguém pode cuidar de você agora, todas as enfermeiras estão ocupadas.
— Posso esperar… — mais uma vez, relutante.
— Não me faça ter que cuidar de você à força.
— Humpf, como se você conseguisse me obrigar a fazer alguma coisa. Já esqueceu quem é o mais forte aqui?
Lá vem ele com as provocações…
— Você pode ser o mais forte na arena, mas aqui na enfermaria, tem de me obedecer se quiser participar da próxima partida.
— Vou te lembrar quem está em posição de mandar alguma coisa.
Ohma foi rápido. Ele inverteu os nossos papéis, puxando-me pelo braço e me pressionando sobre a parede em que estava escorado. O movimento foi tão rápido que só percebi essa diferença quando as minhas costas bateram contra a parede do lugar.
Ao abrir os olhos, o rosto do moreno estava tão próximo do meu, um sorriso de canto se formou, além da sua respiração quente batendo contra o meu rosto. Não é possível que um homem tenha tanto poder sobre mim mesmo depois de ter sido espancado em uma briga.
— E agora? Vai mesmo me enfrentar?
— Isso não é uma briga, Ohma… Eu só quero cuidar de você, porque eu me importo. — engoli seco, estou mesmo me confessando? Numa hora dessas?!
— Talvez você devesse guardar essa sua preocupação para outra pessoa. — seu sorriso desapareceu e deu lugar a uma expressão carrancuda.
— “Outra pessoa”? Do que- não, não pode ser isso.
— Hm?
— Por acaso está com ciúmes do Lihito?
Toquei na ferida, pois o seu corpo ficou tenso, e apesar disso,  nada saiu da sua boca.
— É isso? Você está com ciúmes dele?!
— Eu não tenho ciúmes de ninguém.
— Pois é o que está parecendo.
— Não quero discutir isso com você, eu não tenho ciúmes nenhum de você. — ele fez questão de enfatizar o “você”.
— Tá, já entendi. — eu me dei por vencida, mas depois quero arrancar isso dele. — Posso só cuidar de você então? Como uma pessoa que se importa muito contigo?
— … — suspirou. — Pode.
— Eu prometo que não vai doer, depois de tanta pancada, eu serei cuidadosa.
Ohma não respondeu, afastou-se de mim e permitiu que eu o sentasse em uma das cadeiras livres. Eu vasculhei aquela enfermaria cuidadosamente em busca de algum álcool, alguns algodões e bandagens para pelo menos tratar aqueles machucados abertos, não quero que o campeão da Corporação Yamashita pegue alguma infecção.
— Aqui, voltei. — eu me sentei ao seu lado. — Fique quietinho e não se mexa, isso pode arder um pouco…
— Só faz o que precisa ser feito.
Até os mais durões não conseguem disfarçar a careta de dor quando um pingo de álcool cai sobre uma ferida aberta, mas isso não é fraqueza.
À medida que eu passava o algodão encharcado com álcool sobre as feridas abertas sobre o seu abdômen, tive de segurar o sorriso por estar tão perto dele assim… Eu deveria me sentir culpada por esse sentimento? Eu certamente estou me aproveitando dessa situação delicada para ficar mais próxima do moreno.
Em contrapartida, o que conforta e me deixa fazer com que eu trabalhe direito como enfermeira, é que estou cuidando dele,  é por uma boa causa, e eu sei que o Ohma não liga que eu fique por perto.
Mas ainda bem que aquela sessão de vergonha passou, terminei de tratar as suas feridas, chegou a hora de dar uma olhada no rosto…
— Eu preciso que você olhe pra mim… Acho melhor eu pegar uma bolsa de gelo. — levantei-me da cadeira.
Lá vou eu em busca de uma bolsa de gelo para acalmar aquela pele irritada.
— Não.
Abruptamente, sinto uma mão sobre o meu pulso e sou obrigada a olhar para o lado. Ohma me segura firmemente e me olha profundamente com aqueles olhos escuros.
— Ohma, eu-
— Fica. Não preciso da bolsa agora, depois eu resolvo isso com o Kazuo Yamashita.
Fica.
— Promete pra mim então?
— Sim, agora termina o que você começou. — ele deu um leve puxão no meu braço para que eu voltasse a me sentar perto dele.
— Sim senhor. — dei um sorriso involuntário.
Perceber que ele me queria por perto aqueceu o meu coração. Para um cara tão durão e frio, isso com certeza derreteria os mais gélidos dos ice bergs.
— Vou ser mais delicada, não se preocupe. — eu me acomodei de frente para ele e molhei o algodão com um pouco de álcool.
— Você já é.
Decidi ignorar aquele comentário, não sei se estou pronta para iniciar uma conversa tão íntima assim com ele.
Só que não pude deixar de notar o rubor nas suas bochechas, talvez seja por conta da reação ardente do álcool contra a sua pele, talvez seja porque eu esteja olhando fixamente para o seu rosto, concentrada em cuidar das feridas.
— Você viu o Lihito?
— Hm? — eu estava tão concentrada em passar o algodão sobre a sua sobrancelha que não escutei direito.
— O Lihito, você viu ele?
— Sim… A gente se esbarrou na porta da enfermaria. Ele me disse pra cuidar bem de você.
— E o que mais?
Por que essa curiosidade?
— Ele se desculpou comigo, disse que não deveria ter insistido. Confesso que fiquei aliviada, eu não gostaria de ficar brigada com ele por uma coisa besta.
— Humpf, é bom mesmo. Não quero que ele chegue tão perto de você.
Parei de passar o tecido macio sobre a sua pele e o encarei.
— Ohma, pra quê isso?
— Como assim?
— Isso é… Ciúmes?
— Não, eu… Ele quer ficar muito perto de você e eu não quero isso.
— Mas ele é o meu amigo. — falei como se óbvio fosse.
— Sei muito bem quais as intenções dele.
O moreno segura o meu pulso delicadamente e o abaixa, colocando sobre o meu colo.
— Ohma, você é estranho. — dei risada. — Não consegue me dizer com clareza o por quê de estar se sentindo assim?
— … — ele não desvia o olhar nem por um segundo sequer. — Você é muito lenta.
Sem que eu pudesse dar continuidade à nossa discussão, a sua mão que segurava o meu pulso me puxou de maneira brusca, fazendo o meu corpo pender para frente, deixando o meu rosto ainda mais perto do dele…
— O-Ohma, o que foi?! — o rubor se espalhou pela minha cara inteira e eu pressionei os lábios, um contra o outro.
— Eu sei que sou péssimo para me expressar, acho que nesse caso, eu preciso te mostrar.
O estreito espaço entre os nossos rostos desapareceu  quando sua boca encostou na minha, dando início a um beijo. A mão forte e calejada passeou sobre o meu braço e foi ao encontro do meu rosto pegando fogo. Apesar da surpresa, não sou besta nem nada, tratei de aproveitar aqueles segundos em que ficamos conectados.
Para buscar algum apoio, coloquei uma das mãos sobre o seu ombro nu e suspirei, não era possível que aquilo estivesse acontecendo, certo? Errado, era real e eu percebi quando Ohma quis aprofundar o beijo, mas não permiti — não de imediato —, pois estávamos dentro de uma enfermaria com diversos feridos ali dentro, o momento pede mais decência.
Eu fui obrigada a nos separar, afastando o seu rosto do meu, segurando e apertando seu ombro forte. Não consegui encará-lo por alguns segundos, então encarei o belo chão daquela enfermaria e o analisei para ver se os faxineiros sabem mesmo varrer um chão.
Cacete, o que estou pensando?!
— É por isso que eu não quero que o Lihito chegue perto de você. Não quero que ele te tenha para ele.
— “Para ele”? Pelo amor de Deus, não sou uma propriedade!
— Você entendeu. — bufou. — Não quero ter que lembrá-lo do quanto eu te quero.
— Agora você decidiu falar, é? — soltei uma risada nervosa. — E ainda decide ser bem direto.
— Eu não tenho o porquê ficar com indiretas, quando é você.
— Estava até agora há pouco quando sentiu ciúmes do Lihito.
— Escuta, para de falar nesse cara, só um pouco.
Tokita me puxou pelo queixo, aproximando os nossos rostos novamente. Deu um sorriso de canto e eu senti mais uma vez a sua respiração quente bater contra o meu nariz.
— Se você não parar de falar nele, eu vou ser obrigado a te calar de outra maneira.
— O-Ohma, a-aqui não. — engoli seco.
— Isso por acaso é uma confissão?
— Talvez… — mordi o lábio inferior. — Mas aqui não é lugar para isso. Estamos na enfermaria! — sussurrei ao ver uma enfermeira passar do nosso lado.
— Você é Ohma Tokita? — a voz suave da moça ecoou nos meus ouvidos e eu imediatamente nos separei.
— É ele, sim. — recuperei a minha postura.
— Vamos, precisamos te examinar.
Eu me levantei e o ajudei a fazer o mesmo.
— Essa conversa está longe de acabar, [Nome]. — sussurrou ao pé do meu ouvido antes de sumir para dentro da enfermaria.
[...]
Essa conversa está longe de acabar, [Nome].
Aquelas palavras reverberam dentro da minha cabeça por muito tempo depois da nossa última conversa. Eu me segurei e não contei a ninguém sobre o que aconteceu na enfermaria, para preservar ambas as nossas intimidades. Por mais que eu conheça Kaede e sei que posso confiar nela, prefiro eu mesma pensar sobre o que aconteceu e tentar decifrar os meus próprios sentimentos.
O primeiro dia das partidas Kengan chegou ao fim e todos retornaram aos seus devidos dormitórios, e com a Corporação Yamashita não foi diferente. Após a janta, os competidores restantes e seus devidos chefes se dividiram entre descansar e explorar o lugar.
Não encontrei mais com Ohma depois da nossa conversa na enfermaria, e jantei no meu quarto, presumindo que ele já tivesse se recolhido junto ao velho. Kaede precisou sair para resolver algumas cagadas do Lihito no cassino — no fim das contas, ela realmente se importa com o loiro —.
Quando o relógio bateu dez horas, decidi que estava na hora de tomar um banho e me recolher. O chuveiro do dormitório era surpreendentemente aconchegante e quentinho, o que me fez querer ficar horas ali, mas a conta sairia cara depois, e não quero prejudicar o Kazuo.
Não quero ter que lembrá-lo do quanto eu te quero.
Merda, não posso nem fechar os olhos e apreciar o meu banho em paz que a figura daquele ser me vem à minha mente.
Eu vou ser obrigado a te calar de outra maneira.
O que exatamente ele quer dizer com essas palavras? Ohma é um homem de poucas palavras e uma péssima maneira de se expressar, e eu sou uma pessoa que precisa de respostas rápidas
— “Indiretas”, até parece Ohma Tokita. — dei uma risada baixa ao desligar o chuveiro.
Saí do banho e me enrolei na toalha, o cabelo encharcado caía sobre a minha face ruborizada ao me olhar no espelho. Os últimos pingos daquele chuveiro me fizeram indagar e… Era inevitável não sentir a falta dele, ainda mais estando sozinha no próprio dormitório e depois de uma troca intensa de olhares.
— Preciso me recompor, preciso reagir.
Balancei a cabeça e saí do banheiro, pegando o primeiro pijama que estava à vista sobre a mala, nem me dei ao trabalho de colocar roupas íntimas para dormir.
Afinal, quem é a doida que dorme de sutiã? Tá pedindo pra sofrer.
Olhei no relógio, dez e trinta e oito da noite. O ponteiro fazia o típico barulho de tic tac, deixando os pensamentos menos inóspitos dentro da minha cabeça. Liguei a televisão e os melhores momentos das partidas de hoje estavam passando, e eu até prestei atenção por alguns longos minutos, até o moreno aparecer na tela, fazendo seu contra-ataque. A imagem do Tokita me prende tanto a atenção, é inevitável não sorrir e pensar no quão escura era a minha vida antes de conhecê-lo por meio do Kazuo.
Não quero soar emocionada, nem precoce, mas só a presença dele me deixa distraída da realidade, como uma válvula de escape, e o que me deixa tranquila — pelo menos agora — é que tenho a chance de descobrir que ele sente o mesmo, não que esteja evidente, acontece que ninguém faz o que ele fez hoje mais cedo de graça, para machucar.
Pelo menos, esse não é o seu tipo de pessoa.
— O quê?
Uma batida na porta me despertou dos pensamentos e eu pisquei algumas vezes.
— Voltamos após os comerciais com mais momentos marcantes das partidas Kengan! Não percam! — o anúncio do apresentador me ajudou a despertar do transe e eu saltei da cama.
— Quem é? Kaede? — chamei ajeitando o pijama e caminhando até a porta.
— [Nome], sou eu.
A voz grossa e gélida denunciou a figura que estava atrás da porta, Ohma Tokita.
Minha mão pousou sobre a maçaneta e eu suspirei de maneira profunda antes de responder, abrindo a porta ao mesmo tempo.
— Ohma, o que foi?
Ao abrir a porta, deparei-me com a sua figura vestida com a sua típica camiseta preta e branca, vestindo uma calça de moletom cinza. O rosto coberto com algumas bandagens e esparadrapos, o cabelo levemente bagunçado e o olhar predominantemente desinteressado podiam diferenciá-lo de qualquer um.
— Cadê a Kaede Akiyama?
— Ela saiu… Foi resolver uns assuntos com o Lihito no cassino, de novo. Aconteceu alguma coisa com o Kazuo?!
Só o que me faltava aquele velho ter saído pro bar e bebido até não se aguentar.
— Não tem nada a ver com ele, eu vim ver você.
— Eu? — escorei-me sobre o batente da porta.
— Já se esqueceu? — o desinteresse sumiu da sua face, dando lugar a um sorriso e olhos fechados.
— Não achei que viesse tão tarde da noite.
— Você não apareceu para jantar com os outros, não tive outra chance.
— E agora parece ser a hora certa? Quase onze horas da noite?
— Quando se trata de você, não consigo esperar muito. — cruzou os braços. — Nós vamos conversar ou eu vou ficar plantado aqui?
— Ah, e-entra então.
Dei espaço para que ele passasse e antes de trancar a porta, certifiquei-me de que não havia ninguém nos corredores. Por sorte, aparentemente, estávamos seguros.
Ao me virar para dar continuidade à nossa conversa, o moreno deitou sobre a cama onde Kaede dormia. Confusa, arqueei uma sobrancelha e me sentei sobre a minha cama.
— Por que  vai ficar aí?
— Vai por mim, é melhor assim. — com os braços apoiando a cabeça e encarando o teto, a naturalidade na sua voz me causou ainda mais estranheza.
Não é como se tivéssemos trocado um beijo caloroso há poucas horas atrás.
— Qual a diferença?
— Nenhuma.
— Então senta aqui, do meu lado?
— Você me quer tão perto assim? — riu baixinho e rouco.
— Sem joguinhos Tokita, vamos conversar direito. Não é para isso que você veio?
— Eu vim para afirmar uma coisa, e deixar claro de uma vez por todas o que sinto.
— Já sei! Você pensa que eu sou muito mais forte e quer me desafiar pra cair na porrada.
— Quê?! — ele me encarou com uma expressão engraçada. — Você é bem idiota às vezes, quando quer.
— Só para descontrair, não é como se fôssemos estranhos.
— Eu… Eu quero ficar mais próximo de você. Quero te ter por perto. — começou.
— Nós já somos próximos Ohma, precisa se esforçar mais em transmitir o que sente. — vou tentar ajudá-lo… Para um homem frio igual ele, deve ser complicado mesmo.
Vamos ter um pouco de paciência e empatia, certo?
— Eu quero mais, ou melhor… Eu preciso de você por perto. — o moreno sentou-se sobre a cama e apoiou as mãos no edredom.
— Se eu disser que preciso de você por perto, mais perto, você vem? — bati a mão mais uma vez sobre a cama.
— … Sim.
Ele se levantou e caminhou lentamente até mim, mas eu não o encarei até que ele se sentasse ao meu lado. Só então tive a coragem de me ajeitar e virar de frente para ele.
— Agora sim, bem melhor. — dei-lhe um sorriso.
— Não sei explicar o que aconteceu, ou quando aconteceu, mas eu preciso que fique perto de mim.
— Calma, não precisa jogar esse peso de uma vez.
Era difícil de acreditar, mas o nervosismo começara a aparecer e emanar daquele homem, preciso tomar cuidado e acalmá-lo.
— Eu me sinto estranho quando tô perto de você, a vida inteira eu sempre busquei ser o mais forte, ter adrenalina correndo no meu corpo, mas ninguém me preparou pra isso… Quer dizer, consegui um conselho de alguém.
Já posso até imaginar:  Kazuo Yamashita.
— A questão é, eu te quero por perto.
Ohma pegou a minha mão e a colocou sobre o peito coberto pelo tecido fino da camiseta.
— Posso falar?
— Uhum.
— Eu quero estar perto de você também… Sabe, você é forte, sempre parece saber o próximo golpe durante uma luta, então… Na verdade, deixa eu mostrar como eu me sinto?
O moreno assentiu e eu tomei a liberdade de fechar o pequeno espaço entre nós rapidamente.
Minha mão que estava sobre o seu peito subiu até o seu rosto, passei os dedos sobre os machucados recém-feitos e apreciou o meu toque. Eu o beijei novamente, dessa vez aproveitando a oportunidade de estarmos sozinhos naquele quarto, de maneira mais intensa, permitindo que os nossos desejos fossem externados.
Quebrando o beijo, Ohma tomou as rédeas da situação e me pegou no colo, fazendo com que eu me sentasse sobre as suas pernas, e para um maior conforto da minha parte, entrelacei as pernas ao redor da sua cintura. Demos continuação ao beijo — que pareceu ainda mais intenso — enquanto eu brincava com algumas mechas bagunçadas do seu cabelo escuro.
— Tem certeza de que vai ficar sozinha? — perguntou ao nos separar, a cabeça encostada no meu pescoço.
— Quando se trata daquele lá, aposto que fica até amanhã.
Uma risada rouca escapou e logo suas mãos voltaram ao trabalho, percorrendo toda a extensão das minhas costas.
— Então vamos fazer o mesmo… Ficar até amanhã, sem descansar.
Na manhã seguinte.
Às vezes nós fazemos as coisas sem pensar, e eu confesso ser uma pessoa que pratica muito isso, mas hoje não. Hoje foi diferente. Eu tenho certeza de que não me arrependo de nada que aconteceu na noite passada.
Kaede realmente não voltou por estar resolvendo os problemas do Lihito, então Ohma ficou até o raiar do sol junto comigo. No fim, acho que nós dois somos meio ruins para nos expressar, nesse sentido, restando a melhor forma ser demonstrada fisicamente.
Os raios de sol ultrapassaram as cortinas do quarto e incomodaram os meus olhos, fazendo com que eu fosse obrigada a abri-los e me remexer na cama. Tateei o colchão na esperança de esbarrar com alguma coisa, mas não apalpei nada, não havia ninguém ali. Com esse susto, abri os olhos definitivamente e encarei o vazio ao meu lado.
Um aperto no peito veio, olhei ao redor, em todos os cantos do quarto, e nenhum sinal do Ohma.
— Merda… Ele já foi embora? — engoli seco e me cobri com o lençol. — Ele não-
De repente, escutei a tranca do banheiro, presumi que fosse apenas um estalo.
Mas não.
A porta se abriu em seguida, revelando o moreno com uma baita cara de sono, os cabelos severamente bagunçados e apenas uma toalha cobrindo da cintura para baixo…
— Ohma! — exclamei.
— Ah, finalmente está acordada.  — fechou a porta do banheiro.
— Eu pensei que já tivesse saído… — não pude deixar de não esconder o quão desapontada eu ficaria se ele realmente tivesse saído do quarto sem ao menos ter me dito “bom dia”.
— Desculpe, eu… — coçou a nuca, parecendo envergonhado. — Eu não quis te acordar, você estava dormindo tão bem.
— Pode me acordar quando for assim. — sorri.
— A água já tá quente, se quiser tomar um banho… — virou de costas. — Eu preciso voltar, encontrar o Kazuo Yamashita.
— Não pode ficar mais um pouquinho? — pedi com o tom mais meigo possível.
— E você quer que eu fique? Pra quê?
— T-toma um banho comigo…
— …
O olhar surpreso do moreno não me espantou. Por mais valente que fosse dentro da arena ou comprando briga na esquina, Ohma fica tímido quando alguém lhe propõe algo tão íntimo.
— E-eu acho que não. — o moreno começou a caçar as roupas do chão e a vesti-las ali mesmo.
— Aahh, vamos! Vai ser tão relaxante!
— O-outra hora [Nome].
— Humpf, chato.
Ele pareceu não ligar para o meu comentário e terminou de se arrumar antes de sair.
— Eu disse que vamos, mas em outra hora. Vocês mulheres são ansiosas demais. — deu risada. — Por acaso tem medo que eu fuja de você?
Ao se aproximar — uma distância razoável —, ele segurou o meu queixo com o polegar e o ergueu levemente, encarando profundamente os meus olhos.
— Não é isso… — engoli seco.
— Então o que é? Deixe de ser tão ansiosa e espere pela próxima vez.
O espaço entre nós se esvaiu com um beijo, e por mais que nós dois quiséssemos, não poderíamos aprofundar.
— Eu te encontro antes da partida? — perguntei ao me separar, acariciando seu rosto.
— Sim.
— Então, até daqui a pouco.
— Vou estar te esperando, pra que você torça por mim. — sorriu.
— Sempre faço isso, Ohma.
— É bom mesmo, pois se eu descobrir que não… Você sofrerá punições da próxima vez.
Tão provocante, até mesmo na hora de se despedir.
Mal posso esperar para a próxima vez.
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girlneosworld · 10 months
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INFERNO.
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• tw: descrição violenta e sangrenta, pode vir a ser sensível. isso aqui é só tragédia sem fim, estejam prontos.
gente, purgatório é o meu xodó e eu vejo potencial nisso aqui. espero que gostem, de coração. caso tenha passado algum errinho mesmo depois da revisão, me perdoem. boa leitura ♡
oito meses antes.
Ouve o bip do sistema de segurança do apartamento apitar assim que passa pela porta. As luzes estão acesas e sente um cheiro de alho vindo da cozinha junto de um farfalhar do que deveriam ser folhas. Sorri. Jaemin chegou antes de você.
— Amor, estou em casa! — anuncia trocando os tênis pretos e pesados por um par de pantufas cinzas. Anda preguiçosamente até a cozinha e joga sua bolsa no sofá durante o percurso.
Assim que chega no cômodo é agraciada com a figura alta do seu namorado picando cebolinha na pia, de costas para você. Ele ainda está com o uniforme preto do trabalho abraçando os ombros largos e tem um boné também preto na cabeça. O garoto se vira para você e balança as sobrancelhas.
— Chegou tarde. Dia puxado? — ele pergunta e você concorda com a cabeça.
— É. Estagiar está sendo mais complicado do que eu pensei — responde com a voz cansada, sem revelar o real motivo por trás do seu atraso. Se coloca ao lado dele para lavar as mãos, bate seu quadril no dele para conseguir mais espaço. O ouve rir — O que foi? Precisa de ajuda aí?
Procura pelo pano de prato para secar as mãos e se apoia no mármore da pia. Vê o rosto bonito dele se contrair numa careta e o sorriso aumentar. Inconscientemente acaba sorrindo também. Bate com o pano branco no peito dele.
— Assim que eu saí da operação eu passei no mercado. Vamos comer yakisoba no jantar — ele diz e direciona os olhos da faca para você — 'Tô rindo porque estava com saudade. Só isso.
Agora é sua vez de rir. Tira o objeto cortante das mãos dele e se põe entre ele e a pia. Passa os braços pela cintura magra e descansa a cabeça no peito malhado. Ali, consegue ouvir os batimentos tranquilos do coração alheio. Encontra em Jaemin o descanso para todo o seu tormento do dia. Se aperta ainda mais nele. Sente os olhos ficando úmidos quando ele passa a acariciar seu cabelo. Droga.
— Senhorita? Está me ouvindo?
A voz da mulher a sua frente te tira do devaneio rápido, estava desassociando. Os olhos piscam alguns pares de vezes antes de voltar a enxergar as luzes fortes, as paredes brancas. Morde o lábio quando se recorda de onde está, é o consultório da sua médica. Está no hospital. Suspira.
— Sim, doutora Kim, estou ouvindo. — responde finalmente e dá um meio sorriso. Ou tenta sorrir, pelo menos.
Observa ela assentir e te entregar um amontoado de papéis sobre um envelope pardo. As mãos tremem na hora de receber e só sabe ficar atônita. Até mesmo respondê-la era uma missão difícil. Portanto, opta apenas por ouvir e acenar com a cabeça na esperança de que ela apenas termine logo a consulta.
— É uma notícia difícil de se digerir, meu bem, eu sei. Mas eu fico feliz de te dizer isso, te contar que estão saudáveis e vou ficar mais feliz ainda em acompanhar vocês daqui para a frente — ela diz com um sorriso acolhedor no rosto.
Você olha para os exames. Volta a olhar para ela.
— Quanto... É. Quanto tempo? — tenta perguntar.
— Quatro semanas e três dias.
— Nossa, ok. É tempo a beça, 'né? E o que eu faço agora?
— Vou te passar alguns exames importantes, te recomendar algumas maternidades e dietas. Vamos começar a preparar seu pré-natal e quem sabe até pensar no seu plano de parto, hein? Mas não se preocupe, terá tempo para... — a voz da doutora é interrompida pelo toque do telefone — Querida, me dá um instante? Estão ligando da recepção.
— Claro.
Mais tarde, você bate a porta do carro com tanta força que, em outras circunstâncias, se preocuparia em ter quebrado ou a estragado. Mas tudo que consegue fazer é repassar todas as palavras daquele maldito exame de sangue que fez horas mais cedo. Quase não consegue enxergar quando as lágrimas se acumulam no canto dos olhos. A respiração fica descompassada e o coração acelera.
O silêncio naquele estacionamento atormenta sua cabeça, deixa os papéis de lado e afunda no banco do motorista. Sente uma carga de emoções de apossando de todo seu corpo e, enfim, parece tomar consciência da notícia que acabou de receber. Está grávida.
Dá uma cotovelada na janela. Chuta os pedais e soca o volante. E é só quando sua cabeça bate na buzina, causando o tão familiar som estridente por todo o espaço, que se permite chorar copiosamente.
Funga forte e sente a fragrância reconfortante de Jaemin. Sua agonia o deixa momentaneamente agoniado também. O garoto pega seu rosto entre as mãos e te olha nos olhos. Ele carrega uma feição tão carinhosa, transbordando tanto afeto e preocupação que faz sua garganta fechar.
— Minha linda? — a voz aveludada dele ecoa — Que cansaço é esse que está te fazendo chorar? Certeza que é só trabalho demais?
Aperta os lábios numa linha reta. Bate a testa na clavícula dele.
— É tudo tão... Estressante naquele laboratório. — responde, resolve não contá-lo sobre a gravidez naquele momento — E ser só uma estagiária não ajuda muito em algumas situações.
Jaemin murmura para que você continue a falar. Ele adora ouvir você falando sobre seu dia, mesmo que, geralmente, não entenda um terço das coisas que diz sobre seu curso e seu trabalho. Está no último ano da faculdade e graças as boas recomendações da escola técnica, aos projetos de extensão bem sucedidos e as excelentes notas, conseguiu um estágio num dos laboratórios de controle agrícola do estado. É, sem dúvida alguma, o maior orgulho de Jaemin.
É colocada sobre o balcão que divide a cozinha da sala e o assiste voltar a cuidar do jantar de vocês. Com isso, continua contando.
— Parece que estão com um projeto de "fertilização" do solo de grandes áreas da agricultura. Alguma coisa sobre jogar agrotóxicos para as plantações de soja e açúcar. Só ouvi por cima.
Morde o lábio e pensa por alguns segundos.
— Aparentemente já começaram os testes para ver se isso tem algum dano a áreas de seca ou sei lá o que mais.
— Sabe que eu não entendo esses termos da sua engenharia ambiental, 'né, amor? — Jaemin diz quando passa por você para pegar um prato no armário ao seu lado — É tudo só um grupo de palavras desconexas. A única que eu conheço é a palavra plantação.
— Sei — você ri e suspira, olhando para seus pés pendurados na ilha da cozinha — O que me aborrece é que eles acharam uma ótima ideia fazer esses testes em terrenos de fazendas e lavouras de trabalhadores independentes — completa indignada — E o meio de convencer essa gente de que isso é uma boa ideia é compensando eles com um "auxílio por cooperação governamental". Isso é tão.. tão baixo. É baixo porque é claro que trabalhadores em condições de fome extrema e trabalho sub-humano vão aceitar um dinheiro "fácil" — faz aspas com as mãos.
Dá um suspiro profundo. Botar tudo isso para fora realmente tirou um peso de seus ombros. As vezes tudo que precisava era de alguém para ouvi-lá. Graças a Deus tem esse alguém em casa.
— Enfim, acho que vou tomar um banho, sabe, tirar as impurezas do corpo e tal — desceu do balcão.
— Claro, vai lá. A comida já vai estar pronta quando você voltar.
— Ok, chefe — deu um beijinho na bochecha do garoto antes sair do cômodo e dar um tapinha na bunda de seu namorado, que ri e te empurra para fora da cozinha.
Assim que saiu do banheiro com a tolha em mãos e vestindo seu pijama quentinho e confortável, ouviu a campainha tocando um par de vezes. Olhou para o relógio do corredor e viu que já se passavam das oito da noite. Franziu as sobrancelhas e foi até a área de serviço colocar a roupa suja para lavar. Logo, ouve a campainha tocando outra vez.
Quando chega na cozinha vê Jaemin terminando de empratar o jantar.
— Está esperando alguém? — pergunta ele.
— Não. Vou ver quem é, já volto — você vai até a porta e olha pela câmera quem está ali.
Quando vê uma figura pequena do lado de fora, franze o cenho imediatamente, reconhecendo a moradora do andar abaixo do seu. Logo destranca e abre a porta, a encarando com confusão. Se agacha e fica de frente para a garotinha, que sorri para você e aperta o coelho de pelúcia que tem entre os braçinhos finos.
— Sae Bom? O que está fazendo fora de casa a essas horas? Está muito tarde — diz a ela, preocupada.
Vê a menina formar um bico rápido nos lábios antes de te responder.
— Oi, é que a minha mãe ainda não chegou do trabalho e eu tô sozinha em casa — ela suspira — Eu assisti desenho mas comecei a sentir fome, mas não alcanço os armários da cozinha.
Você se apressa a colocá-la para dentro do apartamento, a guiando em direção ao sofá e se sentando ao lado dela. Jaemin aparece no canto da sala e sorri para Sae Bom que acena em resposta. Ele te pergunta com os olhos o que aconteceu? e você dá de ombros, igualmente confusa.
— Faz quanto tempo que você está sozinha, meu bem? — volta sua atenção a ela e pergunta.
— Desde que cheguei da escola de van. Mamãe costuma chegar antes de mim, mas hoje a casa estava vazia — responde — Posso ficar aqui até ela chegar?
Sae Bom olha de você para o Na esperando uma resposta, essa que o rapaz não tarda a dar. Ele vai até onde vocês duas estão e se abaixando diante do sofá, sorri amistoso.
— Claro que sim. Avisou sua mãe? — a menina assente com a cabeça, a franjinha dela balança junto de seu rosto.
— Mandei uma mensagem, ela já deve ver.
— Então ótimo! Vem, vamos lavar as mãos e comer uma comida bem gostosa — Jaemin pega na mãozinha dela e a guia em direção a cozinha — Espero que goste de legumes, mocinha.
— Eu como tudo, tudinho! — respondeu entusiasmada.
Você, ainda sentada, assiste a interação dos dois e sente seu coração errar as batidas e quase pode jurar que está novamente com vontade de chorar. Passa as mãos pela barriga coberta pela blusa de pijama e sorri ao ouví-los rindo, não demorando a ir atrás dos dois e se juntar a eles na mesa.
O jantar ocorre de maneira leve. Conversam com a pequena Sae Bom e comem da comida gostosa de Jaemin, a garota não falhando em entreter vocês durante toda a refeição. Ela faz várias perguntas sobre os trabalhos de vocês e conta sobre o dia dela. Descobrem que ela fica sozinha em casa com frequência, uma vez que moram só ela e a mãe em casa, e a mais velha trabalha numa lavouraque fica a duas horas do bairro onde moram. Você e Jaemin se olham preocupados, pensando como pode uma garota de sete anos ficar tanto tempo sem a supervisão de um adulto. Quando sente uma angústia ainda desconhecida em seu peito, pensa saber de onde vem aquele sentimento tão novo, mas logo o afasta e volta a focar nos dois ali presentes.
Decidem deixar a menina dormir ali com vocês, onde ela está segura, alimentada e aquecida, e ajeitam um colchão para que ela durma no quarto de vocês naquela noite. Depois de assistirem um pouco de televisão juntos no sofá, ela logo diz estar com sono e começa a coçar os olhinhos. Você se prontifica a emprestá-la uma escova de dentes nova e deixa um selar singelo na testa dela, a desejando boa noite e avisando para ela que a luz do corredor está acesa. Minutos depois, quando você entra de fininho no quarto para pegar seu carregador, vê que Sae Bom dormiu com celular ligado no peito.
— Mandou mensagem para a mãe dela? — pergunta a Jaemin quando volta a se sentar ao lado dele no sofá — Acho que ela 'tá no grupo do prédio.
— Mandei. Chegou, mas ela ainda não viu — Jaemin diz e te olha — Tomara que ela apareça até de manhã, Sae Bom precisa ir para a escola.
— Ah, verdade — você morde o lábio, pensando — Caso ela não a busque, eu mesma deixo ela lá de carro. É caminho, de qualquer forma.
— Isso, boa ideia — ele concorda — Eu faço um café da manhã bem gostoso para ela. Acho que tem achocolatado na geladeira, criança gosta dessas coisas, 'né?
Você ri soprado, esticando a mão para mexer no cabelo liso e escuro dele. Vê seu garoto fechar os olhos e aproveitar do seu carinho. Ele vai se aconchegando em você feito um gatinho manhoso e quase ronrona quando se deita entre suas pernas. Seus dedos descem dos fios sedosos para o pescoço e se acomodam nos lóbulos das orelhas, onde acaricia de forma suave, do jeito que sabe que Jaemin gosta.
— Desde quando você tem tanto jeito com criança? — ele te pergunta, a voz mansinha de quem está pegando no sono.
— Ah, não sei. Tenho um carinho muito grande pela Sae Bom — o responde e deita a cabeça no encosto do sofá, melancólica — Quando viemos morar aqui ela era praticamente um bebê, mal sabia andar.
Jaemin ri e concorda.
— Verdade, eu bem que me lembro de quando a mãe dela convidou o bloco inteiro 'pra festa de dois anos dela — o garoto complementa — A gente meio que viu ela crescer.
— Pois é.
Alguns minutos de silêncio se instalam no ambiente, apenas o tictac do relógio digital da mesa de centro é ouvido. De repente, Jaemin volta a falar:
— Sabe o que seria muito legal? — você sinaliza para que ele continue — Ter uma nossa.
— Um nosso o que?
— Criança.
E ali que o mundo fica abafado e você sente seu corpo gelar. Diferentemente de mais cedo, quando chegou em casa, agora quem com certeza conseguia ouvir as batidas do seu coração era ele. E não estavam iguais as batidas calmas e reconfortantes que viam do peito dele, elas te socavam e eram tão rápidas que faziam parecer que você infantaria ali mesmo. E então percebe. Não tem porquê esconder dele. É o seu Jaemin, seu Nana ali, deitado em você, dizendo que gostaria de estender o amor imenso que sentem em uma outra pessoinha.
— E se... E se eu te disser que nós ja temos? — diz com a voz hesitante, embargada. Já sente os olhos umedecidos outra vez. E por incrível que pareça, sabe que não precisa temer a reação dele.
Jaemin imediatamente se apoia com as mãos no sofá, em volta do seu corpo. Ele vê seus olhos brilhantes e as bochechas já molhadas pelo choro que não conseguiu segura.
— Amor, 'tá falando sério? — se exaspera.
Você assente, dando uma pequena risada enquanto suas mãos sobem pela nuca do rapaz. O rosto dele fica alguns segundos estático mas o choque logo dá lugar a um sorriso. O sorriso mais lindo e iluminado de todos os sorrisos. É o sorriso dele. O sorriso.
Aceita todos os beijos, abraços e os agradecimentos dele por fazê-lo o homem mais feliz do mundo. A partir dali, conversam horas a fio, papeiam sobre a vida e a visão que ambos têm sobre família. Criam mais laços, fazem promessas e não se importam que já esteja de madrugada e precisariam acordar cedo, o despertador faria seu serviço.
E mesmo quando se deitam na cama de casal, entram na pontinha do pé para não atrapalhar o sono sossegado da menina deitada, se aconchegam embaixo das cobertas e se abraçam. Sente Jaemin afagar seu estômago e seus pelos se arrepiam com a respiração dele na sua nuca. Ele chega a boca bem pertinho do seu ouvido e sussurra:
— Eu amo você.
As semanas se passaram depois daquela noite. Agora, estabeleceram um combinado com a mãe de Sae Bom de buscarem a menina na escola e ficarem com ela até que a mulher chegue em casa. Eufemismo é dizer que os dias vocês estão melhores. Ela ilumina vocês sempre que dá um sorriso banguela de boa tarde, quando vai em direção ao carro, saltitante com a pelúcia branca entre os braços e a mochila rosa nas costas. Sae Bom também já sabe da gravidez e tem se mostrado bastante empolgada. Você e ela conversam com a barriga por horas, a garotinha vive te perguntando quanto falta para o bebê nascer. Uma vez, enquanto trançava o cabelo dela, ela te disse que você daria a ela o irmãozinho ou irmãzinha que a mamãe dela não deu. Seu namorado precisou de algum tempo para acalmar seu choro na noite daquele dia.
E, como virou de costume nas tardes de vocês, Jaemin estava no banco do motorista enquanto você dirigia em direção a escola de Sae Bom. Tinha saído mais cedo do estágio e o buscou no batalhão onde ele trabalhava. O rapaz passou na lanchonete da rua minutos antes e comprou três donuts rosas, e estava lutando com você que não o deixava comer no momento.
— O que custa esperar, hein, homem? Eu que 'tô grávida e os desejos são seus...
— É que estão quentinhos! Minha boca não para de salivar e — foi interrompido por você que deu um tapa para que ele ficasse calado, aumentando o rádio. Jaemin fez bico e acariciou o próprio braço.
Ouviram a voz chiada que vinha do autofalante.
"Médicos e cientistas de todo o país estão expondo sua preocupação diante do que parece ser uma nova doença infecciosa. Os centros das cidades têm apresentado casos muito parecidos com os de raiva, onde uma pessoa ataca agressivamente com arranhões e mordidas qualquer que seja o indivíduo que estiver a sua frente. Os infectados são supervelozes e tem a pele descascada, similar ao estado de decomposição. Os primeiros casos foram identificados em zonas rurais e é possível que a contaminação seja..."
— Jaemin! — gritou quando ele desligou o rádio antes do fim da transmissão.
— Eu já estava ficando agoniado com a sua cara de aflição ouvindo isso — ele se defende.
Estava pronta para rebater quando percebeu que já estavam na frente da escola. Não demorou para conseguirem ver a figura pequenina de Sae Bom correndo na direção de vocês e acenando pela janela com um grande sorriso no rosto. Você sorri junto e sinaliza para que ela entre no carro.
— Oi, maninha. Oi, Nana!
O caminho até o condomínio é tranquilo, foi composto por Jaemin e Sae Bom cantando cantigas populares – essas que ela havia aprendido naquele mesmo dia e o Na se empolgou na missão de cantar – e na garota comendo o donut de morango que ganhou dele. E Jaemin muito feliz por final poder comer o seu também, claro.
Como naquele dia a mãe da menina avisou mais cedo que já estaria em casa, vocês apenas se despediram dela e a deixaram na porta do apartamento em que morava, subindo para o de vocês em seguida.
Mais tarde, quando estava estudando e se lembrou de ter esquecido sua pasta no carro, voltou no estacionamento para buscar e viu o coelhinho de pelúcia no banco de trás. Automaticamente um sorriso se abre.
— Ela esqueceu de novo — negou suavemente com a cabeça.
Você então pegou o elevador e foi até o andar da menina para que pudesse devolver. Sabe que ela não dorme se não estiver abraçada do seu peludinho, como o chamava, então não tarda a tocar a campainha da casa. Uma, duas, três vezes. Até bate na porta. E nada.
Estranha a falta de resposta e chega o ouvido perto da fechadura, também não consegue ouvir nada. Pensa que talvez elas já pudessem estar dormindo, afinal, os dias são cheios para ambas as moradoras da casa. Até que, apenas por desencargo de consciência, você gira a maçaneta da porta e se surpreende ao ver que estava destrancada. Franze o cenho. Decide, então bater outra vez e abrir de mansinho, colocando a cabeça para dentro.
— Ei, desculpa a intromissão! A Bomie esqueceu o peludinho no carro outra vez e...
E é quando você adentra a sala do apartamento que se vê diante da cena mais traumática que já presenciou em toda a sua vida. Seus olhos se arregalam e os dedos apertam o coelho no próprio peito.
Seus reflexos trabalharam muito, muito rápido. O estômago embrulha.
E você precisou de toda sua agilidade para virar as costas e bater a porta quando, depois de te perceber, a mulher completamente ensanguentada parou de comer os órgãos do estômago aberto da filha – que tinha o corpinho flácido, estirado no chão, o pescoço mordido e o rosto coberto de sangue – de maneira animal e te olhou no exato momento em que te ouviu, com os olhos completamente brancos e a boca cheia de carne da própria primogênita.
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klimtjardin · 6 months
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Golden Age
NCT Fanfiction | Capítulo 11
{isso é ficção | atenção, esse capítulo tem: menção a relacionamento abusivo | recapitulando: você causou um pequeno caos na manhã dos seus amigos, e agora eles tem uma conversa para tentar colocar as coisas no lugar.}
Taeyong se acomoda sobre o braço do sofá, os modos não escapam do exame minucioso de Doyoung. Eles trocam olhares. É um silêncio diferente dos demais que já repartiram, tomado por um sentimento que há tempos Taeyong desconhece: a vergonha.
— Ah... — A mão encontra a própria testa mais uma vez, puxa a faixa que usa no cabelo de um lado para o outro. Aquilo pinica e coça; tudo pinica e coça e a luz parece brilhante demais aos seus olhos.
— Quer ficar sozinho? Foi bastante coisa pra um domingo de manhã.
— Não, não. Ficar sozinho agora vai fazer eu acender um cigarro. Não que eu não vá fazer isso assim que você sair...
— Você ficou triste? Pela Forest e tal?
Taeyong tem o lábio entredentes. Não quer admitir, mas arrisca dizer que está mais impactado por sua inesperada demissão do que pelo término - se é que assim pode chamar - com Forest. Logo na hora em que pareciam criar um vínculo... Aperta os olhos.
— Você sente que... — Deseja formular uma pergunta, mas mesmo isso o deixa envergonhado. — Por que você ainda é meu amigo, Doyoung?
Doyoung é um tanto arrebatado pelo questionamento. Esquadrinha a sala do apartamento. O sofá de couro bem polido onde o amigo está, a parede atrás dele, que divide a sala da cozinha, e a panela ao fundo esquecida sobre o fogão. Não tem resposta curta. Volta para o semblante dolorido de Taeyong.
— Você me acha idiota? Por causa das coisas que eu faço.
Doyoung segura o riso. Ah, Taeyong, sempre tão ingênuo...
— Às vezes, sim... O que isso tem a ver? Você também deve me achar um idiota às vezes. Nem sempre a gente precisa concordar.
Taeyong resfolega.
— Eu acho que- eu acho que sinto ciúmes seus com a sua amiga.
A vontade de rir de Doyoung retorna em dobro, mas ele segura por respeito. Admira a sinceridade de Taeyong. Jamais sairia com uma confissão dessas.
— Por que?! — Se faz de desentendido.
— Porque vocês são muito parecidos e eu- eu sou tipo o patinho feio.
Doyoung mantém o silêncio, depois concorda. Entende aonde o Lee quer chegar e não desvaloriza seus sentimentos.
— Taeyong, você passou por muita coisa. Relaxa.
— Eu sei! — Taeyong tem uma reação assertiva e de certa forma indignada. É isso mesmo que o envergonha. — Foi o que sua amiga me disse ontem, sabia? Ela é muito inteligente. Acho que é por isso que vocês se dão tão bem. Mas eu não acho que eu queira relaxar mais. Parece que depois que eu terminei com a Al- — Engole amargamente. — Com a Arrow, minha vida foi só ladeira abaixo.
— Por que você é tão duro assim consigo mesmo? — Doyoung se levanta e caminha até ele para ficarem frente a frente. Não gosta da postura evitativa de Taeyong diante do assunto. — Você passou por muita coisa, sim. E coisa pesada. Você devia era ir atrás da sua autoestima, que tá vagando por aí a milhas de distância... — Põe a mão nos ombros do rapaz. — Ei. Tudo bem se sentir perdido. É a sua primeira vez lidando com a vida. Mas pensa no seu futuro só um pouquinho. Você não quer sofrer igual a hoje de novo, quer? Então não repete esses comportamentos. Me conta, você gostava da moça?
— Eu- não sei. Eu queria saber onde ia dar, só isso. Achei que ela também. Mas terminar dessa forma, fez eu me sentir horrível. Ela parecia humilhada.
— Então não faz mais isso. Os erros tão aí pra gente aprender. Da próxima vez você deixa a pessoa saber, ou pergunta.
Taeyong não quer dizer, mas o que é ainda pior é sentir vergonha na frente do seu melhor amigo. Ainda existe um eco em seus pensamentos que teima em dar razão a tudo o que Arrow disse sobre ele no passado.
— Você precisa enterrar o fantasma dessa mulher. — Como se lesse pensamentos, Doyoung conclui. — Você não tem que se tornar o que ela acha melhor. E sim, o que você acha melhor. O que você sente orgulho de ser.
— Você parece meu pai falando.
— Amigos são pra isso... né?!
Após consolar Taeyong com seus sermões que sempre parecem a melhor coisa que o amigo poderia ouvir - mesmo que ele não siga o que Doyoung diz -, Doyoung parte para uma missão solo. A reação acalorada, de suor e palpitação, de quem parece pisar em terreno estrangeiro o acompanha durante todo o trajeto. Ele volta ao bistrô Renoir, desta vez, não para uma estreia. Não para um suave encontro de fim de tarde regado a cerveja, risadas e conversas fúteis com seus melhore amigos.
O rosto que lhe espera em uma das mesas é conhecido, porém.
A moça de beleza singela, longos cabelos castanhos e bochechas rosadas se levanta para cumprimentá-lo, esboçando um sorriso. Não é um sorriso de timidez, mas de conforto. Pensa que pelas próximas horas terão muitos pingos a serem colocados em muitos is e não esconde que espera por vírgulas ao invés de pontos finais.
Dawn é uma moça modesta, ela sempre foi assim, desde que chamou a atenção de Doyoung na livraria. Ele pensou que fosse ser como uma paixão platônica, vista uma vez e relembrada em fantasias, mas fadada ao fim. Porém, a vê-la na mesma livraria. Decidiu que aquele era um sinal para puxar uma conversa e em pouco menos de uma hora, tinham um encontro marcado.
Após tentar resolver os problemas de relacionamento de seu amigo, no entanto, Doyoung se encontra prestes a resolver os seus próprios. É óbvio que é muito mais fácil falar do que fazer, pois para isso é necessário se despir de bagagens. É necessário deixar morrer para nascer novamente.
Mas isto, embora demore, nossas personagens entenderão ao longo desta história.
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dejuncullen · 2 years
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Sozinho - Yuta
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Observou o namorado ao longe, sentado no meio fio e fumando o seu cigarro. Estava sozinho como de costume. Era algo natural de sua parte, se excluía com frequência e sem nenhum motivo aparente.
Embora suas amigas alertassem que caras assim não eram boas pessoas, também compreendia o lado dele, dado que costumava passar pela mesma coisa.
Ficar sozinho pode parecer triste para alguns, mas um alívio para outros. Todos nós precisamos recarregar de alguma forma, e para os dois, a melhor forma de fazer isso era ficando longe de tudo, sem contato com ninguém.
Se aproximou lentamente dele, observando a fumaça do cigarro espiralando pelo vazio ao passo que ele coçava a testa com o mindinho. O rosto estava fechado, sem sequer um sorriso, cenho franzido e sobrancelhas curvadas em tal melancolia.
Ele estava preocupado.
Sairá da festa após uma breve discussão com um dos garotos, nada demais, mas o suficiente para ele sair e esfriar a cabeça.
— Está melhor? — questionou, se aproximando e sentando junto a ele no meio fio
— Estou tentando — foi simples na resposta, mas tentou lhe direcionar o olhar para não parecer tão frio — Deveria estar lá dentro, curtindo. Ficar aqui fora comigo só vai te deixar no tédio. Vá beber um pouco.
— Não, está chato lá dentro sem você — explicou e ele sorriu de lado, aproveitando para puxá-la até que estivesse sentada em seu colo — Me dá um pouquinho? — apontou para o cigarro e ele direcionou até seus lábios para que pudesse tragar um pouco.
— Tão linda — o elogiou saiu como uma melodia, ele parecia tão encantado ao admirar a amada ali tão próxima dele — O Mark... Ele?
— Sim, ele está de boas. Bebeu umas boas garrafas e está rindo que nem um bobão.
— Típico dele — gargalharam em conjunto e ele abraçou a cintura feminina com ainda mais força, dando uma última tragada e pisando no que sobrou da bituca — Quer ir para casa ou prefere ficar aquí?
— Você quer ficar? — foi cautelosa ao perguntar, sabia que ele não estava bem ali e não o iria forçar a ficar na festa — Por mim está tudo bem se voltarmos para casa, já curti o suficiente.
— Mas as suas amigas? Não quer terminar de beber com elas? Não quero ser um namorado chato ou tóxico.
— Yuta!! — tocou o rosto com as duas mais, deslizando os polegares pelos cantos dos lábios e admirando aquele rosto já tão conhecido — Você não é nada disso, pare de pensar besteira. Agora vamos para casa, okay?
— Tem certeza? Não quero estragar a sua noite.
— Tenho sim. Te ver aqui excluído está partindo o meu coração, e como boa namorada compreendo bem quando a sua bateria social chega ao fim.
— E quem disse que minha bateria social acabou? — replicou com uma das sobrancelhas erguidas e sorriso arteiro — Eu sai pela briga e...
— E também por não aguentar mais conversar. Eu te conheço, Nayu. Os meus sentidos dizem que sim, e se quer saber, eles nunca falham.
— É mesmo, é? — soprou uma risada baixinha — E o que estou pensando agora então? Quero ver se advinha.
— Hmmm deixe-me ver... — os olhos se fecharam, fingindo estar lendo a mente do namorado — Você está pensando em uma cama quentinha, um filme bem legal e uma namorada do lado para você abraçar.
— Droga, acertou!
— Eu te disse, Yuta, meus poderes nunca falham. — beijou o rapaz e se afastou somente para sair do colo dele e o ajudar a levantar — Vem, vamos para casa.
— Eu te amo, sabia? E eu sei que não sou muito de falar isso e...
— Está tudo bem, eu tambem te amo. E não se preocupe no quesito de comunicação, eu te entendo. — tocou um dos ombros e aproveitou para deitar a cabeça ali — Esqueça o seu passado, não vai me encontrar lá. Eu estou aqui, no seu presente, e entendo perfeitamente o motivo de se afastar e ficar calado.
— Tem certeza que não vai me deixar por conta disso?
— Tenho — abraçou o namorado e ele retribuiu — O meu amor por você é maior que qualquer outra coisa. Não se preocupe nesse quesito.
— Tudo bem — um sorriso sutil rasgou os lábios e ele abaixou a cabeça envergonhado — Obrigado por sempre me entender.
— E obrigada por ser essa pessoa incrível também — mais um selar e as mãos se cruzaram, iniciando a caminhada — Agora vamos, pois quero beber aquele chocolate quente que só você sabe fazer.
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nevertoolateff · 3 months
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Cap. 17
O clima no ônibus estava de velório, parecia que a noite não tinha sido boa para ninguém.
-Alô? – Yeosang nos encarou. – gente fala alguma coisa estão me deixando assustado.
San se aproximou e deu um tapa na cabeça dele.
-Serve isso?
-Eu falei falar, mas serve sim se for para fazer vocês se mexerem... Que caras de enterro são essas?
-Eu não dormi direito, só isso. – Hongjoon falou se aconchegando no banco e colocando os óculos escuros.
-Nem eu. – Wooyoung falou deitando no banco vazio ao seu lado.
-E vocês? – Yeosang nos encarou, eu dei de ombros.
-Tive pesadelos.
-Eu tive indigestão a noite. – San falou rápido.
-E eu dor de cabeça. – Eduarda se defendeu.
-Isabela?
-O que?
-E você?
-Não tive nada, só estou calada porque enfim, vou falar sozinha?
Naquela tarde quando voltei para casa acabei vendo algo que de certa forma acabou comigo.
-Boa tarde. – o sorriso estampado no rosto dele e no rosto da Jessy me fez ter vontade de chorar de imediato.
-Boa tarde Michael, como está? – falei me aproximando e apertando a mão que ele me estendeu.
-Estou bem, vim só dar uma olhada na sua irmã, afinal sinto muita falta dela.
-É isso o que pais de verdade fazem, sabe? – Jessy falou com um sorriso. – ow, mas me desculpe Lizzy eu não lembrei que o seu pai nunca apareceu para te ver, não é? Ah na verdade você nem sabe o nome dele.
Eu fiquei quieta, Jessy era minha irmã mais nova e éramos filhas de pais diferentes, ela tinha o Michael para vê-la sempre e eu nem o nome do meu pai sabia.
-Como é ser desprezada assim por uma pessoa que deveria supostamente te amar incondicionalmente?
-Jessy pare com isso. – Michael falou rápido.
-É a verdade pai, olha Lizzy se eu fosse você mantinha sua relação com o Hongjoon muito bem, porque se ele te abandonar não vai sobrar mais ninguém que te ame de alguma forma.
-Eu tenho a mamãe. – falei rápido. Jessy riu alto.
-A mamãe finge que te ama, na verdade você a faz lembrar de uma época horrível da vida dela, é você que a remete ao passado Lizzy, acho que ela nem suporta olhar para você direito.
Eu fiquei quieta.
-Jessy isto está sendo rude. – Michael falou novamente.
-Estou mentindo papai? O que a mamãe sempre te dizia quando estavam juntos? Ela não dizia que a Lizzy era uma lembrança ruim? Que a fazia lembrar do passado? Do maior erro da vida dela?
Michael não disse nada, mas pelo olhar que ele me lançou eu percebi que Jessy estava falando a verdade.
- Com licença. – falei largando a mochila em cima do sofá e correndo porta afora, eu não queria encarar minha mãe depois daquilo.
-Escutei a voz da Lizzy, ela já chegou? – minha mãe apareceu na sala.
-Já, mas saiu. – Jessy falou rápido. – não acho que vá almoçar com a gente. Vamos?
Minha cabeça estava uma confusão, então minha mãe me odiava por fazê-la lembrar meu pai? O que ele tinha feito de tão ruim para ela nem sequer querer ter uma vaga lembrança dele? Será que eu realmente era o pior erro da vida dela?
As lágrimas não paravam de cair enquanto eu caminhava pela calçada, escutei um barulho alto e olhei para o céu, era só o que me faltava começar a chover. Nem terminei de pensar direito e os primeiros pingos começaram a atingir minha cabeça, mas eu não me importei, naquele momento eu só queria caminhar e esquecer um pouco tudo o que eu tinha escutado.
Se eu deixasse o Hongjoon eu realmente perderia a única pessoa que de certa forma gostava de mim? E todas aquelas dúvidas que estavam na minha cabeça? Eu estava me sentindo perdida como se de uma hora para a outra tudo o que eu sabia e acreditava tivesse desmoronado de frente a mim e eu não conseguisse reconstruir. Eu estava perdida no meio dos destroços da minha própria vida.
-LIZ! – escutei o grito e me virei para ver quem era, em meio ao barulho dos trovões e a confusão de pingos de chuva e vento forte eu o avistei, os cabelos já estavam completamente molhados caídos no rosto em ondas mais do que perfeitas, os olhos estavam semicerrados para se proteger da chuva e ele me encarava. – O QUE ESTÁ FAZENDO NESSA CHUVA?
Eu não respondi, apenas baixei os olhos e voltei a chorar agora com mais intensidade.
-LIZ NÃO FAZ ISSO. – a voz dele mais uma vez se destacou em meio ao barulho. – POR FAVOR.
Eu não respondi, apenas ergui os olhos, corri e me atirei nos braços dele me sentindo a pior criatura do mundo, me sentindo fraca, frágil e idiota.
-Ei vai com calma. – ele falou me abraçando forte e passando a mão pelos meus cabelos. – o que aconteceu?
Eu não conseguia falar e agora estar nos braços dele estava me deixando ainda pior.
-Vem. – ele falou me arrastando enquanto ainda me abraçava. – vamos sair da chuva.
Segui para onde ele me levou sem questionar, eu não estava em condições de dizer nada.
Quando entramos em seu quarto eu tremia inteira por causa do frio e sentia alguma dificuldade para respirar.
-Vem, vou te dar algumas roupas minhas você não pode ficar assim toda molhada nós dois sabemos que você não é o que se chama de saudável.
Eu apenas forcei um sorriso enquanto ele ia até o armário e pegava uma camiseta, uma calça e um casaco.
-Vamos, vá se trocar senão vai ficar doente.
Eu não discuti enquanto ele me empurrava na direção do banheiro. Obedeci e troquei de roupa, mas antes de sair me olhei no espelho, estava horrível, o rosto molhado tanto pela chuva quanto pelas lágrimas, os olhos vermelhos, cabelos arrepiados e totalmente ensopados, eu estava um desastre, meu corpo estava refletindo meu estado de espírito.
Não me importei, saí do banheiro e dei de cara com ele que já estava com outra roupa.
-Você é mais rápido do que eu. – falei forçando um sorriso.
Ele sorriu e estendeu a mão na minha direção, eu a segurei e sentei na cama ao seu lado.
-Quer me contar agora o que aconteceu?
Eu respirei fundo olhando-o direto nos olhos.
-Como me encontrou? – perguntei rápido.
-Estava olhando pela janela e te vi, então decidi ir até você para ver se tinha algo errado e bem, na verdade tinha. O que houve?
-O Michael está lá em casa.
-Quem é Michael?
-O pai da Jessy. Eles vão ter um almoço em família.
-E você não foi convidada?
-Nem sei se fui. – falei respirando fundo e encarando o chão. – não fiquei lá para descobrir.
-O que ela te disse?
-Quem?
-A monstra da sua irmã, desculpa Liz, mas ela não vale nada.
Eu fiquei quieta por um segundo.
-Wooyoung por que você se importa comigo?
-Como é? – ele pareceu chocado com a minha pergunta.
-Quero dizer, por que você se importa comigo?
O quarto ficou em silêncio durante alguns minutos, então escutei a voz dele.
-Você faz parte da minha vida Lizzy, sempre fez.
-É só por isso? É acostumado a se importar comigo?
-Não, não é isso. – ele falou erguendo meu rosto para que eu o olhasse. – você é importante para mim e quando digo que é parte da minha vida quero dizer que é uma parte importante e que sem você por perto eu estaria perdido, pela metade.
Eu fiquei encarando-o enquanto ele dizia aquelas coisas, as palavras dele mexeram comigo de uma forma que eu não pensei ser possível, ele sorriu me puxando para perto e me dando um abraço apertado, quente, reconfortante.
-Obrigada. – foi tudo o que consegui dizer enquanto sentia ele beijar meus cabelos durante o abraço.
-Isso é a última coisa que tem que me agradecer Liz. – ele falou ainda abraçado a mim. – mas, o que aconteceu na sua casa?
Eu me soltei dele e o encarei.
-A Jessy me disse algumas coisas...
-Tinha que ser, aquela vaquinha...
-Wooyoung!
-Desculpe sei que ela é sua irmã, mas Liz aquela garota é louca.
-Eu sei, mas o que ela me disse hoje, bem não é loucura nenhuma.
-E o que ela falou?
-Ela me disse que bom, meu pai ...
-Não começa com isso, a gente nem sabe o motivo do seu pai ter abandonado sua mãe.
-Eu sei e isso é frustrante, quer dizer, ele deveria se preocupar comigo, não? Ele deveria ser uma das poucas pessoas a sentirem alguma coisa relevante por mim.
-Vai dizer isso depois de tudo o que te falei? – ele falou com um sorriso. – parece que nem me ouviu e sabe o quanto me custou para dizer aquilo? E foi sem ensaio.
Eu comecei a rir, só ele mesmo.
-Sou a marca de uma lembrança ruim para a minha mãe.
-Foi a Jessy que disse isso, não foi?
-Foi, mas não é só isso Wooyoung, eu vejo que custa para ela me olhar e quando alguém diz que me pareço com meu pai ela meio que me evita durante algum tempo.
-Sua mãe te ama.
-Mas isso não muda o fato que ela se sente mal perto de mim. Eu queria mesmo era saber o que houve entre ela e o meu pai.
-Liz você teria coragem de procurar ele?
-É o que eu mais quero Wooyoung, mas nem o nome dele eu sei.
-E se déssemos um jeito, sei lá, posso tentar perguntar para a minha mãe, encostar ela na parede, ela deve saber de alguma coisa.
-Faria isso por mim?
-O que eu não faria por você? – ele falou e depois ficou de pé rápido seguindo até a janela. – o mundo lá fora está desabando.
-Posso ficar aqui? – perguntei encarando as costas dele, Wooyoung não me olhou, continuou encarando a chuva lá fora.
-Claro não vai embora nessa tempestade. Deixa passar.
-Eu não disse que quero ficar aqui por causa da chuva. Perguntei se posso ficar aqui, com você hoje.
Ele me encarou.
-Está perguntando se pode dormir aqui?
-Não queria ficar sozinha. – falei rápido.
-E o Hongjoon? Quer dizer, lembro muito bem do que aconteceu da última vez que dormimos na mesma cama.
-Não me importo, na verdade não estou me importando com nada no momento, eu só não quero ficar sozinha, estou me sentindo mal, perdida e perturbada e só com você consigo esquecer um pouco os meus problemas.
Ele ficou de pé apenas me encarando.
- Me sinto segura ao seu lado.
Ele sorriu, se aproximou de mim e me deu um beijo na cabeça.
-Claro que pode ficar, nem precisava ter perguntado.
Eduarda se atirou na cama olhando através da janela de vidro, imaginou como seria estar com Mingyu naquele momento, assistindo um filme talvez? Quem sabe. Depois imaginou como seria estar com Mingi e começou a rir, com ele seria diferente, bem diferente.
-Caramba por que diabos eu fui beijar aquele garoto? – ela falou cobrindo o rosto com o travesseiro na tentativa de espantar as lembranças.
Uma música animada tomou o ambiente e ela pegou o celular, era só o que faltava.
-Fala Mingi.
-Está fazendo o que? – a voz dele ecoou do outro lado da linha.
-Estou deitada na cama.
-Sozinha?
-Não com um bando de duendes ao meu redor.
Mingi sorriu do outro lado da linha.
-Acho que está andando muito com o Wooyoung.
Eduarda sorriu.
-O que você quer Mingi?
-Só liguei para conversar um pouco, estava planejando sair para sei lá, tomar um sorvete, mas o mundo meio que desabou do nada.
-E não é? Eu estava pensando em ir sei lá na casa da Isabela, mas nem vai dar mais.
-Então entra no skype, vamos conversar um pouco.
-Pelo telefone não é o bastante?
-Não quero ver seu rosto.
Eduarda respirou fundo.
-Então aguenta que vou ligar o computador.
-Ok até daqui a pouco.
Ela desligou o celular e se dirigiu ao computador, Eduarda também queria ver o Mingi.
-Vai com a letra A a dica é fruta. – comecei deitada na cama do Wooyoung, ele estava deitado ao meu lado brincando com os dedos da própria mão.
-Ameixa.
-Não.
-Abacaxi.
-Não.
-Ah sei lá. – ele falou se virando para me olhar. – isso não vale você está mudando as respostas.
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-Já foram duas chances e não, não estou mudando nada.
Ele ficou me encarando.
-Amora.
Eu sorri.
-Viu? Nem foi tão difícil assim.
-Usei minhas três chances.
-Isso porque você é tonto.
Ele sorriu me encarando.
-Quem é tonto senhorita? – ele simplesmente se virou e parou sentado em cima de mim, eu comecei a rir de imediato quando ele segurou meus dois braços.
-Não, por favor, Wooyoung, não.
-Então diz quem é tonto.
-Você! – falei e ele começou a me fazer cócegas, eu me retorcia inteira rindo feito tonta.
-Ai para, chega peço arrego. – falei sem conseguir respirar direito.
Ele parou e ficou me olhando sem se mover, apenas me encarando e eu fiz o mesmo, ficamos algum tempo apenas nos olhando sem nada dizer.
-Acho que está na hora de irmos dormir. – ele falou rápido saindo de cima de mim. Eu fiquei algum tempo ainda sem reação. – esse jogo está ficando chato.
-Só porque eu estava ganhando.
-Nada disso.
Wooyoung puxou o lençol e deitou ao meu lado, eu fiz o mesmo me aconchegando nos braços dele como de costume.
-Boa noite Wooyoung.
-Boa noite Liz.
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12 Relógios
A dança dos dias que desmancha sob nós Acontecesse sem muito esforço Esquecendo décadas em cima do peito Desvinculando-se de desejos enfadonhos Se não saio do cálcio mole dos teus pés Era um ano ímpar sentenciando-nos À encontros entre frestas que cílios abrem Figura em uma roda especulativa de línguas A inevitável virtude do perdão: Ter teu nome e fomentar injúrias Ter a certeza de alcançar os infames Olhos Voyeuristas de inutilidades subjetivas Tu que me mastiga com distração Me assalta flechas e gumes deleitosos Afiando cortes e rusgas entre passado e presente O futuro é assimilar o passado sem o equívoco da farmácia Essa dança com cavalos estreitos Simbolizados aos dedos taxidermistas Empilham corpos a vala febril da descrença Tudo que saí dessa boca é uma comunhão à violência Os exageros arranham meus olhos em busca de atenção Escolho abrigar distâncias e outras mentiras pessimistas Tuas cores impermeáveis se alastram no céu do meu silêncio Quente, comtemplado os porquês do da tua revolta Me perdoa se eu demorar no teu olhar Antes que eu lhe arranque de outro homem Clamo teu nome entre outros pares de correntes Frágeis, tingem um som de alívio ao final desta hora Subjetivamente, aranhas escorrem dos meus olhos Formigas avisam um tango enfraquecido Embaixo de uma língua endurecida Agindo como adaga para visitantes envaidecidos
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ambientalmercantil · 2 months
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cirlenesposts · 2 months
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"E aconteceu que, tirando-os fora, disse: Escapa-te por tua vida; não olhes para trás de ti, e não pares em toda esta campina; escapa lá para o monte, para que não pereças." Gênesis 19:17
Pensamento: Deus queria poupar Ló e sua família da destruição em Sodoma e Gomorra, e lhes deu apenas uma orientação: não olhar para trás !!! Quantos de nós temos vivido, olhando para trás ?? Existe algo que lhe prende ao seu passado ?? Saudade de uma pessoa amada ?? Um sentimento de perda ou derrota ?? Uma vida de comunhão e avivamento com o Senhor que você tinha e hoje não tem mais ?? Não sei o que tem feito você olhar para trás, mas devemos lembrar que o Senhor nos livrou da morte e do pecado, nos deu vida eterna em Jesus, Ele nos fez nascer de novo, as coisas velhas se passaram e tudo se fez novo !!! Portanto, vamos viver esse compromisso com o nosso Senhor, uma vida nova, vida plena e abundante, cheia do poder do Espírito Santo. Vamos olhar para frente com esperança, olhar para o alto com fé, e olhar para os lados com amor.
Oração: Pai querido, ajuda-me a esquecer as coisas do passado, que as experiências sirvam apenas de exemplo e me ajudem nessa nova vida a caminhar em comunhão com o Senhor. Perdoa-me por tantas coisas erradas, e ajuda-me a não praticar mais estas mesmas coisas do passado, da velha natureza e do homem carnal. Quero viver plenamente esta comunhão que o Senhor trouxe até mim, uma vida cheia do Seu amor. Eu oro em nome de Jesus. Amém.
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liawuan · 2 years
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E pra quem quiser
"Nunca se esqueça de que o sol se levanta e se põe com seu sorriso.”
Os sete maridos de Evelyn Hugo.
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 O ano era 1988, você havia interpretado Lady Macbeth em uma adaptação para o cinema. Poderia ter se candidatado ao Oscar de Melhor Atriz. Não havia ninguém no filme como você, isso era fato. Mas se candidatou ao de Melhor Atriz Coadjuvante, já que quando a votação começou, era essa a categoria que havia sido indicada. Um ato de esperteza típico seu. 
Era óbvio que Shuhua  votou em você.
Ela havia ficando em casa, com seu agente, amigo e ex marido — esse que abrilhantava a casa com sua filha— foi o preferível do que ir aquela premiação, sendo sincera consigo mesma, as oportunidades de trabalho estavam escassas e ambíguas. O tempo havia passado, a vida em Hollywood tinha começado seu declínio, mas havia uma longa estadia no topo. Então, não, ela não se deu o trabalho de pegar um avião, passar o dia fazendo maquiagem para se encolher num vestido na frente de milhões de pares de olhos desagradáveis. Estourou pipoca o suficiente para um batalhão e se sentou no sofá na frente da TV esperando sua vitória.
Você usava um dos seus famosos vestidos vermelhos de seda, tão aberto nas costas que era quase possível ver a curva de seus seios, seios estes que já foram emoldurados pelas mãos de Yeh, ela também se lembra da suas mãos subindo pelas pernas dela, os lábios estão descendo pelo peito, e la se vai à compostura e cada pedaço sanidade. A cabeça com os fios loiros pressionada contra a mesa, Shuhua tenta não gritar, porém, você já está descendo pelo belo corpo e sabe a onde vai beijar... A lembrança era velha e ainda assim linda.
Quando anunciaram seu nome, subiu no palco e fez um discurso descontraído e elegante, como o de acostume. Quando estava prestes a sair, deu um daqueles sorrisos que faziam o Sol e a Lua fundiram-se e virar a Terra de cabeça para baixo e disse:
— "E, para quem se sentir tentado a dar um beijo na tela da tevê, por favor, cuidado para não lascar o dente".
Shuhua levou a mão sobre o rosto e sentiu as lagrimas caindo. Seu ex marido passou as mãos em suas costas, beijou sua bochecha e disse "Ainda dá tempo, ligue para ela" ele falou.
Mas não foi o que ela fez, não após ler certas notícias na revista de fofoca. Uma foto sua e de Jennie — Uma das novas estilistas queridinhas de Hollywood — desfilando como melhores amigas nas ruas. Shuhua sabia que tinha um caso com a Kim, ela também havia sido sua "Melhor amiga" por um longo tempo. Esse fato junto a covardia e medo de olhar nos seus olhos ou ouvir sua voz no telefone, e quem sabe, escutar a risada de Kim no fundo, a impediu de te ligar, ainda não, não era o momento, talvez quem sabe daqui a um ano ou dois.
O que Shuhua não sabia era que um ano e meio depois você morreria de um Enfisema pulmonar não tratado.
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N/a: É de comum acordo que todos que viram Yeh Shuhua no vestido verde lembraram da Evelyn, certo?
Pq eu penhoraria a alma por ela e passaria o resto da vida pagando os juros sem nunca reclamar.
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tecontos · 1 year
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Rapidinha a pouco antes da pizza (26-02-2023)
By; Patricia
Me chamo patrícia, tenho 26 anos, e namoro.
Agora a noite eu estava encostada na beirada da pia da cozinha bebendo um copo de água, e pude ouvir os passos abafados do meu namorado pelo tapete, enquanto ele encaminhava em minha direção, havia preparado uma surpresinha pra ele e sabia exatamente o que ele faria quando chegasse até a mim.
Enquanto ainda pensava no que ele exatamente faria, ele já estava se encostando em mim e suas mãos passeando pelo meu corpo enquanto ele gemia no meu ouvido, assim me abraçando por trás podia sentir todo o seu desejo e toda a sua vontade, pois já podia sentir o volume que me apertava e roçava na minha bunda, enquanto ele me agarrava e acariciava os meus peitos que já ficavam intumescidos pelo contato de sua mão macia e quente.
De repente sua mão foi puxando minha saia para cima e suas mãos escorregando para dentro das minhas pernas, pude ouvir intensamente um gemido maior, pois ele descobrira que eu estava sem calcinha só para provocá-lo.
Não resistiu, me tocava, me acariciava, seus dedos pareciam tochas de fogo tanto era o desejo que me consumia, estava em brasa e molhada enquanto sua mão passeava pela minha bucetinha que clamava por suas caricias, senti seus dedos entrando dentro de mim e me curvei ao seu toque, eles entraram mais ainda e eu gemia baixinho sentindo seu contato… sem desgrudar de mim e ainda me tocando me levou até o quarto e me deitou sobre a cama com as pernas para fora, subiu o resto da minha saia, enquanto admirava e gemia e beijava minhas pernas.
Depois com toda calma abriu minhas pernas e durante um longo tempo ficou admirando minha buceta que ao seu olhar queimava e latejava, sem pressa foi se chegando e se encostando nela, a partir dai comecei a delirar tanto era o meu desejo, comecei a sentir um toques suaves, sua barba feita a algumas horas resvalavam de leve na minha buceta em chamas, sentia seu rosto entre as minhas pernas e a vontade era de prende-lo e não deixá-lo sair mais dali e ai ele começou a me torturar, sua língua era insaciável e me levava a loucura, ele me sugava, me chupava, me lambia, me mordiscava, ia de um lado ao outro horas devagar.
Como se não tivesse pressa de nada, horas mais rápido, como se fosse me engolir por inteira e eu gemia cada vez mais alto, parecia uma serpente me contorcendo de prazer, delirava totalmente, me agarrava aos lençóis parecendo que iria me desfazer e pedia;
- amor vem… vem pra mim… só um pouquinho… entra em mim por favor… coloca por favor… só um pouquinho… vem amor… vem…não.
Ele respondia; - ainda não, quero mais de você aqui, calma minha putinha deliciosa, calma apenas sinta… sinta… quero todo o seu mel…
- não amor… eu não aguento mais… vem pra mim vem… pare de me torturar… vem tesudo.. vem que eu te quero inteiro, quero tudo dentro de mim…
- não… ainda não… quero ver você gozar aqui… na minha boca… minha putinha tesuda… goza pro seu macho goza.
Eu já não aguentava mais, aquela língua me levava a loucura, ele enfiava todo o rosto dele em mim e eu sentia ele me lamber, e me cheirar, eu me enlouquecia… até que ele se ajoelhou e tirou sua bermuda e cueca e com o pau mais lindo e duro, colocava só a cabecinha na entrada da minha buceta encharcada… aquele cacete me tocando era delicia pura e eu fazia força para que ele entrasse e quando ele via que eu ia dar impulso para encaixá-lo ele se afastava pra trás e me deixava louca de tesão…
Até que já não aguentando mais disse que iria gozar, que meu gozo tava chegando, ele se abaixou, enfiou a língua nela e me lambia e chupava loucamente, não resisti, apenas sentia os espasmos de prazer subindo pelo corpo todo, e gemia como uma doida desvairada, foi um gozo tão intenso que fiquei atordoada e com o corpo tremulo;
Quando ele viu que tinha passado o frenesi, simplesmente enfiou seu cacete dentro de mim, segurou minha cintura e metia tão forte que sentei sobre seu pau e galopava como uma potranca, íamos num vai e vem louco e ele metia cada vez mais fundo, senti que gozaria de novo, estava ensopada de tanto tesão, disse que gozaria de novo.
Ele me agarrou tão forte e juntos num vai e vem sem fim, pude ver nos seus olhos que ele também estava gozando, impossível esquecer aquela expressão de êxtase puro. Só pude sentir um jato quente se misturando com meu gozo e todo tesão acumulado dando espaço para o prazer intenso, nos beijamos com paixão e ficamos entregues um ao outro durante alguns minutos.
Depois nos recompomos e fomos pedir uma pizza para completar a noite.
Enviado ao Te Contos por Patricia
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umsimplesdiario · 1 year
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Ódio Útil
Partindo da expressão otimista de que tudo tem o lado positivo e o negativo, por vezes, gosto de levar essa expressão à letra e tento encontrar o que há de mau no bom e bom no mau.
O ódio é um sentimento demasiado intenso que não só traz complicações tanto para o odioso, assim como o odiado. Desejar a morte a alguém ou questionar o quão confortável tornariam os teus dias sem te cruzares com ela - é assim que o meu entender o define.
Qual será o perfil de um odioso? Este é movido por inseguranças pessoais que tenta projeta-las nos outros numa tentativa de forçar todos os demónios dele numa outra pessoa para que não se sinta sozinho e nela ver como ele é? Ou o ódio nasce da vontade de vingança por algo feito no passado? Ou simplesmente é gratuito devido ao natural mau caráter?
Nesta reflexão viajo em terrenos pantanosos e arrisco a dizer que odiar um odioso é correto, mas só pelo o que se tornou por último. Uma pessoa que te deseja insignificância ou até mesmo a morte, com facilidade larga estilhaços de que te quer ver mal. Indivíduos que passaram a maior parte da vida a serem mal vistos deixam de tentar agradar os outros, passam a ter um comportamento apático em relação à imagem que têm perante os outros, preferem fazer pior para que não gostem deles, mas desta vez, com motivos - como uma espécie de “se achas que sou assim, verás que sou bem pior”. Um refúgio angustiante e aparentemente desgastante para os momentos mais solitários e para ente-queridos que são alvos de todas as repressões de quem é portador de um caráter deste tipo. Poderá ser de tremenda futilidade estar escravo da aprovação e o que será sê-lo pela desaprovação? É possível alguém desejar ser desaprovado por alguma circunstância? A meus olhos parece-me plausível num contexto de mostrar a alguém no grupo de pares o quanto lhe é insignificante alguém que não se inclui nesse tal grupo e exibir a maldade que porta como forma de “consigo ter controlo sobre qualquer um”. Ao longo das nossas vidas criamos relações que ajudam a construir a nossa experiência e posteriormente escolher o que nos interessa que acaba por influenciar na nossa personalidade para além dos traços que temos predisposição desde a nascença. E num contexto social identificamos-nos com indivíduos que nos são semelhantes e daí o nosso juízo para criar relações de amizade e assim agir sobre as regras do grupo. Definição que ajuda a descrever e a comparar os diversos grupos em que nos inserimos - trabalho, diversão, interesse, vantagem, amizade, família, conhecimento, amor...
Tem que haver ódio que seja útil! Odiar alguém é contagioso! Uma vez que é entendido pelo alvo é de natureza legítima olhar-lhe com os mesmo olhos. Como foi induzido a odiar à medida que foi entendendo passa a ser um ódio útil, como se fosse uma ferramenta de defesa após um estado de alerta perante alguém com más intenções. É útil quando só como defesa estar atento a todos os movimentos comportamentais e saber ao máximo dos seus podres e num momento útil perder todos os cuidados de dizer as verdades sem magoar, mas sim exatamente o contrário, procurar as palavras mais fáceis, frias, brutas, reais e proferí-las sem quaisquer escrúpulos.
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fabianaamorim08 · 1 year
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#Repost @tiagozella with @use.repost
・・・
🛑 Dizem que a vida é uma estrada.
Faz sentido, pois toda estrada guarda sinalizações úteis para que a viagem flua até o destino final.
Normalmente nos deparamos com 2 placas: Interseção em Círculo e Siga em Frente.
Andar em círculo é como guardar mágoa. Caminha-se, mas não se sai do lugar.
Seguir em frente é não olhar mais para trás, pois o passado não exerce força sobre o agora.
A palavra-chave abordada aqui é “perdão”, que muitas vezes é confundido com fraqueza.
O livro A Cabana citou: “perdoar é tirar a faca do pescoço do seu opressor”.
É sobre se livrar de um fardo que não te pertence e garantir o combustível do seu veículo. O combustível se chama “paz de espírito” e o veículo é a sua “razão de ser”.
Guardar mágoas desenvolve úlceras e outras d0enç4s vira1s. Liberte-se do v1rus gangrenoso que tem o poder de corroer sua nobre alma.
Perdoar não é sobre retomar relacionamentos. É sobre a liberdade dos sentimentos.
O perdão é para o perdoador; não para o perdoado.
Guardar rancor é habitar no secreto da mediocridade. É uma força disfarçada de frustração.
Perdoar é se assentar na cadeira da nobreza. Um privilégio para poucos, pois o perdão é muitas vezes confundido com fraqueza. É na fraqueza que a força se aperfeiçoa.
Ah, e se no meio disso tudo tem vingança, pare imediatamente.
A melhor vingança se chama perdão. Caso a vingança seja em atitudes atrozes, cave duas sepulturas.
Perdoar é viver. Siga em frente. Enfrente.
T : Z
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kinkascarvalho · 1 year
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HOJE, É UM DIA IMPORTANTE!
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#REFLEXÃO Já parou hoje para apreciar as coisas boas que estão a sua volta?
Eu sei, as coisas têm parecido bem corridas, o tempo cada vez mais curto, o mundo cada dia mais triste e a vida pintada em tons de cinza. Mas, ainda assim todos os dias quando acordamos temos infinitos motivos para agradecer. Podemos começar agradecendo simplesmente por termos acordado!
A vida é um presente. Todas as manhãs recebemos a Misericórdia e o Amor de DEUS.
Paulo, foi um exemplo de vida, e olha que ele foi um “fracasso”, foi preso, apedrejado, açoitado e perseguido, não teve nenhum sucesso para olhos humanos, ele passou fome, frio e ficou nu. E ainda assim, ele foi feliz, sua felicidade não era baseada nas circunstâncias da vida que ele tinha, mas sim na fé e na esperança que ele carregava, que era JESUS. Ele não conquistou bens materiais, mas ele escreveu a maior parte do novo testamento e sua vida foi fundamental para a igreja. Ele não estava interessado em coisas passageiras deste mundo, sua mente estava fixada na eternidade. Seu coração queimava por vidas, e isso fazia dele alguém feliz.
Se Paulo em tais condições encontrou motivos para se alegrar, o que te impede de ser feliz?
Somos tão levados pelas coisas deste mundo, pelos traumas do passado ou pela ansiedade do futuro que não nos permitimos viver e se alegrar naquilo que somos e temos hoje.
“Nós nunca colheremos os frutos de sementes que não foram semeadas”, essa frase tem gerado algo em mim, uma certa inquietação por saber que se eu não viver o dia de hoje eu nada semearei. Serei levado de um lado para outro como diz a passagem de Efésios 4:14, dessa forma, seremos sempre inconstantes?
- Eu tenho me perguntado sobre quais os frutos que DEUS deseja gerar através de nós.
Eu já senti muito medo, eu já me senti muito ansioso, mas depois que eu comecei a confiar verdadeiramente em DEUS, eu sempre sinto o Espírito Santo me consolar e dizer: não tenha medo do futuro, DEUS estará lá.
• Tem conforto melhor que esse? DEUS estará lá!
Pare de reclamar, pare de murmurar, pare de ser movido pelas circunstâncias. Pare de olhar para coisas tão pequenas, pare de duvidar do cuidado de DEUS. Pare de querer estar no controle da vida e de fazer as coisas com as próprias mãos, você vai falhar sempre. Deixe DEUS ser DEUS. Confie, com a mesma fé que Paulo nos ensina ter!
HOJE, é o dia mais importante para você viver, é tudo que você tem de tempo, porque sobre o amanhã só há uma certeza: DEUS estará lá. Você não pode deixar para viver em um lugar que você não sabe se vai estar!
- Que DEUS te abençoe e te conceda uma Terça-feira de muita Paz e Saúde, à você e sua Família!!! 🙏
❤No Amor de Cristo,
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escolhidaparaserluz · 2 years
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▪️ Não consigo enxergar qualidades ou alcançar expectativas em mim, e agora?
Já parou para pensar que as impossibilidades só existem na nossa cabeça? Já se deu conta de quantas situações viveu que em um dado momento se achou incapaz de fazer algo? Até que tentou e deu certo? Pois é, existem barreiras que criamos para nós mesmos, e da mesma forma que as criamos em nossa mente, também somos capazes de removê-las.
E isto se aplica ao nosso tamanho, a como nos enxergamos. Temos o exato tamanho que damos a nós mesmos. Sim, é verdade! Entendeu porque não pode se menosprezar? Porque você não pode permitir que ninguém faça isto? Porque não deve se comparar a ninguém? Sabendo desta verdade, assuma seu tamanho: Você é grande! E não importa se alguém questionar esta verdade, acredite nela.
Vemos muitas pessoas darem mais importância à opinião de terceiros, do que a sua própria opinião. E além disto ser prejudicial, impede a pessoa de se enxergar como de fato ela é.
Você não é menor do que seus problemas, é maior. Você não é inferior, você é de valor. Você não é incapaz, você é a pessoa responsável pelas atitudes que vão fazer sua vida saltar para uma reviravolta. Assuma isso! Não é positivismo ou só palavras, é a verdade. As circunstâncias só tentam te impedir de se enxergar desta maneira.
🟡 Pare de olhar a vida pelo óculos da dor, pela ótica do passado, pela lente das dores! Se enxergue como um dia os voluntários do projeto Help aprenderam a se enxergar: GRANDES! E se nos conseguimos, você também consegue.
Help 🎗
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"O CORAÇÃO DE MINHA MÃE EXPERIMENTOU O AGUILHÃO DAS ESPADAS DA DOR A PARTIR DO MOMENTO EM QUE A LUZ, DEIXANDO O NÚCLEO DO FOGO TRIÚNO, PENETROU NELA, INICIANDO A ENCARNAÇÃO DE DEUS E A REDENÇÃO DO HOMEM."
[ PARTE 01 ]
💥🕊💥O NOSSO AMADO SENHOR JESUS DIZ:
🌼🌺🌼"Bendito é o fruto do teu ventre".
“A maternidade divina e virginal faz MARIA perder apenas para DEUS.
“Mas não pare para olhar apenas para A Glória de MARIA."
Pense no que custou A ELA obter essa Glória.
É tolo quem olha para CRISTO à Luz da Ressurreição e não medita sobre O Redentor moribundo nas trevas da Sexta-Feira Santa.
EU não teria Ressuscitado se não tivesse passado pela morte e não teria realizado A Redenção se não tivesse sofrido O Martírio.
Quem pensa na Glória de MARIA e não medita em como ELA chegou à Glória é Tolo.
Fruto do Seu Ventre, EU, O CRISTO, Palavra de Deus, trouxe tortura ao seu Ventre.
“E não entenda MINHAS Palavras erroneamente.
EU não A Torturei em termos humanos.
MARIA era Superior à miséria humana.
A condenação de Eva não estava sobre MARIA; Mas ELA não era superior AO PAI. E uma Grande, Enorme, Soberana e Absoluta Dor penetrou Nela com A Violência de um meteorito caindo do céu no exato momento em que MARIA experimentou O êxtase do abraço com O Espírito Criador.
“A Bem-Aventurança e a Dor mantiveram O Coração de MARIA em um único nó no instante de SEU mais elevado Decreto e Seu casamento mais Casto."
Bem-Aventurança e Dor fundidos em um, como MARIA havia se tornado uma com DEUS.
Desde que ELA foi chamada para uma missão como Redentora, a Dor Superou A Bem-Aventurança desde o início.
A Bem-Aventurança veio em Sua Assunção.
“Unida ao Espírito de Sabedoria, MARIA recebeu uma revelação ao seu Espírito do futuro que estava reservado às suas criaturas, [sobre o futuro de seu filho] e já não havia alegria, no sentido usual da palavra, para MARIA."
“A cada hora que passava, à medida que tomava forma tirando vida de Seu Sangue de Mãe Virgem, e escondido em Suas Profundezas, EU O FILHO DE MARIA tinha trocas de Amor indescritíveis com MINHA Mãe ainda no ventre SANTO; Amor e Dor incomparáveis surgiram como ondas de um Mar Tempestuoso no Coração de MARIA e a açoitaram com seu Poder.
“O Coração de MINHA Mãe experimentou o Aguilhão das Espadas da Dor a partir do momento em que A Luz, deixando o núcleo do Fogo Triúno, penetrou Nela, iniciando A Encarnação de DEUS e a Redenção do homem; e essa picada crescia, hora a hora, durante a Sagrada Gestação: Sangue Divino que se formava com uma fonte de Sangue Humano, O Coração DO FILHO, que batia ao ritmo do Coração da MÃE. Carne Eterna que se formava com A Carne imaculada da Virgem.
“Maior foi A Dor no momento em que Nasci para SER A LUZ de um mundo em trevas."
A Bem-Aventurança da MÃE beijando Sua criatura transformou-se, em MARIA, na certeza do Mártir que sabe que O Martírio está mais Próximo.
JESUS - CADERNO [01] MARIA VALTORTA.
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