Tumgik
oinfamededoindicador · 9 months
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EVIL DEAD RISE. Um filme.
Pornografia do livro dos condenados.
Maninho arrumou um audio-livro do Necromonicon, sampleou e desgraçou o andar todo de prédio, só de onda. Agora OOOOMAAAAAL vai dominar tudo mundo e arrumar as mais variadas maneiras de provocar dor e sofrimento, em todo mundo que estiver por perto. Quem curte uma desgraceira embebida em sangue até transbordar, literalmente, não fica muito mais brabo. O filme é bonito( dentro dessa proposta), o texto é vazio e o elenco não tem muito a oferecer além do básico. Tudo isso num pacote de uma hora e meia só. Pra quem tem probleminha e gosta de ver gente sendo trucidada igual uns sacos de agua vermelha, é isso ai que tem. Não foi uma perda do meu tempo mas não merece outra menção que não seja "Eu vi. É bonito."
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Jack Daniel's Tennessee HONEY Liqueur LEMONADE
Um nome grande e pomposo pra uma lata de XAROPE
Sempre na busca por coisa diferente pra provar, encontrei essa mini lata de 330ml de JACK DANIEL’S SMOOTH & BALANCED Tennessee HONEY LIQUEUR PERFECTLY MIXED WITH LEMONADE. Não vou dizer que me animei porque a essa altura do campeonato, já aprendi a não enturgescer essas expectativas.
O que era pra ser um remix do primoroso sabor do Jack Daniel’s honey, terminou sendo uma lata de XAROPE, cheia daquelas coisas que eles colocam dentro das latas quando resolvem colocar qualquer coisa dentro da lata que faz as coisas que são em lata terem esse gosto de coisa de lata. Sobra só sabor do doce pra disfarçar a enorme mistura desse monte de outras coisas que não deveriam ter sabor, mas tem. Só esse aciduloso doce. Abominável. na lata.
Se precisa dizer, não comprarei nunca mais.
XAROPE.
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Hawekeye
É sempre natal quando você é um LARPer
Eu gosto muito, muito mesmo do Hawkeye volume 4. Escrito por Matt Fraction e desenhado por David Aja, a série é uma aula de narrativa visual e de como contar uma aventura descontraida sobre um heroi de terceira que por obra do acaso vai parar nos Vengaboys e que nas horas vagas tem uma vida tão mundana quanto seus poderes. A série é descontraida, experimental e humana. Tem até uma edição dedicada ao cachorro, contado do ponto de vista dele onde todos os balões de texto são incompreensiveis tirando o nome do cachorro (que seria a única coisa que ele entende). Coisa de gênio. Quando a MARVEL decidiu que Hawkeye merecia sua própria série e insinuaram que a fonte da história seria esse arco, eu ousei acreditar que vinha por aí uma coisa boa.
Infelzimente o processo de pasteurização que é o MCU derreteu todo o sabor particular que essa série poderia ter e nos brindou com uma trama "natalina" absolutamente esquecível sobre um MacGuffin totalmente substituível (não é exatamente difícil refazer uma roupa). Então lá vai nosso heroi que está velho demais para isso e pronto para passar bastão, digo, arco. A máfia de roupa de adidas que fala Bro se envolve, tem piada sobre flechas e até um remake da boa cena do carro, mas o espírito baixa renda escapa pelos dedos em meio a uma trama mais preocupada em apresentar novos personagens do que em dar um encerramento digno para o Renner. Culmina em duas batalhas finais que ninguém pediu mas que aparente merecemos, todos chora, todos ri, toma aí essa ceia de natal e sobe os créditos. Olha, a série até tem seus momentos, especialmente quando deixam Hailee Steinfeld e o Jeremy Renner (ou a Florece Pugh) conversar casualmente, todo mundo é bonito e carismático então vai na base da simpatia, porque o plot mesmo é ralo. Definitivamente poderia ser só sobre as conversar e o mentoramento, mas as cenas de ação obrigatória vão tomando espaço dos diálogos, da mesma forma que o tempo de tela do elenco inchado com o qual eu não me importo. E claro, não teve o episódio do cachorro. Suponho que a culpa seja minha por esperar coisas boas desse moedor de carne que são franquias feitas de franquias.
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Titane (2021)
Ela não estava lá (mas estava)
O filme de estréia de Julia Ducournau, Grave, é vibrante e não pede licensa ou desculpas. Trabalha temas polêmicos de maneira direta e não se preocupa com o que a audiência vai pensar. Titane faz a mesma coisa mas com muito mais intensidade. É um filme rude, violento, incomodo, torpe, emocionante e demais adjetivos hiperbólicos que geralmente usamos para descrever algo que é muito bom.
Olha, essa foi uma resenha muito difícil de fazer. Isso porque Titane é um filme muito bom e muito imprevisível então realmente não vale a pena descrever o que acontece. O choque é parte vital da experiência. Assiste o trailer. Assistiu? Não, sério. Assiste. Olha, vou acreditar que você assistiu. Show. Agora lê essa sinopse: "Titane é um filme de 2021 do estilo thriller de horror corporeo escrito e dirigido Julia Ducornau. Estrela Agathe Rousselle como uma serial killler que engravida depois de fazer sexo com um carro." Digeriu a dissonancia entre essas duas coisa? Então, tanto o trailer quanto o resuminho estão certos, mas não descrevem a totalidade do que é esse filme. Isso porque felizmente, escondem jogo, descrevendo apenas o primeiro ato.
São muitos conceitos trabalhados de maneira sólida em uma colcha de retralhos que pode ser resumida porcamente como um debate sobre identidade, sexualidade, masculino/feminino, amor, família, aceitação e desilusão (que se parar para pensar também descreve o primeiro filme da Ducournau). Isso tudo em um filme que supostamente é de terror. Definitivamente não é. Gênero é um jeito preguiçoso de enfiar uma ideia em uma gaveta para poder vender para um público alvo. Quando uma obra é tridimensional ou profunda demais para caber numa dessas gavetas fica todo mundo confuso, se agarrando a elementos específicos para poder descobrir como classificar a obra. É o caso. Não digo que não seja um filme chocante. É. A parte do horror corporeo está lá, mas não define o filme. Digamos que seja uma parte filme de terror e duas partes drama familiar delirante sobre uma mina que mata gente e faz sexo com carros. E é o melhor filme do ano.
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Prisoners of Ghostland
Never go full Nicolas Cage, unless you are in a indie japanese movie
Aparentemente existe uma escola de audiovisual japonesa fundamentada em narrativas esquisitas, visuais provocativos e muita doidera. Digo isso porque não é possivel que caras como Takashi Miike, Goichi Suda (Suda51) e Sion Sono sejam todos produtos do acaso. A outra possibilidade é que não seja exatamente uma escola, mas uma linhagem. Um dia desses assisti um video no youtube sobre como os autores japoneses referenciam acintosamente suas fontes de inspiração porque essa é a forma tradicional de validar o seu trabalho: mostrando quais são suas referências. De qualquer maneira, a esquisitice rola solta nos trabalhos desses três (e mais outros). Mas falemos de Prisoners of Ghostland.
O trailer não foi o suficiente para me preparar ao que ia acontecer ao longo de uma hora e quarenta minutos de um faroeste samurai pós-apocaliptico. E isso é uma descrição bem preguiçosa do que é o filme. O visual é ostensivamente cenográfico, sem nenhum compromisso com o realismo; o que é um choque para nossos olhos ocidentais viciados em realidade. As cores são vibrantes, os cenários reduzidíssimos, as indumentárias caricatas. As atuações são estriônicas beirando a canastrice, coroadas por um Nick Cage completamente fora de controle e esbugalhando seus olhos como nunca. Os temas circulam entre o medo da mudança, fantasmas do passado e fim dos tempos. Isso em meio a uma narrativa básica do mercenário que tem de resgatar a princesa fugitiva e acaba se juntando aos rebeldes para derrubar o governante despota. É muita coisa para espremer em 100 minutos.
A parte boa é que tudo está a serviço de uma coerencia, que se alienígena, ainda assim é coesa. Todos os exageros encaixam uns nos outros, a teatralidade visual casa com o exagero das atuações e soma a narrativa, que se em parte é objetiva, também se pretende muito mais e ao mesmo tempo não tem compromisso de ser nada além de uma historinha de aventura. Um filme ousado, sem meias palavras e que não toma prisioneiros. Uma experiência única. Não sei dizer se achei bom, mas todo mundo devia assistir de peito aberto, porque não é todo dia que alguém faz um troço honesto que passa pela tesoura da edição.
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Censor (2021)
Deep cuts
Esse filme é uma carta de amor aos VHS de terror fuleiros da década de 80 oriundos da popularizão das cameras baratas e do uso domestico de fitas de video. Mas em vez de ir na direção do bonde da saudade, citando filmes e navegando por referências onanistas para os entendidos, aqui alguém decidiu que queria contar uma história primeiro, homenagear uma época depois. A história é sobre uma censora, pessoa responsável por, bem... censurar conteúdo considerado inapropriado. O contexto histórico é que na inglaterra de 1980 rolou uma caça as bruxas onde os filmecos de terror eram taxados como perversores da juventude (como quase toda nova mídia é sempre acusada), gerando degradação moral e ignomias afins. Todo mundo precisa de um diabo para culpar por ser um péssimo pai. Ou vai ver é só o meu.
De qualquer maneira, o filme bota uma pimenta: a nossa censora tem traumas de infância: uma irmã desaparecida de maneira inexplicada e uma muito conveniente amnêsia. Sua (não tão aparente) sanidade pode ou não ter sido abalada por esse trauma e estar sendo ainda mais afetada (ou não) pelos filmes que assiste no seu trabalho de bastião moral do passatempo alheio. O resultado é que isso faz ela ficar obcecada com uma atriz de um dos filmecos, que ela jura ser sua irmão desaparecidade. A partir daí é uma jornada rumo a perda de conexão com a realidade.
O filme é lento, meticuloso até. A trama parece ser e andar muito pouco até a hora que acelera bruscamente e "vira" um filme de terror porcaria da década de oitenta. Isso é absolutamente proposital e funciona até a hora que não funciona mais. Sei lá, achei o final meio meh. Nada de errado mas só não deu certo para mim. Talvez tenha sido a estética que não me comove, o saudosimo que não me afeta ou a mudança aguda no ritmo que tenha incomodado. Não sei. Mesmo assim o filme perdurou e ainda lembro de fragmentos dele. Recomendo com ressalvas só para quem gosta de terror psicológico.
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Chateau de Sable (2010)
Hoje tudo é adaptação de quadrinhos
Eu assisti Old escrevi pouquissimas palavras (61) para algo que merecia ainda menos palavras (0). Ter escrito pouco não quer dizer que investiguei pouco, então, como curiosidade mata, fui fuçar opiniões alheias e descobri que esse filmeco é uma adaptação de uma Graphic Novel com arte de Frederik Peeters, que é um quadrinista que respeito. Então imediatamente depois de ver o filme, fui ler o gibi. Imediatamente mesmo, papo de 10 minutos depois.
Então. Castelo de Areia é um quadrinho mediano, e portanto milhas melhor que o filme. Uma narrativa enxuta sobre uma praia onde o tempo voa e que graças a deus não usa o plot da Big Farmaco (do qual me recuso a falar). E por ser uma narrativa focada, que não tenta explicar nada nem contextualizar a situação, ela consegue, mesmo sem maior potência, passar a mensagem: a vida é efêmera como um castelo de areia.
Sabe, mais um caso de muita malícia para pouca perícia. O conceito de uma vida que se passa em um dia como imagem para como ela passa realmente rapido é uma boa premissa. Para um conto. Para uma história curta, contada de maneira poética e reflexiva. Sei lá, algo escrito pelo Jorge Luis Borges ou desenhada em meia duzia de páginas por um quadrinista indie. Definitivamente precisava de mãos mais talentosa do que as de Pierre Oscar ou M. Night Shyamalan. Mas a vida é assim mesmo, a gente perde tempo consumindo coisas apenas passáveis, as vezes de propósito, as vezes por acidente. E não, não tem frase de efeito conclusiva dessa vez.
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Old (2021)
Um médico, uma arqueologa e um rapper se encontram em uma praia deserta...
É incrível como um filme sobre uma praia mágica onde o tempo passa muito rápido pode ser tão lento. Mas eu descobri a solução: avançar 10 minutos de filme toda vez que fiquei entediado e em vez dele durar 1 hora e quarenta durou uns 25 minutos. Foi realmente mágico.
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Star Wars: Visions
*insira o som de um sabre de luz*
Uma visão é um ponto de vista, uma opinião. Também pode ser uma interpretação ideal de algo, visionária. E pode ser entendida por fim como um delírio, um falso oasis no deserto de mediocridade que essa franquia é.
Não me entendam mal. Mentira, entendam. Eu não tenho nada contra Sta Wa, mas acho o universo terrivelmente subdesenvolvido, obsecado com os proprios chavões, aprisionado nas espectativas inanas de fãs irracionais que querem mais estrelas da morte, mais sabres de luz e mais imperador palpatine. O resultado é um conceito super vago de bem e mal (com direto a luz azul contra luz vermelha) que fazem com que o mix potencialmente rico de magia, tecnologia e meditação virar um oceano de vasta amplitude e um pires em profundidade. Dito isso. Vamos as visões, sejam elas opiniões, utopias ou devaneios.
1.The Duel: Kurosawa Jedi. Animação meio dura com algo de motion capture esquisito mas depois que acostuma funciona. Bons designs de personagens. 2. Tatooine Rhapsody: "A gente tem uma história pronta sobre uma banda e um contrato com a Disney, então bota aí que o vocalista é Jedi, inclui o Jabba e o Boba Fett que eles vão topar". 3.The Twins: Claramente feito pelo pessoal de PROMARE então aumenta o volume, estoura essas cores e bota um sabre de luz para cortar um encouraçado ao meio. Visual sobre substância que funciona para quem gosta. 4.The Village Bride: Outra história, ainda mais genérica que a da banda, bota um sabre de luz e pronto. 5.The Ninth Jedi. Gostei do ferreiro de sabres de luz, por mais não canônico que seja. Bem animado e entretem sem oferecer muita coisa. Parece um piloto de uma série e não um curta. 6.TO-B1. Astro Boy Jedi. Chato pacas. 7.The Elder. Lutinha samurai com sabre de luz e mais nada. 8.Lop.Och. Tive que abrir o video outra vez porque esqueci sobre o que era. Mau sinal. 9.Akakiri. O amor é sempre o caminho mais rápido para o lado negro pois todo mundo sabe que a espada não quer mulher. Bonito de um jeito feio, o que é sempre bom.
Salvei três de nove (1,3 e 9) o que dá 30% de rendimento e isso, no meu livro, é sucesso, especialmente falando de antologias. Custando 13 minutos por espisódio nem dá para reclamar, manda mais que eu vejo. Mas confesso que fiquei mesmo com vontade é de ver mais Love, Sex and Robots.
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The Big Hit
Terapia da Bala
Primeiro gostaria de agradecer ao Orbe, que mesmo estando em mais uma das suas licensas de duração indeterminada, está sempre presente. Isso porque The Big Hit é uma lenda da qual ouvi muito falar por anos e que mesmo parecendo interessante, nunca tinha gerado mobilização suficiente da minha parte para obter por meios menos lícitos. Cedo ou tarde tudo vai parar em algum serviço de streaming. O dia chegou e ele magicamente se materializou em um dos serviços de streaming que tenho acesso, unindo a fome com a preguiça de comer.
The Big Hit é um filmes esquisito. O trailer conta a história que eu assisti nos primeiros 20 minutos. Uma história meio chata e mal editada de assassinos incompetentes fazendo fama e fortuna explorando um assassino sinistro e meio otário. Quando eu estava prestes a pedir penico, tudo muda e o filme mergulha de cabeça no gênero comédia de erros, contando como o protago cai numa furada ao participar de um sequestro "por fora" e acaba sequestrando a filha do chefe, que acaba tendo que ficar escondida na sua casa, ao mesmo tempo que ele recebe os futuros sogros para uma visita. É ridiculo. É absurdo. É engraçado de um jeito errado. Me lembra muito Um Peixe Chamado Wanda só que com um elenco menos talentoso.
Mas não é só isso. Corre lateralmente a subtrama envolvendo o fato do protagonista ser um otário porque ele quer que todo mundo goste dele e como isso gera apenas abuso na sua vida, seja dos parça, seja da noiva, seja da amante. Todos nós(?) sabemos que é inviável agradar todo mundo, ou deveriamos saber. Esse elemento, que é pivotal para a história não é explicado, é apenas algo que existe para justificar praticamente todas as situações. Ele vive dividido entre a amante abusiva que só quer arrancar o dinheiro dele e a noiva supostamente gentil que também só está atrás do dinheiro dele. Ele sabe disso mas não consegue negar os desejos de nenhuma delas porque ele quer ser amado por todas as mulheres gatas em cena, o que inclui a novinha sequestrada (oh no). É muito pano para manga, coisa para desenvolver pelo drama, mas aqui foi pela comédia. Uma boa comédia. Absurda. Datada. Escorregando feio em um sem número de questões envolvendo machismo, recismo e consensualidade que hoje dariam cancelamento na certa. Tem que ser vista como um objeto do seu tempo.
O único senão é que não tem arco. O nosso protagonista que não sabe dizer não continua igual até o fim. Ele se livra de duas mulheres abusadoras meio que obra do destino, só para se amarrar na novinha que sequestrou. A filha de um ricaço magnata do crime. Nada pode ficar melhor para nosso heroi que não consegue dizer não do que se amarrar com uma meninota que sempre teve tudo o que desejou em um estalar de dedos. Porque se tem uma coisa que ele, um sequestrador, gosta, é de ser sequestrado emocionalmente. Oh no.
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Ojing-eo Geim | Round 6
Brincadeira de criança sempre foi treino para vida adulta
Drama Sul Coreano que poderia literalmente traduz para "O jogo da Lula", mas obviamente acarretaria em acusações de partidarismo globalista esquerdopata. Então para não arriscar de ofender ningém com sua crítica ao sistema competitivo capitalista, virou Round 6. Um nome sem alma, decorrente de medo e covardia dos tradutores. Não sem razão, mas ainda assim, podia ter rolado um nome mais inspirado, sei lá, Jogos Mortais. Não, pera. Jogos Vorazes. Não. Jogador Número 1. Urg. Deixa pra lá.
O lance aqui é mais um Battle Royale, dessa vez com tons de Castelo de Takeshi, ou para nós plebeus boomers, Olimpíadas do Faustão; para os plebeus gen Z, Fall Guys. Um grupo de pessoas com dívidas gigantescas assina um documento onde abre mão da sua integridade corporal (aparentemente isso existe) e são abordados por um cara que troca tapa na cara por dinheiro. Aí eles ganham um cartão com um telefone sob a vaga promessa de ganhar ainda mais dinheiro. O telefone é a inscrição em uma competição, onde todos os eliminados são, bem... eliminados da vida.
Assisti a série em poucos dias engajado com o drama onde um jogo mortal de eliminação serve para representar a vida como ela é: um jogo mortal de eliminação onde a recompensa pela sua selvageria é a sobrevivência e um montante crescente de verba. Não sei se a vida é só isso, mas tentam convencer a gente que é 25 horas por dia. Eu, que vivo de farelo e do prazer de escrever resenhas, me identifiquei com as agruras de quem não tem mais nada a perder a não ser a vida, a dignidade e a humanidade. Nada que valha muito.
O problema é que lá pelas tantas essa imagem vai ficando turva e entra em cena uns ricaços que gostam de apostar nas pessoas como quem aposta em cavalos. Com a diferença de que os cavalos são sacrificados quando perdem. Supostamente é parte da mensagem, mas quebra um pouco a crítica sistêmica para botar só na conta da crueldade particular de alguns poucos indivíduos pertencentes aos 1%. Eu me desengajei e parei de fazer vista grossa para o plot ralo e soluções falsamente dramáticas onde todo mundo que importa para a história se salva no último segundo.
Acaba sem acabar com o protagonista abrindo mão das promessas paternas que fez para correr atrás de uma organização secreta e ultra poderosa. Porque? Para provar que é viril. Suponho que é isso que os homens de verdade fazem: abandonam suas responsabilidades usando como justificativa objetivos falaciosos inalcansáveis. Urg. Mais alguém deu gatilho só de ler essa frase, ou fui só eu?
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Tenshi no Tamago
Não dá para fazer uma omelete de depressão sem quebrar um ovo da esperança
Anime de arte das antigas, um dos intocaveis, se não gostar é plebeu. Como eu sou elite, culto, letrado, pós-graduado e o mais humilde de todos os indivíduos que pisou nesse planeta, eu gostei, mas não porque mandaram eu gostar, claro que não. Eu gostei porque tinham me prometido a linhagem de onde Dark Souls teria nascido e Tenshi no Tamago é exatamente isso.
Tem o dedo artístico do Yoshitaka Amano, famoso por fazer longos cabelos desgrenhados e por um monte de outras coisas, com as artes dos Final Fantasy velhos. Isso dá ao longa um que de gótico steam-punk meio tecnoorgânico que é muito a cara dos anos 80 (o filme é de 1985) aliado aos ares melancôlicos que o traço de Amano carrega estilisticamente. A animação tem o peso de um troço feito a mão, sendo tudo meio irregular de um jeito vivo. A ambientação é sombria e desbotada mesmo sendo rica em detalhes e texturas. Não sei dizer se funciona perfeitamente, mas é muito interessante.
A história é contada quase que só visualmente, com uso pontual de dialogos breve e pouco explicativos, voltados muito mais para a divagação do que elaboração. Completa isso com uma carga forte de metáforas visuais: uma menina carrega um ovo fossilizado enquanto anda por uma cidade onde pescadores perseguem as sombras de peixes que não estão mais lá. É sobre inocência, esperança e desilusão. E como a maturidade vem junto da perda dessas coisas, seja isso bom ou ruim. Fica ao gosto do freguês. A mensagem carrega uma conclusão deprimente e um pouco falsa, mas dá para ver como os autores acreditavam no que estavam dizendo, então mesmo sendo uma visão enganada ela é honesta. E quando falamos de arte é tudo que precisa ser.
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Doom Patrol (2019 - )
Broke Patrol
A Patrulha do Destino é uma HQ fuleira, sobre um bando de supers fuleiros, vivendo aventuras esquisitas baixa renda. A série de TV é exatamente isso e tem plena consciência das suas seríssimas restrições orçamentárias. Tudo isso é bom. Na verdade é excelente, porque quando falta dinheiro só resta contar uma história. Infelizmente ela não tenta ser visualmente ousada como Legião, então é só baixa renda mesmo. Rola CGI constrangedora, no olho prostético torto do ciborgue, na economia de cenários... é maravilhoso sendo péssimo. Porque? Porque os produtores entenderam a máxima de que precisavam trabalhar com o que tinha e que luzes brilhantes não iam salvar essa náu. Então abusa das dinâmicas de elenco e usando o mínimo possível de ação.
O resultado é uma história sobre gente física e mentalmente degradada batendo boca em uma mansão, tipo Keep up With the Kardashians. Problemas pesados de autoimagem, (des)controle de raiva, comportamento autodestrutivo, apatia, depressão, uso de drogas como escapismo, alienação, trauma e imortalidade. Essa última parte tem uma razão de ser e precisa de um pouco de boa vontade para descer, mas quem aceita as caozadas de Flash pode aceitas essas. O elenco esté a vontade e parece ciete do buraco onde se enfiou. Mesmo assim o resultado é irregular, com vilões são meio fuleiros e tramas inseguras, resultando em alguns episódios chatos, outros de maravilhosa doidera e alguns acidentalmente engraçados de tão constrangedores financeiramente. É uma caixinha de surpresas e eu recomendo, porque surpresa e série de super-heroi é algo raro de encontrar andando junto.
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PS: O único senão é que alguém levou a sério a pandemia e a segunda temporada ficou sem final. Vamos ver como isso vai ser remedidado daqui a três dias quando sair a terceira temporada.
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Pig (2021)
Ratatuille da depressão
Comida e o sentido da vida são temas que não costumam ser associados. Isso se dá porque a maioria das pessoas percebe comida como o mero sustento para as carcaças que são por consequencia receptáculos para nosso cérebro ou alma. É muita inaninação. Nós somos nossos corpos. Somos. Corpos. Portanto a sensorialidade não pode nem deve ser menosprezada. Comida é literalmente a fonte da vida e não devia ser tratada como gasolina que se coloca em uma máquina. Então, perceber alimento como algo transcendental não é nada mais do que o correto, o justo e o apropriado. E quem discordar é clubista.
Pig é um filme esquisito sobre a transcedência da comida. Ao mesmo tempo que é sobre perdão, o peso do passado e o tormento dos legados não requisitados. É sobre como precisamos seguir em frente e de certa forma, sobre desapego. Comida é algo que só pode ser apreciado na sua destruição e portanto carrega um signo trágico em si. É o prazer através aniquilação, onde tudo que resta no fim, é o (prato) vazio. A fonte da vida resulta no vazio mortal. Eros e Thanatos. Mas isso sou eu. Um tijolo que gosta de comida. E olha que eu nem tenho boca.
O filme é estrelado por um Nicholas Cage que está a fim de atuar, algo raro de ver; e có-estrelado por Alex Wolff, o garoto triste de Hereditary. Ambos estão muito bem. O ritmo é contemplativo ao mesmo tempo que a trama pula de evento em evento, movendo a pergunta "cade meu porco" um pouco adiante. É uma história objetiva, sem rodeios, seca, delicada e surpreendentemente empática. O amor vence, mas isso não quer dizer que tenha final feliz, o que é uma mensagem e tanto. O que importa é como e porque você faz as coisas e não o resultado que se obtem.
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Control
FBC, MIB, BPRD, RIPD...
Control é um jogo bom que não fica maravilhoso por pequenos escorregões. Mas vamos com calma. O jogo começa com a protagonista entrando no prédio do FBC (Departamente Federal de Controle) e a partir daí ela encontra um trabuco mágico que muda de forma e começa a investigar o prédio. Porque? Porque "eles" sabem o paradeiro do seu imão perdido. Ah sim, o tal FBC é um orgão de controle secreto responsável por lidar com atividades sobrenaturais, então deu para ver por onde a coisa vai. Ou talvez não.
Ao longo de videos, audios e textos, o jogo apresenta o conceito de objetos de poder e locais de poder, que são basicamente uma explicação para magia. Excalibur? Objeto de poder. Trabuco metamorfo? Idem. Camelot? Local de poder. Prédio do FBC? idem. É de longe o conceito que mais gostei dentro de toda a doideira balbuciada por esse jogo. Eles explicam como esses objetos (muitas vezes mundanos) são portas de acesso ao plano astral e é daí que vem o seu poder. Eles sempre são moldados pelo imaginário coletivo, o que explica a atualização que o jogo faz, apresentando objetos de poder como patinhos de borracha, cavalos de madeira, televisões e geladeiras. Claro que isso também é uma forma de apresentar upgrades organicamente inseridos ao universo narrativo, cada objeto é um power up. Já os locais de poder tem natureza flúida e podem mudar de forma ou conectar locais distantes no tempo e no espaço. Eu poderia falar muito mais sobre isso. Diabos, eu queria que eles falassem mais sobre isso.
Aí tem a série de TV Threshold Kids, que funciona como uma metanarrativa para os grandes segredos que a trama esconde. É um teatro de fantroches onde as personagens são a protagonista, seu irmão e o diretor. O tom é terror "rir para não chorar". Vale a pena reassistir depois de terminar o joguete. Também tem os videos do Dr.Darling, mas esses não são tão interessantes. Isso é epenas um dos muitos recursos que o jogo usa para criar envolvimento, usando também muito bem ambientação, música e iluminação, criando um mundo interconectado e que faz sentido. E estamos falando de um prédio que muda de forma e existe parcialmente fora das leis naturais de tempo e espaço. A (segunda) nota de destaque é arquitetura brutalista, que foi uma excelente escolha de forma=conteúdo para esse espaço opressivo e misterioso, dando um aspecto monolítico para um lugar em constante mudança.
O sistema de combate é eficaz mas comete deslizes. Primeiro é a fragilidade da protagonista. Você fica aumentado a sua vida só para não morrer com um tiro só, mas ao menos isso é compensado pela igual fragilidade dos oponetes (telecinésia fdw). O segundo problema, que vai de encontro ao primeiro é o sistema de cura chupado de DOOM (2016). Todo inimigo solta no chão umas lascas azuis de cura e você precisa chegar perto para recuperar vida. Mas sendo um jogo de tiro em terceira pessoa com poucos recursos de combate a curta distância chegar perto pode ser um problema, especialmente quando tem uma horda de oponentes spawnando sem parar. Então as vezes você toma um ataque que te deixa com 5% de vida e precisa correr em direção as lascas azuis da alegria, mas não adianta muito se não encher a vida toda, porque o próximo ataque vai te tirar os mesmos 95% de vida. Não chega a ser terrivel, mas me causou irritação genuina e quase larguei o jogo por causa disso. Optei por abrir mão de algumas sidequests (a dos monstros mofados com seus ataques silenciosos semi-teleguiados) e seguir em frente.
A história de Control é rocambolesca e meio sem sentido se você olhar para os detalhes. O geralzão é honesto, mas a doidera não é doida o bastante. O maior demérito da trama é que a Jean Grey, Jessie é meio chatinha, e não dá vontade de torcer por ela. Felizmente tudo que acontece ao redor disso é muito bom. Ou seja, o nucleo narrativo é fraco, mas o universo onde a história acontece é bom. Eu recomendo jogar aos poucos para fruir a incrível ambientação calmamente ao mesmo tempo que descansa a cabeça dos combates mais irritantes e comentários expositivos da protagonista. É meio como Alan Wake, que é da mesma empresa e tem o mesmo roteirista. Humn...
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Vigil: The Longest Night
Não confiem em professores ou doutores, confie em vigilantes armados
Mais um metroidvania, ou soulsvania, ou chame como quiser. Mais um. Eu vou jogar todos e se reclamar rejogo todos (outra vez). Esse não é dos melhores mas também não é dos piores. Meio de prateleira. Algo que você experimenta e lembra com certo descaso sem conseguir precisar os detalhes. De digno de nota fica o cenário, sombrio e feio de um jeito simpático. Muito troço para fuçar, arvore de skills para ir upando de conta gotas e um monte de armas todas ligeiramente diferentes umas das outras. Mas não o bastante. Nem a fuçação (a gramática permite uma palavra com duas cedilhas?), nem os skills, nem as armas. Falta... algo.
Faltou um pouco de ousadia que permitisse criar situações meio loucas e memoráveis. A única que lembro é de pegar o skill que ressussita só para me jogar em um buraco que mata pela altura da queda e poder fuçar o que tinha lá dentro. O problema talvez seja que tudo é fácil demais e sem risco, o que é ruim para um jogo desse tipo. Isso fica particulamente destacado nos chefes, que são legais conceitualmente, mas não impões respeito por serem previsíveis e baterem fofo. Ou vai ver o build das facas combinado com magia seja quebrado (a magia das pombas é definitivamente quebrada). No fim de conta o problem é que parecia ser o mais diverito do que realmente é, e provavelmente a culpa disso é ser fácil demais. Passar aperto valoriza algumas formas de diversão. Os BDSM que o digam.
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The Green Knight (2021)
Jornada de maturidade é dureza
Gwain e o Cavaleiro Verde é minha crônica arthuriana preferida. A história é sobre um cavaleiro sobrenatural que propõe o desafio de revidar um golpe só depois dele ter recebido exatamente o mesmo golpe. O lance é que Gwain se acha malandro da lapa e decepa a cabeça do cara. E aí o verdão levanta, cata a cabeça no chão e diz desafiador "em um ano você vai até a capela tal no lugar tal e vai ser a minha vez de decepar a sua cabeça". Então Gwain que é um garganta do cacete subitamente se vê obrigado a decidir entre cumprir seu juramento de cavaleiro e morrer como honra, ou sobreviver como um covarde desonrado. Pior, viver como um garoto incapaz de amadurecer e assumir responsabilidade. Em resumo, é um coming of age merafórico.
A adaptação para filme é excelente e captura perfeitamente o conceito. Patel tá excelente como sempre, Alicia Vikander (a nova Lara Croft) está irreconhecível, e isso é uma coisa boa. O elenco de apoio tá redondo e a parte realmente maravilhosa é que e nada é explicado. Olha é uma crônica arturiana e tem Excalibur, Rei Arthur, Gwinever, Morgana, Merlin... mas não é dito um nome sequer. Porque? Porque todas essas referências ofuscariam o que realmente importa, que a Gwain, um cavaleiro pouco conhecido e colocariam a espectativa por mair tempo de tela na dianteira do que realmente importa: a história aqui contada. Nesses tempos onde tudo é referências e cameos é algo refrescante.
Se metade do trabalho é elenco a outra metade é locação e fotografia.County Tipperary na Irlanda é um local magnífico de um jeito seco, soturno e sobrenatural... O dedo do diretor pesa (David Lowery de A Ghost Story) e suas escolhas visuais oniricas estão presentes. É um filme mágico e misterioso. Não é uma trama de aventura ou ação, é uma jornada de descobrimento, medo e delírio em Camelot. Fica a recomendação mas a ressalva de que é um filme onde coragem não quer dizer o que costumamos entender como tal.
É engraçado pensar como o componente de terror que acompanha essa história é uma das razões deu gostar tanto dela. Levei uma vida inteira para descobrir que horror é meu gênero preferido, especialmente quando infecta outros gêneros. Ser um medroso cagão deve ter atrapalhado um pouco nessa jornada de abraçar a perspectiva da vida como um lugar aterrador. Ou talvez seja a exata razão para isso ter acontecido. Humn. Talvez essa tenha sido a minha jornada de maturidade. Perder a cabeça nem foi tão ruim assim.
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