as coisas têm peso massa, volume, tamanho,
tempo, forma, cor, posição, textura, duração,
densidade, cheiro, valor, consistência, profundidade,
contorno, temperatura, função, aparência, preço,
destino, idade, sentido. as coisas não têm paz.
As coisas, Arnaldo Antunes
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" O silêncio
Foi a primeira coisa que existiu
Um silêncio que ninguém ouviu
Astro pelo céu em movimento
E o som do gelo derretendo
O barulho do cabelo em crescimento
E a música do vento
E a matéria em decomposição
A barriga digerindo o pão
Explosão de semente sob o chão
Diamante nascendo do carvão
Homem pedra planta bicho flor
Luz elétrica tevê computador
Batedeira, liquidificador
Vamos ouvir esse silêncio meu amor "
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Não sai porque
Tem tanto e-mail pra responder
Não vê ninguém
E sempre tem trabalho também
Um dia a mais
Pra ele tanto faz
Sair pra quê?
Prefere só ligar a tv
Jornal pra ler
E aquele amor, melhor esquecer
Um mês a mais tanto faz
Dorme em paz
Se a noite passar
Se o sol brilhar, tanto faz
Se o tempo ir, se o mundo acabar
Se o céu cair
Se o mar se erguer num tsunami
Um terremoto só pra ele acordar
Ah ah ah
Ah ah, ah ah ah
Ah ah ah, acordar
Ah ah
Não sai? Por quê?
Tem tantas coisas pra resolver
Não vê ninguém
Mas sempre diz que tá tudo bem
Tudo bem, tudo bem
Tudo bem, está tudo bem
Tudo bem, tudo bem
Tudo bem
Arnaldo Antunes – Tudo bem, tanto faz
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"Se o pensamento duvidar todos os meus poros vão dizer"
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Lágrimas ao Mar
Pode ser pra toda vida
Mas também pode acabar
Numa triste despedida
Ou talvez deva durar
Para sempre, minha amiga
Aconteça o que for
Apesar de tanta briga
Terá sempre o meu amor
Terá pra sempre o meu amor
Sem duvidar
Lágrimas no mar
É verdade, não duvide
Tudo deve ficar bem
Pois o mar que nos divide
Pode nos unir também
Fora desse precipício
Tem um mundo ao seu redor
Todo fim é um início
Nunca pense no pior
Não pense nunca no pior
Quando chorar
Lágrimas no mar
A onda, a correnteza, o céu
Areia, a lua cheia, o sol
Nascendo, o vento, a boca, o sal
O mar lambendo a pele, o mel
A água, a água, a água, a água
O dia clareou
Como um beijo que demora
Para o lábio se lembrar
Como água que evapora
Pra voltar a garoar
Terá sempre essa amizade
E inteiro o meu amor
Sem prever a validade
Sem cobrança, nem favor
Terá pra sempre o meu amor
Sem duvidar
Lágrimas no mar
A onda, a correnteza, o céu
Areia, a lua cheia, o sol
Nascendo, o vento, a boca, o sal
O mar lambendo a pele, o mel
A água, a água, a água, a água
O dia clareou
Arnaldo Antunes / Pedro Baby / João Moreira / Marcia Xavier, 2021
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o mar tem voz.
a voz é o ouvido do mar.
uma a
uma, ondas,
sua fala se des-
faz, o mar,
o mar faz
calar
é impossível mentir para o mar.
O mar, Arnaldo Antunes
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As gratas surpresas de Roberta Campos
As gratas surpresas de Roberta Campos
A cantora e compositora Roberta Campos. Fotosca: Zema Ribeiro
“Casinha branca” foi a segunda música cantada por Roberta Campos no show de ontem (8), no Teatro João do Vale (Praia Grande), em São Luís. Era a segunda apresentação da cantora mineira na capital maranhense, em sua primeira viagem até aqui.
O compositor Gilson (parceiro de Joram no hit) é pouco falado, mas tem parcerias com Carlos…
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NOS Primavera Sound 2022 - Dia 2
E ao segundo dia, a boa pop saltitante de Beck e o icónico regresso dos Pavement. Mas houve mais: tirámos o chapéu a King Krule e fizemos a devida vénia aos Montanhas Azuis.
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O seu olhar lá fora
O seu olhar no céu
O seu olhar demora
O seu olhar no meu
(Arnaldo Antunes e Paulo Tatit)
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A vida fora da autografia.
A vida fora da biografia.
A vida fora da caligrafia.
A vida fora da discografia.
A vida fora da etnografia.
A vida fora da fotografia.
A vida fora da geografia.
A vida fora da holografia.
A vida fora da iconografia.
A vida fora da logografia.
A vida fora da monografia.
A vida fora da nomografia.
A vida fora da ortografia.
A vida fora da pornografia.
A vida fora da quirografia.
A vida fora da radiografia.
A vida fora da serigrafia.
A vida fora da telegrafia.
A vida fora da urografia.
A vida fora da videografia.
A vida fora da xilografia.
A vida fora da zoografia.
– A vida inde.
Arnaldo Antunes (Poema Poesia)
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