Tumgik
#El Cor Canta
imninahchan · 21 days
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𓂃 ഒ ָ࣪ ⌜ swann arlaud headcannons ⌝ ⸙. ↷
⠀⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ↳ sfw + nsfw.
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[✰] Paris se torna a sua segunda casa, não tem como. No começo, é um encanto pros olhos, é a cidade das luzes, do amor, mas depois você fala nossa nem é grandes coisas assim, que cheiro ruim, que pessoas chatas, e ele fica putinho que você não está mais apaixonada pelo aesthetics dele. O mais engraçado é que mesmo morando nem tão longe assim do maior ponto turístico da cidade, vocês nunca foram na torre eiffel. Dá na semana de voltar pro Brasil que resolvem visitar tudo que não visitaram, um jantarzinho superfaturado no Le Jules Verne, depois ficar apreciando a vista no deck. Ele envolve a sua cintura, deixa um beijo no seu pescoço, você vai sentir falta daqui, bijou;
[✰] Mas a verdade é que quando vocês voltam pro Brasil, é ele que se esquece que um dia foi francês. Se adapta melhor do que você esperava, estava a viagem inteira ouvindo podcast de professor de pt br enquanto você dormia, e chega falando no sotaque mais fofo trouxe ela sã e salva quando aperta a mão do seu pai. Só fale com ele em pt br daqui pra frente, já vai tirar o cpf dele e virar um mineirinho que come pão de queijo com café quente antes do sol esfriar. O francês vira a língua de comunicação secreta entre vocês, cochichando pra explicar direito as fofocas pra ele compreender e ficar chocado passado;
[✰] E por falar em francês, se você estiver trabalhando na sua fluência, no começo ele prefere que você busque um professor mesmo, ah, eu não sei ensinar, não, ele faz manha, nega. Mas depois te ajuda a fazer os exercícios, todo paciente. Coloca os óculos redondinhos e fica com uma gramática na mão te cobrando um ditado. Mas sempre foge do assunto dos textos do livro, quer aprender uma palavra feia, quer?, te ensina tudo que não se deve dizer no dia a dia pras pessoas e, claro, seu vocabulário pra sexo é o mais abundante;
[✰] Por mais que adore o Brasil e a sua língua e cultura, não abre mão de uma dirty talk em francês. Na verdade, se pega conversando em francês contigo mesmo sem perceber, embora você, por vezes, até responda em português. E é sexy, sem dúvida, como o tom de voz dele é mais rouco, sedutor, na língua materna. Você sabe que ele está dizendo a coisa mais suja do mundo, mas a entonação francesa deixa tudo como se fosse um elogio, sem falar no sorrisinho de bom moço que ele ostenta;
[✰] Grande apreciador da cultura brasileira — de tudo no Brasil, na verdade. Se te vê com síndrome de vira-lata, é o primeiro a te fazer questionar. Adora os clássicos regionalistas, de Jorge Amado, José de Alencar, Guimarães Rosa, porque o faz imergir nessa fantasia brasileira tão diferente do que ele tá acostumado; decora algumas frases de cor de Gabriela, Cravo e Canela e recita pra ti — O amor não se prova, nem se mede. É como Gabriela. Existe, isso basta. Mas também aprecia outros momentos da nossa literatura. Leitor assíduo de livros de poesia modernista☝️
[✰] Na música, vai se apaixonar na primeira nota se você colocar eu amo você do tim maia pra tocar. Quando aprende a letra, canta olhando nos seus olhos eu amo você, menina, eu amo você. Mas, no geral, não vai ter um ritmo br que ele não aprecie. É daqueles que vai dar maior palestrinha em gente chata que gosta de menosprezar a música atual pra dizer que não se faz talento como antigamente;
[✰] É um Homem que dança, mesmo que não seja o maior pé de valsa (a gnt já viu ele todo desengonçado fazendo caras e bocas no after do oscar). Jamais vai ser aquele cara chato que só fica no cantinho com um copo na mão te pedindo pra ir embora. Nas reuniões de família, se você descuidar, ele vai estar dançando forró até com as suas vizinhas viúvas;
[✰] Apesar de Homem, é péssimo para trabalhos braçais e derivados. Precisa de ajuda pra montar aquela sua cômoda que comprou pela internet? Não chama ele, mas se chamou, ele vai. Fica meia hora sentado com o manual nas mãos, ajustando os óculos no nariz e relendo em voz alta os comandos e, se bobear, vão ficar o dia inteiro assim. Mas no final dá tudo certo — mesmo que sobre um ou dois parafusos quando claramente não era pra sobrar;
[✰] Tio do zap de vez em quando. Gosta de mandar áudio dizendo que tá com saudades, falando coisas bonitinhas em francês. Você mandou uma figurinha de meme pra ele, e agora criou um monstro porque ele só sabe se comunicar com essa figurinha, mesmo que não faça sentido nenhum no contexto da conversa;
[✰] Seu parceiro de passeata política e palestras. Literalmente já tiveram um encontro depois de uma manifestação. Ele aprende umas militâncias contigo e passa a palavra pra frente, militando em cima de todo mundo. Imagina ele te fodendo enquanto você usa aquela camisa do che guevara dele MEU SONHO DE CONSUMO;
[✰] Grande apreciador se ficar em casa sem roupa. No máximo, só um calção e pantufas, e te encoraja a ficar com o mínimo também. Meu deus, que sorte a minha, murmura, todo sorridente, vendo você passar nua pela sala, feito bobo. E o melhor é que, embora com a nudez, a intimidade entre vocês é tamanha que nunca leva ao sexo. Tomam banho junto, leem livros juntos, assistem tv com a mão dele dentro da sua blusa, massageando o seu seio, e é só reconfortante. Cotidiano;
[✰] A linguagem do amor dele varia conforme o que você necessita. Se está mais manhosa, carente, ele vai ser mais do toque físico, de não querer sair de pertinho. Mas se estiver mais distante, mais na irritação do ‘não me toque’, ele vai ser mais dos atos de serviços, de querer ser prestativo, te mostrar que se importa através dos gestos, de te lembrar de não esquecer dos compromissos, de te esperar em casa com um jantarzinho pronto mesmo que tenha que penar na cozinha sozinho. Agora, as palavras de afirmação nunca deixam de estar presente. Se tem uma coisa que ele mais gosta de fazer é deixar bem claro que te ama;
[✰] A sua opinião conta muito pra ele. Costuma compartilhar os roteiros que recebe pra que você dê uma olhada também. Quando está trabalho na direção de algum projeto, te leva nas gravações pra você ver ele dirigindo. Te deixa operar a câmera e tudo. Amor, quer que eu corte o cabelo?, te pergunta antes de cogitar ir no barbeiro, é que você gosta de ter algo pra puxar quando eu tô te fodendo, né? A mesma coisa com a barba, principalmente depois que você ficou tristinha porque ele raspou o bigode de puto, perdão, mon ange, perdão, je suis désolé!
[✰] Diz que não, mas adora quando você assiste os filmes dele. Fica igual um pimentão se você elogia o talento ou a aparência. Daqueles que derrete com elogios, que esconde o rosto, ou morde o seu ombro pra você ‘parar’. Fique com ciúmes das cenas românticas dele, e ele vai nas nuvens. Em contrapartida, não sente ciúmes nenhum de ti, é confiante de um jeito que o torna cinquenta vezes mais charmoso;
[✰] Você é a rainha dele, literalmente. Ele diz isso pra quem quiser ouvir. É a sua vontade que vai prevalecer no final, por mais que discutam, ele sempre é o primeiro a abrir mão. Definitivamente, alguém que diz ‘grande amor’ e ‘alma gêmea’ pra se referir à parceira. No entanto, te dá um apelidinho em francês pra implicar quando você tá mandona ou estressadinha. Cura seu estresse com um abraço por trás, um cheiro no pescoço, a voz mansinha dizendo ah, não faz assim, meu amor...
[✰] A gente já viu o jeito orgulhoso que ele olhou pra Sandra no oscar né? Os mesmos olhinhos cheios, brilhando, acompanhados de um sorrisinho em linha, sem mostrar os dentes, toda vez que falam sobre você, ou que está te observando. Ao ponto das pessoas comentarem ele te olha com um olhar apaixonado. E fica vermelho, é timidozinho quando está na frente dos outros, fica bobo quando se trata de você;
[✰] E esse tratamento rainha é usado na cama também, claro. Ele é do tipo que ‘adora’, no sentido de cultuar mesmo. Você é a maior referência feminina na vida dele agora, o seu corpo é um altar, é sagrado, ele é um mero vassalo. Não se cansa de dizer o quanto é perfeita aos olhos dele, até nas coisas em que você tem insegurança. Sabe de cada pintinha que você tem na pele, cada marquinha. Você senta no colo dele depois de um dia cheio, e ele tira os seus brincos, os seus sapatos, te pergunta como foi o dia. Se quiser, vai massagear seus pés enquanto beija a pele, sorrindo ainda;
[✰] Uma energia de subzinho que meu deus... É um grande preguiçoso, na verdade. Gosta de deixar as rédeas na sua mão, que você esteja por cima, que você diga o que quer e dite o ritmo, porém, porque gosta de agradar, pode brincar direitinho com as suas fantasias, realizando cada uma. Ama quando você pega no cabelo dele, quando senta na cara dele. O maior amante de oral do mundo, realmente ficaria horas com a boca entre as suas pernas, até a mandíbula ficar dormente;
[✰] E não é que seja, de fato, total submisso, é que acha graça no jeito que você quer mandar nele e depois fica toda bobinha. Então, vai continuar aceitando de submeter pra te assistir assim o máximo que puder. É alguém que demonstra dominância como se não fosse nada, dando um tapinha tão levinho na sua bochecha, na bunda, só pra implicar, chamando de putinha, petit salope, enquanto sorri, feito não tivesse feito nada. Que te puxa pra um beijo com a mão no seu pescoço ou na sua mandíbula, mesmo que pra um selinho cotidiano;
[✰] Nem liga tanto assim pra penetração, vocês costumam transar mais em outras alternativas. Às vezes, é mais gostoso pra ele ficar numa sessão de beijinhos molhadinhos e um masturbando o outro. Já manchou a cueca todinha se esfregando no meio das suas pernas, como se estivesse estocando; e o abdômen cheio de porra depois de te ter deslizando a buceta por cima do pau dele, duro, estirado na virilha;
[✰] Mamífero. Mamador de peitos. Petista, ama peitos. Te faz gozar só de chupar e massagear seus seios;
[✰] Um grande experimentalista — possivelmente o maior ‘fetiche’ dele. Lê ou ouve sobre algo diferente pra fazer entre quatro paredes e te pergunta na hora se quer tentar também. Já disse, topa qualquer coisa que você quiser na cama. É melhor fazer e se arrepender do que passar vontade, é o lema dele. O tipo de homem que fala que sexo é arte, e eu não preciso dizer mais nada, né???
[✰] Vou jogar aqui hein: cuckold;
[✰] Comemorar o aniversário de relacionamento no Crazy Horse em Paris, ou num show de Magic Mike. Você que manda🙌
[✰] Sexo. Literatura. Amor. Cinema. É isso. É só isso que ele precisa;
[✰] Não é grande fã de breeding, mas gosta de fazer uma bagunça com a porra, com saliva também. Pai de casal; primeiro um menino, depois uma menina. E o maior pai babão de menina;
[✰] Músicas da Bey pra ouvir e pensar nele — ROCKET, SUPERPOWER, CUFF IT, YES, THE CLOSER I GET TO YOU, EGO, II HANDS II HEAVEN.
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Bônus de momentos aleatórios com ele ↷
um cigarrinho de lei depois do sexo | já viram ele estressadinho e gritando em Perdrix? Eu não conseguiria levar ele a sério todo bravinho quando ele fala em minúsculo e faz biquinho francês | é o pai que incentiva os filhos a fazer abaixo-assinado pra resolver os problemas na escola | ficar deitadinho com a cabeça na sua coxa pra receber carinho até os cabelos grisalhos ficarem uma bagunça;
ver filme francês antigo | beber vinho dividindo a mesma taça, comer espaguete e dividir o mesmo prato, você sentadinha no colo dele | fica putinho contigo, mas só corre as mãos nos cabelos e diz tá bom, meu amor, tá bom. Literalmente o Agostinho Carrara no você é muito difícil, Maria Isabel. Eu te amo do tamanho da dificuldade que você é.
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souosol · 4 months
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Pra el*, que nunca vai ler
tu é poesia que eu nunca vou recitar, é a obra de arte que eu vou sentar e admirar de longe, tentando entender a imensidão de maravilhas que existe de ti. não é como se fosse fácil pra mim te tirar da cabeça, e eu até queria não te querer tanto assim. mas é que tu tem cheiro de sol quando nasce, de passarinho quando canta. eu vejo o brilho das estrelas no teu sorriso e a cor da felicidade na tua pele. teu abraço tem som de aconchego, e eu poderia morar nele - com sua permissão. e o que resta pra mim é te escrever (e nunca te enviar).
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paolllomaniche · 1 month
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Neville Longbottom Headcanons
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Alguns headcanons de Neville Franco Longbottom.
Neville possuí ascendência espanhola por parte de mãe: sua mãe, Alice Fortescue, filha de Florean Fortescue, é espanhola. Seu avô é um homem que preza pelas origens da família, vinda de Barcelona para a Inglaterra ainda no tempo de sua juventude.
Florean é um homem bom, gentil e amável com seu neto e com todos que o conhecem. Apesar de ser grande e de aparência intimidadora, é um doce de pessoa, com um coração tão grande que mal lhe cabe no peito.
A família Fortescue preza por sua identidade espanhola, e quando o jovem Neville nasceu, seu avô materno o intimou ainda bebê a aprender o idioma da família; Augusta achou o ultimato de seu parente desnecessário, mas nunca falou abertamente. Por conviver com a família da mãe, Neville possuí um leve sotaque espanhol, o qual alguns parentes sempre o cobram para perder e falar de maneira mais britânica — mas seu avô não se importa com seu sotaque, sempre dizendo o quão orgulhoso fica de ouvir seu neto falar o espanhol.
Neville se descobriu como não-binário aos doze anos, seus pronomes são ele/elu. Seus avós, tanto por parte de pai quanto por parte de mãe aceitaram muito bem, assim como os próprios.
Ele também se descobriu como bissexual em seus tempos de escola, tendo se envolvido com alguns de seus amigos e um aluno da Sonserina durante o seu sexto ano, quando frequentavam ambos as festas de gala do Profº Horácio Sulghorn.
Neville gosta de usar roupas trouxas, mais especificamente moletons. Mais possui uma paixão por peças jeans, as quais fazem parte de seu estilo: calças largas e jaquetas jeans personalizadas por ele mesmo, com desenhos de flores e vinhas pintadas a mão por todo o tecido.
Ele também possui uma paixão pelo artesanato, tendo em vista que personaliza muitas de suas peças de roupas, além de fabricar muitos dos acessórios que sua, como colares, brincos e anéis. Ele também gosta de fazer anéis personalizados para seus amigos ou pessoas de quem gosta muito em formato de sapos, com suas cores preferidas. Luna e Gina possuem seus anéis nas cores azul-claro e amarelo; Blásio Zabini possui um anel de sapo na cor verde-escuro, embora ninguém além deles dois saiba o porquê do Sonserino ter ganho ta honraria.
Ele também possui uma paixão por música brasileira/latina, sendo um ouvinte fervoroso de cantoras como Alcione e Marina Sena. Ele arisca cantar alguns versos de suas músicas preferidas, embora ambas as línguas (português brasileiro e espanhol) possuam similaridades entre si, continuam bem distantes uma da outra, acarretando momentos constrangedores em que músicas como “Ou Ela ou Eu”, “A Loba”, “Tudo Para Amar Você” dentre outras acabam sendo “arruinadas”
“ — Quem canta essa música? — Perguntou Draco.
— Alcione, por quê?
— Então deixe ela cantar.”
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pauprxtodaobra · 1 month
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Nome: Gawin Teepakorn Idade: 24 anos (6 de julho / canceriano) Sexualidade: Bissexual Profissão: Mecânico Residência: Torre Aurora, edifício Haneul, apto F1 (há três anos - mora com o pai)
resumo: mora em Haneul com o pai, os dois vieram fugidos da Tailândia por estarem devendo para agiotas por causa do tratamento médico que levou a mãe de Gawin a óbito. ele e o pai possuem uma pequena e simples mecânica no bairro, tá metido com corridas clandestinas, porém, não como corredor e sim como mecânico. pau pra toda obra, é o faz tudo do condomínio: precisa de serviços de chaveiro, encanamento? Trocar uma lâmpada, desentupir uma pia, montar móveis, pregar um quadro na parede? chama o Gawin.
personalidade: A marra é pura fachada, não que ele faça de propósito, apenas é a primeira impressão que costuma deixar, depois que passam a conhecê-lo percebe-se que é alguém responsável, sério quando precisa e bastante gentil. Costuma se preocupar com o bem estar das pessoas, tem um ótimo senso de humor e pode até mesmo ser fofo em algumas situações.
Canta quando não tem ninguém por perto: qualquer música da Shakira Estilo musical: Rock, hip-hop, rap e pop. Filme favorito: Velozes e Furiosos Roupa favorita: Couro, jeans e algodão, normalmente na cor preta. Tênis, boné, anéis e cordões de prata costumam fazer parte do seu estilo. Pessoa favorita: seu pai Maior medo: que os agiotas encontre a si e o pai. Vício: Café e flerte. Hobbies: Tocar violão, cantar, cozinhar, passear com seu cachorro, ler gibis, realities de culinária, séries e filmes de ação ou suspense. Animal de estimação: Payu Características: Brincos de argola na orelha esquerda, possui dois furos, um piercing de argola bem fininha no nariz do lado direito e cabelos em tamanho médio normalmente presos em um rabo de cavalo (às vezes faz algumas trancinhas). Preciso dizer que o menino é relativamente baixo, com apenas 1,74 de altura.
Bio completa
Se há algo que deveríamos aprender nessa vida é a de que não controlamos quase nada, a vida simplesmente acontece. Nem sempre damos o nosso melhor, mas não foi o caso dos Teepakorn, Gawin e seu pai fizeram de tudo para pagar o tratamento médico da mãe, no fim o patriarca acabou recorrendo a agiotas para conseguir suprir os gastos e essa escolha mudou tudo. A esposa não resistiu, acabou falecendo. As dívidas só cresciam, retaliação veio por parte dos agiotas, com suas vidas em risco, Gaw e o pai conseguiram fugir e hoje fazem três anos que estão morando na Coréia do Sul.
Filho único, apesar dos erros e defeitos do pai, sempre tiveram uma relação próxima. Carros e motos o encantam desde criança, cresceu se sujando de graxa e aprendendo o ofício e paixão do pai, ajudava na oficina desde sempre até o fatídico dia que precisaram deixar tudo para trás. Se estabelecer na Coréia não foi fácil, venderam tudo que conseguiram carregar para sobreviver, foi através de uma oportunidade duvidosa e única que conseguiram abrir uma pequena oficina nos arredores de Haneul, faz apenas dois meses que o empreendimento automobilístico inaugurou.
A oportunidade? Corridas clandestinas. Não que Gawin goste de correr/competir, no entanto, ele ama o som de um motor roncando e é um ótimo mecânico. Ganhou uma boa grana em uma corrida, o suficiente para comprar a moto dos seus sonhos e abrir um negócio com o pai. O problema? Digamos que boa parte de seus clientes vem das corridas ilegais, uma clientela que paga bem, mas que atrai muitos problemas.
Pai e filho já se acostumaram com o novo país e cultura, mas… sentem falta da Tailândia, dos amigos que deixaram para trás. Ambos evitam se comunicar com as pessoas de lá, afinal, nunca se sabe se um agiota vai estar observando e escutando. Até agora ninguém veio bater na porta, o que não torna as noites mais fáceis para Gawin. O medo constante de ser encontrado não o deixa em paz, sorte que o rapaz disfarça muito bem, seja através de seu carisma e flerte ou até mesmo da alegria que é estar com Payu (seu cachorro de estimação).
Possui um jeito de andar e se portar um tanto quanto marrento, mas é tudo fachada, costuma ser educado e gentil, chegando a ser irônico ou sarcástico em algumas situações. Adora sair para se divertir, dançar e beber, às vezes bebe sozinho no jardim do prédio e é pau pra toda obra. O faz tudo do prédio, precisa de serviços de chaveiro, encanamento? Trocar uma lâmpada, desentupir uma pia, montar móveis, pregar um quadro na parede? Chama o Gawin.
porque seu personagem está em haneul complex? Gaw e o pai se mudaram para Haneul por ter sido o primeiro lugar que encontraram que conseguiriam pagar após fugirem dos agiotas da Tailândia. o prédio apesar de velho é discreto, até conseguiriam se mudar, mas gostam de criar raízes nos lugares e já estão mais que habituados ao lugar e moradores.
vaga de garagem: motocicleta ducati diavel v4 vermelha e preta.
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xolilith · 2 years
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Daddy Yoonoh - Oh I love you, I love you, I love, I love, I love Olivia...
Remexeu-se mais uma vez sobre o colchão macio, tirando o lençol que cobria seu corpo da brisa que entrava da janela entreaberta. Bufou se sentado, levando uma das mãos até a base da lombar e a outra ao abdômen arredondado de 6 meses.
Afaga a derme, murmurando algo como "você está agitada assim também porque está com saudade dele, não é?". A bebê parece consentir, chutando mais forte que as outras vezes.
Tinha certeza que só poderia dormir quando Jaehyun chegasse. Sua filha mal existia e já demonstrava tamanho fascínio pelo pai. Não julgaria, porque também era suspeita pra falar sobre o Jeong.
Levanta-se, então, afagando a protuberância e decide preparar um chá.
O cheiro do capim-cideira em pouco tempo espalhaça-se em todo o apartamento. Seus olhos estão mais cansados com o efeito calmante da erva e, apesar dos solavancos na sua barriga terem diminuido, ainda sente-se agitada. Queria culpar a bebê, mas também se sentia carente.
A gravidez parecia ter aumentado essa dependência de Jaehyun. Estar vestida num moletom dele, ou utilizar os travesseiros os quais ele dormia e tinha o perfume, não supria a ausência.
Os objetos não tinham a mesma quentura, as mãos gentis e alentadoras, nem a voz charmosa e grave. Por isso, quando você ouve a porta da frente ranger, sente-se ansiosa, ajeita a postura contra a cabeceira da cama, acordada.
E não demora muito para que os passos sejam ouvidos mais nitidamente. O homem usa um conjunto moletom, os fios estão presos por uma toca, tudo na cor preta.
– Hey, eu achei que já estivesse dormindo. – Ele diz, ao ver seus olhos e o sorriso quase infantil que você exibe. Caminha até você, deixa um beijinho nos seus lábios.
– Não consegui. Sua filha parece com muitas saudades pra me deixar dormir sem ouvir a voz do pai. – Soa manhosa.
Jaehyun sorri, agacha o rosto na altura do seu umbigo, levanta um pouco da blusa para tocar a derme. Um chorinho sai da sua garganta pelo toque gelado dos dedos.
– O papai também estava com saudades, Olívia.
Alisa e no mesmo instante tem uma resposta. O chute forte bem sob a palma. Você grunhe pela intensidade.
– Não dê tanta moral ao seu pai, Olívia. – Ralha, incrédula.
Retorna o olhar para você.
– Espera eu tomar um banho?
Assente, compassiva. Espera alguns longos minutos até que ele saia do banheiro, vestindo um pijama e cheirando à frangrância doce do sabonete.
Ele não demora em se juntar debaixo dos lençóis. Rodeia os braços ao seu redor, caloroso.
– Mm eu esperei por isso durante todo o dia... – Não evita o ronronar.
– Achei que só a Olívia tivesse sentido minha falta.
– Talvez... – Reitera. – Só talvez, eu também tenha sentido um pouquinho sua falta.
– A falta de consideração – Aperta mais os braços ao seu redor. – Porque eu senti a falta da minha esposinha o dia inteiro.
– Bobo... – O silêncio recai, chama o nome dele baixinho: – Jae?
– Hm?
– Canta aquela pra mim...
Ele não exita.
– Do Chen?
– Uhum...
– É a música dos pais dela, uh? – Ele diz num tom gozador, contra sua orelha. Arranca uma risadinha acanhada sua.
Ele começa pelo pré-refrão, baixinho e confortável com a canção tão nostálgica e amada.
Você recita mentalmente os versinhos, tombando mais o corpo contra o torso de Jaehyun e tudo se vai tornando-se quieto.
E é como ressoa: precioso e carinhoso.
O coração bate num compasso calmo, as pálpebras pesam de forma que é impossível mantê-las abertas.
É embalada pela doçura da letra de Hold You Tight que nem percebe quando o espaço onírico a envolve.
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danilcc · 1 year
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            ・        ::        𝐂𝐎𝐍𝐇𝐄𝐂̧𝐀 𝐎 𝐏𝐄𝐑𝐒𝐎𝐍𝐀𝐆𝐄𝐌
informações básicas.
nome. daniel lee monteiro pronúncia do nome. den-niel significado do nome. deus é meu juiz. apelido. dani. data de nascimento. 1 de junho. idade. 24 anos. local de nascimento. florianópolis, santa catarina, brasil. gênero. homem cis. sexualidade. panssexual. profissão. cantor e estudante de música (escola profissionalizante). moradia atual. haneul complex (Apt F2 - torre AURORA), seoul, coreia.
personalidade.
Bem humorado e engraçado, Daniel é do tipo que não tem muitos limites, foi mimado a vida toda e sua educação só foi regrada enquanto estava com a família materna, então ele não é muito ligado a educação coreana, apesar de ser bastante gentil e muito educado com os mais velhos, seu único defeito é pelo fato de odiar que tentem mandar nele, razão essa de não conseguir ter uma relação muito pacífica com os professores. Não é do tipo estudioso, se estivesse estudado na Coreia, seria o pior aluno de todos, mas no Brasil, o dinheiro falou mais alto. Ele não tem saco pra leitura, mas tem toda paciência do mundo pra compôr, tocar e criar música, quando está cantando, é talvez o ser mais doce que possa existir, fora isso, é problema. Livre, é a palavra que gosta de usar, mas nem tanto, ele sabe os seus limites e tenta ao máximo se manter atrás deles, evitar maiores danos para si mesmo.
( mais informações no read more )
aparência.
altura. 1,80 m. peso. 70 kg. cor dos olhos. castanho-escuro. cor do cabelo. castanho-escuro (mas muda constantemente) voz. levemente baixa e rouca, quando canta é uma voz perfeitamente afinada e suave, mas intensa de alguma maneira.
estilo.
roupa. like a bad boy, quando está vestido usa calça jeans skinny com rasgos, blusas diversas, gosta de cor e estampa, jaquetas de couro e casacos de moletom, mas é bem comum vê-lo seminu, principalmente no apartamento e sentado no parapeito/peitoril da janela. acessórios. ele gosta de usar muitos acessórios, anéis, pulseiras, muitos brincos, além de seus piercings: na sobrancelha, nos lábios e no mamilo. sapatos. tênis all star ou vans (algumas vezes com o adidas clássico). óculos. só óculos escuros, ele tem pelo menos seis óculos diferentes e um único óculos de leitura, de grau e com aro de alumínio.
educação.
nível de ensino. estudante de música. local de ensino. K-ARTS. línguas faladas. português, coreano e está aprendendo inglês.
história.
Daniel é a imagem encarnada do privilégio, nasceu em uma família rica em um país livre como o Brasil, apesar de sua família prezar pelas tradições de seu país. A família Monteiro estava na lista das famílias mais ricas do país, com uma rede comercial de dar inveja, como qualquer família de imigrantes refugiados, eles trouxeram na bagagem a inteligência e a determinação profissional que é ensinado desde cedo no país e fizeram com que sua pequena venda de rua se transformasse em uma enorme rede de supermercados no país com mais de cento e cinquenta franquias espalhadas pelos estados.
Mas, como mencionado antes, a família prezava pelas tradições e sempre procuraram manter as raízes vivas dentro da sua pequena bolha, a cada novo herdeiro dos domínios dos negócios da família, mais forte ficavam as necessidades de manter a Coréia presente e firme na família, Daniel veio em uma geração cada vez mais firme nessa busca e o mais rebelde que já viram, sempre se mantendo longe dos interesses que a família tinha com ele, um herdeiro, mas que não queria nada daquilo. Daniel começou a gravar vídeos pro youtube desde os dez anos de idade, já conseguindo um número generoso de inscritos, estava longe de ser famoso, mas era o suficiente para ele acreditar que tinha futuro com isso.
Sim, ele sonhava em ser músico, simples assim. Era rico, mesmo que o sucesso não viesse, ele poderia ter a tranquilidade de fazer o que ama e não abrir mão de tudo como a maioria dos membros de sua família, mas foi nessa que eles decidiram, Daniel teria que voltar para o berço coreano da família. Apesar de parecer bem estruturada, a família Monteiro carrega uma longa lista de casamentos infelizes e com término inevitável, os pais de Daniel faziam parte dessa lista, o casamento havia sido noticiado em todos os tabloides da alta sociedade coreana no Brasil, durante apenas dois anos e logo a separação aconteceu, a começar pela falta de amor existente no casal e a única razão de terem seguido com o casamento veio com a gravidez inesperada que trouxe Daniel ao mundo, que recebeu apenas o sobrenome da mãe por escolha do próprio pai que não queria vínculo algum com o garoto.
Com a separação, seu pai foi viver na Coreia e foi para lá que o garoto foi enviado, em sua primeira viagem da vida, aos dez anos, Daniel ficou preso então a uma família abusiva, violenta e tóxica. Ao menos no Brasil, o carinho era algo que existia entre eles, seus avós cuidavam bem dele, seus tios o amavam muito, tudo o que aprendeu com a família pareceu se perder em um ambiente carregado de palavras pesadas, amargura e raiva, mas uma coisa foi que se tornou recorrente na vida do garoto e acabou se tornando o seu veneno: as drogas.
Daniel se tornou viciado aos catorze anos, porque era o que tinha em cada canto da casa. O coreano que decidiu cria-lo não era tão rico quanto os Monteiro, tinha uma casa grande e era bem sucedido, mas de longe carregava um império com ele. O garoto via ali que existia remédios para tudo, dormir, comer, ficar calmo e para dor, medicações pesadas e que causavam uma sensação boa, depois vieram as drogas sintéticas, o acesso era fácil e Daniel buscou na curiosidade entender o que fazia seu pai amar mais aquilo do que ele. Se seu pai estava condenado, Daniel não estava, a família no Brasil percebeu a mudança repentina, mesmo estando tão longe, porém demoraram um pouco para receber a notícia.
No dia que sua mãe chegou na casa para busca-lo, Daniel estava tendo uma overdose e ele estava com os seus dezessete anos, uma criança presa a um mundo obscuro por três anos. Que sorte ter uma família privilegiada, não era? A reabilitação salvou a sua vida, mas não seria o suficiente se tivesse que voltar para o centro de todo o seu tormento. Comemorou alguns aniversários na clínica, por escolha própria, mas quando a sua alta foi inevitável, ele escolheu ignorar qualquer ligação com a família. Não queria voltar pro Brasil mais e não queria voltar para a casa de seus pais, não queria dinheiro em demasia porque sabia que qualquer vacilo lhe colocaria naquela clínica de novo, em busca de sua saúde, Daniel escolheu viver e pra isso ele precisaria abrir mão do seu sobrenome e da sua história.
por que seu personagem está em haneul complex?
Quando Daniel chegou em haneul complex, ele estava procurando um lugar em que pudesse recomeçar, literalmente, do zero. Tinha uma grana generosa em sua conta que poderia lhe sustentar por alguns meses sem gastos muito extravagantes, ainda bem, nesse caso, deveria ir para um lugar mais simples e barato. E por mais contraditório que pudesse parecer, aquele prédio lhe parecia perfeito pra isso, mesmo sendo um verdadeiro desastre. Ele ficou feliz em entrar no apartamento vazio e sujo, mesmo que tivessem algumas coisas que lhe deixasse um pouco preocupado. E era engraçado dizer que foi o que ele escolheu para a sua reabilitação, longe das pressões de um lado e dos problemas do outro lado de sua enorme família, podendo ser músico e viver disso, no caso, sabendo que não seria mais a vida fácil que estava levando no Brasil.
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rubiagold · 8 months
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Eu gosto de você
De como me olha qdo estou falando algo e vc fica com aquele olhar derretido
Gosto de como me trata, com tanto mimo, sou quase uma boneca de porcelana em suas mãos
Gosto da sua mão na minha
Gosto do beijo com paixão, do beijo cálido, do beijo roubado e do beijo segurando meu rosto e me dizendo olhando no meus olhos "eu te amo"
Gosto dos seus pés no chinelo, da camiseta cor de vinho que lhe cai bem
Eu gosto da sua personalidade calma e tranquila
Gosto da sua voz de trovão, e de quando canta no meu ouvido as músicas que tanto ama, expressando seu sentimento pela canção
Eu gosto de saber que se preocupa comigo, dizendo, "estou aqui pra você"
Eu gosto de te ouvir sonhar em como podemos melhorar nossa vida para estarmos juntos "pra sempre"
Eu amo quando vc diz " onde vc estava esse tempo todo? Pq tive que esperar tanto tempo para amar alguém e viver isso tudo que estou vivendo?"
Eu gosto de saber que vc quer me agradar qdo estou brava e de TPM
Gosto qdo me fala coisas das quais entendo que vc prestou atenção em mim e me traz palavras que me assustam pq me observou profundamente
Amo as conversas longas na madrugada
Amo qdo conversamos, nos amamos e depois mais conversas profundas
Porém, o que mais amo é saber o quanto quer fazer dar certo ao ponto de querer se acertar com o Senhor e caminharmos juntos na igreja e no caminhar com Ele
Obg meu resgatador por me amar sem ressalvas, sem medo, sem condição e principalmente em somente dizer "estou satisfeito com o quê vc entrega pra mim"
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pequenasmaravilhas · 1 year
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Jupiter e Marte
Na nova temporada da cidade vermelha você vai conhecer um garoto com uma nave espacial, um apelido estranho e um olhar de esguelha que não deixa escapar nada, Seu coração é de plástico e sua obsessão é desenhos gráficos, ele dirige bem e não se importa com ninguém, mas gosta de falar sobre os seus próprios medos como quem não tem nada além de um calcanhar de Aquiles estrategicamente posicionado.
Também há uma garota que canta na rádio 18 horas da tarde, sua pele é pintada de cinza e ela nunca faz alarde sobre as cicatrizes que tem no hipocampo. Seus olhos tem a cor do céu limpo e ela, diferente do garoto, faz de tudo para que o mundo seja um lugar bonito. Ouvi dizer que com frequência os vizinhos a veem saindo de casa com um pincel e uma lata de tinta de baixo do braço, cantando sobre contos de fadas e querendo pintar a terra de verde. Todo mundo sabe que o vermelho é a cor da raiva.
18 de fev de 2023.
Gcosta
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eumonalissa · 2 years
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Para a minha avó Darcyla 💜
Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta. De sol quando acorda. De flor quando ri. Ao lado delas, a gente se sente no balanço de uma rede que dança gostoso numa tarde grande, sem relógio e sem agenda. Ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça. Lambuzando o queixo de sorvete. Melando os dedos com algodão doce da cor mais doce que tem pra escolher. O tempo é outro. E a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que a gente desaprende de ver.
Tem gente que tem cheiro de colo de Deus. De banho de mar quando a água é quente e o céu é azul. Ao lado delas, a gente sabe que os anjos existem e que alguns são invisíveis. Ao lado delas, a gente se sente chegando em casa e trocando o salto pelo chinelo. Sonhando a maior tolice do mundo com o gozo de quem não liga pra isso. Ao lado delas,pode ser abril, mas parece manhã de Natal do tempo em que a gente acordava e encontrava o presente do Papai Noel.
Tem gente que tem cheiro das estrelas que Deus acendeu no céu e daquelas que conseguimos acender na Terra. Ao lado delas, a gente não acha que o amor é possível, a gente tem certeza. Ao lado delas, a gente se sente visitando um lugar feito de alegria. Recebendo um buquê de carinhos. Abraçando um filhote de urso panda. Tocando com os olhos os olhos da paz. Ao lado delas, saboreamos a delícia do toque suave que sua presença sopra no nosso coração.
Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa. Do brinquedo que a gente não largava. Do acalanto que o silêncio canta. De passeio no jardim. Ao lado delas, a gente percebe que a sensualidade é um perfume que vem de dentro e que a atração que realmente nos move não passa só pelo corpo. Corre em outras veias. Pulsa em outro lugar. Ao lado delas, a gente lembra que no instante em que rimos Deus está dançando conosco de rostinho colado. E a gente ri grande que nem menino arteiro.
Costumo dizer que algumas almas são perfumadas, porque acredito que os sentimentos também têm cheiro e tocam todas as coisas com os seus dedos de energia. Minha avó era alguém assim. Ela perfumou muitas vidas com sua luz e suas cores. A minha, foi uma delas. E o perfume era tão gostoso, tão branco, tão delicado, que ela mudou de frasco, mas ele continua vivo no coração de tudo o que ela amou. E tudo o que eu amar vai encontrar, de alguma forma, os vestígios desse perfume de Deus, que, numa temporada, se vestiu de Darcyla, para me falar de amor.
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Era um casarão velho caindo aos pedaços, onde pessoas atravessavam a rua apenas para continuar distantes de seus portões enferrujados.
Ecoando pelos corredores empoeirados, vozes infantis dançavam nos ouvidos do andarilho, cantarolando músicas que a muito tempo haviam sido esquecidas pela idade.
Sendo atraído para o quarto onde quatro crianças cirandavam, vê o garotinho encolhido no meio da roda, cobrindo os ouvidos assustado, silenciando não aos seus companheiros mas sim os sussurros de um monstro.
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A primeira criança tinha olhos de duas cores, ofuscando a escuridão de dentro da casa como um farol.
Tendo chego com uma espada na mão e um escudo na outra, protegia o garotinho do monstro sem ser derrotado. A casa podia ser velha, mas não iria desmoronar enquanto ele estivesse alí.
Quando sua lâmina se tornou cega, o monstro levou a luz. A casa se tornou escura, mas a criança determinada, não desistiu e tornou-se o escudo do garotinho.
Agora a criança com os olhos de duas cores cantarolava com a voz rouca. Seus olhos estavam fechados e cegos depois do monstro levá-los, mas a criança continuou a lutar.
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A segunda criança era uma menininha otimista de cachos rebeldes. Ela contava histórias de príncipes e princesas trazendo esperanças do final feliz para o garotinho. A casa podia ser velha, mas ela sempre dizia que era seu belo castelo.
Sendo enganada pelo monstro que fingiu ser um príncipe que foi amaldiçoado por uma bruxa, ela confiou que ele pudesse ser bom lá no fundo, porém a criança foi devorada estando presa para sempre em um conto de fadas.
Agora a criança dos cachos rebeldes estava em silêncio. Ela não cirandava junto as outras, mas abraçava o garotinho do centro adormecida em seu ombro.
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A terceira criança era um mágico com o cabelo cor de fogo que tentou roubar a casa do garotinho achando que poderia concertá-la e destruir o monstro.
Com sua própria magia ele acidentalmente incendiou a si mesmo e queimou junto uma parte da velha casa.
O monstro fez o garotinho acreditar que a criança era má, porém ela apenas queria o salvar, mas não sabia como.
Agora a criança do cabelo cor de fogo grita as músicas de ciranda mais alto que os sussurros do monstro, porém assusta o garotinho com seu corpo em chamas.
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A quarta criança usa adesivos fofos nas bochechas que divertem o garotinho.
Ele nem mesmo queria estar aqui. A casa o deixa com medo e o piso range com seus passos, porém ele não vai embora porque consegue fazer o garotinho esquecer do monstro enquanto estiver alí para brincar.
O monstro tenta devorá-lo para que possa chegar ao garotinho, porém a criança se mantém firme, distraindo o monstro para que nunca chegue até ele.
Agora a criança com adesivos fofos nas bochechas canta alegremente para que o garotinho não ouça os sussurros. Porém ele os escuta perfeitamente enquanto uma lágrima escorre pelo seu rosto.
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O garotinho observa o andarilho enquanto ele tranca a casa e não deixa mais ninguém entrar.
Mas não há nenhuma casa.
Nem mesmo crianças.
Nem um andarilho ou um garotinho.
O homem observa seu reflexo em um espelho quebrado, recordando de músicas de ciranda que escutava quando era apenas um garotinho.
O monstro, mesmo que derrotado, ainda assombra seu coração com sussurros.
Porém ele continua protegido.
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impossibledreampost · 18 hours
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Em minhas lembranças.
Caminho pelas ruas sem saber pra onde ir ou onde vou parar se continuar andando sem rumo assim. Penso, repenso, reflito e ando. É isso que ando fazendo nas últimas quatro horas. Penso sobre mim e repenso sobre ela, reflito sobre a gente e ando por todos os lugares que estivemos juntos nessa cidade monótona, que antes eram tanto e hoje são só lembranças.
Penso sobre mim, tenho cabelos pretos, olhos castanhos, pele morena , estatura mediana, não tenho nenhuma cicatriz ou marca, sou muito comum. Nunca fui o mais interessante, nem o mais inteligente e francamente fracasso em quase tudo que faço. Eu sou um fracasso. Trabalho em um lugar horrível que programa jogos fracassados, mas paga ascontas. Nunca me formei, tranquei a faculdade de direito no primeiro período, a vida acadêmica não é pra mim. Moro em um apartamento pequeno que tecnicamente não é meu, ele era de uma tia minha que já morreu. Ela nunca passou ele pra mim, mas ninguém quis ele e como eu não tinha nada fui morar lá, mais por pressão do que por necessidade, quando se tem 26 anos pega mal ainda morar com os pais.
Sou medroso, não tenho atitude pra nada e sinceramente se acontecesse um tsunami agora eu nem tentaria correr, só ficaria sentado esperando a grande onda me engolir. Não sou bom em nada pra ser franco. Eu sou um fracasso, nunca esperei nada de mim, e não esperava isso dos outros. Até ela.
Repenso sobre ela, sempre rindo, foi assim que eu a vi pela primeira vez, rindo. Bonita por dentro e por fora. Fascinante. Faz de um tudo, ballet, dança de salão, toca piano, canta, faz artes marciais, cozinha, costura, desenha, . É tão inteligente, sabe falar 4 línguas: português, inglês, francês e alemão. A família dela é da Alemanha, vieram para o brasil lá nos anos 90, mas ainda tem parentes que moram lá. Linda. A pele dela parece mármore e ela tem as covinhas mais lindas do mundo inteiro. Ela tem um cabelo castanho, e muito, muito cheiroso. Os olhos dela são castanhos quase da mesma tonalidade do cabelo, bem claro, meio acaju. Eu sei que costumam dizer que os olhos de alguém são oceano quando ele é azul, mas mesmo sendo castanho, eu juro pela minha vida que os olhos dela são um oceano. Engraçada, gentil, carismática, bondosa, atenciosa, charmosa, cheirosa, autêntica, paciente, aventureira, altruísta, compreensiva, companheira, criativa, corajosa, sensata, justa, tranquila, doce e todos os outros adjetivos bons que existam, ela é. Sempre foi muito madura e decidida, queria viver a vida, viajar, conhecer pessoas, queria fazer o que ama, viver pelo que ama. Dizia que temos que viver a vida enquanto ainda temos tempo. Devia ter ouvido ela, devia ter vivido melhor com ela antes que o nosso tempo acabasse.
Reflito sobre a gente. Começo, meio e fim. Como foi que a gente terminou assim? Conheci ela em, não, vamos voltar um pouquinho antes. A primeira vez que eu a vi foi em um museu. Ela estava sozinha, vestia um vestido longo e branco, usava sandálias plataforma que pareciam ser bordadas fio a fio e uma bolsa gigante de couro sintético com uma cor meio alaranjada. Ela estava sozinha, parecia muito feliz por estar desacompanhada. Eu estava lá com um amigo, foi uma saída forçada, ele disse que eu ficava muito tempo em casa e precisava sair, no começo eu fui contra, mas cedi, ainda bem que cedi, porque assim eu vi ela e a partir dela, tudo em mim mudou. Não falei com ela, só fiquei olhando, de longe. Tive a impressão de que ela sabia que eu estava a olhando, e eu jurava por Deus que ela tinha olhado de volta pra mim durante dois segundos e que sorriu levemente. Eu estava flutuando. Estava apaixonado, foi amor a primeira vista. Engraçado, eu sempre tive uma visão muito pessimista de amor a primeira vista, pensava que essa expressão só servia pra um dos dois lados, nunca para os dois. Pensava isso sobre o amor em geral também, um sempre vai amar mais que o outro. Se os dois se amassem igualmente, ninguém terminava. Sempre fui muito cuidadoso com relacionamentos, porque eu via a parte negativa, eu via a parte negativa nos términos dos meus amigos, a tristeza, a raiva, a negação, a vingança, a depressão, saindo e bebendo todas até entrar em um quase coma alcoólico, se drogando, usando outras pessoas pra tapar o buraco que a pessoa amada deixou em seu peito, em uma tentativa falha de esquecer ela. Eu vi meus pais a vida inteira em um relacionamento baseado em mim. Um loucura da adolescência, uma paixão ardente confundida com amor eterno, um casamento fraco e uma gravidez. Típico. Agora eles precisavam ficar juntos pra não frustrar uma criança inocente. Um teatro, com péssimos atores. Admiro o esforço, mesmo ele não tendo valido nada. Me tornei um adulto frustrado e amargurado com o amor. Até ela.
De repente ela estava em todo os lugares que eu ia. Um sentimento novo havia se instalado em mim, seria o traiçoeiro “amor”. Coloquei na minha cabeça que não, como eu poderia estar apaixonado por alguém que eu nem conheço? A primeira vez que falei com ela foi em uma balada, comecei a sair mais porque queria vê-la. Descobri que estávamos no mesmo ciclo social todo esse tempo mas minha antissocialidade tinha me prendido em casa. Temos amigos em comum então o primeiro contato não foi difícil, ela quem veio até mim e foi ela quem falou comigo, imaginava que a voz dela seria eletrizante e forte mas é uma voz doce, aveludada e calma, essa é minha coisa favorita nela. Pense na coisa mais chata que alguém poderia dizer para você, pensou? Ótimo! Se essas palavras que passaram pela sua mente fossem ditas por ela, não teriam o mesmo efeito. Acho que foi por isso que aceitei tão bem o fim do nosso relacionamento, as palavras dela foram dóceis demais, parecia uma declaração de amor aos meus ouvidos. Talvez ela seja uma manipuladora sem coração, totalmente fria e indiferente que use a sua imagem angelical para influenciar e usar as outras pessoas de acordo com as suas vontades. Não, ela não é, eu só quero pintar uma imagem feia e horrenda dela na minha cabeça pra não doer tanto e pensar “que bom que eu me livrei dela”, mas não, não funciona, porque ela não é assim. Até hoje me pergunto porque ela se interessou por mim, eu não tinha nada de especial, nada de bonito, nada a oferecer. Ela poderia ter quem quisesse, a hora que quisesse e foi logo me escolher. Sorte? Acaso? Destino? Tudo baboseira, mas é acreditar nisso ou acreditar que eu fui interessante o suficiente pra atrair a atenção dela e a baboseira passa a ser uma verdade universal. Ela pediu o meu número, começamos a conversar, depois começamos a sair e sem que percebêssemos já estávamos juntos. Foi tudo muito rápido, muito fluído, muito simples. Acho que esse foi o problema. Adentrar uma relacionamento superficial. Na hora não parecia nem um pouco superficial, parecia intenso e cheio de amor. O que não é mentira. Mas tinha pouco conhecimento um do outro, tinha pouca vivência, pouca experiência. Nos primeiros 5 meses nós já morávamos juntos e até tínhamos adotado um cachorro. Foi tudo muito rápido. E é claro que tudo que começa muito rápido, termina muito rápido. Não demorou muito pra que as brigas começassem. No começo eram brigas com motivos reais e sérios, não tão constantes mas sempre que aconteciam nos afastavam um pouquinho. Depois ficaram mais constantes e sem razões específicas. Brigávamos todos os dias. Não era culpa dela, nem culpa minha. Não tem um culpado na história, é isso. Não existe alguém pra jogar a culpa, pra odiar e canalizar todas as frustrações do relacionamento, simplesmente não existe. Ela sabe disso e eu sei disso mais ainda. Fico me perguntando se ela pensa nas mesmas coisas que eu. Se ela repassa o nosso relacionamento na cabeça como se fosse um filme, se ela inspeciona secretamente o momento do nosso término, se ela se sente orgulhosa dele ou se ela chora. Eu choro. Foi muito triste, foi muito vazio, foi calmo e foi triste como todos os outros. Nosso relacionamento foi ralo, igual um mingau mal feito ou uma sopa sem ingredientes suficientes. Não foi suficiente e por isso acabou rápido igual um sopro. Me apeguei as memórias boas. Acho que todas as nossas memórias são boas, até as brigas são boas. Tudo em relação a ela é bom. Não acredito que disse isso. Sou muito patético. Um patético completamente apaixonado.
Queria ter sido forte pra sustentar nossa relação, queria ter levado ela ao cinema mais vezes, queria ter escrito uma música pra ela, queria ter dançado com ela mais vezes, queria ter beijado ela mais vezes, queria ter feito tudo e mais um pouco. Hoje, todos esses “queria” são apenas desejos guardados no fundo do meu coração sem chance de serem realizados um dia. Queria ter a chance de realizá-los. Queria, mas, acontece.
Ando em c��rculos por todos os lugares que já estivemos juntos, lembranças de momentos que estão apenas dentro da minha memória. Ando pelas ruas que caminhamos de mãos dadas. Paro na sorveteria em que marcamos o nosso primeiro encontro. Peço o sorvete de chocolate com menta e saboreio ele lentamente. Saboreio o sabor que um dia senti na sua boca enquanto nos beijávamos pela primeira vez. E eu choro silenciosamente. Passo na loja de discos de vinil, nossa segunda casa. Eu adoro música e ela também. Ficávamos uma tarde inteira naquela loja, ouvindo vários discos e as até dançávamos na frente de todo mundo, e eu nem ligava, quando eu estava com você as outra pessoas desapareciam e só a gente existia. Uma vez sonhei com isso, acordava no sonho e todas as outras pessoas haviam sumido e só tinha ficado nós dois, aquele foi o melhor sonho que eu já tive. Ando até a praia e já é noite, adorávamos ir a praia a noite, sento na areia e sinto a brisa do mar bater gentilmente em meu rosto molhado por lágrimas. Olho para o mar e lembro dos seus olhos, dos seus olhos que eram um oceano pra mim. Eles ainda são, mas com um significado diferente. Agora seus olhos parecem o fundo do mar , um grande abismo que eu desconheço. Um abismo traiçoeiro e lindo. Eu nunca vou superar ela, nunca vou superar a gente e quem poderíamos ter sido juntos. Ontem você era meu tudo. Hoje você é só lembranças.
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repfolkr · 1 month
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Olhares Oblíquos e Dissimulados: O Musical
“Olhares Oblíquos e Dissimulados: O Musical” é um musical inspirado na história de Machado de Assis, “Dom Casmurro”. A peça será produzida no Teatro Municipal do Rio de Janeiro às 21:00 e com preços distintos de ingressos, como tabelado no pôster oficial da obra.
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Gênero: Romance/Drama
Duração: 2 horas e 30 minutos
Uma peça de grandiosa produção clama por um elenco digno. Vladimir Britcha, Maria Casadevall e Wagner Moura estrelam esse musical ao lado da indicada ao Oscar, Fernanda Montenegro.
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Bentinho: protagonista
Capitu: vizinha e grande amor de Bentinho
Dona Glória: mãe de Bentinho
Pedro: pai falecido de Bentinho
José: médico agregado na casa de Dona Glória
Cosme: tio de Bentinho e irmão de Dona Glória
Justina: prima de Dona Glória
Sr. Pádua: pai de Capitu
Sra. Fortunata: mãe de Capitu
Escobar: melhor amigo de Bentinho
Sancha: amiga de Capitu e esposa de Escobar
Ezequiel: filho de Bentinho e Capitu
Enredo
O narrador da história começa a narração com uma luz centrada nele no meio do palco.
Cena 01
Narrador: — Era período do Segundo Império na cidade maravilhosa. Lá estava uma senhora, ajoelhada no chão de seu quarto, observando o céu estrelado de um bairro vazio. Orando e pedindo para que, algum dia, seu amado filho tornasse um sacerdote. Seu nome, era Glória. Para íntimos, Dona Glória.
No palco, Fernanda Montenegro interpreta Dona Glória, ajoelhada em um quarto com paredes de cor bege e branca, com detalhes de madeira e pinturas religiosas. Os cenários eram giratórios, portanto, enquanto o palco girava, o público conseguia observar o marido de Glória na cama, o Pedro. Entretanto, em um magnífico jogo de luz, Pedro desaparece da cena e Glória muda sua expressão para tristeza e lágrimas. Assim, contanto a morte precoce do esposo. Fernanda Montenegro começa a cantar “O Céu da Minha Tristeza”, música inédita do Musical. Enquanto canta, o teatro é iluminado por estrelas douradas, encenando um céu iluminado. O som melancólico do piano entristece os telespectadores.
Cena 02
Narrador: — Após duas décadas, o filho de Dona Glória e Pedro completou 27 anos. Bentinho era amoroso e atencioso, costumava dormir ao lado de sua mãe para substituir o vazio que ela acostumava sentir. Embora tenha tentado inverter a situação, Bento foi ao seminário para virar padre e realizar a oração de sua mãe. Com isso, ele se encontra frequentemente com Capitu, sua vizinha. Certo dia, os dois jovens se beijam, numa conversa de “bom dia” e sobre política.
Vladimir Britcha e Maria Casavadell estrelam a vida de Bentinho e Capitu, respectivamente. Nesse Take, o beijo acontece de forma artística, com vários dançarinos e vocais inspiradores. Os personagens cantam “Aurora Carioca”, segunda música inédita do Musical. A cena começa com bentinho acordando ao lado da mãe e indo preparar a mesa do café da manhã. Logo após, ele se dirige à igreja, mas como sempre, estaciona a bicicleta na varanda da casa de Capitu para conversar. A música começa e Bento performa com muita dança e cantoria, enquanto Capitu serve sensualidade e coreografias minimalistas. O beijo deixa todos da plateia com água na boca. Uma luz forte vermelha acompanha a cena.
Cena 03
Narrador: — Dona Glória estava disposta a ter um belo dia. Afinal, seu filho estava virando padre! Logo pela manhã, sua prima, Justina, a visita com um bolo de cenoura e um convidado pra lá de surpreso. A quem pertencia este rapaz? Era alto, cabelos grisalhos. Havia classe. José era médico, estava por viagem e procurando um lugar para se habitar. Logo, Dona Glória não pensara duas vezes.
O palco gira e o cenário muda para a sala de Dona Glória. Como sempre, bem arrumada e aconchegante. Renata Sorrah dá um show de atuação ao viver Justina, que, muito animada e com muitas fofocas para contar, aparece batendo ardentemente a porta de Glória. Glória abre e, ao invés de olhar para o bolo que Justina havia feito, se encantou com um sujeito estranho que acompanhava sua prima. Os três atores em cena dialogam entre si. Não passou muito tempo para Dona Glória deixar sua prima e o médico entrarem, e logo se aconchegaram no sofá. Conversa vai, conversa vem. Agora, José era um morador temporário da casa.
Cena 04
Narrador: — O Ambiente do seminário não era um dos melhores. Claramente, Bento não queria estar ali. E nem estava contente. Porém, encontrara Escobar, um homem extrovertido e falante. Agora amigos, os dois compartilham muitas histórias e conversas.
A cena se desenrola com um diálogo bem superficial entre os personagens. Wagner Moura vivencia o turbulento Escobar ao lado de Vladimir Britcha. O cenário é um quarto branco pequeno, com uma cruz e uma bíblia. Porém, o teatro todo se escurece e um violino encanta os ouvidos. De repente, ambos os atores em cena aparecem no meio da plateia de baixo, interagindo com os convidados ao performarem “Não Parem a Música!” uma canção também inédita do Musical, com um tom mais puxado ao rock brasileiro, com a letra que abrange a amizade dos dois personagens. Para muitos, a melhor performance da noite.
Após a música terminar, Bentinho e Escobar já estão em cena novamente no mesmo cenário de antes. Dessa vez, eles têm uma relação mais forte, com um diálogo voltado à Carpita, interesse romântico de Bento, e Sancha, esposa de Escobar.
A cena se encerra com Carpita e Sancha se apoiando nas janelas do quarto com um buquê de flores cada.
Cena 05
Narrador: — Confusa com a oração que havia feito há 20 anos, Dona Glória se sente mal em relação ao seu filho, que não estava gostando da ideia de virar um padre. Decidida, ela vai até a igreja para conversar com o Papa e pedir para que ele retirasse seu filho do seminário. Entretanto, uma nuvem escura cobre o ambiente.
O Take se volta novamente a Dona Glória, agora com Fernanda Montenegro numa expressão mais cabisbaixa e de desinteresse. O palco é iluminado por uma luz bem forte branca, para simbolizar a paz e religiosidade do encontro com o Papa. A senhora começa a cantar “Eu Só Conheço a Verdade”, uma das músicas inéditas da obra, ao caminhar pelo cenário. Dançarinos disfarçados sentados na plateia se levantam no refrão. Ao fim da performance, começa a ventar e chuviscar muito, o palco fica um pouco escuro. Escobar entra em cena e, ao conversar com Dona Glória, pede a ela que não tire seu amigo do seminário. A dona não estava entendendo nada. Quem era ele? Como ele sabia do que eu estava prestes a fazer? Todavia, ela estava certa do que tinha que fazer.
Cena 06 | Cena 07
Narrador: — Livre da sua obrigação de ser padre, Bento vai cursar Direito no largo São Francisco, em São Paulo. Consigo, ele leva Capitu, que estava realizada de deixar sua família para trás, seu pai Pádua e sua mãe Fortunata.
A cena começa com um tom bem dramático, num cenário escuro que representava o quarto de Capitu. Maria Casadevall contracenava uma emocionante briga verbal com Murilo Benício e Déborah Secco, que interpretam o Sr. Pádua e a Sra. Fortunata. O motivo? Era de que os pais de Capitu rejeitavam a ideia da filha se mudar de estado, ainda mais com Bentinho.
Logo, em completa escuridão e sem que ninguém da plateia percebesse, o palco girou. Essa transição representava alguns anos que haviam passado. Já na Cena 07, o cenário era de um apartamento azul, que Bento e Capitu estavam morando. Ao fim, o pianista começa a tocar uma música tradicional de casamento. Na televisão do quarto do cenário, um filme sobre uma cerimônia passou. Os dois personagens estavam já noivos e Bento havia se formado.
Cena 08
Narrador: — Mudança de rotas. E lá vamos nós, voltar a pensar sobre um sujeito duvidoso. Com Capitu e Bentinho em São Paulo, a conexão entre eles com Escobar e Sancha aumentaram, já que o casal passava muito tempo por lá. Grandes amigos, eles saíam para encontros em conjuntos. Escobar acompanhava Bentinho na pescaria e Sancha seguia Capitu nos salões de beleza mais nobres da região.
A cena inicia com os quatro atores performando “Nas Rádios Paulistas”, música inédita que foi composta na setlist do Musical. Primeiramente, Bento começa a cantar deitado numa poltrona, com uma luz totalmente focada dele. Após, Escobar chega encharcado lendo um jornal e cantando seu verso. Para fechar, Sancha e Capitu servem vocais agudos e os dois casais dançam uma linda coreografia clássica.
Narrador: — Uma nova vida surgirá.
A música para, porém Sancha e Escobar continuam a dançar. Em um piscar de olhos, um bebê surge nas mãos deles, anunciando aos telespectadores a gravidez. Num último diálogo entre eles, ambos optaram dar nome ao bebê de “Capitolina”, em homenagem a Capitu, grande amiga do casal.
Narrador: — Uma nova vida se encerrará.
O teatro fica escuro novamente, porém agora com mais tempo. A plateia, agoniada, ascende as lanternas do celular. Escobar estava em uma banheira morto. Machado de Assis sempre deixava alguns easter eggs em suas obras, e por isso, a camiseta de Escobar estava encharcada em cenas anteriores, para delimitar seu tempo de tela à uma morte de afogamento.
Cena 09
Narrador: — Sancha estava tentando seguir a vida criando sozinha sua filha, quando, de repente, e novamente, uma nova vida surgirá.
A cena começa com Sancha chorando ao amamentar Capitolina, e logo após, em um take e cenário diferente, o público é surpreendido com Capitu segundo um bebê que se chamava Ezequiel e conversando sobre idade com seu marido, Bento. Ambos agora são pais e colocaram o nome do filho de Ezequiel, último nome de Escobar, ao prestar uma homenagem ao falecido amigo.
Cena 10
Nesse décimo take, o narrador demora entrar no palco. Na cena, os telespectadores já haviam reparado que passara alguns anos, pois Ezequiel estava na fase dos 12 anos, mais ou menos.
Narrador: — A coragem de expor sua verdadeira face em momentos de desespero, tensão e confusão é uma coisa nobre a se fazer. A se fazer bem feito. Bentinho havia muitas dúvidas, mas nenhuma conclusão.
A cena acompanha Bentinho e Capitu brigando, pois, segundo a ele, Ezequiel não era seu filho, consequência de sua aparência, que era muito parecida com a de Escobar. Capitu estava brava, mas cansada. Não conseguia argumentar. O público fica boquiaberto, como uma traição aconteceria logo agora? Capitu traiu ou não? Escobar era o pai de Ezequiel? Tantas questões a serem respondidas.
Ao fim, Capitu estrela um dos momentos mais brilhantes da peça, que consiste nela caminhando para o próximo cenário, um piano em uma sala vazia preta, e cantando “Linda Flor”, uma das músicas inéditas da peça.
Cena 11
Narrador: — O que passara na cabeça de Bento? Jovem menino… Saiu do Rio de Janeiro para perder a cabeça em território paulista. Que azar! […]
O teatro é iluminado com uma luz vermelha e o narrador começa a falar sussurrando.
Narrador: — […] A consequência de seus atos sempre tarda. Mas nunca decepciona.
Uma cena forte é protagonizada por Bentinho e Ezequiel, interpretado por Pedro Henriques Mottas. No acontecimento, ambos personagens estão no quarto do pequeno às 4h da manhã. Bentinho sobe na cama de Ezequiel e acorda-o. Os dois dialogam e Bento conta a ele que não é seu pai verdadeiro. Com raiva, o protagonista tenta matar o garoto ao enforca-lo com o travesseiro em vingança com o que Capitu, supostamente, havia feito. Entretanto, Capitu aparece em cena e salva seu filho.
Cena 12
Narrador: — Por fim, Bento viaja à território europeu e abandona Ezequiel aos braços de Capitu. Por fim, Capitu e Sancha estavam no mesmo barco, tendo que criar seus filhos sozinhas. Por fim, o final sempre representará o começo de tudo.
O Take 12 retrata muita melancolia. As falas dos personagens são bem profundas. A coloração das cenas havia mudado. Anteriormente, priorizava as luzes autênticas. Mas agora, o escuro prevalece. Nessa cena, a passagem do cenário é bem rápida, como se fosse um flash. Entretanto, o palco girou em três lugares: uma padaria na Europa, com Bento em cena; no corredor do apartamento de Capitu, com ela e Sancha em cena; e um último cenário, que representa um plano fundo preto com todos os outros personagens da série com roupas escuras.
Narrador: — Num labirinto dos saberes, nós buscamos o ponto de vista de cada caminho. Nos encontramos e nos perdemos com facilidade. Sempre há dúvidas e rejeições.
No último momento dessa cena, os cenários são divididos. Pela primeira vez, o palco é separado por dois visuais diferentes. De um lado, Bento e Capitu estão conversando na janela da antiga casa dela, em que Bento sempre estacionava a bicicleta. Do outro lado, são utilizados dublês do casal, para encenar a situação posterior do que eles se encontravam — nessa ocasião, os dublês estão de costas em frente à uma fogueira com um quadro de Ezequiel e outro de Escobar pendurados.
Cena 13: O Final
O começo da última cena é engatado a cena 12, pois um dos lados do cenário, que estava dividido, é apagado. A parte iluminada representa o lado em que eles estão na janela de Capitu se apaixonando. Porém, Capitu é dada como morta no último discurso do narrador. Os motivos foram de que ela não conseguiu criar Ezequiel sozinha, se culpando eternamente por todos os erros que havia (ou não) cometido. Com a morte da mãe, o pequeno tenta se reaproximar do pai, que rejeita-o novamente.
Bento protagonista a última canção do Musical, titulada “Olhos de Cigana”. Enquanto Vladimir Britcha canta, Ezequiel entra em cena encharcado e com um vestido branco na mão. As cortinas fecham e a peça acaba.
Explicação
As obras de Machado sempre possuem muita ambiguidade. Portanto, nessa peça, ninguém sabe o que realmente aconteceu. Se Capitu traiu Bento mesmo. Se Escobar tinha alguma má pretenção sobre o casamento. Porém, há sempre informações na entrelinhas que respondem muitas perguntas. A última cena representa que Ezequiel pode ser realmente o filho de Escobar, por entrar em cena com a camisa encharcada. E o vestido que ele segura, possivelmente seria de Capitolina, reafirmando uma teoria que Ezequiel (Escobar) e Capitolina (Capitu) renovariam o ciclo. Uma coisa interessante a pontuar é que todo o roteiro foi feito a partir da perspectiva do personagem principal, Bento. Sendo assim, não havendo nenhuma relevância a opiniões ou ponto de vista de outros personagens, assim como que acontece na vida real, pois a verdade absoluta para nós é o que vemos diante aos olhos. O nome “Olhares Oblíquos e Dissimulados” reflete a essa questão e também a citação mais famosa desse livro.
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Tracklist
Todas as 7 músicas que foram escritas e apresentadas nesse Musical ganharam espaço nas principais plataformas de Streaming, com um EP chamado “Olhares Oblíquos e Dissimulados”. Confira a capa do projeto e as letras das canções.
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Tony Awards
O Musical foi muito bem recebido pela crítica especializada e pelo público, fazendo com que ganhassem indicações na septuagésima sétima edição do Tony Awards, principal fonte de premiação de teatro no mundo. A peça acumulou 2 estatuetas e uma bilheteria mundial.
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pauprxtodaobra · 11 months
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Nome: Gawin Chivaaree (Phrapai Chansook) Idade: 24 anos (6 de julho / canceriano) Sexualidade: Bissexual Profissão: Mecânico e Publicitário Residência: Torre Aurora, edifício Haneul, apto F2 (se mudou fazem 3 três meses) Canta quando não tem ninguém por perto: qualquer música da Shakira Estilo musical: Rock, hip-hop, rap e pop. Filme favorito: Velozes e Furiosos Roupa favorita: Couro, jeans e algodão, normalmente na cor preta. Tênis, boné, anéis e cordões de prata costumam fazer parte do seu estilo. Pessoa favorita: seu pai (Prachaya) Maior medo: Nunca mais voltar para Singapura e ver seu pai. Vício: Bebidas alcóolicas em geral, possui o péssimo hábito de tomar um ou duas doses todos os dias desde que veio para a Coréia. Hobbies: Tocar violão, cantar, cozinhar, passear com seu cachorro, ler gibis, realities de culinária, séries e filmes de ação ou suspense. Animal de estimação: Phayu Características: Brincos de argola na orelha esquerda, possui dois furos, um piercing de argola bem fininha no nariz do lado direito e cabelos em tamanho médio normalmente presos em um rabo de cavalo (às vezes faz algumas trancinhas). Preciso dizer que o menino é relativamente baixo, com apenas 1,74 de altura. Traços de personalidade: A marra é pura fachada, não que ele faça de propósito, apenas é a primeira impressão que costuma deixar, depois que passam a conhecê-lo percebe-se que é alguém responsável, sério quando precisa e bastante gentil. Costuma se preocupar com o bem estar das pessoas, tem um ótimo senso de humor e pode até mesmo ser fofo em algumas situações.
O que é necessário para ter paz? Ás vezes é preciso mudar de país e até de identidade, não que algo do tipo estivesse nos planos de Phrapai, mas foi o que aconteceu, infelizmente. Um rapaz brilhante, esforçado e responsável, com um futuro brilhante pela frente se não fosse o erro de se envolver com a pessoa errada.
Filho único, sua mãe faleceu no parto, por toda sua vida foi sempre ele e o pai. Carros e motos o encantam desde criança, cresceu se sujando de graxa e aprendendo o ofício e paixão do pai, ajudava na oficina desde sempre e se não fosse pela curiosidade a respeito dos comerciais de televisão talvez tivesse seguido a vida como mecânico ao invés de se formar em publicidade.
Fez vários ótimos estágios durante a faculdade, se enfiando em projetos e se destacando na maioria deles, não foi nenhuma surpresa para seu pai quando o final terminou os estudos praticamente empregado. Não era bem o tipo de trabalho que enchia os olhos de Phrapai, afinal, propagando política parecia meio sem graça, convenhamos. Nem por isso se empenhou mesmo e quando deu por si estava mergulhado no mundo político, mais do que isso, estava envolvido com seu próprio cliente, o candidato a presidência de Singapura.
O homem não era apenas poderoso financeiramente e politicamente falando, ele também era casado e tinha três filhos. O envolvimento entre eles não era pra ter acontecido e o desenvolvimento da relação se deu de forma catastrófica, onde Phrapai não conseguia resistir ou dizer não e todas as vezes em que tentou dizer não, se afastar ou acabar com tudo fora coagido a continuar. Não havia mais paz ou liberdade.
Pediu ajuda para sua prima, uma agente especial do FBI, que mexeu os pauzinhos para salvar o primo daquela situação. O resultado? Uma mentira para o pai, um novo país, novo emprego e novo nome (identidade). Agora ele era Gawin, um mecânico de Seul, morador da Haneul. Suas redes sociais foram apagadas e não há nenhum rastro de sua nova identidade na internet.
Faz apenas três meses que Gawin está morando em Haneul, tirando seu colega de apartamento, ele não possui amigos. Entra e sai do prédio de maneira discreta, no início usava até mesmo máscara de boné. Tenta ao máximo passar desapercebido ainda que seu jeito de andar e se portar seja um tanto quanto marrento, mas é tudo fachada, costuma ser educado e gentil, chegando a ser irônico ou sarcástico em alguma situações.
Sente uma falta absurda da vida que tinha antes, dos seus amigos, das saídas noturnas. Sua vida hoje gira em torno da oficina, sua moto, seu cachorro, cozinhar para o colega de apartamento, assistir seriados e filmes ou beber sozinho no jardim feio do prédio.
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marianeaparecidareis · 3 months
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DECLARAÇÃO DO DISCÍPULO AMADO JOÃO AO SEU MESTRE.
- Oh! Como deve ser bonito! Dizem que do cume, do ponto mais alto, se pode avistar o Grande Mar, o de Roma. Isso me agrada muito! Vais levar-nos a vê-lo? João faz a pergunta, com o seu rosto de menino bom levantado para Jesus.
- Por que é que te agrada tanto vê-lo?, pergunta Jesus, acariciando-o.
- Não sei. Porque é grande, e não se vê o seu fim.. Ele me faz pensar em Deus... Quando estivemos no Líbano, eu vi o mar pela primeira vez, porque nunca tinha estado a não ser ao longo do Jordão ou então em nosso pequeno mar... e chorei de emoção. Que azul! Quanta água! E sua água não extravasa nunca!... Que coisa maravilhosa! E os astros, que fazem caminhos de luz sobre o mar... Oh! Não rias de mim! Fiquei olhando o caminho de ouro do Sol até ficar ofuscado, o caminho de prata da Lua até não ter mais nos olhos senão aquele candor fixo, e via como eles se iam dissipando e sumindo ao longe, muito longe. E aqueles dois caminhos falavam comigo. Eles me diziam: “É Deus que está naquelas lonjuras sem fim, e estes são os caminhos de fogo e de pureza que uma alma deve seguir, a fim de ir para Deus. Vem. Mergulha no infinito, remando por estes dois caminhos e encontras o Infinito.
- És um poeta, João, diz admirado Tadeu.
- Não sei se isto é poesia. Só sei que acende o coração.
- Mas tu já viste o mar também em Cesareia e Ptolomaida, e bem de perto. Nós estávamos à beira dele. Não vejo necessidade de fazer uma viagem tão grande para ir ver outra água do mar. Afinal, nós nascemos na água..., observa Tiago de Zebedeu.
- E nela estamos ainda agora, infelizmente!, exclama Pedro que, tendo-se distraído por uns instantes, para ficar ouvindo João, não viu uma poça traiçoeira, e nela tomou um verdadeiro banho... Todos se riem, a começar pelo próprio Pedro.
[....]Mas João responde:
“É verdade. Mas, visto lá de cima, ele é mais belo. Podemos ver mais e mais longe. Ficamos pensando com mais profundidade e amplitude... Ficamos desejando, sonhando...” E, em verdade, João já está sonhando... Olha para a frente e sorri ao seu sonho. Parece uma rosa cor de carne, coberta por um orvalho miudinho, a tal ponto sua pelo lisa e clara de jovem louro se torna da cor de um veludo purpurino e se cobre de um leve suor, que a torna ainda mais parecida com uma pétala de rosa.
- Que queres? Com que estás sonhando?, pergunta Jesus, em voz baixa, ao seu predileto, e parece um pai que interroga docemente um querido filhinho, que lhe está contando um doce sonho seu. Fala exatamente à alma de João, tão doce no interrogar, para não estragar o sonho do seu amoroso discípulo.
- Eu quero andar por aquele mar infinito... ir a outras terras que estão para lá dele... Eu quero ir falar de Ti... Estou sonhando... sonhando em ir até Roma, até a Grécia, até os lugares escuros, para levar-lhes a luz... de modo que os que vivem nas trevas, venham a ter contato Contigo e vivam em comunhão Contigo, ó Luz do mundo... Sonho um mundo melhor... para fazê-lo melhor por meio do conhecimento de Ti, isto é, por meio do conhecimento do Amor, que torne bons, puros, que torne heroico um mundo que se possa amar em teu Nome e – acima do pecado, da carne, do vício da mente, acima do ouro, acima de todas as coisas, - exalte o teu Nome, a tua Fé, a tua Doutrina... sonho de estar eu com estes meus irmãos, indo pelo mar de Deus, Te levando por estradas de luz... como, há tempo, Tua Mãe te trouxe dos Céus para nós... Sonho... sonho que sou um menino que, não conhecendo nada mais que o amor, permanece sereno, até quando vai de encontro aos tormentos... e canta para dar coragem aos adultos, que ficam pensando demais, e vai adiante... ao encontro da morte, com um sorriso... ao encontro da glória, com a humildade de quem não sabe bem o que está fazendo e que só sabe ir até Ti, Amor. Os apóstolos ficaram com a respiração pesada, durante a extática confissão de João... Firmes no lugar em que estavam, olham para o mais jovem, que está falando com os olhos velados, pelas pálpebras, como por um véu lançado sobre o ardor que sobe do coração e olham para Jesus que se transfigura na alegria de reencontrar-se tão completo no seu discípulo...
Quando João se cala, ficando um pouco inclinado, - e faz-nos lembrar a graça da Anunciação da Humilde Virgem em Nazaré – Jesus o beija na fronte, dizendo: “Iremos ver o mar, para fazer-te sonhar ainda com a vinda do meu Reino ao mundo."
O EVANGELHO COMO ME FOI REVELADO - MARIA VALTORTA.
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esquiloesquisito · 3 months
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Coisa de alma
Vaga comigo amor?, vamos ver o sol nascer na beira da praia. Me beija intensamente como se o mundo fosse acabar... e ele vai,
Me diz que quer um expresso, um pão com manteiga feito na hora, quentinho do jeitinho que você gosta, fala pra mim que hoje vamos tomar banho de chuva e rir a beça como dois idiotas,
Canta pra mim? Me deixa ouvir as palavras que tua boca guarda com tanta voracidade, deixa escapar os teus sonhos dessa gaiola,
Me deixa rir de coisas que não tem graça (pra você) e ainda assim me olha como se fosse a menina mais linda do mundo,
Admira meus cachos, bagunçados ou arrumados, os fios rosados cor do pecado, entrelaça teus dedos nesse emaranhado de cachos e olha como combinam com os meus olhos marejados pelo amanhecer,
Vamos conversar amor, vamos rir do mundo, vai! Pega minha mão vamos discutir política, música ou o porque os pepinos do mar não são verdes e compridos, vamos falar dos corações desiludidos dos amores não vencidos dos pecados não assumidos... mas conversa comigo.
-esquiloesquisito
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operaportugues · 4 months
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Ariodante, HWV 33 (Handel) - Viena, 03/março/2018
Linda ópera completa com legenda em português: vídeo; legenda.
Uma história de ciúme e intriga, conflito e traição: Ariodante, a primeira obra de Handel para o então novíssimo Theatre Royal em Covent Garden, em 1735. Nessa época, o compositor estava muito envolvido em rivalidades, falido e acometido por uma doença. No entanto, rejuvenescido por um retiro, ele escreveu esta obra baseada no Orlando Furioso de Ariosto. E conseguiu criar uma partitura ricamente variada e colorida - incluindo a ária íntima "Scherza infida" - considerada uma joia entre as composições de Handel. Na década de 1970, esta ópera começou a ser revivida e passou a ser considerada uma das melhores óperas de Handel. Primeira vez de Ariodante na história da Wiener Staatsoper.
Libretto
Personagens Principais: - Ariodante, um príncipe vassalo - Ginevra, filha do rei da Escócia, prometida a Ariodante - Dalinda, assistente de Ginevra, secretamente apaixonada por Polinesso - Polinesso, duque de Albany - Lurcanio, irmão de Ariodante - Rei da Escócia - Odoardo, favorito do rei
Enredo: Escócia Medieval. Ginevra, filha do rei, está apaixonada e prometida ao príncipe Ariodante. Ela rejeita as investidas amorosas do Duque de Albany, Polinesso, que engana cruelmente Ariodante e o pai de Ginevra, fazendo-os acreditar que Ginevra foi infiel. Ariodante tenta o suicídio e Ginevra é condenada, mas após ser desafiado para um duelo por Lurcanio, irmão de Ariodante, o moribundo Polinesso admite sua trama e os amantes se reencontram.
Sinopse
Ato 1 O gabinete real, no palácio
A princesa Ginevra, em frente ao espelho, está se enfeitando para ficar bonita para seu amado. (Ária: Vezze, lusinghe). Polinesso, Duque de Albany, irrompe na sala e, pensando que ter a filha do rei como sua namorada aumentaria suas perspectivas, declara seu amor por ela. Ginevra o rejeita indignada (Ária: Orrida a gl'occhi miei) e vai embora. Dalinda, que está secretamente apaixonada por Polinesso, o aconselha que seu rival é o príncipe Ariodante, mas também o aconselha que tudo o que ele precisa fazer é abrir os olhos para ver outra pessoa que o ama (Ária: Apri le luci). Deixado sozinho, Polinesso percebe que Dalinda está apaixonada por ele e planeja usá-la para frustrar seu rival e conquistar Ginevra para si (Ária: Coperta la frode).
Os jardins reais
Ariodante canta sobre como toda a natureza lhe fala de amor (Ária: Quì d'amor). Ginevra se junta a ele e eles juram seu amor (Dueto: Prendi, prendi da questa mano). O rei se junta aos amantes, dá-lhes sua bênção e ordena que seu cortesão Odoardo faça os preparativos para o casamento (Ária: Voli colla sua tromba). Sozinho, Ariodante jura ser fiel a Ginevra (Ária: Con l'ali di costanza). Polinesso trama seu plano - ele diz a Dalinda que, se ela se vestir como Ginevra naquela noite e convidá-lo para seus aposentos, ele será dela (Ária: Spero per voi). Lurcanio, irmão de Ariodante, aparece para Dalinda e declara seu amor por ela (Ária: Del mio sol vezzosi rai), mas ela perdeu totalmente seu coração para Polinesso (Ária: Il primo ardor).
Um vale encantador
Ariodante e Ginevra desfrutam das belezas da natureza e da companhia um do outro (Dueto: Se rinasce nel mio cor). Eles são acompanhados por pastores e pastoras (Dueto com coro: Si godete al vostro amor) que dançam para entretê-los (Balé).
Ato 2
Perto de ruínas antigas, à vista dos aposentos de Ginevra; à luz da lua
Polinesso e Ariodante se encontram; Polinesso finge espanto quando Ariodante lhe diz que está noivo de Ginevra, insistindo que Ginevra o ama. Ariodante se recusa a acreditar nisso. Tudo isso está sendo observado por Lurcanio, que está escondido. Polinesso diz a Ariodante para observar enquanto "Ginevra", na verdade Dalinda vestindo as roupas de Ginevra, admite Polinesso em seu quarto para passar a noite. Ariodante está desesperado e quer morrer (Ária: Tu preparati a morire), mas Lurcanio surge das sombras e aconselha Ariodante a viver e buscar vingança (Ária: Tu vivi). Ariodante lamenta tristemente a (suposta) infidelidade de sua amada (Ária: Scherza infida). Quando o dia amanhece, Polinesso e Dalinda saem do palácio. Polinesso promete que a recompensará, para seu deleite (Ária: Se tanto piace al cor) e, sozinho, Polinesso exulta com o bom andamento de sua trama (Ária: Se l'inganno).
Uma galeria no palácio
Enquanto o rei está fazendo os últimos preparativos para o casamento de sua filha, o cortesão Odoardo lhe traz más notícias - Ariodante foi visto cometendo suicídio ao pular no mar. O rei está com o coração partido (Ária: Invida sorte avara). Ginevra aparece, tendo uma premonição de alguma calamidade que se aproxima (Ária: Mi palpita il core). Quando seu pai lhe dá a terrível notícia, ela desmaia e é levada embora. Lurcanio aparece diante do rei, que tenta consolá-lo pela perda de seu irmão. O furioso Lurcanio, no entanto, entrega ao rei uma carta dizendo que viu Ginevra admitir Polinesso em seu quarto para passar a noite, o que fez com que seu irmão se matasse, e Lurcanio agora está determinado a se vingar (Ária: Il tuo sangue). O rei renega sua filha e a condena como prostituta. Quando Ginevra ouve isso, ela entra em delírio (Ária: Il mio crudel martoro) e todas as tentativas de Dalinda de consolá-la falham. Ginevra cai em um sono agitado e perturbado (Ballet of Good and Bad Dreams). Ela acorda aflita (Recitativo accompagnato: Che vidi? oh Dei! misera me!).
Ato 3
Um bosque próximo ao mar
Ariodante sobreviveu e agora repreende amargamente os deuses por condená-lo a viver (Arioso: Numi! lasciarmi vivere). Ao ouvir gritos, Ariodante encontra Dalinda, que está sendo mantida por bandidos contratados por Polinesso, com ordens de matá-la, pois ela é a única testemunha de sua trama para desacreditar Ginevra. Ariodante afasta os capangas de Polinesso e Dalinda lhe revela a verdade - foi ela, disfarçada de Ginevra, que deixou Polinesso entrar em seu quarto. Ariodante se revolta contra a traição que o levou a duvidar de sua amada (Ária: Cieca notte). Sozinha, Dalinda expressa seu remorso (Ária: Neghittosi or voi che fate?).
Os jardins reais
O rei anuncia que nunca mais verá sua filha, a menos que apareça um campeão para defender sua honra. Polinesso dá um passo à frente e se oferece para desafiar Lurcanio em um duelo (Ária: Dover, giustizia, amor). Ginevra, condenada à morte por irregularidade sexual, aparece diante de seu pai implorando para poder beijar sua mão (Ária: Io ti bacio). Seu pai a abraça em seu peito, dizendo que um campeão apareceu para defendê-la - Polinesso. Ela não gosta dessa ideia, mas ele insiste (Ária: Al sen ti stringo e parto). Ginevra prefere a morte à perda de sua honra (Ária: Sì, morrò). Lurcanio oferece novamente seu amor a Dalinda, e ela indica que agora está inclinada a aceitá-lo (Dueto: Dite spera, e son contento).
O campo de duelo, o rei em seu trono
Polinesso e Lurcanio lutam, Lurcanio fere mortalmente Polinesso, que é levado por Odoardo. Um novo campeão aparece com o visor abaixado. Ele se revela como Ariodante, para o espanto de todos, e declara Ginevra inocente. Dalinda admite sua participação na trama. Odoardo retorna com a notícia de que Polinesso, ao morrer, também admitiu sua culpa. O rei perdoa Dalinda e vai em busca de sua filha. Ariodante saúda com júbilo o amanhecer de um novo dia brilhante após noites de escuridão (Ária: Dopo notte).
A sala onde Ginevra está aprisionada
Ginevra olha a morte de frente (Arioso: Manca, oh Dei!). Mas seu pai e os outros aparecem e a declaram vingada. Ela se reencontra com seu amado Ariodante (Dueto: Bramo aver mille vite).
O grande salão do palácio. Uma grande escadaria sustentada por colunas; na parte superior da escada, músicos tocando instrumentos de sopro. O Rei, os Lordes e as Damas descem a escadaria. Ele começa o coro, enquanto os Lordes e as Damas dançam.
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