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#Roberta Cirne
robertacirne · 1 year
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(1938) BANDIDOS DE NORONHA E SUAS HISTÓRIAS TEXTO: ROBERTA CIRNE . Vamos escutar sobre NORONHA de quem PESQUISA e ESTUDA o assunto? . Pouca gente sabe que Fernando de Noronha foi um presídio. Foi uma prisão, fundada em 1737, e chamado por muitos de "depósito de desvairados". Por mais de 200 anos, os presos não tiveram como fugir dali ao invés de muros, eram cercados por água. Além disso, Recife está a 545 quilômetros de distância. Os criminosos que iam para lá ficavam livres para circular dentro de todo o território, mas as punições para quem não se comportasse eram severas e alguns chegavam a ser transferidos por 15 dias para uma das ilhotas, que funcionava como uma solitária. Em 1938 o local se tornou uma cadeia política e abrigou nomes como o militante Carlos Marighella e o ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes. Em 1942 foi desativada, e apenas em 1988 voltou a ser território de Pernambuco. Tive a oportunidade de pesquisar em um livro de 1938- Sob o Céu dos Trópicos, de Olavo Dantas, e trago-vos as histórias dos criminosos que ali habitavam então. Todos possuíam codinome, de acordo com o crime cometido... Um deles, MANÉ SOLDADO, que ocupava o posto de guarda do presídio por bom comportamento tinha em sua conta ter assassinado a esposa grávida, cortando-lhe a barriga com a peixeira de tal forma que a perna do bebê saiu pelo buraco. Tomando-lhe as pernas na mão, decepou-as. De outra vez, matou o companheiro de cela no Recife, o que lhe garantiu a hospedagem definitiva em Noronha. MATA VELHA tinha uma curiosa história. Empregado de uma senhora idosa que tinha uma arca cheia de tesouros. A tentação o rondava. Por fim, tentou arrombar, mas foi flagrado. Deu um soco na anciã apenas para atordoá-la, mas terminou matando-a. Colocou-a na cama, fingindo que ela estava doente, mas foi descoberto pelos vizinhos e encaminhado a Noronha. Também ali ficou MANÉ PEQUENO, com mais de 19 mortes nas costas; AVIADOR, um arrombador, nosso “Arsène Lupin”, e por fim, o MÃO FOVEIRA. Com mãos manchadas e aduncas, dizia que cortava mãos de criança e as punha no embornal, como amuletos de sorte no jogo. Estes e outros bandidos ali viveram, e morreram, sendo enterrados na ilha... https://www.instagram.com/p/Clq2JOFOUSS/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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keliv1 · 2 years
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Capa de “Dossiê Mulheres e Arte Sequencial: elas pesquisam, elas produzem”, e-book gratuito organizado pelas pesquisadoras Danielle Barros Silva Fortuna (UFBA), Maiara Alvim de Almeida (IFRJ), Cátia Ana Baldoino da Silva (UFG) e Nataly Costa Fernandes Alves (UFRJ) – foto: reprodução
 (Ainda) na onda das lives, assisti (um pedacinho) do lançamento do “Dossiê Mulheres e Arte Sequencial: elas pesquisam, elas produzem”, na noite de quarta-feira, dia 8 (antes, estava assistindo outra live, que depois postarei aqui). O evento foi realizado pelo Programa de Pós-graduação em Arte e Cultura Visual (FAV/UFG – Universidade Federal de Goiás), em parceria com a Associação de Pesquisadores em Arte Sequencial – ASPAS (já falei da associação aqui).
O e-book faz parte da Coleção Desenredos (volume 16), e foi produzido e editado pelas pesquisadoras Danielle Barros Silva Fortuna (UFBA), Maiara Alvim de Almeida (IFRJ), Cátia Ana Baldoino da Silva (UFG) e Nataly Costa Fernandes Alves (UFRJ), e tem em seu miolo textos acadêmicos e Quadrinhos de várias artistas (no final do post, a relação completa das autoras).
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Profas. Sonia e Maiara durante a live que ocorreu no canal do Youtube da UFG (e eu, aparecendo nos comentários!) - foto: Keli Vasconcelos (não repara na bagunça, rsrs)
Mais interessante, foi quando começou a ingressar na pesquisa de quadrinhos asiáticos (os mangás, por exemplo), chegando às HQ indianas. “Quero um dia ir pra Índia, ver de perto como é essa produção, como é feito esse trabalho. Não sei como, só não irei pra meditar. Isso não é minha área”, brincou Sonia, que já morou no Japão, inclusive. Mas, não vou dar mais spoiler da live, você pode conferir a íntegra no canal da UFG.  
Com 300 páginas, o e-book conta com a participação, além da profa. Sonia Luyten, Sabrina da Paixão Brésio, Maiara Alvim de Almeida, Nataly Costa Fernandes Alves, Valéria Fernandes da Silva, Natania A. Silva Nogueira, Danielle Barros Silva Fortuna e Valéria Aparecida Bari; as quadrinhistas: Isa de Oliveira, Andréia Oliveira, Fernanda Braga, Nataly Costa Fernandes Alves, Rosemary Bezerra de Araujo (Rose Araujo), Roberta Cirne, Rachel Cosme Silva dos Santos, Milena Larissa Varella de Azevedo (A Milena, que tá sempre aqui no blog e que agradeço, pois vi um post dela no LinkedIn e saí da outra live para ver essa!), Juliana Loiola de Paula (Ju Loyola), Renata C. B. Lzz, Melinna Guedes Barros, Mariana Araújo de Brito, Regi Munhoz, Abilene de Sá Barbalho, Danielle Jaimes, Paloma Nogueira Nitão Diniz, Thais Linhares, Lya Calvet, Naiara M. Saqueto, Rafaela Dourado Leobas e Cátia Ana Baldoino da Silva.
E vamos lá, aprendendo mais e sim, mulheres produzem, pesquisam, escrevem e divulgam Quadrinhos! Quem me acompanha aqui, sabem bem, né? 
Quem assistiu o evento e se cadastrou, recebeu certificado. Demais!
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Ah, faça o download do e-book no link
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balburder · 5 years
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[Vem Comigo] Plaf # 2
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Em tempos bicudos, ou se resiste ou se entrega, é difícil ir além desse binômio – a tal terceira via, ser neutrão, é se entregar. Há, porém, mais de uma forma de resistir, que pode ser na arena da representação política, pode ser em organizações com trabalho mais direto na sociedade, pode ser na divulgação de ideias.
A Plaf,  iniciativa dos editores pernambucanos Carol Almeida, Dandara Palankof…
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milenaazevedome · 6 years
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FIQ 2018 (o melhor!) - com e sem pudim no Mckean...
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Sabe aquele FIQ sem calor escaldante com o qual todos nós sonhávamos e pedíamos ao pessoal da organização que um dia acontecesse? Pois em 2018 virou realidade!
A 10ª edição do FIQ aconteceu entre os dias 30 de maio e 03 de junho, na famosa Serraria Souza Pinto, com clima extremamente agradável. Só fazia um friozinho no início da manhã e à noite.
Esse ano eu estava entre os convidados e foi uma delícia estar no mesmo hotel que Dave McKean (sim, tem a história que virou meme do FIQ, “pudim no Mckean”, que abaixo irei contar a versão real e a que tomou proporções estratosféricas), e logo no meu primeiro dia eu estava jantando no restaurante do hotel e ele estava lá, bem na minha frente (mas com o notebook ligado e rabiscando e eu fiquei com vergonha de importuná-lo, pois minha cara-de-pau tem limite). Sem contar os cafés-da-manhã, almoços e jantares mais divertidos que tive na vida, junto a amigos e colegas queridos.
Como eu estou no projeto Arte da Palavra, do SESC, não pude permanecer durante todo o evento em BH, pois sábado de manhã cedo precisei pegar o avião de volta a Natal, deixar a “ruma” de HQ comprada e ofertada, pegar meu material de trabalho e rumar para Rio do Sul, em Santa Catarina, na madrugada do sábado para o domingo. Foi uma correria só, mas aproveitei bastante cada segundo em BH.
Minha primeira participação no FIQ 2018 foi como integrante da mesa “Quadrinhos e Prosa literária”, junto a Lelis e Lu Cafaggi, mediada pelo Lucas Ed. Apesar de ser a segunda e última mesa da noite de abertura, o auditório estava com um público bom. Foi muito bacana o rumo que a conversa tomou... e mais massa o comentário da Germana Viana (porque na programação não aparecia meu sobrenome e algumas pessoas me abordaram, perguntando se aquela “Milena” era eu), que argumentou estar eu no patamar de Mônica e Cher, que não precisam de sobrenome para se fazerem representar. Agradeço o registro fotográfico da mesa ao amigo Liber Paz. Ah, após a mesa, algumas pessoas que estavam na plateia vieram falar comigo e também compraram o Amor em Quadrinhos. Uma delas foi o Guilherme Couto, doutorando em grego antigo, que me falou sobre seu projeto Medeia - uma tragédia em quadrinhos. Adorei conhecê-lo.
Na quinta, dia 31 de maio, tive sessão de autógrafos pela manhã.  
Como a Carol Pimentel não pode comparecer ao FIQ, acabei ficando na mesa da Germana Viana, vendendo os poucos exemplares do Amor em Quadrinhos que levei (a recepção do público foi ótima!), e dando aquela força pra Germanita, que até trouxe expositor pra colocar o Amor em Quadrinhos (é ou não é amor?). Por isso eu enfrentei as filas quase intermináveis do bebedouro para encher nossas garrafinhas de água. Sem falar que ela descobriu o rapaz que estava vendendo quentinhas vegetarianas e veganas (extremamente saborosas!) a um preço acessível, e que a mesa da Germana era o refúgio da homenageada do FIQ 2018, Érica Awano.
Eu também dava várias passadas nas mesas da delegação potiguar, com Leander e Cristal Moura, Jamal Singh e Wendell Cavalcanti, Jádson Pereira e Renato Medeiros, apresentando nossos quadrinhos para amigos e pro pessoal da imprensa especializada.
OBS: Aureliano estava por lá, mas no stand da Lote 42. E AnaLu Medeiros, apesar de não ter conseguido mesa, também foi ao FIQ.
E por falar em imprensa, ter encontrado o Daniel Lopes, a Flávia Gasi, a Belle Félix, o Paulo Floro e a Dandara, e conhecido pessoalmente (finalmente!) o Ramón Vitral (Vitralizado) e o Carlos Neto (Papo Zine) foi demais (sim, o Ramón me presenteou com toda a Série Postal do ano passado e desse ano - valeu!).
Bom demais rever amigos queridos, como Sidney Gusman, Fábio e Letícia (os Coala), Edgar Franco, Michelzinho Ramalho (que me deu uma notícia muito massa, que por enquanto é segredo), Crumbim e Eiko, Chairim, Ana Luiza Koehler, Cassius Medauar, Cadu Simões, Vitor e Lu Cafaggi, Mario Cau, Luciano Salles, Guilherme Kroll, Liber Paz, Maria Clara e Lielson, Pablo Casado, Brendda Lima, Shiko, Akira, Vinasz, Daniel Meireles, Igor “Bone”, Ivan Freitas (Bá e Moon também apareceram e dei um abraço neles)... a bagunça na van junto com o desenhista italiano Mario Alberti (Tex), que é super gente fina, gostou do Amor em Quadrinhos ao folhear e ganhou um exemplar de presente... ouvir do Daniel Lopes que após ler minha resenha de Tale of Sand, no Universo HQ, correu para negociar a publicação brasileira pela Editora Pipoca & Nanquim (que ficou belíssima, diga-se de passagem)... conhecer novos artistas, como a Sara, de Manaus (tão fã de Battlestar Galactica quanto eu), o Guilherme Infante (criador de O Capirotinho), as Senhoritas de Patins (elas vão desenhar minha história no Gibi de Menininha), a Roberta Cirne, o Dudu Torres, o Felipe Parucci, sem falar na alemã Claudia Ahlering (Ghetto Brother - Uma Lenda do Bronx) e na equatoriana Powerpaola (QP), ambas muito simpáticas, e a amiga do Twitter, Mariana Castro (e seu esposo Fernando), apoiadora do Amor em Quadrinhos, que é um doce de pessoa.
O Gibi de Menininha (coletânea organizada pela Germana Viana, da qual estou participando) teve uma notícia boa, e a Nathália, da editora italiana Shockdom, veio me procurar para conhecer meu trabalho. Espero do fundo do coração que venha coisa boa daí.
Fatos pitorescos
Na fila de autógrafos da Claudia Ahlering, um rapaz deu um pouco de cachaça para ela experimentar, ela achou forte. Foi presenteada com duas garrafinhas. A Claudia, aliás, batia altos papos com os fãs, e a fila não andava. Quando ela olhou pra frente, se assustou, e as conversas que duravam em torno de 20 min, começaram a ser mais breves. Quando chegou na minha vez (penúltima da fila), ela puxou conversa, querendo saber o que eu fazia e se conseguia viver de arte no Brasil.
Eu, no elevador do hotel, olho para o lado e quem estava ali? Marcelo D´Salete! Pude conhecê-lo pessoalmente e trocamos um dedo de prosa até a porta do elevador se abrir.
Festa do Catarse no segundo dia do FIQ: eu fui convencida a ir, junto com Sidney Gusman, Cassius Medauar, Guilherme Kroll, Flávia Gasi, Belle Félix e Andreia Bolseiro. Chegando lá, tudo estava lotado. Conseguimos uma mesa e protegemos nossas cadeiras como cachorro com seu osso. Pedimos 8 pizzas. Demora. Pessoal começou a bater na mesa, gritando: “fome!”, “fome!”. Sidney descobriu que o forno do lugar era pequeno e não dava conta de tanta gente faminta pedindo pizza. Quase uma hora e meia depois, as pizzas começaram a chegar. Vinham duas, depois mais duas... depois três... acabou que demorou tanto que a fome foi até passando. Aí, uma menina um tanto quanto bêbada me pediu um pedaço de pizza porque estava morrendo de fome. Olhei pra todos da mesa, todos olharam pra mim, e disse que ela podia pegar. A menina perguntou: “qual é o sabor?”, e eu disse: “abobrinha”. A menina: “eu adoro abobrinha!”. Pegou um pedaço graúdo e saiu feliz.
Pudim no Mckean
Eu não esperava por essa brincadeira, encabeçada pelo amigo Guilherme Kroll, e que praticamente virou um “meme” desse FIQ.
Tudo começou com um almoço massa, na companhia de Sidney Gusman, Cláudio Martini, Daniel Lopes e Guilherme Kroll. Eu pedi de sobremesa um cheesecake de chocolate com calda de maracujá. O garçom, por engano, trouxe um pudim. Informei ao garçom o equívoco e ele me trouxe a sobremesa correta. Nisso, Guilherme, que já estava tirando onda com os pratos da gente, principalmente com o salmão pedido pelo Daniel, começou a inventar uma história de eu ter ficado braba e jogado o pudim pela janela. Todos rimos e pensei que aquela brincadeira ficaria ali.
Quando eu retorno à Serraria Souza Pinto, descubro que a história estava circulando e, pior, sendo aumentada. Agora eu tinha jogado o pudim na cabeça do Dave McKean. À noite, a narrativa completa ficou assim:
“Milena pediu cheesecake de chocolate com calda de maracujá, mas o garçom trouxe um pudim. Ela se revoltou, disse que não era mulher de comer pudim, lutou kung-fu com os garçons do restaurante, abriu a janela e viu (do 25º andar) Dave McKean passando na rua, colocou o dedo pra fora da janela, calculou a velocidade do vento, e jogou o pudim para cair em cheio na cabeça do McKean. O pudim era tóxico e corroeu os cabelos do McKean, que ficou dois dias sumido, planejando uma vingança.”
Bom, cada um tinha uma versão da história e eu estava sendo abordada com perguntas: “você não gosta de pudim?”; “é verdade que você jogou pudim no Dave McKean?”; “ah, você é a Milena que jogou pudim na cabeça do McKean?”. Nisso, alguém propôs a criação da coletânea Pudim 50 (uma paródia com o MSP 50) , com 50 artistas ilustrando 50 versões do pudim no McKean. E, melhor, o próprio McKean faria a capa.
Valeu a brincadeira, Gui!
A falando sobre o Dave McKean, o  bate-papo com ele foi sensacional. Se eu já o admirava, agora virei super fã do artista multifacetado que ele é, de sua simpatia e bom humor.
Fiquei deveras triste por não ter conseguido a senha pra sessão de autógrafos dele, mas a Isaura conseguiu pegar autógrafo com sketch pra mim, no belo álbum Black Dog, lançamento da Editora Darkside. Isaura, meu anjo do FIQ!
Queria muito ter ficado o sábado e o domingo, mas o trabalho me chamou.
Muito obrigada, Afonso Andrade e toda a equipe do FIQ. Essa edição de 2018 foi inesquecível! Que o evento aconteça sempre entre maio e junho, pois o clima em BH é agradabilíssimo. Deixar o calor humano apenas nos abraços e sorrisos dos amigos, colegas e público.
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iamrodrigoov · 4 years
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Demorei, mas postei! Olha que lindo o Gibi de Menininha 2! Incluindo trabalho da Germana Viana, Camila Torrano, Camila Suzuki, Clarice França, Dane Taranha, Fabiana Signorini, Ju Loyola, Katia Schittine, Milena Azevedo, Rebeca Puig, Renata C B Lzz, Roberta Cirne e Sueli Mendes! @germanacviana @thebutcherlady @camayuszka @claricecomce @danetaranha @fabianasignorini @loyola_ju @katiaschittine @sailor_puig @loucashistorinhas @sombrasdorecife @sueli_mendes_comics #gibidemenininha2 #gibidemenininha #germanaviana #camilatorrano #camilasuzuki #claricefrança #danetaranha #fabianasignorini #juloyola #katiaschittine #milenaazevedo #rebecapuig #renatacblzz #robertacirne #suelimendes #hq #hqs #comic #comics #quadrinho #quadrinhos #gibi #gibis #livro #livros #book #books https://www.instagram.com/p/B7efx8eDn6Q/?igshid=cygttiogxwgu
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quadrinizante · 5 years
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Heroínas com luz própria
Mulheres roteiristas, desenhistas, letristas e coloristas de HQs ainda enfrentam o machismo em busca da visibilidade no mundo geek
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Onde estão, quem são e o que estão fazendo as mulheres quadrinistas? Sem dúvidas, há muito mais mulheres que fazem quadrinhos do que a maioria das pessoas conhece. Seus trabalhos estão aí para serem lidos e apreciados. Acontece que muitos estão disponíveis somente online e de forma independente, em virtude de estarem inseridos num mercado editorial ainda machista. Aliás, num universo geek ainda sexista. Mesmo que isso esteja mudando, não é à toa que existe uma estranha discrepância entre o número de mulheres quadrinistas e a atenção que elas recebem. Se essas roteiristas e desenhistas não estão sendo publicadas ou estão ficando de fora das premiações especializadas, não é por falta de representatividade, mas de reconhecimento. De visibilidade.
Uma das poucas representantes da nona arte em Pernambuco é Roberta Cirne, roteirista e desenhista das HQs de terror Sombras do Recife, publicadas no site homônimo. Além de cuidar de toda a parte literária e do design, a quadrinista também faz um resgate histórico da capital pernambucana. “A pesquisa que estou fazendo com os quadrinhos já existe há 19 anos, mas nunca consegui publicá-los por meios tradicionais”, declara, ao mencionar que a internet teve papel fundamental no seu trabalho. “Tudo o que produzi foi lançado online. Isso fez com que o projeto chegasse a todo Brasil, de um jeito que ainda me surpreende”, afirma. Atualmente, Roberta se dedica inteiramente aos quadrinhos, mas nem sempre foi assim. “Me formei como arte educadora e passei a dar aulas para me sustentar, mas sempre quis ser dona do meu próprio projeto. Hoje, não leciono mais graças ao poder da internet na minha carreira”, conta.
Germana Viana, quadrinista pernambucana radicada em São Paulo, por sua vez, teve a oportunidade de trabalhar no mercado de HQs antes de começar a fazer os seus próprios quadrinhos. Ela foi e é designer e letrista (a pessoa que coloca as letras nos balões e desenha ou redesenha as onomatopeias) de diversas publicações de empresas como a Panini, a Riot e Jambô editora. Ainda no ramo da arte sequencial, Germana trabalhou como agente de desenhistas para o mercado americano, auxiliando o Joe Prado, na Art&Comics. O negócio é que quando se é mulher e quadrinista, o ambiente de trabalho pode se tornar algo particularmente inóspito. “Eu já ouvi caras dizendo ‘nossa, você desenha feito homem’, como se isso fosse um elogio. Também me aconteceu o fato de um colega, numa feira de quadrinhos, sair da mesa dele, atravessar a área dos artistas e puxar um leitor que estava falando comigo para ver o material dele”, comenta.
Recentemente, Heather Antos, editora da Marvel Comics, postou uma selfie em seu perfil no Twitter, onde ela e colegas de trabalho estavam tomando milkshake juntas, o que intitulou de “Marvel Milkshake Crew”. O que parecia ser uma simples foto de rotina virou alvo de ataque nas redes sociais. Essas mulheres receberam insultos, boa parte de cunho sexual, por alguns homens que atribuíram a elas uma suposta queda de qualidade nos quadrinhos da Marvel. Quem traz luz à essa história é a roteirista paulista Carol Pimentel, única mulher trabalhando na redação da Panini/Marvel. “O mundo nerd ainda é cruel com as mulheres lá fora, mas, por outro lado, vemos trabalhos lindos como o da iraniana Marjane Satrapi, autora de Persépolis, HQ que deveria ser lida por todas as mulheres do mundo”, pondera. A própria Carol, inclusive, foi questionada por sua competência profissional. “O susto veio de mensagens inbox com algumas agressões logo nos primeiros meses que eu estava no cargo de editora aracno-mutante. Foram poucas, mas ainda assim assustadoras”, revela a editora, que cuida de uma linha completa de publicações do Homem-Aranha.
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Pesquisadora de representação de gênero em HQs, Rayza Bazante esclarece que o imaginário negativo a respeito das mulheres nos quadrinhos ainda existe porque “grande parte dos homens leitores do gênero não aceita o fato de haver mulheres habitando o universo geek e ainda ilustrando ou editando quadrinhos”. Seu posicionamento é embasado no livro que utiliza em sua pesquisa, intitulado Homens do Amanhã - geeks, gângsteres e o nascimento dos gibis, de Gerard Jones. Em nota à edição brasileira, essa obra traz as seguintes palavras: “Tanto ‘nerd’ como ‘geek’ são, de maneira geral, termos usados para definir indivíduos do sexo masculino. Até porque o mundo dos nerds é, por princípio, um mundo masculino, onde mulheres não entram”.
Problema sócio-cultural
Para Rayza, a explicação para esse impasse é inteiramente sócio-político/cultural. "Na infância, os meninos eram instigados a ler histórias cheias de aventura, heroísmo e ficção científica, enquanto as garotas eram instruídas a ler fábulas e contos de fadas, as quais servem como um verdadeiro manual para criar a mulher 'bela, recatada e do lar'", explica, enfatizando que é preciso também entender a origem dessa forma de literatura. “As HQs basicamente surgiram nos fandoms, onde só tinham garotos, nos anos 1920. Depois vieram os Syndicates, que eram empresas com dinheiro para comprar, produzir e distribuir o material que era criado. Esse meio também era dominado por homens”, pontua a pesquisadora. Tudo isso influenciou na indústria das HQs. Afinal, quadro a quadro, as mulheres eram criadas e representadas majoritariamente por eles. “Talvez esse fato tenha relação com o imaginário que os quadrinhos são literatura para garotos”, acredita Rayza.
É por essas e outras que algumas artistas desistem. Abandonam os quadrinhos e buscam caminhos menos áridos. “Boa parte das quadrinistas mulheres ficam em casa e compartilham seus trabalhos apenas com amigas. Que eu saiba, apenas umas três ou quatro (a maioria ilustradoras) estão atuando de forma visível no Recife”, constata a criadora do Sombras do Recife, Roberta Cirne. Em sua opinião, o modo como a indústria categorizou as HQs teve grande parte na questão da problemática de gênero que envolve o meio no País, geração após geração. “Havia quadrinhos para meninas até certa idade, depois apenas super-heróis, o que focava no público adolescente masculino”, relembra Roberta sobre o que encontrava nas bancas e livrarias em sua infância. É uma reação em cadeia. Se as meninas eram instruídas a lerem contos de fadas, certamente os bibliotecários e livreiros acabariam separando os livros de autoras ou os considerando como “feitos para meninas” quando eles organizavam suas estantes. Mas, afinal, o que define uma mulher para se ter um universo feminino? Se gêneros são construídos, nada é intrinsecamente feminino. É aí que o mercado erra: quando considera essa produção como gênero narrativo e a deixa de fora do universal. As publicações tem que olhar para os artistas da mesma maneira. E não de acordo com o nome ou gênero de cada um.
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Na década de 1960, algumas mulheres já coloriam ou arte-finalizavam HQs, mas usavam somente as iniciais de seus nomes com o intuito de disfarçá-los no meio das demais assinaturas de homens que apareciam nos créditos. Petra Goldberg, por exemplo, era creditada como P. Goldberg nas histórias do Drácula. Essa já era uma marca de como a indústria se comportaria por anos. Até mesmo a Sheena, uma das personagens mais conhecidas da Era de Ouro das HQs, fica no imaginário geek como se tivesse sido produzida apenas por homens. “Sheena já chegou a ter muitas mulheres envolvidas em sua revista, como a Ruth Roche e a Jean M. Press. Elas trabalharam como produtoras para a Fiction House (1920-1950), editora americana que ficou conhecida por ser a que mais contratou mulheres durante a Segunda Guerra Mundial”, lembra Rayza, citando mulheres quadrinistas pioneiras como Jackie Ormes, que criou a tirinha Torchy Brown in Dixie Harlem entre 1937-1938; Dale Messick, criadora da personagem jornalista Brenda Starr nos anos 1950; e June Tarpé Mills, a primeira mulher a escrever e ilustrar uma HQ com uma super-heroína, que era a Miss Fury (Mulher Pantera no Brasil).
A tradição de colocar arquétipos em personagens tampouco ajudava as mulheres a saírem da invisibilidade no meio das HQs. “Enquanto os personagens masculinos costumam representar coragem, justiça, sacrifício, paradigma moral e concretude social, as personagens femininas sempre seguiam os arquétipos de donzela, mãe e anciã, mesmo quando ela é guerreira”, constata Rayza. Esse imaginário estereotipado fez com que os homens não conseguissem se identificar com HQs protagonizadas por mulheres, o que ocorre até hoje. “Eu, enquanto mulher, não me identifico com esse tipo de personagem, imagina os homens”, declara Rayza. Por isso é preciso fazer circular as experiências e as criações das novas artistas e manter a memória daquelas que fizeram parte dessa história ainda pouco democrática.
Texto originalmente publicado no JC Online, em 6 de novembro de 2017.
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folclorebr · 5 years
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A Roberta Cirne carrega as Sombras do Recife para a mesa G15 da @ccxpoficial 2018! Não deixe de prestigiar os nossos artistas e parceiros folclóricos. Fomente também o produto inspirado na cultura nacional <3 . . . #FolcloreBR #SomandoVisoes #Awvas #folclore #Cultura #lendas #lendasurbanas #lendasbrasileiras #br #folclorebrasileiro #arte #culturanacional #brculture #ArtistAlley #CCXP #ccxp2018 #quadrinhos https://www.instagram.com/p/BrIOTLaFBlg/?utm_source=ig_tumblr_share&igshid=8srj0dmwjitb
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quadrinhas-blog1 · 6 years
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As sombras de Roberta Cirne
Uma das poucas representantes da nona arte em Pernambuco é Roberta Cirne, roteirista e desenhista das HQs de terror Sombras do Recife, publicadas no site homônimo. Além de cuidar de toda a parte literária e do design, a quadrinista também faz um resgate histórico da cidade. “A pesquisa que eu estou fazendo com os quadrinhos já existe há 19 anos, mas nunca consegui publicá-los por meios tradicionais”, declara, ao mencionar que a internet teve papel fundamental no seu trabalho. “Tudo o que produzi foi lançado online. Isso fez com que o projeto chegasse a todo Brasil, de um jeito que ainda me surpreende”, afirma. Atualmente, Roberta se dedica inteiramente aos quadrinhos, mas a trajetória foi longa para isso. “Me formei como arte-educadora e passei a dar aulas para poder me sustentar, mas sempre quis ser dona do meu próprio projeto. Hoje, não leciono mais, graças ao poder que a internet teve na minha carreira”.
Ainda conforme a Roberta, a ideia de criar a HQ surgiu em 1998. A princípio, ela havia pensado em fazer um quadrinho misturando cultura local com vampiros, pois já tinha criado alguns personagens e histórias nesta linha de terror mais globalizado. “Aos poucos fui refinando a história, à medida que lia mais sobre os usos e costumes da cidade, monumentos demolidos e desaparecidos, roupas, personagens pitorescos, doces, usos e costumes, coisas que só Recife tem”, contou, comentando que o material de referência provém de reportagens de jornais, livros encontrados em sebos, fotos e arquivos que ela foi juntando ao longo dos anos. “Ainda tenho guardados os manuscritos desta época e a pesquisa histórica que fiz, pois se trata de material praticamente inédito na internet, de livros que nunca foram reeditados em dezenas de anos”.
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Neste momento do projeto, Roberta está narrando como cada assombração surge, em suas distintas épocas: Boca de Ouro, em 1913; A Velha Branca e o Bode Vermelho, em 1885; Branca Dias, em 1598; Papa Figo, em meados de 1850 etc. E para criar essas histórias ambientadas no Recife do passado, a quadrinista tem como objeto de pesquisa mais de 100 fontes literárias, como as obras de Câmara Cascudo, Gilberto Freyre, Mário Sette, Pereira da Costa e Antônio Gonsalves de Mello. “O que eu quero adicionar à ideia dos quadrinhos é a presença de textos extras, ou glosas, que podem ser lidos juntos ou em separado, mas que aprofundam a experiência da HQ. Estes textos serão paradidáticos, e contarão a história da cidade”.
Atualmente, Roberta está publicando a HQ do Boca de Ouro, que é um condutor de bonde de burro no Recife de 1913 - período em que a cidade passava por reformas e mudanças em seu transporte urbano. Humilde e com os dentes estragados, ele sonha em ficar com a mulher que ama, que é casada. Quando o jogo do bicho chega na cidade, Boca de Ouro resolve entrar na dança. Ele torna-se o maior bicheiro de Recife, coloca uma dentadura de ouro e se casa com a mulher amada, após assassinar o marido dela. O que ele não sabe é que a história tomará um rumo inesperado e terrível. “Usei a lenda do Boca de Ouro, que aparece às pessoas nas ruas de Recife como uma espécie de zumbi, e aproveitei para passar pelas reformas da cidade em 1911/1913, a demolição do porto e a vida noturna dos cafés da Praça do Diário (surgimento do jogo do bicho e a boemia do início do séc. XX na capital pernambucana)”. A HQ tem 18 páginas.
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Recentemente, Roberta adaptou uma lenda nunca antes trabalhada e de pouco conhecimento geral: A Lenda do Palhaço do Coqueiro do Janga, que lida com o medo de palhaço. Um assunto bem atual, quando se leva em conta os ataques de palhaços nos Estados Unidos e produções cinematográficas como It: A Coisa. A HQ narra a história de um palhaço que, não conseguindo fazer ninguém rir, enlouquece e sai matando as pessoas que não o acham engraçado. “Cada HQ de assombração encaminha para uma junção, mas por enquanto vamos apresentando os personagens. É um universo em expansão, com muita coisa esperando para aparecer”, antecipou a quadrinista.
Confira a entrevista e conheça um pouco dos caminhos que levaram Roberta à Sombras:
1. Roberta, quando e em que circunstância o desenho entrou na sua vida?
Eu sempre adorei desenhar. Na minha casa, ninguém era artista, com exceção de uma tia por parte de pai. O nome dela era Alba, ela costumava fazer bonequinhas de papel desenhadas para mim. Com o tempo, eu mesma comecei a desenhar minhas próprias bonequinhas, e descobri sozinha, por observação, como projetar em perspectiva, usando distâncias de objetos. Mas foi esta minha tia, que admirei por toda a vida, que me mostrou os primeiros passos nas artes.
2. Na infância, você foi desestimulada ou estimulada a desenhar? Tinha acesso a quadrinhos quando criança? Se sim, de que tipo?
Assim que comecei a demonstrar interesse pela arte, meus pais deram o maior apoio. Incentivavam, davam materiais de arte para mim. As minhas melhores lembranças são as de receber, todo natal, livros (sempre adorei ler) e caixas de lápis de 48 cores da Faber-Castell, e papéis para desenho.
Quadrinhos, eu colecionava. Era fã das revistas da Luluzinha e do Bolinha, mas também adorava ler Almanaque Disney, principalmente as sagas da família pato, de Carl Barks. Tio Patinhas, os sobrinhos e as aventuras no Klondike e Escócia me faziam viajar. Eu mesma fazia minhas histórias em quadrinhos, também. Lembro que criei, aos 7 anos, uma HQ de uma menina que tinha uma boneca que ganhava vida. Fora isso, eu “quadrinizei” filmes que gostei, antes dos 10 anos. Tenho até hoje a HQ de Annie e de Peter Pan que fiz.
“Tive a sorte de minha mãe me apresentar aos heróis que ela costumava ler, como Mandrake e Fantasma”, disse Roberta.
3. Quais são as suas principais referências no desenho? O que pensa do fato de que havia poucos modelos de mulheres a serem seguidos nas HQs?
O mercado de quadrinhos sempre foi predominantemente masculino, então comecei pelo que eu gostava de ler. Como na época só tinha acesso aos “formatinhos” da Abril, li muito X-Men. As histórias de Chris Claremont ilustradas por Marc Silvestri me marcaram bastante, e quando comecei a fazer uma série de HQs com uma amiga, usava como modelo a seguir. Logo depois, me encantei com Alex Ross (Marvel Comics) e comecei a pintar em aquarela.
Um dos grandes problemas, na minha opinião, é que os quadrinhos no Brasil, antes da internet, eram bastante setorizados. Havia “quadrinhos para meninas” até certa idade, depois apenas super-heróis, o que focava no público adolescente masculino. Tive a sorte de minha mãe me apresentar aos heróis que ela costumava ler, como Mandrake e Fantasma. Depois ela passou a comprar pra mim umas edições de encalhe da Ebal. Do Superman, Batman e outros. Li muito X-Men, como já disse.
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Em 1992, eu fazia HQs baseadas no RPG Vampiro: A Máscara, dos personagens que jogava em grupo de amigos. E também possuía, junto com outra amiga, um grupo de heróis de um universo distópico. Mas estas HQs eram apenas para nós mesmas e mais algumas pessoas que liam de “cobaias”. Não havia então nenhuma publicação de HQs com “temáticas femininas”. No Japão, há muito tempo já tínhamos as mangakás mulheres, e na Europa quadrinistas mulheres faziam parte do cenário franco-belga. Mas nada chegava de forma distribuída aqui. A falta de quadrinhos ditos “para garotas” de mais idade, não cultivava o hábito de leitura de HQs na maioria das meninas. Então, demorou bastante para que as (poucas) leitoras de quadrinhos de heróis começassem a produzir suas próprias histórias.
4. Existe uma discrepância entre o número de mulheres quadrinistas e a atenção que elas recebem? Cita alguma autora que você costuma ler e que acha que deveria ter mais destaque.
Com toda a certeza esta discrepância existe. Inclusive constatei que a grande maioria das quadrinistas mulheres ficam em casa, e compartilham seus trabalhos apenas com amigas. Que eu saiba, apenas umas três ou quatro (a maioria ilustradoras) estão atuando de forma visível no Recife. Eu sou uma das únicas que trabalha terror no Brasil, mas acredito que temos muito mais quadrinistas. Precisamos trazê-las para fora, mostrar seus trabalhos. Algumas desistem, abandonam os quadrinhos buscando caminhos menos áridos.
Uma das quadrinistas que mais admiro é a Marjane Satrapi, de Persépolis e Bordados. Seu trabalho é libertador, no que concerne aos direitos femininos.
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5. Foi forçada a investir numa carreira séria antes de se tornar quadrinista? Ou chegou a fazer outra coisa antes por que não se conhecia o suficiente?
Entrei em crise várias vezes. Desenhar era “bonitinho” quando criança, mas se tornava um “hobby” pouco rentável, segundo meus pais, para se ter quando adulta. Tentei seguir o caminho da advocacia, mas terminei abandonando o curso de direito na UFPE pelo de artes plásticas (meu pai quase teve um treco hehe). Fazer quadrinhos era algo meio sofrido, por amor mesmo. Não dava dinheiro, a princípio. Fazia vários bicos e estágios na faculdade, principalmente porque casei e engravidei em seguida. Nosso núcleo familiar se formou neste redemoinho. 
Dentro de um coletivo de quadrinhos, lançamos em 2006 (eu e um grupo de amigos) o primeiro álbum, chamado Passos Perdidos, História Desenhada, pela Sinagoga do Recife. Ganhamos o Troféu HQ Mix 2007 de maior contribuição para os quadrinhos nacionais. Fizemos juntos mais seis álbuns pelo MinC e Fundarpe, mas nenhum deles era roteirizado por mim. Tinha certa liberdade em criar as artes, mas queria mais. Os projetos culturais davam algum dinheiro, na época. Para sustentar a vida de forma regular, me formei como arte-educadora e dava aulas. Todo o conjunto das coisas não era o que eu queria fazer, na verdade. Queria ser dona de meu próprio projeto, e pesquisava sobre Recife desde 1998. Queria algo que me representasse mais.
Abandonei as HQs em 2010, para cuidar de meus pais nos seus últimos anos. Não me arrependo disso, pois esta parada me fez repensar muita coisa. Em 2015, voltei às HQs. A princípio, produzindo aos poucos, para mim mesma, e depois aumentei a produtividade. Atualmente, não leciono mais. Posso me manter, e me dedico 100% aos quadrinhos. São os meus quadrinhos, feitos exatamente do jeito que sempre quis. A internet teve este poder em minha carreira.
“O que falta para as mulheres entrarem de vez nos quadrinhos é a visibilidade”, opinou a quadrinista.  
6. Você acha que está inserida num meio particularmente hostil? O que falta para que as mulheres possam ser propriamente incluídas e deixem de ser uma raridade no mercado editoral e nas indicações a prêmios de HQs?
Como meu trabalho é totalmente autoral, não há competitividade, como no caso do mercado americano, europeu ou oriental de quadrinhos. Há o estranhamento, ainda nos dias de hoje, de estar em um meio predominantemente masculino, sim. As mesmas perguntas que me faziam em entrevistas em 93, fazem hoje. Mas está um pouco diferente. Já não é tão fechado. A grande maioria dos produtores de quadrinhos de Recife eu conheço há anos, como é o caso da PADA (Produtores, Artistas e Desenhistas Associados), Eduardo Schloesser, Leonardo Santana, Milton Estevam, entre outros. São amigos que respeito e que me respeitam, nesta caminhada.
O que falta para as mulheres entrarem de vez nos quadrinhos é a visibilidade, como já disse. Quem faz, precisa lançar na mídia seu produto, sua ilustração, tira, série. A internet é um excelente meio. Divulgar, criar blogs, sites, jogar ao público seus projetos.
7. Qual a sensação de estar contrapondo estereótipos e rompendo tabus com o seu trabalho? Fala um pouco também sobre Sombras do Recife.
A sensação é a melhor que já tive na vida. Sei que sou uma das únicas a trabalhar com quadrinhos, e possivelmente a contar nos dedos da mão direita que trabalha com terror. Estou quebrando este paradigma, e agradando ao público tanto feminino, quanto masculino. Não existe nada melhor que fazer exatamente o que você quer, e receber aprovação dos leitores e fãs do site. 
A pesquisa que estou trazendo com as HQs de Sombras do Recife já existe há 19 anos, porém nunca consegui publicar pelos meios tradicionais. Trabalhei em Passos Perdidos, Afro HQ e Heróis da Restauração em parceria com roteiristas e historiadores, então basicamente eu fiz apenas a parte gráfica dos quadrinhos. Já as histórias do Sombras são  roteirizadas e desenhadas por mim, então estou cuidando de toda a parte literária, histórica e de design. Demora cerca de dois meses para transformar o roteiro já existente em rascunhos, fazer a pesquisa de vestuário, móveis e ruas (basicamente pegando ruas que não existem mais e resgatando para a topografia da cidade atual). Além do desenho, arte-final e balonagem. Todo o site é criado, mantido e organizado apenas por mim, que ainda cuido da parte de design e SEO.
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Temos, na época atual, de saber lidar com tudo, e eu sou bastante curiosa para pesquisar e criar em tudo o que busco. Sempre gostei muito da temática de horror, desde criança, e já escrevia contos de suspense com nove anos. Terror sempre foi a minha área. História da cidade e terror foram escolhas naturais, e poder apresentar e representar graficamente a cidade nesta forma é algo que sempre tive em mente, contar coisas que muitos recifenses desconhecem, passando pelas ruas, pontes, praças, sem desconfiar de toda a história que elas carregam. Não é apenas assombração e o susto pelo susto, é incorporar o medo ao ambiente da cidade, mostrando em cenários ruas que não mais existem, costumes que entraram em desuso. As assombrações do Recife foram por muito tempo pouco exploradas, e acredito que este projeto tem um potencial de resgate histórico imenso.
8. Já passou por alguma situação constrangedora simplesmente pelo fato de ser mulher e quadrinista? Foi subestimada de alguma forma?
Como mulher, já passei por inúmeras situações constrangedoras. Como quadrinista, apenas do ponto de vista do trabalho em si. Certa vez, tentei entrar no mercado americano, mas meu traço foi considerado fraco para dar a energia que os super-heróis precisavam. Pediram que modificasse meu traço, e então, preferi desistir deste mercado. Fui subestimada por ter abandonado a área por um tempo, mas estou cada vez mais disposta a lutar e mostrar que estou aqui para ficar.
9. Qual o papel da internet em relação ao seu trabalho? O que seria dele hoje em dia se dependesse da indústria?
A internet teve papel fundamental. Para começar, tudo o que produzi para o Sombras do Recife foi lançado na net. Isso fez com que o projeto chegasse a todo Pa��s, de um jeito que ainda me surpreende. Se ficasse apenas na dependência da indústria, do quadrinho tradicional impresso, talvez não tivesse toda esta repercussão. Estamos para lançar a revista agora em dezembro por apoio da Prefeitura do Recife e Secretaria de Turismo da Cidade, mas o alcance do site é de milhares de pessoas. A revista, pode atingir 1000, 2000 leitores. Por isso, reitero o valor de se lançar na mídia online. Tudo que estou conseguindo começou com a publicação na internet.
10. Busca inserir temáticas feministas nas suas histórias ou tenta desconstruir suas personagens quando as cria? Se sim, acha que faz algum efeito, que está se fazendo ouvida?
Gosto de trabalhar com anti-heróis, e anti-heroínas. Não tenho pena de maltratar os personagens e acredito que tudo é válido para criar uma boa história. Minhas personagens são fortes, às vezes usam de meios pouco honestos, como no caso da Guilhermina, de Boca de Ouro. Não a pintei com cores suaves, pois ela é manipuladora. Personagens densos são mais similares às pessoas, e isso aumenta a empatia do leitor pela trilha de evolução do personagem, seja do sexo feminino ou não.
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michelleramoshq · 7 years
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O projeto Sombras do Recife, da quadrinista Roberta Cirne, (Passos Perdidos, História Desenhada, e Heróis da Restauração Pernambucana), esta no catarse em busca de captar recursos para sua publicação com previsão de lançamento para abril de 2017.
O álbum traz as historias assustadoras, de monstros que a séculos habitam o imaginário da cidade de Recife, um lugar de sol e calor, mas à noite traz frieza impressionante do medo, dos malassombros, carregados de um universo sombrio e perturbador, de acordo com as raízes culturais e históricas mais autênticas.
Comentando sobre suas motivações a autora registra: “Sempre fui fascinada por romances históricos, e quando passei a pesquisar mais a fundo a cultura e o folclore de Recife, percebi que poucos romances, sobretudo em quadrinhos, tratavam apropriadamente desses temas. Decidi então criar uma HQ de assombrações e monstros, que abordasse de forma cuidadosa e fidedigna aspectos históricos e culturais da Cidade do Recife”.
SOMBRAS DO RECIFE narra casos e lendas que permanecem vivas na memória coletiva do Recife. Contam sobre o imaginário local, mas falam de um medo universal, que tem origem no estranhamento do ser humano diante das trevas da noite, do desconhecido, do subconsciente.
“Inspirada na estética de horror e suspense da EC Comics, Cripta do Terror e Editora D-Arte, criei uma série de histórias em quadrinhos com fidelidade histórica, intriga, suspense, e é claro, muito terror.” ainda comenta a autora.
As HQs são ambientadas em épocas distintas, e trazem fatos pitorescos, usos, costumes, curiosidades e fatos reais misturados com a ficção. As HQs são também um resgate de relatos e imagens de fontes raras, sendo algumas informações indisponíveis até na internet. Todas as histórias são independentes e completas, e pertencem ao mesmo universo. Este projeto é para o primeiro volume (pretendo fazer 3 volumes ou mais). Cada volume contará sempre com duas HQs de 18 páginas cada, totalizando 36 páginas de quadrinhos, além de 8 páginas de notas explicativas no final do álbum e outros bônus. As notas explicativas podem ser lidas em conjunto ou não com a HQ, dando uma outra dimensão à experiência de leitura.
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Mostras e prévias da produção do álbum estão sendo divulgadas pela autora no Catarse, que precisa de 9.000 (nove mil reais) para ser viabilizada, cada apoiador recebera além do produto recompensas nos pacotes disponiveis, além disso, ainda concorrerá a sorteios de outros álbuns em quadrinhos da autora. Clique AQUI para apoiar o projeto.
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Projeto Sombras do Recife, de Roberta Cirne, está no Catarse. O projeto Sombras do Recife, da quadrinista Roberta Cirne, (Passos Perdidos, História Desenhada, e Heróis da Restauração Pernambucana…
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robertacirne · 1 year
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O MISTÉRIO DO MATADOURO DE SÃO LOURENÇO DA MATA TEXTO: ROBERTA CIRNE Esta história nos foi trazida por um leitor que prefere ficar anônimo, é baseada não em um, mas em vários depoimentos de pessoas. Tive acesso aos áudios do relato, e quando isso acontece, é impossível falar de surto coletivo, algo visto por uma, duas, dez pessoas... Falam que o matadouro de São Lourenço é assombrado. Principalmente a área onde os animais eram mortos. Para quem não sabe, porcos e bois são mortos com uma marretada na testa, depois sangrados, e carneiros, cabras são degolados logo. Então ali o cheiro de sangue e mesmo o sangue escoado é muito. Lá por 1992 começou a aparecer de madrugada um bicho gigantesco. Os três vigias noturnos falaram que o tinham visto lambendo o sangue justamente desta área de abate. Era um misto de cachorro, ou lobo, ou porco feroz, mas tão aterrorizante que, mesmo com armas, os homens congelaram no lugar, incapazes de disparar contra a criatura. O relatante fala que tinha tanto medo de se encontrar frente a frente com o monstro que pediu para trocar do turno noturno para o diurno. Mesmo armado com uma 12, ele não fazia ronda noturna sozinho, indo sempre com mais dois. De vez em quando o monstro aparecia para beber o sangue do matadouro... Camaragibe é outra cidade bem próxima, cerca de 6 km de distância de São Lourenço, mas os avistamentos do bicho aconteceram por lá. Outro relato veio de um rapaz que na época era criança ainda, e contou que morava em Camaragibe, no bairro das Carmelitas (por trás de um convento). Tinha vários cachorros, e pela madrugada escutava os latidos deles, e algo pesado, lento e grande se movimentando no escuro. Foram duas noites de barulhos estranhos, e na manhã do terceiro dia um dos cachorros dele apareceu morto, com um enorme buraco no pescoço. A mãe dele também viu outras coisas, mas o medo era tanto que preferiu enterrar nas memórias aqueles dias estranhos. O monstro desapareceu, talvez tenha morrido, ou encontrado outras paragens para assombrar. Mas mudou para sempre a vida daqueles moradores que tiveram o azar (ou sorte) de cruzar caminho com ele. Nunca mais duvidaram da existência do mundo sobrenatural... https://www.instagram.com/p/CpslEQaPkbW/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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robertacirne · 1 year
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PIRATAS DO CARIB... RECIFE (E OLINDA) TEXTO: ROBERTA CIRNE Vocês sabiam que Recife já foi palco de ataques piratas? Vamos relembrar esta história dos primórdios de nossas cidades irmãs, Recife e Olinda . Em 1595 chegou por aqui a expedição de James Lancaster, que tinha por finalidade atacar os portos de Pernambuco e os navios que aqui chegavam de Portugal e Espanha, já em águas Pernambucanas. . Tendo notícia da movimentação da península Ibérica, James Lancaster saiu da Inglaterra com 275 homens distribuídos em três navios. No meio do caminho, aliou-se ao também pirata Capitão John Edward Venner, com frota de quatro navios, e assim chegaram a Recife. . Já chegou tocando o terror no mais puro estilo dos piratas do caribe: Tomou para si o forte de São Jorge. As pessoas do então vilarejo de recife correram apavoradas abandonando tudo, inclusive todo o carregamento de uma embarcação proveniente da Índia, contendo especiarias, e outras preciosidades. Como Recife era composto de pescadores e armazéns, o roubo foi enorme. Havia tanto, que precisaram contratar a mão de obra de navios mercenários Holandeses (que ali estavam já planejando a invasão), para ajudar no botim. Ficaram em terras pernambucanas por mais de 31 dias, assustando a todos, e criando um verdadeiro caos na pacata vila. . Administrando de Olinda, ali montaram uma espécie de quartel general para saquear outras embarcações estrangeiras, mas sem muito sucesso. Portugal, sabendo da invasão de uma de suas capitanias mais lucrativas, mandou reforços. Houve um embate sangrento, e na batalha conseguiram matar o Capitão Venner. Neste mesmo dia, os piratas ingleses abandonaram o porto. . E aqui temos ao nossa parte assombrada, para não ficar devendo a nenhum Holandês Voador: Os moradores do Recife e Olinda vez em quando avistavam em noites de tempestade e terrores, no meio da ventania e do caos, um navio fantasma: velhas rasgadas em frangalhos, comandados certamente pelo fantasma do capitão Venner, pirata que foi em vida, continuava assombrando nas águas espectrais da morte. https://www.instagram.com/p/CkwTqqhv62q/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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robertacirne · 2 years
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APARIÇÕES NA IGREJA DA TORRE TEXTO: ROBERTA CIRNE CONTATO PARA PALESTRAS: direct ou [email protected] Mais um caso real, narrado por leitor que prefere ficar anônimo por questões de sigilo no trabalho... “No início da pandemia, fui contratado para prestar serviço à Paróquia de santa Luzia, no bairro da Torre. Estavam acontecendo muitos furtos lá. Era um trabalho simples, pois a paróquia já estava instalando as câmeras e os alarmes, então chamei dois de meus seguranças para cobrir os turnos da noite. Ao lado da paróquia tem um mausoléu, e para chegar ao local de vigília passamos por ele. Os dois seguranças ficaram assustados com o mausoléu, e começaram a contar histórias de coisas macabras que aconteceram com eles em outras ocasiões. Disse-lhes então que aquilo era bobagem, mais medo faziam os vivos que os mortos. Dias passaram, e o turno deles era puxado, pois faziam a ronda diária. Quando apareci para rendê-los, eles estavam apavorados: Pela madrugada, em todas as noites de vigília, os dois seguranças viam coisas estranhas... Missas eram rezadas, cânticos religiosos, risos e lágrimas. As luzes, do nada acendiam, para logo depois apagarem. Vultos passavam para lá e para cá pelas janelas da igreja. Pensei que poderia ser engano, ou cansaço pelas noites mal dormidas, porém eram dois homens, se apenas um tivesse visto ainda poderia ser delírio. Mas ambos afirmavam ter presenciado a movimentação espiritual. Bem, dei folga a eles por dois dias (para descansarem) e os rendi com outro amigo. Nestes dois dias, nada vimos ou ouvimos. Mas ficou ainda na memória todo o relato assombrado da Torre”. #sombrasdorecife #pernambucosangrento #lendas #crime #aparição #fantasmas #fantasma #baseadoemfatosreais #lendasurbanas #folclore #folclorebrasileiro #folclorebr #literaturafantástica #pernambuco #lendasdorecife #historiasdehorror #terror #assombração #truecrimes #crimesreais #historiasdeassombração #contosdeterror #lendasdepernambuco #crimereal #lendasdointerior #creepypasta (em Igreja Paroquial Da Torre) https://www.instagram.com/p/Cdyjsv5puf1/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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robertacirne · 2 years
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FANTASMA DE MENINA DE OLINDA TEXTO: ROBERTA CIRNE CONTATO PARA PALESTRAS: direct ou [email protected] . AQUI PRODUZIMOS CONTEÚDO! Sem repost ou enrolação . CONTE-NOS A SUA HISTÓRIA ASSOMBRADA VIA DIRECT, INBOX OU EMAIL [email protected] História trazida pelo leitor @ graficawdesigner (https://www.instagram.com/graficawdesigner/) “Olinda tem seus encantos e mistérios, vou fazer um pequeno relato: Certa vez fui trabalhar de garçom em um restaurante muito influente na Rua do Bonfim, no carnaval, e vi uma cliente comentando com a dona do restaurante e a irmã dela sobre uma menina loirinha, com roupas de época... Isso despertou a atração da cliente, pois achou a fantasia bem original e inusitada. A dona do restaurante olhou para a sua irmã, e perguntou à mulher onde foi vista a menina... Ela então respondeu que estava no corredor dos toaletes. Daí, ambas ficaram surpresas e falaram ao mesmo tempo:” ela apareceu de novo”! Eu fiquei bastante curioso, e depois fui perguntar a proprietária o porquê daquela estranha resposta. E ela me contou a história: que sempre alguns clientes e funcionários viam uma menina loura , com cachos, aparentando uns 6 a 7 anos e usando um vestidinho de época no restaurante, e que era uma assombraçãozinha muito linda e travessa. Vez ou outra, as panelas apareciam no chão da cozinha, como que alguém tivesse derrubado ali. A garotinha fantasma devia estar querendo brincar de comidinha sobrenatural...” #sombrasdorecife #pernambucosangrento #lendas #livrosemaislivros #aparição #fantasmas #fantasma #baseadoemfatosreais #lendasurbanas #folclore #folclorebrasileiro #folclorebr #literaturafantástica #pernambuco #lendasdorecife #historiasdehorror #terror #assombração #literaturabrasileira #medo #historiasdeassombração #contosdeterror #lendasdepernambuco #bookstagram #livros #igliterario #livroseleitura #lendasdointerior #creepypasta https://www.instagram.com/p/CdoLDLipe6n/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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robertacirne · 1 year
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O FANTASMA DA NOIVA DE SÃO JOSÉ TEXTO: ROBERTA CIRNE São José é um dos bairros mais antigos e mais assombrados de Recife. Ali há relatos de muitos avistamentos de vultos entre eles, um em particular. Esta assombração tem uma história: Veio para o Recife não se sabe de onde, e alugou o chalé. Era uma moça triste, de cabelos escuros, que fora abandonada pelo Noivo. Não podia voltar para a casa dos pais, pois “moça perdida” era rejeitada por algumas famílias. Não tendo como se manter, precisou trabalhar de prostituta. A tristeza tornou-se ainda maior, virou angústia, ao ponto de ela, por fim, jogar gasolina nas vestes e atear fogo usando o vestido do noivado. Uma morte tão violenta a manteve presa a este plano, e suas visagens eram relatadas. Certa senhora veio do interior, pois sua dama de companhia havia morrido e queria ficar mais perto da família que restava, duas sobrinhas, e alugou exatamente o sobrado que fora da jovem. Era muito antigo e uma noite, o chão sob seus pés cedeu em tábuas soltas, e ela as mandou trocar. Achou sob o chão uma pequena caixa com algumas joias. Não sabia a quem pertencia... Resolveu avaliar e vender, estava mesmo precisada do dinheiro... Mas, ao sair de casa levou uma queda na ponte e derrubou a bolsa com as joias, que rolaram para o Rio Capibaribe, deixando-a sem nada. Voltou para casa com um sério machucado na perna. Todas as noites, a velha senhora sonhava com uma jovem irada. No sonho, a agredia com tapas, empurrões e unhadas. No dia seguinte os sinais desse ataque se viam por todo o corpo. Também ouvia a caixa onde encontrou as joias levantar a tampa e bater violentamente, sem parar. Todas as noites o barulho ritmado. Certa noite, exausta, foi averiguar, e sentiu uma mão descarnada sobre o ombro. O machucado da perna infeccionou, e ela teve de amputá-la. Desesperada, insone, abandonada pelas sobrinhas, foi internada em um hospício. Outras visões do triste fantasma foram relatadas e por fim os moradores do entorno resolveram encomendar missas e fazer orações no local, o que parece ter diminuído a as aparições. O que não impede de voltar a acontecer, pois para os mortos não existe limites de tempo ou espaço. https://www.instagram.com/p/CpyKhJ0P_3U/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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robertacirne · 1 year
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A CAVEIRA DE MADEIRA E A CARTA ANÔNIMA TEXTO: ROBERTA CIRNE O ano de 1892 já começou banhado em sangue. No dia 4 de janeiro Um terrível crime aconteceu às vistas de todos, à luz do dia. Ambos, assassino e assassinado eram pessoas conhecidas da sociedade, em muito boa conta de todos e exercendo cargos que os colocava ao lado de grandes nomes da magistratura, política e comércio locais. . Amigos de longa data, A.C.S. não tinha animosidade para com P.L., muito pelo contrário, os dois, justo por se identificarem na mesma profissão, a de Escrivães. Por motivos particulares, do nada se tornaram inimigos ferrenhos. Ameaçavam-se quando se encontravam um dizia que ia matar o outro, e vice versa. Eram tantas as ameaças que a população nem levava a sério. . Mas A.C.S. queria levar a cabo a ameaça ao desafeto... Porém não antes de avisá-lo: no dia anterior do crime, enviou a P.L. uma caveira esculpida em madeira e uma carta anônima: “Amanhã o senhor será assassinado. O seu destino está traçado, e esta caveira será a sombra do que irá se tornar. Deixa teus negócios acertados e prontos.”. . P.L., no entanto, riu e disse para quem presenciou a cena, de que seria impossível levar a cabo o intento. Como P. L. era escrivão de crimes, trabalhava junto às redações de jornais. No outro dia, estava ele colaborando na redação do então jornal “Estado de Pernambuco” quando A.C. S. Irrompeu na sala e, na frente de todos e antes que pudessem impedir, disparou o revólver, acertando o coração de P.L. e matando-o instantaneamente. Foi preso em flagrante. . O julgamento de A.C.S. foi concorrido. Em 1893, já recolhido à Casa de Detenção, foi condenado. Recorreu em 1894 e de novo foi condenado, a 30 anos de reclusão. Na sua reclusão prestou serviços lá, sendo professor e instituindo a educação nas letras dos presos analfabetos. Já tinha cumprido cerca de metade da pena, quando adoeceu gravemente e morreu. . A curiosidade fica a cargo do que transformou dois amigos afetuosos em oponentes declarados de morte. A.C.S. preferiu ir à prisão sem atenuantes que confessar em autos o motivo real do crime. E a morte silenciou o segredo . https://www.instagram.com/p/CpdKwMrpNMw/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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robertacirne · 1 year
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O Esqueleto Chronica Phantastica de Olinda Por Carneiro Vilela (Obra) Roberta Cirne (Adaptação e quadrinização) @sombrasdorecife Graphic Novel. História em quadrinhos. Terror. Horror. Sobrenatural. Sombrio. Coração Patido. Clássico da literatura. Adaptação. Nordeste antigo. Família honrada. Rapazes boêmios. Decadência. Assombração. Natureza humana. Artista brasileira. Livro físico. 1845 Sr. Ludovico (tenente-coronel da guarda nacional) era chefe de uma honrada família. Tinha dois filhos legítimos chamados Felipe e Laurinda, além de Lívia, a sobrinha órfã que fora criada como filha. Durante o jantar, o pai (com o consentimento da esposa, Dona Mariana) anunciou que o rapaz de 19 anos partiria de sua cidade natal no Ceará para estudar em Recife. O problema era que Lívia e Felipe estavam apaixonados um pelo outro e a mudança causaria um impacto no relacionamento entre os dois. Após muitas lágrimas, Felipe deixou à amada promessas de retorno e de um provável matrimônio. A princípio, o jovem se manteve focado nos estudos e na promessa, porém... 🕯Uma linda obra de arte inspirada em um conto da literatura clássica do terror nacional. Roberta é muito talentosa e seu traço é fantástico, nos proporcionando um trabalho apaixonante; 🕯As gravuras são muito bem detalhadas, sombrias, lindas e com aquele toque feminino. Gostei de tudo: dos cenários e seus enfeites; das paisagens; vestuário, penteados e expressões. O roteiro é dinâmico e foi um deleite apreciar esta obra; 🕯A graphic novel é a adaptação do conto sombrio de Carneiro Vilela (que ainda não tive a oportunidade de ler). O enredo é ambientado em uma época antiga em que os homens tinham a oportunidade de estudar enquanto as moças ficavam em casa esperando pelo matrimônio. Embora tendo a oportunidade que a prima não teve, será que Felipe soube aproveitá-la? 🕯Temos no enredo aquele agente provocador, ou seja, aquela turma de rapazes que vive na esbórnia e que tenta a todo custo tirar o mancebo do foco. Mas... será que a culpa é deles? 🕯Enfim, adquiri um exemplar direto com a autora e valeu muito a pena. Super recomendo! Reposted from @pranteadora_literaria https://www.instagram.com/p/Cpay3RcPyRX/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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