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“Saudade é solidão acompanhada, é quando o amor ainda não foi embora, mas o amado já.”

Pablo Neruda

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Chico 50 anos: O Trovador

Esse post não só desenvolverá o tema do nosso blog de uma forma mais acalentadora ao leitor, como também homenageará um dos maiores compositores brasileiros. “Chico 50 anos” é uma coletânea de cinco discos lançada em 1994; nesses cinco, um é o que trataremos agora. “O trovador” traz 14 músicas de diversas épocas do cantor. As diferenças são notáveis entre o trovadorismo galego-português e as músicas do artista: as duas línguas, os temas das épocas, o tipo de amor entre @s @mad@s, entre outras. No entanto, não se desvinculam as características do trovadorismo das composições de Francisco. Buarque bebe (e muito) do trovador e sua dor no disco. Um dos exemplos é encontrado na oitava track: “Olha Maria”. A música, semelhante às cantigas de amor, carrega o instrumental melancólico e a construção da batida com o eu-lírico. Ela inicia com a confirmação do desejo do desafortunado por Maria e, no final, decide libertar a amada do sofrimento que ele traz. No trovadorismo medieval, esse sofrimento é encontrado na “coita”: a dor e mágoa causadas pela impossibilidade de se ter o amor correspondido. Todavia, não pelos problemas da época, como o casamento da amada, a questão é voltada ao próprio homem “atual” que não especifica os motivos. “Olha, Maria”/”Eu bem te queria”/”Fazer uma presa”/”Da minha poesia”/”Mas hoje, Maria”/”Pra minha surpresa”/”Pra minha tristeza”/”Precisas partir” (…) “Anda, Maria”/”Pois eu só teria”/”A minha agonia”/”Pra te oferecer” “Carolina”, a nona track, encontra-se no mesmo formato da anterior: o amor pela moça que não foi conquistado. Mas, no sentido construtivo da história, ele tem maior grau de semelhança com a cantiga de amor; o eu-lírico tenta conquistar a amada, mas ela nunca o “viu”, uma vez que desafortunado tenta de todas as formas alcançar sua atenção e falha. “Eu bem que avisei, vai acabar”/“De tudo lhe dei para aceitar”/“Mil versos cantei pra lhe agradar”/“Agora não sei como explicar”/“Lá fora, amor, uma rosa morreu, uma festa acabou, nosso barco partiu”/“Eu bem que mostrei a ela, o tempo passou na janela”/“E só Carolina não viu”

E por último a música que, pelo grupo, é a mais ‘trovadoresca’ do disco. “Eu te amo”, primeira faixa, foi composta por Tom Jobim e Chico Buarque. Nela, a história retrata um término amoroso. Porém, o homem não sabe lidar com a separação e clama, em cada fim de estrofe, como partirá se viveu um amor imensurável pela amada. Curiosamente, no disco não é cantada só por Chico, mas também por Telma Costa. A dor é, então, igualizada aos dois solteiros na interpretação deles, mesmo que quem é demarcado na música é a personagem do gênero masculino (“Não, acho que estás se fazendo de tonta”). O caráter trovadoresco da canção está não só na coita, mas na devoção do homem distante de sua amada, tema recorrente nas cantigas de amor, ainda que a música de Buarque apresente um teor sexual que, de acordo com análises de cantigas e com construções e discussões feitas em sala de aula, geralmente não se encontra nas cantigas de amor.

Ah, se já perdemos a noção da hora  A Se juntos já jogamos tudo fora  A Me conta agora como hei de partir  B

Se, ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios  C Rompi com o mundo, queimei meus navios  C Me diz pra onde é que inda posso ir  B Se nós, nas travessuras das noites eternas  D Já confundimos tanto as nossas pernas  D Diz com que pernas eu devo seguir  B Se entornaste a nossa sorte pelo chão  E Se na bagunça do teu coração  E Meu sangue errou de veia e se perdeu  F Como, se na desordem do armário embutido  G Meu paletó enlaça o teu vestido  G E o meu sapato inda pisa no teu  F Como, se nos amamos feito dois pagãos  H Teus seios inda estão nas minhas mãos  H Me explica com que cara eu vou sair  B Não, acho que estás se fazendo de tonta  I Te dei meus olhos pra tomares conta  I Agora conta como hei de partir  B

Há em outros discos de Chico Buarque de Hollanda músicas com voz feminina e canções semelhantes às de escárnio e maldizer. Infelizmente, nesse CD, elas não foram inseridas. A título de curiosidade, essas são algumas delas:  ”Palavra de Mulher (Malandro – 1985)”, “Folhetim (Ópera do Malandro – 1978)”,” Bastidores (Vida – 1980)”; “Geni eo Zepelim (Ópera do Malandro – 1978)”, “Meu Caro Amigo (Meus Caros Amigos – 1976)

Por fim, abaixo terá os links de todas as faixas do “Chico 50 Anos – O trovador” e as referências:

1.     Eu te amo: https://www.youtube.com/watch?v=_d6B8zHnz_I

2.     Cotidiano: https://www.youtube.com/watch?v=qcViKFPoPtE

3.     Valsinha: https://www.youtube.com/watch?v=4cNMt2-BdhA

4.     Samba do grande amor: https://www.youtube.com/watch?v=PtFQMtbkXTo

5.     Morena de Angola: https://www.youtube.com/watch?v=BwAg5hLCClE

6.     Deixe a menina: https://www.youtube.com/watch?v=ioPakZqcrZE

7.     Você vai me seguir: https://www.youtube.com/watch?v=hEvbLxL5IWI

8.     Carolina: https://www.youtube.com/watch?v=3hW3GXw1l7s

9.     Olha Maria: https://www.youtube.com/watch?v=Fkdnn6CN1JA

10.  João e Maria: https://www.youtube.com/watch?v=5tQdqepsLOs

11.  As vitrines: https://www.youtube.com/watch?v=M89JDzt8FwU

12.  Pois é: https://www.youtube.com/watch?v=8Pt1z376j7Y

13.  Tanto amar: https://www.youtube.com/watch?v=60bkb3IEpl8

14.  Ole, Ola (Ao vivo): https://www.youtube.com/watch?v=dRnlX8S9JDw  

Referências: http://lounge.obviousmag.org/culturiar/2013/08/chico-buarque-e-suas-cantigas-de-amigo.html http://chicobuarquea1.blogspot.com.br/2010/11/trabalhos-da-turma-a1-colegio-de.html   http://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/coita/

“Chico Buarque Tantas Palavras" (Reportagem Biográfica: Humberto Werneck – Edição 2006)

http://cantigas.fcsh.unl.pt/artedetrovar.asp

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"Mas não se preocupe, não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar, tem coisa mais autodestrutiva do que insistir sem fé nenhuma?"

- Caio Fernando Abreu. MorangosMofados, 1982.

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“Tudo era tão triste, mesmo quando as coisas davam certo.”

Bukowski

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“Para quem ama, não será a ausência a mais certa, a mais eficaz, a mais intensa, a mais indestrutível, a mais fiel das presenças?”

Marcel Proust

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"Neste mundo onde hoje tudo faz barulho, a toda hora, o silêncio é a maior benção possível"

Matilde Campilho

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"Serás, amor, um longo adeus que não acaba? "

Pedro Salinas

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“Não se esforce tanto, as melhores coisas acontecem quando menos esperamos.”

Gabriel García Márquez

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Amor

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“Amor aquela velha cabeça à procura

de uma bala perdida.”

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Existem 2 tragédias na vida.

Uma é perder o que o seu coração deseja.

A outra é conseguir.

George Bernard Shaw

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“A paixão deixa, quando passa, uma obscura saudade de si própria e, enquanto desvanece, ainda lança um olhar sedutor. Ser chicoteado por ela deve ter propiciado uma espécie de prazer. Em comparação com ela, as sensações mais moderadas parecem vazias; preferimos, ao que parece, o desprazer mais violento ao prazer insípido.”

Friedrich Nietzsche

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“Lê nos meus olhos todos os consentimentos, Mata tua sede na pedra que se fez fonte, E te encanta com a paisagem contraditória do meu ser.”

Pagu

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