5 de dezembro, Catar - Brasil x Coreia do Sul
O eco do apito foi escutado pelo estádio gigantes, o som ensurdecedor dos brasileiros nas arquibancadas nem mesmo conseguia causar emoções intensas no homem que estava apoiado sobre os próprios joelhos, parecia ainda estar extasiado com o cansaço extremo da partida que recém tinha finalizado, essa tinha sido a copa do mundo mais importantes para ele e todos os torcedores do time coreano, pela primeira vez haviam passado das oitavas de finais ganhando de grandes times europeus, um marco histórico para o país asiático, pesava ainda mais nas costas do homem de trinta anos, ele não era mais apenas Sonny o jogador coreano que estava chamando atenção fora do país, mas agora era Son Heungmin o atacante que jogava no Tottenham, o asiático que custou mais caro para o time europeu atualmente.
Son tirou a mascara do rosto para aliviar as articulações musculares e deixar um pouco do suor do rosto aliviar com a ventilação leve do estádio gigantes, respirou fundo enquanto ainda encarava o gramado que pisava, as cenas das marcações seguidas do time brasileiro começou a passar pela sua mente, o sentimento de incapacidade começou a subir lentamente pela cabeça, a fixa que oficialmente eram eliminados da copa do mundo, mesmo depois de terem ganhado para grandes países, mas ainda havia uma mínima sensação de orgulho ali dentro, perder para o Brasil foi justo, ao menos não foi para um time pequeno.
-Sonny - cortou seus pensamentos quando escutou uma voz se aproximando o chamando, quando ele levantou o corpo, percebeu seu parceiro brasileiro do time europeu, Richarlison, o mesmo puxou o corpo do coreano e se abraçaram fortemente, o jogador brasileiro admirava muito Son, tinham uma amizade muito forte quando jogavam no Tottenham durante as Ligas Europeias, comentavam desde lá o dia em que teriam que se enfrentar em campo cada um por seu país na copa deste ano.
-Parabéns, vocês são os melhores! - son comentava durante o braço com o amigo.
-Vocês também, sei o quanto chegarem até aqui foi muito importante para o seu país, você também fez isso histórico, parabéns companheiro. - o brasileiro comentava olhando para son enquanto caminhavam lentamente pelo campo e uma câmera seguia os dois.
-Muito obrigado! Perder para o Brasil foi justo, sabíamos que seria difícil mas foi justo. - puxou Richarlison para mais um abraço e terminou contando algo descontraído - Minha namorada é brasileira, não sei se estou com coragem de voltar para casa.
-Você namora? Desde quando que nunca me contou isso? - perguntou rindo do asiático e coçou a cabeça dele parando a caminhada e suspirando com uma frase - Meu amigo! boa sorte, vai precisar.
Son abraçou mais uns jogadores do time brasileiro que conhecia, trocou algumas palavras de carinho com todos e foi para o vestiário com o resto do seu time.
Todos entraram no vestiário e tiravam suas camisas suadas, pegavam uma garrafa de água e sentavam nos bancos do lugar, encaram o atacante famoso do time, esperando algumas palavras mas ele preferiu sorrir de leve para todos e esperar o técnico português entrar.
-Sei que estão esperando palavras minhas e do Son, então vou deixar ele começar com seus discursos motivadores maravilhosos. - o técnico comentou rindo e todos também, eles viraram o pescoço para o atacante famoso e ele levantou começando a pensar nas palavras.
Catar, aeroporto
Son esperava sentado em um banco perto do embarque ao lados dos colegas de time, estavam só no aguardo da chamada do voo que os levaria de volta para o país natal. Naqueles dois dias que esperavam no catar para irem embora, o jogador ainda não havia conseguido relaxar totalmente, as noites eram dominadas pela adrenalina dos jogos que passaram e ele sabia que quando chegasse em casa tudo finalmente cairia por si, provavelmente seria o momento de desabamento, o que poderia doer mais quando se tem sentimentos por uma brasileiro fanática pelo time do próprio país.
"Que horas você acha que vai chegar?"
"Não sei exatamente, mas pelos meus cálculos por torno de 2h30 da manhã, não conseguiram um voo com horário melhor 😔"
"Que pena, provavelmente vou estar dormindo e não vou ver você chegar, tenho que trabalhar na manhã seguinte mas fique em casa de tarde e nos veremos finalmente"
"Não pode faltar o trabalho amanhã? Preciso do seu abraço urgentemente 😥"
"Também precisaria se tivesse perdido para o Brasil 😉 mas não posso infelizmente, me espera que nos vemos em breve"
"Começou 🙄, te espero então, te amo 😚"
Desligou a tela do celular fechando o aplicativo de mensagens, sorriu fraco quando viu a foto dos dois no papel de parede do telefone, ambos sorrindo para a câmera enquanto estavam com o coliseu ao fundo, o presente de aniversário de sua namorada, uma viagem para a Itália que o asiático pagou tudo, sabia o sonho dela e realizou no primeiro ano de namoro. Estranho, talvez ele tivesse um pouco de medo dela deixar ele nos primeiros anos juntos, acabava suprindo tudo presenteando com coisas matérias e viagens, hoje em dia ele vê que tudo isso era desnecessário, ela precisou sentar e conversar com o coreano para esclarecer que estava apaixonada pelo pessoa que ele é e não era presentes que estavam segurando ela na relação, mas o amor mesmo.
2H:30
Son colocou a senha na porta do apartamento e entrou tentando não fazer barulho para não acordar a namorada que dormia, caminhou até o quarto com as duas malas na mão, largou silenciosamente no chão do quarto, caminhou até o banheiro do quarto e fechou a porta, se observou no espelho, riu de fraco ironicamente e decidiu tomar um banho rápido antes de deitar na cama, son sabia como a namorada não gostava que deitasse suado ou sujo na cama, ela dizia que a casa é o local mais importante de todos no mundo, quando estamos em casa é o momento que nos desarmamos, finalmente relaxamos, então é preciso sempre, ao menos manter limpa e agradável para viver, descansar de fato.
Saiu pronto do banheiro, antes de desligar a lâmpada, percebeu a iluminação no rosto de s/n, viu que ela ainda dormia profundamente e desligou a luz. Nos escuros foi até a cama, relaxando o corpo totalmente pela primeira vez em alguns meses, desde quando começou as partidas da competição, se aproximou do corpo dela e a abraçou, fechou os olhos e finalmente descansou onde tanto queria.
Manhã seguinte
-Sonny- o coreano escutou uma voz chamando seu nome e se misturando com seu sonho, até começar a acordar lentamente e perceber que era real. - Bom dia dorminhoco!
Abriu os olhos e percebeu s/n sentada na cama ao lado do seu corpo, ela sorriu quando ele viu os olhos dele e se aproximou dando um selinho na boca do namorado.
-Você não iria trabalhar agora pela manhã? - perguntou quando ela se afastou e ele viu o horário no relógio ao lado da cama.
-Sim, mas liguei para o meu chefe e contei a situação toda, aliás está em cima da mesa a camiseta para você autografar. - falava alto caminhando em direção a cozinha do apartamento, son riu com o suborno que você havia usado ele para faltar no trabalho, levantou feliz da cama e foi para o banheiro lavar o rosto e escovar os dentes.
Caminhou até a cozinha e encontrou s/n sentada no sofá assistindo a um programa na televisão, son olhou para janela da sala e viu uma pequena bandeira do Brasil pendurada no lugar, riu revirando os olhos, a namorada sorriu também e piscou um dos olhos para ele, bateu no vazio ao lado dela no sofá o convidando para sentar.
-Se eu pedisse para você tirar a bandeira da janela, faria isso por mim? - ele comentou sentando no sofá e debruçando o corpo sobre o dela para deitar.
-Não! sei que é doloroso mas espero que entenda o meu lado também - ela explicou para o namorado enquanto acariciava o cabelo dele.
-Tudo bem, vou superar essa tortura, falta pouco para terminar mesmo. - ele comentou fazendo um bico com a boca e s/n rindo alto.
-Como está se sentindo com tudo que aconteceu? Quero que seja sincero, não precisa ter receio só porque é meu país. - perguntou compreensiva e subindo o rosto dele para olharem nos olhos.
-Sinceramente? Estou divido entre dois sentimentos, fracasso e orgulho, sei que eu e o time criamos um momento histórico para o nosso país mas perdemos mesmo assim, ninguém gosta de perder mesmo que ainda tenha feito algo importante até chegar naquele momento. - ele falava com toda a sinceridade - Sei que isso tudo só fortaleceu meu nome como jogador mais ainda, sei que o Tottenham não vai me demitir ou os jogadores vão rir da minha cara, mas você sabe como nós coreanos somos, o único ponto que conseguimos enxergar pelo caminho é a vitória, se isso não acontecer acabamos nos autodenominando "fracassados" e dependente desta vitória até o fim da vida.
Ela o abraçou forte quando percebeu lágrimas caindo do rosto dele, beijou seu ombro e deixou son deitar a cabeça entre os seios, ficou sentindo as lágrimas molhar toda a camiseta, fez carinho nas costas dele também.
-Quero pedir um favor para você, posso? - heungmin levantou a cabeça novamente e concordou com a pergunta da brasileira - Por favor, não há visitar seus pais essa semana, não quero te ver voltar magoado.
-Eu sei mas preciso encarar ele e minha mãe vai perguntar se já estou na Coreia. - son levantou suspirando.
-Inventa uma desculpa, você sabe como seu pai é, ele vai ficar achando que ainda é seu treinador e ficar jogando a partida nas suas costas, por favor quero que essa semana fica por casa e relaxe um pouco. - ela quase implorou para o namorado, ele sorriu com a preocupação e se aproximou para beijar, começou lento e foi se aprofundando com o homem deitando ela sobre o sofá novamente e ficando por cima.
-Essa semana vou respeitar esse seu luto MAS semana que vem, quero te ver comprando camiseta do Brasil e torcendo junto comigo, Richarlison ficaria triste se você torcesse contra a nossa vitória. - falava autoritária e separando o beijo.
-Você quer que eu tornasse para que o time que desclassificou o meu, ganhe a copa do mundo? - ele perguntou incrédulo e rindo.
-Sim! você vai, não tem outra escolha, meu amigo - terminou a fala imitando a frase famosa do jogador brasileiro.
Ambos riram e ficaram deitados ali, apenas aproveitando a companhia um do outro e comentando como havia sido quando estavam distantes.
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O @silencehq, ou melhor, Zeus juntou nossos queridos Kit Culpepper, Josh Weaving (@deathpoiscn) e Charlotte Campbell (@thecampbellowl) numa aventura épica no Deserto de Gobi, uma região árida asiática. Nossos heróis enfrentarão desafios, escolhas e monstros! Conseguirão sobreviver a esse desafio?
MISSÃO: A DESTRUIÇÃO DA FORJA!
Kit batia os polegares no volante do carro alugado no ritmo da música em linguagem estranha. Os olhos, de cinco em cinco minutos, conferindo que tinha sim colocado o ar condicionado no máximo e o limpador de para-brisa na morte definitiva. Não precisava danificar duas coisas, certo? A areia daquela maldita tempestade impedia uma visão clara à frente, chovendo em cascata por todos os vidros. ✶ — › Mas tá certo isso? A previsão do tempo dizia calor de fritar ovo com pensamento e chances de tempestades. Chances. 'Chances' não é certeza. — Assim como não tinha sido nada surpreendente o atraso de quase uma hora do voo até a Mongólia pela troca da equipe de comissários. Eles tinham culpa de voar no único avião monstruoso?????
✶ — › Nada contra uma viagenzinha bucólica serelepe pimpona com requintes de adrenalina, mas... — Kit sentia a dor de cabeça que Charlotte seria presenteada com o tanto que pedia para ela. Melhor esse caminho? E o outro? Mas se eu parar aqui e... Tirou o pé do acelerador para reduzir a velocidade, poder olhar o mapa também - e, de quebra, espiar pelo retrovisor o filho de Thanato no banco traseiro. ✶ — › Uma forja desse tamanho, comandada por Telequines, só pode ficar entre na encosta dessa montanha. Quanto mais perto do chão, melhor acesso para o calor. Ainda mais nessas condições absurdas que só vão fazer minha rinite atacar. — O carro andou por mais uns metros antes de tudo acontecer ao mesmo tempo. Algo surgiu, alguém gritou e o carro guinchou com o solavanco do freio.
PROPRIEDADE PRIVADA
RISCO DE DESABAMENTO
NÃO ULTRAPASSEM
✶ — › Vocês também estão conseguindo ler, não estão? Porque não bati a cabeça pra, do nada, saber mongolês fluente. — As letras dançavam e trocavam de lugar, a linguagem divina grega revelando seu significado.
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o amor é devagar. o amor, posto que é projeto, é quieto
o amar, não. o amar é depressa. barulhento
o amar começa a obra às 07h00 da manhã de uma segunda-feira. você abre os olhos e o encontra de pé, com um espelho em riste ao lado da cama. é cedo para você se ver e ele não se importa. o amar não tem dó
o amar é sofrido. o amar atropela o peito quando demora uma hora a mais entre uma mensagem e outra do que no dia anterior. o amar reclama de como você não amassa o alho antes de o descascar
o amor vem antes e depois do amar. e durante. e de novo
o amor começa no desenho da planta. o amor rega as flores depois que a casa está pronta. o amor começa na argamassa, continua nas rachaduras quando a casa já é gasta e precisa trocar a fiação
o amor é até onde a casa pode ser casa. uma casa pode ser uma casa depois de demolida. pode ser uma casa em cima de outra. pode ser um outro tipo de casa. depende
o amor é bicho gordo e dorminhoco. o amor é um gato velho. o amor descansa
o amar é impaciente. é filhote ainda que tenha anos, percebe: o amar de novo no canto da sala escalando a cortina com um brinquedinho de plástico na boca. o amar enche o saco
o amar, por natureza, desaba. amar procurando se proteger do desabamento não estrutura o amor. já passa das 19h00. não sobra tempo
o amar é cacofonia. o amor é repertório de silêncios
o amar alimenta o amor e vice-versa, mas varia. há de ser delicado ao brincar com os dois ao mesmo tempo
o amar é novidade, mas o amor é cotidiano
o amar é volúvel, posto que é dia
o amor é teimoso, posto que é ano
[poema por nina camargo (@aninacamargo no instagram) // obra de arte: The Rokeby Venus. Diego Velázquez, c. 1644 – 1648]
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As flores amarelas e os trovões escandalosos
Às vezes eu chovo
Às vezes sou tempestade
Tempo de chuva é assim mesmo
As coisas mudam
A lama, o desabamento
As coisas mudam de lugar
Os trovões, um escândalo
Depois eu sou orvalho
E garoa fininha, cinzento, triste
E amanheço incerto
Com os brotos desafiando a gravidade
As raízes desafiando a dureza do solo, das pedras
E, de repente, recebo um elogio
Que céu azul que você tem, parabéns pelas flores amarelas
Eu estremeço.
Eu resisti a mais um ciclo impiedoso das estações
Eu fui lua minguante, maré cheia, eu fui geada
Eu insisti em minhas raízes, eu abri mão
Eu insisti nas flores, eu ofereci
A tempestade me prova, eu insisto na vida
A enchente, pesadelo, me afoga
Eu não esmoreço
De repente, eu tenho flores para mostrar ao mundo
Flores amarelas
Eu sei que elas vão murchar, mas isso já não é tão amedrontador assim.
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