Tumgik
#decorar paredes
papeldeparedeonline · 12 days
Text
Tumblr media
Decoração suave com papel de parede plantas silvestres em várias opções de cores. Saiba mais.
https://www.papelpintadoonline.com/pt/module/iqitsearch/searchiqit?s=plantas+silvestres
2 notes · View notes
papelpintadobarcelona · 6 months
Text
Fibras Naturales para Decorar Paredes, Papel pintado Golfe Du Bengale
Papel pintado Jardines Peradeniya_7594_04_06 Nos dirigimos hacia una extensa bahía en el Océano Índico, salpicada de pequeñas islas. Atracaremos en la mayor de ellas, Sri Lanka también conocida como la Isla resplandeciente, por su abundante vegetación compuesta de montañas, bosques y manglares ¿Nos acompañas en esta aventura? Papel pintado Imitación Panel Japonés_7597_23_44 La colección Golfe…
Tumblr media
View On WordPress
2 notes · View notes
casaboatem · 1 year
Text
Tumblr media
1 note · View note
daiivieirah · 1 year
Text
10 ideias de quarto de casal moderno
O casal moderno de hoje quer conforto, comodidade e querem trazer isso para o quarto. Por isso o quarto do casal moderno precisa atender as necessidades do casal e ter um ambiente cheio de modernidade e que seja aconchegante ao mesmo tempo. O casal moderno quer um quarto com espaço para os dois, pois eles costumam levaro trabalho para casa e muitos até já trabalham em casa. Por isso é sempre bom…
Tumblr media
View On WordPress
0 notes
boas-compras-shop · 1 year
Video
MARAVILHOSO papel de parede Importado Com TEXTURA e Relevo ..... disponível no boascomprasshop.com
1 note · View note
almasmoons · 5 months
Text
Lo etéreo del Art Nouveau: el mágico arte de Alphonse Mucha
Tumblr media
Autorretrato, Alphonse Mucha, 1889
Ciertamente uno de los máximos exponentes del Art Nouveau, Alphonse Mucha fue uno de los pintores que elevó las artes y oficios a una de las Bellas Artes.
Su obra cargada de elegancia y simbolismo sigue siendo un hermoso referente inluso en la actualidad, no quedándose corto en lo absoluto frente a artistas de otros movimientos. Es reconocible al instante, además, presentándose con hermosas mujeres de cabellos largos y prendas sueltas, rodeadas de una rica ornamentación botánica en colores cálidos.
Él era conocido principalemente por su trabajo con carteles. Durante la época de 1895-1900, el estilo de Mucha incluso se llamaba "le style Mucha", ya que coincidía con la tendencia del estilo Art Nouveau. Los paneles decorativos (panneaux decoratifs), eran carteles sin texto, diseñados específicamente para decorar paredes interiores.
Fue el propio Mucha quien se apropió y transformó los paneles decorativos en una nueva forma de arte disponible para el público en general, en contraposición a las obras de arte tradicionales disponibles para los individuos privilegiados.
Tumblr media
Las cuatro estaciones, 1896
Gracias a los avances en la impresión litográfica, Mucha, así como artistas como Toulouse-Lautrec y Théophile Steinlen, sacaron al público diseños audaces.
París entró en una época dorada del cartel; las calles se convirtieron en auténticas exposiciones de arte al aire libre, pero nunca antes se había visto nada parecido al diseño de Mucha. No solo por la paleta de colores pastel apagados de la obra, que contrastaba mucho con los colores más atrevidos en los carteles de la época, sino también la composición extremadamente estrecha y de tamaño natural del diseño de Mucha lo verdaderamente innovador.
(Por cierto, se sugiere que la inspiración para este formato vertical pudo haber venido de los pergaminos japoneses que se importaban a Francia. Ahí hay otro ejemplo de la enorme influencia oriental en el arte occidental, pero ajá.)
Su trabajo no se limitaba únicamente a carteles., eso sí. Detrás de Alphonse Mucha hay una interesante lista de medios que el artista aprovechó para crear, entre ellos:
FOTOGRAFÍA
En su fotografía hay una enorme cantidad de autorretratos, posando en su estudio, exposiciones, en medio de su trabajo como artista. Aprovechaba este medio tan reciente, no sólo para tener referencias de sus modelos, sino que lo exploraba como una forma de arte y expresión.
Tumblr media
Autorretrato en su estudio, Rue de la Grande Chaumière, Paris (1892)
Tumblr media Tumblr media
Modelos posando para "La epopeya eslava", 1911-1912 // Maruška haciéndose pasar por una campesina rusa para "Mujer en el desierto", 1923
Pintura
Mucho menos reconocida que su trabajo en litografía. Sus pinturas están cargadas de ligereza y un aire sobrenatural que logra que quien la observa quede totalmente inmerso dentro del mundo que intenra retratar.
Mucha exploraba mucho los temas religiosos y mitológicos, generalmente retratándolo en soportes de enormes tamaños. Entre ellas, está la serie de pinturas "La Epopeya Eslava", un conjunto de obras que tomó cerca de 18 años para llegar su culminación. Tras su finalización, la ciudad de Praga prometió la construcción de un pabellón para albergar las obras, algo que, polémicamente, todavía no se ha hecho.
Tumblr media
'La epopeya eslava' nº2: La celebración de Svantovít, 1912
Tumblr media
Retrato de Maruška, Esposa de Mucha, 1908-1917
Trabajo decorativo / Diseño Industrial
Escultura, joyería, vitrales, muebles, diseño textil, empaques para galletas y vestuario para obras de teatro. Alphonse exploró todos estos medios, todos con altísimo lujo de detalle, característico de la época y del estilo del artista.
Tumblr media
Pulsera de serpiente, Alphonse Mucha y Georges Fouquet, 1899
Tumblr media
Cabeza de niña, estatua para el stand de la Perfumería Houbigant en la Exposición de París 1900
Tumblr media
Documents décoratifs: estudio final para la lámina 71, 1901-1902
En fin, para cerrar (porque me voy a emocionar de más), la obra de Alphonse Mucha va más allá de la estética visual; es un reflejo de la época, la filosofía y la identidad cultural.
Su habilidad para fusionar la publicidad con la elegancia artística y su enfoque en la belleza femenina y la naturaleza demuestran su técnica y su compromiso con los ideales del Art Nouveau. Con sus creaciones, Mucha no solo dejó una marca permanente en la historia del arte, sino que también encapsuló la belleza y la elegancia de una era que sigue inspirando a generaciones posteriores.
19 notes · View notes
mcronnie · 2 months
Text
Tumblr media
You can feel it in the air, getting threatening
Tumblr media
❛ ⊹。                                  O sol não havia despontado no horizonte quando Veronica saiu pelas portas do chalé de Hécate, agora isso era uma realidade; não viam o sol há dias. Parecia que os céus estavam os culpando por algo e que nem eles sabiam que haviam feito, e agora, nenhum deles tinha qualquer ideia de como consertar as coisas. A loira contornou o chalé de Hécate até seu ponto específico, onde os tijolos salientes se aproximavam das trepadeiras que cresciam em direção ao teto do chalé. O suporte para os pés e as plantas serviam perfeitamente como um ponto de escalada até o telhado. Não era a primeira vez que fazia isso, descobriu esse acesso ainda adolescente, e mantinha para si o segredo, pois era fácil se esconder acima de tudo. A vista poderia ser privilegiada, em dias bons, conseguia ter uma visão quase completa do acampamento, considerando a distância que tinha dos outros chalés, porém dessa vez, se manteve virada para o bosque. 
De onde estava, conseguia ver o bosque e a fenda sem dificuldades, no entanto, a filha de Hécate acreditava que se fechasse os olhos poderia ver o mesmo cenário com clareza, graças à quantidade de vezes que sonhou com algo relacionado ao estado do acampamento. Após a morte de Aidan, ele povoou seus pesadelos, quase podia imaginar seu sofrimento sendo atacado por algo tão cheio de trevas… por três noites inteiras a semideusa teve pesadelos com isso. E se ocupou com o necessário e com o frívolo, enchendo seu tempo e desgastando sua energia ao ponto de que ao chegar em seu quarto, apenas apagasse e esquecesse de tudo fora daquele lugar. Porém, com o passar dos dias, como ignorar que o culpado por matar um deles ainda estava solto? Ainda estava por aí, e não podiam prever quando outra tragédia ocorreria, quando uma das crianças teria o infortúnio de se deparar com o caminho de um monstro dentro do lugar que lhes prometeram ser seguro. Apenas pedir que não ficassem sozinhos não era proteção, talvez era um tiro no pé, e a preocupação lhe assolava. Temia por si também, nunca foi a semideusa mais competente no que se tratava de batalhas. Nem mesmo na captura a bandeira se encaixava quando a obrigavam a ficar na linha de frente, tendo que abrir caminho entre oponentes, lutar… Ela podia saber o que fazer, mas sempre se sentia travada. Incapaz. No entanto, quando lhe ouviram, confiaram que ela poderia ser mais útil se movendo sorrateira, por trás de todo o combate, ela podia ser muito útil. Encontrava a bandeira e avisava a localização antes mesmo que a equipe adversária pudesse se aproximar da deles… E só então começou a se divertir na atividade. 
A lembrança, que deveria ser satisfatória em outro momento, lhe abateu com a constatação da obrigação. Precisava ajudar, precisava ser útil ao acampamento que tanto gostava, de alguma forma. E pintar as paredes e decorar os chalés, não era o que precisavam agora. Precisavam se sentir seguros. A fenda era um enorme problema, mas com esse não tinha ideia de como poderia ajudar, porém, com um cão infernal a solta, seus treinamentos e habilidades talvez a tornasse uma pessoa mais competente que a maioria. Não era um artefato, ou sequer uma pessoa perdida. 
Era muito mais importante. E perigoso. 
Suspirou dramaticamente, ainda que ninguém pudesse a ouvir, porém, agora, tomada de nova motivação. Era idiota? Com certeza, mas sentia-se em dívida, não com os deuses, com certeza não. Os bastardos sumiam quando mais precisavam de respostas. E isso não a deixava incluir sua senhora em seu rancor, porém, envolvia-a em certa preocupação, no entanto. Mas a realidade que mais importava para o momento, e o que não podia ser ignorado mais, é que não queria, e não poderia, ver mais nenhuma mortalha.
Só desejava, do fundo de seu coração, que apenas um cão infernal estivesse rondando o acampamento e que dessa vez, ser filha de quem era lhe trouxesse sorte e proteção.
Tumblr media
⋯⋯⋯⋯⋯⋯⋯⋯⋯⋯⋯⋯⋯⋯⋯⋯⋯⋯⋯⋯⋯⋯⋯⋯⋯ @silencehq
11 notes · View notes
1dpreferencesbr · 8 months
Text
Imagine com Liam Payne
Tumblr media
Lies
diálogos: Por favor, não minta / Eu já sei de tudo / Você estava com ela(e) e depois mentiu sobre isso / Eu não preciso ouvir, é sempre a mesma coisa / Você pode ser honesto comigo pela primeira vez? / Já estou farta das suas promessas vazias / Me deixe te amar como você merece
Meu nariz arde de tanto passar o lenço, meus olhos doem e eu me sinto horrível. Encaro toda a decoração ridícula de comemoração que preparei. As velas já queimaram até o final, o jantar esfriou há muito tempo e a foto de Liam e Cheryl em um restaurante chique ainda estampa a tela do meu telefone. 
Já é quase meia noite quando decido acabar com a humilhação própria e volto para a minha casa. 
Era para ser uma boa noite, uma noite para comemorar o primeiro ano do começo das nossas vidas juntos, mas, pelo visto, meu namorado preferiu passar essa noite com a ex mulher. 
Sentada no tapete no meio da sala, deixo mais uma vez que as lágrimas escorram. 
Meu peito dói. Não tem alívio. 
Batidas fortes na porta me acordam. 
Três da manhã, só pode ser uma pessoa. 
Sem encará-lo, deixo que entre. Liam dá passos nervosos até a sala pequena, encontrando em cima do sofá a caixa do presente que demorei semanas para conseguir escolher. 
— Eu cheguei em casa e você já tinha ido… — Ele fala baixo, ainda de costas. Sua voz me causando ainda mais dor do que posso suportar. 
— Onde você estava? — Pergunto, sem esconder a mágoa em minha voz. 
— Bear teve uma emergência médica e… 
— Por favor, não minta. — Imploro. — Eu já sei de tudo. — Como se estivesse em câmera lenta, Liam virou. Encaro seus tênis brancos, sem coragem nenhuma de olhar em seu rosto, isso apenas me destruiria ainda mais. 
— Amor… — Ele tenta se aproximar, mas eu dou um passo para trás. 
— Você estava com ela e depois mentiu sobre isso. — Sussurro, sentindo meus olhos inundarem mais uma vez. 
— S/N, eu… 
— Você pode ser honesto comigo pela primeira vez? — Grito. — Eu não mereço a verdade pelo menos uma vez? — Pergunto, passando as mãos com força pelas bochechas para afastar as lágrimas. 
— Eu estava com a Cheryl… mas não é o que você está pensando. — Sem apressa em dizer. — Eu juro que…
— Eu não preciso ouvir, é sempre a mesma coisa. — Digo com ironia. — “Não é o que você está pensando, não foi bem assim, não vai mais acontecer” — Enumero as coisas que tantas vezes escutei de sua boca. — Já estou farta das suas promessas vazias. 
— Amor. — Ele tenta se aproximar mais uma vez, mas eu não deixo. 
— A verdade, Liam. É só o que eu quero. 
— Encontrei com Cheryl para falar sobre a escola do Bear, fomos jantar para isso. — Ele suspira.
— No dia do nosso aniversário? — Pergunto, finalmente encarando o rosto que tantas vezes me trouxe alegria. A expressão de Liam se contrai, demonstrando que ele havia esquecido completamente da data. Sem conseguir mais segurar, deixo o soluço dolorido fugir, é preciso segurar na parede para que meu corpo não ceda. 
— S/N… 
— Você imagina como foi humilhante? — Sussurro. — Decorar toda a sua casa, fazer seu jantar favorito e esperar por horas como uma idiota enquanto você estava com outra. 
— Amor, eu… — Ergo a mão para que ele não chegue perto, e para que note que ainda não terminei. 
— Imagina como eu me senti quando vi em todos os sites de fofoca especulações sobre vocês? Eu fiquei horas esperando por você, Liam, horas. Sabendo que você chegaria e mentiria de novo sobre onde estava. — Escorrego pela parede, sentando no chão, sem forças para me manter mais. — Você sabe como eu me sinto, e mesmo assim você mente. Toda vez. — Dói. Tudo dói. O meu corpo e até mesmo os sentimentos que estou colocando para fora. 
— S/A, você sabe que eu não posso simplesmente deixar de conviver com Cheryl, ela é mãe do meu filho e… 
— Você quer que eu aceite seu filho, Liam? — Bato com a mão no piso. — Tudo bem! Quando começamos com isso, eu aceitei o pacote completo! Você e ele. O que eu não aceito é uma mentira nova cada vez que vocês dois se encontram! — Grito, sentindo minha garganta doer. Ele parece atordoado com as palavras, pisca lentamente algumas vezes e puxa o ar com força pela boca. — Eu não aguento mais. Não posso mais fazer isso. — Puxo minhas pernas para perto do peito, escondendo o rosto ali. 
— O que você quer dizer? 
— Não dá mais. — Dou de ombros. — Não posso viver assim. 
— Amor, não faz isso. — A voz embarga, me fazendo soluçar alto. — Eu amo você, por favor… 
— Se você me amasse mesmo, Liam, não mentiria pra mim. 
— Eu não vou mais, eu juro. — Sinto as mãos frias afastarem meus braços para erguer meu rosto. — Por favor, não me deixa. — Ele sussurra, me encarando com os olhos molhados. — Eu te amo. 
— Só amor não é suficiente. — Suspiro. — Não confio em você, Liam. 
— Vamos dar um jeito nisso, amor. Não desista assim. 
— Você acha que é fácil? Eu não aguento mais, Liam. Tenho guardado isso há meses, contando cada uma das suas mentiras, fingindo que eu não sei. 
— Eu não traí você, S/N. 
— Mentira também é traição. — Liam soluça, apoiando a testa em meus joelhos, deixando que suas lágrimas escorram pelas minhas pernas. 
— Me perdoa. Por favor, me perdoa. — Sussurra. — Me dê a chance de te amar como você merece.
— Liam… 
— Eu não vou mentir nunca mais, eu não vou dar motivos para que você vá. E, se no futuro você quiser ir embora, eu deixo. Mas vamos tentar, amor, por favor…
— Eu não sei se consigo. — Ele ergue o rosto, aproximando o corpo do meu, me tomando em um abraço desajeitado. Choro alto contra seu peito, molhando completamente a camiseta. 
— Vamos conseguir. — Sussurra, deixando beijos pelo meu cabelo. — Uma última chance. — Implora, me fazendo olhá-lo. — Por favor, meu amor. 
É uma decisão difícil de ser tomada assim. A mágoa ainda está muito recente, todos os sentimentos que transbordaram e foram expostos. 
Peço por tempo, e mesmo hesitante, Liam aceita. 
Por três dias inteiros considerei todos os prós e contras de seguir com a nossa história. A confiança abalada era difícil demais de ser reconstruída. Mas, em contrapartida, desistir do nosso amor sem tentar pelo menos mais uma vez também me parecia injusto. 
Digitei a senha na fechadura eletrônica para que a porta se abrisse. 
Ainda havia alguns resquícios da surpresa que havia preparado espalhados pela casa. Caminhei em silêncio, notando o corpo longo de Liam deitado no sofá, de costas para mim. 
— Liam. — Chamei, fazendo-o pular para sentar e me encarar. Seu rosto inteiro se transformou em uma expressão de choro no momento em que ele focou os olhos em mim. Como um furacão, ele se ergueu do sofá, praticamente correndo em minha direção, quase me sufocando em seus braços. — É a última chance. — Sussurro, passando os braços em sua cintura para retribuir o abraço. 
— Obrigado — Ele sussurra muitas vezes, com a voz embargada. — Obrigado, amor. Eu te amo. 
— Eu te amo, Liam.
32 notes · View notes
jxeward · 1 year
Text
...one more house, trick or treat.
Era como Stanford de novo. Menos pior, é claro, porque estavam há menos de uma hora de distância de um do outro, e não seis como na época. Mas era um relacionamento à distância, para todos os efeitos, e Genevieve Hudson e Joel Ward não estavam acostumados a namorarem à distância. Chegaram a ficar mais de uma semana sem se ver, por conta do trabalho da Hudson e também de todo o processo de mudança que estava passando mas, finalmente, finalmente!, ele estava à caminho. Ela havia acabado de sair do banho quando ouviu o interfone tocar, os cabelos molhados e o corpo coberto por um roupão enquanto corria para abrir a porta. Literalmente correu, abrindo-a e pulando no colo de Joel. “Ahhhh, I missed you!” Declarou, as pernas ao redor do corpo masculino e o rosto enterrado em seu pescoço, só se despendurando dali depois de deixar um beijo contra a pele. “Hi!” Ela sorriu, claramente contente.
O sábado tinha sido um inferno com a ausência de dois garçons, Joel sendo convocado de última hora e tendo que lidar com um grupo de empresários mal-educados no hotel. Quando liberado, passou em casa, tomou um banho e separou a roupa para o Halloween na casa nova de Genevieve. Pegou estrada, então, com a música em volume alto para não correr o risco de dormir, afinal, tinha dobrado o turno, dormido muito pouco.
Chegando no novo apê da namorada em Los Angeles com uma mochila no ombro, ele a recebeu com surpresa quando ela pulou no seu colo. "Ei, você." Joel sustentou Gen pelo bumbum e a cumprimentou, rindo, um pouco menos tenso que antes só de ter aquele pouco de carinho, e também o bom-humor da namorada. Mas logo sua expressão se tornou uma de lamento, quando a colocou no chão. "Desculpa ter atrasado." Já tinha explicado por áudio para Gen a ausência dos dois caras e que precisou trabalhar. E seus olhos se esticaram para o cenário. O apartamento. "Caralho, it's... huge."
"It’s okay! Aly veio mais cedo me ajudar, demos conta de tudo." Os planos iniciais era que Joel a ajudasse a decorar o novo apartamento para a festa, a festa que inicialmente seria na casa de Aliyah mas acabaram mudando os planos para um housewarming de Gen. Ela se desenroscou do namorado quando ele varreu os olhos pela sala extensa do apartamento, assentindo uma só vez. "I know, it’s crazy. Vem, vou te fazer a tour. Normalmente não tem tantas teias de aranha." Brincou, fazendo referência à toda a decoração que estava em cada canto do imóvel. Ela havia se empolgado mas, em sua defesa, Halloween era sua festa preferida do ano.
"I'm sorry, babe. Mas aposto que Aly conseguiu uma porrada de empregados pra ajudar vocês." Era típico de Aliyah. Gostava de dirigir pessoas em fazer as coisas para ela, mas participava de todo o processo. Joel ficou realmente impressionado com o novo apartamento de Gen. O local era muito elegante, para dizer o mínimo. Quando olhavam o banheiro, ele celebrou o espaço maior. "Aí sim. No meu novo apartamento também teremos uma área de banho espaçosa. Te prometo."
"Ééé, ela trouxe algumas mãos extras, sim." Gen riu, achando graça que Joel conhecesse a melhor amiga quase tão bem quanto ela. Chegando no banheiro, logo pressionou os lábios para conter um sorriso, porque imaginava qual seria a reação do namorado… e acertou. "Se me lembro bem, foi o único requisito de vossa senhoria, certo?" Genevieve sorriu e encolheu os ombros. "Esse é seu novo apartamento. Sabe disso, né? Não tô te convidando pra morar comigo, nem nada assim…" Okay, era algo assim. Mas Gen não queria apressar as coisas. "Mas espero que saiba que quero compartilhar esse lugar com você o máximo possível. No pressure. Bom…" Porque ficou meio nervosa de jogar o comentário e com medo de Joel reagir mal, logo emendou outro assunto: "Tenho que me arrumar. Quer tomar um banho? Tem cerveja na geladeira, make yourself at home."
"Eu sou um cara simples." Ele sorriu. O local de banho espaçoso realmente foi a única exigência em que conseguiu pensar. Encostado à parede com as mãos nas costas, Joel escutou a namorada falar que o apartamento também pertence a ele e virou a cabeça de lado, tentando decidir o que achou da história. Parte ficou com o coração quente, vendo que estava mesmo de volta à vida da Hudson. A outra parte foi o velho Joel se preocupando mais uma vez com a iniciativa de Gen de fazer com que entre no seu mundo. Ela parecia mais disposta a isso do que nunca. "Já tomei banho, mas também preciso me arrumar." Ele respondeu depois de ter ficado em silêncio com os lábios pressionados, sem chance de responder porque Gen já emendou um assunto no outro. Era melhor assim. "O plano é me fantasias de Indiana Jones. O que acha?" Ele começou a sair do banheiro e apontou na direção da cozinha. "Mas antes vou aceitar a oferta da cerveja."
"That you are." Sorrindo contido ainda, ela gesticulou para que voltassem à sala principal do apartamento, passando pelo closet de Gen que já começava a ficar meio bagunçado com os preparativos da noite. "Indiana Jones?! That’s hot. Will I be allowed to play with the whip?" Questionou-o inocentemente enquanto chegavam à cozinha e ela abria a geladeira, puxando uma blue moon ao namorado. "Meus planos era ser Carrie, a estranha, mas não sei se gosto da ideia de ficar grudenta de sangue a noite toda. Talvez eu improvise algo no meio do caminho." Riu.
"Ah, é? Vai querer brincar com o chicote pra quê?" Joel se fingiu de inocente, apertando a boca para não sorrir enquanto chegavam à cozinha. Abriu a cerveja e já virou um gole. "Bom, se quiser mesmo ser a Carrie, te ajudo a tomar banho depois da festa." Falou com a garrafa na boca novamente para outra virada de gole. "Ei, pode começar a arrumação, eu me viro a partir daqui." Joel pensou que Gen tomaria banho ainda. Ele já começaria a vestir a roupa. "Só vou precisar de você na maquiagem, colocar um pouco de sangue e tal. Um Indiana Jones que já passou por algumas dificuldades."
"Não sei ainda, mas acho que ideias podem surgir." Fez a misteriosa e então riu. Agradeceu a oferta de ajudá-la com a meleca do sangue falso caso seguisse como Carrie, mas ainda sem decidir. "Okay, get dressed and then I’ll fuck your face up later. Se precisar de mim estou ali no closet, ok?" O closet que ainda não tinha armários, improvisado como muitas coisas no novo apartamento recém mudado. Gen resolveu improvisar com a sua fantasia, também. Vestido de Prom, check, cabelo e maquiagem, check, faixa "Miss Halloween" pela qual estava apaixonada também, check… foi com o sangue que improvisou, limitando-se a fazer um corte agourento no pescoço e com gotas de sangue escorrendo pelo colo. Genevieve sorriu para o resultado final no espelho, decidindo que era própria para o tema e ainda estava gostosa. Dois fatores importantes para uma garota no Halloween. Ela ajeitava os brincos nas orelhas ao retornar pra sala, buscando Joel com o olhar.
Joel se trocou na sala mesmo, já que estavam sozinhos no apartamento, colocando a fantasia parcialmente improvisada, exceto pelos acessórios. A estes dedicou bastante atenção, visitando lojas de artigos próprios em Orange Province até conseguir o que precisava. Bebeu mais uma cerveja e se sentou no sofá da sala, meio largado no meio da decoração, para assistir alguma besteira na Netflix no celular enquanto esperava pela namorada. Quando Gen finalmente apareceu, Joel abaixou o celular para o estofado do sofá e seu queixo caiu no meio de um sorriso. "Well, well, well." Ele a acompanhou a medida que caminhava, virando a cabeça. "Not bad at all." Surpreendeu-se, apreendendo os detalhes da roupa alheia. Ele se levantou para analisar o corte no pescoço. "Isso ficou bom, amor. Muito bom."
Gen deu uma voltinha no lugar enquanto ele reagia, contendo um sorrisinho porque ela havia gostado do resultado e tinha certeza que Joel também. "Né? Aprendi um truque ou dois de maquiagem nos últimos meses. Ah! Espera, o toque principal..." Ela pegou a faixa de "Miss Halloween 2023" que havia deixado pendurada na mesinha de canto do sofá e a colocou por cima do vestido preto. "There you go. And you... mister Jones..." Os olhos claros abaixaram-se pela fantasia do namorado, sorrindo abertamente agora porque também aprovou. "Look hot. Só precisa de um pouco de sangue. Vem, vamos terminar no closet porque já tenho sangue falso no meu piso novo por lá, não quero acabar com o sofá branco também." A Hudson os guiou até lá e gesticulou para que Joel se sentasse no banquinho. "I'm really excited for tonight." Comentou. "I'm excited for you to meet everyone."
"Eu aposto que sim... Me admiro ter aprendido até maquiagem de Halloween. Ficou muito bom mesmo." E foi engraçado porque nem Joel tinha dito que Gen estava gostosa, mas lá estava ela avaliando o namorado assim. Ele riu baixo. "O chapéu tá ali." Apontou para a sua mochila, onde repousava essa peça de acessório. Seguindo Genevieve, se sentou obediente no banquinho que ela lhe indicou. Ficou paradinho para a Hudson trabalhar. "And who's everyone, exactly?"
"Fiz uma campanha pro Halloween algumas semanas atrás." Explicou. No closet, depois, ela puxava os pigmentos vermelhos enquanto Joel se sentava obedientemente no banquinho indicado. "Pessoas com quem trabalhei nos últimos meses e se tornaram amigos. Modelos, fotógrafos, agentes… Aly deve vir também, e Jack." Adicionou na esperança de que a presença do amigo fosse deixar Joel mais a vontade. Mas o que Gen queria mesmo era inseri-lo em seu atual ciclo social. "E Isla! Você vai finalmente conhecê-la. É o sonho da vida dela conhecer Joel Ward e convencê-lo a posar pra ela." Contou enquanto começava a trabalhar nos machucados falsos.
Joel soltou um ruído com a boca. Não estava concordando nem rejeitando a ideia. Apenas estava sendo Joel, meio bronco. "Eles são como os seus amigos do High Province?" Era bom Jack estar no meio, sim. Joel se viu colado no amigo a festa inteira, como teria sido se ele não tivesse se metido em briga na festa de aniversário. "A posar, como assim? As a model?" Joel riu, sem imaginar a menor possibilidade de uma coisa daquela acontecer, tentando não se mexer para não atrapalhar o trabalho de Gen.
"Ei." Gen desaprovou, porque sabia o que a comparação com High Province queria dizer. Joel ia conhecer seus novos amigos cheio de preconceitos. "Mente aberta, cara. Preciso que você fique de mente aberta, tá?" Bufou e voltou a dar batidinhas na têmpora do Ward para simular um machucado. "As a model, yeah. Toda vez que eu postava foto sua ela vinha me falar sobre como você tem pinta de modelo, nunca te falei não? Eu até ficaria com ciúmes, se ela não jogasse pro outro time."
Mente aberta, ela pediu. Joel fez cara de poucos amigos, literalmente. "Desde que eles não sejam babacas... I'll do my best." Joel deu de ombros, como se fosse ele uma pessoa muito fácil de lidar também. Sempre disposto e nada teimoso. "That she want me as a model? Never." Ele se lembraria, certamente. "Uma puta loucura, eu não soube agir nem bêbado na nossa sex tape."
"É, sei." Ironizou, pensando justamente o mesmo que o namorado: sobre como ele também era difícil de lidar. Satisfeita com os machucados, Gen passou a manchar um pouco o nariz e boca de Joel e logo estaria pronto. "You’re just camera shy. Like every model ever was when they start." Ela deu de ombros, fazendo pouco da pouca performance dele na sex tape. "Acho que seria uma experiência legal. Principalmente se quiser fazer comigo, hey, meu aniversário está chegando, seria um ótimo presente." Gen piscou, brincalhona, e então achou por bem adicionar mais séria: "Seriously, though. This is aaaall Isla. Sei que não é sua praia e nem vou te forçar à ideia, só achei melhor te adiantar o assunto porque certeza que ela vai falar."
Joel negou com a cabeça. Rejeitou a ideia de pronto, porque realmente não se via como um cara das câmeras. "Eu fui feito pros bastidores, amor. Sou o cara que serve a água pra vocês." Riu-se, fazendo pouco caso de si mesmo. De novo, negou com a cabeça. "Eu adoraria te dar um presente bem maneiro de aniversário, mas esse está fora de cogitação. Vou procurar dizer isso pra Isla de uma forma bem educada, não se preocupe." Joel se espiou com o canto do olho no espelho. "Tá pronto?" Perguntou logo, não querendo que Gen insistisse no assunto anterior.
Ela revirou os olhos, contendo todo o discurso que já tinha na ponta da língua toda vez que Joel Ward fazia pouco de si mesmo. Mas, pelo bem da festa e da vibe boa entre eles… deixou para uma próxima. "Você é quem sabe." Gen suspirou, passando a guardar a bagunça que havia feito ali e acabando por virar ao espelho, enxergando ela e seu namorado ridiculamente atraente espelhados. "Mas eu vejo um… puto desperdício." Suspirou novamente, dessa vez por ter se distraído com a visão do corpo masculino e piscando para a vida quando a campainha tocou. Parece que a festa iria começar.
Joel se levantou e se olhou no espelho. Não que não se considerasse um cara atraente. Ele sabia que era. Mas, se fosse parar na frente de uma câmera para ser fotografado a sério, ele provavelmente ficaria paradão com os braços para baixo, como um poste sem graça. E não teria coragem para posar como pensa que um modelo deve fazer. "Poso pra você um dia." Ele tentou aliviar o clima depois de ter negado tão veemente a ideia, dando um beijo rápido nos lábios de Gen. A campainha tocou. A festa estava para começar.
"Okay!" Gen animou-se mais com a ideia, sabendo que ele se sentiria mais confortável com ela. E não abordou mais o assunto para não pressiona-lo, e também porque logo logo a festa tomaria toda a sua atenção.
Muito, muito mais gente do que o esperado. A maioria ela conhecia mas não necessariamente tinha convidado, e outros não fazia ideia de como chegaram até ali. Mas ninguém pareceu reclamar, a música era boa, as fantasias estavam divertidas e, bem… Gen avistou algumas drogas rolando aqui e ali.
Perdeu Joel eventualmente, tendo-o apresentado à algumas pessoas mas sendo roubada por amigos para contar tudo sobre a Fashion Week. Talvez uma meia hora tivesse se passado quando ela o encontrou, no pátio que a cobertura tinha ao lado da sala. Joel em um canto, um casal aos beijos em outro. e dois amigos fumando em um terceiro. "Hi, Indiana Jones. Teve a chance de usar esse chicote já?" Ela imitou o som do objeto estalando no ar.
Joel passeou pela decoração por parte do tempo que ficou sozinho, depois de Gen tê-lo apresentado a algumas pessoas, se certificando que uma coisa ou outra estavam no lugar. Chegou até a salvar o tabuleiro de Ouija de uma garota que quis puxar uma carreira em cima dele enquanto fazia um vídeo e quase fez com que caísse no chão. Ele sequer bebia, sentindo-se como o tio chato do rolê, como um velho no meio de um bando de adolescentes. Joel possivelmente estava exagerando e sendo um estraga-prazeres, porque seus amigos ali criariam uma enorme bagunça também. Mas fato é que se sentiu deslocado no meio daquela gente. Não tinha Jack, como pensou que teria. E não tinha a companhia constante da namorada, pois era a anfitriã e tinha que dar atenção pra muita gente.
Ele tinha acabado de negar um cigarro de maconha que lhe ofereceram quando Gen apareceu. Estava no pátio, ao ar livre, respirando oxigênio puro que a parte de dentro não tinha. "Quase amarrei umas garotas descontroladas lá dentro..." Respondeu Genevieve sobre o chicote, olhando-a de lado, o corpo voltado para a vista de LA. Joel tentou manter o tom de voz menos rabugento possível, mas o fato de estar sóbrio colaborava para ter uma expressão de merda na cara.
Gen riu da resposta dele mas logo notou a cara séria do namorado, sentindo que suas preocupações estavam se concretizando. Joel não parecia muito à vontade em seu meio. Ela se encostou com as costas voltadas à vista, também fitando-o de lado. "Gen! Elvis rebolando ao som de Ariana Grande." Morgan, um de seus amigos modelos, aparentemente sentiu a necessidade de avisá-la da atração imperdível que era um de seus amigos fantasiados de Elvis Presley dançando. Estava obviamente chapado. Gen riu e fez sinal que entraria depois. Voltou-se para Joel e sentiu a risada morrer. "Não está se divertindo?" Fez um biquinho.
Não ajudou a pessoa chamando por ela para falar do Elvis rebolando ao som de Ariana Grande, porque Joel achava aquelas pessoas um tanto patéticas no momento. Joel respirou fundo e fez que mais ou menos com a cabeça. "É que não conheço ninguém, por mais que você tenha apresentado." Ele pensou em completar que não era seu mundo, mas soaria muito como o Joel antigo falando do High Province e o Ward se censurou. "I'm sorry, I tend to be stubborn like my father." E fez uma careta para si mesmo.
Ela o ouviu em silêncio, tentando manter as expressões limpas de julgamento ou coisa parecida. Sabia o que estava rolando e entendia, mas não conseguiu evitar de sentir uma leve frustração. "You know me." Argumentou, piscando os olhos claros para o namorado. "Eu sei o que pensa deles. Que são riquinhos idiotas e superficiais. Mas... eu, Joel, era uma riquinha idiota e superficial quando você me conheceu, esqueceu? E você se apaixonou por mim." Gen sorriu quase imperceptivelmente, virando o corpo de frente para a vista e agora lado a lado do Ward. Ela bateu o ombro no dele com leveza. "You do look like Albert right now. Quiet and serious."
Joel, de cenho franzido, assentiu uma vez. Ela estava certa. O casal estava unido há tanto tempo apesar de suas diferenças. O que impedia o Ward de tentar suportar outras diferenças, em relação a outras pessoas? Só a teimosia dele mesmo. Joel sorriu com a piada, percebendo-se muito igual ao pai. "Certo. Acho que eu posso tentar ser mais parecido com minha mãe." Beatrice, que era o oposto, sempre se misturava às pessoas com naturalidade, sempre sabendo seu lugar, sim, mas com muita capacidade de se enturmar. Mais ou menos como Gen. "Você sabia que seus amigos usam drogas pesadas?" Perguntou, como um menino ingênuo.
"Acho que você é uma perfeita mistura do dois." Opinou, embora não conhecesse Beatrice. A conhecia o suficiente pelas histórias, ou pelo menos Gen pensava assim. Para a pergunta das drogas pesadas ela abriu um sorriso amarelo. "Yeah, welcome to Hollywood. Coke is like beer to them." Havia passado da época de ficar chocada, tendo frequentado festas o suficiente para evidenciar esse tipo de coisa. "Mas, na real, tem uma galera que eu nem conheço. Vou precisar da sua ajuda pra..." Não completou a frase, o pedido de ajuda para se livrarem de penetras, porque avistou no meio da baderna alguém erguer a mão pra ela em cumprimento. Isla havia chegado. "Genevieve Harriet Hudson! My beautiful bitch." A fotógrafa riu, passando para o pátio com aquele seu jeito meio hiperativo e a abraçando. "E esse aqui... o famoso, o ícone, o deus na vida da minha modelo preferida." Disse ao soltá-la e se virar pra Joel com um sorrisão. "Joel Ward, in the flesh." Gen apresentou, também sorrindo. "Joel, this is Isla."
Joel não era tão sonso assim para achar que as pessoas não usam drogas. Ele mesmo já tinha fumado maconha algumas vezes. Era mais a forma como agiam, parecido com o que se vê nos filmes de classificação +18. E o fato de ser cocaína e ácido, conforme tinha visto em outra parte da festa. Ele estava prestando atenção à namorada, atento ao que ela precisaria dele quando foram interrompidos. A famosa Isla chegava com uma personalidade expansiva. Joel se inclinou para cumprimentá-la com um aperto de mão. Como mais a cumprimentaria? Com um abraço como foi com Gen? Já era muito estar sendo chamado de deus da vida da Hudson. "Nice meeting you, Isla. I've heard so much about you."
"Well I'll be damned." A mulher expressou, aceitando a mão de Joel e o observando claramente de cima a baixo antes de soltá-la. Gen ficou feliz por ter adiantado com o namorado o assunto do interesse da fotógrafa, ou então Joel certamente se assustaria. "Alto, cabelo perfeito, dentes retos... garoto, as coisas que eu faria com você..." Isla suspirou. "Com uma câmera, pra ficar claro. Eu gosto de mulher." A Hudson riu, se aproximando de Joel para segurar uma de suas mãos com ambas as suas. "Eu te disse." Falou para Isla mas, em parte, poderia servir para o namorado também. "Disse, sim. Não que eu já não soubesse, já vi milhares de fotos suas no Instagram dessa aqui. Já pensou em modelar, Joel Ward?"
Isla começou a elogiá-lo e a avaliar Joel como se ele fosse uma mercadoria, o que, por incrível que pareça, não incomodou tanto o Ward como ele pensou que incomodaria. Ficou apenas tímido e entrelaçou os dedos em uma das mãos de Gen, que faziam sanduíche com a sua. "Nunca pensei não, senhora." Ele se viu tratando-a como uma cliente do The Diamond, mas não conseguiu evitar. A mulher transmitia essa superioridade. "I don't see this as a possibility, I mean, Gen's talented, but I'm not. I wouldn't know how to behave in front of a camera."
"Que isso, garoto. Com uma cara dessas não precisa de muito. Não acha não, Gen?" Isla voltou a opinião para ela e a Hudson hesitou, querendo ser sincera mas sem pressionar o namorado. "Acho, é. But I’m biased, you know I think my boyfriend is a fucking model by nature." A fotógrafa ergueu as sobrancelhas e assentiu, como quem dizia "se sei", porque Gen falava para quem quisesse ouvir que é fã de Joel Ward. "Bem, se quiser fazer um teste, sem compromisso nenhum… estamos aí. Ugh, preciso de uma bebida, ei, bora?" Ela chamou os dois para voltarem a festa e Gen disse que iriam logo. A Hudson sorriu para Joel quando ela entrou, soltando as mãos da alheia para abraçá-lo pelo pescoço. "My boyfriend, a fucking model."
Joel estava a fim de perguntar para Gen se ela acredita que ele seja preparado para modelar, de verdade. Esperou Isla se afastar com a oferta de um teste no ar para questionar, olhando as costas de Isla se afastando. "Você acredita de todo coração que eu não me comportaria como um grande idiota na frente de uma câmera? Responde com honestidade. Se você realmente achar que eu dou conta dessa tarefa, faço o teste com a Isla." Ele concluiu que seria suas desculpas a Gen pela forma como vinha se comportando na festa.
Olhou-o com atenção ao início da pergunta, as sobrancelhas ligeiramente arqueadas naquela expressão muito Gen Hudson de ser. Um sorrisinho ameaçou aparecer no fim da fala alheia. "Eu acredito de todo o coração que a câmera te ama. Quer que eu te mostre minha galeria de fotos?" Sorriu mais um pouquinho, acariciando a base do pescoço masculino. "Eu acho que você se daria bem, e seria divertido. Mas só se você realmente quiser, I know you’re making an effort as it is to be part of this new world of mine." Gen inclinou-se pra deixar um beijinho no queixo dele. "O que eu quero, de verdade, é fazer uns shots com você. Não de fotos, de tequila." Riu. "Talvez fumar umzinho… quero que você se divirta hoje. Comigo."
Joel entendeu e concordava em nível. Gen já tinha feito algumas fotos do namorado que ficaram razoáveis. "I am, yes. Porque o que é importante pra você, é importante pra mim." Ele respondeu sobre estar fazendo um esforço enorme para estar no mundo dela. O novo mundo. Fazer parte como um modelo seria nada Joel Ward do Jump-Street de sua parte, mas não tão estranho ao namorado-da-Gen, alguém que já superou tanto por ela. "É? Mas não quero monopolizar tua companhia. Eu entendo que precise dedicar atenção aos seus convidados, como o Elvis ao som de Ariana Grande." Ele a abraçou pela cintura com os dois braços, curvando-se para frente e consequentemente inclinando Gen para trás.
"Você é importante pra mim, bobo. Você." Ela resumiu, como se nada mais importasse. E era bem isso mesmo. Claro que apreciaria o esforço de Joel porque precisariam do mesmo para estarem juntos em ambientes como aquele, mas Gen faria o possível para não ter que forçar a barra demais. Não queria que ele acabasse ressentindo-a por forçá-lo para além do necessário. Riu com o corpo sendo inclinado pra trás com o alheio fazendo o contrário, Gen abraçando mais o pescoço do namorado. "Monopolize minha companhia, Joel Ward." Pediu, levando uma das mãos para acariciar a pequena cicatriz no rosto masculino. "Fiquei meses sem ela e agora a gente tá na porra de um relacionamento a distância, tecnicamente falando. Preciso que você monopolize minha companhia o máximo que conseguir, pode ser?"
Joel foi sorrindo, mais e mais, curvando o cantinho da boca conforme Gen implorava para ele monopolizar sua companhia. Gostosinha, é o que a namorada é. Pensou ele, ainda inclinado sobre ela um tantinho, juntando seus lábios aos da mulher em um beijo simples mas demorado. "Então me leva pra aquelas shots agora." Subiu os lábios até a base do ouvido de Gen. "E juro terminar essa noite te comendo na cama nova."
Aceitou o beijo de bom grado, assim como ouvi-lo concordar por fim ao convite das shots e, é claro, a frase final que trouxe arrepios à pele do pescoço da Hudson. "See? That’s all I wanted to hear." Gen inclinou o corpo para frente pra dar mais um beijo nele antes de se separar, puxando o namorado pela mão de volta à festa.
Foram até o bar montado na cozinha, dezenas de garrafas diferentes decoradas com teias e aranhas. Gen preenchia dois copinhos quando Henry, um de seus amigos modelos (um dos poucos que considerava de fato decente) se aproximou. "Hey, miss Halloween. Tô sendo o tiozão da festa e botando um povo sem convite pra fora, okay? Tava virando bagunça e se seus vizinhos chamassem a polícia com esse tanto de droga rolando…" Ele ergueu as sobrancelhas, nem precisando terminar a frase. "Fucking hell, de onde surgiu esse tanto de gente? Ah, Henry, esse é o Joel."
O bar não deixava espaço para decepção, Joel pensou enquanto ajudava Gen com a tequila, segurando os dois copinhos sendo cheios. A festa era boa. Não admirava tanta gente surgir para tentar participar. Joel observou o rapaz quase da sua altura falando sobre isso com a sua namorada e tocou a base das costas dela em sinal de marcação de território depois de largar os copos. Just in case. "Internet, probably." Sugeriu o Ward, entrando na conversa cumprimentando o outro com um aceno de cabeça simplesmente. Henry era seu nome. "Uma pessoa chama a outra. Mas posso ajudar com os penetras, basta vocês me indicarem quem são."
"O famoso." Henry respondeu à introdução com um sorriso pequeno mas educado. "Todo mundo tá respondendo isso quando te apresento, tá ficando embaraçoso pra mim." Gen achou graça ao comentar com o namorado, internamente notando que ele havia se aproximado para lhe tocar no segundo em que o amigo apareceu. Seu bom e velho Joel. "Por que será, né? Wonder if it is cause you never shut up about him." O modelo riu pelo nariz e assentiu por fim para Joel, aceitando a ajuda. "Tem um grupinho de idiotas cheirando linhas lá no banheiro que me ignoraram quando pedi pra sair, dois caras chegando neles talvez seja mais intimidador. Podem fazer o shot de vocês, eu espero." Gen assentiu, achando boa a ideia. Não só para se livrar dos penetras, mas porque Henry era uma das pessoas que gostaria que se aproximasse de Joel. Ele havia se tornado um de seus amigos mais próximos na indústria. A Hudson ergueu seu copinho para brindar com o do namorado antes de virar a shot. "Thanks babe. Vou lá tirar uma foto com a Isla enquanto isso, sei que ela não vai me perdoar se não registrar seu look de Medusa."
Joel estava justamente pensando aquilo, que todo mundo dizia que ele é famoso. E ouvir isso fez com que relaxasse da postura diante do cara, Henry, assim como aliviar ainda mais a tensão anterior, de não se encaixar. "Eu não tenho moral alguma pra falar, pra te ser sincero, meus amigos também pegam no meu pé porque meu mundo gira em torno dessa mulher." Ele olhou para ela com cumplicidade e piscou com o olho direito. Assentiu ao pedido de ajuda, sem receio de precisar colocar algumas pessoas para fora. Não seria a primeira briga que Joel arruma em festas, afinal. E como garçom precisa lidar com bêbados de todos os tipos, território familiar. Ele tocou no copo pequeno com o seu e então virou a shot. "Se ouvir algum barulho de briga, saiba que vou precisar da minha enfermeira em breve." Brincou com Gen antes de se afastar, fazendo um sinal para Henry, para seguirem rumo ao banheiro.
Gen tinha um sorriso apertado nos lábios com a resposta do namorado, enquanto Henry os assistia com um próprio sorriso mais controlado. Torcia pela felicidade da amiga, mas tinha algumas preocupações pelo relacionamento, pelo pouco que sabia. "Sem brigas, por favor. Henry tem razão, se alguém ligar pra polícia eu tô fodida." Gen mandou um beijo no ar pra ele e se afastou para a pista de dança enquanto os meninos iam para o banheiro.
Os três rapazes ali dentro de fato se sentiram mais intimidados com a presença de dois, afinal mesmo estando em maioria Joel e Henry eram muito mais altos que eles. Saíram xingando mas saíram, o terceiro chegando a correr quando Henry fez que ia pra cima.  O modelo riu. "Assholes." Xingou e caiu os olhos nas linhas brancas abandonadas sobre a pia, abaixando o corpo pra cheirar uma delas. "Nem pra ser pó de primeira. Quer?" Ofereceu a última restante para Joel.
Eles conseguiram intimidar e constranger os rapazes a deixarem a festa. Bando de filho da puta usando drogas bem no banheiro da casa de Gen. Pareceu tão errado. Joel, que ficou na porta de lado, fez todos os caras se espremerem para sair ao passar por ele. E forçou um sorriso para Henry mesmo ficando agora ele, Joel, um pouco constrangido com o cara cheirando uma carreira sobre a pia. "No, man. I don't do coke." Respondeu erguendo uma das mãos, os braços antes cruzados. Joel se desencostou do batente. Tentou parecer menos travado. "Uh, obrigado por ajudar a manter o controle da festa."
"Se alguém perguntar, eu também não." Henry devolveu com um sorrisinho meio debochado, formando um bico nos lábios para assoprar a linha restante no ar. "Principalmente a Gen, por favor. She gets kinda mad with this stuff, and she’s scary when she’s mad, I’m sure you know." Ele fungou e limpou o nariz enquanto fazia um gesto de "sem problemas" com o agradecimento. "So you two are really back together then?" Questionou ao fazer sinal para que voltassem à festa, queria uma bebida.
Joel gostou de ouvir que o envolvimento da namorada com aquele tipo de droga era mínimo, restrito ao acesso de seus novos amigos, como o tal Henry. "Oh, we don't want that." Gen brava e, consequentemente, assustadora. Saiu porta afora com o cara vindo junto e Joel adivinhou que Henry queria uma bebida, porque foi na direção das bebidas. Falou alto, gritando por causa da música: "É, nós somos aquele tipo de casal chato que briga, mas acaba voltando a ficar junto." Respondeu assim, sem detalhar que a última vez foi muito mais que um término. "How was she as a single woman?" Questionou o Ward enquanto pescava uma garrafa de cerveja.
A festa havia esvaziado um pouco depois que ele começou a caçar os penetras e, enquanto Henry caçava uma garrafa de seu gosto, também varria os olhos vez ou outra pelo apartamento para ver se identificava mais algum desconhecido. Parte de sua atenção seguia com o Ward, porém. "É, foi o que ela disse." Que já haviam terminado e voltado algumas vezes. Era parte da preocupação do modelo. "Eu conheci ela pouco antes de vocês terminarem, acho. Digo isso porque ela ficou muito, muito mal uma época, e então... man, it was beautiful to see. She took all that pain and focused on the job. Realmente acho que foi isso que fez a carreira dela deslanchar. And then, yeah, there were parties and all, and shit you probably won't want to hear about, but she was fine." Os olhos de Henry caíram na Hudson, dançando ao lado da fotógrafa enquanto ambas dividiam uma garrafa de vodka. Ele sorriu inconscientemente antes de ficar mais sério e voltar-se pra Joel. "I'll be a douchebag right now, okay? Vou ter que te dizer... nós todos meio que a adotamos no nosso meio, ninguém gostou de vê-la sofrer, eu sei que eu não gostaria de ver aquilo novamente. So... you better not hurt her again, man."
Para Joel, todas as pessoas na festa eram convidadas de Genevieve, não conseguindo diferenciar entre penetras e pessoas do convívio de Gen. Os próprios garotos expulsos do banheiro se pareciam com modelos, aos olhos do Ward. Se precisassem tocar mais alguém para fora, teria de ser por indicação de Henry. Joel estava alheio à lista de convidados. Ele também olhou para a namorada durante a fala do rapaz, vendo-a de longe dançando ao lado de Isla com uma garrafa. Parecia feliz. Bom, o término trouxe alguma vantagem, afinal. Pensou com as palavras ditas por Henry, em relação à carreira de Gen. E foi pego de surpresa com o aviso, precisando de segundos para entender, porque no fim das contas, Gen é quem terminou o noivado, não ele. A não ser que Henry estivesse considerando a morte de Phillip, neste caso, Joel se sente sim, culpado pelo sofrimento da Hudson. “I... would never hurt her. Consciously.” Franziu o nariz com a última palavra. Na verdade, Joel não gostou muito daquela chamada de atenção; aquele cara que mal havia chegado na vida de Gen achando que pode falar alguma coisa a respeito da relação deles. “Não se preocupe, Henry. A felicidade da Gen importa pra mim mais do que a minha própria felicidade.” Joel abriu a garrafa de cerveja e a ergueu para o rapaz antes de beber um gole. “Nós temos muita história, sabe? Ela e eu.”
14 notes · View notes
ficjoelispunk · 8 months
Text
Capítulo 03 - A história.
Avisos da Fic : angústia, Joel, tímido!, relembrando o passado, fugindo da morte/perda, leitor não tem descrições físicas, linguagem vulgar/imprópria, descrição leve de violência, temas perturbadores/angustiantes, flashbacks, trauma, mortes, agressões, esta é uma fic que se passa após -surto, então lembre-se de que haverá temas sombrios/desencadeadores, mas lembre-se também de que esse não é o enredo principal da história. Por favor, leia com cautela.
Capítulos anteriores: Capítulo 02 - Recuperação.
Tumblr media
Uma semana depois.
Você foi particularmente grata por Maria ter deixado a casa abastecida com comida o suficiente pra um mês. O que significava que você não precisaria sair dali tão cedo.
Você também conseguiu por algum tempo ficar aliviada. Apesar de sempre conferir todas as trancas das portas e janelas, mais do que qualquer ser normal faria. Você encontrou meios de se acomodar na casa imensa.
E também agradeceu por Maria ter cedido uma casa para você.
Quem morava ali antes, tinha deixado tudo para trás. Você limpou, e desceu para o depósito algumas coisas que você não queria, e não tinham utilidades. Deixou os ambientes mais minimalistas.
Você também tomou o cuidado de decorar cada som da casa. Onde o chão rangia. Qual porta fazia barulho. Qual degrau da escada precisava de manutenção e quanto degraus faltavam desde aquele para chegar até o segundo andar.
Você fez pequenos buracos nas paredes para que pudesse ver através dos cômodos, nos lugares que você se esconderia caso precisasse.
E embora a casa tivesse três quartos. Com camas. Você dormia no chão, porque nele você poderia se esquivar com mais facilidade, e escutaria o ranger do assoalho caso alguém se aproximasse.
Você não conseguia se importar muito com alimento. Se acostumou a comer o mínimo possível. Parecia errado comer. Parecia que você estava desperdiçando comida. Você era acostumada a comer os restos de outras pessoas. E só se alimentava bem, se fosse ser usada para alguma missão. Estando aqui em Jackson, não parecia correto comer.
Uma semana. Era o tempo que havia passado desde que você saiu do hospital. Você olhava pela janela. As vezes via algumas pessoas do lado de fora. Também agradeceu silenciosamente Maria, por ter escolhido um local afastado.
Você estava fazendo alguns exercícios funcionais. Quando ouviu o degrau da varanda ranger. Automaticamente, você parou de respirar. Aguardou. Passou a mão por baixo da mesa de centro da sala, e destravou a faca que você havia deixado escondida ali, caso precisasse.
O som de alguém batendo na porta, demorou mais do que você esperava.
Você não respondeu, ao invés disso, se esgueirou abaixada por entre o sofá, caso alguém olhasse pela janela.
O som das batidas na porta agora foram mais confiantes.
"Ei, sou eu. Ellie. Sei que você está aí."
Você respirou finalmente, e fechou os olhos.
"Vamos lá, eu sei que você está aí. Até porque você não poderia estar em nenhum outro lugar já que não coloca o nariz pra fora dessa casa..."
Ellie foi interrompida pelo som do móvel sendo arrastado da porta. O clique infinito das travas sendo abertas. E a porta abrindo um palmo, só o suficiente para que o seu rosto estivesse entre a porta, e seu campo de visão.
"Oi" Ellie falou sorrindo.
"O que você precisa?"
"Tão simpática, e educada..."
Você revirou os olhos.
"Certo, mal humor matinal. Maria pediu para que eu avisasse a você que ela passaria aqui está tarde, precisa conversar com você."
"O que ela quer?" Você franziu a testa.
"Eu não sei, talvez cobrar o aluguel, ou coisas assim..."
Você fechou os olhos, e balançou a cabeça.
"Meu Deus, um pouco de senso de humor não faz mal para ninguém. Tenha dó!"
"Era só isso?" Você perguntou já fechando a porta.
Mas Ellie colocou o pé entre a porta, impedindo você de fechar.
Seus olhos ficaram enfurecidos.
"Calma Miss estress, eu trouxe cartões de alimentação, você vai precisar para comprar comida, pelos nossos cálculos você vai precisar reabastecer em breve então..." ela esticou os cartões.
Você olhou para as mãos dela. E para ela novamente. Ela arqueou as sobrancelhas como quem fala "o que?", e você esticou o braço pela fresta na porta, chutou o pé dela, e fechou a porta, trancando novamente. E arrastando o móvel.
"Jesus!" Você escutou Ellie falando do lado de fora.
O que Maria queria com você? Você se perguntou enquanto coçava a cabeça, e fechava os olhos.
Você suspirou. E então, só se fez esperar por ela. Sem conseguir produzir mais nada no seu dia.
Tumblr media
Ellie, Joel, Maria e Tommy estavam almoçando, enquanto Ellie e Tommy faziam piadas um com o outro.
"Você é um cretino" Ellie falou para Tommy, que lutava para gargalhar sem mostrar toda a comida dentro da boca.
"Ellie! O que eu falei sobre a linguagem?" Joel chamou a atenção dela.
"Desculpe".
As risadas foram interrompidas quando Maria começou a falar, "Pedi para que Ellie fosse até a casa dela hoje, e avisasse que eu passaria la para que nós conversássemos."
O clima leve foi quebrado.
"Você acha que ela vai colaborar?" Tommy perguntou.
"Eu espero que sim. Precisamos saber com o que estamos lidando. Infelizmente não tem outra forma."
Joel pensou que poderia ter outra forma. Se eles encontrassem algum dos invasores, eles mesmos poderiam fazer com que eles falassem, e contassem a história.  Mas ele não iria sugerir isso, Maria iria aproveitar e dar alguma lição de moral, e politizar a forma como eles costumam lidar com esse tipo de  problemas.
Era final da tarde quando você escutou novamente alguém bater na porta.
Novamente você alcançou sua faca. Aguardou.
O toque veio mais uma vez, acompanhado da voz de Maria.
"Olá, é Maria."
Você guardou a faca. Se direcionou até a porta, arrastou o móvel, e desfez todas as trancas.
Quando abriu a porta, Maria estava com as sobrancelhas arqueadas, e as mãos no bolso.
"Precaução." Você disse, e liberou a porta para ela passar.
Ela sorriu sem graça, e entrou.
Você trancou a porta, apenas com a chave. E guardou no bolso.
Maria olhou para trás, desconfiada do seu gesto. Mas você a ignorou, passando por ela, indo em direção a cozinha.
"Sente, fique a vontade." Você falou, enquanto alcançava um chá e enchia a chaleira de água.
Maria andou pela casa lentamente.
"Você redecorou" ela falou sem perguntar.
"Achei que apenas o necessário era o suficiente"
Maria assentiu mas você não viu, concentrada com as xícaras, e o chá.
"O que te trás aqui?" Você perguntou.
Maria caminhou até a cozinha, e se encostou na ponta da mesa. Cruzando os braços.
"Preciso falar com você sobre algumas coisas."
"Quais coisas?" Você se virou para ela, encostada na pia, mantendo a distância usual.
Maria olhou para baixo, e se relutou em iniciar a falar.
"Eu sei que você..." ela iniciou, "você tem todo o direito de não querer falar" ela colocou as mãos na cintura "mas eu preciso saber de algumas coisas para que nós saibamos com o que estamos lidando..."
Você cruzou os braços. A água na chaleira começando a ferver.
"O que você quer saber?"
"Preciso que você me conte como você foi parar naquela cabana"
Você assentiu. A chaleira apitou do seu lado. Você desligou o fogo.
"E se eu disser que não?" Você perguntou enquanto passava o chá.
Maria engoliu. Ela sabia que não seria simples. Que você não iria simplesmente falar. Mas ela precisava tentar.
"Olha, antes de mais nada, eu quero deixar claro que, você está aqui porque Ellie e Joel te resgataram"
A informação fez você pensar. Você achava que tinha sido Ellie quem tinha te trazido. Mas com Maria falando, você entendeu da onde vinha a lembrança da voz de Joel. Provavelmente tinha sido ele quem tinha te trazido, e era por isso que você lembrava de um colo quente.
Maria continuou.
"E esse é seu único álibi. Não sabemos quem você é. O que você é. Se representa algum risco para nós. Se é uma boa pessoa. Se podemos confiar em você." Ela fez uma pausa, mas você ainda estava de costas para ela, mexendo com o chá.
Estão ela continuou.
"Se você quiser continuar aqui, precisamos saber quem você é. Sei que não deve ter sido fácil, mas hoje não existe julgamento pelas coisas do passado, o que foi feito está feito. Você tem uma nova vida aqui, a oportunidade de ter. Uma segunda chance. Todos nós fomos submetidos a situações extremas, e isso nos deu passe para fazer coisas extremas também. Mas aqui e agora é diferente."
Você sabia onde Maria queria chegar. Maria era sábia. Ela era política. Sabia ser reconfortante e ameaçadora. Mas você entendeu a posição dela.
O que eles tinham ali era algo inédito. Em 20 anos você nunca encontrou nada parecido.
Você só não achava que era merecedora de estar ali. Não se via pertencente aquele lugar. Não sabia se iria conseguir se adaptar. Não queria estar com pessoas.
Deus sabia o sacrifício que você estava fazendo, recebendo-a naquele lugar que você não conseguia chamar de casa.
Você não tinha certeza de nada. Mas sabia que estar ali. Era algo que tinha um preço. Sabia que sua presença ali poderia colocar um alvo imenso bem no meio de Jackson. E sabia que ela tinha o direito de saber onde estava se enfiando.
Acontece que nesses dois meses, mesmo sendo caótico para você. Sendo engolida por insegurança, medo e desconfiança, você teve um descanso. Um respiro.
Você precisava reconhecer que estava bem ali. Mas você não queria reconhecer. Você não queria ter que reconhecer para que daí então, tivesse que se despedir dessa pequena paz.
Houve um silêncio entre vocês.
"Você me entende?" O silêncio foi interrompido por Maria.
Você se virou para olhar para ela. Você entendia.
Maria ficou te analisando. Você abaixou no balcão abaixo da pia, e puxou uma garrafa de vodka.
"Vodka então" você falou, abandonando o chá.
"Onde você arrumou isso?" Maria sorriu.
"Parece que essa casa não foi muito explorada." Você falou por cima dos ombros enquanto alcançava dois copos.
Andou ante a mesa, e colocou um na frente dela.
Ela tampou com a mão. Você inclinou a cabeça.
"Não posso beber" ela falou um pouco sem jeito.
Você afastou a garrafa, e se sentou na outra extremidade de mesa, enquanto derramava um pouco do líquidos branco no seu copo.
"O que você representa aqui Maria?" Você perguntou, e deu um gole na bebida.
"Fui eleita democraticamente, para fazer parte do conselho, para servir as cerca de 300 pessoas que vivem aqui."
Você assentiu.
"Então, eu vou te contar a minha história, e você vai contar para os outros membros do conselho, e vocês vão decidir se eu sou útil para vocês ou não?" Você deu mais um gole na sua bebida.
Maria se endireitou na cadeira.
"Não. Não é assim que funciona. Eu quero que você me conte se eu preciso me preocupar com alguma coisa. Vivemos aqui, é tudo perfeito e organizado. Compartilhamos tudo uns com os outros, mas não somos idiotas. Sabemos o que tem la fora." Ela olhou seriamente pra você.
Você ergueu as sobrancelhas e deu mais um gole na bebida.
Maria continuou.
"Não vou abrir sua história, se você quiser me contar, para ninguém mais. O conselho só saberá o que eles precisam saber, e isso envolve tudo aquilo que pode ser prejudicial para Jackson."
Você sorriu sarcasticamente e virou o copo.
"Bem, então basicamente, você pode me colocar para fora daqui."
Maria se inclinou sobre a mesa. Olhando para as mãos.
"Ninguém vai te julgar pelas coisas que você teve que fazer para sobreviver"
Você levantou as sobrancelhas e arqueou os lábios.
"Tão bondosos." Você falou enquanto colocava mais uma dose de bebida no seu corpo.
Maria balançou a cabeça.
"Se você quiser ficar, é bem vinda. Eventualmente terá que trabalhar e ajudar aqui dentro. Mas agora, a única coisa que eu te peço. É que você me fale com o que eu preciso me preocupar. Caso contrário, eu lamento, mas não posso abrigar alguém que não me fala com o que eu vou ter lutar."
Você virou a vodka do copo todo. E sacudiu a cabeça. O gosto queimando sua garganta. O álcool saindo pelo seu nariz.
"Ok, Maria" Você falou enfatizando o nome dela. E agora bebendo diretamente do bico da garrafa.
Você não tinha muitas escolhas. Eventualmente as pessoas saberiam. Se você chegou até ali. Nada impediria alguém que te conhecesse, chegasse ali também, e abrisse a boca. Afinal de contas, não tinha sobrado muitas pessoas. O mundo que já era pequeno, tinha ficado menor ainda.
"Vou te contar tudo" você sorriu maliciosamente, era quase doentio o humor que você tentava transmitir nisso.
Maria relaxou na cadeira.
"Antes do surto, eu servia ao exército dos Estados Unidos. Eu era capitão." Você se encostou na cadeira, jogou um dos braços no encosto de cadeira atrás de você, e outro braço descansava sobre a mesa, enquanto rodava a garrafa na sua frente.
"Quando o surto começou, nós estávamos preparados, os casos começarem em Jaquarta na Indonésia, recebemos um alerta, e acompanhamos a proporção se alastrando. Achávamos que tínhamos controle aqui. Que conseguiríamos acabar com os casos. Mas as coisas saíram do controle. As ordens que recebemos começaram a se contrastar com a ética e a moral. Quando o mundo está acabando na sua frente, você começa a questionar coisas óbvias. Quando o inimigo pode ser seu pai, seu filho, ou sua esposa, você repensa antes de puxar o gatilho."
Você viu Maria abaixar a cabeça.
"A dúvida fez com que algumas atitudes fossem negligenciadas. E o desespero fez com que alguns generais tivessem atitudes extremas. Foi quando os bombardeios nas cidades começaram. O meu esquadrão foi designado a evacuar cidades do interior, e levar as pessoas para as zonas de quarentena. Mas na metade do caminho, recebi uma ordem, que nem eu, e nem meu esquadrão estava disposto a acatar. Haviam outras unidades que nos acompanhavam, e fomos denunciados ao superintendes por não cumprir as ordens."
Maria te interrompeu, "Quais ordens?"
Você molhou os lábios, e inclinou a cabeça.
"Ordenam que nós mateássemos todas as pessoas que encontrássemos, vivas ou infectadas. Infectadas, ou não infectadas. Gente morta, não é infectada. Nós não concordamos. Haviam crianças. Adolescentes. Famílias inteiras, vivas e saudáveis. Até no meio de um apocalipse a gente sabe o que é certo e o que é errado. Bom, pelo menos algumas pessoas sabem." Você sorriu sarcasticamente.
Maria ficou em silêncio te ouvindo. Você deu um outro gole da vodka.
"Fomos denunciados, e nos declaram desertores. Começaram a nos caçar. Meu esquadrão conseguiu salvar e montar acampamento em algumas áreas retiradas na floresta. Mas conforme nos direcionávamos pra cidades em grupos menores para conseguir alimentos, sempre acabávamos perdendo pessoas. Aos poucos, tudo foi se perdendo. Nada do que conhecíamos antes era como antes. Começamos a nos desentender entre si. Alguns foram infectados. Outros decidiram se separar. Outros foram mortos em confrontos com outros grupos. Percebemos que não existia mais limites. As pessoas não se respeitavam mais. A ganância começou a falar mais alto com algumas pessoas. Começamos a ficar sem alimentos. Sem mantimentos, sem medicamentos. E começaram a haver conflitos entre as pessoas que estavam conosco. Não conseguíamos encontrar a ordem novamente, e eu decidi seguir meu próprio caminho."
Você fez uma pausa. Ergueu seus olhos para o teto. Suspirou profundamente. Se inclinou sobre a mesa, as mãos fechadas em punho, apoiando sua testa.
"Fiquei um bom tempo sozinha. Até encontrar abrigo, em uma fazenda bem retirada, no meio do nada, com uma família. Era um casal, e duas crianças. Eles me acolheram. Me deram abrigo, comida, em troca de serviços. Eu ajudava no campo. Na casa. Com as crianças. Eu só não podia andar armada. Tentei explicar. Avisar como as coisas não eram como antes. Que havia invasores, saqueadores, pessoas que escravizavam as outras pessoas. Pessoas que matavam por prazer. Que eu não era útil ali se não pudesse protege-los. Mas eles ignoravam. As vezes a bondade é a ignorância das pessoas."
Você fez mais uma pausa. Tomou outro gole da vodka. Maria continuava em silêncio te ouvindo.
"Fiquei com essa família por um bom tempo. Eu perdi a noção. Mas acredito que pudesse ser cerca de um ano, ou dois. Infelizmente em uma noite invasores chegaram. Eu não pude ajudar muito. Consegui apenas salvar uma das crianças. A mãe foi estuprada e morta. O pai foi morto assim que eles chegaram. Era um grupo grande de pessoas. Mas eu consegui escapar com o garoto mais velho. O bebê eu não sei o que aconteceu. Viajamos juntos, acampando e sobrevivendo. Ele era um bom garoto. Esperto. Fomos apenas ele e eu por muito tempo. O inverno estava chegando e tivemos que procurar abrigo. Parecia seguro. Mas cometi o erro de ficar tempo demais no mesmo lugar. Cedi ao capricho dele, ele não queria ir embora, queria ficar por mais um tempo, antes de sairmos. Eu aceitei. Uma manhã, sai pra caçar, enquanto ele ficou na casa. Quando eu voltei, notei irregularidades no cenário da casa. Eu soube na hora que não estávamos sozinhos. Ele estava sendo feito de refém. Amarraram os pés dele, e penduraram ele, enquanto dois homens agrediam. Eu não tinha nada para oferecer. E se não tivéssemos não éramos úteis. Iriam nos matar. Então eu me apresentei. Eu propus uma aliança. Eles tinham armas e munições. E eu poderia ajudá-los a encontrar mantimentos, ou o que quer que eles precisassem. E em troca eles deixariam o menino viver. E não encostariam em mim. Eu só não imaginava que, seria realmente qualquer coisa. Saqueadores, e escravistas são dominados pela ânsia da destruição. Não importa o quanto eles tenham, eles sempre querem mais. Mesmo que eles não precisem, eles vão distruir o que você tem, mesmo que você não tenha nada, estão eles vão se certificarem de destruir você. Cada pequeno pedaço de você. Essa proposta que eu fiz a eles, não teve fim. Eles escravizaram a mim, e ao garoto. Nos separaram. Não me deixavam ter contato com ele. Fizeram ele fazer coisas..."
Seu estômago ficou embrulhado. Você passou às mãos pelo seu rosto.
"Eu fiz coisas. Eu sou capaz de fazer coisas que não se encaixam com esse lugar, Maria." Você balançou sua cabeça.
Maria suspirou.
"Você fez o que podia para sobreviver. Para proteger seu menino."
Você se levantou, e caminhou até a pia, ficando de costas para Maria, se apoiou na bancada, e olhou pela janela.
Você tentava a todo custo apagar essas memórias. Os flashbacks que você tentava tanto apagar, estavam passando pela sua cabeça rapidamente. Passando como um filme. Tudo o que você luta todo dia para esquecer. As imagens que não te deixam dormir.
As vozes implorando. Os gritos.
Você sentiu seu corpo se contrair. Você soltou o ar pela boca. Você olhou para o lado, falando pro cima do seu ombro. Se você fosse dizer essas palavras, e se elas fossem em voz alta, você não  conseguiria dizer enquanto encarava alguém.
"Eu tentei fugir muitas vezes. Em uma delas, quando me acharam, e me trouxeram para o acampamento de volta, quem teve que me punir, foi o garoto. Eles fizeram ele me machucar em troca da vida dele. Se ele não fizesse o matariam. E na última vez, ficamos frente a frente, eu livre de um lado, e eles segurando o garoto na frente, para que eu voltasse. Não havia negociação. Eu voltei. Estava voltando. Mas quando eu estava a uns 10 passos deles, cortavam a cabeça dele fora. E jogaram em mim. E serviram a carne dele como alimento para o acampamento."
Você ouviu Maria sussurrar baixinho uma lamentação.  Suas lágrimas escorregaram pelo seu rosto.
"Eu fui possuída por alguma coisa. A raiva que eu sentia. A angústia. O ódio. A ira. A sede de vingança. Era algo que me consumiu. Me corroeu. Eu não sentia fome e nem sono. Eu não sentia medo e nem dor. Eu corri em direção a eles, matei alguns. Mas não tinha chance. Eu queria que eles me matassem. Eu queria que aquilo acabasse ali. Eu tive a oportunidade naquele momento, mas eu fui egoísta e em vez de me matar, e acabar com aquilo, eu fui atrás de vingança. Eles me mantinham presa. Longe de tudo e todos. Não tinha contato com ninguém. Eu era ardilosa o suficiente para ludibriar qualquer pessoa. Não tinha nenhum objeto. Porque eu sou uma assassina e eu posso descobrir formas de matar com uma colher. Não tinha muitas roupas, porque eu poderia tentar me matar com elas. Eles me aprisionaram e me isolaram. Eu só era solta, quando eles precisavam de uma arma. Alguém sem medo. Alguém que não se importasse em morrer. Alguém que não se importava em ser ferida. Quando eles precisavam de alguém violento o suficiente. Eu comecei a ter reconhecimento pelas atrocidades. Pessoas queriam me comprar. Fui vendida várias vezes. O último grupo de invasores, os que me prenderam na cabana. Fui presa como punição. Eu liberei mulheres que seriam feitas de escrava. Estão eles me espancaram. E me prenderam na cabana."
"Eles abusaram de você?"
Você ainda está de pé, olhando para a janela, de costas para Maria.
"Não."
"Mas eles tentaram" ela não perguntou. E você não falou. Mas ela entendeu a explicação para as suas cicatrizes nas pernas, nas coxas, e nos seus braços.
Houve um silêncio. O ar era denso.
"Esse grupo, quantas pessoas tem?" Maria perguntou.
Você se virou, e andou em direção a mesa, para se sentar.
"Cerca de 50 a 70 pessoas." Você respondeu.
"É um grupo grande. Você acha que eles estão atrás de você?"
Você assentiu.
"Você acha que se ficar aqui representa um risco para Jackson?"
Você assentiu.
"Por que?" Maria franziu a testa. Você a olhou com surpresa. "Você está aqui há dois meses, não tivemos nenhum sinal deles ainda. Eles são 50 e nos somos 300"
Você inclinou a cabeça.
"Vocês são 300 mas acho que você não está disposta a diminuir esse número. Eles são invasores Maria. Estupram mulheres e crianças. Matam crianças. Matam homens e servem como almoço. Eles não tem limites. Eles são perversos. E eles não tem amor a nada, queimar Jackson seria um parque de diversões, não importa que tenha água quente e energia"
Você viu o semblante de Maria mudar. Você viu os olhos dela escurecerem. Ela se levantou.
"Eles nunca chegariam aqui"
"Não. Eles comeriam pelas beiradas. Matariam as patrulhas. Um por um. Roubariam os cavalos. Os mantimentos. Analisariam as rotas. Se infiltrariam. Eles não tem pressa. Eles tem uma vida toda pra fazerem isso."
Você levantou a cabeça o suficiente só para que Maria olhasse em seus olhos que estavam inebriados, era como um demônio pacifico esperando para ser acordado.
Ela andava de um lado para o outro. Enquanto ouvia suas palavras. Maria não parecia preocupada. Ela parecia estar pronta para a guerra.
Depois de um certo tempo, você observando ela andar de um lado para o outro. Os braços cruzados.
"Preciso passar essas informações sobre o grupo dos invasores, para o conselho. Tudo bem para você?"
Você assentiu.
"Precisamos estar preparados." Ela fez uma pausa, se inclinando sobre o encosto da cadeira que estava na sua frente, e olhando diretamente para você. "Sua história estará segura comigo. Não vou compartilhar nada disso com ninguém."
Você assentiu.
"Quando você estiver pronta. Pedi para que Ellie te mostrasse as vagas de serviço, você pode ver o que você mais se identificar. Se você escolher ficar. Você é bem vinda aqui."
Você assentiu.
Maria deu alguns tapinhas na cadeira. E se virou andando em direção a porta.
Você se levantou, e acompanhou.
"Se eu ficar, o que vocês vão fazer a respeito do grupo? Se eles vierem atrás de mim, o que eu tenho certeza que acontecerá... E quando as pessoas descobrirem que eu os ajudei a fazer essas coisas?" você perguntou olhando agora pela primeira vez diretamente para Maria.
"Não podemos partir em uma missão de vingança aqui. Mas vamos proteger nosso povo, se algum perigo nos ameaçar. Você fez o que precisava para sobreviver. " Maria respondeu, sabendo onde você queria chegar. "E se ficar, você é parte do povo. Então é nosso dever te proteger também."
Você assentiu.
"O lugar que vocês me encontraram fica muito longe daqui?"
"Não, cerca de 1 hora de cavalo."
Você assentiu, e balançou a cabeça. Cruzando os braços na sua frente. Maria sabia que você estava nervosa.
"O que foi?"
"Eles já devem saber que estou aqui. As pessoas estão em perigo." Você garantiu. "Você quer correr esse risco?"
"Aonde você quer chegar?"
"Eu posso ir embora. O alvo está nas minhas costas."
Maria suspirou.
"Vou me reunir com o conselho, e as patrulhas, e decidir o que vamos fazer. E depois conversamos novamente."
Você deu um passo na direção de Maria.
"Posso estar presente?" Você caminhou, até ela lentamente, e tirou a chave do bolso. Era tão estranho alguém fechar a porta, que Maria já havia esquecido que se você não quisesse ela não sairia da sua casa.
"Vou analisar as possibilidades".
Você assentiu. E abriu a porta para Maria sair.
Já era noite. Você fechou todas as travas da porta. Arrastou o móvel. Fechou todas as janelas. E bebeu mais algumas boas doses de vodka. Você precisaria. Não iria dormir depois de hoje.
Você adormeceu no esconderijo embaixo da escada, com a garrafa de vodka na mão.
Capitulo 04 - O trabalho.
2 notes · View notes
Photo
Tumblr media Tumblr media
Novidade para decorar as paredes! Novos modelos em qualdiade vinílica de fabricante Marburg Alemão em nossa web papel pintado online. Saiba mais:
https://www.papelpintadoonline.com/pt/papel-de-parede-best-sellers/45439-papel-de-parede-ramos-com-folhas-turquesa-32631-4001860326312.html
6 notes · View notes
papelpintadobarcelona · 11 months
Text
Murales de Pared WonderWalls
Proponemos un paseo en medio de hermosos paisajes, a través de arreglos florales o ante composiciones misteriosas y visuales. En estos murales de papel pintado ilustrados a mano, encontramos la originalidad de los papeles geométricos y la suavidad de la pintura en acuarela. Todo un abanico de técnicas se presenta ante nuestros ojos, en esta selección exclusiva. Descubre estas creaciones,…
Tumblr media
View On WordPress
0 notes
no-se-ni-se · 1 year
Text
Alguna vez se sintieron consumidos por la energía de un lugar???
Llevo toda la vida ahí, atrapada... Pareciera que avanzar no es lo mío ,ni de nadie cuando te encuentras entre sus paredes.
Un paso al éxito y son cinco hacía al fracaso.
Enfermedades, peleas, muertes... Las risas duran poco. Hay lapsos de felicidad pero dura poco.
Los animales lo saben, lo presienten, se quedan al lado de uno todo el tiempo, cómo cuidándote de algo.
Arreglas algo, algo se rompe...
Y dicen que como tenés un lugar tenés la cabeza, desorden, acumulación, cajas con cosas por lucir y que te dicen que ese no es el lugar para decorar y dar vida.
Que hay de las plagas ?? Años intentando combatirlas, y están durante todo el día por dónde mires.
Cualquier lugar es más lindo que ese, y se nota hasta en una caminata bajo la luna con el amor de tu vida... Algo te dice que tenés que volver, que tenés que estar ahí .
Los que vivimos aquí seguramente saben de las noches de insomnio, de hacerte la cabeza por todo, de soñar con salir y pareciera que algo, alguien más escucha y las sabotea de la noche a la mañana.
La ansiedad ,los nervios por algo son el plato del día. Decime como no enfermarte si todo esto en una noche de lluvia te come la cabeza.
No estoy mal de la cabeza por creerlo así, ya no es normal muchas de las cosas que me pasan, me hacen pensarlo cien veces al día y creo que me está consumiendo, me está enfermando a mi mentalmente... Quiero llorar de bronca y si lo hago no me alcanza.
Los días pasan, quiero conseguir algo para salir de aquí y más extenso y duro se pone el camino.
Me pesan mis seres queridos, me pesa que no puedo hacer nada , me pesa la vida aquí con todo lo bueno que me pasa y dura poco.
Me pesa no poder disfrutar afuera sin dejar de pensar lo que tengo aquí.
Odio tener pensamientos negativos, cambiar de humor, lastimar por el cansancio y el agotamiento físico y mental pero es que mientras más te esmeras en hacer cosas, más rápido pasa el tiempo y te sabotea los planes. Parece burla del destino.
No puedo más.
Tumblr media
8 notes · View notes
effieofhearts · 2 years
Text
𝐎𝐅𝐅 𝐖𝐈𝐓𝐇 𝐓𝐇𝐄𝐈𝐑 𝐇𝐄𝐀𝐃𝐒, effie’s pov.
RESUMO: effie andou para que katniss everdeen pudesse correr. 
piadas à parte, effie tem um momento de raiva no centro de treinamento e decide ser criativa com os seus alvos. 
Grande coincidência que Effie Heart estivesse no centro de treinamento físico quando o anúncio do baile foi ouvido por toda a Academia. Ela não gostava de nenhum de seus professores, mas conseguia tolerar Hiccup um pouco mais que os outros, mesmo que o homem tivesse insistido em juntar-se ao grupo de docentes que a reprovara no último semestre — exclusivamente devido ao uso errado da nomeclatura para baba de dragão em todas as provas da aula dele e uma confusão entre as cores dos ovos e as espécies correspondentes. Tudo bem, Effie não prestava a atenção nas lições.  
Mas naquele final de tarde, foi a voz do homem repassando aquele anúncio esdrúxulo do Conselho, covarde o suficiente para simplesmente aquiescer com aquilo, que fez o sangue dela borbulhar sob a pele; que fez com que Effie procurasse as câmeras de segurança do centro de treinamento, encontrando uma no canto superior esquerdo do recinto onde quem quer que fosse assistir aquilo, pudesse ter a imagem perfeita de Effie Heart arremessando as suas copas cortantes contra uma série de alvos.
Antes, porém, ela tirou o caderno da mochila e arrancou.oito folhas brancas.
Na primeira, ela escreveu com a grafia desajeitada: Fada Madrinha. Na segunda, Feiticeiro. Terceira, David Charming. Quarta, Wendy Darling. Quinta, Phillip Adormecido. Sexta, Merlin. Sétima, Humbert Hunter.
E na de número oito, Mirana Marmoreal. 
Eram os nomes de mais da metade dos conselheiros e do chefe dos Defensores da Távola Redonda. Nomes que causavam um rebuliço na boca do estômago dela e os culpados por tudo aquilo. Pelo Castigo, pela doença de sua mãe, pelos seus amigos não poderem aproveitar uma única noite de baile sem serem lembrados do quão sujos são vistos por simplesmente existirem. Quão inferiores são considerados por terem nascido fora dos conformes perfeitos de Arthurian.
Pelo filho de Jafar que estava sendo mantido no Isolamento sem o mínimo da justiça sendo feita por ele. Uma criança!
Por ela; porque Effie Heart poderia ser bastante arisca e estar fervendo de raiva agora, mas tinha o direito de dançar com quem quisesse num baile. 
Na falta de uma fita para dar nomes aos alvos dispostos para o treino de arremessos, ela usou o kit de bandaids que Bénigne lhe dera no outro dia e grudou as oito folhas nos oito alvos.
Deu alguns passos de costas, posicionando-se atrás da linha vermelha traçada no chão, puxou o baralho de copas do bolso da calça cargo e começou o seu show. Ás de Copas no pescoço do alvo Fada Madrinha. Dois de Copas no Feiticeiro. Rei de Copas em Merlin... uma carta correspondente a cada conselheiro. 
Não era um protesto, claro que não! Estava apenas sendo... criativa. Ninguém nunca disse nada sobre não dar nomes aos alvos. Ademais, já havia usado fotos para decorar os alvos antes e nunca fora suspensa. Era uma brincadeira!
Por último, então, escolheu a carta da Rainha de Copas. 
“Essa é em nome da minha mãe, ouviram?” Anunciou, porque era fato que as paredes tinham ouvidos na Academia, antes de lançá-la no pescoço de Mirana Marmoreal. 
Effie se virou para a câmera e fez uma reverência, os lábios se curvando num sorrisinho ao levantar o dedo do meio para eles. “Off with their heads.”
31 notes · View notes
sirvsblck · 1 year
Photo
Tumblr media
✶ — 𝖙𝖍𝖊𝖗𝖊'𝖘 𝖓𝖔 𝖕𝖔𝖎𝖓𝖙 𝖎𝖓 𝖆𝖘𝖐𝖎𝖓𝖌, 𝖞𝖔𝖚'𝖑𝖑 𝖌𝖊𝖙 𝖓𝖔 𝖗𝖊𝖕𝖑𝖞.
skeleton: sirius, assim como seu irmão regulus, protagonizou desde 2007 o reality show house of black, que seguia a vida muito real dos membros da família black. a mãe, que costumava ser uma supermodelo nos anos 80/90, era uma verdadeira menace dentro e fora das câmeras, o que o empurrou para a ideia de afastar-se dela e, com isso, destruir a imagem construída para si.
  • — nome. Sirius Orion Black.   • — apelido. Six, asshole,  jerk.   • — data de nascimento. 03/11/1999 — 23 anos. / local. Londres, Reino Unido.   • — gênero. homem cis (ele/dele).   • — sexualidade. bissexual.   • — orientação romântica. demirromântico.   • — ocupação. vocalista & guitarrista do THE MARAUDERS.   • — aesthetics. night owls, flertes inusitados, tremeliques por consumir cafeína demais.
Tumblr media
✶ — 𝖙𝖍𝖊𝖗𝖊 𝖆𝖎𝖓'𝖙 𝖓𝖔 𝖒𝖔𝖔𝖓𝖑𝖎𝖌𝖍𝖙 𝖆𝖋𝖙𝖊𝖗 𝖒𝖎𝖉𝖓𝖎𝖌𝖍𝖙.
       Profetizado pelo nome, desde que nascera, Sirius era a estrela mais brilhante no cômodo. Primogênito da supermodelo e herdeira do petróleo, Walburga Black, e um produtor de filmes franceses cult, Orion Monet, Sirius veio ao mundo em resplendor. Ambos por ser uma criança tardia e pelo nascimento ser comemorado juntamente do décimo aniversário da carreira da mãe, na capa da Vogue.
       Desde pequeno, Sirius capturava a atenção daqueles ao seu redor. E amava. Sendo uma criança extrovertida e (demasiadamente) amorosa, paraíso era estar rodeado pela família, recebendo mimos fraternos e materiais. Apreciava, também, os ocasionais photoshoots (com a mãe e irmão) e tapetes vermelhos. Por isso, protagonista das fitas caseiras, aos oito anos, quando as câmeras começaram a segui-lo pela casa, Sirius achou o máximo. O xodó de Walburga não demorou para conquistar o coração das donas de casa britânicas com seus bons modos e apego à mãe. Estar no spotlight era divertido — ou assim pareceu.
       Inteligente, dono dum sorriso perfeito e inato talento para o drama, a personalidade serelepe cativava os produtores que incentivavam sua aparição. E, acredite, os progenitores não possuíam escrúpulos em relação ao quê exibiam de suas vidas pessoais (com um toque dramático) — se digitar o nome “Sirius Black” na pesquisa do youtube, as sugestões indicarão clipes dos marcos importantes de sua vida que foram exibidos para a televisão mundial, conforme, após o sucesso da primeira temporada, os direitos eram vendidos para a televisão americana. Sua primeira crush, o primeiro beijo, o primeiro coração partido. A primeira crise de ansiedade. Com o progresso da internet, acompanhar o estilo de vida luxuoso e dramático dos Black se tornava uma febre.
       Por volta dos doze anos que aprende a compartimentar sua personalidade. Não por vontade própria. Nos primóridos da adolescência, Sirius desenvolvia os próprios gostos, opiniões e almejos. Se interessava pela guitarra e pelo estilo punk que dominava os videoclipes; queria passar horas no videogame com os amigos e decorar as paredes do quarto com pôsteres de bandas; e, principalmente, queria fechar a porta do quarto, cochilar por uma tarde ou ter uma conversa com os pais sem o Robert da câmera número quatro os observando. Crescendo, os interesses divergiam da imagem que o público, diretor e os pais queriam para ele. Era forçado a esconder os álbuns da taylor swift; praticar a guitarra somente quando estava na escola; trocar de roupa em becos úmidos antes de encontrar os amigos no cinema.  Sirius Black para o público era o bom menino que frequentava o country club e jogava polo — para os melhores amigos, era o que usava calças rasgadas nos joelhos e matara aula para assistir um show de My Chemical Romance. Não percebia mas, também, os holofotes começavam a causar-lhe gastura na personalidade e, aos poucos, as atitudes extrovertidas perdiam sua naturalidade. Mais vezes que não, se encontrava querendo estar ouvindo música no quarto com o irmão mais novo ou simplesmente estar em qualquer outro lugar.
Foi assim que as coisas começaram a perder o glamour. Outrora, chegar num estabelecimento onde nunca pisara e ter garçons o trazendo a comida favorita ou estranhos pedindo por fotografias e comentando sobre sua aparência era legal — contudo, crescendo, as atitudes de estranhos consigo se tornavam nada além de assustadoras. Desde professoras tirando fotografias escondidas até internautas comentando sobre as mudanças em seu corpo. Não importava se era pessoalmente ou na internet, estranhos ao redor do mundo queriam opinar sobre sua vida e, duma maneira ou de outra, participar dela. Se não eram os incessantes pedidos de “amigos” para aparecerem num episódio, eram estranhos anônimos o mandando dms sobre tê-lo visto em algum lugar e como estavam “destinados”. Assim, começaram os primeiros ataques de ansiedade, as dúvidas sobre a realidade na qual estava inserido.
       No ápice da adolescência, aos quinze anos, que aconteceu o infame “arco” em volta de sua coming out forçada (após o The Sun fotografa-lo atrás do muro da escola com um garoto de seu ano). A situação agravou a ansiedade e o recém adquirido vício em nicotina. Contudo, o pior estava por vir. Após o fim da temporada, implorara para os pais por uma conversa sem câmeras. Ambos concordaram e Sirius passou uma hora abrindo o coração, derramando lágrimas num desesperado pedido para que parassem de expor suas intimidades e voltassem a ser uma família normal: a família cujos os vídeos gravados em fitas permaneciam armazenados numa estante até o natal, onde se reuniam para assistir os melhores momentos e rir em família. Para sua surpresa e alívio, os pais concordaram. Até mesmo prometeram uma viagem em família para a casa de veraneio na França: seu local favorito. Estava contente. Feliz pela primeira vez em muitos anos, de fato. Exceto que, na manhã seguinte, o produtor do reality ria na cozinha, elogiando a maneira como “expressara suas emoções” e que “câmeras escondidas eram a nova moda”. Até mesmo sua psicóloga se aprontava para gravar uma entrevista para o “climax” da próxima temporada. Percebeu, então, que ninguém estava verdadeiramente por ou contra ele, interessado ou não em quem era: somente queriam uma fofoca, uma fonte de conteúdo, entretenimento. Tabloides, fãs, haters, os pais. Revoltado, enojado e saturado, Sirius estava decidido a destruir sua imagem: começou a passar mais tempo fora de casa, evitando e faltando das gravações; quando participava, se esforçava para estar em seu pior comportamento. Colocou um piercing no nariz sem a permissão da mãe, namorou a filha de uma celebridade problemática, postou selfies se embebedando em pubs e acabou em custódia policial por algumas horas. A mãe, que sempre era vocal na mídia constantemente comentava como estava desapontada, sobre estarem passando por momentos de dificuldade. A afinidade com a mulher se perdeu e, a cada nova briga (com direito a insultos) num episódio, a reputação como queridinho das donas de casa sumia dando espaço para a imagem de bad boy que o perseguiria. Antes uma reputação ruim que uma construída para si — era o quê gostaria de acreditar.
       O fim de suas aparições no programa vieram aos dezoito anos quando, por fim, se mudou de casa. Ainda que, mesmo que não gravasse os episódios, a mãe encontrava uma maneira de mencioná-lo ou trazê-lo para às tramas. Com o sucesso do reality show, a fortuna dos Black triplicara com investimentos e, devido aos seus serviços prestados, os progenitores, anos antes, haviam sido obrigados a abrir a versão inglesa duma Coogan Account para seus filhos — foi com esse dinheiro que viajou e, depois, comprou seu primeiro apartamento. A mãe queria que a compra fosse o assunto da vigésima temporada de HOUSE OF BLACK, mas seus advogados botaram um fim nas ideias da mulher rapidinho. Divide o flat com sua alma gêmea James Potter. Mesmo que não quisesse os pais mandando em sua vida, não recusou o nepotismo quando esse o providenciou com oportunidades para modelar (somente para alguns shoots) enquanto tentava se encontrar. Começou a universidade, mas largou no primeiro ano ao perceber que não queria estudar. A verdade é que não queria voltar para os holofotes e, ao mesmo tempo, era tudo o quê mais desejava. Tendo sido criado em frente às câmeras, duma maneira, aquele mundo se tornara a única realidade que conhecia. Além disso, os gostos e passatempos ou eram aqueles que os progenitores haviam fabricado para si ou os que desenvolvera somente para irritá-los — por isso, uma vez sozinho no mundo, não estava certo do quê queria fazer. Sua única certeza eram os álbuns dos sex pistols, as jaquetas de couro e a guitarra. Foi a formação do THE MARAUDERS que deu um propósito, um rumo, para sua vida.
       No começo, se apresentavam em pubs imundos para plateias desinteressadas, compunham a lineup de um festival onde ninguém os conhecia e passavam horas em estúdios e na sala de alguém tendo jam sessions — era a maior diversão que Sirius já tivera em sua vida. Decorar o nome das groupies, daqueles fãs que apareciam em todos os concertos e os aplaudiam com sorrisos enormes no rosto; compartilhar um palco pequeno e sujo com os melhores amigos: Sirius gostava dos gritos, os aplausos, do calor do momento. Estava amando cada segundo daquela vida. Contudo, por mais que se encontre satisfeito com o crescente sucesso da banda, também sente a ansiedade aumentar — vira de perto, por muitos anos, como a fama mudava as pessoas. O maior medo é perder os melhores amigos, a família que encontrou para si. Assim como teme dizer a coisa errada ou se deixar influenciar. Se acostumou com as fofocas e os rumores e, no geral, não se importa com esses. Mas estar nos holofotes é ambos o seu paraíso e inferno pessoal — se esforça, contudo, para não deixar que percebam que algumas das tremedeiras das mãos não são pela quantidade absurda de cafeína e nicotina que consome. E, bem, é claro que Walburga não deixaria que vivesse sua vida tão facilmente. Sente-se extremamente culpado pelo crescimento lento da banda, sendo que a mulher constantemente está por trás de cancelamentos em eventos grandes e aparições do THE MARAUDERS — perderam uma apresentação no Bafta no começo de sua carreira, quando pareciam estar ganhando tração, após a mulher se recusar a apresentar o prêmio de melhor atriz se os deixasse performar. Sem contar que está sempre o dando indiretas em suas redes sociais ou diretamente comentando sobre alguma coisinha que fez.
Sirius é uma colagem mal recortada dos melhores e piores momentos de sua vida. A pessoa mais barulhenta na sala num segundo, e uma decoração de parede no outro: a inconsistência é única certeza em sua personalidade. Acostumado a posar mais que viver, tem dificuldade em separar a personalidade dos palcos e redes sociais com quem é — porque é mais fácil manter a pose de heartthrob de humor ácido que lidar com os problemas. E Sirius tem vários. Crises de ansiedade, aversão aos flashes de câmera, dificuldade em conectar-se (e confiar) com outros; a lista continua. Já teve uma quantidade considerável de relacionamentos, brevíssimos, que acabaram, num geral, pela mesma razão: a falta de compromisso emocional por parte do Black. Nunca traiu nenhum de seus parceires, mas após as duas semanas da honeymoon phase, parecia se desinteressar — só parecia. A verdade é que independente do quanto gostasse da pessoa, nunca conseguiu se dedicar aos pormenores que relacionamentos românticos necessitavam para funcionar. Havia um pouco de medo, um pouco de ansiedade. Talvez um acompanhamento psicológico pudesse dizê-lo o porquê, mas depois do fiasco na HOUSE OF BLACK, nunca mais procurou um. Tem uma compulsão para contrariar a mãe e, por isso, talvez, muitos dos comentários públicos da mulher nos últimos anos tenham sido seguidos de decisões ruins por sua parte: como se enfiar num relacionamento com alguém que mal conhecia ou gastar quantidades exorbitantes em álcool.
Tumblr media
headcanons.
10 notes · View notes
nanagoeswest · 9 months
Text
ir às compras de olhos fechados
A minha loja preferida só existe nos meus sonhos. Que me lembre só a visitei duas vezes, mas se pudesse viveria lá. Sei-lhe o caminho imaginário. Vive numa rua longa e solarenga à semelhança de uma que existe na minha cidade.
O que tem de tão especial esta loja? À primeira vista parece uma papelaria. Entramos somos preenchidos pelo cheiro a papel e cola. É um espaço amplo, tem expositores no meio e grandes estantes a cobrir as paredes. Nelas há tudo o que poderia querer, livros e livros. Livros antigos cheios de imagens para poder cortá-los sem misericórdia e colá-los em novos contextos. Livros velhos escritos em português, pois chateiam-me os novos, são todos tão iguais. Passeio os dedos pelas lombadas nas estantes, espero absorver toda a sabedoria que ali existe. Aqui e ali há cestinhos com pequenos objetos, coisas que qualquer outra pessoa chamaria quinquilharia. Remexo-os, tentando decorar cada um deles. Um dedal com um morango pintado, um sininho, uma pulseira mais velha que eu. A um canto está uma arca de madeira aberta. É funda como um poço. Debruçando-me sobre ela, encontro uma panóplia de tecidos. Pequenos retalhos. Gravatas. Uma luva de renda sem par. Olho em volta, podia jurar que algures numa estante estava um globo. Talvez mudaram-no desde a última vez.
Passo pelo balcão. Digo “bom dia” à mulher. A dona da loja parece-se com a minha professora de guionismo. Rosto rechonchudo. Cabelo loiro rente à cabeça. Óculos em massa colorida. Ela nunca sai detrás do balcão. Diz poucas palavras, está sempre entretida com algo que eu não consigo perceber. Talvez uma leitura? Talvez no seu telemóvel, a fazer scroll no Facebook? Ou uma sopa de letras? Não sei, como disse. É uma incógnita para mim. Uma vez mais, ela mal reconhece a minha presença. Diz apenas “Não te atrevas”. Pelo tom acusatório, senti-me culpada por um crime que não tinha cometido. Senti-me escrutinada. Segui pelo pequeno corredor que dava para a sala adjacente, tentando sacudir a sensação.
A segunda divisão era como que um museu. Tinha pequenas montras de vidro que protegiam as relíquias contidas no seu interior. Perdoem-me agora, que revelarei as minhas verdadeiras cores. Pois, aproximando-me das campânulas de vidro, olho, abismada, para esculturas de Lego. Umas maiores que as outras, todas elas coloridas. Dou volta à sala, a iluminação é branca como as paredes. Há monumentos em miniatura, um estádio de futebol, animais (nomeadamente um golfinho) e flores. No centro da sala, uma árvore em tamanho real, construída também ela com as pequenas peças de plástico. Para além das obras de arte em Lego não havia muito mais, apenas, debaixo destas, caixas empilhadas com o kit.
Entrei na loja sabendo muito bem que não sou portadora de nenhum dinheiro imaginário. Nunca há dinheiro nos meus sonhos. Talvez porque no fundo saiba que o que existe nos sonhos não pode ser realmente meu. Não tem qualquer tipo de transferência física para a realidade. E se nos sonhos tudo é imaterial, sei que dali apenas poderei observar e tentar recordar. Joga-se ao “caça o tesouro”, mas deixa-se sempre o tesouro.
2 notes · View notes