herbe mouillée
Eu estava deitada sobre a grama úmida da garoa, sob os olhos impacientemente castanhos dele. O céu era uma cascata de cinzas, mudando em camadas enquanto os verdes em torno de nós se tornavam mais nítidos. A umidade era presente nas pontas dos meus dedos, no comprimento dos meus cabelos, na minha pele arrepiada pela brisa, nos meus lábios. Deitei-me para aliviar a tensão entre nós, afastar nossos corpos inseguros de cada movimento, porém não calculei bem.
Tudo contornado levemente pelo tecido escuro que me vestia, sustentado pelas finas alças também negras. Me fiz exposta. Podia sentir o olhar juvenil e incerto vagar entre meus olhos, meus lábios, meu colo e meu pescoço.
Nossas peles eram iguais, algo entre o claro e algo que o sol toca constantemente, bronzeados pela vida. Diferente de mim, seus olhos eram menores, precisos. A alguém desatento a movimentação nem ao menos seria notada, mas eu notei. Sempre consegui notar se estavam em mim ou não. Pousou em meus lábios propositalmente avermelhados de batom e era perceptível o tórax subir e descer, a respiração mudar de ritmo.
Os dedos nervosos não me tocavam em nenhum momento, tampouco os meus faziam qualquer menção de se aproximar. Nós, tão jovens, esperamos o movimento um do outro. A bandeira precisava ser erguida, mas ninguém a ergueu. A cada segundo, minha exposição era mais evidente, a mercê de sua decisão. Olhei o céu ameaçando chuva e pensei em como seria me molhar em sua presença, imaginei-nos juntos correndo para um lugar mais seco enquanto nossas mãos quase escapavam da tentativa de permanecer juntas. Quando o notei de novo, a tensão era evidente, as mãos fechadas cheias de pequenas folhas verdes, os lábios pressionados quando os meus tão próximos tremiam de ansiedade. Foi minha vez de sentir o tórax subir e descer, com pressa, a boca fechar-se tensa. Leu meus sinais, acompanhou meu olhar pousado nos lábios fartos e desbotados. Todo meu foco era a distância convidativa entre seu queixo suave e seu lábio tenso.
Uma gota caiu perto dos meus olhos, a chuva futura se anunciava, e quando movi a mão direita para tirá-la do rosto toquei a parte de trás do seu pescoço. Num ímpeto desejoso, se inclinou procurando pela minha boca. Seu gosto era suave, morangos e pasta de dente, já seu cheiro tinha mais presença. Cheiro de chuva, suor e um pouco de um perfume amadeirado. Tão logo nossos lábios se uniram, todo o universo era ele. Desde a grama molhada, os transeuntes, as gotas de chuva e os pequenos lagos artificiais. Me enveredei pelo labirinto sedutor da sensação de seu abdome suavemente tocando o meu, pressionando nossos corpos sobre o solo. A camiseta fina marcando os músculos definidos e os braços suavemente se enlaçando em torno de mim. O sangue em minhas veias corria em festa entre velocidades e temperaturas, tudo era quente mesmo num dia cinza e frio de agosto. Sua perna direita entre as minhas, seu queixo macio tocando o meu, nossos narizes lado a lado, em sintonia. Nossos beijos eram meio intensidade, meio busca por ar. Minha boca entreaberta convidou, seus intuitos sacanas investiram, tão colados quanto possível até faltar ar para respirar. Me afoguei nele, nas mãos grandes e no corpo esguio. Afundei meus dedos finos em seus cabelos castanhos e enrolados, ele enrolou meus cachos em suas mãos com o solo.
Logo que afastamos nossos rostos, parte de mim não acreditava que havia acontecido de verdade, parte queria ver em seus olhos se era tudo que esperava enquanto me fitava cheio de expectativa pouco antes. As pontas de nossos narizes se tocavam e nos olhávamos nos olhos com calma. Suas íris eram escuras de desejo, pupilas dilatadas de espera, mas havia um sorriso de canto persistindo em permanecer. Malícia e juventude são uma mistura perigosa, pensei. Mal tínhamos mais que dezesseis. Senti que apoiava as mãos ao lado do meu corpo, levantando-se gradualmente e me convidando ao mesmo. Me ergui úmida, cheia de pequenos vestígios que havíamos estado ali pressionados um contra o outro como num filme de romance. Segurava minha mão guiando pela saída do parque, em seu rosto havia emoldurado um sorriso travesso. O céu era nosso aliado, um compositor da nossa cena, por isso ao chegarmos na entrada as nuvens cederam. Não havia mais suspeita ou ameaça, apenas gotas ferozes sobre nossas cabeças. Às portas do parque, em plena avenida, nossos lábios e corpos se juntaram num beijo final. A água e mãos contornavam meu corpo, me encharquei dele mais uma vez.
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Se crea magia, amor, ilusión con aquellos besos que soñamos, que imaginamos y que damos con aquella primer mirada.
Leregi Renga
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* fiesta mexicana.
“ hola, ¿podría sentarme contigo? si no esperas a alguien, claro ” cargando con un plato y un vaso, cuestiona a persona con espacio libre en su mesa. “ los tamales huelen demasiado bien como para ir más lejos a buscar lugar, necesito comerlos en este mismo instante ” bromea, brindando amable sonrisa.
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👥 para jisoo, padrino ❤️
👥 + @johjisoo
Tengo la idea de que con Jisoo aprendió a ser más paciente o quizás, a tomarse una pausa para pensar antes de actuar y no arruinar sus cosas; en el sentido que se conocen de hace ya varios años y antes Emil solía ser mucho más impulsivo, sin saber controlar su carácter. Quizás con Jisoo que se sentaba a escucharlo aprendió a controlarse mejor!
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RELATOS IMAGINADOS: FUNERAL BLUES
IMAGINED STORIES: FUNERAL BLUES
ANTONIO PIPPO PEDRAGOSA. Periodista, Escritor, Editorialista. COLUMNISTA
Tristeza, padecimiento, rebeldía. La pérdida del amor que se creyó eterno. Un poeta estremecido ante un sentimiento nuevo e inesperado es como un pájaro débil, al pie de la rama que lo sostenía con ternura.
Sadness, suffering, rebellion. The loss of love that was believed to be eternal. A…
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