Tumgik
#facticidad
bocadosdefilosofia · 2 months
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«Pero, en verdad, ¿por qué esos remordimientos, esos terrores? Yo no era por cierto una militante del feminismo; no tenía ninguna teoría respecto a los derechos y a los deberes de la mujer; así como antes me negaba a ser definida como “una chica”, ahora no me veía como “una mujer”: era yo. Sobre ese plano me sentía en falta. La idea de la salvación había sobrevivido en mí a la desaparición de Dios, y la primera de mis convicciones era que cada cual debía ocuparse personalmente de la suya. La contradicción que sufrí no era de orden social, sino moral y casi religioso. Aceptar vivir como un ser secundario, un ser “relativo”, habría sido rebajarme como criatura humana; todo mi pasado se sublevaba contra esa degradación.»
Simone de Beauvoir: La plenitud de la vida. Ed. Sudamericana, pág. 69. Buenos Aires, 1962
TGO
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marginal-culture · 1 month
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O vazio existencial da sociedade contemporânea
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Que sentido, que valor imprimimos a nossa ação? Somos seres incapazes de contemplar ou tomar conhecimento do que cotidianamente fazemos de nossas vidas. Por que fazemos o que fazemos? Por que levamos a vida que levamos? Ora queremos um novo emprego; ora queremos um novo amor; ora queremos um novo carro; ora queremos uma nova casa. Os homens sempre estão em busca de dinheiro, poder, notoriedade ou divertimentos. Logo que realizam um desejo, surge outro desejo. Nunca estão satisfeitos. Passam a vida buscando bens materiais ou bens simbólicos. São eternamente inquietos. São governados por um querer cego e irracional. Numa primeira análise, somos levados a crer que o único objetivo da vida humana é destruir a própria solidão. Eles não conseguem ficar sozinhos, precisam sempre de agitação. Estão sempre em busca de algo. Envolvem-se em tarefas arriscadas e difíceis; envolvem-se em projetos, conflitos ou conquista que, muitas vezes, lhes trazem infelicidade. Não suportam o silêncio ou estar consigo mesmos. Precisam do barulho, do ruído e da agitação. São incapazes de desligar a televisão ou o rádio quando estão sozinhos em casa. Fogem da solidão como o Diabo foge da cruz. Pascal no século XVII já havia pensado sobre esse problema. Para ele, as pessoas são agitadas, pois não conseguem ficar consigo mesmas, são incapazes de refletirem sobre sua condição miserável e mortal. Não querem refletir sobre sua condição humana, permeada pela dor, dissolução e morte, nada os pode consolar.
Como sugeriu Platão, o nosso espírito é uma caverna, o que falta ao homem é eternidade. Os indivíduos são seres vazios. Vivem na busca de preencher seu mundo interior com algum entretenimento ou com algum objeto. Todo seu sentido interno se expressa pelo sensível e pelo concreto. Buscam preencher sua interioridade com todo tipo de banalidades. O sistema capitalista serviu muito bem a esse propósito. Esse sistema ofereceu ao homem um mundo de entretenimentos, prazeres e objetos para que ele possa preencher seu vazio interior. É por isso que o capitalismo sobreviveu, é por isso que ele se perpetuou. Ele impediu que o homem encarasse o vazio descomunal de sua interioridade.
Mas, por que o homem temeria tanto olhar para o seu vazio interior? Por que ele foge de si mesmo? O ser humano não é um átomo, um ser fixo, acabado, pronto e estável. Não existe uma natureza humana fixa, dado a priori. Ele vem ao mundo como uma tabula rasa, como uma folha em branco. Ele só se torna algo a partir daquilo que ele faz de si mesmo. Ele é um ser determinado pelas circunstâncias, pelas contingências da vida, condicionado no interior das práticas sociais por sua cultura. Significa dizer que ele não é nada. É um ser inacabado. É um ser vazio. O objetivo da vida, portanto, é exatamente preencher esse vazio, esse nada, que é a pura essência humana. Não há uma finalidade para vida, a não ser a morte, o Nada.
As pessoas não querem se dar conta que o Nada está inscrito em nossa própria carne e em nossa própria alma. O Nada surge diante do homem aniquilando todas as coisas que os rodeiam, aniquilando o próprio EU. É o Nada que retira todo o sentido da vida. Somos seres para a morte. A descoberta do “Nada” da vida humana levaria o homem a reconhecer que a existência é um acidente, é algo casual e efêmero, e que o amanhã não poderá mais existir. O homem recusa a encarar a verdade. Já dizia Sócrates, conheça-te a ti mesmo. O conhecimento de si mesmo implica em reconhecermos a nossa própria finitude. É o Nada, que está em nosso interior e que não somos capazes de encarar, que nos aniquilará. O que falta ao homem é consciência de sua facticidade. Estamos lançados no mundo como um barco sem rumo. A imanência nas coisas nos tira a consciência de nossa condição finita e nos condena a banalidade da vida cotidiana. É somente a consciência de nossa condição finita, é somente a consciência do Nada, que nos permite transcender e reavaliarmos nossa própria vida e comportamento, dando sentido e significados ela.
Vivemos numa época de incerteza, de insegurança e de superficialidade. Temos dificuldade em entender nossa própria experiência social e não conseguimos nos dar conta da relação que há entre nossas vidas e as forças que nos subjulgam. Não percebemos que nossos dramas, conflitos, medos, frustrações são em grande parte causados pelos valores de nossa sociedade ou pelas estruturas sociais que nos governam. Por causa disso, não temos uma experiência bem definida das nossas próprias necessidades, não sabemos o que sentimos ou o que verdadeiramente queremos. Todos os dias os indivíduos acordam cedo, vão para o trabalho, almoçam com os mesmos colegas, compartilham as mesmas experiências. Quando voltam do trabalho para casa, conversam sobre os mesmos assuntos, fazem as mesmas atividades e assistem aos mesmos programas de televisão. Aos finais de semana, buscam as mesmas agitações e divertimentos. Eles são incapazes de perceber que possuem uma vida fragmentada, muitas vezes degradada pelo cotidiano da labuta, das transformações econômicas e do consumo. Estão sempre em movimento, em busca de um objetivo ou desejo insuflado pela sociedade. Apegam-se à verdades, valores ou regras externas que não escolheram conscientemente. Como se o mundo tivesse um sentido ou um significado dado a priori. São seres despersonalizados pela cultura. Seguem padrões. Vivem numa Matrix, incapazes de separar a consciência da realidade. São incapazes de contemplar seu mundo interior. São incapazes de reconhecer o Nada e darem sentido a suas próprias vidas. Como diz Montaigne, “meditar sobre a finitude é meditar sobre a liberdade”.
- Michel Aires de Souza
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ecoamerica · 27 days
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The American Climate Leadership Awards 2024 broadcast recording is now available on ecoAmerica's YouTube channel for viewers to be inspired by active climate leaders. Watch to find out which finalist received the $50,000 grand prize! Hosted by Vanessa Hauc and featuring Bill McKibben and Katharine Hayhoe!
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vagarias · 8 months
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Meus devaneios. São tão fluidos que fogem do campo da inquietação. Pensa(r) na esquizofrenia — um distúrbio que afeta a capacidade de pensar e se comportar com clareza. Essa característica de ter pensamentos e experiências aquém da realidade pactuada pelos homens, nada mais é que o mesmo distúrbio que sofremos todos os dias; claro, divergindo em grau, mas nunca isento da facticidade de qualquer corpo social. Categoricamente, o grau do seu distúrbio é o fator determinante pra aferir sua insanidade. Que coisa, não?!
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eljardindelalocura · 2 months
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El neurótico se avergüenza constantemente porque —al no haber aceptado aún su propia facticidad o haber aprendido a trascenderla de mala fe— es incapaz de oponerse al otro y, por tanto, su ser es siempre y solo para los demás. [...] La condición del psicótico, en cambio, es diferente: su cuerpo está devastado por la mirada del otro, por el mundo del otro que lo cosifica, condensa y anula.
Franco Basaglia
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quod-quid-erat-esse · 7 months
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"En lugar de hacer de la ausencia de razón inherente a toda cosa un límite que encuentra el pensamiento en su búsqueda de la razón última, tenemos que entender que semejante ausencia de razón es, y no puede sino ser la propiedad última del ente. Es preciso hacer de la facticidad la propiedad real de toda cosa, como de todo mundo, de ser sin razón, y a este título de poder sin razón devenir efectivamente otro. Debemos comprender que la ausencia última de razón -lo que denominaremos la irrazón es una propiedad ontológica absoluta, y no la marca de la finitud de nuestro saber. El fracaso de principio de razón, desde esta perspectiva, proviene entonces, muy simplemente, de la falsedad -e incluso de la falsedad absoluta- de semejante principio: porque nada, en verdad, tiene razón de ser y de seguir siendo así más que de otra manera, ni las leyes del mundo ni las cosas del mundo"
Quentin Meillassoux Después de la Finitud
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espelhodiversidade · 10 months
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Conscientização sobre transsexualidade
Para falarmos sobre transsexualidade, devemos, primeiramente, compreender as diferenças entre sexo e gênero, além do significado de identidade de gênero. Diferente do sexo, que se refere às facticidades biológicas e anatômicas do corpo humano, o gênero está voltado a uma maneira de expressão e performatização. Segundo Butler (1993), o último se dá em atos intencionais, por meio de gestos e encenações cotidianas, que constroem a denominação de corpos masculinos e femininos. Como impacto, essas questões influenciam, através de papéis, normas e relações, a saúde de um indivíduo ao longo de sua vida, demonstrando a sua relevância na sociedade.
Tendo em vista os conceitos mencionados, pode-se possuir maior entendimento no que chamamos de identidade de gênero. As formas de expressão, a maneira de se enxergar no mundo e a autopercepção são aspectos que direcionam os indivíduos a se identificarem com um certo gênero, independentemente se está de acordo ou não com o que lhe foi atribuído em seu nascimento. Dessa maneira, o conceito em discussão aborda essa identificação, sensação e reconhecimento com o próprio gênero, e podem ser exemplificadas com os tipos: cisgênero (inidvíduo está de acordo com a atribuição dada ao nascer), transgênero (desacordo com o gênero atribuído ao nascer) e não-binário (não identificação com nenhum dos dois).
Ao falarmos sobre transsexualidade, uma das possibilidades de identidade de gênero citada anteriormente, é inevitável citarmos a ligação com o sofrimento e angústia vivido por indivíduos que passam pelos períodos de não reconhecimento e identificação, principalmente na infância e adolescência. Além disso, a auto aceitação e o ato de encarar e lidar com o desenvolvimento do corpo são fatores que dificultam mais ainda o processo de identidade. De acordo com Bento (2006), o indivíduo transexual apresenta uma “pluralidade de conflitos entre corpo, sexualidade e identidade de gênero, internos à experiência transexual”.
Diversos processos podem ser citados para auxiliar na transição de gênero, desde ações simples, como mudança de estilo visual (roupas, cortes de cabelo, uso de produtos cosméticos, atribuição de nome social, entre outros); intermediárias, como uso de hormônios, implantes e alterações de nome e gênero em registros civis; e mais complexas, podendo citar procedimentos cirúrgicos invasivos (vaginoplastia, neofaloplastia, mastectomia e histerectomia). Sendo assim, tais movimentos são importantes para a auto aceitação do indivíduo e para a promoção da sensação de pertencimento e identificação, além de um maior bem-estar e saúde mental.
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chavapolis · 2 years
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“Dije que no puedo nada por otro, ni contra otro: pero eso no me libera de la inquietud de mi relación con él. Pues, haga lo que haga, existo frente a él. Estoy ahí, confundido para él con la escandalosa existencia de todo lo que no es él, soy la facticidad de su situación. El otro es libre a partir de ahí: a partir de ahí solamente; totalmente libre, pero libre frente aquello y no esto, frente a mí. La fatalidad que pesa sobre otro, somos siempre nosotros mismos: la fatalidad es el rostro fijo que vuelve hacia cada uno la libertad de todos los otros. Es, en ese sentido, que Dostoyevski decía que: "cada uno es responsable de todo, frente a todos”. Inmóviles o activos, pesamos siempre sobre la tierra. Todo rechazo es elección, todo silencio tiene una voz. Nuestra propia pasividad es querida; para no elegir, hace falta aún elegir no elegir, es imposible escapar".
(¿Para que la acción?. Simone de Beauvoir).
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existocom · 4 years
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Breve vocabulário das terminologias mais frequentemente utilizadas no existencialismo e na fenomenologia, elaborado por meio de pesquisa bibliográfica de livros de referência e dicionários de filosofia.
Com termos como: Absurdo, Angústia, contingência, Dasein, Engajamento, Existência, Facticidade, Fenomenologia, Intencionalidade, Liberdade, Má-Fé, Ontologia, Psicanálise Existencial, Responsabilidade, Sentido da vida, Ser, Singularidade, entre outros. 
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Cuando lees Facticidad y validez y ahora estás convencido de que el único patriotismo que vale la pena mantener es a la Constitución
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¿Que piensas sobre el destino, con respecto a si se llega al mismo lugar el proceso no importa? O no existe un destino fijo ?
De acuerdo con teorías en mecánica cuántica, el futuro no existe, por lo tanto el destino tampoco. Lo que existe son una especie como de rebanadas de tiempo, como rebanadas de pan, donde cada una es "un presente", siempre es presente. El pasado y el futuro sólo son percepciones personales pero no facticidades. Un agregado, igual siguiendo estas teorías en física, es que también hay líneas tiempo, diferentes líneas, miles de líneas tiempo, pero no en el sentido donde haya pasado presente y futuro sino en el sentido de que hay muchos "presentes" ocurriendo simultáneamente.
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bocadosdefilosofia · 1 month
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«La genuina filosofía de la religión no surge de conceptos previamente elaborados de la filosofía de la religión, sino que, antes bien, de una religiosidad determinada  —para nosotros la cristiana— se sigue la posibilidad de su captación filosófica. Por qué justamente la religiosidad cristiana esté en el punto de mira de nuestra consideración es una cuestión difícil; se puede responder sólo resolviendo el problema de los complejos históricos. Es menester obtener una genuina y originaria relación con la historia que se explique a partir de nuestra situación y facticidad histórica propias. Lo que importa es lo que pueda significar el sentido de la historia para nosotros a fin de que desaparezca la “índole objetual” (Objektivität) de lo histórico en sí. La historia sólo lo es desde un presente. Sólo así se puede abordar la posibilidad de una filosofía de la religión.»
Martin Heidegger: Introducción a la fenomenología de la religión. Ediciones Siruela, pág. 153. Madrid, 2005.
TGO
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jgmail · 4 years
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EL EJE ARQUEOFUTURISTA DE ALEKSANDR DUGIN, DE PLATÓN A HEIDEGGER
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Por Luca Siniscalco
Traducción de Juan Gabriel Caro Rivera
 El joven filósofo Luca Siniscalco explica el pensamiento del filosofo ruso de la Cuarta Teoría Política. Explica también el pensamiento político y filosófico de uno de los intelectuales más originales de la escena eurasianismo, Aleksandr Dugin según un posible eje "arqueofuturista": este es el objetivo del diálogo con Luca Siniscalco, uno de los traductores en Italia de la obra del pensador moscovita.
 Luca Siniscalco, de la Cuarta Teoría Política al Platonismo político. Dugin va más allá de las corrientes actuales del pensamiento político-filosófico. ¿Cuál es su perspectiva?
 Toda la especulación filosófico-política duginiana es un valiente intento de desentrañar los escenarios hermenéuticos, simbólicos y narratológicos inéditos a través de los cuales comprender - y orientarse demiúrgicamente – en un nuevo horizonte comunitario de significado y destino.
 Si la Cuarta Teoría Política representa un patio abierto para la elaboración de una doctrina y práctica política capaz de ir más allá de las tres grandes narrativas ideológicas del siglo XX (liberalismo, comunismo, nazi-fascismo) según un eje arqueofuturista que conecta instancias tradicionales con escenarios posmodernos, el platonismo político constituye una fórmula para re-tematizar la estructura política en un sentido axial, tradicional y organicista, a través de un esfuerzo revolucionario-conservador dirigido a repensar la estructura global a partir de una "topografía vertical" y una "política trascendente" de la vida total del hombre del nuevo milenio.
 ¿Dónde se encuentran estas especulaciones?
La conexión entre las dos perspectivas surge claramente en el ensayo La teoría existencial de la sociedad (publicado en Platonismo político), donde Dugin reivindica la conexión entre la Cuarta Teoría Política y el redescubrimiento del vínculo vital que existe entre la esfera de Sagrado, conexión que surge del corazón palpitante del platonismo: “En la Cuarta Teoría Política, el pueblo decide tener a Dios, y es el mismo Dasein quien toma esta decisión, el Dasein como pueblo (Volk). Y si en los campos metafísico, filosófico y sociológico, la Cuarta Teoría Política resulta ser revolucionaria (revolución conservadora), también debería serlo en el contexto de la religión. Así, la fe del pueblo despertado a la historia es la fe de quien se atreve a creer en el Dios vivo, en el Selbst de Dios, en Dios como antítesis de su simulacro institucionalizado, el Gran Inquisidor”.
 ¿En qué consiste la referencia a una reelaboración del platonismo?
 El ensayo Platonismo político contiene en sí mismo numerosos escritos, que profundizan en cuestiones muy heterogéneas entre ellos. El rasgo de unión que sin embargo permite unificar coherentemente las reflexiones de Dugin es el reconocimiento, dentro de la filosofía platónica, de un núcleo arquetípico: la "unidad fundamental de las estructuras del conocimiento, la sociedad y el cosmos". A diferencia de la fragmentación reduccionista y analítica de la realidad promovida por la modernidad racionalista y liberal, el horizonte especulativo platónico sanciona, con el rigor metodológico de la filosofía dialéctica, la verdad hermética del Unus Mundus: hombre y naturaleza, alma y mundo, microcosmos y macrocosmos, que son un reflejo el uno del otro, al igual que la teoría y la práctica, la psique y la política, el individuo y la comunidad. El platonismo político identifica en la estructura jerárquica, vertical, organicista y metafísicamente orientada de la política al instrumento por excelencia - bien arraigado en la tradición indoeuropea - para lograr la trascendencia en la inmanencia haciendo el cielo en la tierra, ya que "el hombre es un anillo en la cadena de los dioses. Está tendido entre los dos orígenes (nachala) y realiza por sí mismo, con su existencia, el traspaso de uno a otro, como un demiurgo, un dios (...). Crea el orden del cosmos, organiza las copias y disuelve los fenómenos en la contemplación de las ideas”. Asimismo, “la República - Politeia - es un corte transversal del cosmos (la República de las almas, en el platónico Crisipo) (…). La República (Platonopolis) se organiza de abajo hacia arriba y de arriba hacia abajo (poiesis/noesis). Fija la verdad revelada por los filósofos del derecho; el impulso se delega en los guardianes, mientras que los artesanos encarnan la orientación en la producción de cosas empíricas. Los filósofos crean la República de forma demiúrgica. El Alma del Mundo se encuentra precisamente en el centro de la República. Este es el oro del ser. Es la concentración noética del intercambio dinámico entre el mundo de las ideas y el mundo de las cosas”. El platonismo político -es esta intuición la que hace del ensayo duginiano no un mero ejercicio filológico, sino una propuesta paradigmática concreta, inmersa en la facticidad del mundo de la vida- es una forma original de la Política que, mutatis mutandis, siempre puede reactivarse. Y esto sobre todo porque sigue la idea de platonismo que se aclara en Noomajía. Revuelta contra el mundo posmoderno, no se trata simplemente de entender el corpus platónico, sino una forma arquetípica del Logos apolíneo que, en la milenaria Guerra de los Logos (la Noomajía de hecho), se manifiesta también en las civilizaciones que nunca tuvieron contacto directo con Platón. Gran parte de la cultura griega, romana, iraní, india, eslava es, según Dugin, apolínea y, en este sentido, políticamente platónica. De ahí la riqueza de un horizonte mítico-simbólico al que los futuros estudios metapolíticos deben mirar con vivo interés.
 ¿Cuánto afecta el pensamiento de Dugin al debate ruso?
 Pregunta insidiosa. Como le ocurre a cualquier pensador de alto rango, no es nada fácil establecer hasta qué punto la visión duginiana afecta la autoconciencia cultural, política y existencial de un pueblo, el ruso en este caso. La posteridad juzgará eso.
 A menudo se le describe como cercano al presidente Putin...
Ciertamente, un examen lúcido de la cuestión debe ignorar la esclerotización a la que a menudo se reduce la información, tanto italiana como internacional, sobre el tema. Dugin no es un intelectual "orgánico" para la clase dominante rusa, ni el "Rasputin del Kremlin" o la "eminencia gris de Putin", ya que ha sido parcialmente definido. Igualmente erróneo, sin embargo, sería considerar completamente irrelevante el pensamiento de un autor conocido internacionalmente, traducido a decenas de idiomas, que en Rusia ejerció una importante carrera como profesor en la Academia Militar, en la década de los noventa, ocupó el cargo de Catedrático de Sociología en la Universidad Estatal Lomonosov de Moscú y sigue siendo protagonista de importantes debates públicos sobre temas culturales y de actualidad. Lo cierto es que la discusión del pensamiento de Dugin concierne principalmente, en Rusia como en el resto del mundo, a sus reflexiones sobre la actualidad política y sobre cuestiones geopolíticas (multipolarismo, relaciones internacionales) y filosófico-políticas (Cuarta Teoría Política). Mucho más restringido es el debate sobre su obra de tipo metahistórico, metafísico y ontológico, sobre el que quizás, según informa el propio profesor, el estudio más interesante de ella está comenzando en Italia, probablemente sobre la base de una cierta tradición antigua y del arraigado interés por los autores tradicionales (principalmente Julius Evola) y por el pensamiento metapolítico de orientación revolucionario-conservador.
 ¿Quiénes son los autores del panteón del pensador ruso?
 Son numerosos y extremadamente heterogéneos. La gran fuerza y ​​originalidad de la obra de Dugin, así como algunas contradicciones (algunas aparentes, otras quizás insolubles) de su sistema, derivan de esta inteligente apertura, sin prejuicios, a la pluralidad de formas del pensamiento humano. Creo que es posible identificar cinco líneas culturales principales con las que el trabajo de Dugin conecta explícitamente de manera crítica en el campo filosófico-especulativo.
 ¿Cuáles?
 El Pensamiento de la Tradición o Tradicionalismo Integral (Guénon, Evola y, en la interpretación duginiana, Eliade); el esoterismo occidental, mediado por la experiencia del Círculo Yuzhinsky (con Mamleev, Golovin y Dzhemal); Nietzsche y la revolución conservadora (Heidegger, Jünger, Niekisch, Schmitt); el posmodernismo francés (Deleuze y Guattari, Lacan, Baudrillard, Foucault); la teología ortodoxa y la conexión con el eurasianismo anti-occidental (Leont'ev, Danilevski, Alexeiev, Gumilev).
A estos se suman, además de los clásicos de la geopolítica, los autores de las escuelas de etnología rusa, sociología alemana, antropología cultural estadounidense y sociología y antropología estructural francesa (sobre todo Širokogorov, Weber, Tönnies, Sombart, Boas, Durkheim, Lévi-Strauss, Durand), de los cuales él toma prestados muchos de los conceptos subyacentes a su modelo “etnosociológico” (que está destinado a un próximo volumen para la editorial de Aga).
 Dugin en Occidente: ¿con que se puede asociar en la crítica del globalismo? ¿Cuáles son sus peculiaridades?
 El rechazo revolucionario-conservador a la "planetarización" globalista (Heidegger) sigue en Dugin una lógica no dicotómica y en ocasiones vanguardista, dado el interés del autor por la posmodernidad, las últimas tendencias de la cultura pop, las cuestiones tecnológicas (cibernética, virtualidad, posthumanismo, realismo especulativo) y los “mitos modernos”, que el mundo conservador a menudo ha tratado superficialmente o simplemente pasado por alto, debido a su miopía intelectual. En este sentido, el antimodernismo duginiano apela a un Origen metafísico que no se sitúa en el pasado histórico, sino en el poder transfigurador de la mirada que el individuo y las civilizaciones proyectan sobre el mundo, y que siempre, en el aquí y ahora, puede renovarse y transfigurarse metamórficamente.
 En el plano de la doctrina del Estado, Dugin rechaza la globalización liberal y capitalista, pero también las opciones soberanistas en un sentido nacionalista y chovinista - que él concibe como el resultado último de la política moderna - y vuelve a proponer la idea tradicional de Imperio, en correlación con el concepto de "Civilización" (Huntington). El Imperio, según el filósofo ruso, "se distingue del Estado nación por tres rasgos principales: la existencia de una misión histórica o metahistórica (sagrada) que supera ampliamente el simple juego de intereses pragmáticos (...); la preservación de enclaves étnicos con sus peculiaridades lingüísticas, religiosas e incluso jurídicas (…); y finalmente el control de un gran espacio" (en el sentido schmittiano del término). Una figura premoderna, por tanto, que es protagonista de los desarrollos multipolares de la geopolítica posmoderna.
 Por esta poderosa carga sintética de carácter metafísico y tradicional, que recientemente ha encontrado un compendio teórico, también en Italia, en la citada Noomajía. Rebelión contra el mundo posmoderno, y por la postura filosófica antiliberal, antimaterialista y antirreduccionista que lo distingue, en mi opinión el pensamiento de Dugin encuentra armonía y resonancia en Occidente, con todas las distinciones del caso, sólo en las obras de su brillante, erudito y polígrafo amigo francés Alain de Benoist y el visionario - pero muy olvidado - Jean Parvulesco, el cantor de la "Estrella del Imperio Invisible", para usar una definición del propio Dugin.
 El volumen Platonismo político contiene un interesante diálogo entre Dugin y Henry-Lévy. ¿Cuáles son las fortalezas y debilidades de los dos pensadores?
 El 21 de septiembre de 2019, el Instituto Nexus de Ámsterdam celebró su 25 aniversario con un simposio público titulado La montaña mágica revisitada: cultivar el espíritu humano en tiempos de desesperación: cultivar el espíritu humano en tiempos del desánimo, a raíz de la novela de Thomas Mann La montaña mágica. El Simposio se abrió con el citado duelo intelectual, presentado como la reinterpretación del siglo XXI de los famosos debates entre Settembrini y Naphta en la novela de Mann.
 Las cuestiones filosóficas y geopolíticas discutidas por los pensadores, que han surgido en los medios de comunicación como emblemas de dos facciones antitéticas: el liberal progresista políticamente correcto Henry-Lévy frente al tradicionalista antiliberal políticamente incorrecto Dugin, son numerosas, y ciertamente no podemos resumirlas aquí. Sin embargo, en el corazón del desacuerdo entre las dos cosmovisiones, quizás originado antes de sus respectivas posiciones en la esfera política e internacional (sobre la que se ha jugado gran parte del debate), está la interpretación de la cuestión del nihilismo, sobre la que me gustaría hablar brevemente. Dugin y Henry-Lévy, de hecho, se acusaron respectivamente de nihilismo, el "invitado inquietante" de Occidente.
 El nihilismo es un tema recurrente en la especulación filosófica del siglo XX y luego en la modernidad...
 Dugin toma explícitamente la idea de la obra de Friedrich Nietzsche y demuestra que conoce el carácter de las dos caras del fenómeno, tal como lo abordó el filósofo Zaratustra y posteriormente la retomó Martin Heidegger; hay un nihilismo pasivo y activo: el primero coincide con la pérdida de la fe en los valores tradicionales y en la verdad metafísica; el segundo "dice sí" al ocaso del mundo pasado y, reconociendo en sí mismo la fuente del mundo futuro, lo funda como legislador del sentido según la voluntad de poder. El sistema liberal global representa, según Dugin, sobre la base de la escuela revolucionaria-conservadora, la inversión sociopolítica del nihilismo, con la desintegración total, en Occidente, de la Europa tradicional.
 ¿El filósofo francés?
 Henry-Lévy, por otro lado, parece usar el concepto de nihilismo de acuerdo con un significado más común y popular: nihilista es el individuo oscuro y sulfuroso que no quiere nada: muerte, estasis, maldad, por lo tanto, lo opuesto al progreso y a la libertad democrática utópica. De ello se desprende que para el intelectual francés son nihilistas no los habitantes del espíritu moderno (como en la tradición filosófica postnietzscheana), sino Dugin, los euroasiáticos y los conservadores, los enemigos de la "sociedad abierta", por citar a Popper. De hecho, Henry-Lévy afirma, con gran patetismo, pero con poca precisión filosófica, que “la mejor definición del nihilismo (…) es Rusia, con sus veinticuatro millones de muertos durante la Gran Guerra Patria. Es Europa, ocupada por el nazismo. Y son los judíos, mi pueblo, casi exterminados, reducidos a la nada por los peores nihilistas de todos los tiempos. Sí, hay una definición clara de nihilismo, y es: los que han cometido estos crímenes. Y esta gente, estos nazis no vinieron del cielo. Surgieron de ideólogos. De Carl Schmitt. De Spengler. De Steward Chamberlain. De Karl Haushofer. Toda la gente que, lamento tener que señalar, le gusta, que cita y de cuyas palabras se inspira. Por eso, cuando digo que eres nihilista, cuando digo que Putin es nihilista, cuando digo que en Moscú hay un clima de nihilismo malsano, que provoca, entre otras cosas, muertes reales - Anna Politkovskaya, Boris Nemtsov, y muchos otros, asesinados en Moscú o Londres, lo digo en serio. Quiero decir que, ay, en esta gran civilización rusa de hoy, en la gran Rusia, sopla un viento oscuro, negro, de nihilismo en el verdadero sentido del término, que es un sentido nazi y fascista”.
 ¿Cómo responde Dugin?
 Dugin recoge efectivamente la acusación del adversario invirtiendo los términos de la pregunta: admite explícitamente que es un nihilista, pero solo por su rechazo de la "universalidad de los valores occidentales modernos" y el prejuicio "de que la única forma de interpretar la libertad está representado por la libertad individual, y que la única forma de interpretar los derechos humanos es proyectar una versión moderna, occidental e individualista de lo que significa ser humano en otras culturas”. El nihilismo de Dugin es el nihilismo activo que deconstruye los dogmas de los solones de la modernidad para construir nuevas tablas de valores, según principios inspirados en la claridad apolínea del platonismo político. Además, al especificar qué es lo moderno en su totalidad lo que es propiamente nihilista, en un sentido teórico, que incluye los regímenes mencionados por Henry-Lévy, pero también la sociedad liberal contemporánea, Dugin muestra una comprensión mucho más radical del Zeitgeist contemporáneo a nosotros, revelando un pensamiento tan lúcido como excéntrico.
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olhosdegatoblog · 4 years
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Como um pinto saindo da casca do ovo?
Não.
A ingenuidade foi-se.
Como um inocente liberto depois de anos de cadeia.
É experimentando e manuseando a merda que descobre-se que sua origem e destino tem cova coletiva.
Se a lei é ferrenha, o passeio é público e a trajetória sujeita a mudanças constantes.
Superada a fome, ouro ou bijuteria?
Tanto faz.
Enquanto houver tempo há surpresas.
O sujeito do inconsciente tem o poder de ofuscar a facticidade.
Viver é um sonho!
Seguirei desacorrentada da lápide que me cuspiu!
Sou princesa, morrerei linda, não importa quando, e magra.
Dia lindo.
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riusugoi · 4 years
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Cuando no queda ningún dato gratuito, ninguna ramificación que no revierta al texto motivante y motivado, ninguna circunstancia que no ejerza su estricta determinación causal, aparece invertida la relación entre facticidad y sentido, con el efecto de que la primera, que había de ser justamente lo explicado, queda desnaturalizada y convertida en ilusoria, como un mero soporte sensorial de su propia explicación: el qué no es ya más que el fantasma o el ruido del porqué”
Rafael Sánchez Ferlosio - Carácter y Destino
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quod-quid-erat-esse · 3 years
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Los comentarios que Heidegger dedica a las nociones de fenomenología y de hermenéutica sugieren con fuerza que la disimulación del fenómeno del ser es el resultado de un encubrimiento que no tiene nada de inocente. Ese encubrimiento se funda, en efecto, en una autodisimulación de la existencia que, al ocultar la pregunta por el ser, busca sobre todo la huida de su ser finito y mortal.
Jean Grondin “¿Qué es la Hermenéutica?” 
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wildwomanradfem · 6 years
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1949, Simone de Beauvoir: "No se nace mujer, llega UNA a serlo. Ningún destino biológico, físico o económico define la figura que reviste en el seno de la sociedad la HEMBRA HUMANA; la civilización es quien elabora ese producto intermedio entre el macho y el castrado al que se califica como femenino”.
1990, Judith Butler: "Simone de Beauvoir afirma en El segundo sexo que «no se nace mujer: llega una a serlo». Beauvoir sostiene rotundamente que una «llega a ser» mujer, pero siempre bajo Ia obligación cultural de hacerlo. Y es evidente que esa obligación no Ia crea el «sexo». En su estudio no hay nada que asegure que Ia «persona» que se convierte en mujer sea obligatoriamente del sexo femenino. Si «el cuerpo es una situación», como afirma, no se puede aludir a un cuerpo que no haya sido desde siempre interpretado mediante significados culturales; por tanto, el sexo podría no cumplir los requisitos de una facticidad anatómica prediscursiva. De hecho se demostrará que el sexo, por definición, siempre ha sido género".
2018, transactivismo: "No se nace mujer, se llega a serlo".
Jaque Mate, feminismo.
Anna Prats.
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