Tumgik
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chekerbored · 1 year
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purple guy forms ranked (sorry for poor image quality)
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oktoramaa · 4 months
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gaytrap/malhomo jumpscare (i am working on something take him for the time being)
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lifeisatrap3 · 4 years
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MEU IMORTAL
6 - O Morto Vivo.
Após a aula Cristian se dirigiu ao pátio do colégio para pegar sua bicicleta nova. Era ridículo pensar naquilo. Seu amigo voltou para lhe dar um presente caro. Ângela o acompanhava, enquanto Cesar, foi se despedir dos parceiros de time de atletas.  
— Ganhou uma bicicleta nova? — Indagou Ângela.
— Ah, sim é.... meu pai me deu de presente. A outra estava meio enferrujada.  
— A outra parecia inteirinha. — Assentiu ela.
— Por dentro... estava rangendo sabe?
De repente o ronco potente de um carro lhe chamou atenção no meio daquele pátio barulhento. Quando olhou para frente viu um Jaguar negro estacionado. Cristian estremeceu naquele momento. O que ele está fazendo aqui?  
Muitos alunos observavam curiosos e claro que ele não seria despercebido, era um possante daqueles que não se via todos os dias. Cristian sentiu-se até constrangido, mesmo que ninguém ali soubesse de sua relação com o alguém naquele carro. Cesar parou junto com o grupo de atletas do time, os rapazes contemplavam o possante admirados.
E não havia outra maneira, Cristian não sabia o que aquilo significava, apenas que no dia seguinte todos estariam comentando sobre o fato dele ter entrado num carro importado e teria que inventar alguma desculpa para despistar e o mais difícil seria Ângela e Cesar. Podia imaginar a pressão que teria que aguentar.
Teve de ir até lá, esqueceu sua bicicleta e foi em direção ao carro importado. Ângela ficou observando-o sem compreender absolutamente nada e o chamou depressa.  
— Ei Cris, o que está fazendo? Temos um trabalho para fazer!
Cristian hesitou e fechou os olhos. Só pode ser brincadeira!  
— Éh... Eu preciso... Resolver uma coisa antes disso, mas eu te vejo na sua casa.
— Mas é na sua casa!
— Pode ser na sua? — disse Cristian por fim, e depois correu para dentro do Jaguar deixando Ângela e toda escola ali observando tudo.  
Assim que chegou no veículo o vidro deslizou automaticamente para baixo e revelou o condutor. David vestia trajes negros modernos de alta moda com óculos escuros como se fosse um “MIB Homens de Preto”. Cristian ainda não havia se acostumado com aquela ideia de um amigo que volta dos mortos mais velho e com uma aparência diferente do que ele conhecerá, afinal não cresceram juntos. Era como se ele estivesse vendo aquele David pela primeira vez.
— Almofadinha eu vim buscá-lo.
— O que pensa que está fazendo? — disse Cristian entredentes para parecer discreto, mas queria berrar.  
David estranhou sua reação.
— Pensei que iria gostar de me ver.
— Não aqui na frente do colégio todo, alguém pode te reconhecer.
David deu uma gargalhada, ele parecia um pouco menos sombrio que na noite anterior. Estava leve.
— Cris, essas pessoas estão preocupadas com outros assuntos adolescentes e eu preciso passar um tempo com meu único amigo. Agora vamos!
Cristian entrou no carro e eles partiram. Cristian nem precisou olhar em volta para saber que todos estavam assistindo aquilo como a final de copa do mundo ou o último capítulo de uma novela, mas sentiu uma certa euforia crescer dentro de si. Era algo diferente, mais radical e deixar aquele ponto de interrogação era animador.  
David acelerava na pista e o ronco do motor era como música para os ouvidos de Cristian.
— Por que mandou aquele presente? — indagou Cristian.
— Presente? Que presente?
— Isso é ridículo. Não pode voltar como um "The Walking Dead" e me dar uma bicicleta nova.
— Primeiro: eu quase te atropelei; Segundo: a bicicleta estava danificada... Quer um motivo melhor? Você é meu melhor amigo.
— Obrigado. Eu só não consigo entender, onde arrumou tanto dinheiro para ter esse carro, essas roupas e para comprar uma bicicleta daquelas?
O carro parou de repente. David tirou seu sinto e se aproximou de Cristian o bastante para que eles pudessem ficar com os rostos colados. Cristian tentava entender aquela aproximação, mas não conseguia se concentrar com David o encarando incisivamente. O hálito frio de David era como uma brisa fria da manhã. Sem intensões David o encarava com critério.
— Escuta Cris, só o que precisa saber agora, é que estou vivo, estou aqui com você e não quero que entre numa paranoia com isso, entendeu?
Cristian consentiu com a cabeça sem encontrar palavras em sua mente. David girou a chave e deu a partida. Depois o Jaguar cruzava a pista em direção a rodovia que dava acesso a serra. Era um caminho familiar para ele, mas não queria se preocupar para onde estava sendo levado. Percebeu que David estava ali ao seu lado, vivo e isso o confortou. Ele escorregou pelo estofado, um sentimento de leveza, como se sua infância se misturasse com o presente. Ele olhou para o lado e fitou o misterioso David. Podia relaxar ao som de Of Monsters And Men. O ar ligado aquecendo seu corpo e a bela paisagem do serrado verde se estendendo no horizonte.
— Onde você está ficando a noite?
— Num hotel na Costa Leste. Não é um lugar muito bonito, mas o café da manhã é bom.
David pegou um cigarro com uma mão no bolso da Jaqueta de couro preta e lançou na boca ascendendo com um isqueiro preto com as mãos longe do volante. Sua expressão era imprudente. Ele tragou a fumaça e soltou aos poucos com os lábios quase colados e soltou um leve sorriso ao perceber que Cristian não despregava os olhos dele. Colocou as mãos no volante novamente tomando controle sobre o veículo.
— O que foi? — perguntou David provocando.
— Ele fuma também. — Cristian não escondeu a hostilidade no tom de voz.
— Isso me mantem calmo. — Ele olhou para o outro lado com certa resistência. — Deveria provar.
— Não obrigado! Estou bem.
— Não faça essa linha. — Exigiu.
Cristian olhou para ele consternado.
— Que linha? Você chega com um carro importado, roupas caras e presentes caras. Com essa cara de badboy mal encarado e pede para eu não fazer linha?
— Badboy? Sério? — Zombou ele com desdém. E acrescentou claramente depois. — Escuta, eu não sou mais aquele garoto “saco de pancada” que vivia no silencio chorando pelos cantos. Esse sou eu certo?  
Cristian sentiu a tensão se formar. Balançou a cabeça ainda aborrecido.
— O David que eu conheci era uma pedra por fora, mas era gentil e bondoso por dentro. Por esse garoto que eu dediquei meus dias em tentar fazê-lo feliz.  
David reprimiu um sorriso repuxando os lábios. Enquanto manobrava o possante, depois ficou sério de repente. Seu pensamento parecia distante, algo que o tirou de orbita. Parecia preocupado.
— Corta esse papinho. —  Murmurou com ceticismo. — Estamos crescidos e não muda o fato do que aconteceu comigo. Eu olho para você e não vejo o mesmo Cristian que conheci. Parece que está no escuro tentando achar uma luz, mas também parece que prefere ficar no escuro.
Cristian estremeceu ao ouvir aquilo. Claramente ele sabia identificá-lo e entender o que estava passando. Ele o conhecia bem, mas não aquela nova versão de Cristian com tantos segredos e enfrentamentos diários de personalidade e identidade.
— E você está esquisito. — Murmurou Cristian para descontrair.
David o encarou com perplexidade.
— Esquisito? — disse ele aturdido. — Você não me viu sem roupa. — Seu tom era agudo.
Cristian olhou para o lado de fora imediatamente e tentou controlar a respiração. Não esperava que fosse ouvir aquilo. Percebeu que estava corado e não voltaria a encará-lo de novo pelos próximos minutos. Ficou constrangido com a piada, nunca imaginou ouvir isso do próprio amigo. Claro que ele estava morto, mas ainda era estranho.
— Sem essa, eu só mudei um pouquinho e vai ter que se acostumar com isso. — Determinou com voz aveludada.
Cristian engoliu a seco. O comentário anterior foi apenas uma brincadeira e ele tentou meditar isso.
David parou o carro e com os olhos brilhantes e deu um sorriso ameaçador e disse:
— Saia do carro, quero te mostrar uma coisa. — disse ele com certa autoridade.
Obediente Cristian saiu do carro reagindo de forma repulsiva a tom de autoridade daquele estranho. David o encarou do outro lado.
— Vai ficar aí parado? — Provocou com as sobrancelhas unidas fazendo uma cara de mal.
Cristian apenas o encarou com desaprovação de seu tom espreitando os olhos e se obrigou a segui-lo.
Os dois entraram na mata. Pela trilha de terra rodeada de arbustos e arvores gigantescas eles chegaram à casa da arvore. Cristian não havia notado de primeira, mas ao perceber ficou impactado. Estático ele contemplava a nova casa na arvore.  
— David, você fez isso? — indagou boquiaberto.
— Sim amigo, me cortou o coração vê-la naquele estado, então eu a reformei durante a manhã inteira.  
Os dois olhavam para a casa, reformada, com madeiras envernizadas, cortadas sob medida como se fosse um chalé, mas ainda trazia referencias da casa anterior. Tudo bem milimetricamente encaixado e pregado. Parecia com aquelas casas dos filmes americanos. Estava perfeita.
— Quero entrar para ver! — disse Cristian animado e correu para ver por dentro.
David o seguiu satisfeito vendo o amigo feliz.
Assim que David abriu a nova porta com uma maçaneta, ele ficou deslumbrado com o interior. David havia emoldurado seus desenhos e o pregou na parede como arte decorativa, as paredes pintadas de azul, o cheiro de tinta fresca era recente. A mesa torta foi substituída por um balcão de madeira com bancos e uma cama cumprida foi posta no lugar dos pufes e almofadas, onde eles sentavam para ler quadrinhos. Uma Teve foi posta num aparador estreito preso a parede e os gibis conservados numa prateleira alta, a janela não era mais torta e tinha persianas.
— Fez tudo isso sozinho?
— Não sou tão esquisito assim, está vendo?
De repente aquele David repugnante e irritante desapareceu.
— Ainda não acredito que fez isso? — disse Cristian encantado. — Mas como e com que dinheiro?
David pigarreou e olhando para os lados para dissuadi-lo.  
— Vamos relembrar os velhos tempos? — disse ele num tom amigável.
— O que? — disse Cristian curioso.
David ergueu um DVD de filme de terror.
— Nem pensar. — Contestou Cristian balançando a cabeça e encarando os fatos. — Não vou fazer isso com você. Esquece. Não sei nem de onde tirou dinheiro para fazer isso, para me dar uma bicicleta, para pilotar um carro importado e tudo mais.
David respirou fundo irritado.
— Por que não esquece os problemas Cris e vamos curtir esse momento juntos. Por que é tão difícil você relaxar. Será que eu vou ter que fazer do modo mais difícil. — Disse ele reprimindo a raiva.
— Quero ver. — Desafiou Cristian de forma insolente.
David se aproximou dele rapidamente e o colocou contra a parede, suas faces estavam coladas, a respiração de David era ofegante e fria. Seus olhos eram como lança-chamas sobre os de Cristian que estava reprimindo um suspiro. Ligeiramente sua mente se transportou para os momentos íntimos que tinha com Cesar no banheiro em que ficava naquela posição e sentia seu corpo sendo pressionado contra o dele. Aquilo o deixou excitado, mas não por conta de David. Quando voltou a realidade sentiu medo ao vê-lo encará-lo daquela forma.  
— Não está sendo fácil encarar tudo isso. Eu entendo você, mas precisa relaxar — Disse David entredentes e depois conclui imponente. — Sente-se.  
Cristian o encarou fulminando o com os olhos, mas desviou e não conseguiu conter o riso. Parecia uma piada ele ter aparecido daquela forma e falar daquela maneira com Cristian.
— Você acha isso engraçado? — Questionou David, irritado.
— Não acredito que você se tornou essa pessoa mimada e impaciente.
— Posso forçá-lo a fazer o que eu quiser. — Disse com certo orgulho.
Cristian escorregou para o lado saindo da frente de David e passou para o outro lado.
— O fato é que todos nós sofremos e não virei um metido, presunçoso e insuportável.
David puxou Cristian pelo braço e o fez girar parando de costas com o braço nas costas e a outra mão de David imobilizou a outra mão de Cristian colada ao corpo num movimento célere sem previsão. Cristian estava com as costas coladas no peitoral forte de David sentindo o batimento de seu coração. David colocou seu rosto próximo a nuca de Cristian e sua respiração o fez arrepiar.
— Está vendo? Eu não sou mais aquele pivete que apanhava dos coleguinhas e que sempre era zoado por ser diferente. Eu mudei Cris.
De repente eles foram pegos de surpresa quando ouviram alguém gritar lá fora. Cristian não conseguiu assimilar a voz, mas entrou em estado de nervos. David o soltou e Cristian sentiu a articulação de seus braços doerem. David se manteve calmo, levou o indicador a boca e fez Shi! Para Cristian que parecia assustado.
Cristian respirou fundo e caminhou até a janela e viu um policial negro, alto e devidamente uniformizado. Ele olhava para a casa na arvore contra o sol. Cristian sabia quem ele era. Marcus Toledo, era o novo delegado do distrito de polícia da cidade e pai de sua melhor amiga, Ângela. Mas o que ele estava fazendo ali?
— Cristian! O que faz nessa área?
— Olá Marcos, eu... sempre vim aqui estudar. — Disse Cristian em nervos.
— Está tudo bem? — Marcus notou uma certa instabilidade em Cristian. — Não sabia que tinha construído outra casa na arvore depois do que aconteceu.
Cristian deixou o ar preso em seus pulmões saírem.
— Sim... eu gosto de vir aqui e lembrar dos tempos de infância. — Disse ele com um risinho forçado.
Agora ele foi mais convincente. Marcus deu de ombros. Olhou em volta vasculhando o local, e depois olhou para Cristian com certa compaixão.  
— Está certo, não quero atrapalhar seu momento, mas sabe de quem é aquele carro parado na beira da estrada? É uma máquina.
— Eu não sei... do que está falando? — Cristian voltou a ficar nervoso. — Na verdade eu vim por outro caminho, acho que vi nada de estranho por aqui. — Completou por impulso.
— Vá para casa, não quero você aqui sozinho! Pode ser perigoso.
— Pode deixar Marcus!
Cristian o viu virar as costas e entrar na mata de novo. Esperou mais alguns segundos. E voltou para David.
— O que foi isso?
David que estava rijo, relaxou respirando fundo.
— Quem era?
— O pai de Ângela e delegado da cidade.  
David ficou irritado de repente. Revirando os olhos e xingando algo que Cristian não pode ouvir.
— Ei o que foi?
— Realmente eles não superaram. — disse ele incrédulo.
— O que você esperava David? — Contestou Cristian. — A cidade ficou chocada com o assassinato de um menino de dez anos. Depois disso todos ficaram com medo deixar seus filhos saírem nas ruas com um suspeito que nunca foi pego. Obvio que ninguém superou.
— Agora vou ter que circular menos pelas ruas da cidade para não chamar atenção.
— Não era para menos, um possante desses parado na beira de uma estrada. Tem noção do que isso significa quando chegar nos ouvidos dos meus pais?
— Vamos dar um jeito nisso Cris. Fica tranquilo.  
Cristian sentou na cama encarando a janela e pensando em toda aquela loucura.  
— Não acredito que isso está acontecendo?
David colocou o filme para eles assistirem e depois foi para cama deitando espaçosamente e empurrando Cristian. Por um instante era como se toda aquela face sombria e preocupada tivesse desaparecido e desse lugar a um semblante tranquilo e calmo.
— Já disse para relaxar idiota. Vamos ver o filme.
Cristian viu a vinheta do que parecia ser um filme de terror antigo e não muito conhecido e depois olhou para o amigo ao lado.
— Pensei que odiasse filmes de terror?
— Eu aprendi a gostar, isso me fazia lembrar de você. — Assentiu David espontaneamente. — Por incrível que pareça isso me tranquilizava.  
E aquilo tranquilizou Cristian, gostava da forma natural que o amigo agia quando estava com ele. Era satisfatório e empolgante.
O filme começou e David estava sentado no chão enquanto Cristian se acomodou na cama. Hora ou outra eles mudavam de posição. Um momento David cochilava e Cristian o contemplava imaginando como seus desejos não chegavam nem perto daquilo, da realidade. Depois Cristian cochilava e David trocava mensagens em seu celular.  
— Naquele dia eu não pude me despedir e me senti culpado por uma porção de coisas. — Murmurou Cristian enquanto prestava atenção nos momentos finais do filme.
— Quando eu fui a Nápoles pela primeira vez, senti que eu queria viver ali. Os campos verdes eram verdadeiramente incríveis. Foi passageiro, mas sabia que em algum momento eu poderia voltar. Não se compara com a vez em que estive em Paris, onde foi incrível passear por aquelas ruas. Não foi fácil me despedir dos alpes Suíços. Estive em muitos lugares e aprendi muito nesses anos. Eu tenho problemas em me despedir. Tudo me lembra aquela noite. — Relatou David enquanto assistia ao filme com os pensamentos distantes. — Fui embora sem ter a chance de me despedir de você e todo o resto, mas no fundo eu sabia que eu poderia voltar, pois não houveram despedidas, ninguém disse adeus. Isso significa que a história não acabou.
Naquele momento Cristian encarou o amigo com admiração. David nunca deixou de ser forte e determinado. Cristian gostava disso nele, apesar de tudo o que sofreu ele enfrentou todos esses anos longe de casa e aproveitou cada momento e voltou para vê-lo de novo.
— Então você veio se despedir? — murmurou Cristian com convicção.
— Sim. — disse sem hesitar. — Eu não pertenço a este lugar Cris. — Seus olhos não desviavam da TV.
— E quanto a sua mãe Miriam, ela está na cidade merece saber que...
David piscou e franziu o cenho.
— Miriam... como ela está?
— Bem, outra mulher, mais renovada e alegre. Ela até abriu um bar.
David ergueu a sobrancelha grossa fingindo se importar.
— Acredito que é melhor assim, que ninguém saiba, além de você Cris. Para nossa segurança. Eu fui sequestrado e traficado no mercado negro Cris, encontraram um corpo que não era o meu e fui dado como morto. Precisamos evitar um escândalo. — David se levantou. — Agora precisamos ir, já está de noite.
Cristian não tinha se dado conta do horário, olhou para janela e o céu estava tomado pelo escuro da noite. Ele bateu na testa.
— Droga! O trabalho do colégio! — Cristian saiu correndo para fora da casa da arvore.
— O que foi? — Perguntou David seguindo-o.
Os dois estavam andando de volta para trilha.  
— Eu tinha um trabalho para fazer hoje à tarde, mas aí você apareceu e eles devem estar putos comigo.
— Vocês podem fazer outro dia. — disse ele indiferente.  
— Vamos entregar amanhã David não dá mais tempo.
— Eles devem ter feito Cris, não pira. — disse David como se não desse a mínima. — Da próxima vez irei buscá-lo naquele ponto onde nos encontramos a primeira vez. Assim não corremos nenhum risco. Depois ele puxou Cristian para si e lhe entregou seu celular.  
— Anote seu número aí. — Ordenou.
Cristian o encarou com insolência, mas obediente colocou seu número de telefone e lhe entregou o celular de volta.  
— Assim eu posso me comunicar antes com você.
Cristian revirou os olhos abandonando-o ali e seguindo de volta para o carro. David deu de ombros e o seguiu.
Eles pegaram a pista de carro e foram para o colégio. Cristian reparou no chaveiro pendurado da chave do carro que havia um mini cartão branco com o número 213. Será o número do quarto do hotel que ele está?
O Jaguar estacionou na frente da escola e Cristian tirou o sinto e abriu a porta. Não queria se despedir de David, estava irritado com a forma que ele o tratou naquele dia e também por tê-lo feito perder o trabalho com os amigos.
— Te encontro amanhã almofadinha. —Disse David num tom presunçoso.
Cristian ignorou e saiu correndo do carro e foi pegar a bicicleta. Precisava chegar em casa o mais rápido possível e pensar em algo para o trabalho do colégio.
David o observou partir pedalando pela pista até desaparecer na curva. De repente seu celular tocou e ele atendeu.
— Alô, já estou na cidade.... não se preocupe... o plano está quase completo e logo voltearei para lhe entregar a encomenda. Ninguém sabe que estou vivo, eu sei as consequências. — Ele ouviu mais alguns instantes e encerrou a chamada.
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umbilogic-blog · 6 years
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Male garvedoirs are gaytraps
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gaysismn98-blog · 5 years
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dmme 🍆☺️
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A VENUS GAYTRAP
Really horrible, you just see some tender lips and snap!! ...it’s feels nice here though, she’s not one to completely give in, but a few rubs can’t be wrong-
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lifeisatrap3 · 4 years
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Cristian o encarava confuso e aturdido, seus instintos eram fortes e ele não conseguiu resistir, se aproximou um pouco mais de Cesar de maneira com que seu rosto ficasse colado com o dele e depois seus lábios se uniram num beijo intenso. As mãos de Cristian demoraram até se envolverem no corpo de Cesar que o puxou para si com suas mãos duras transitando por suas costas. Era profundo e impetuoso aquele ato, sentir a peso dos dois corpos, lábio com lábio, rosto com rosto. Cristian gostava daquilo, do beijo com emoção e calor, era fascinante sentir o coração acelerado, a respiração afoita e a endorfina se espelhando pelo corpo deixando sensível cada toque. Cesar desgrudou os lábios de Cristian, mas com os dentes ele mordeu seu lábio inferior levemente. Cristian sorriu entredentes e afagou os dedos no rosto duro de Cesar.
— Eu já estava com saudades disso sabia? — Murmurou Cesar ofegante.
— Gosto de estar aqui com você. — disse Cristian encarando Cesar. — Por mim, eu faria isso sempre e em todo lugar.
— Sabe que podemos, não sabe?
Cristian se mostrou restivo e se desfez dos braços dele passando para o outro lado.
— Sei... mas é complicado agora. Já conversamos sobre isso. — disse Cristian com hesitação. — Temos que ir com calma.
— Até quando? — Cesar riu com ceticismo. — Eu gosto do seu beijo, gosto da nossa sintonia e das nossas conversas sem sentido. Isso não significa nada para você?
— Eu também gosto desses momentos que tenho com você, é diferente de mostrar isso para todo mundo. Vai além dos nossos encontros, nossa privacidade será compartilhada com o mundo.
Cristian passou por Cesar, antes de sair, chegou em seu rosto e lhe beijou com ternura.
— Gostaria de poder olhar para você com desejo, pegar na sua mão e andar ao seu lado, mas seu medo do mundo é aterrador. — disse Cesar por fim e Cristian saiu sem dizer nada.
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lifeisatrap3 · 4 years
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MEU IMORTAL
4 - Olá, Velho Amigo.
Impossível...
— David... — Murmurou Cristian confuso no meio daquela escuridão.  
Cristian estava estático tentando controlar sua respiração afoita, apenas sua mente entrava em colapso após aquela revelação aterradora. Arfava ao perceber que aquilo estava mais próximo da realidade que ele podia acreditar. Seu amigo estava vivo e estava bem na sua frente. Não podia crer naquilo, após oito anos, como seria possível? Tentava limpar a mente para se concentrar ali, mas mal conseguia ter controle sobre suas ações, começou a sentir náuseas e sentiu um arrepio deixar seu corpo gelar e tudo pareceu girar de repente. Sua vista escureceu, e então, desmaiou
— Cristian... Cristian...
Instantes depois Cristian abriu os olhos e tiritou sob o frio vento daquela noite. Confuso ele rodeou o ambiente com os olhos procurando por quem chamava por ele e delicadamente alguém pegou sua mão, o toque sensível o fez estremecer. Cristian lançou um olhar furtivo e de novo ele o viu. Conhecia aquele rosto, por mais que suas vistas estivessem turvas, ele pode sentir seu toque também, era como uma leve pinicada que lhe causou um arrepio na espinha dorsal. Ele era real, ele estava vivo de verdade. Seus olhos se conectaram de maneira intensa confundindo entre os tons de azuis intensos de Cristian com os castanhos rajados que nunca deixou de esquecer. Esse olhar... David...
Seu cheiro era bom, lembrava o aroma da infância, do que eles passaram juntos. Nenhuma palavra foi trocada naquele momento. Cristian não conseguia processar nada, nenhuma bendita palavra. Estático ele encara o rapaz de traços levemente familiares que o remetiam ao passado misturando o suave e o cruel num rosto esculpido e perfeito.
— Olá, Almofadinha... — murmurou ele numa voz rouca e suave.  
Não era mais aquela voz arredia do garoto mal-humorado que ele conhecera. Era quase um ruído grave e irreconhecível.
— Mas como você não está morto? — Cristian entrou em crise. Se levantou depressa e se afastou aturdido e assustado. — Não! Não é você... Eu... só posso estar sonhando. Isso é loucura, você morreu! — Cristian estava confuso e com medo. Ele correu para pegar a bicicleta, mas foi interceptado, puxado pelo braço e girou de volta para aquele garoto estranho. Não conseguia negar que aquele era o mesmo olhar do David, o mesmo nariz, os mesmos lábios e as sobrancelhas que se franziam quando estava nervoso.
— Olhe para mim. Sou eu. — disse o garoto com firmeza. — Olhe!
Cristian o encarava com mais atenção. Seu estado de negação o impedia de perceber com clareza.  
— Não pode ser... — Murmurou aturdido e cheio de descrença, afinal era insano pensar que aquilo poderia ser verdade, o viu morto, enterrou seu caixão e viveu oitos anos tentando apagá-lo da memoria.
David havia mudado com o tempo, seu rosto parecia ter sido esculpido, o maxilar quadrado, lábios grossos e rosados, nariz fino e curto e sobrancelhas grossas sobre um olhar rajado. Seu cabelo era bem curto e castanho. Ele fitava Cristian que também havia mudado. O rosto perfeito e pálido como duas pedras azuis brilhantes. Olhos que ele nunca deixará de esquecer. Cristian suspirava ao perceber que o amigo estava tão bonito e forte, que ele havia crescido também e estava vivo! Usando roupas escuras e botas de couro e conduzindo um Jaguar negro como um tipo de homem das trevas ou algo tipo. Estava mais para um astro de futebol ou artista em ascensão que vivia na sombra de uma vida triste. O que era estranho.  
— Não real! Você não é real. — disse a si mesmo balançando a cabeça negativamente. Estava entrando em crise novamente. — Isso não tem graça, se estiver brincando comigo pare!
— Cris, presta atenção sou eu, David. — Disse ele numa voz aveludada.  
— Você morreu naquela noite David, a cidade chorou sua morte. Eu chorei sua morte isso não pode ser real. — Cristian não percebeu, mas estava chorando.
— Sofreu? — disse ele com certo ceticismo saindo de sua pose gentil e delicada.
Cristian o encarou com consternação, iria explicar, mas se limitou. Tudo aquilo era uma loucura. David morreu naquela noite e isso foi real. Todos esses anos sem sua presença acreditando naquilo. Oito anos de morte e todos se convenceram disso. Era verdade, ou apenas uma mentira doce? Apesar do desespero, ter a ligeira sensação de poder ver David outra vez, ali na sua frente, lhe trouxera uma certa satisfação por um momento. Um sentimento que há muito não sentia. Ele encarou David mais atentamente e pode perceber seus traços que traziam a lembrança do passado, afinal ele não era totalmente outra pessoa. Apenas tinha mudado, tinha crescido, tinha vivido.
— Como isso é possível. — Agora ele falava embargado sentindo uma forte emoção tomar conta de seu corpo. Era felicidade, mas colidia com seu medo. — Por que não voltou naquela noite hein?! Por que?!
David o segurou pelos braços para contê-lo, antes que desabasse. Cristian olhava para suas mãos tocando seu braço e aquilo ainda era inconsistente, não podia crer.
— Acalme-se Cris, está tudo bem.  — Disse David fulminando Cristian com os olhos. — Eu estou aqui, vai ficar tudo bem. — Sua voz era acolhedora, como um som perfeito.
David desprendeu seus dedos que apertavam os braços de Cristian e deslizaram para suas costa e o puxou para si não abraço apertado, o abraço que Cristian precisava todos esses anos e aquilo foi o que serviu para Cristian perceber que não haviam respostas mais concretas que responderiam a confusão em sua cabeça. David estava ali com ele e isso era o que importava mais do que qualquer coisa.  
— Não sabe o quanto eu sofri sem você. — Admitiu Cristian ao se confortar no abraço do amigo.
— Eu nunca quis isso. Nunca quis magoá-lo Cris. — Murmurou David com a voz apertada e controlada. — Mas tudo está bem agora. Vai ficar tudo bem.
Cristian podia sentir seu corpo estremecer com aquele abraço forte e quente, sentir aquele cheiro que a muito não se lembrava e logo a confusão na sua mente voltou, mas dessa vez era cheia de curiosidade, estava feliz por David estar vivo, mas como? Cristian se soltou dos braços de David e passou de um lado para o outro.
— Onde esteve todos esses anos?
Os lábios de David se moveram de forma lenta para falar, mas ele hesitou, mantendo o rosto rígido.
— Não é o momento ainda. — Assegurou ele com cuidado. —  Tenha paciência que eu poderei contar tudo que precisa saber. — Os olhos de David esquadrinhavam o rosto de Cristian com satisfação. — Quero poder aproveitar esse momento com você Almofadinha.
Cristian anuiu encolhendo os ombros de frio e depois mordeu o lábio inferior tentando compreender o que acabara de acontecer.
— Tem noção de que quase me matou agora? — Disse Cristian fazendo cara de bravo. — E por que está dirigindo esse caso?
David deu um meio sorriso exibindo suas covinhas na bochecha. Era um sorriso diabólico e malicioso. Era a primeira vez que Cristian via aquele sorriso estampado no rosto do amigo. Na verdade, aquela uma nova versão dele. Como uma espécie de “Exterminador do futuro”.
— Eu não queria que fosse tão sério. Queria apenas te assustar um pouco. — Disse ele desfazendo o sorriso. Seus olhos estavam apertados encarando o Cristian.
Cristian riu de desespero e ceticismo.
— Assustar? Isso não teve graça? — Cristian deu um giro desviando do olhar daquele garoto que ele parecia nunca ter conhecido. — Quer saber? Você estava morto e agora voltou oito anos depois. Quer mais impacto que isso?
David correu os olhos pelo ambiente um pouco irritado.
—Está certo, eu morri e voltei. Podemos cortar para a parte em que você me leva para a Sala da Justiça para gente relembrar os velhos tempos?  
Cristian riu forçadamente e virou para encarar David com clareza.  
— Eu vou para minha casa, e esquecer que isso está acontecendo. Tudo o que eu preciso é ir para cama e quando eu acordar tudo não vai ter passado de um sonho.
David se aproximou novamente de Cristian encarando-o, ele parecia inquieto e nervoso.
— Entra no carro, antes quero poder ver a Sala da Justiça. — Ordenou ele.
— Acha que pode mandar em mim? — Disse Cristian debochando.  
David pegou em seu braço com força e seus olhos eram fogo, o encarando fixamente. Cristian não reconhecia aquele e chegou e estremecer.
— Não me obrigue a levar você. — Disse ele entredentes e depois suavizou. — Por favor...
Cristian se desprendeu de sua mão pesada e dura concordando com aquilo.
— Tudo bem.
—Venha! — Ordenou ele de novo. Puxou Cristian para dentro de seu carro.
— Mas e a minha bicicleta?
— Ela está quebrada, deixe aí.
Cristian fechou a cara consternado.
— Você não vem? — disse David dentro do carro.
Cristian obrigou suas pernas a irem até lá, entrou no carro importado e fitou tudo a sua volta. Era um carro impressionante, todo sofisticado e arrojado, com painel de comando de ponta que ele nunca saberia como usar. Onde David aprendeu a dirigir? Pela lógica de tempo, nos ainda não completamos dezoito anos? Como David conseguiu esse carro? Onde ele esteve esse tempo todo? A mente de Cristian não parava de pensar, as perguntas surgiam e se multiplicavam bagunçando mais sua cabeça.
Pela estrada, seguindo para a reserva, David estava rijo com as mãos firmes no volante. Cristian o espiava de canto de olho, temia encará-lo de vez. Era estranho, não conseguia acreditar naquela situação, porem sabia que não era um sonho. Era real, tudo nele era real. Cristian olhou para fora e viu as arvores passarem por ele como borrões, fitou o céu negro com faíscas de raios brilhando cada segundo. E no reflexo do vidro viu o rosto duro e sombrio do amigo. Um jovem de roupas escuras e jaqueta de couro e uma expressão sombria nos olhos.  
— Eu nunca quis isso Cris, aquela noite eu estava correndo e num dado momento tudo escureceu e o som da chuva ficou abafado, eu não vi mais nada... — a voz de David tinha um tom sombrio, seus olhos também ficaram mais sombrios e distantes, como se a lembrança o perturbasse. — Quando acordei a única coisa que eu queria encontrar era você, saber se você estava bem.
O rosto de Cristian mudou de feição, não conseguia imaginar o desespero do amigo quando acordou sozinho, com medo e longe de todos. Sentiu um aperto no coração, e sua respiração ficou dificultosa ao se colocar no lugar dele.
— Mas agora você está aqui certo? — Disse Cristian com incerteza.
David retorceu o rosto um pouco, como se estivesse sentindo alguma dor. Seus lábios repuxaram.  
— É o que você queria não é mesmo?
Cristian deixou de encará-lo e passou a olhar pela janela. Sabia que era realmente aquilo que desejou naquele momento. Passou oitos anos lembrando do amigo e de como gostaria que ele pudesse participar de sua vida. Obviamente a resposta era sim.
— Onde esteve todos esses anos? — Perguntou Cristian com os olhos espreitados de curiosidade.
David fez uma careta e se mostrou inquieto de novo, como se aquelas perguntas o tirassem do sério. Cristian lembrou do temperamento exacerbado de alguém que odiava ser contrariado.  
— Como você é teimoso! — Arquejou ele para si mesmo.
Cristian afundou no banco de couro emburrado e frustrado por não matar sua curiosidade.  
O Jaguar negro estacionou na beira da estrada, num acostamento de terra. Os dois saíram do veículo e adentraram a mata escura numa trilha quase encoberta pela folhagem que crescera com o tempo. Era um caminho que apenas os dois conheciam.
— Isso me causa arrepios! — disse David rompendo o longo silêncio.
Cristian se manteve inerte com seus pensamentos fervilhando em sua mente confusa.
— O que aconteceu? O gato comeu sua linha?
— Eu que mais eu posso dizer! — Rangeu Cristian inconformado. — Está me deixando louco!
— Não seja impulsivo, vamos devagar... — disse David com cautela. — Além disso, não há por que surtar, eu estou vivo e isso é um fato. Vou te contar tudo que precisa saber assim que chegarmos na Sala da Justiça. — O tom de David era cômico, quase sarcástico. Nunca o viu falar daquela forma.  
— Não! — Exclamou Cristian. — isso está errado. Não pode aparecer assim como se nada tivesse acontecido, e dizer “olá velho amigo” como se isso não significasse alguma coisa.
David parou de caminhar e virou para Cristian com os olhos de aço.
— Preciso que confie em mim, não há nada pior do que ficar longe de tudo o que você conhece e sentir um vazio imensurável te corromper. Sentir vontade de morrer era uma das coisas que eu mais queria todos esses anos, pois se eu tivesse essa opção, com certeza ela seria escolhida.
Cristian o encarou perplexo, abaixou a cabeça e arfou com pesar. Os dois continuaram pela caminhada e finalmente chegaram à casa não arvore.  
David parou de andar e ficou ali observando, mesmo com tudo escuro e com a luz neblinada da lua, seus olhos se encheram de lagrimas. Cristian o fitou e pode ver o brilho nos olhos dele. Depois David abriu um sorriso perfeito e gracioso.
— Vamos! — disse ele.  
Cristian pareceu ter ouvido a voz dele Criança. As imagens de outro tempo se confundiram naquele momento. Os dois chegaram perto da casa de madeira irregular. Para Cristian ainda era uma casa velha e mal-acabada de infância, mas para David era como se o melhor sentimento que ele carregasse estivesse naquela casa de madeira. Era sua melhor lembrança.
David não hesitou e correu para dentro da casa da arvore. Cristian foi logo atrás e ficou observando o rapaz a sua frente, de modos distintos, mais alto que ele e mais forte como um atleta do time de futebol. Uma imagem que ele não conseguiu em todos esses anos construir do amigo. David no colégio ainda seria recluso, mas seria descolado, o garoto barra pesada que todos teriam medo, mas fariam de tudo para ser ou andar como ele.
— O que houve depois que eu sumi? — indagou ele.  
Cristian o encarou aturdido.
— Se passaram oito anos e muita coisa mudou David...
— Não sei por onde começar... — disse ele vasculhando as prateleiras ansioso para saber de tudo. O meio sorriso na boca dele era ligeiramente animado.
— Poderia começar me contando onde você foi parar naquela noite, o que acha? — Impôs Cristian.
David olhava cada Quadrinho que leu junto com Cristian quando era criança. Olhava para os desenhos que o amigo fez e no meio deles achou um com o rosto de um menino. Estava sorrindo graciosamente nos traços perfeitos de Cristian.  
— Eu acordei num quarto fechado, numa jaula saber de nada eu fiquei ali por muito tempo. — Seus dedos passavam pelos desenhos enquanto falava. — Eu não consegui contar. Não sabia que dia era aquele em que acordei, apenas percebi que os dias se passavam e eu continuaria ali. Passei uma noite atrás da outra chorando e pedindo a Deus que levasse minha vida embora, desejando que aquilo acabasse. Eu ficava doente e com frio e ninguém sequer aparecia para ver como eu estava. Quer saber como eu me sentia Cris? — Disse ele embargado.
— Por favor, pare! — disse Cristian sentindo náuseas. — Eu já entendi, e não quero imaginar que esse tempo todo eu fiquei aqui acreditando que você esteve morto e eu não fiz nada para salvar você. — Cristian tentava conter o desespero. Era demais sequer imaginar.
David ignorou e continuou:
— Até que ele apareceu e me levou para casa dele. O quarto não era melhor que o outro onde eu estava, mas também não era escuro e fedido. Tinham outras crianças como eu, e todos nós fomos forçados a trabalhar naquela grande mansão para aqueles homens. Acredite Cris, não foram os melhores anos da minha vida, mas eles me mantiveram vivo até hoje.
— Quem é ele? Quem são esses homens? — indagou Cristian intrigado.  
— Severo foi o homem que me comprou no mercado negro e me tirou daquele inferno em que eu fui jogado. Eu me juntei com outras crianças e nós trabalhávamos para ter o que comer e onde dormir e acredite foi o melhor que pude ter. Ele foi muito bom comigo nesse tempo todo. Me criou como um filho.  
— Isso é crime David! Tudo isso que você sofreu é crime! Precisamos resolver isso!
— Acho melhor não mexer nessa história Cris.
— Mas você está aqui agora, todos pensaram que você. — De repente Cristian se conectou a um fato importante de toda aquela história. O corpo. — O resultado da autopsia, aquele era seu corpo David, nada disso faz sentindo. Aquela jovem de vinte anos foi morta naquela noite. David o que está acontecendo?
— Eu não faço a mínima ideia, como eu disse, passei todos esses anos sem poder me conectar ao mundo e agora estou aqui. Eu quero descobrir tanto quanto você eu juro. — Disse ele olhando para Cristian com cuidado.
Cristian foi se acalmando os ânimos e relaxando já que as respostas não estavam ao seu alcance.
— Você tem um talento notável para qualquer coisa não ser desenhar. — Murmurou David com um risinho bobo de zombaria.
— Sabia que você diria isso. — disse Cristian murchando e depois recolheu os desenhos irritados.
David percebeu seu desanimo.
— Ei, o que houve? Não são tão ruins assim. — Completou soltando uma gargalhada.
O ambiente ficou mais descontraído e Cristian conseguiu relaxar tensão nos músculos.
— Meu pai também pensa o mesmo sobre isso, mas eu não ligo. Quero ser um artista.
— Você pode ser o que quiser Cris, o mundo é grande demais e a vida muito curta para deixarmos de fazer aquilo que temos vontade.
— Como pode dizer isso? Está livre de seu dono?
— Sim... — disse ele com certa incerteza. Seus olhos ficaram apertados e depois ele repuxou um sorriso.  — Eu estava brincando quando falei dos desenhos. Tem um talento incrível.
— Acha que tenho escolha, meu pai construiu aquilo pensando em mim e não posso desapontá-lo. Tenho enfrentado ele nos últimos anos, e não quero que isso abale minha relação com ele.  
— Isso soa estranho não acha? Nós éramos crianças e não tinhas preocupações com nada e agora o futuro parece ser tão assustador.
— Assustador foi chegar aqui naquela noite e perceber que você não estava bem atrás de mim, e nunca mais voltou.
David se aproximou cuidadosamente de Cristian e os dois ficaram cara a cara. David era um pouco mais alto que Cristian, seus olhos sobrepunham o de Cristian com certa imponência. Cristian queria analisar seu rosto, mas só o que conseguia era encarar aqueles olhos castanhos rajados.
Os lábios de David se moveram lentamente.
— Não precisa mais ter medo, eu estou aqui com você. — David desprendeu seus olhos dos de Cristian e correu para sentar no chão sobre as almofadas velhas e empoeiradas. — Venha e me conte o que eu perdi.
Relutante Cristian se forçou a ir até lá e se sentou um pouco distante do amigo.  
— Bem, meus pais ficaram super protetores e grudentos. —  Disse ele contragosto, mas começou a ficar à vontade. —  Se lembra da senhora Perez? Ela se mudou para outra rua, suas janelas estavam todas quebrada depois que brincamos de estilingue naquela semana. Erick entrou para o time de futebol e é meu amigo agora e namora a minha melhor amiga Ângela. Você teria adorado conhecê-la...  
David ouviu Cristian lhe contar tudo atentamente e depois seus olhos se fixaram no vazio.
— Não acredito que perdi tudo isso. — disse ele achando aquilo engraçado. O sorriso no seu rosto era espontâneo. — É complicado eu te contar muitas coisas sobre agora, mas eu estive pelo mundo com Severo, conhecendo lugares. Tabanga é quente até mesmo no inverno e Paris é linda a noite, e os alpes Suíços são magníficos. Severo me tirou dá um inferno e me mostrou o mundo, lugares que eu sempre pensei que poderíamos conhecer juntos. Vou levá-lo para muitos outros lugares que conheci, Tóquio, Nova Iorque, Cork entre outros. Todos esses anos sonhei com esse dia Cris, e agora estamos nele. — Murmurou David cheio de satisfação.
— Parece que sente admiração por esse Severo? — Murmurou Cristian intrigado.  
David desfez sua expressão vazia como se tivesse voltado para o presente e fitou Cristian com cuidado.  
— Eu só devo a ele minha vida Cris, sem ele eu não teria me mantido firme todos esses anos. Sem ele eu teria perdido minha sanidade e teria esquecido meu passado. Teria esquecido você.
Cristian caiu em frustração de novo. A curiosidade era perturbadora, apesar de acreditar que também deveria agradecer esse tal de Severo pelo que proporcionou a David todos esses anos. Isso era confortante e satisfatório.
— Você ficou mais alto que eu, achei que não passaria do chão. — Disse Cristian com um risinho distraindo a conversa.
— Você era um fracote e não mudou nadinha. Não pense que eu me esqueci. Seus olhos azuis e o penteado maneiro só ajudaram um pouco. — David riu graciosamente.
Como Cristian sentiu saudade daquele sorriso.
— Esse visual Heavy Metal é para mostrar que você é barra pesada? Não funcionou, está parecendo um personagem vampiro de filme adolescente. — disse Cristian num tom visceral.  
— Nenhuma garota reclamou até hoje. Elas até gostam. — Admitiu ele com certo orgulho. — E você com as garotas? Devem estar nos seus pés, eu aposto.  
Cristian ficou sério de repente. Como o assunto parou nesse ponto mesmo?
— O que foi? — David indagou estranhando seu semblante rijo de repente.
— Nada, eu acho que já esta tarde e eu preciso ir.
— Fique mais um pouco. —  Insistiu David. — Quero aproveitar o momento. Não temos muito tempo.
— Você vai embora?  
Cristian o encarou aturdido, afinal aquilo não era um sonho, era realidade e ele não podia voltar assim como um morto vivo e seguir com a vida.  
— Entenda que isso é complicado, mas que podemos nos ver sempre. Não vamos falar disso agora. Posso ver você amanhã? — Disse ele sem hesitar, seus olhos encarando Cristian incisivamente.
— Cl-claro. — Cristian gaguejou por um instante, mal conseguia processar as ideias em sua cabeça. Aquilo era um sonho. Tinha seu amigo de volta dos mortos e saber que poderia vê-lo fora dos sonhos era satisfatório. — Apenas me leve para casa... — completou Cristian exausto.
David anuiu e depois os dois saíram da Sala da Justiça e seguiram a trilha até o Jaguar Negro. Em poucos instantes eles estavam de volta a pista seguindo em direção a cidade. A neblina formou-se como um manto sobre a pista. David ligou o aquecedor e o som do carro. Cristian avistava a fora a floresta escura é a estrada com iluminação amarela. Logo seus olhos pesaram sentindo o cansaço dominar seu corpo e adormeceu.
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É quente, quente pra caralho Inverno na cidade Alguma coisa nesse clima Fez esses meninos enlouquecerem
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𝕷𝖎𝖋𝖊 𝖎𝖘 𝖆 𝕿𝖗𝖆𝖕
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MEU IMORTAL
5 - Não Passou de Um Sonho
Cristian? Cristian! — alguém o gritou depressa.
Cristian tentou disputar com meus olhos para saber quem era mais forte, mas ao terceiro grito o fez pular da cama. Sentiu uma forte pressão, como se algo esmagasse sua cabeça, depois virou os olhos para o relógio e se espantou.
— Droga — resmungou Cristian.
— Filho, levante ou vai se atrasar. — Disse sua mãe passando pelo corredor de sua porta que estava aberta. Ela abrira para chamá-lo da primeira vez.  
Já passara das seis da manhã e ele estava atrasado, mas com essa dor de cabeça, não importaria muito se perdesse a aula. Com um impulso ele obrigou seu corpo a ir ao banheiro. Ele ligou o chuveiro se despiu entrando debaixo da água quente fazendo movimentos circulares com o pescoço e com a cabeça dizendo repetidas vezes “tudo foi um sonho”. Ele não se lembrava do que havia sonhado, eram fragmentos que se passavam pela mente como: uma tempestade, carro preto, e David... Ele está vivo!  
Não sabia de seu paradeiro por oito anos e tudo desmoronou de repente em sua vida. David apareceu diferente, não pela idade avançada, muito menos pela sagacidade e temperamento egocêntrico. Suas roupas e o carro importado. Foi levado para uma vida de sofrimento longe de tudo e depois para uma vida de luxo. A frustração aumentou naquele instante de curiosidade e nenhuma resposta...
Após tomar banho Cristian se vestiu e foi para cozinha
Sentou-se no mesmo lugar de sempre e ficou olhando fixamente para a mesa fitando o vazio. Sua mãe se virou e se deparou com o jovem de aparência abatida e exausta, os cabelos desgrenhados.
— Bom dia, querido! O que houve com você? Pensei que não acordaria mais. — Disse ela com um sorriso delicado no rosto.
Cristian a encarou como se não soubesse disso. Seus olhos se espreitaram um pouco.  
— Só estou com um pouco dor de cabeça. — De repente ele sentiu um vazio dentro si. Sua memória era vaga e silenciosa. — Você viu que horas eu cheguei ontem?
Tentou se lembrar, mas a única coisa que se passava em sua mente foi de estar dentro do carro de David e adormecer.
— Querido, deixei mensagens na sua caixa postal. Sai para jantar com seu pai ontem, quando chegamos em casa e você já estava dormindo feito um anjo.
Por falar nele.
— Onde está meu pai?
— Ele teve uma reunião mais cedo com os fornecedores. Agora somos tivemos uma nova integração no grupo da empresa e isso nos trará novos investimentos. Deveria ficar orgulhoso.
Mais um motivo para que seu pai o force a entrar na empresa. Não entendia de negócios e muito menos o interessavam.  
— Estou super orgulho mãe, era o sonho dele. — Disse contragosto, mas fingindo alegria.
— É bom saber que está evoluindo Cris, seu pai terá muito orgulho de você quando entrar na faculdade e assumir os negócios da família. Ele passou a vida se dedicando a isso por nós.
Cristian lembrou que estava atrasado.
— Bem, agora é só você mãe. Tenho que ir, estou atrasado!
Cristian se levantou e pegou a bolsa para sair.
— Ah querido, chegou uma encomenda para você hoje cedo. Está na garagem. Pedi que avisasse quando solicitasse essas encomendas grandes pela internet. Não gosto de ser pega de surpresa.
Cristian a encarou confuso e pensou: Eu não comprei nada grande...
— Tudo bem mãe, desculpe, não pensei que fosse chegar tão cedo. — Mentiu, muito mal por sinal, mas não podia ignorar o fato de que tivesse algo a ver com David.  
Ao entrar na garagem ele viu uma bicicleta prateada 2000 último lançamento. A mais nova e mais cara da temporada. Sua mente voltou ao vazio de novo. Se perguntava como aquilo tinha ido parar ali. Mas era óbvia a resposta. David... Ele ignorou e montou na bicicleta. Era como uma Ferrari, novas marchas sem contar a leveza e agilidade.  
Ele saiu pela pista com sua bicicleta nova em direção ao centro de Selene. Enquanto seus pés faziam movimentos rápidos, ele só pensava na dor de cabeça que estava sentindo e em cada extremidade de seu corpo sensível por conta de uma febre interna. Pensou em voltar, tomar uns analgésicos e deitar até que aquilo parasse, mas seria pior ficar em casa com sua mãe tagarelando sobre qualquer coisa que ele não estava interessado naquele momento.
Cristian inclinou mais um pouco para ganhar velocidade na pista livre com alguns declives, mas abruptamente ele hesitou e freou bruscamente. O pneu da bicicleta derrapou e se fundiu com o grito da mulher que atravessava a rua cheia de sacolas. Uma das sacolas escapou e Cristian largou a bicicleta para correr e recolher. Pelo caminho ele recolhendo as latas, tentava controlar a respiração, ouvia os próprios batimentos cardíacos. Ao se aproximou da mulher que apenas o observava segurando o restante da compra.
— Obrigada. — disse ela com gentileza.
Cristian não tinha notado de primeira, mas quando a encarou fixamente, ficou consternado e surpreso ao mesmo tempo. Era a mãe de David, Miriam. Desde o funeral que ele não a via.  
— Miriam!
A mulher espantada o esquadrinhou um instante e logo o reconheceu.
— Pivete, como você cresceu. O que está fazendo aqui?  
Miriam mudou com o tempo, com quarenta e poucos anos, era vaidosa, vestia roupas modernas com bastante couro e jeans, seus cabelos eram ondulados e vermelhos e a maquiagem mais escura dava um ar mais sensual a sua personalidade sarcástica e sempre irônica. Uma versão melhorada daquela mulher desequilibrada que vivia uma vida totalmente disfuncional por conta da bebida e namorados estranhos.
— A senhora também está incrível. Estou indo para o colégio.
— Ei Guri, a senhora está no céu. Agora me dê isso vai. — Disse ela num tom ácido. Algo que não havia mudado. — Vai se formar esse não certo?  
— Com certeza. — disse Cristian analisando como Miriam melhorou com o tempo.  
— Boa sorte, e corre antes que perca a aula.
Miriam pegou as latas da mão de Cristian, lhe deu um beijo na bochecha e depois atravessou a rua em direção a um bar. Na placa estava escrito Hell’s & Grill. Ela tem um bar? Pensou Cristian sem acreditar que Miriam tinha achado um jeito de seguir em frente. Ela tinha um bar com uma faixada no estilo Pub com toldos verdes escuros sobre uma parte reservada para mesas ao ar livre. Miriam estava diferente e aparentemente segura de si.
— Foi bom vê-la novamente!
— Ah! Meu Grill vai inaugurar este domingo, venha jantar. Teremos coquetéis por conta da casa. Chame as caretas dos seus pais pivete. — gritou ela enquanto via Cristian pedalar de volta a pista.
— Está certo, pode deixar.
Quando chegou, foi como um tornado para sala de aula. A classe estava cheia e o professor virado para o quadro negro fazendo anotações. O ritmo da sala era agitado, enquanto o professor escrevia, todos aproveitavam para conversar.
 Cristian entrou e seguiu para o fundo da sala onde haviam cadeiras vazias, ele sentou-se numa ao lado da janela. Começou a tirar o material da bolsa e pôs-se a copiar a lição. Notou algo estranho na sala, talvez com toda aquela bagunça ninguém tivera notado também. Havia um professor novo na sala. Era um homem que de costas parecia mais jovem do que o normal, cabelos negros bem curtos e Cristian prestava atenção nos traços de sua escrita. Estranhou que ele não teria se incomodado com a baderna na classe, muito menos pelo fato de ter chegado atrasado.
Uma bolinha de papel caiu bem no meio do seu caderno, ele encarou a bolinha e depois outras caíram sobre seu colo. Ele ergueu os olhos caçando quem teria jogado e viu Ângela que estava na fileira do lado sentada logo atrás dele.
— O que houve com você? Parece exausto. — Sibilou ela.
— Enxaqueca. — Sussurrou. — Quem é? — indagou Cristian apontando com a ponta do nariz para o professor de preto.
— Chegamos e ele já estava aí todos ficaram quietos e de repente aqui virou a bolsa de valores. Ele nem fez a chamada ainda.
— Ainda bem!
Todos se voltaram para o professor que começou a explicar a meteria de repente.
— A cadeia alimentar é formada por níveis tróficos, vamos falar sobre o segundo nível trófico que são os Consumidores e vamos esquecer o resto todo.
Todos na sala o encaravam tentando entender o que ele estava fazendo, mal se apresentou e já tinha começado a aula. Que tipo de professor faria isso? Cristian o encarou e teve a ligeira sensação já tê-lo visto, como um dèjá-vu. O homem aparentava ter uns trinta e poucos anos, seu rosto era quadrado, o corte do cabelo era bem curto e seu nariz era torto e uma beleza rustica. Encarava a sala como um técnico de time de futebol ansioso para ver o time reagir.  
— Vocês sabem por que na cadeia alimentar o ser-humano está em primeiro lugar?
Ninguém respondeu. A aula estava interessante e Cristian e Ângela se entre olharam para ver quem responderia primeiro e Cristian teve a iniciativa.  
— Por que não temos predadores?  
— Isso é obvio idiota. — Soltou alguém lá no fundo da sala.
Todos riram e Cristian lançou um olhar fulminante para o fundo atrás do engraçadinho, mas o professor misterioso interrompeu.  
— E assim chegamos ao tema da aula de hoje crianças. Vamos explorar a história humana e descobrir se os mitos são mentira ou se algum dia existiram predadores que assumiam o topo da cadeia alimentar acima de nós como famosos os vampiros, lobisomens e outras criaturas que desafiam essa tese. E antes que eu me esqueça, sou Daniel Paiva, professor de História, não confundam minha aula com Biologia ou Ciências por favor. Ele lançou um olhar sobre Cristian incisivo.  
O sinal do intervalo tocou e todos saíram da sala num atino, Cristian arrastava seu corpo como se ele pesasse uma tonelada. Ângela estava ao seu lado impressionada.  
— Eu juro que nunca tinha visto algo parecido com aquilo.
— Com o que?
— Como nunca tivemos aula com esse professor. Não pelo charme dele é claro. — Disse Ângela absolutamente encanta.
— Ele deve ser novo aqui, também nunca o vi na cidade? Confesso que nunca passei a gostar tanto de história. — Cristian com um sorriso irônico.
— Nem me fale, por um segundo eu comecei a acreditar que vampiros existem.
Os dois riram e seguiram para o refeitório.
Depois de pegarem suas bandeiras com o lanche, sentaram-se numa mesa isolada.  Ângela sentou e começou a beliscar o sanduiche de atum com cenoura. Cristian mal tocou na comida, apenas bebia o suco de caixinha com lerdeza. Era a única coisa que conseguia digerir depois daquela noite.
— Está com um cara péssima e não quer me falar o que aconteceu?
— Já disse que foi uma noite ruim de sono, acho que vou ficar resfriado.
— Vou me convencer disso.
— O que aconteceu com Erick? — perguntou Cristian ao notar a ausência do amigo. Era uma forma de mudar o assunto.  
Ângela encarou Cristian com intensidade.
— Ele não pode vir a aula hoje. Teve problemas na família misteriosa. — Aquele era o tom que ela se referia quando algo a incomodava. Ângela era péssima em esconder suas reações e sentimentos, era acida e ao mesmo tempo doce, mas sabia deixar tudo muito salgado a vezes.
— Acha que é algo grave? —indagou Cristian preocupado.
Ângela arfou com um risinho.  
— Ele não me diria Cris, acho que ele é como aqueles jovens emancipados de famílias criminosas. Sempre tem problemas e não consegue me explicar, não me deixar ir na casa dele conhecer a família. Já estamos juntos a um ano e eu nem sei se ele tem mãe.
— Talvez ele tenha vergonha da família dele. Devem ser uma daquelas famílias estranhas e disfuncionais sei lá!
— Isso seria esquisito, mas não é um motivo para ele me manter afastada da vida dele. Parece que nosso relacionamento começou na escola e ele só fica aqui.  
— Talvez ele guarde um segredo gatinha. — disse Cristian num tom de mistério com ironia. — Talvez ele tenha um quarto vermelho da dor no quarto dele.
Ângela deu um grito e assustada tapou a boca com mão reprimindo uma gargalhada.
— Não seja idiota, isso é utópico, Erick é um amor e sabe fazer bem, mas não se compara ao Senhor Gray. Aqui entre nós.
Os dois começaram rir.
Cesar passou pela mesa encarando Cristian e depois acenou com a mão. Cristian desfez a cara ficando sério e sem jeito.
Ângela parou de rir ao ver aquilo.
— Bom, parece que não sou a única com problemas aqui?
— O que quer dizer?
— Cesar. É o motivo de estar com essa cara?
— Eh... Eu não... Estou... — aguentou Cristian sem ter o que dizer. Nunca compartilhou nada sobre seu caso com Cesar. Tinha medo de represálias.
— Não precisa esconder de mim que você é gay. — disse Ângela com tranquilidade. Aquilo soou de forma estranha nos ouvidos de Cristian. — Se estiver confuso, pode conversar comigo Cris, mas saiba que vou adorar se você for gay para o resto da vida. — Ângela riu com graça.
Cristian estava boquiaberto com o que a amiga tinha acabado de revelar. Nunca tivera imaginado como seria se Ângela soubesse disso, para ele, ela era a melhor parte de seu dia, pois eles falavam sobre tudo, menos da sexualidade dele é claro. De certo Cristian nunca determinou qual era sua orientação sexual. Nunca se interessou por meninas e seu primeiro contato com um garoto era como força que o conduzia com emoção e adrenalina.
— Como... sabia? Quero dizer, por que diz isso? — disse Cristian com dificuldade, quase não conseguia processar uma frase inteira.
— Sempre no banheiro do corredor do meio, que para a sorte de vocês está sempre vazio e depois da aula na quadra. Cristian, sou sua amiga desde o sexto ano, sou bastante observadora e você nunca demonstrou atração por nenhuma garota e sempre conversou mais sobre garotos comigo com naturalidade e você é bastante sincero. Com certeza você é gay!
— Shi! Fale baixo... Não estou atualizando meu perfil no Facebook ainda.
— Ok... — Ângela riu novamente com empoulgação. — Só acho que deveria conversar com Cesar, não sei o que houve entre vocês, mas ele gosta de você. E não me leve a mal, ele é um gostoso. Já viu o Instagram dele? — Ângela revirou os olhos de desejo.
Cristian seguiu a linha de visão de Ângela e olhou para trás, no final do refeitório Cesar estava conversando com seus colegas de time, mas não parava de olhar para a mesa onde Cristian estava com a amiga. Os dois se entreolharam por um momento. Cristian se virou para Ângela e a encarou.
— Não há o que resolver entre nós. Ele quer algo sério, mas não liga para as consequências de assumir para o colégio todo. Tenho medo de tudo que nós podemos passar.
— Não vejo problema nisso. Não existem consequências Cristian, apenas você com medo do mundo. As pessoas não têm nada a ver com sua forma de amar. A única pessoa que pode fazer o melhor por você, é você mesmo. Não por Cesar, nem por sua família ou amigos. É simplesmente por você Cris.  — Ela pegou em sua mão, seus olhos se conectaram de maneira incisiva. — Escute uma coisa, estamos em outro tempo. Em um tempo em que ninguém será colocado numa fogueira ou enforcado por ser quem realmente é, mas não quer dizer que você não será julgado. Você precisa ser forte todos os dias e lutar para que não tenha que viver escondido e poder ser feliz da maneira que é.
Cristian viu um brilho intenso nos olhos de Ângela como algo confiante e acolhedor. Como se aquele brilho iluminasse o abismo escuro e profundo dentro de seu peito. Ela o entendia como ninguém, tinha força em seus olhos e em suas palavras e uma coragem de enfrentar o mundo sozinha, sem medo de fraquejar. Ângela lutara sua vida inteira contra o preconceito e os olhares vorazes que condenam e odeiam livremente, sem razão ou necessidade. Ela era uma guerreira e ele a admirava por isso.
Durante a aula de Química o professor passava a matéria do primeiro trabalho do ano que valeria a maior nota do semestre. Seria bom se nas aulas o professor apenas falasse sobre um tema maluco ou apenas pedisse alguma tese de um livro qualquer, mas haviam suas exceções e eles estavam no final do colégio, nada seria tão fácil dali para frente.  
— Aff, ninguém merece. — Resmungou Ângela baixinho. — Trabalho em grupo logo no começo do ano letivo.  
— Pare de reclamar, é o último ano. Quem liga se terá um novo trabalho a mais ou não. O que importa é que vamos para faculdade. — Disse Cristian cheio de empolgação.  
— Não quero ser estraga prazeres, mas lá sim nós teremos trabalho de verdade. — Completou Ângela arfando na cadeira.
— Montem os grupos Crianças e boa sorte. — Disse o professor, após colocar os critérios no quadro negro.
Era uma espécie de MasterChef Estudantil, onde os alunos teriam que levar alguma ciência da cozinha, uma receita e explicar quais fases levaram para chegar ao ponto final e apresentar no dia seguinte. Ângela e Cristian ficaram empolgados com o tema e ansiosos para começar o trabalho.
— Quer ir na minha casa hoje depois da aula? — Sugeriu Cristian. — Aproveitamos e assistimos a um filme.
— Claro, já que meu namorado está com problemas misteriosos com a família misteriosa dele. — disse ela terminando de copiar as regras na lousa.  
— Não faço a mínima do que podemos trazer. — disse Cristian pensativo. Não havia intensão de mudar de assunto com relação a Erick, mas seria bom distrair um pouco.
— Precisa ser saboroso e fácil de fazer. — Completou Cesar que se inclinou para frente interrompendo a conversa dos dois.
Cristian olhou para trás com uma expressão carrancuda.  
— Desculpem eu me intrometer, mas o professor definiu grupos de três. Poderia me juntar a vocês? — Perguntou ele num tom presunçoso.
— Claro! — Ângela respondeu antes que Cristian pudesse mover os lábios para dizer o que já havia projetado em sua mente. Um “Não!”
Cesar pegou a cadeira vaga ao lado e sentou discutindo com Ângela qual seria a receita. Ela ficou empolgada com as ideias dele.
— O que acha Cris? — indagou Ângela. — Bolo ou Pudim?
— Pode ser Bolo. — disse ele fora de contexto da conversa.  
Também estava desgostoso pela intromissão, desde o verão estava disposto a evitar Cesar para que o envolvimento deles não se torna-se algo tão sério. Cesar estava querendo algo mais e Cristian não podia dar. Aquele sentimento o frustrava em saber que teria que escolher viver tranquilamente sua vida sem que o mundo descubra sua intimidade e ariscar ser o centro das atenções e alvo de comentários e represálias.  
— Então na sua casa depois da aula? — questionou Cesar tirando Cristian de sua linha de pensamento.
Cristian o encarou meio perdido, apenas viu aquele sorriso estampado no rosto perfeito. Sabia que ele tinha más intenções e que sua presença não fazia pensar direito. Só lembrava dos beijos e das mãos de Cesar transitando por suas costas.
— Cl-claro. — Gaguejou confuso.
O sinal tocou e todos se levantaram correndo para se livrarem de outro dia cheio. A tarde estava quente e era possível aproveitar o resto do dia, no parque Linear em volta do lago Braga, na praça central em frente da Igreja e comer cachorro quente e Cristian não fazia ideia do que o esperava naquela tarde.
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