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joycesoarespsi · 4 days
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A vida não é uma corrida. Precisamos desnaturalizar a ideia adoecedora de produtividade e utilidade que reverbera na psicoterapia. Por uma clínica que seja o espaço do tempo não linear, não de mudanças repentinas e adestramentos, mas uma clínica do contraditório e do absurdo, uma clínica que, na medida do possível, possibilita a construção conjunta de pontes e sentidos, que desnaturaliza o que está posto, ciente de que não conseguirá abarcar a complexidade da vida. É no movimento, nas idas e vindas, nas oscilações e incongruências da vida, que podemos encontrar o que é importante e no que nos alicerçarmos. Às vezes, no entanto, esse movimento nem sempre é externo/visível, o que não significa que seja menos real ou relevante. Ele o é, como representante de uma revolta: o resgate da nossa humanidade, o momento de recolhimento e introspecção necessários em um mundo que demanda tanto por uma resposta imediata, que tudo seja resolvido de um dia para o outro e que tudo tenha uma utilidade. Que fique claro: este post não se refere às urgências da vida precarizada que são, sim, muito válidas! Mas a como, ideologicamente, somos moldados em todas as esferas da vida, para corresponder a ideais de rapidez e eficiência. A sua ansiedade, no sentido aqui proposto, responde a quem?
➡️ Psicóloga Joyce Severo Soares | CRP 07/40411
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joycesoarespsi · 5 days
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joycesoarespsi · 11 days
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Qual o lugar da técnica na psicologia? O do controle? O da mera adaptação a um contexto adoecedor? Se estivermos falando de uma psicologia hegemônica que tem o DSM a tiracolo, infelizmente sim. Este post, no entanto, não pretende negar a importância de uma técnica ou de um recurso bem colocado e bem pensado. Aí está o ponto! Entender tais ferramentas como parte de um projeto singular que encontra sentidos e entrelaçamentos com a história de vida do indivíduo em psicoterapia. Regulação emocional, técnicas de relaxamento, recursos terapêuticos são fatores importantes quando atendem a uma perspectiva de potencialização da autonomia e fortalecimento. Mas não podem, de forma alguma, ser ferramentas de adestramento de subjetividades e incômodos.
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joycesoarespsi · 17 days
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joycesoarespsi · 21 days
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joycesoarespsi · 21 days
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“O método de Stutz” e algumas reflexões sobre a depressão
Tempos atrás assisti um documentário intitulado “O método de Stutz” em que o ator Jonah Hill inverte os papéis com o psicoterapeuta junguiano, fazendo-o falar sobre a vida e seus anos de trabalho, e tenta desvendar as nuances dos métodos de tratamento utilizados por ele. Vou tentar traçar algumas associações com as ideias que Stutz aborda ao longo do documentário, mas a partir da PHC (Psicologia Histórico-Cultural). Que fique claro, isso não é uma tentativa de correspondência entre abordagens com bases epistemológicas completamente diferentes (PHC e Psicologia analítica), apenas algumas elaborações e associações minhas que vão nos ajudar a pensar um pouco sobre a depressão.
A partir dos casos atendidos e anos de atuação, Stutz concebe uma ideia que chama de “Força Vital”, fazendo referência à vontade, o que queremos fazer e o que nos caracteriza como pessoas. Também, articula a relação dos seres humanos em três aspectos principais: com o corpo, com os demais e consigo mesmo. Stutz fala que toda a sua forma de tratamento da depressão tem como base pensar em alternativas que contemplem esses três aspectos da Força Vital, provocando algum grau de alteração em comportamentos e pensamentos que estejam enrijecidos (comportamentos e pensamentos que acabam alimentando um ciclo de culpa, vazio e perda de sentido). São, portanto, recursos que priorizam uma mudança de rotina e de hábitos (relação com o corpo), a identificação e busca por uma rede de suporte para o indivíduo (relações com os demais) e a escrita sobre os próprios sentimentos como um dos mecanismos organizadores do psiquismo (relação consigo mesmo). Partindo disso, é preciso salientar que essas ideias, apesar de serem nomeadas de maneira diferenciada por Stutz, não são nenhuma novidade na Psicologia.
Na PHC, poderíamos chamar esse processo de busca por alternativas como “reorientação das atividades” do sujeito. A partir da PHC há a retomada, reelaboração e reestruturação de sentidos e significados que mobilizam funções psicológicas superiores (como o pensamento, memória, atenção, volição, emoções, consciência, etc), visto que todas essas funções estão em uma relação dialética umas com as outras e com o meio. A PHC entende o ser humano como um ser integral e ainda traz, como um ponto-chave, a ideia de instrumentos e signos Mediadores: próprios do Humano e sua relação de trocas com a cultura; a cultura que nos modifica e é por nós, seres humanos, modificada.
Para além do articulado por Stutz a partir da abordagem junguiana, os instrumentos e signos mediadores, para a PHC, podem ser muitos. É tudo aquilo que serve de ponte para a construção de uma relação mais equilibrada conosco e com o mundo. Um filme, por exemplo, pode despertar lembranças desagradáveis ou agradáveis, servindo de meio para um fim na psicoterapia, resta questionar por que esse filme provocou tal reação, quais reflexões ele possibilita acerca do que o indivíduo vivencia particularmente; uma música pode seguir pelo mesmo caminho, assim como um livro ou mesmo ferramentas lúdicas típicas da Psicologia que nos auxiliam nesse processo: o Baralho de Emoções, por exemplo, que serve para psicoeducação e identificação/nomeação das emoções. Todos são instrumentos mediadores da relação entre nossas necessidades, motivos e ações no mundo. Além disso, a própria linguagem é o signo mediador de todo esse processo. Comunicar pode possibilitar novas formas de pensar e compreender a realidade em um contexto clínico em que há a intervenção e mediação do psicoterapeuta.
A depressão também é vivida de maneira particular por cada indivíduo, tendo especificidades que dizem respeito ao cenário de vida e cultura. Entretanto, é comum ouvir relatos de indivíduos que se sentem paralisados, vazios e sem a mesma disposição para as atividades diárias. Partindo da perspectiva da Psicologia Histórico-Cultural, esses fatores apontam para uma reelaboração dos motivos que estruturam e guiam a atividade transformadora no mundo. Dito de outra forma, compreender por que a vida, para o sujeito, perdeu o sentido, por que mesmo seus hobbies, trabalho ou estudo parecem desconectados dele mesmo, por que faz o que faz, quais os motivos parecem, de alguma maneira, alienados (ou seja, sem ligação com essas atividades que desempenha na realidade); entender, ainda, o caminho de surgimento das percepções distorcidas, os diferentes sentidos que atribui às experiências vividas, buscando a história do adoecimento em causa e quais os mecanismos que essa mesma história nos possibilita visualizar para pensar em caminhos alternativos e reestruturantes que potencializem a autonomia.  
Não estamos falando, portanto, de ter uma postura impositiva no tratamento das depressões, com afirmativas do tipo “faça o que eu digo e será curado” ou “você VAI sair curado daqui”. Fujam de qualquer profissional que age dessa forma. Frases desse tipo deixam implícito que o indivíduo em depressão é passivo no processo, apenas recebendo fórmulas mágicas que mudarão a vida de um dia para o outro. Na PHC, pelo contrário, o sujeito é ativo. Ele resgata a própria história e faz as próprias elaborações. Ele busca, com a mediação do psicoterapeuta, as próprias respostas e saídas. 
Assim, vislumbra-se a depressão não como algo biologicamente determinado, mas como um possível produto no percurso do desenvolvimento, do entrelaçamento dos aspectos culturais e biológicos. É importante refletir, por exemplo, de que forma uma sociedade individualista, atomizada, consumista e que culpabiliza os sujeitos por questões por vezes estruturais da sociedade, influencia o indivíduo em suas relações com o mundo e com ele mesmo. É, portanto, também na possibilidade de trocas com o meio e seus Mediadores (conforme comentado anteriormente), que esse indivíduo buscará por outros caminhos de desenvolvimento.
Ainda sobre o documentário em si: tenho mais algumas ressalvas que não pretendo compartilhar, pois esse post já ficou enorme. Apesar disso, acho que vale a pena assistir porque proporciona algumas reflexões interessantes.
— Psicóloga Joyce Severo Soares | CRP 07/40411
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joycesoarespsi · 24 days
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joycesoarespsi · 1 month
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Criatividade em uma sociedade cansada?
A cisão entre cognição e afeto e, como tal, a ruptura da personalidade e dos sentidos e significados que formam o nosso núcleo motivacional, são processos em causa fortemente influenciados pela dinâmica social da divisão de classes e pelas leis de acumulação e consumo, visto que, como seres histórico-sociais, somos impactados pelo modo de produção vigente. Nesse sentido, a alienação não é apenas a alienação do produto do trabalho, mas a alienação da atividade humana como um todo, do gênero humano e das relações, de modo que as possibilidades de desenvolvimento diferem significativamente para a classe trabalhadora — a que vende sua força de trabalho por um salário. As oportunidades de humanização ficam restritas àquilo que a classe consegue ter acesso, apenas garantindo a reprodução do seu lugar social. Como, nesse contexto, podemos falar em criatividade? Em desenvolvimento humano? Em “autoconhecimento” ou "aprimoramento de habilidades", quando as condições concretas são limitantes?
Com essas indagações em mente, podemos apontar não para uma resolução definitiva ou para uma sequência de dicas "infalíveis", mas para uma forma de resistência que se inscreve na contradição: buscar desnudar o real para agir criticamente e sem idealizações, compreendendo que o sintoma também pode ser uma forma de inconformismo; o papel da psicoterapia pode ser limitado, dadas as condições por vezes individualizantes e seu histórico atrelado a uma ideia de "domesticação e normalização" de formas desviantes de ser, mas podemos repensar este espaço como o espaço da potencialização de um sujeito ativo, que tensiona o que está "dado" pelo modelo de sociedade, repensando a sua inserção na realidade (o que produz afetos positivos versus o que reserva um lugar de subjugação), buscando práticas que façam sentido para si e o amparem nesta inter-relação, bem como trocas com o outro que o fortaleçam e movimentem.
Artigo que serviu de base: ALMEIDA, MR de; SCHÜHLI, Vitor Marcel. Psicopatologia e Psicologia sócio-histórica: notas preliminares. Anais do Encontro Brasileiro de Educação e Marxismo, Florianópolis, SC, Brasil, v. 9, 2011.
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joycesoarespsi · 1 month
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O tempo, esse carrasco...
Você já percebeu que vivemos em um contexto em que o simples ato de sentar e olhar o movimento de um parque já não nos basta mais? Nosso tempo precisa ser milimetricamente tomado por uma ou outra atividade que, por sua vez, precisa dar esse ou aquele resultado, para que assim possamos nos engajar em uma segunda e terceira atividade da nossa "lista infinita de coisas que fazemos automaticamente e rapidamente". A lógica produtivista nos tomou de tal forma que todos os aspectos da nossa vida passaram a ser julgados a partir da performance e do resultado. Mas será que em meio a tanta pressa, a ponteiros que só giram e giram e giram, e listas infinitas de "coisas para fazer", há espaço para o que há de mais subjetivo? Há espaço para refletirmos sobre por que fazemos o que fazemos? Há a possibilidade de pensarmos se o que fazemos está realmente de acordo com o que queremos? Aliás, há, sequer, espaço para chegarmos à conclusão do que de fato queremos, ou tudo não passa de um joguinho perverso de "faça ou fracasse" no modelo de sociedade no qual vivemos? Quando mesmo nossos hobbies são atravessados por esse modo de funcionamento, está na hora de apertar o botão do pause e voltar a si mesmo: o que eu faço faz sentido para mim ou estou tentando, por todos os meios, corresponder a um ideal ilusório de sucesso?
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joycesoarespsi · 2 months
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Falar sobre suas experiências é, também, organizá-las; situá-las no plano psicológico, atribuindo-lhes um outro lugar com voz ativa. É claro que, o ato de falar, por si mesmo, não levará a mudanças estruturais em certas dinâmicas, mas dar voz e atribuir sentido às experiências de uma vida possibilitam reflexões que nos nutrem e servem de combustível para os futuros movimentos necessários ou não. Afinal, para o agir, para a concretização de algo, é preciso um processo de compreensão, assimilação e ressignificação.
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joycesoarespsi · 2 months
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joycesoarespsi · 2 months
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joycesoarespsi · 2 months
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joycesoarespsi · 2 months
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joycesoarespsi · 2 months
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Em Vigotski, considera-se a unidade dos aspectos fisiológicos e psicológicos, apontando para a urgência de levarmos em conta a dimensão subjetiva e objetiva nos estudos da psicologia, visto que todo ser humano expressa o tempo histórico como produto e produtor, uma herança filogenética, e uma cultura que deixa marcas no corpo e no psiquismo e que, ao passo em que é apropriada, é, também, constantemente transformada (NUERNBERG; ZANELLA, 2003).
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joycesoarespsi · 2 months
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joycesoarespsi · 3 months
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A geração Z e a tal "frustração"
Recentemente vi um psicólogo no Instagram comentando sobre a "incapacidade da geração Z de lidar com a frustração". Também, em outras ocasiões, vi conteúdos desse tipo com muito engajamento, mas a única coisa que passa pela minha cabeça é: um profissional assim realmente consegue olhar para a REALIDADE? Para a violência crescente que condena os jovens negros? Para o preço dos aluguéis? Para o custo de vida em geral? Para a falta de garantia de uma aposentadoria a longo prazo? Para a precarização e o processo de uberização do trabalho, além da crise climática que afeta muito mais as famílias periféricas?
É muito mais fácil individualizar esse assunto porque assim o profissional se apega a resoluções simplistas e de poucas reflexões. Faz-se uma associação a uma suposta característica intrínseca de uma geração, apagando o recorte de classes, citando supostos "aspectos culturais" de maneira vaga (só para não apontarem determinismo, mas colocando o uso excessivo de tecnologia como uma das raízes e não uma das consequências para uma parcela da classe média jovem). Assim, adota-se uma postura do tipo "olha só como você, jovem frustrado, desempregado e sem muita perspectiva no capitalismo tardio, precisa aprender a ter RESILIÊNCIA". Acho que esse é mais um dos exemplos que entra na categoria da "massa de conteúdos" produzidos por Psis de maneira irresponsável em redes sociais.
A "resiliência" que tantos profissionais têm abordado ultimamente parece só mais um assunto sem muitas implicações, mas o que há por trás disso é um discurso que quase se assemelha ao estilo "coach": busca-se adestrar o indivíduo "reclamão", que não pode apontar as adversidades e violências cotidianas sem ganhar o rótulo de "pessoa tóxica" ou "fraca".
É claro que não vou conseguir atingir uma parte da população em situação de maior vulnerabilidade com esse post, mas com o pouco que posso fazer, digo a você que está lendo isso: você, jovem, tem o direito de estar frustrado, tem o direito de sentir raiva diante de tanta insegurança! Sei que é impossível não se sentir culpado diante de tantas cobranças e julgamentos, mas saiba que isso não tem a ver com uma suposta "inabilidade" para a vida. Estamos vivendo tempos difíceis.
➡️Psicóloga Joyce Severo Soares | CRP 07/40411
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