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#josé de alencar
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woke up with a half baked idea for an Aurélia Camargo/Capitu fanfic why is my brain like this
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no-wings-no-angel · 1 month
Note
Quero ouvir você falar sobre Senhora! Principalmente o que você acha do final.
Estava amando esse livro, aí o final foi bem... Ah, tá. Esqueci quem estava escrevendo e em que contexto.
Mas não chegou arruinar o livro para mim, porque a Aurélia é muito diva! (Acho que eu não li Diva).
Faz uma década que eu li, devia reler
Oi oi!! Perdão pela demora!
Meu amor por Senhora é incompreendido e eu tenho muitos Pensamentos Pensantes a respeito. (Uma coisa importante pra saber é que a fonte disso tudo é As Vozes da Minha Cabeça).
É um breakdownzão da Aurélia e do Fernando e da dinâmica dos dois isso aqui.
É bem textão. Ninguém nunca me pergunta sobre Senhora, essa é a oportunidade!
O casamento é estabelecido em Senhora como um contrato, uma transação, puros negócios. O afeto entre os noivos é algo secundário. Não é muito diferente da forma como seria visto na mesma era na vida real. A diferença chave é a Posse: tradicionalmente, nesse casamento católico (estamos na era pré casamento civil) a mulher torna-se posse de seu marido, anteriormente ela era posse de seu pai. Em Senhora, o marido é posse da esposa, e não há passagem de pai para marido.
A Aurélia em geral é uma heroína pouco convencional para a época: apesar de muito jovem ela tem muita consciência das suas próprias finanças e muita experiência de vida, ela passou de miserável para milionária. Ela sabe o quanto as coisas valem para quem não tem nada, mas ainda sim sua fortuna é um ‘cativo submisso’ (ou algo assim, não tenho certeza da quote), meios para um fim. Ela também subverte ao ser plenamente independente, não só financeiramente mas socialmente mesmo, o tio dela é só um guardião legal, não tem domínio algum na vida dela, ela é órfã de pai e mãe e o irmão também é falecido. Ela é sozinha no mundo.
Mas a mulher é vista como dependente do parente homem mais próximo. Aurélia tem essa falta na figura que faz na sociedade. Falta o ‘acessório indispensável para a mulher honesta’, o marido.
Ela acredita que possam ter casamentos por amor, mas entende a influência da riqueza da noiva na equação. Ela se posiciona então como compradora, proprietária, se refere aos possíveis pretendentes pelas quantias que pagaria por eles.
Aí que entra nosso outro protagonista.
O Fernando é um absoluto duas caras, e a pior parte é como ele não percebe. Para ele, sair a passeio no cassino, no teatro, no baile ou qualquer outra parte bem vestido, na última moda, fumando do mais caro e voltar para uma casa pobre com uma família que nem tem o prazer de um passeio no parque é normal. Ele acha certo liquidar não só o próprio salário mas também a pensão do pai falecido com futilidades, aparências, ao invés de preocupar-se com as duas irmãs, coisa que seria função dele como quem tem controle das finanças da casa. Se acha no direito.
Ele não só sabe da importância de aparentar riqueza, mas acha plenamente natural o teatro das aparências. Ele desmancha o noivado com a Aurélia só porque a Adelaide é mais rica. Para ele a decisão é muito simples: Amava a mais pobre? Sim, mas e daí? Podia amar a rica também, se se esforçasse. Você desmancha uma negociação pouco proveitosa, faz outra mais próspera. Matemática simples.
Para ele, amor é algo da poesia, algo de sonho. Não vem necessariamente no casamento. Ele acredita na dita ‘amizade conjugal’. Por isso que, ao receber a proposta de casar com uma milionária desconhecida, ele aceita. Ele depende dessa noiva. Ele pede o dote adiantado até, de tão fudido que ele tá.
Mas perante a sociedade, Fernando é um senhor, um bom moço. De boa família, que vive bem.
Logo depois do casamento, a Aurélia o ultraja, chamando ele de homem vendido, criado, traste, item de luxo dela, a coisa toda. (Essa cena é incrível, ela arranca uma confissão inteira dele, ‘guardei meus beijos para ti’ ‘para mim ou PARA OUTRA MAIS RICA’. 10/10 sem comentários.) Desde então eles estão nessa corda bamba do divórcio. O casamento foi separação de bens. O Seixas tem que pagar o dote de volta. E ele gastou parte dos 100 contos já. Ele está essencialmente preso à Aurélia. Um devedor. Um homem comprado, caro demais pelo que realmente vale. Ele nem usa as roupas que ela comprou pra ele, os sabonetes, perfumes, pentes, nada. Tranca com chave. Até escova de dente ele foi comprar com vendedor ambulante pra não ter que usar nada dela.
Pra mim a melhor parte é o teatro dos recém-casados felizes, ‘sejamos miseráveis, mas não ridículos’ (de novo, não tenho certeza do quote, faz tempo que li). Eles tem um absoluto desgosto um pelo outro. Tem essa cena em específico que o Seixas fala na cara dura que se casou só pelo dinheiro, de cara séria, a Aurélia confirma, dizendo que pagou caro, não com dinheiro mas com o coração. Aí todos acham que foi um gracejo. Ele constantemente tocam nessa ferida, já que pra todo mundo parece que esse arrumadinho de procedência duvidosa casou um uma milionária por interesse (o que é verdade), mas eles fazem graça disso.
Em certos momentos, eles parecem prestes a se apaixonar de novo, mas ou um ou o outro relembra que são casados, que Fernando é uma posse, que ele lhe deve os cem contos. E tudo volta para a estaca zero. Como quando ela desmaia no baile, e pede pro Fernando ficar com ela um pouquinho, ele se preocupa com os convidados. ‘De que me importa essa gente? Você é meu’ mas então ela completa ‘é meu, pois paguei muito caro para tê-lo’
Pra mim o final faz sentido como purificação do relacionamento da Aurélia e do Fernando. Quando o dote é restituído, ele se tornam iguais. O dinheiro foi o que os separou, depois o que os reuniu, e agora que eles estão livres dele por contrato, podem ficar juntos. Isso também volta logo que ele o Fernando deixa a Aurélia, quando ele pergunta se ela poderia amar um homem com quem não se casaria, ela diz que obviamente conseguiria.
Os dois crescem nesse nove meses casados. Os dois percebem as falhas deles na sua relação com o dinheiro. Fernando percebe o quanto errou com Aurélia, ao deixar a mulher que amava por outra mais conveniente. Aurélia vê que não pode resolver tudo com dinheiro, como esperava. Ela pensava que depois de xingar até a 5ª geração do Fernando no dia do casamento ele pediria perdão e seriam felizes. Por mais básico que seja isso, eles precisaram aprender a não ver um ao outro como objetos de valor, mas pessoas. ‘Ciúme é o zelo do senhor pela coisa que lhe pertence, seja essa coisa inanimada ou não’.
Não sei exatamente o que incomoda nesse final, acredito que o ‘aquela que ultrajou-te a tens aqui a seus pés, feliz porque te ama, senhor de minha alma’ (ou algo assim). Me incomodou também. Mas eu vejo isso como uma explicitação da dinâmica deles: Aurélia é senhora de Fernando pois o comprou, é dona dele de corpo. Fernando é senhor de Aurélia pois ela o ama, é dono de sua alma. Eles parecem se completar, dessa forma. Mas obviamente é um texto de seu tempo.
Enfim, falei falei falei. Eu adoro esse livro.
O TL;DR é: eu gosto de relacionamentos estranhos e não convencionais. O amado como posse, propriedade. É uma dinâmica legal. Acho que Senhora é literalmente um dos únicos romances heterossexuais que eu gosto, sem brincadeira.
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peaceinthestorm · 2 years
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Antônio Diogo da Silva Parreiras (1860-1937, Brazilian) ~ Iracema, 1909
[Source: masp.org.br]
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latamclassiclitbracket · 11 months
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Senhora - José de Alencar
Senhora é romance urbano do escritor brasileiro José de Alencar, publicado em 1874, na forma de folhetim. É um dos últimos romances de Alencar, publicado três anos antes da morte do escritor. Da mesma forma que Iracema, Senhora é juntamente com Lucíola um dos pontos altos da sua ficção citadina e de atualidade. O final feliz é a ultima parte do desenvolvimento do romance — agora em clave de maior densidade psicológica — do motivo do conflito entre o amor e o interesse, presente desde os primeiros livros, notadamente A viuvinha.
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Senhora - José de Alencar
Senhora is a novel written by the Brazilian writer José de Alencar. It was first published in 1875, two years before the author's death. It was the third book by the author about the position of women in Brazil's 19th century Rio de Janeiro society (the other two being Diva and Lucíola), published under the pseudonym G.M.
Read more about this novel on Wikipedia.
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crwstie · 1 year
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Compreendo que um homem sacrifique-se por qualquer motivo nobre, para fazer a felicidade de uma mulher, ou de entes que lhe são caros; mas, se o fizer por um preço em moeda, não é sacrifício, mas tráfico.
— Senhora, José de Alencar.
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umavidaemcadalivro · 5 months
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rabbitt3en · 1 year
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Tu dizes que me amas; eu o creio, eu o sabia antes mesmo que me dissesses.
José de Alencar, Cinco Minutos.
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encantosdobrasil · 2 years
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Tentei lhe dizer muitas coisas, mas acabei descobrindo que amar é muito mais sentir do que dizer.
E milhões de frases bonitas, jamais alcançariam o que eu sinto por você.
José de Alencar
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capitulo-zero · 11 months
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Espero-te como a flor desfalecida espera o raio de sol que deve aquecê-la, a gota de orvalho que pode animá-la, o hálito da brisa que vem bafejá-la. Porque para mim o único céu que hoje me sorri, são teus olhos; o calor que pode me fazer viver, é o do teu seio.
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books-core · 6 months
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Indicação: Lucíola - José de Alencar
Lucíola é uma história de amor narrada por um dos seus personagens principais, Paulo Silva, que em cartas dirigidas à senhora G.M. (pseudônimo de José de Alencar) traça o perfil de sua amada, Maria da Glória. Ela é uma rica cortesã do Rio de Janeiro do século XIX que assume o nome de Lúcia. Publicada em 1862, a obra retrata um Rio de Janeiro aburguesado e tradicional, como pano de fundo para um amor idealizado.
fonte: Luciola - 1ªed.(2016)
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Onde ler;
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suspirocotidiano · 2 years
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As grandes sensações de dor ou de prazer pesam tanto sobre o homem, que o esmagam no primeiro momento e paralisam as forças vitais. É depois que passa o entorpecimento das faculdades, que o espírito, insigne químico, decompõe a miríada de sensações, e vai sugando a gota de fel ou de essência que ainda estila os favos apenas libados.
Lucíola – José de Alencar
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no-wings-no-angel · 9 months
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if only there was some great online Discourse around romantic-period brazilian novels out there like there is around english language novels… i would die for it tbh
(buy yourself a husband. not any husband, but one of great value, the only man you ever loved. the one you despise now for leaving you for a wealthier bride. then show him his own hypocrisy. humiliate him in your wedding night even. treat him as any other piece of furniture in your luxurious mansion in Rua das Laranjeiras. criticise the decadent bourgeoisie if you feel like it, the market of marriages, the unfaithful grooms. how corrupted your once pure love for him and his pure love for you became once money got involved, back when you were both young. so naive so innocent you were back then. you will make him feel so guilty, make him sick, make him unable to eat, to stare you in the eye after the absolute insult you inflicted upon him. he will call you Lady not as a man calls his wife, but as a servant calls his master. because under the true contract that is legal marriage, he is yours to keep. and still it pains you so much to do this to him. if only he apologised for all the wrongings in his past, dear, you would fall to your knees and take him back in a heartbeat. only if he would be so humble to do that. but your beloved Fernando is a man full of pride, he would never. on the other hand, Aurélia, you are an impossible woman. and it drives him insane.)
But yall wont cooperate with me!! Let’s talk about them and Be Very Normal about it!!!
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toria-needs-coffee · 2 years
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ana-citou · 1 year
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Esse vácuo do coração que não tem uma afeição no mundo, e que passa como um estranho por entre os prazeres que o cercam
(pág 34)
José de Alencar - Cinco Minutos
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expectoro · 7 months
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Passei essa noite cheio de teu pensamento e de tua imagem.
Lucíola, escrito por José de Alencar
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kaynes-secret-blog · 3 months
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Speaking of classics
FUCK YOU JOSÉ DE ALENCAR FUCK YOU I HATE YOU NO MATTER WHAT THEY SAY YOUR BOOKS ARE TRASH JOSÉ I HOPE MACHADO DE ASSIS REALLY FUCKED YOUR WIFE
ok thats it
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