tu: onde você gosta de cheirinhos?
eu: mais no pescoço.
e nos cabelos
(meus cabelos são cheirosos).
e também nas maçãs do rosto,
ali chegando pelos olhos.
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Responsabilidade Afetiva
A boca e a garganta são para comer, vê-se que.
Os peitos são para mamar.
O corpo é para foder.
A bunda? A bunda também é para comer.
Come, esfola, deixa murcha.
Para fazer isso, bastou dizer que amava. E ela?
Ela deu todas as coisas, sabendo e não sabendo o contrário.
Deu, sim. Na esperança, entenda, na esperança justamente de que ele a amasse depois.
Comida, mamada, fodida e nunca mais uma mensagem, nem para dizer adeus.
Latinha amassada, garrafa de plástico, cupom, nota fiscal sem valor, casca de ovo, papelão do ovo, casca, ovo estragado.
Aqui um borrão de lágrima
Ela nunca teve a importância das coisas.
Ele dizia que a amava, fazia que tinha ciúmes e pedia para comer o cu.
Ele dizia que a amava, fazia que tinha ciúmes, que sentia saudades e pedia para ela gravar um vídeo abrindo bem a bucetinha.
Ele dizia que a amava muito, fazia que tinha ciúmes, que sentia saudades, dava bom dia e boa noite e explicava que não queria nada sério.
Ele dizia que a amava muito, fazia que tinha ciúmes, que sentia saudades, dava bom dia, “comeu direitinho?”, “está fazendo o quê”, “bom dia, amor”, “boa noite, amor”.
Comeu o cu, gozou com o vídeo, não teve nada sério e um dia parou de responder às mensagens.
Não, ele não morreu.
Goza de saúde.
Goza.
Ela é que foi morta e descartada. Dejeito. Objeto desgastado. Objeto nunca amado.
Ela-mulher.
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“I like sleep. My life has a tendency to fall apart when I’m awake, you know?”
— Ernest Hemingway
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The coward and the deceitful woman
Na quinta, você quis me ver nua, porque eu era sua.
Na sexta, você me odiou, porque eu tinha sido de outros.
No sábado, você disse que eu não tinha vergonha na cara.
No domingo, você disse que estava comigo.
Na segunda, você não disse coisa alguma.
Na terça, você me chamou de meu amor.
Na quarta, você disse que eu era um peso.
Eu fui embora. E você foi Otelo.
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Teu silêncio retalhou meu peito, em tiras sanguinolentas e ensurdecedoras.
@contakah
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Desleixo
Abandonei a vigilância e fechei os olhos, na distraída, mas convicta esperança de não te enxergar mais.
A-HA-HA!
Virei refém e carcereira.
Àquela altura, eu já deveria saber que o segredo para me livrar do teu ruidoso acampamento sob as minhas pálpebras não era cerrá-lo no íntimo da minha escuridão,
Mas deixar a luz entrar.
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Public Meltdown
Vi-te, de longe, feito segredo e livro aberto
E com minha alma, por tua causa, desvairada
Desejei ser teu
Mas o teu espírito, tão teu e tão livre,
Fez-me a medrosa bater em retirada
Pois seduziu e afugentou o meu
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