destino jaemin
não há nada tão misterioso, místico e maravilhoso quanto o tempo. este tem suas artimanhas, suas invenções e conexões inexplicáveis que levaram você até jaemin.
notas! esse pedido foi feito pela minha bebê, @jaemingold. é inspirado em duas músicas: monalisa, do djavan e invisible string, da taylor swift. se você curte ler com música, recomendo essa (especialmente no momento "o dia"). é uma bobeirinha bem fofa, espero que gostem.
jaemin x leitora
soulmate!au; akai-ito (cor diferente no fio); 3.3k
!não foi revisado!
Dois anos antes
Numa das mesas vazias da sorveteria perto do parque também vazio está a menina cuja qual se prepara para o último ano de escola.
O recesso de inverno é sua parte favorita do ano, a paz que a paisagem alva enfeitada de pequenas luzes douradas ou coloridas exala lhe é muito cara. Este é o período no qual escolhe recintos aleatórios para passear, sempre acompanhada de si mesma e um livro na bolsa.
Decide-se a cada dia por lugares onde é costume ir no verão, assim, acaba sendo a única freguesa muitas vezes. A melhor parte, caso lhe perguntem. Por isso, a sorveteria Frigidarium te atraiu. Ao entrar no ambiente aquecido e ver apenas os funcionários, suspirou de alívio. Bingo.
— Boa tarde, senhorita. Obrigado por nos escolher, fique à vontade para escolher uma mesa. Irei até você. — o homem atrás do balcão cumprimenta com educação, mas parece nervoso e atrapalhado.
Um aceno de cabeça e um obrigada sussurrado foi o suficiente. Após achar conforto em um dos cantos, retomou a leitura que tinha iniciado no metrô.
— Você é uma das minhas, sorvete é até no frio. Quais sabores vamos querer hoje? — ele já está com a caneta a postos.
— Eu amo sorvete! — sorri como uma criança feliz. — Pistache, chocolate belga e baunilha, por favor.
— Que combinação, hein? — o senhor ri com vontade, mas logo interrompe o riso com um estalo nos lábios. — O menino que me ajuda está super atrasado hoje, mil perdões pela bagunça.
Não tinha reparado, porém não era tanta assim. A agitação do homem vem de dentro, observa.
As horas passam como as horas num dia de inverno deveriam passar, lentas o suficiente para render bem o dia. Terminou bem uns três capítulos e mais quatro sabores de sorvete antes de decidir que era hora de partir, teria uma jornada muito mais gélida de volta deixasse o Sol se pôr.
Preocupado, o homem aperta o casaco grosso contra o corpo enquanto percorre a área com os olhos pela enésima vez à procura de Jaemin. O moleque nunca se atrasa assim! Pelo contrário, é pontual, responsável, simpático. O que será que aconteceu?
Para o alívio do coração frágil do mais velho, uma figura apressada aproxima-se ao longe. É, finalmente, Jaemin, depois de ter ficado preso limpando a escola às ordens da professora mais malvada que já existiu na face da Terra.
Ao passo que Na alcança a esquina, você deixa a sorveteria e despede-se, agradecendo a atenção do atendente caridoso. Assim que vira de costas para caminhar, o menino chega na frente do senhor, repousando as mãos nos próprios joelhos e revela a respiração ofegante pela corrida extensa.
— Perdão, senhor. — Jaemin pede entre os suspiros. Retoma a postura ereta, as mãos apertam os ossos do quadril. — Tenho um motivo, juro.
— Ah, garoto! Não me assusta mais assim.
Um ano antes
Jaemin nunca imaginou que seria a pessoa a sair de casa para estudar em outra cidade, parecia um sonho distante. Na verdade, não tinha passado por sua cabeça viver longe da família, não seria capaz. Cuidar de sua mãe e seus dois irmãos mais novos tinha tanto gosto de felicidade que não pensava em abrir mão disso, até que recebeu a carta de admissão de uma faculdade que nunca tinha aplicado.
Obviamente foi uma tentação. Aquilo perturbou tanto a cabeça do jovem que o fazia acordar todas madrugadas para encarar cada palavra digitada naquele simples convite. As letras pareciam brilhar algumas vezes, um tom dourado que ele sempre justificava como imaginação fértil.
Decidiu ir após um dia longo no trabalho, não poderia estacionar a vida por ali. Decisão tomada, as dores de cabeça e letras douradas sumiram, mas a sensação de estar sendo puxado para o que parecia certo crescia ao passo que o dia da viagem chegava.
Primeira vez que viajou de avião sozinho, primeira vez pegando um táxi sozinho, primeira vez carregando todas as suas coisas em malas que lhe foram doadas, primeira vez que teria uma oportunidade de conhecer a si próprio, pensar apenas em si.
O motorista do táxi sentiu compaixão pelo jovem menino e o ajudou a carregar todas as malas, o carro ficou lotado. Jaemin sentou-se no banco da frente para facilitar o transporte, e ainda assim, o espaço em seu colo estava sendo aproveitado também.
— Você é tão jovem, parece minha enteada… minha filha. — diz o motorista, tentando oferecer uma conversa amigável ao garoto visivelmente assustado. — Veio para a faculdade?
Jaemin suspira e solta um risinho para ser educado, o medo mal permite que ele interaja.
— Sim, sim. Vim estudar música, senhor. Composição, na verdade.
O senhor exclama em animação, como se a maior coincidência tivesse acabado de ser revelada.
— Minha filhota também! Em qual faculdade?
— Instituto SAE, senhor.
— Ah… — declara um pouco decepcionado. — Ela vai estudar na Academia JAM.
— Meu amigo Renjun também! Talvez um dia a gente se conheça…
— Espero que sim, rapaz. Ela seria uma boa amiga pra você, sabe? Nós nos mudamos recentemente para não deixá-la sozinha aqui, e agora estou trabalhando mais enquanto não encontro outra coisa melhor. Ela não queria, disse que não queria mais dar trabalho, mas a gente insistiu. Menina de ouro.
Um breve silêncio paira no ar, Jaemin não sabe o que responder, só consegue pensar que sua vida está começando agora. Ele precisa ser responsável pelas próprias decisões daqui para frente, tudo depende dele somente. Não é como se sua família o tivesse abandonado, pelo contrário, dão todo apoio do mundo aos seus sonhos. Porém a distância…
— Por falar nela… — o motorista interrompe os pensamentos do garoto e aperta o dispositivo à sua frente para atender a ligação. Por causa do bluetooth, Jaemin também faz parte da conversa. — Oi, filha! Tô com um passageiro, seja rápida.
— Oi, papai.
No exato instante que sua voz preenche o carro, a tontura e preocupação do mais novo cessam, sente uma calmaria acalentar o peito. Em volta de seus olhos há certa cintilância, o que ele pensa ser vertigem.
— Cheguei no dormitório agora pouco, minha colega de quarto foi super simpática. Uma veterana de piano, fiquei tão feliz.
O brilho aumenta conforme sua fala se estende. Jaemin pensa estar passando mal, procura alguma razão em volta de si que explique o as partículas douradas flutuando sobre sua visão. Sem justificativa, a confusão contorce suas expressões ao perceber que, ao fim da ligação, também se vão as poeiras brilhosas. Estranho.
Vez ou outra esse pó mágico, como Jaemin apelidou quando criança, se apresentava em situações aleatórias. Na infância tudo é mágico, porém à medida que amadurecia, ficava mais difícil acreditar — e entender — do que aquilo se tratava. Quanto mais raras tornavam-se as aparições, menos pensava nisso. E assim pretende continuar.
5 meses antes
Se pudesse voltar no tempo, diria a si própria para não confiar no cara mais desejado do campus. Óbvio que todo esse papinho de estar apaixonado era mentira, de escrever músicas de amor (foram todas recicladas, por sinal), de prometer ser sempre seu… Tudo. Mentira. Como caiu na lábia dele?
Sabe bem. Era só Doyoung pegar o violão que tudo parecia certo, sua tática de sedução infalível. O que ele falasse ao tocar qualquer acorde, olhando nos seus olhos, viraria voto secreto.
Bem, os olhos outrora hipnotizados por toda beleza do homem, hoje se abriram. Numa das festas de um famoso quem popular do campus, pegou seu situação fiel no meio de uma pegação bem intensa com outras duas calouras.
Não permitiu que ele chegasse até você, foi rápida ao se esconder entre as pessoas. Doyoung também não insistiu muito, não valia a pena.
Mesmo com vontade de chorar, engole as lágrimas junto com uma mistura poderosa num canto qualquer. Pouco distante dali, na sala, estão Renjun e Jaemin, haviam chegado há pouco, quando o primeiro decide procurar pelo banheiro.
— Eu já volto, não sai daqui.
Jaemin revira os olhos. Até parece que encararia essa avalanche de gente sozinho, obviamente esperaria o amigo no mesmo lugar.
Renjun se espreme entre os espacinhos que sobram para a passagem, bufando ao levar esbarrões que o atrapalham de tomar a direção que procura. Na verdade, já não reconhece mais em que parte da casa está. Fica na ponta dos pés para se localizar, batendo os olhos diretamente em você. O sorriso que estica os lábios se desfaz ao notar o olhar perdido, a expressão decepcionada e copos vazios por perto, além do meio cheio que está em uma das mãos. Boa coisa não pode ser.
— Junnie! Oi! — a voz esganiçada denuncia o estado no qual o álcool te deixou, nunca o cumprimenta assim sóbria. — O que você tá fazendo aqui?
— Que bom te ver também, coisinha. — implica, refrescando o paladar com o seu drink. — Qual foi dessa cara de bunda, hein?
Inúmeras possibilidades de resposta passaram pela cabeça de Renjun, menos a sua reação de fato. Parece que a pergunta era a gota que faltava para que você quebrasse, não é capaz de conter as lágrimas. Vergonha, decepção, humilhação, todos os motivos se combinaram. Cobrindo a face com as mãos, se permite botar para fora por uns minutos.
— Vou pra casa, Jun. Desculpa tomar seu tempo assim.
Por mais dramática que a bebida te fizesse, desta vez realmente se sente culpada de ter dado um banho de água fria na diversão do amigo.
— Eu levo você.
— Não!
Ele leva um susto com a sua rispidez, até afasta o braço que estava prestes a entrelaçar-se ao seu.
— Não precisa, Jun. Aproveita a festa, é sério.
— Para com isso. Te levo e volto, o máximo que vai acontecer é eu nunca mais ver esse dinheiro do uber, e… — você o belisca para retrucar a brincadeira, ele ri. — talvez o Jaemin fique meio puto.
— Jaemin? Quer ir procurá-lo?
— Deixa ele aí rapidinho, a gente não vai demorar. O seu dormitório não fica tão longe. — finalmente engata os braços, já direcionando os dois para fora do caos.
— Renjun, eu posso ir a pé. Dez minutinhos não é muita coisa.
— Exatamente, por isso mesmo, não é nada, eu já vou voltar. Fora que ir a pé agora é sinistrinho, não posso deixar.
Os dois se dirigem para fora sem que Jaemin veja, apesar de Renjun tê-lo procurado pro alto. Realmente não sente tanta falta do amigo assim, acaba encontrando dois colegas de sala por coincidência e não demorou muito para que ele retornasse.
Esta foi a última vez que um quase separou você de Jaemin.
Um dia antes
Renjun espera Jaemin chegar em casa pulando um pouco de frio pela brisa surpreendentemente gélida esta noite. A jaqueta e a calça jeans não estão dando conta do frio, e o garoto reza para que o amigo chegue logo. Suas preces foram atendidas rapidamente, pois a figura forte do garoto se aproxima da porta de casa com um olhar curioso e um sorriso no rosto.
— Tá com saudade de mim, Junjun? — ele provoca, causando um revirar de olhos no outro.
— Abre logo essa porta, tá frio pra caralho.
Entrando no apartamento quentinho, Renjun suspira de alívio e se joga no sofá na primeira oportunidade que tem enquanto Jaemin larga as sacolas de mercado na mesa da cozinha.
— Ao que devo a visita? — Jaemin indaga ao retornar para a sala e fazer companhia ao amigo.
— Amanhã você tem compromisso?
Na parece pensar, e logo sacode a cabeça negativamente.
— Ótimo. Minha amiga vai se apresentar e você vai no recital comigo. Não reclama, eu já comprei seu ingresso.
— Eu nem disse nada. — ele lança uma das almofadas bem no abdômen do amigo. — Tá bom, ué. Se é pra ir, eu vou. Ela toca o quê?
— Piano.
— Ihhh, qual foi esse sorrisinho? Você gosta dela?
O silêncio sepulcral segue a cara de horror de Renjun.
— Não?!
— Sei… — faz uma expressão desconfiada só de sacanagem.
— Definitivamente não, para de graça. — ele suspira, não querendo dá-lo o gostinho de cair em suas provocações. — Enfim. Amanhã às sete da noite, a gente se encontra no Centro e pede um uber, pode ser?
Jaemin concorda, e eles seguem conversando sobre qualquer coisa. Ele concorda sem saber que absolutamente tudo faria sentido a partir daquele encontro.
O dia
Apesar do trânsito caótico da cidade, chegaram com antecedência ao evento e, uau, está lotado. O burburinho toma conta do teatro enquanto os dois procuram o lugar privilegiado que Renjun havia conseguido, onde a acústica favorece e a visão não deixa a desejar.
De repente, após já sentados, o silêncio é pedido e atendido imediatamente. O primeiro solista entra sob aplausos contidos e inicia sua apresentação belíssima, Jaemin parece vidrado. Vez ou outra sentia choques de realidade do porque amar tanto música, e este momento se classifica assim. O violoncelo é um de seus instrumentos favoritos, por isso se deixa tocar pelas notas tão únicas e refinadas, quase não percebe quando termina o número.
— Ela já é a segunda. — Renjun sussurra com discrição, acordando o amigo de seu transe.
Os holds já haviam trazido o instrumento pesado até o palco quando Jaemin abre os olhos novamente. Na coxia, você respira fundo algumas vezes e dá os primeiros passos em direção ao banco com graciosidade, os aplausos estão abafados aos seus ouvidos.
A quietude preenche o recinto outra vez ao passo que um zumbido perturba seus pensamentos, mas logo se vai ao pressionar as primeiras teclas com os dedos trêmulos. Renjun sorri em apreciação, orgulhoso da sua primeira composição sendo mostrada ao mundo. No entanto, Jaemin não sorri.
Tudo que consegue ver é você, rodeada daquela mesma poeira dourada que ele conhece. Só que agora, há uma quantidade extravagante dela. Ele tampa a boca em formato de O, mas sua mão também está brilhando. Será que todos podem ver?
Ele procura algum sinal em volta e não encontra nada. Fitando os próprios dedos, ele vê que há um fio reluzente amarrado no mindinho, que se estende de cadeira em cadeira, sobe ao palco e… Ele só pode estar ficando maluco.
O outro lado do fio está atrelado ao seu mindinho.
A sua mente gira. O que é toda essa luz? Mal consegue enxergar as teclas de tanto dourado, suas digitais também parecem estar sendo puxadas para fora do palco, especialmente onde está o nó brilhante. A ansiedade de errar na frente de tantas pessoas desregula a sua respiração por uns segundos, até que você fecha os olhos e confia na própria memória. Por trás das pálpebras vê um sorriso desconhecido que acalenta o desespero, e sem perceber, imita o gesto. Assim, nem parece mais você a tocar o piano. A melodia sai tão naturalmente e leve que nem sente esforço nenhum sendo feito.
A melodia cessa, e as luzes se vão também, os aplausos e as exclamações de “bravo!” assustam você e Jaemin, os trazendo de volta para a realidade. Para ele, tinha acabado ali, só conseguia pensar em você nas outras três apresentações. Ao final, Renjun tira da mochila um pequeno arranjo de flores que havia guardado com cuidado e convida Jaemin para seguí-lo até o corredor, onde você estaria.
Ao ver Renjun, seu sorriso nervoso se torna um sincero, e vocês se abraçam em celebração. Ele te entrega o singelo mimo com alegria, rasgando elogios sem fim.
— No meio da música, parecia que você tinha se desligado completamente e só existia o piano. Foi lindo, lindo, lindo.
— Obrigada, Jun. Eu realmente me desconectei, não sei… foi estranho, mas tão bom. — você confessa animada, notando uma segunda presença por perto.
Hipnotizado é pouco. Jaemin está encantando, vidrado, nervoso, completamente focado no seu rosto, nos seus trejeitos. Chega a ser esquisita a forma que ele está se comportando.
— Ah! Esse é o famoso Jaemin. Jaemin essa é a… irmão, acorda!
Jaemin chacoalha a cabeça, completamente desconcertado.
— Eu tava, hm, é… distraído. — limpa a garganta e estende a mão para você. — Prazer, viu?
No aperto de mãos, você nota certa dormência em volta do dedo mindinho e, obviamente, ele também. Não só isso, ao reparar mais detalhes do rosto do menino, você confirma que o sorriso que vira durante a apresentação pertencia a ele.
Isso só pode ser loucura, não é?
Parecia cada vez mais real.
Mesmo tendo decidido seguir suas vidas, a curiosidade não findava. Especialmente depois de uma série de encontros aleatórios, quase diários.
Uma vez na esquina do trabalho, trombou com Jaemin, e a dormência nos dedos apareceu de novo.
Depois no metrô, entraram ao mesmo tempo, um de cada lado, e quase caíram um em cima do outro.
Outra vez foi em um domingo ensolarado, se encontraram no mercado comprando exatamente os mesmos sabores de sorvete, pistache, chocolate belga e baunilha.
Era sempre meio estranho, risinhos simpáticos para disfarçar aquela vontade absurda de perguntar se o outro tinha sentido e visto as mesmas coisas. Aquela saudade inexplicável na hora de se despedir, quando algo dentro de si pedia aos berros para que ficassem.
As coincidências ficaram insuportáveis, e Jaemin decidiu tomar uma atitude e testar sua teoria. Ele calmamente passeia pelo parque mais vazio e distante do Centro da cidade, escolhendo um dos bancos de madeira pintados de verde para sentar-se. Se você aparecesse ali, realmente seria um sinal, e não poderiam mais ficar quietos sobre o que vinha acontecendo.
Impressionado, aliviado, mas pouco surpreso, o garoto sorri ao te reconhecer de longe. Você está ouvindo música, dançando pelo caminho e se aproximando devagar. É costume seu vir ao parque quando precisa espairecer sem ser incomodada.
Jaemin se levanta e te espera chegar, ainda não tinha sido visto. As mãos enterradas no bolso da calça entregam o nervosismo, o estômago está revirado de borboletas.
Ao avistá-lo ali, seus pés travam, porém não consegue esconder o sorriso. Era o sinal que havia pedido ontem à noite, antes de dormir. Você se aproxima cheia da coragem que havia se permitido sentir e o abraça forte, tão forte que ele se perde por alguns momentos. Os braços fortes, no entanto, envolvem sua cintura com uma intimidade familiar, apesar de ser a primeira vez que se tocam assim.
Jaemin é o primeiro a se afastar, bem pouco, deixando que os rostos se admirem bem de perto. Ele ajeita seus cabelos e você acaricia as bochechas macias dele com certa devoção.
— Eu preciso fazer uma coisa. — sussurra como um pedido, encarando seus lábios e depois seus olhos.
Você assente, novamente tímida, mas se entrega, cerra as pálpebras e espera a próxima ação do garoto. Com delicadeza, ele repousa os lábios sobre os seus e inicia um beijo doce, lento, repleto de carinho.
Ao mesmo tempo, como uma miragem, vocês se veem crianças, correndo numa pracinha da cidade natal. Na sua cintura e na dele, o fio dourado se estica e se contrai conforme os movimentos da corrida entre os vários brinquedos.
A cena não se demora, avançando no tempo. No mesmo ponto de ônibus para ir à escola, você e Jaemin quase se cruzavam todos os dias. Um subia no transporte, o outro chegava. E, mais outra vez, o fio os atrelava, como uma promessa.
Depois, as cenas ficaram mais recentes. Jaemin era o menino atrasado na sorveteria e também o qual seu padrasto não parava de tagarelar sobre, você descobre. No dia da festa na qual descobriu a traição de Doyoung, no meio de toda aquela gente, o fio reluzente continuava a conectar vocês dois até que, finalmente, se viram pela primeira vez e chegaram até aqui.
— Você também viu? — você pergunta baixinho, separando o beijo com alguns selinhos.
— Vi. Demorei a vida toda pra te ter. — ele ri, sem acreditar que esse tipo de coisa é real. Depois de tanto tempo achando que tinha tomado decisões erradas, ele percebe que tudo colaborou para que vocês dois se encontrassem.
— Eu nunca mais vou te deixar. — sua promessa remenda todas as mágoas e dúvidas no coração de Jaemin, que te toma nos braços de novo.
Desde sempre, e para sempre, conectados para que se achassem, se cuidassem e amassem. Muitas vezes os dois se questionaram sobre o amor, sobre as circunstâncias de tantas mudanças, porém tudo passou a fazer sentido por causa do outro, e nunca permitiriam que isso escapasse.
82 notes
·
View notes
Como mais uma noite comum, no pavilhão do acampamento, os semideuses se reuniam para mais um jantar. O ambiente era acolhedor com a fogueira queimando ao fundo e com todo o local recém construído após o desastre do dia da festa dos líderes. O brilho suave das tochas dispostas estrategicamente ao redor do espaço junto com as mesas de madeira e o aroma tentador de comida fresca flutuando pelo ar, uma mistura deliciosa de especiarias que abria o apetite de todos os presentes criava uma atmosfera bem tranquila para a noite. Risadas e conversas animadas preenchiam o pavilhão, cada mesa representando um chalé com seus moradores trocando informações sobre o dia cheio que tiveram até então.
O céu noturno se estendia sobre o acampamento, a lua parecia seguir escondida por trás de um véu de nuvens espessas, as estrelas há tempos não eram vistas, apenas aquela penumbra sombria era conhecida ultimamente pelos campistas. Essa única parte incomum já parecia ter se tornado parte da rotina, há quanto tempo não viam o sol nascer corretamente ou a lua tomar o espaço do céu noturno? Olhar para o céu pareceu perder a graça quando já não se tinha nem as estrelas para contemplar e talvez tenha sido por essa falta de interesse de olhar para cima que todos perderam o primeiro sinal: Relâmpagos.
Como luzes fracas e pouco chamativas, os relâmpagos começavam a aparecer nas nuvens que cobriam o céu. Em seguida vieram os raios, os barulhos agora dos trovões sendo mais perceptíveis, cortando a escuridão da noite e finalmente atraindo a atenção de todos que, aos poucos, se calavam. Era apenas um aviso de que a chuva da madrugada começaria mais cedo naquele dia ou um novo mau presságio de que algo estava prestes a acontecer? Os semideuses trocaram olhares nervosos, todos já começando a ficar tensos em seus lugares. Alguns levavam as mãos para as armas que carregavam as deixando já em cima da mesa, outros tentavam agrupar as crianças para que fosse mais fácil protegê-las de alguma ameaça.
Mas o que vinha não era algo ruim. Inesperado, sim, mas não ruim.
Enquanto a atenção parecia estar no céu, na entrada do pavilhão surgia uma figura esguia, com vestes brancas e simples. A fumaça verde saía de seus olhos, os passos robóticos e não naturais eram a indicação de que ela poderia estar de pé… mas talvez não estivesse ali. Rachel Elizabeth Dare, o Oráculo.
Seu cabelo ruivo parecia perfeito como sempre, os cachos bem arrumados e iluminados agora à luz dos relâmpagos. “É a Rachel?” uma voz infantil soou no meio da mesa do chalé de Deméter. Os semideuses se espantaram, Quíron se endireitou na mesa principal e Dionísio …. suspirou. Lá vamos nós de novo, pensava o deus.
Mas para surpresa até de Dionísio, Rachel, com a voz alta que era projetada para cada canto do pavilhão, começou com uma simples mensagem: “Eu, Zeus, através do Oráculo residente, reivindico a atenção de todos vocês. Atenção, a mensagem não será repetida. Estou ciente da situação do Acampamento. Embora muitos de vocês acreditem que nós não nos preocuparmos com a segurança de vocês, estão enganados. E é por isso que hoje, nesse momento, convoco semideuses para realizarem missões que irão decidir o rumo desse refúgio. O lar de vocês, o Olimpo e o mundo estão em perigo.” Suas palavras pareciam carregadas com o peso do destino não só daqueles presentes ali para ouvir, mas de toda vida na terra. Conforme Rachel falava, o ar ao redor dela parecia vibrar com energia que a fumaça verde emanava. Os relâmpagos e raios no céu continuavam a iluminar o local junto com o fogo das tochas e ninguém ousava interromper o que acontecia.
A ruiva caminhou até Quíron e Dionísio, o papel que ela segurava em mãos foi deixado na mesa na frente de ambos. “Os nomes dos semideuses que estão sendo convocados para as missões. Eles serão os líderes. A cerimônia de escolha das equipes deve ser feita por vocês.” as sobrancelhas de Dionísio subiram em surpresa com isso, os campistas normalmente escolhiam suas equipes mas colocar ambos os diretores para designar os nomes? Em todo o seu tempo de castigo, isso não tinha acontecido.
O Oráculo virou-se novamente para os campistas pois agora a fala voltava a ser direcionada aos jovens que assistiam com espanto e inquietação a situação. “No sótão estão os pergaminhos com as instruções das missões, cada líder deverá receber um. A partida é obrigatória, quem recusar, estará recusando uma ordem direta minha e as consequências serão inimagináveis. O destino do mundo, do Olimpo e do Acampamento está nas mãos de vocês. Boa sorte.”
Com as últimas palavras sendo ditas, Rachel despencou no chão de joelhos. Curandeiros correram para ajudar a ruiva, era nítido que ela estava mais uma vez de volta ao véu do Espírito de Delfos. Os olhos desfocados, em voz baixa murmurando palavras desconexas.
O silêncio pairava no pavilhão pois ninguém parecia estar disposto a falar algo então foi Dionísio quem quebrou aquele clima. “Bem, parece que finalmente vou conseguir me livrar de alguns pestinhas!” ele soltou uma risada alta, completamente satisfeito com a diminuição de campistas que aconteceria nos próximos dias dentro dos limites do acampamento. “Vocês ouviram o manda chuva, amanhã a cerimônia de revelação das equipes irá ocorrer no Anfiteatro. agora será que alguém pode me trazer uma nova coca diet? Estão muito devagar, como querem sobreviver a essas missões?” reclamou. Quíron parecia finalmente sair daquele estado taciturno, levantando-se para impor sua presença de maneira tranquilizadora aos campistas que já começavam a murmurar nervosamente entre eles nas mesas. “Acalmem-se, minhas crianças.” ele começou, atraindo os olhares ansiosos para si. “As missões sempre ocorreram e sempre vão ocorrer. Amanhã após o jantar, todos devem comparecer ao Anfiteatro para que possamos entregar os pergaminhos com as informações das missões. No mais, aproveitem o final do jantar e voltem para seus chalés. Tudo acabará bem.”
Ou ao menos era o que Quíron almejava para aquelas crianças. Que os deuses tivessem piedade daquelas pobres almas.
INFORMAÇÕES SOBRE A CERIMÔNIA
A cerimônia ocorreu um dia após a convocação de Zeus. Assim como Quíron e Dionísio afirmaram, o local marcado foi o ANFITEATRO após o horário do jantar.
No papel de Rachel apenas os nomes dos líderes estavam escritos, em IC, os semideuses que compõem as equipes destes foram escolha dos dois diretores presentes como ordem de Zeus. Em ooc, foi feito um sorteio para os membros das equipes e sorteio de quais líderes assumiriam tais equipes. Lembrando que a liderança delas era para figuras de autoridade no acampamento: Participantes das equipes; Caçadoras; Conselheiros de chalés; Instrutores.
Convocados para as missões, seus líderes já receberam o roteiro da tarefa que vocês irão desempenhar. Também receberam se essa tarefa vai ser CONCLUÍDA COM SUCESSO OU SEM SUCESSO. Se a equipe teve sucesso ou não, também foi sorteio. Qual roteiro pegaram, também foi sorteio.
Quem não está nessa leva, automaticamente estará na próxima leva.
SOBRE OS PRAZOS
Prazo para a conclusão do turno, interação, small, postagem de POV, QUALQUER forma de desenvolvimento que vocês adotarem, serão de TRÊS SEMANAS a partir de amanhã. Ou seja do dia 13/03 para o dia 03/04 .
Players têm até 48h para CONFIRMAR aqui na central que conseguiram falar com os membros de suas equipes e que eles confirmaram que irão participar. Passadas 48h, quem não tiver retorno de algum participante, comunicar a central para que possamos realocar os semideuses. Se algum líder não entrar em contato com os componentes da turma, também podem vir comunicar a gente para que possamos resolver.
Passado três semanas, no dia marcado (dia 03/04), o prazo de entrega será dado como encerrado. Equipes que CONCLUÍREM seus turnos/interações/POV/o que for combinado entre vocês dentro do prazo de três semanas, ganharão um bônus de 100 dracmas cada que poderá ser usado em IC no futuro OU uma arma mágica. (Iremos fazer as armas disponíveis para a recompensa e quem tiver concluído poderá escolher uma do arsenal, caso opte pela arma).
EQUIPES AQUI
Começaremos a enviar os roteiros aos poucos para os líderes por causa do chat. Mas todo mundo vai receber hoje!
Quem conseguir confirmar com toda equipe, já poderá confirmar na central e iniciar os planejamentos para a entrega.
25 notes
·
View notes