Tumgik
#louis roederer
shibasommelier · 2 years
Text
Tumblr media
2013 Louis Roederer Brut Rosé
Ohai. I'm just having a little Roederer rosé because I can. Chalk, lime, white strawberries, pink flowers, and red berries on the nose. Small red berries, raspberries, strawberries on the palate with lime, chalky salt, and nice minerality. Very structured on the palate. Quite nice!
4/5 bones
$$$$
Pinot Noir, Chardonnay, Pinot Meunier
12% abv
Champagne, FRANCE
40 notes · View notes
chateau-aemkei · 2 years
Text
Tumblr media
2008 Louis Roederer Cristal Brut Champagne
8 notes · View notes
sg-the-mag-by · 1 year
Photo
Tumblr media
This is just a quick and bad sketch I made for @firecurls-27 and their new Demitasse family baby Louis “Lou”  Roederer Chardonnay Demitasse getting a super soft and warm hug from my main Cuphead OC Aivary(ay-ih-va-ree) Batt, the Fruit Bat, because this sweet baby needs all the hugs in the world and nobody hugs better than a bat! Hope you enjoy this @firecurls-27, as soon as you posted that Lou needed hugs I knew I had to draw this ^^ Also do not excuse the quality, I did take a picture of this on my phone and splice the two images together
2 notes · View notes
winechaininc · 3 months
Text
Tumblr media
Order Champagne Louis Roederer - WineChain
Did you want to drink an ultimate wine Champagne Louis Roederer? Don't worry you can order online for it from our website WineChain at an affordable price.
0 notes
texturesvero · 3 months
Text
Le Siège des Goulet-Turpin - Boulevard Roederer
Tumblr media
View On WordPress
0 notes
alternatif-art · 6 months
Text
Appel à candidatures : Prix découverte 2024, Fondation Louis Roederer - alternatif-art.com
1 note · View note
gameraboy2 · 2 years
Photo
Tumblr media
Théophile Roederer & Co. Champagne by Louis-Théophile Hingre, 1897
1K notes · View notes
firecurls-27 · 11 months
Text
Cuphead Oc voice claim list!!
(Most you’ve probably only heard once cause I mostly post only 3-5 oc’s-)
Vessel (Brew) Demitasse - Sans (undertale) [example]
Rosé Chardonnay - Duchess (the aristocats) [example]
Mugan Chardonnay Demitasse - Bingo (bluey) [example] suggested by @/queenkittycat123
Louis Roederer Chardonnay Demitasse - Panda (we baby bears) [example] suggested by @/queenkittycat123
-
Lilith - Esmeralda (the hunchback of Norte Dam) [example] suggested by @/zibiscusloon!!
Michael Morningstar - Howl (Howl’s moving castle) [example]
Gabriel - Calcifer (Howl’s moving castle) [example]
Raphael - Aziraphale (good omens) [example]
(I would do the rest of the archangels but I’m too lazy)
-
Prince Nebula - Rainbow 2.0 (Steven Universe) [example]
Cathy Catty - Marie (the aristocats) [example]
Daniel Goldsoft - red guy (dhmis) [example]
Matcha Ross - Sonic (Sonic boom) [example]
-
Grail (Holy) Goblette - Steven Universe (Steven Universe future) [example]
Minty Chardonnay Demitasse - Spinelli (Recess) [example] suggested by @/queenkittycat123
Camomile Chardonnay Demitasse - Bill Murphy (F is for family) [example] suggested by @/marshmallow-biscuit-blog
Porcy-Lynn Chardonnay Demitasse - Louise Belcher (bobs burgers) [example]
-
Don gioco d'azzardo - Luigi (The Super Mario Bro’s Movie) [example]
Dado Brew - Huey Duck (Ducktales) [example]
Mugan Brew Ruby - Fluttershy (My Little Pony) [example]
Bruce Brew - Butterscotch Horseman (Bojack Horseman) [example]
Special thanks to @queenkittycat123, @marshmallow-biscuit-blog and @zibiscusloon for helping me pick out most of the voices!!
Any oc’s I’ve missed?
Edit: I changing Camo’s voice.
Edit 2: I changed Daniel’s voice
28 notes · View notes
fallingalaxiess · 1 year
Note
FF verir misin?
@thedarken @son-of-icarusss @kalbiniseveyim @emin-miyiz @cikolatavampirii @duygularimikaybettim @bubenimhayatim @roldenrole @louis-roederer @heyynaberr @damlaisgod @dumanlikitap @dikotur @welighs @kulacool @rakivesarap @azciksevsene-beni @lordofwines @babygodx @birazcehennem @bus22qq99 @benimleyasa @yasamasancisi
26 notes · View notes
fogestluminar · 1 year
Text
Он снова пришёл ко мне во сне..Я не знаю кто он, но это самый прекрасный человек, которого я когда-либо видела.. Все его движения такие.. словно мы живём в одной реальности, отделённой от всего мира, единственные, кто способен понять друг друга без единого слова. Прекрасный чёткий взгляд и легкий взмах головой, фриковые движения и огненные чувства, нежный запах Louis Roederer и безумные решения, под стук наших сердец...
Когда же я встречу тебя.. Когда же смогу почувствовать твоё присутствие..? я не хочу любить тебя, хочу лишь бесконечно восхищаться.
27 notes · View notes
atheartbreakhotels · 1 year
Text
Black Swan (Vamp!Austin&Leitora)
Tumblr media
Sinopse: Quando se é uma criatura com séculos de existência é muito fácil cair na tentação da arrogante sensação de que se é inatingível. Que a invulnerabilidade do corpo se estende para as emoções também. É muito fácil achar que já se viu de tudo, desprezando a capacidade escondida em cada frágil ser humano. Levando ao chão aquela armadura aparentemente indestrutível. Colocando de joelhos até um poderoso vampiro.
“Fisicamente somos imunes praticamente a tudo, mas emocionalmente estamos completamente expostos”.
Teoria do Cisne Negro, de onde advém o título “Black Swan”: Viés psicológico que leva uma pessoa individual ou coletivamente a não ver ou não querer ver a importância decisiva de determinado evento raro no desenrolar da História.
Aviso sobre o enredo: Violência moderada e extrema, gore, conteúdo sexual de moderado a explicito, palavrões, instabilidade mental e emocional, código comportamental inerente ao século XIX, angústia, relacionamento extremamente conturbado, possivelmente perturbador e headcanon.
Aviso aos possíveis leitores: Se você é menor de 18 anos não interaja com essa história. Se você é maior e facilmente impressionável a responsabilidade de consumo é sua. Não escrevo com personagens principais originais, a leitora é o personagem principal. Não escrevo ship por isso, shippers inveterados e enrustidos são bem-vindos, desde que sejam educados e equilibrados. Alguns dos personagens secundários originais dessa história são inspirados em celebridades reais. A exemplo, Datin, inspirado na atriz Michelle Yeoh e outros que poderão aparecer no decorrer da história.
Capítulo 1: Louis Roederer
Um suspiro, que poderia ser tomado como exaustão por algum desavisado escapou dos lábios, naturalmente atraentes do loiro atrás da direção do Maverick 1974, quando ele constatou a fila que já dobrava a esquina da rua onde se localizava a boate. Austin odiava lugares como aquele, mas existiam lugares que ele odiava mais. Entretanto, ainda sim, era o bar onde circulava a bebida mais descente da cidade. Nada de espetacular, mas um dos poucos onde ainda se podia arriscar.
Resignando-se com suas parcas opções o homem manobrou para estacionar em uma das vagas existentes na lateral do Red Rose. Mesmo que a fila fosse desanimadora, ela não era exatamente um problema. Não para alguém como ele. Todavia, usar o seu talento com as pessoas era algo que a cada dia o fazia se sentir menos humano. Não que aquilo importasse tanto, era só uma constatação. Lembrava um período que ele lutava para aprender a conviver com quem ele era.
Do lado fora ele já conseguia escutar a voz inconfundível de Jack White na versão sombria de Power Of My Love.
Você ainda vai encontrar uma mulher que vai fazer você sentir um amor assim, rapaz, o pesado sotaque sulista soou como se o seu dono estivesse ali caminhando ao lado dele.
 Um sorriso conhecedor brincou nos lábios do loiro alto, enquanto ele passava pelos coitados que passariam, em sua maioria, boa parte da noite em pé no frio cortante de Nova Iorque sem conseguir ao menos ter um mero vislumbre do ambiente requintado. Frustrante para eles, mas alguns quilos a menos na consciência já pesada de Austin. Que, todavia, ele fingia não existir.
As mãos enfiadas nos bolsos do sobretudo preto, o grande destaque no visual preto com toque de branco, as botas Manolo Blahnik fechavam com elegância as escolhas daquela noite. Não que aquilo realmente tivesse alguma importância, mas uma vida como a dele, se é que se podia chamar daquela forma, trazia alguns privilégios que havia aprendido a gostar.
Ele se aproximou pacientemente da fila com uma ligeira expressão de divertimento no rosto. Observando a capacidade dos humanos, especialmente os mais jovens, com aquela sanha imediatista característica da juventude, dar importância a coisas que no futuro não significaria nada em suas vidas. Ou melhor, significaria uma noite sono perdida, ou a possibilidade de estarem em lugares muito mais interessantes. Podia parecer um pensamento hipócrita aquele, mas diferente das pessoas na fila, não estava em lá em busca de horas de escapismo. Ele era um caçador em busca da sua caça.
Mesmo que aquilo o divertisse em vários momentos.
Pacientemente Austin esperou por alguns bons minutos, a uma distancia que não deixava duvidas sobre a sua intensão de entrar. O polegar e o indicador roçando o par de notas de cem dólares. Suborno funcionava, na boa parte dos casos, tão bem quanto qualquer uma das habilidades adquirida por Austin devido a sua condição. E sempre funcionava com os seguranças da Red Rose. Enquanto aguardava com inabalável paciência, ele viu três ou quatro grupos saírem frustrados após terem sua noite de diversão, no lugar mais prestigiado da cidade, educadamente negada. E um casal ser comtemplado com a abertura da corda de veludo vermelho, que dava acesso à porta vermelho sangue.
- Amigo você vai ter que esperar na fila como todo mundo – a intensão do segurança de parecer cordial morreu no timbre impaciente do próprio homem.
Todavia, Austin se aproximou com o seu famoso e impecável sorriso amigável, o som baixo de esmagamento do solado das botas nas pedrinhas minúsculas na calçada de concreto. Não havia timidez nem hesitação em seus passos, mesmo com os vários centímetros a mais de altura do leão de chácara.
- Bem Melvin – ele começou num tom genuinamente simpático, depois de uma olhadela na plaquinha de identificação presa jaqueta de um tom escuro de cinza. - eu sou do tipo que acha que tudo pode ser resolvido com uma boa conversa. – o homem estreitou os olhos quando o rapaz parou e colocou a mão deliberadamente em seu ombro como se fossem velhos conhecidos- Que tudo pode ter uma solução. Solução esta em que nós dois nos beneficiaremos.  
- Senhor, vá para o final da fila, por favor. – não era um pedido, mas um aviso, o desejo inconsciente de se proteger. Era o que acontecia quando um humano estava próximo a alguém da espécie de Austin.
- Meu amigo, eu sei que não deve ser nada fácil ficar todas as horas de pé nesse frio tendo que selecionar quem é entra ou não. E ainda ouvir ameaças. E não é segredo para ninguém que mesmo com toda essa fama o Red Rose paga um valor bastante modesto pela sua hora de trabalho. – ele dizia sem se abalar pela expressão de Melvin que transitava de impaciente para raivosa, enquanto tirava mão do bolso com os duzentos dólares presos entre os dedos indicador e médio. 
O segurança observou com o rosto vazio de emoção, embora Austin conseguisse ouvir o coração dele quase arrebentando a sua caixa torácica, os dedos que prendiam o dinheiro subir até o bolso frontal da jaqueta comprado numa queima de estoque da Marshalls. Sem constrangimento algum o dinheiro foi empurrado no bolso raso.
- O que o senhor está fazendo? – não era como se ele não soubesse o que aquilo era, ainda sim, a pergunta soou tola nos ouvidos do aparentemente homem mais jovem.
- Facilitando a minha noite e a sua, Melvin. – respondeu com o mesmo sorriso simpático de minutos atrás.
A mandíbula quadrada do homem apertou ao ponto de Austin conseguir escutar o som de dentes estalando. Não precisava de uma grande analise para que ele entendesse que estava diante do tipo de pessoa que ele um dia – numa memória gasta – havia se dedicado a ser, um homem com escrúpulos. Mas naquela realidade atual pessoas assim costumavam atrapalhar sua rotina.
- Eu acho que o senhor está cometendo um erro. – o homem falou entredentes.
- Talvez. – ele concordou com certo desdém, a mão ainda no ombro de Melvin.
- Então seria melhor o senhor pegar seu dinheiro do meu bolso. – disse entredentes.
- Sabe Melvin? – ele falou dando pancadinhas que poderiam ser consideradas amistosas no ombro do segurança, se não fosse o estranhamento evidente no rosto do segurança que parecia não dar muito pelo homem magro, enquanto sentia a repentina força quase esmagadora na mão do rapaz. – Eu acho que você vai ficar com ele e vai fazer um bom proveito.
Alguma coisa na voz de Austin chamou a atenção de Melvin, uma mudança sutil, quase imperceptível, mas o suficiente para captura-lo. Uma ordem imperando no recanto mais fundo do seu cérebro, derrubando sua capacidade de escolha. A sensação irrefreável de olhar nos olhos do jovem diante dele. 
- Mas o quê...- as palavras morreram na língua de Melvin quando o par de olhos azuis tempestuosos piscaram em vermelho, as pupilas cresceram discretamente,  fazendo com que as suas se ajustassem involuntariamente.
- Melvin, você tem filhos? – indagou como quem pergunta as horas.
- Sim, senhor. Um casal de gêmeos. – o respondeu obedientemente.
- Humm...Muito bom. E eu tenho certeza que eles gostariam de pares de tênis ou mochilas novas, não é mesmo? – apesar de soar para os ouvidos dos desavisados como uma conversa inocente, Melvin podia sentir em seus membros o peso da ordem e o desejo incontrolável de obedecer.
- Sim. Eles gostariam senhor. – Austin sorriu e Melvin sorriu de volta.
- Então, porque você não pega esse dinheiro e vai amanhã com as crianças a uma loja e faz essa pequena farra com elas. – o imortal sugeriu. – E você me deixa entrar sem criar problemas. – finalizou tirando a mão do ombro do homem.
- Isso parece uma excelente ideia. – disse no tom sem emoção, enquanto se voltava para a corda de veludo vermelho tirando-a do caminho de Austin.
O discreto sorriso de satisfação ressaltaram as maçãs do rosto anguloso do homem vestido elegantemente. Ignorando os olhares enviesados e os comentários indignados, enfim, entrou pela porta vermelha com entalhes intricados. Deixando para trás um segurança atordoado pelos efeitos da compulsão.
A voz etérea de Ursine Vulpine invadia os quatro cantos da feira de vaidades que era o Red Rose. O ambiente com iluminação deliberadamente sombria e seus reflexos em vermelho e purpura nas paredes cor de carvão transmitia uma atmosfera quase teatral. Os sofás Chesterfield com acabamento em capitonê davam ao lugar a sensação de ter parado no tempo, assim como Austin com sua imagem congelada do jovem de vinte e oito anos.
Entretanto, não foi à música que despertou os sentidos dele, mas a mistura exótica de cheiros que impregnava o lugar. Os cheiros que primeiro chegavam ao seu olfato apurado era da adocicada, e questionável, a mistura de perfumes femininos e masculinos com suor e adrenalina. Tudo temperado por álcool, substâncias alucinógenas e feromônios. Nada de diferente de outras boates. O que restava agora era selecionar a melhor entre tantas entediantes opções.
A caçada havia começado no segundo em que ele cruzou o umbral da entrada.
A caminhada até o bar era etapa, o reconhecimento das possíveis presas e, lógico, a desconsideração de tantas outras. Era o momento de registrar rostos. E, principalmente, capturar os ocasionais aromas específicos como ele costumava denominar. Aquele cheiro que era próprio de cada pessoa, que ficava sob o cheiro do perfume e era temperado pelas bebidas consumidas. O chamado aroma natural. Chame-o de seletivo, mas não era qualquer aroma que o agradava, ele sempre estava buscando aquele mais próximo da perfeição.
Austin era como os amantes de vinhos, que não se importam em andar por todas as vinícolas do mundo atrás do sabor ideal. Aquele feito com uvas bem cultivadas, colhidas no momento certo e que dariam o sumo mais doce. A quinta-essência, a bebida perfeita. O único porém, é que a bebida perfeita que ele tanto buscava não era vinho e, sim, o fluido essencial à vida humana.
Como o predador que era ele esquadrinhou cada rosto, guardando um ou dois na memória. Uma loira sardenta de cabelos lisos que cheirava a pêssego, mel e baunilha, um sabor monótono e previsível. Doce demais para o gosto dele, que seria a última opção se a noite fosse pouco promissora. A segunda era um pouco mais interessante maçã, alguma especiaria e um toque cítrico vindo de uma garota de cabelos crespos e olhos amendoados.
Mas ainda muito trivial para o paladar dele.
O aroma ajudava como um cartão de visitas, quanto mais complexo, dependendo da combinação, melhor era o sangue. Alguns bons até demais, ele tinha que admitir. Perturbadoramente bons, na realidade, ao ponto de serem viciantes. Embora fossem tipos singulares e raros.
Não foi tão difícil achar um lugar no bar relativamente ocupado, sendo recebido quase imediatamente pelo sorriso profissionalmente cordial do barman de dreads e tatuagens, que espreitavam pelos braços magros.
- O que vai ser, amigo? – perguntou sem perder tempo, mas involuntariamente guardando distancia.  
- Um Negroni. De preferencia com Sana Fegato e pouco açúcar. – recomendou, debruçando-se parcialmente no balcão de mogno.  
Com um aceno de cabeça o barman se afastou, enquanto Austin voltava sua atenção as suas possíveis e desinteressantes opções de alimentação. Era como procurar uma iguaria refinada num McDonald’s. Os cheiros pareciam repetitivos e pouco apetitosos, mas a ultima coisa que ele podia se dar ao luxo naquela noite era voltar para casa sem sua sede saciada.
Mais uma semana a base de bolsas de O+ o levaria a começar considerar sair no sol sem seu o anel de Cianita Negra.
Era em momentos como aquele que ele pensava que talvez – mas só talvez – Callum tivesse razão quando dizia que ele era exigente demais. E que se ele continuasse tão seletivo seria o primeiro vampiro da história a morrer de inanição. Bem, mas era Callum Turner, o vampiro que em seus primeiros anos como imortal quase fez desaparecer a população de gatos persas da região de Wessex, na Inglaterra, no final do século XIX.
Vampiros e crises de consciência sempre resultaram em situações que se podiam chamar de  estranhas.
Só não mais estranhas que o aroma pungente de laranja com aquele adocicado doentio da fruta apodrecida. Muito diferente do aroma de um humano minimamente saudável. Contudo, um cheiro bastante familiar.
- Eu diria que quem é vivo sempre aparece, mas como nós dois sabemos esse não é o seu caso, Butler. – a voz feminina falou como se aquela fosse à piada mais original das últimas décadas.
- O bar de stand up fica a três quarteirões, Charlotte. – ele disse monotonamente voltando-se para ver a loira num micro vestido preto cheio de recortes e um cabelo que o fazia se lembrar de que os anos 80 não foram um surto coletivo. - Talvez você devesse tentar a sorte por lá.
- Bem, não é exatamente uma novidade que você não tem senso de humor. Então, o Callum entendeu isso e finalmente resolveu te dar um pé na bunda? – ela perguntou fazendo Austin pensar que aquela interação já havia sido longa demais.
O silêncio de Austin foi tudo que ela recebeu.
- Ah, eu tinha esquecido... – ela zombou - A Maxine está na cidade, a única rival a sua altura. A única que pode fazer o Callum parar de te seguir como um cachorrinho.
O cheiro de laranja e vermute misturado denunciou a aproximação do garçom com o seu pedido.  A atenção dele voltou-se para o homem do outro lado balcão, que lhe empurrava o copo baixo que estava sobre o porta-copos purpura com o liquido âmbar avermelhado em sua direção.
- Aqui está amigo. – o rapaz disse antes de arriscar uma olhadela para a loira, que aos olhos humanos parecia estonteante.
- Obrigado – Austin agradeceu com um breve aceno.
- E você deseja alguma coisa, querida? – o barman perguntou galanteador, quando Austin tomou o seu primeiro gole.
Com um sorriso calculadamente sedutor Charlotte desviou seu olhar para o pobre rapaz – Obrigada, meu bem. Por enquanto não.
Ela lançou um sorriso falsamente doce quando o funcionário da boate se afastou educadamente. Era patético presenciar o efeito que carniçais tinham sobre os seres humanos comuns, o falso magnetismo que o sangue vampírico lhes conferia.  Eles não adquiriam a força física de um vampiro. Entretanto, a longevidade, magnetismo e talentos ligados à psique, dependendo de quão poderoso fosse o fornecedor, um carniçal poderia reter por um tempo limitado. Se vampiros, para alguns dos poucos que sabiam da existência deles, eram uma afronta à natureza. Os carniçais conseguiam ser uma distorção ainda maior do que já era deformado.  
Todavia se havia algo tão desprezível para Austin, quanto um carniçal, era o vampiro que se sujeitava a fornecer um frasco do seu sangue para que um humano pudesse brincar de superpoderoso. O sangue que só devia ser concedido- em baixíssimas quantidades - para um humano para a cura, ou para o propósito maior da criação de um novo vampiro. Mas alguns imortais simplesmente concordavam a comercializar o que lhe foi concedido como um presente. 
- Charlotte, você não tem mais ninguém aqui para infernizar? Ou, um pau de um humano impressionável para chupar? – Austin perguntou observando com interesse o degelo escorrer do copo até a base purpura que servia de apoio.
- Talvez, o do barman mais tarde. – ela respondeu sem se abalar. – Mas antes eu vou te conceder alguns minutos da minha agradável companhia.
As sobrancelhas dele se ergueram em desdém, quando se voltou para encara-la- Não sei se você percebeu, mas eu estou tentando caçar e eu ter você ao meu lado não é exatamente o cenário ideal nesse momento.
- Austin, você e eu sabemos não é bem assim, não é.? Como é que a Datin costuma dizer? – Charlotte perguntou num tom pensativo, fazendo o loiro enrijecer-se em seu acento.
- Eu devia quebrar o seu pescoço aqui mesmo. – ele resmungou apanhando um copo e sorvendo uma boa quantidade do liquido.
- Você e eu sabemos que não é da sua natureza chamar atenção...Ah! – ela exclamou como quem se lembrava, fazendo a mandíbula do imortal apertar – A Datin costuma dizer que você é um caçador intuitivo... Intuitivo demais até.
Para qualquer outro da espécie de Austin palavras como àquelas seriam tomadas como um elogio. Vampiros corriqueiramente não eram criaturas intuitivas, e sim, guiadas por seus instintos letais, como um animal de hábitos noturnos. Contudo, em casos incomuns, especialmente, na subespécie que ele pertencia. Alguns imortais podiam manifestar um determinado talento psíquico inerentemente ligado ao o dom, que quem o possuía considerava uma verdadeira maldição.
Austin considerava uma verdadeira maldição.
A primeira e única que vez que seu dom se manifestou, Austin foi enviado sem escalas para um dos piores momentos da sua existência. Onde ele entendeu, enfim, em que tipo de monstro ele havia se tornado, o que significava ser um vampiro. Havia conseguido ser ainda pior do que descobrir o declínio mental intimamente ligado a sua subespécie. A sensação que havia entrado para sua nova vida pela porta dos fundos.
- Do que você foge tanto, pequeno Aust? – a loira indagou com fingida curiosidade.
- Neste momento, da sua companhia de merda. – ele respondeu ignorando a sensação de ojeriza que o apelido, apesar de inocente, lhe causava, enquanto tirava a carteira do bolso detrás da calça ao se levantar.
- Ah, eu vivo esquecendo que quando a Datin te adotou ela também te concedeu um título real, vossa alteza. – Charlotte zombou vendo-o puxar uma nota de cinquenta da carteira de couro legitimo. – Você nunca gostou a da companhia da ralé. – ela disse pouco antes dele dar-lhe as costas e se afastar deixando a bebida inacabada sobre o balcão.
Mesmo que não fosse necessário Austin puxou inspirou e expirou no intuito de limpar as suas vias aéreas, enquanto se misturava aos frequentadores. Tirando o encontro desagradável de instantes atrás do foco a criatura voltou, sua concentração ao seu real objetivo, encontrar a presa ideal. Mesmo que ela não tivesse correndo em suas veias o sangue com o sabor mais fascinante que ele já havia provado.
Então com uma precisão ainda maior ele começou a selecionar qual seria a escolhida daquela noite. E, assim, começou a segunda etapa do processo de caça que ia além do aroma, que era achar a garota invisível. Aquela que normalmente não atrairia a atenção dos homens. Não dos que pensam com o pênis ao invés do cérebro.
Aquela era a primeira lição que havia aprendido logo após sua criação, nunca se aproxima daquelas que gostam de ser o centro das atenções. As esfuziantes e extrovertidas são armadilhas pelas quais só os tolos se sentem atraídos. E duas ou três vezes Austin viu recém-presenteados com a imortalidade a perderem antes mesmo de aprender como aproveita-la. Talvez, aquela tenha sido a única coisa útil que o filho da puta do seu criador tenha lhe ensinado.
Austin circulou por entre os frequentadores do Red Rose tempo suficiente para separar mais alguns aromas. Recebendo olhares languidos e insinuações de mulheres e alguns homens, que pareciam prestes derreter quando ele passava. Nas suas primeiras décadas como imortal, ele precisava admitir aquilo mexeu com seu ego, mesmo que os rapazes estivessem fora da sua lista. Mas, quando se tratava de mulheres que certamente não dariam uma segunda para o jovem padeiro, que vivia basicamente para pequena padaria da família, ele sentia que a sorte havia começado a sorrir-lhe. O mundo havia ficado diferente para ele.
Por ser uma noite de sábado era quase impossível de encontrar mesas vazias, e ele precisava começar a cativar uma presa, deixar seu poder de atração entrar em ação. A última coisa que Austin gostaria era desperdiçar boa parte da sua noite num lugar cheio de humanos, que em algum momento inevitavelmente começariam lhe entediar.
Ocasionalmente, o imortal conseguiu encontrar uma mesa da forma que ele gostava, com uma visão privilegiada, e ainda sim, isolada o suficiente para que ele só fosse notado quando fosse necessário. Ele pediu mais outro Negroni, que bebeu ainda observando e catalogando as mulheres ao seu redor, especialmente, a mesa era ocupada por duas garotas, e por duas cadeiras aparentemente momentaneamente ocupados por casacos. Todas elas tinham aromas muito parecidos, doces e florais enjoativos. Todavia, não era só aquilo, havia mais um cheiro extremamente abaunilhado, que devia pertencer a alguém que ocupava um dos acentos vazios...
 E havia outro resquício de um aroma fraquíssimo, mas que foi suficiente para fazer sua garganta arder como se ele tivesse engolido brasas. Os caninos doeram como se houvessem nascido de novo, fazendo fechar as mãos em punho até os nós dos dedos perderem a cor. Era um aroma exótico, que ele lutava para decifrar, havia morango e inesperadamente romã e alguma coisa doce muito leve, e arrematado por alguma especiaria quente. Canela? Pimenta? Austin precisava sentir aquilo na ponta de sua língua e descendo por sua garganta, aquele cheiro dominando seu olfato, enquanto ele a fodia em abandono... E os outros cheiros exageradamente doces o encobriram, fazendo com que ele sumisse como se nunca tivesse existido.
Mas ele sabia o que havia sentido, e era inesquecível.
Austin passou os quase dez minutos seguintes encarando a porra da mesa, onde as garotas conversavam alegremente, como se estivesse prestes a iniciar uma chacina.  E se ele realmente fosse começar a morena alta e magra com o estereótipo típico de modelo seria a primeira a ser descabeçada. Crime, ter aquele cheiro enjoativo de cereja, que impregnava como perfume barato em quarto de meretriz, que anulava aquela maravilha que ele havia sentido instantes atrás.
Os instintos básicos do vampiro estavam começando a domina-lo, e se ele não conseguisse ter alguma contenção uma tragédia aconteceria antes mesmo de ele conseguir beber da dona daquele sangue incomum. Ele não podia perder a cabeça por causa de um mero resquício, afinal, conhecia métodos que o fariam provar daquele sangue em algum momento.
Mas ninguém podia culpa-lo por se sentir frustrado por saber que havia uma refeição apetitosa andando livremente por aí.
A queimadura do Negroni descendo pela laringe de Austin era mais agradável do que a sede que ele sentia naquele momento. Uma boa distração para a sua sede que parecia torna-se cada vez mais impiedosa a cada minuto que passava. O álcool não era mais capaz de embebeda-lo, mas socialmente ajudava como um bom disfarce, ele precisava admitir, o sabor o agradava. Mas nada nem ao menos parecido com o sabor do liquido que corria rápido pelas veias humanas.
O som copo do vidro trincando sob a força do aperto dos longos dedos de Austin foi abafado pelo som da guitarra de Stevie Ray Vaughan. Nada o havia preparado para aquilo. Se os resquícios do aroma daquele sangue já era enlouquecedor, o aroma em sua totalidade era irreal. E a forma avassaladora com que ele chegou até Austin, fez com que o vampiro que ele era em seus primeiros anos sorrisse de satisfação.
A sua sede estava de volta em toda sua gloria e força, agora que ele conseguia distinguir a composição daquela raridade. Ele não estava enganado quando distinguiu o cheiro de morangos, combinado surpreendentemente com romã e a doçura leve de cantaloupe, arrematado com aquele sutil tom picante.
Incomum para dizer o mínimo.
Os olhos de Austin voltaram se imediatamente em direção à mesa, e ele não demorou muito para mais ver duas garotas se aproximarem, cada uma com sua própria bebida em mãos. Não foi difícil identificar a dona do aroma que fazia sua laringe arder impiedosamente, a dona jugular que ele teria os dentes cravados até o final da noite, a mesma que gemeria o seu nome até desmaiar.
Não foi surpreendente saber que ela era o tipo que não chamava atenção de caras que pensavam com a cabeça inferior. A garota sem os saltos não deveria ter mais que 1,60 com seus cabelos escuros e um tom dourado na pele que denunciava sua ascendência latina. Aquilo explicava muito a sutileza apimentada em seu sangue. E de onde vinham os traços que a deixava diferente das outras garotas que pareciam todas iguais de alguma forma.
Entrementes, toda atenção do vampiro estava na frágil de humana em seu macacão verde musgo com riscas verticais e botões, que se ajustavam perfeitamente as suas curvas do seu corpo pequeno. O visual era fechado por sandálias com salto em bloco numa altura confortável.  Ele gostava do estilo feminino, mas sem exageros que ela tinha. Ele a observou tomar seu lugar na mesa, parecendo tão deslocada naquele grupo, talvez nem considerasse realmente aquelas garotas suas amigas.
Ela estava tensa, o que explicava a força com o que seu aroma chegava até o olfato dele. 
Estudar a presa era o passo mais importante depois de sua escolha, basicamente determinaria a melhor forma de aproximação. A mente predatória de Austin estava em pleno funcionamento, o plano para atrai-la estava praticamente concluído. E vendo o quanto a garota parecia alheia às garotas ao seu redor, especialmente, da tagarelice da morena que parecia gostar até demais do som da própria voz.
Chegava a hora de atrair a dona daquele cheiro raro para o centro da armadilha.
Quando a mão de Austin, com uma nota de cem entre o indicador e o médio, se ergueu discretamente no ar quase que imediatamente um garçom veio ao seu encontro.
- Boa noite – o jovem ruivo, que parecia ter acabado de entrar na casa dos vinte e poucos anos, disse em tom eficiente.
- Qual o melhor champanhe da casa? – perguntou quando o rapaz se inclinou sutilmente em sua direção,
- O Louis Roederer, senhor. – o garçom disse numa excelente pronuncia de francês, enquanto abaixava discretamente os olhos para nota casualmente presa entre os dedos longos do loiro.
- Excelente. – disse reconhecendo a bebida cara- Uma taça para a mesa com as garotas a sua esquerda. – o rapaz espiou discretamente sobre o ombro - Para a garota com os traços latinos. – Austin disse sugerindo sutilmente que ele apanhasse o dinheiro, o garçom não se fez de rogado – Pode dizer que é oferecido com meus cumprimentos. Sr Butler. E para mim você pode trazer uma vodca dupla em seguida.
- Perfeitamente, senhor. – o garçom disse antes de se afastar com o típico uniforme preto e purpura do Red Rose.
S/N tomou mais um pouco do mojito para evitar o suspiro frustrado que inevitavelmente escaparia dos seus lábios, enquanto escutava o interminável monologo de Kyle sobre um final de semana qualquer em Aspen. Ela conseguiu se distrair momentaneamente com o frescor da hortelã em sua bebida. Contudo, ela não conseguia deixar de pensar que naquele exato momento ela poderia ter a roupa da semana na secadora, enquanto assistia pela centésima vez a Romeo + Juliet, do Baz Luhrmann.
 Senhor, o que havia dado nela para aceitar sair com a filha da Sandy? Bem, Sandy Crawley era a sua chefe, e S/N, por uma parte era muito agradecida pelo adicional que vinha mensalmente em seu pagamento. E a Sra. Crawley ficava muito mais generosa quando as funcionárias da Book&Coffe passavam mais tempo com sua filha fútil e instável., especialmente, aquelas que faziam parecer minimamente inteligente. Ser uma adulta com uma vida independente em Nova Iorque exigia seus sacrifícios. E S/N tinha que levantar as mãos para os céus por ter caído nas graças de Sandy naquele momento.
- Eu não acredito que você vai dar uma chance para aquele velho? – a voz de Melissa parecia definitivamente chocada. – Garota, você acabou de fazer vinte e dois anos. E o Sr. Kifferstein tem quase sessenta
- E uma casa linda incrível, perto das montanhas do Colorado, e uma conta bancaria ainda melhor...E ele acabou de ficar viúvo.  – Kyle falou antes levar sua própria bebida à boca.
S/N observou sutilmente surpresa à garota dizer corretamente a localização de Aspen, o que se tratando de Kyle Crawley era um feito e tanto. Todavia, era insano ver alguém tão jovem falando daquela forma.
- Ele nem ao menos parece ter superado a morte da mulher. – Anna frisou chamando a atenção da garota de sobrancelhas cheias – S/N e eu o vimos bem abatido outro dia na cafeteria conversando com o seu pai.  
Os olhos da garota voaram para ela, a expressão em seu rosto era como se ela tivesse cometido um crime e tivesse que ser levada a corte marcial.
- Bem, o seu pai me chamou e pediu para que providenciasse um copo d’água para o homem. – ela disse dando ombros, fazendo o cabelo naturalmente S/C  escorregassem discretamente. – Era bem difícil não notar o que estava acontecendo.
Um esboço de um sorriso triunfante passou ligeiramente pelo rosto de Anna. Não era novidade para nenhuma das garotas que estavam ao redor da Crawley mais nova, que só elas faziam aquilo com a intensão de manter seus empregos. Kyle não passava de um clichê da pobre – porém detestável – menina rica incapaz de manter amizades reais.
- Bem, sofrendo ou não, ele pode muito bem ser convencido a recomeçar a vida. E com a grana dele eu posso muito me divertir com quem eu bem entender – ela disse se empertigando, um sorriso convencido surgindo quando os seus olhos iam além dos ombros de Melissa e Anna. – E por falar em diversão.
S/N acompanhou o olhar de Kyle, para ver o garçom de cabelos flamejantes se aproximando com uma delicada taça de champanhe equilibrada numa bandeja um pouco menor das que costumavam usar normalmente. Ela nunca percebeu quando o sorriso da garota ao seu lado vacilar – e morrer - ao perceber quando o rapaz abertamente fez o caminho para o seu acento. A garota estava entre o estado catatônico e o estarrecimento.
- Com sua licença, senhorita. – o garçom falou polidamente ao se inclinar levemente para depositar a taça com o liquido dourado transparente a sua frente.  – Com os cumprimentos do Sr. Butler.
- Sr. Butler? – S/N conseguiu dizer numa voz fraca.
- O cavalheiro na mesa do canto. – o ruivo disse indicando a direção por onde havia vindo, enquanto retirava o copo do mojito.
Os olhos dela correram pelo trajeto para ver o loiro de uma beleza sobrenatural sentado só numa mesa discretamente posicionada não muito distante. Ele tinha um meio sorriso estonteante no rosto. Como ela não o havia percebido antes?
- Você tem certeza? – a voz desagradável da Crawley soou.
Podia ser um engano mesmo.
- Sim, senhorita. As ordens do Sr. Butler foram bastante claras, a senhorita de traços latinos. – o garçom respondeu sem pestanejar antes de começar a se afastar com um breve aceno de cabeça.
- Não se pode ganhar sempre, Kyle. – Melissa falou com inocência fingida.
A garota agarrou seu Moscow Mule virou antes de pedir licença e sair na direção do banheiro, enquanto Anna espiava discretamente por cima do ombro.
- Minha nossa. De que capa de revista esse cara saiu?! – ela falou obviamente tão impressionada quanto S/N. – Garota, você precisa ir até lá conversar com esse espécime maravilhoso.
- O quê?! – S/N conseguiu emitir em meio ao seu choque.
- Anna tem razão você precisa ir até lá. Bater um papo saber se ele é tão legal, quanto é bonito. – Melissa falou o óbvio. – Se ele for um idiota nós vamos estar aqui para te dar cobertura.
S/N assentiu tentando se colocar funcional mais uma vez. Aquela era a primeira vez que lhe acontecia aquilo, e era como no passado quando os homens cortejavam suas damas sendo gentis com elas. Ela tinha que retribuir lógico. E a melhor forma era se aproximar conversar pelo menos um pouco. Se ele fosse um pirado, Melissa e Anna estariam lá por ela.
O que podia dar errado?
Apanhando taça para tomar um gole curto do champanhe, a bebida mais incrível que suas papilas já haviam provado ela assentiu – Vocês tem razão. – ela falou levantando-se do seu lugar a mesa, começando o trajeto até o tal Butler. Torcendo para que não tropeçasse em seus próprios pés.
Um lampejo de um sorriso de satisfação passou pelo rosto de Austin quando viu S/N  - ele não conseguiu, e não quis, evitar não usar sua audição privilegiada para escutar o que se passava na mesa da garota, descobrir o nome dela foi um bônus – vindo até ele. Sua frágil e suculenta humana, pelo menos pelas próximas horas, caminhando por vontade própria para o centro da armadilha. Mesmo que sua a ardência em sua garganta tivesse pior do que nunca, era extremamente satisfatório.
 O cheiro dela estava tão presente naquele momento que ele conseguia sentir o leve sabor dela em sua língua. O morango com sua doçura e acidez contrastante surpreendendo com o sabor leve da romã e do cantaloupe*, e no final aquela agradável e sutil apimentada surpresa. Aquela garota era uma raridade, um verdadeiro achado.
Como mandava a boa educação Austin levantou-se para receber a recém-chegada. Ele podia escutar o coração dela disparar ainda mais e o levíssimo ofegar da sua respiração. Era óbvio que ela não estava acostumada com aquele tipo de tratamento. Era divertido de assistir. Brincar um pouco com a comida nunca foi proibido entre os vampiros.
- Espero que você tenha gostado do champanhe. – ele começou quando ela se aproximou.
- É uma das melhores que já provei. Obrigada. – ela disse com uma voz mais forte. – Eu me chamo S/N.
Ele sorriu enquanto oferecendo a mão direita – É um prazer conhece-la, S/N. Meu nome é Austin.
A forma como que a pequena mão dela se encaixava de forma adorável na sua chamou a atenção. Em outra vida aquilo o teria emocionado, naquela só parecia um fato curioso. Uma lembrança curiosa do tímido Austin que vivia cheirando a canela, que passava seu dia enfiado na cozinha da modesta padaria da família.
As mãos se afastaram, mas o calor dela continuou persistindo em envolver sua pele, quando ele sugeriu cavalheirescamente que ambos sentassem.
- Fico satisfeito que você tenha gostado do champanhe. – ele falou enquanto ela pousava a taça de cristal na superfície da mesa.
- Você não está bebendo nada. – ela observou.
- Eu pedi uma bebida, deve chegar a qualquer momento...Então S/N, você é daqui de Nova Iorque mesmo? – ele começou com uma pergunta trivial.
- Na verdade não. Eu fiz universidade aqui e quando me formei percebi que eu nunca quis voltar para Seattle. Foi muito rápido como toda minha vida de repente parecia estar toda aqui nessa cidade. Acho que sou como a maioria das pessoas que moram aqui. – ela respondeu simplesmente.
- Você tem razão. A coisa mais difícil em Nova Iorque é encontrar alguém que seja de Nova Iorque. – ele brincou, enquanto ela apanhava sua taça.
- E você de onde é?– ela sorriu em concordância antes de tomar mais um gole da bebida borbulhante.
- Bem, eu sou do Condado de Orange, na Califórnia, de uma cidadezinha Anaheim. Eu morei durante pouco tempo aqui, em Nova Iorque,  antes mudar para Inglaterra, - e em mais tantas outras cidades do mundo que ele poderia ter acrescentado- mas quando resolvi voltar eu não consegui pensar em outro lugar não fosse essa cidade. Ela sempre me acolheu muito bem.
- Eu também não tenho o que me queixar daqui. Eu gosto de como ela nunca parece à mesma, mas ao mesmo tempo muito familiar...E o fato de ficar a mais de seis horas de voo de Seattle já é um ponto a mais para mim.
Austin ergueu uma sobrancelha o brilho de curiosidade espreitando dos olhos azuis tempestuosos – Bem, essa sua frase final é a típica frase de quem quer manter distância de um ex, ou de uma família complicada.
- Você é bom em suposições, mas o meu ex é um cara até muito legal. E a minha família seria menos complicada se a minha mãe fosse uma pessoa mais fácil de conviver. – ela disse numa simplicidade que o surpreendeu, e que ao mesmo tempo o constrangeu, como se estivesse forçando alguma coisa.
Fazia muito tempo que ele não se sentia daquela forma por estar sendo tão curioso com alguém, muito menos com um humano. Na realidade, deixa-los constrangidos era parte da diversão, mas daquela vez simplesmente pareceu errado. Com ela pareceu errado.
- Desculpe, eu não queria...- ele se apressou em dizer.
- Não, tudo b... – ela foi interrompida pela chegada do garçom ruivo com o pedido dele.
- Sua vodca, senhor. – disse depositando o copo alto em frente ao loiro.
Austin assentiu em agradecimento recebendo um sorriso cumplice do rapaz, antes que este sumisse entre os frequentadores mais uma vez.
- S/N, mais uma vez me perdoe... – ele retomou se sentindo ainda embaraçado – E-Eu não quis parecer...  - por um segundo ele se sentiu como o garoto filho do padeiro da cidade, que mal conseguia manter uma conversa sem gaguejar.
- Austin, tudo bem. – ela falou num tom genuinamente sincero pousando a mão sobre a dele, numa tentativa de acalma-lo- Eu estou falando sério. Nós estávamos só conversando, e você não teria como saber e se me incomodasse falar sobre isso, eu simplesmente teria desviado de assunto, ou, simplesmente mentido para você.
Ele gostou da sinceridade dela.
- Você é boa nessa coisa de acalmar as pessoas. – ele riu sentido a tensão que retesaram dolorosamente seus músculos das costas se dissolver, o calor da pele dela na dele era estranhamente reconfortante.
- É o que dizem. – ela brincou retirando a mão da dele, que por um milésimo segundo ele desejou que aquele toque tivesse se demorado s�� mais um pouco.
Apesar do inicio atabalhoado da conversa ela evoluiu rápido entre os dois, logo eles estavam trocando impressões sobre livros que por coincidência ambos haviam lido, ou filmes que haviam visto. Rindo das histórias constrangedoras um do outro. As de Austin cautelosamente adaptadas, coisa que ele fazia desde o século XIX com muito sucesso, diga-se de passagem.
- Desculpe – ela disse sem conseguir conter a risada com o dorso dos dedos sobre os lábios e a outra no antebraço dele – Eu sei que você ter tido um susto daqueles...Mas encontrar o seu vizinho de roupão e cueca no meio da sua sala de madrugada. - depois daquele episódio ele desistiu de morar em condomínios fechados.
- Não esqueça o taco de beisebol – Austin disse prestes a tomar mais outro gole da sua vodca.
- Oh, claro. O taco de beisebol, eu nunca poderia – ele conseguia ver as lagrimas de acumulando no canto dos olhos dela.
- Ei, não ria assim do Bob. – Austin fingiu recrimina-la em falsa ofensa – Ele poderia ter sido um herói se tivesse conseguido salvar minha vida.
- Ah, do serial killer invisível na sua casa– S/N zombou.
- Colocando as coisas dessa forma. – o loiro falou sem conseguir conter a própria risada.
Normalmente nada passava despercebido de Austin, porque ele sempre parecia estar atento a cada ínfimo detalhe sobre suas vítimas. Contudo, daquela vez, ele se distraiu não só com o aroma inebriante de S/N, mas com a garota que ela mostrou ser para ele. E ele estava tão envolvido por ela, que nem percebeu o que havia acontecido. A proximidade entre seus corpos, como eles sutilmente se inclinavam um na direção do outro, como imã atraindo o ferro. Como eles se perdiam nos olhos, ou nos lábios um do outro.
A ardência quase latejante, que ele costumava pensar que podia ser comparada ao do aço incandescente sendo mergulhado na água congelante, estava modestamente arrefecida pela ardência da vodca. A sensação era muito parecida com uma dormência naquele momento, tornando a tortura de ficar perto dela quase indolor. Mas não significava que ele não desejava ao menos uma amostra grátis do que estava por vir. O que justificou sua ação inesperada.
- Eu posso te beijar? – ele perguntou quando as risadas deles começaram a cessar.
O leve choque misturado com surpresa.
O som do coração disparado chegou aos ouvidos dele junto com o discreto ofegar da sua respiração. Ele percebeu que mesmo por motivos diferentes, ela queria tanto aquele beijo quanto ele.
- Claro. – ela disse pouco acima de um sussurro.
 Um esboço de um sorriso passou pelo rosto de Austin, quando ele se aproximou em silencio, no instante que sua mão voou para a base da nuca dela, o polegar foi acariciar com suavidade a maçã do rosto. A sensação era tão ou mais envolvente do que aquele simples toque de mãos. Naquele momento, quando seus rostos se aproximaram e lábios quase se tocando, ele só se deixava levar, contando poder usar aquilo em algum momento ao seu favor.
O momento que a armadilha se fechou encurralando a presa.
Quando as bocas dele se encontraram o imortal teve a sensação de que algo que há muito tempo adormecido poderia voltar a despertar. Ele procurou em suas lembranças mais longínquas, mas não havia sinal do que era, quando os seus olhos se fecharam. Talvez fosse uma memória, ou uma sensação humana a muito esquecida, mas quando a língua dele encontrou a dela, Austin já não sabia mais no que estava pensando.
O gosto dela se espalhou pela língua do imortal, a doçura leve da romã e cantaloupe com o caprichoso toque da acidez do morango e o mel sutil, e para arrematar a sensação sensual do picante. O pensamento vaidoso, de que talvez, aquele sabor houvesse sido feito para somente para o seu paladar floresceu no fundo de sua mente. Alguém parecia conhecê-lo muito bem, ao ponto de criar um sangue aquele só para agrada-lo.
Os caninos latejavam discretamente, ansiosos por aquela iguaria. Especialmente com os braços dela envolta dele, fazendo com que Austin se visse completamente perdido naquele perfume viciante.
O cheiro da umidade começando a se espalhar pela calcinha dela chegou ao olfato dele, e aquilo deixava aquele aroma ainda mais tentador. O sabor que estava em sua língua ainda mais único. S/N, definitivamente estava se mostrando ainda melhor do que ele havia imaginado a principio. Ele não via a hora poder desfrutar do paraíso que ela tinha entre as pernas.  O passo seguinte era convencê-la a sair dali, algo que ele tinha certeza que não seria tão difícil de conseguir. Sem precisar usar a compulsão.
- Eu quero muito você. – ele falou ao liberar os lábios dela, quando percebeu que ela logo precisaria de ar, ao abrir os olhos. – E espero muito que isso não te assuste.
- Não. Não assusta. - ela admitiu com suas bochechas ganhando um delicioso tom rosado, seu aroma se tornando sensivelmente mais potente, fazendo autocontrole de Austin quase ruir – Eu também quero muito você.
Aquela sensação de novo de que algo estava prestes a voltar à vida. Alguma coisa no fundo da sua mente lutava para trazer aquilo à tona, mas parecia ter uma tonelada de coisas soterrando o que quer que aquilo fosse. Estava afundada profundamente embaixo de coisas que Austin preferia não mexer. Sangue. Chacinas. Assassinatos. Cobiça. Mentiras. Traições. Vingança. A loucura. Os fantasmas de um passado borrado e empoeirado que o perseguiam. Um dom que ele desprezava. E mais sangue. E o silêncio verdades não ditas.
Ele simplesmente decidiu não prestar atenção naquilo e saciar sua sede o mais rápido possível.
- O que você acha de dizer as suas amigas que está indo embora comigo? – ele sugeriu colocando uma fina mexa S/C atrás da orelha dela.
- Parece uma ideia muito boa. – concordou com uma discreta rouquidão na voz e com um meio sorriso no rosto.
- Você nem imagina as coisas que eu vou fazer você sentir essa noite, S/N. – ele disse dando inicio a um beijo curto, mas ainda cheio de intensões obscuras.
Ela está vindo para cá, Austin conseguiu ouvir tão claramente como se a tal de Melissa estivesse sussurrando para ele, e não para Anna.  Durante todo seu tempo com S/N ele teve plena consciência das duas, que até haviam mudado seus respectivos acentos somente para observá-los. Acompanhando-os como se os dois fossem que havia de mais interessante no Red Rose àquela noite. Comentários cheios de sarcasmos, carregado de malícia e de certo teor de inveja. Humanos simplesmente sendo o que eles eram quando achavam que ninguém estava prestando atenção.
Certamente eles realmente eram as coisas mais interessantes naquele lugar aquela noite...Elas só não conseguiam imaginar quanto.
O jeito que elas bombardearam a pobre humana sobre o “loiro gostoso” que havia lhe presenteado com a taça de champanhe. Não importava o sexo, condição financeira ou nível intelectual os seres humanos eram curiosos. Mas havia algo ainda mais surpreendente, no caso, a habilidade de S/N de contornar as perguntas que não lhe convinha responder. A cada minuto ela vinha se mostrando ser muito mais que uma garota com aquele aroma fascinante e uma beleza inquestionável.
Ela não demorou em se certificar de que as garotas procurariam pela tal de Kyle, aparentemente o emprego delas, dependia da chegada da garota em casa em segurança. Aparentemente parte do trabalho de S/N era bancar a babá de uma garota de vinte e poucos anos com nada na cabeça e muito mimada. A única coisa que ele conseguiu pensar era que ela precisava urgente de trabalho melhor.
Depois de alguns dólares colocadas sobre a mesa ocupada por ele e a humana anteriormente Austin foi espera-la se despedir das duas garotas há alguns – e reservados – passos de distância. Não o suficiente para que Anna e Melissa o vissem como alguém perigoso, mas, sim, respeitoso o suficiente por não querer invadir o espaço da sua conquista aquela noite. E pelo breve relatório que ela  havia feito dele as outras duas achavam que a garota havia tido uma excelente sorte.
“Ela nunca veio com a gente, e quando vem...Olha o cara com quem ela está saindo daqui” – Austin ouviu Melissa dizer num carregado inveja e um pouco de rancor, enquanto uma S/N alheia fazia seu caminho até ele .
“Não é a toa que a Kyle ficou morrendo de inveja” – Anna comentou.
“Só a Kyle?!” – era uma pergunta, mas também uma admissão.
S/N se aproximou segurando uma bolsa de mão e com um pesado cardigã longo de tricô cinza no antebraço.
- Você quer ajuda com o casaco? Lá fora deve fazer frio. – Austin falou como se uma memória muscular tivesse sido ativada dentro dele.
- Sim...Claro. – evidentemente pega de surpresa - Você tem razão. Se não for um incomodo...
- Vai ser um prazer. – ele disse aproximando-se para casualmente pegar o cardigã.
Aquele era um dos reflexos de sua vida humana que ele nunca deixou para trás completamente. Contudo, eram pouquíssimos aqueles que conseguiam ter acesso aquele lado dele, somente aqueles com quem ele realmente se importaria. Também era em momentos assim que as raras puídas memórias de Austin de sua vida humana surgiam. Do rapaz que ajudava a mãe e irmã com seus pesados mantos de inverno, que era amável até com aqueles que não mereciam um grama de sua gentileza.
Num silêncio confortável  ela se deixou ser conduzida por ele através dos frequentadores da boate. A grande mão do imortal casualmente colocada na base de suas costas. Para Austin um bom predador era aquele que fazia, no caso, da sua escolhida não parecer uma presa. E para os olhos dos incautos eles só eram mais um casal encerrando a noite.
O caminho até a saída não foi demorado, ainda que o lugar parecesse sensivelmente mais cheio do que quando o vampiro chegou. Mesmo que do lado de fora a fila não tivesse diminuído quase nada, ele pôde observar. E Melvin continuava tendo tanto trabalho para escolher os “privilegiados” que iriam entrar quanto tinha algumas horas atrás.
Ao passar pelo leão de chácara a porta Austin fez questão de cumprimenta-lo com um tapinha amigável nas costas – Boa noite, Melvin. Bom passeio com as crianças amanhã. – ele falou com um sorriso desdenhoso.
S/N olhou de Austin para o segurança com uma expressão curiosa gravada no rosto enquanto se afastavam, mas o poupou de perguntas impertinentes. Ele não entendia, mas a sensação de não precisar mentir para ela naquele instante era reconfortante.  Ainda que ele houvesse feito àquilo uma boa parte da noite. Que a mentira fosse parte da sua existência nos últimos dois séculos, praticamente parte da sua natureza. E mesmo que ele tivesse enganado noventa e nove por cento das pessoas- ou vampiros- que cruzaram seu caminho, e não tivesse se arrependido um dia sequer. Aquela garota, que ele mal conhecia a simples sugestão de mentir, ou de ter mentido para ela o incomodava como bagas de zimbro* contra a pele.
- O meu carro não está muito longe - ele informou eventualmente, vendo-a se apertar o tricô pesado entorno de si, enquanto assentia em concordância.
Ainda que Austin sentisse superficialmente os efeitos do calor e do frio em seu corpo, e não sofresse mais com aquilo, ele conseguia ler com perfeição o desconforto dos seres humanos expostos a baixas temperaturas. E aquela noite, apesar do dia ameno, a temperatura havia caído consideravelmente e a garota sentiu no segundo que colocou os pés fora do ambiente aquecido do Red Rose. Em um gesto impensado, muito natural até, como se um movimento fosse habitual entre os dois, ele passou o braço pela cintura dela puxando-a gentilmente mais para perto.
- Obrigada. – ela disse olhando-o com um sorriso grato ao se aconchegar de bom grado no lado dele.
- Sempre que precisar. – falou não acostumado com as mulheres humanas sendo gratas com ele, por mais que na hora da caça ele lançasse mão de todo seu arsenal de gentilezas e cavalheirismo. Contudo, além do sangue, tudo o que ele recebia em troca de suas vítimas era um olhar carregado de uma luxuria incontrolável.
Austin começava a perceber que aquela garota, dona daquele aroma sedutor, começava a confundi-lo.
- Eu não imaginei que tinha esfriado tanto. – os dentes haviam começado a bater levemente, enquanto o sangue se acumulava nas bochechas e na ponta do nariz. Mesmo exposta ao ar frio ela continuava tão apetitosa como no ambiente morno da boate.
- Logo você vai estar aquecida, S/N. – palavras que nada escondiam de suas segundas intensões.
E se ela continuasse corando como fazia naquele momento, aquele cheiro divino acertando Austin como uma bola de ferro de uma tonelada, ele não tinha certeza por quanto tempo conseguiria manter seu autocontrole.  E há décadas ele não se sentia daquela forma, dançando na beira de um penhasco.
Para sorte de ambos, por razões adversas, a caminhada até estacionamento foi rápida. Austin localizou o lustroso Maverick preto imediatamente. Provavelmente o único carro antigo entre os grandes e modernos carros que os jovens de hoje em dia gostam. Para o imortal, por mais que ele gostasse do desempenho dos carros atuais, os modelos clássicos tinham uma beleza atemporal.
- Você tem um Maverick!! – ela exclamou maravilhada olhando entre o carro e ele com olhos brilhantes.- É um 74?
- Isso mesmo. Quem diria que você seria uma conhecedora de carros antigos. Onde você se escondia, garota? – o vampiro brincou.
- Eu não sou uma grande conhecedora, mas o Maverick do meu avô paterno fez parte da maior parte da minha vida...Ele era um grande amante da marca. O meu pai e ele viviam indo a encontros de colecionadores. – ela dizia saindo lentamente do braço dele indo em direção ao carro – Mesmo quando mesmo quando ele não podia mais andar sem ajuda por causa do Parkinson o meu pai continuava o levando. Até...– a emoção estava implícita na voz dela.
E lá estava a coisa que ele mais odiava nos seres humanos, aquela fragilidade inerente a eles, o estar plenamente bem num segundo e no seguinte estar assistindo o seu fim se aproximar lentamente.  Como se não bastasse os fatores externos como acidentes, assassinatos ou adquirir uma doença agressiva que podia acabar com a vida de uma pessoa em poucas horas. Ainda havia o próprio corpo, que de um dia para o outro podia resolver se auto sabotar. Um dia decidir que está desistindo, que tudo que resta é esperar cada dia pelo inevitável, enquanto as pessoas que estão por perto só podem assistir.
A vida humana nos séculos de existência de Ausitn se mostrou uma piada cruel. E se não fosse um acidente, doença, a própria velhice, o assassinato ou qualquer outra fatalidade, os humanos ainda eram as presas naturais de criaturas como ele.
- Bem, o que você acha de conhecer ele por dentro? – ele perguntou numa tentativa de interromper os seus próprios e inconvenientes pensamentos, já buscando a chave no bolso interno do sobretudo.
- Claro. – ela respondeu encantada.
Enquanto destrancava a porta do passageiro Austin podia sentir os olhos dela em suas costas. Era estranho, mas ele também não sabia dizer como se sentia, e ele nunca gostou de não ter respostas sobre as coisas que sentia. E não saber o que sentia era estar a um passo da perda de controle, e ele prometeu a se mesmo que aquilo não voltaria acontecer de novo.
- Minha senhora – ele disse abrindo a porta enquanto abria a porta para fazer uma sutil reverencia.
- Gentil, senhor. – ela num sorriso assentiu ligeiramente entrando no carro.
O passo mais importante antes do ato final.
Silencioso Austin aproximou-se dela, já acomodada no banco de couro legitimo, para cair sobre um joelho no concreto frio. Ele podia ouvir a respiração ofegante saindo dos lábios ligeiramente abertos dela, o coração batendo mais forte do que ele havia escutado a noite inteira. Os dedos mexeram nervosamente na bolsa, mas os olhos dela não desviaram dos dele em instante algum.
- Se você soubesse todas as coisas que eu quero e vou fazer com você esta noite, S/N. – ele falou num tom ainda mais rouco que o habitual, enquanto suas pupilas se dilataram ligeiramente fazendo as dela acompanharem, enquanto nuances de vermelho sangue se infiltraram na íris azul dele. – O que você acha de ser na sua casa, querida?
- Para mim parece ótimo, Austin. – a garota concordou mostrando que se havia alguma reserva em relação havia acabado naquele momento.
Ele sorriu enquanto se aproximava para tomar os lábios dela mais uma vez naquela noite para um beijo repleto de promessas sombrias e tortuosas.
Quando a criatura se acomodou no banco do motorista ela estava levemente atordoada pelos efeitos da compulsão. Nada que em poucos instantes não cessasse e ela teria plena convicção que a ideia de convida-lo para seu apartamento havia partido exclusivamente dela.
O ronco do motor bem ajustado rasgou o silencio do estacionamento quando ele o acionou. Pouco mais de três horas após sua chegada o Malkavian deixava o estacionamento do Red Rose, deixando para trás mais que mais uma noite de caça.
Mas ele ainda não sabia disso.
Cantaloupe: Variedade de melão originário da Armênia;
Bagas de zimbro: Especiaria altamente corrosiva para pele dos vampiros.
10 notes · View notes
chateau-aemkei · 2 years
Text
Tumblr media
One night!
1998 Gosset Celebris Vintage Extra Brut
2002 Louis Roederer Cristal Brut
2002 Piper Heidsieck Rare Brut
2002 Billecart Salmon Cuvee Nicolas Francois Billecart Brut
2006 Gosset Grand Millesime Brut
2006 Pol Roger Sir Winston Churchill Brut
2006 Taittinger Comtes de Champagne Blanc de Blancs
2008 Don Perignon Limited Edition by Lenny Kravitz
3 notes · View notes
itsnothingbutluck · 10 months
Text
youtube
Listen and learn how to say 70 of the most FAMOUS CHAMPAGNE names correctly with French winemaker Julien, "how do you pronounce" free pronunciation audio/video tutorials. The Champagne pronounced in this video include: French pronunciation including the following Champagnes houses: Abelé (Sourire de Reims, owned by Freixenet), Armand de Brignac (Ace of Spades) Ayala (Grande Cuvée),Bollinger, Billecart-Salmon (Clos St Hilaire), Boizel, Lanson, Bollinger (Vieilles Vignes Françaises,R.D. (Récemment Dégorgé), Bruno Paillard (Nec Plus Ultra), Canard-Duchêne, Cattier (Clos du Moulin, Charles Heidsieck (Blanc des Millénaires, Cheurlin, Comte de Dampierre, De Castellane, De Cazanove, De Telmont, De Venoge, Delamotte, Desmoulins, Deutz (Amour de Deutz), Louis Roederer, Duval-Leroy (Femme de Champagne), Henri Giraud, Gosset Alfred Gratien, Heidsieck & Co Monopole Irroy Jacquart (Cuvée Alpha), Jacquesson, Jacquinot & Fils, Jean Jacques Lamoureux, , Jeeper (Grande Réserve Chardonnay) Joseph Perrier, Krug (Vintage, Clos du Mesnil clos ambonnay owned by LVMH Louis Vuitton Moet Hennessy), Charles Lafitte, Lallier Lanson Laurent-Perrier Lombard & Cie Marie Stuart (Cuvée de la Sommelière), G.H. Martel & Co., Mercier ,, Moët & Chandon (Épernay), Dom Pérignon, Moutard-Diligent, GH Mumm (Mumm de Cramant, Pernod Ricard), Perrier-Jouët (Belle Époque), Philipponnat (Clos des Goisses), Piper-Heidsieck (rare), Pol Roger (Sir Winston Churchill), Pommery, Ruinart, Louis de Sacy, Salon (Le Mesnil-sur-Oger), Laurent-Perrier, Taittinger (Comtes de Champagne), Thiénot (Cuvée Alain Thiénot, Stanislas, Garance) , Veuve Clicquot Ponsardin (carte jaune, yellow label, rich reserve), vranken, De sousa, AR Lenoble, Louis Roederer Cristal, Soutiran, Gardet, Gremillet, Janisson et Fils, Mansart Baillet, N. Gueusquin, Cuperly, Chaudron, Nicolas Feuillate.
3 notes · View notes
winechaininc · 3 months
Text
Champagne Louis Roederer- Hand in hand with Nature
Buy Now, Louis Roederer is a leading figure in Champagne excellence whose reputation shines worldwide. With nearly 250 years of history. Visit https://winechain.co/wineries/champagne-louis-roederer- to know more about Louis Roederer.
0 notes
lemonseeds-blog · 1 year
Text
Vlad Journal | Prologue
"At the start of the night, he was as far as he could be without blatantly sitting elsewhere. But as we went on, it was as if we were pulled together, unconsciously. A force that we did little to fight against. The rest of the night…I’m not sure I could pen it here properly. (And perhaps should not?)"
This will be an in-character journal entry summarizing Vlad's thoughts from the latest episode of The Sanguine Society. You can find the public copy of this journal here, if you prefer google docs. This particular post is a bit longer than is usually to be expected, as it contains several entries; it is also mildly NSFW, though not all entries will be. If you like to listen to music while reading, I would recommend Elegie, Op. 24 for today's entry. I Hope you enjoy 🖤
Wednesday, April the 28th, 2023
I had kaffe und kuchen with Elenor today. She found me sitting in the greenhouse again, practicing for the show. She has been such a dear since I took residence here; accommodating my 'odd' hours and habits, with hardly a question. We chatted a bit, but my German is barely conversational these days. Shame I did not pick it up more, and leaving already. But it is nice to sit quietly as well. She says she enjoys my playing, and I enjoy her company. 3 decades has gone impossibly fast.
Friday, April the 30th, 2023
Louis Roederer Cristal Brut (2008) 1.5L
Colour: Amber, Sunlight 
Fragrance: wonderfully golden fruit
Savour: Opens bright and fruity; pear and apple. A bit bitter on the end; floral, but pollen
Paired with Crème Brûlée: slightly too much fruit for the dish, but lovely to sip afterwards
Transcribe to wine notes⤴️
Sunday, April the 1st, 2023
Performance with the company has been going well; we will have our final show tomorrow. And my final altogether. I will greatly miss living here. The town is quiet. This apartment is quaint, but has only gotten finer over my stay. The people have been kind and allow me to keep to myself. I think I could stay here for quite a while longer without being bothered. But it is time. Adăpost Manor cannot sit absent and idle, it is a waste. I will be meeting with Reya after the show tomorrow, and perhaps get some updates on the community while catching up. It really will be so good to see her, it has been too long. Too long since many things. When I left Adăpost, I thought I might put it up for sale before returning, but I have found myself longing more and more. To perform in the music room and to have the smell of good food in the kitchens. To sit and read in the library and to tend to the arboretum. The place has had many lifetimes already, and it will be good to get back and find footing in a new cycle. It is not a home only for I, after all. 30 years of selfishness is enough. 
Monday, April the 2nd, 2023
Aurelio was at the show tonight. Aurelio. 
It was no accident of course, Reya must have planned this. Though I am not sure why. I had no words, and am still in lack. After 60 years, suddenly, Aurelio walks through my place of work. I don’t know that I ever gave much thought on what I would say, if he were to return. I would not have allowed myself to dwell there. And yet, here he is. And here am I, at a loss. He was polite, as always; asking about my colleagues and the city. Feigning interest, at the least. But he was nervous too, if I am not mistaken. In some ways it was just like we used to speak; joking, laughing, touching.  And in other ways, he was more frightened than I have ever seen him. He has been traveling around Europe; backpacking and visiting family. He spoke often of loneliness, and longing for the familiar, so I offered to accompany him while he is in town. He surprised me with his enthusiasm, and then even more, with an invitation to the opera. A bold proposition, coming from him. But his excitement showed genuine, and after all this time, a night out could be refreshing. A date? 
My coworkers invited us to a drink and we spent most of the night at Schlenkerla, and before I knew it, it was nearly sunrise. The rest of the lot turned in after the bar stopped serving, but I was not yet ready to watch him go. So I invited him to join me, and he agreed, even without knowing where I would take him. I showed him to the greenhouse. 
His delight was apparent as soon as he saw the greenery and life growing over it.
"It's like a part of the old world reclaiming what has become modern" he says.
 I had forgotten what it's like to see the world through his eyes. I feel I have been missing much. We sat and talked and waited for the sun to rise. He told me more about his family; how he has been tracing his blood lines and finding the ends. How he's gotten close to some of the younger ones, despite his eccentricities. And now he is unsure of where to go next. It seems like he has grown; the travel must be good for him. As the sky grew lighter, his face glowed with joy in telling me about the different generations he's met. His love has always made him beautiful. The sun coming through the leaves and on his skin and filling the colour of his eyes…I could almost let him burn to see his beauty in direct light. But he lives in chiaroscuro, and my heart aches all the more in the limbo. I feel that the opera will be difficult, I am not entirely sure what he expects from me. But I cannot let nerves stop me. I cannot miss this.
Friday, April the 5th, 2023
Yesterday was beyond words, but I will do my best. The opera was lovely. The champagne was delicious. And Aurelio, a beacon of light in all of it. He sent me a letter, penned in his own hand, though I did not receive it until nearly too late. I hardly had time to put together something to wear.  He still dresses in his classic fine things, and wears them just as well as ever. I worried at first that I had overdressed, and that I would look quite the fool showing up at his place of stay in a tuxedo. But he knows me well, and suited for the occasion just as we used to. It was as if I had taken a step back through time, and this persisted for a good portion of the night. We shared looks, we laughed, we walked arm in arm and talked and talked. About the show and technology and travel and Vienna. I admitted to him that I will be returning. He seemed a bit excited at the concept, and said that he would like to visit. Apparently he has been searching for his sire, and thought he might be able to find more information at the Manor’s library. Perhaps he could have more casual visits, along with the research.  
He apologized as well, for leaving all that time ago. Though I wish he hadn't. To see the pain I had caused him etched on his face and then take the blame for it all. I can hardly stand it. But he would not hear of my reasoning, and seemed nearly desperate to explain himself. The least I can do for him is listen and accept an apology. He said he couldn't imagine being enough; that he had never stopped to ask how I had felt. It never felt like we needed to. The fact that he suited me in a fashion that no other could, always felt so obvious. Until it was too late, I suppose. It was a bit of a relief though, to finally know. He says he was afraid, and so certain he would lose me, that he somehow ended up making sure of it.  
“I had not felt the way that I felt with you for any one before, and that certainly frightened me”
My heart aches at the words, but I do not dare ask if he still feels this way. The reassurance of what once was, is enough. I brought him to the townhouse after the opera, to show him the stereo system and have some more conversation. Sat on the couch next to me, sipping wine and talking music, it was almost as if he had never left. At the start of the night, he was as far as he could be without blatantly sitting elsewhere. But as we went on, it was as if we were pulled together, unconsciously. A force that we did little to fight against. The rest of the night…I’m not sure I could pen it properly here. (And perhaps should not?)
“I don't want to waste anymore time”
My hand went to his cheek, without a thought. And our lips, meeting in a second. I am shocked for a moment, and look to his eyes to find a familiar fervor. He pulls at me, and the nostalgia washes over. The touch of cold marble, the smell of orange blossom. The look of his eyes, that of dark woods at dusk. My teeth at his neck, a taste of bitter iron; and a moan rising from his chest and vibrating in his throat under my lips. A groan that laments all the wasted time, and every second lost now between touches. 
Waste no time.
My hands move faster than my thoughts, strict, leading; his fingers are gentle, pleading as ever. As always. On neck, on shoulders, on chest. Our movements and his song flowing and sliding ever down and down.
I can still hear it. And this letter he wrote, I trace the characters over and over to see the movement of his hand in the starts and stops of the ink. This letter that he penned and touched and surely fretted over, I can almost smell the orange blossom on it still. Perhaps I shall write him back; it would be my move at this point, no? I would not want him to think this was a single affair to me. 
Saturday, April the 7th, 2023
He is not here. I had hoped to catch him for some coffee before I departed, but that may have been asking too much too soon. It was a fine evening, and we talked of many things, but perhaps that is all that he needed. A chat, a date, some closure. I was a fool for expecting more, really. One night with him again…It will have to be enough. I have so much to attended to at the Manor in any matter, it is long time tha
He’s here. 
He came to me at the train station. He is coming with me to Vienna. He will stay in the Manor with me. I can hardly believe the words as I scribble them with him getting settled into the train car. 
We're going back to Vienna.
Tumblr media
3 notes · View notes
lvdbbooks · 1 year
Text
Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media
2023年2月24日
【新入荷・新本】
François-Xavier Gbré & Baptiste Manet & Martial Manet Album Architectures, Abidjan, Caryatide, 2022
English / French. 24 x 32 cm. Softcover. 128 pages.
価格:5,500円(税込)
/
コートジボワールの旧首都アビジャン(Abidjan)に残る、「トロピカル・モダニズム」とも形容される主に1950〜70年代に建てられた近代建築にフォーカスした写真集。常に変化し続ける都市において、必ずしも特定されず、しばしば不可視化される、豊かで特異な建築的景観の価値化を通して、現代遺産の概念を考察します。
An iconographic work on the modern architecture of Abidjan which aims to offer a photographic survey of thirty buildings representative of the chosen moment of architecture that followed independence.
This is not an architecture book but a photography book on an architecture that expresses itself through diversity. It is a book that intends to offer a photographic view of buildings in Abidjan that bear the imprint of a certain «tropical modernism».
More precisely, Album Architectures, Abidjan is the testimony of an encounter between two individuals who live and share an aesthetic and emotional attachment to the lagoon city. Issa Diabaté, architect, contemporary actor of the architectural future of this city that never stops reinventing itself. François-Xavier Gbré, a photographer who has made architecture his preferred medium for apprehending the muted history of places by envisaging architectures as the sedimentary traces of the social and political changes of a country, the Ivory Coast.
This book, and the Album Architectures collection more broadly, aims to initiate a reflection on the definition of the notion of contemporary heritage through the valorisation of rich and singular architectural landscapes, not always identified, often invisibilised, of cities in perpetual urban change.
Born in 1978 in Lille (France), François-Xavier Gbré is a Franco-Ivorian photographer who lives and works between the Marais Poitevin in France and Abidjan.The photographic work of this mixed-race art-ist of Ivorian origin who grew up in the north of France apprehends architecture, landscape and urbanity in the form of a documentary testimony that evokes the architectural photography of Lewis Baltz, Stephen Shore and Guy Tillim. From Mali to Israel, from Lille to Rabat, François- Xavier Gbré photographs abandoned architectures bearing the traces of their country's social and political history. His photographs take a dis-tanced look at the buildings and the symbolic charge that history and historicity give them. They are inter-ested in the past, in the muted history of places, reveal the invisibilities of everyday life and petrify fragments of a world in perpetual mutation. In a soft radicality, he testifies of the in-between, of these moments of tipping revealed with force by the architecture.
François-Xavier Gbré's work can be found in the collections of the Centre Pompidou (Paris, France), the Tate Modern (London, UK), the Smithsonian Institution (Washington, USA), the Queensland Gallery of Modern Art (Brisbane, Australia), Philadelphia Museum of Art (Philadelphia), Chazen Museum of Art—University of Wisconsin (Madison USA), Walther Collection (Ulm, Germany), Rencontres d'Arles (Arles, France), Fonds National d'Art Contemporain (Paris, France) and Musée des Confluences (Lyon, France). In 2020, François-Xavier Gbré is the win-ner of the Louis Roederer Prize of the Rencontres Internationales de la Photographie d'Arles.
Baptiste Manet is an architecte specialised in contemporary heritage. He is the co-founder and director, with Yann Legouis, of the Sapiens Architectes office. He is also the co-founder of the association Éditions Cosa Mentale and a teacher at the École nationale d'architecture de Paris-Belleville (Paris). In 2022, Baptiste Manet participated in the experimental residential programme for the research and study of artistic practice and thought, organised by the RAW Academy in Dakar and the Institute of Contemporary Art at the University of Pennsylvania (Philadelphia).
Martial Manet has a PhD in Law and graduated in philosophy from the École Normale Supérieure in Paris. He has been Visiting Scholar at the Institute for African Studies at Columbia University (New-York). He teaches at the University of Paris I Panthéon- Sorbonne (Paris)
3 notes · View notes