O Temor é uma das tonalidades afetivas fundamentais do ser humanos, a qual nos torna mais sensíveis às possibilidades de fuga diante de algo que julguemos ameaçador e que pode “aniquilar” a nossa existência (mesmo sendo, em sua maioria, pensamentos ilusórios, gerando certa ansiedade, excesso de controle, e até mesmo levar a compulsões).
O fato é que o ser humano é temeroso!
O Temor “tem papel determinante na própria construção da vida”, exercendo certa medida de abertura que possibilitam ações no cotidiano do indivíduo temeroso, ou o aprisionam em um lugar de extrema proteção frente àquilo que teme.
Os modos de ser temeroso trazem desconforto, transtornos, desestruturação para o indivíduo em sua vida, convivência, relações, afetos…Este Temor anuncia algo diante de nós, que vem de nosso encontro e é ameaçador. Ou seja, a nossa vulnerabilidade e fragilidade emergem à nossa consciência.
Cabe a nós decidirmos abrir mão do controle pretendido ou não; retornar à bolha super protetora ou a agirmos de forma mais corajosa diante das supostas ameaças diante à nossa vida. “O temor é a condição de possibilidade da coragem” e não pelo controle ansiogênico e/ou compulsivo.
Feijoo (2011) nos deixa três questionamentos, sendo estes:
De que temos medo? O que é ter medo? Pelo que temos medo?
___
Milton Cabral | Phileo Psicologia - CRP 06/159993.
Bibliografia: A existência para além do sujeito, 2011.
Expressão Artística: O Grito, de Edvard Munch (1893).
2 notes
·
View notes
Vulnerabilidade e vida humana ✨💛
(Pílulas de reflexões para gerar evoluções…)
Música tema do texto: Resolution (Kakugo) by Yasuharu Takanashi
E aí?…
e se eu te dissesse o seguinte:
“expresse seu maior medo agora.
encare ele, se sentir de chorar, chore. coloque pra fora. suspire. se doer o peito, chore mais.
depois, respire fundo. vai passar. você vai ter colocado pra fora. e encare o que você sente.”
…você me diria isso aqui?
“nossa Paty, que forte, pra que isso?”
se sim, lhe respondo: não. eu estou fazendo o que é preciso fazer:
→ e o que é preciso fazer?
encorajar que as pessoas vivam de forma natural com a coisa MAIS BÁSICA que precisamos viver: os nossos sentimentos, as nossas emoções.
você consegue imaginar quantas coisas temos represadas e reprimidas,
que geram diversas questões que passamos hoje – padrões de sentir, reagir, viver, pensar, decidir. eu não tô a fim de apenas continuar os meus trabalhos falando de remediar, remediar, remediar os problemas que sempre vejo existindo.
sou extremamente observadora, e pra mim já está claro que se a gente não parar uma hora pra ver o que pode ocorrer daqui em diante com o nosso jeito atual e errado de lidar com emoções,
em breve vamos explodiiiir de mais e mais casos com questões de saúde mental.
o problema vai ser principalmente porque a máscara, vish, essa vai estar extremamente perfeita e quase impenetrável. e então vai ser difícil enxergar.
porque todos os dias, agora mesmo, reforçamos as máscaras de vidinha perfeita e linda. e pouco abrimos espaço para aquilo que propus inicialmente e que, talvez, foi estranho pra você ler: “chore, sinta, encare”.
mas também é bastante claro, pela perspectiva psicológica, que as emoções guardadas, não assimiladas ou ressignificadas possuem um grande papel na definição de quem somos.
e apesar de não lidarmos bem com as nossas emoções, sequer direcionarmos elas,
elas são a nossa matriz, raiz, o mais básico do que somos, a primeira coisa que expressamos quando nascemos (muitos de nós choram quando nascem, e certamente choram quando querem comer, quando dói, o sentir é a coisa mais humana que existe, e você aí querendo fingir que não tem isso consigo?)
não é forte ou pesado dizer para sentir as coisas que surgem,
e se você pensou isso quando eu propus que você fizesse o básico – passasse um tempo com suas emoções - provavelmente é porque está um taaanto acostumado/a com uma vibe de não viver as coisas mais internas,
às vezes até acostumada/o a uma vida de fachada, mecanizada, só terrena, material
ou com muita positividade tóxica (= ‘sinto algo ruim, e logo substituo a tristeza com um sentimento bom, enfiando minha tristeza num buraco, sem encará-la, sem “sentar” com ela, entender o porquê surgiu. é óbvio que é simples assim, e bastante saudável fazer isso, no sentido psicológico, saudável à beça’).
não é essa a maneira saudável de viver interior & exteriormente.
quando forçamos não sentir
não ter problemas
não passar por nenhuma bagunça interna
= baita efeito ruim em nós e nos outros, incluindo aqueles que você sequer conhece.
porque
a gente se DESACOSTUMA com a nossa própria vulnerabilidade
e nos desacostumamos com a vulnerabilidade do outro.
aos poucos,
a sensibilidade natural ou esperada vai se apagando. a empatia, diminuindo.
vamos nos fechando ao que envolve isso. e reforçamos um padrão de perfeição inexistente: o da “positividade constante”.
“Paty, então a gente tem que sair mostrando tudo?”
→ É óbvio que não. Existe uma diferença enorme entre apenas não mostrar (1) e forçar não sentir (2). É o segundo caso que estou focando.
Pois o primeiro, cara, é tão normal, e quem somos nós para desrespeitar o processo e a maneira de cada um viver as suas emoções? Desde que viva, cada pessoa viverá isso de uma maneira.
Agora, lhe pergunto:
teve alguma semana da sua vida em que todos os dias você esteve 100% feliz? alegre, pra cima? pôoo,
me deixe saber, por favor.
e nos dias ruins, você encarou o que sentiu? conversou sobre ou expressou de alguma outra forma? [conversa não é a única maneira de expressar o que se sente, apesar de ser muito eficaz], ou enfiou num buraco? foi tapar isso com algum vício, fuga da realidade ou com positividade tóxica?
Vulnerabilidade. é isso que nos torna humanos e é isso que nos conecta: sermos vulneráveis e sentirmos.
ansiamos por sentir. mas, por dificuldade e falta de inteligência humana, há muito ansiamos por nos escondermos e fingirmos não sentir quase nada…
preferindo banalizar sofrimentos alheios em prol de autossatisfação egoica (aqui vai um exemplo bem distante da nossa realidade, viu?" > “não tá comigo, agora tá sofrendo, toma, bem feito”, nem vemos músicas assim por aí, né? <), indiferença, aversão, superficialidade. o que mais temos por aí.
não queremos admitir que temos muito do outro na gente.
queremos propagar que somos “autossuficientes” e não precisamos de ninguém quando no fim, no meio da trajetória padrão de “desapego” e “autossuficiência” temos diversas expectativas internas mal supridas e extremamente mal direcionadas. e isso, no fim, nem é autossuficiência.
bloquear as suas emoções é bloquear a sua humanidade.
e no fim, o dominó que você jogou volta e bate nas tuas costas. vai voltar. infelizmente. porque você tá no meio de tudo isso. tu não se diferencia dos outros no aspecto do sentir.
o sentimento é o que conecta pessoas e nos faz lembrarmos da existência de outros alguéns. é o que nos torna nobres, conectados.
o choro de emoção ou felicidade quando alguém se casa e você presencia isso. não é você que está casando, mas SENTE um pouco da felicidade do outro.
o choro ao ver alguém chorar, mesmo que num filme. não é você quem sente a dor ou a tristeza, mas sente, por entender, mesmo que por um pequeno momento, parte do sofrimento alheio.
o sorriso por ver uma pessoa conseguindo algo
a animação que alguém te transmite exatamente por chegar até ti animado/a
Neurônios espelho.
a felicidade em ver pessoas rindo, acabar rindo junto. apenas situações para exemplificar que o que nos une, é o sentir.
então se permita sentir. eu já te permito e estou de braços abertos para aceitar todos os seus lados, por mais “““feios””” que eles pareçam, com eternas aspas.
Não é feio sentir. Tampouco é feio expressar.
Devemos parar de rotular pessoas que admitem o sentir como “ingênuas” ou “fracas”, que “pouco vencerão no mundo”.
Bom, eu não tô a fim de ver o próximo como o meu adversário.
Se te ajuda a enxergar o problema: você é próximo do outro. Com você, é apenas você e mais ninguém. Seguindo a tua lógica, com o outro, vai ser apenas o outro e mais ninguém. E quando você precisar, espera receber o que, se essa é a maneira que você vive e se apresenta aos outros? De maneira extremamente “eu, eu, eu, eu”.
Difícil acaba sendo, no fim, não conseguir (con)viver com a vulnerabilidade do outro, e projetar o seu problema interno com emoções e sensibilidade, nele.
Que sejamos mais vulneráveis, na medida do que cada um consegue agora, seja na expressão de um pequeno afeto, de um gesto de observação, ou algo grande, imenso. Mas que tenha. Da sua forma, mas tenha.
e ahhh, não é necessário se relacionar com pessoas para se lembrar de que você está aqui para trocar, experienciar emoções. só olhe para o mundo a sua volta: tem muuuuuitos seres precisando de você.
que sejamos mais Sentir e menos retrair, se segurar, fingir.
1 note
·
View note
Você sabe a diferença entre Gerenciamento de Vulnerabilidades e Análises de Vulnerabilidade?
O gerenciamento de vulnerabilidades e a análise de vulnerabilidades são dois conceitos distintos, embora estejam relacionados na área de segurança da informação. Vamos explorar as diferenças entre eles:
Gerenciamento de Vulnerabilidades:
Definição: O gerenciamento de vulnerabilidades é um processo contínuo que visa identificar, avaliar e tratar as vulnerabilidades presentes em sistemas, redes e aplicativos de uma organização.
Fases do Processo:
Detecção: Identificação de vulnerabilidades por meio de escaneamento, testes de segurança e outras técnicas.
Priorização: Classificação das vulnerabilidades com base em critérios como severidade, potencial de exploração e impacto nos negócios.
Remediação: Desenvolvimento e implementação de planos de ação para corrigir ou mitigar as vulnerabilidades identificadas.
Monitoramento Contínuo: Acompanhamento constante para garantir que as medidas de segurança sejam eficazes e para lidar com novas vulnerabilidades.
Análise de Vulnerabilidades:
Definição: A análise de vulnerabilidades é uma atividade específica que envolve examinar um sistema, rede ou aplicativo em busca de possíveis falhas de segurança.
Foco na Identificação:
Exploração: Uso de ferramentas e técnicas para identificar e explorar vulnerabilidades existentes.
Testes Manuais: Inspeção detalhada por profissionais de segurança para descobrir vulnerabilidades que podem não ser detectadas por ferramentas automatizadas.
Relatórios: Documentação das vulnerabilidades encontradas e fornecimento de recomendações para correção.
Resumo: O gerenciamento de vulnerabilidades é um processo mais amplo e contínuo que abrange a identificação, avaliação, priorização e remediação de vulnerabilidades ao longo do tempo. A análise de vulnerabilidades, por outro lado, é uma atividade específica dentro desse processo, focada na identificação e exploração de falhas de segurança em um ponto específico no tempo. Ambos são essenciais para manter a postura de segurança de uma organização.
1 note
·
View note