Tumgik
#mistérios da carne
cigarrw-s · 2 years
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"[...] And I thought of all the grief and sadness and fucked up suffering in the world, and it made me want to escape. I wished with all my heart that we could just leave this world behind, rise like two angels in the night and magically... disappear".
Mysterious Skin (2004) dir. Gregg Araki
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inutilidadeaflorada · 1 month
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Aquarelas
As aquarelas hostis desidratam meu paladar Ao tecer a textura de cruzes embaixo da língua Um mistério que clama e empurra nomes Para um hábito artesanal de reza
Para fora dos pomares, um dia de vida Roubando discursos, adoçando goles ácidos Vestido a teia frágil de personagens sutis Para a afronta de heróis tragicômicos
O laço entre pernas é uma Babel por si Uma cidade erguida à Afrodite Um mar agitado e em sintoma Que faz de farmácias uma pátria
Uma tragédia submersa, pronta para acontecer Mastigando feridas, tingindo camisas E as nomeando como Cronos Colecionando o posto de amante e algoz
A cada generosa queda, Juntando os pedaços de Ícaro Abandonando beleza e solidão Num impasse passivo-agressivo
Dançar vigílias autobiográficas Desintoxicando o veneno do corpo Desencravando cada apunhalada E sempre duvidando da letalidade dos golpes
Qualquer prazer diminuto fluí um réquiem Todas mortes correm um rio de cores É impossível para qualquer barqueiro Atravessa-lo sem afogar seus passageiros
A constante que muni imagens Com carne, pólvora, unha e cálcio Oferta também uma torrente se torcendo A cada par de rancores superados
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caixadeexcertos · 1 year
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[27/2 09:20]
Hoje o dia nasceu silencioso, sem sorriso. Uma segunda serena e acolhedora. Mais uma vez o luto chegou a porta do coração para falar que as lembranças estão vivas. Aqueles momentos de abraço, de sorrisos em família, de conversas jogadas ao vento. Talvez eu esteja com o sentimento de solidão ou aqui dentro esteja a presença de quem partiu. Não é um dia de questionamento, nem mesmo de respostas. Como tudo tem seu mistério, aqui elevo a reflexão do tempo tão breve que carregamos no corpo, mas tão eterno na alma em função de sua evolução. Ter fé talvez seja o abraço da coragem de continuar. Porém, é preciso dar as mãos a razão para continuar firme até o nosso momento. Levamos tudo em sentimentos e afeições. E não devemos encontar no material aquilo que nos é essência: a Vida. Para o além véu da vida há o que não sabemos e é justo levar a saudade de quem hoje partiu em paz para não sofrer mais o que a carne permitiu para o entendimento do alma. Agora chove, a brisa canta e a terra se encharca de equilíbrio. E é o que nós precisamos no momento, pois a vida tem sua continuidade junto a saudade.
Só precisamos deixar o nosso:
"Até breve!"
Com sentimentos,
Eu, Will.
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devaneiocarioca2 · 2 months
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Povo bonito e gostoso do meu tumblr, eu escrevo poesia erótica, espero que gostem. Essa é pra
Ma RUIVA TATUADA ai @mamaci-tta
Em meio à tela pálida, uma cascata de fogo flui o espírito vibrante de uma ruiva, uma história que só ela conhece. Tinta na pele, uma tapeçaria tão rara, tatuagens sussurram segredos, um vislumbre de seu talento.
A cada passo que ela dá, uma dança de chamas e graça, puro desejo, um mosaico de emoções, no intrincado abraço da tinta em seu corpo, contos de paixão e força gravados em cada linha, uma ruiva tatuada, uma obra-prima divina.
Sob a carícia suave do sol, a crina de uma sereia brilhando, A presença de uma ruiva cativante, um espetáculo vibrante e ardente. Sua pele é uma tela de histórias, pintada em tons tão ousados, tatuagens que tecem uma tapeçaria, cada história um tesouro a ser contado.
Uma fênix em seu ombro, surgindo das garras das cinzas, Simbolizando a resiliência, um espírito que dura para sempre. Padrões intrincados em seu braço, uma ode às viagens realizadas,
Um mapa das aventuras da vida, um testemunho dos riscos despertados, como seus olhos esmeralda brilham, como pedras preciosas em meio ao fogo, refletindo um universo de sonhos e paixões que inspiram.
Sua risada, uma melodia, ecoando pela brisa, enquanto ela dança pela existência, abraçando os mistérios da vida, uma ruiva tatuada que faz de cada lugar um lar.
Seu corpo pura volúpia, tesão feito carne, sangue, gozo, suor e desejo. Sua boca os portões do paraiso que quero entrar e sentir me sugando, sua pele lisa de tocar, beijar e morder, saborear seus gemidos, beijar cada tatuagem, um agradecimento ao artista e a tela.
Seus seios de pegar, de adorar de proteger e de sugar, apertados entre meus lábios, minha barba roçando, causando gemidos e arrepios, minhas mãos apertando sua bunda, apoiando suas costas, se deliciando no seu corpo. E seu sexo, molhado e quente, se abrindo pra mim, chupando e saboreando a melhor das ambrosias, ate vc me dar seu gozo, com tremidas e gemidos, me oferecer seu sabor.
Seu prazer se torna nosso, cada toque gera uma reação, ainda ofegante me encaixo em vc, grande e grosso louco pra saciar minha vontade, entrando devagar e te preenchendo, ouvindo vc me xingar deliciosamente, me arranhando, me aceitando, me melando todo, gozando comigo.
Ela mesma, assumidamente, uma alma feroz e terna, Uma sinfonia de arte e fogo, criando uma vida completa.
Então vamos fazer um brinde à garota de cabelo de fogo, Cujas tatuagens contam a história de uma vida vivida sem comparação.
Que sua jornada seja adornada com amor, aventuras sempre grandiosas, O espírito de uma ruiva brilhando através da vasta extensão de terra.
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deathlyrp · 1 year
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PLOT DROP: A Batalha do Ministério.
Se o intuito de Cornelius Fudge era ter todos os seus convidados falando sobre ele naquela noite, certamente poderia considerar o evento um sucesso. Entre dividir opiniões sobre seus acertos e infortúnios como ministro, especulações intrigadas quanto às razões para compor uma reunião tão pomposa e vasta, teorias e mais conjunturas sobre o possível lançamento de uma nova campanha eleitoral, os convidados tinham muito o que dizer. A variedade de tópicos disponíveis e os segredos do local abrem portas para infinitas possibilidades. 
Essa abundância do que entreter, no entanto, é o que contribui para cimentar o declínio repentino da noite, que de uma hora para outra tem seu foco alterado de maneira que nem mesmo o mais experiente especialista do gabinete do ministro poderia prever. Quando se procura abraçar o mundo com suas ambições, você convida para dentro também seus piores inimigos. O que deveria ser apenas uma réplica inofensiva de alguns setores pitorescos e lendários do Ministério da Magia, naquela noite enfeitiçada para espelhar um esboço da fascinante Sala das Profecias, acabou por ser clandestinamente enfeitiçada. O véu translúcido, que deveria apenas mostrar um espelho alegórico da hipnotizante sala, foi transformado sem autorização em uma chave de portal que transportava os sortudos que ousavam ali se aventurar para a versão real do local, demonstrando uma grave falha de segurança nos encantamentos até então considerados infalíveis do Ministério. Poderia parecer uma artimanha com baixa chance de sucesso, se não fosse pelo fato de alguns ilustres convidados parecerem ser atraídos misteriosamente para a sala, como se vozes pessoal e estrategicamente selecionadas os compelissem a cruzar a barreira mágica. 
Não sabia-se ao certo de que varinha aquele feitiço tinha vindo, mas a primeira pessoa atraída fora Harry Potter, seguida de várias outras que o viram suar frio enquanto rolava os olhos, garantindo que Sirius Black estava em perigo para os melhores amigos em uma visão manipulada pelo Lorde das Trevas. Em instantes, a luz de todo o salão de festas fora apagada e não conseguia ser reativada nem pelos melhores feitiços, causando um pânico e correria. Pouco tempo demorou para que sombras negras viessem pelos céus, algumas em formas perfeitas de Dementadores ou de Comensais que foram chamados pela Marca Negra... No lugar errado. A chave de portal causou um problema grande, levando o que era para ser feito no Ministério tão vazio e distante de atenção para o lugar que mais tinha atenção no mundo.
Fudge não estava ali para controle e a segurança era pouca para a festa inocente. Muitos aparataram para longe enquanto outros preferiram correr. A porta logo se fechou, e quem entrou na sala não sairia mais, sendo uma peça daquela primeira de muitas batalhas. Não demorou para que Comensais atacassem e a Ordem se unisse, revelando cada membro de uma vez por todas e seus aliados, assim como o outro lado. Bellatrix Lestrange em carne e osso, fugitiva de Azkaban, ordenava todo o grupo de maneira hostil e ninguém pensava duas vezes antes de atirar feitiços contra os rivais, derrubando as diversas profecias que se partiam e viraram pó sobre o vidro lascado. Perceberam, então, que era a profecia de Harry Potter que era procurava incansavelmente no meio daquelas milhares. A luta era para sobreviver e achar a profecia de Harry, para protegê-la ou entregá-la.
Com o redemoinho de novos e bombásticos eventos, ninguém mais sequer citava o nome de Cornelius Fudge. A notícia da noite era outra: o Lorde das Trevas havia retornado.
INFORMAÇÕES OOC.
E viemos aqui com uma adaptação da famosa Batalha do Departamento de Mistérios que se passa nos livros e nos filmes ‘Ordem da Fênix’. Preparamos algo que possa abranger qualquer um que queira participar e se envolver, por isso, pedimos que façam suas escolhas.
As interações antigas não precisam parar se não quiserem, mas pedimos pelo menos um POV de reação para quem não quiser se envolver de maneira interativa com a reação. Todos que decidirem se envolver verão Voldemort e a escolha é livre para vocês desde que fiquem do lado de acordo com os personagens.
Se seu personagem não cabe de qualquer maneira nessa batalha e preferir sair de cena, não há problema. Deixamos aberto para que façam as adaptações que preferirem desde que haja uma explicação em POV pelo menos. Não precisa ser gigante! É só uma breve menção de como seu personagem saiu. Seria importante para definirmos melhor.
Esse é o verdadeiro estopim para a Segunda Guerra Bruxa, com mais acontecimentos catastróficos. Encerraremos o evento + drop com um outro post ao fim da data de encerramento.
Vamos deixar rolar até domingo (19/03) com a possibilidade de extensão caso haja necessidade ou vocês queiram.
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UM POEMA...MOÇAMBIQUE NATURALMENTE...
Com esta excepcional fotografia de Alfredo Cunha, captada em terras moçambicanas em 1993, um poema da enorme poetisa Noémia de Sousa...
NEGRA
Gentes estranhas com seus olhos cheios doutros mundos
quiseram cantar teus encantos
para elas só de mistérios profundos,
de delírios e feitiçarias...
Teus encantos profundos de Africa.
Mas não puderam.
Em seus formais e rendilhados cantos,
ausentes de emoção e sinceridade,
quedas-te longínqua, inatingível,
virgem de contactos mais fundos.
E te mascararam de esfinge de ébano, amante sensual,
jarra etrusca, exotismo tropical,
demência, atracção, crueldade,
animalidade, magia...
e não sabemos quantas outras palavras vistosas e vazias.
Em seus formais cantos rendilhados
foste tudo, negra...
menos tu.
E ainda bem.
Ainda bem que nos deixaram a nós,
do mesmo sangue, mesmos nervos, carne, alma, sofrimento,
a glória única e sentida de te cantar
com emoção verdadeira e radical,
a glória comovida de te cantar, toda amassada, moldada, vazada nesta sílaba imensa e luminosa: MÃE
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anne-souza · 9 months
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Você não é só um pedacinho de carne. Nao desdenhe sua grandeza Marrie. Nem renegue a força que trás. Aceite e se liberte do que nao foi culpa sua. Nao é hora de parar pra analisar o porque as coisas deram errado. Olhe em volta! Voce fez tudo o que podia. Deixe o ponto final fazer o papel dele, nao procure outro parágrafo. Essa história nao deve ter continuação. Precisou acabar para que voce pudesse realmente começar a viver. Nao se preocupe comigo ou com a bagagem de sentimentos que deixou! A minha tolice me trouxe até o chamado fundo do poço. Eu nao fui bom pra você . Mas daqui ainda assim, me fascino pela luz que irradia a sua pele. Estou certo de que a noite poderia ser escura e sem graça na sua ausência, mas se torna uma noite iluminada e bela quando voce aparece. Nao seria um mistério tão difícil assim de se resolver. Marrie voce é minha lua. Suas fases são tão fascinantes como o seu brilho. Você é gigante e consegue fazer com que todos parem para te olhar. Voce merece todo o sistema solar. E não apenas um buraco negro que devora tudo que chega perto assim como eu. Aproveite sua liberdade para iluminar outras vidas. Brilha garota. E nao se preocupe pois nenhuma estrela chegará aos pés da grandeza e encantamento que essa lua sempre trará. Estarei todas as noites a sua espera.
Para sempre seu admirador.
O atordoado Sagitário A*.
- Anne Souza
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hermeneutas · 8 months
Note
Li que o sacrifício animal era para um bem maior (como a guerra e outras coisas) e não para coisas pequenas como prosperidade, pois se tirava uma vida alí e poderia ser desrespeitoso com os deuses e o animal. Mas, se o sacrifício era pra bens maiores como vencer na guerra, qual era o intuito das orgias? Quais os benefícios e por quê eram feitas? E como?
Hoje em dia ofertar um ato "carnal" seja sozinho ou com um parceiro pra Afrodite e Dioniso seria algo bom? E como deveríamos fazer? Apenas tomar banho antes e depois ou usar khernips antes e depois?
E além de afrodite e dioniso, quais divindades aceitavam/aceitam as ofertas carnais?
Khaire philos!
O sacrifício animal era utilizado em diversos contextos, pelo que a literatura nos mostra: Ritos cívicos, rituais de famílias abastadas com condições para sacrificar (pois a dieta de carne animal não era acessível como hoje em dia) e outras coisas dessa natureza. Acredito que o fato de não ser uma oferta barata isso pesasse na escolha de outros métodos de ofertar aos Deuses no passado.
Estou tentando acompanhar o salto de pensamento e o questionamento quanto às orgias. Sinto que tenho pouco direcionamento para proceder quanto a discutir como elas eram realizadas de modo sacro aos Deuses, se num viés de ato votivo ou mesmo quais modalidades sexuais eram piamente aceitas.
Requer mais pesquisa de minha parte, suponho. Conheço de epigramas antigos que falavam de profissionais do sexo de determinados templos dedicando preces e oferendas a Afrodite, clamando por lucro e proteção em seu trabalho, mas é até aí que meu conhecimento vai no assunto.
Tenho conhecimento entretanto que além de Afrodite e Baco, a Deusa Cibele (sincretizada com Réia) era cultuada em ritos de mistério de caráter orgiástico/ecstático.
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Love Of My Life - with Harry Styles
Situação: papai!Harry Styles
Contagem de palavras: 1979
Pedido de @perfectzinenerdperson: você pode escrever o H sendo um pai de menina bem babão
N/A: ⚠️ alerta de fofura ⚠️ adorei tanto escrever esse pedido que meu coração derreteu junto haha! obrigada por enviá-lo e espero que goste, meu bem. depois que ler me conta o que achou, por favor 🧡
Curte e reblogue o post para me ajudar 🫶
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- Olha o aviãozinho!! - entre caretas e vozes engraçadas Harry dava tudo de si para alimentar a bebê mais amada pelo cantor, e agora pai integral de uma menininha linda de apenas 9 meses. Millie era de uma simpatia tremenda e alegria sem fim. Desde o segundo em que conheceu o mundo deixou a felicidade cravada no peito dos papais da vez com tamanha fofura. Harry e S/N, apesar de não dormirem por uma noite inteira há bons meses, estavam em sua melhor fase desde a chegada do anjinho na vida de ambos. Eles tinham a impressão de que a criança triplicou o amor que sentiam um pelo outro e criou um laço familiar tão grande que sentimento nenhum explicaria o quão bom era estar junto.
Logo pela manhã, mesmo que estivesse esgotada, S/N saiu as pressas afim de não perder o voo para Washington, local onde teria uma reunião importante que decidiria os últimos detalhes do filme dirigido e escrito por ela. A autora jamais imaginou que um dia estaria recriando sua trilogia de livros para as telonas. Contudo, após doze anos escrevendo ela decidiu que gostaria de se aventurar no escuro. E como seus leitores insistiam para que uma de suas obras de mistério virasse filme, S/N resolveu que seu best-seller mais famoso, conhecido como 'Aonde está Abby' seria o primeiro em que ela transformaria em filme. Dessa forma, sabendo que sua esposa ficaria fora o fim de semana inteiro, Harry seria o encarregado de cuidar - e mimar - sua primogênita.
- Come, filhinha.. o papai fez com tanto carinho. - o moreno choramingou, visto que a bebê sequer abriu a boca quando a colher de plástico alaranjada foi em sua direção. A todo instante ela virava o rosto para o lado contrário da comida e Styles estranhava tal comportamento. - O papa está ruim? É por isso que a neném não quer comer? - por mais que ainda não soubesse falar, Millie entendia tudo e resmungava algumas sílabas para se comunicar. Entretanto, naquela situação em questão, a criança não fez barulho algum. Apenas encarava o pai, séria. - Quer uma frutinha? - assim que escutou a palavra um tanto quanto comum já que adorava qualquer fruta que fosse, ela mexeu a cabecinha para o lado direito e arregalou os olhos, como se tivesse tentando entender o que o homem a sua frente falava.
- Nana.
- Banana? - de repente a garotinha começou a mexer as mãos e os pés de forma animada e eufórica, causando um sorriso espontâneo em Harry. - Essa aqui? - apontou para a fruta amarela na fruteira em cima da bancada e viu sua menininha sacudir a cabeça positivamente e logo bater palmas. - Tudo bem. - com calma o rapaz descascou a banana e cortou em pedaços menores para que Millie conseguisse comer sozinha enquanto ele lavava a louça. Em sua cabeça, a banana poderia abrir o apetite e assim fazer com que ela finalmente almoçasse. No entanto a garotinha não queria saber de salgado no dia de hoje. - Tá tão gostoso o arrozinho que o papai fez, filha. Come só um pouquinho. - mais uma vez o moreno tentou levar uma colherada de arroz com o molho de carne até a boca, porém Millie não quis comer e ameaçou chorar. - E o feijão? Vamos comer o feijão? - um pouco receosa, a garotinha olhou para os grãos escuros no prato colorido e depois encarrou Harry. Talvez aqueles olhares fossem uma brecha para que ela finalmente comesse o almoço.
- Papai! - o gritinho alegre e as sobrancelhas levantadas no momento que a palavra foi emitida aparentou que a criança teve a melhor ideia do mundo. Harry até se assustou com a surpresa que ela mesma descobriu e ficou preocupado, olhando para todos os cantos do cômodo pensando que poderia ter algo estranho por ali, o qual foi responsável por surpreender a pequena.
- Oi, meu amor. O que tem o papai? - em movimentos lentos Millie levou as mãozinhas até o prato, pegou com certa dificuldade um punhado de arroz e feijão e conduziu a comida para cima, a fim de alcançar a boca de Harry. Instantaneamente o moreno abriu um sorriso e soltou uma risadinha fofa, tal como a situação. Ele, apesar de não estar com fome, abriu a boca e deixou a filha colocar os poucos grãos de comida que conseguiu carregar em sua mão pequenina. Os sons e caretas durante toda a ação, principalmente enquanto mastigava fizeram a garotinha rir, aquela risada contagiante e gostosa de bebê. Styles não pôde segurar os risos e também gargalhou quando viu a felicidade da criança que ele mais amava no mundo. E como estavam se divertindo, Millie continuou alimentando o papai. - Huuumm, que delicia! Agora é a vez da Mimi, OK? - a menininha olhou para ele e prestou muita atenção na colher sendo preenchida e iniciando a movimentação que ela claramente já sabia qual seria. Antes que o moreno pedisse para que ela abrisse a boca, Millie resmungou um 'não' alto e chacoalhou a cabeça. - As vezes é tão difícil te entender. - o moreno reclamou entre risadas, quase desistindo, e deixou o prato com a colher em cima de uma espécie de mesinha branca na cadeirinha em que a filha estava sentada. - E suco? Suco você gosta, não é? - quando Styles virou para buscar a bebida no copo de ursinhos, Millie rapidamente pegou a colher e jogou no chão. Aparentemente sem nenhuma razão para aquilo. O rapaz não entendeu nada, já que ela não era de birra e muito menos malcriação, e encarrou confuso a menina quando viu o que havia feito. - Não pode jogar as coisas no chão, filha. Pode quebrar. - no instante em que ele se abaixou para pegar o utensílio Millie já usava as mãos para comer sozinha. Só então Styles entendeu o que ela tanto queria. - Ah, então a senhorita quer independência? Ótimo! - ele riu sozinho ao vê-la lambuzando a boca com o caldo do feijão e de certa forma se divertindo ao ter a experiência de comer como ela queria. - Fique a vontade.
- PAPAI! - antes que ele pudesse dar as costas por meros segundos a fim de buscar pelo menos um guardanapo, a bebê o chamou alto. Novamente ela queria dividir sua comida com ele, e como o rapaz não sabia dizer não para aquela coisinha fofa acabou entrando na brincadeira por longos minutos.
Ao final daquele "almoço" tomado por gargalhadas, Harry se deparou com uma criança todinha suja e uma cozinha ainda pior, com comida para todo canto.
- Sua mãe vai me matar se ver o seu estado e como está essa cozinha, sabia? - Millie não entendeu nenhuma palavra, mas o sorriso sapeca que saiu de seus lábios demonstrou que ela havia sacado tudo apenas pela entonação. - Vamos limpar essa sujeira. - falou enquanto se levantava da cadeira. - Começando por você! - Harry soltou um grunhido como se estivesse pegando algo pesado ao retirar a filha da cadeirinha. Millie adorava quando ele fazia palhaçadas assim, rindo sempre que acontecia. E dessa vez não foi diferente. A risada dela era o motivo do sorriso apaixonado dele, e o abraço apertado vinha logo na sequência.
Após deixarem a cozinha, o pai caminhou com a menininha nos braços até o banheiro do seu quarto, tampou o ralo da banheira para enchê-la e ligou o chuveiro em uma temperatura agradável enquanto tirava a camiseta amarela e a calça de florezinhas azuis totalmente suja de feijão e molho de carne.
- Fique quietinha aqui, tudo bem? - o moreno deixou a criança apenas de fralda sob a cama do casal com alguns brinquedos que logo iriam com ela para a banheira, e então retornou ao banheiro a fim de desligar o chuveiro, conferir se água estava boa suficiente para sua princesinha e deixar todos os produtos de banho para bebê ao seu alcance. Quando retornou ao quarto Harry se deparou com a menina na beira da cama, brincando com um patinho, prestes a cair se ele não fosse rápido e a pegasse no colo quando a mesma tentou engatinhar. - Quer me matar do coração? - questionou de modo engraçado mas seu coração realmente estava acelerado. - Vamos tomar um banho bem gostoso! - já com ela no colo, e apenas de bermuda, Styles entrou com a bebê na banheira e brincou com Millie por alguns minutos para que a criança se habituasse com a temperatura da água e molhasse o corpo enquanto mergulhava com o papai.
Após divertir seu pedacinho de gente Harry iniciou a lavagem dos cabelinhos finos e com leves cachinhos nas pontas com um shampoo suave e com cheiro de camomila. Ele massageava a cabecinha dela com o máximo de cuidado, cobrindo a testa da pequena com uma das mãos para que a espuma não entrasse em contato com os olhinhos e por ventura ardesse aquele par de esmeraldas hipnotizantes. A hora do enxágue era um momento de tamanha delicadeza, o qual Harry trazia a água em uma concha feita pela mão direita e derramava devagar sob o cabelo parcialmente loiro dela. A todo momento ele cuidava para que água não caísse no ouvido ou então no rosto de Millie, porém quando alguma gotinha derramava na face redondinha, Styles logo pegava a toalha e passava delicadamente pela região.
Millie literalmente tomava um banho de princesa, recebendo até massagem quando o pai lavava o corpo pequenino e cheio de dobrinhas, principalmente na coxa. Ela, completamente relaxada, entrava em seu próprio mundinho de diversão ao bater com as mãozinhas na água, espirrando para todo lado e cantarolava a melodia que na cabeça dela era a melhor do mundo, mesmo que fosse composta somente de "lálálá".
Harry por sua vez ficava encantado todas as vezes que era escalado para o banho pois sempre encontrava um detalhe novo, seja físico ou da personalidade em construção, que faziam os olhos dele brilharem, impressionado com tamanha perfeição em forma de gente. Com toda certeza do mundo o papai era o maior fã da pequena.
Agora sim, limpinha e cheirosa. - disse ele, sorridente e dando um beijinho no pescoço dela após terminar de vesti-la com um pijama comprido de girafa. - Falta só a meinha para combinar .. pronto! - exclamou após calçar a meia da mesma estampa que o pijama nos pés minúsculos. - Perfeita! - tomado por tanta paixão o rapaz levantou a garotinha para o alto, fazendo a rir provavelmente pelo frio na barriga, e depois a esmagou em um abraço de urso antes dele correr com ela para a sala e se jogarem no sofá. - Você é tão linda, sabia? - Millie prestava atenção, sentada nas coxas do pai, que estava deitado e dava sustentação para a filha ao segurá-la por trás enquanto acariciava de leve a bochecha macia com a parte de trás do dedo indicador. - Muito linda. - falou entre sorrisos, preso àquela figura angelical, a mais fofa que já viu, que piscava para ele com os olhos parcialmente caídos pelo sono, coçando o rosto de fez em quando, e claro, com a chupeta de melancia na boca, a favorita dela no momento. - Papai te ama tanto, minha vida. - em um ato involuntário, após escutar a declaração verdadeira de amor, a garotinha abriu os bracinhos e deitou sobre Harry, na tentativa de retribuir o carinho dele com ela com um abraço. Imediatamente Harry soltou uma gargalhada e sentiu a fofura e um amor diferente invadir-lhe o peito. Os olhos do rapaz chegaram a lacrimejar e sua cara de surpreso, em uma mistura de risada e vontade de chorar, deixou a atitude ainda mais bonita. Era engraçado como ela, uma criatura de apenas 9 meses de vida conseguia deixar um homem, adulto, de 28 anos, completamente sem graça.
Sem ter o que dizer, apenas sentir, Harry abraçou a filha de novo, que permaneceu deitada na barriga do rapaz, aconchegada e recebendo um carinho gostoso nas costinhas até dormir naquela mesma posição, depois de dizer do seu jeitinho que também amava o papai.
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xoxo
Ju
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amor-barato · 10 months
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Carta a Josefa, minha avó :
“Tens noventa anos. És velha, dolorida. Dizes-me que foste a mais bela rapariga do teu tempo — e eu acredito. Não sabes ler. Tens as mãos grossas e deformadas, os pés encortiçados. Carregaste à cabeça toneladas de restolho e lenha, albufeiras de água.
Viste nascer o sol todos os dias. De todo o pão que amassaste se faria um banquete universal. Criaste pessoas e gado, meteste os bácoros na tua própria cama quando o frio ameaçava gelá-los. Contaste-me histórias de aparições e lobisomens, velhas questões de família, um crime de morte. Trave da tua casa, lume da tua lareira — sete vezes engravidaste, sete vezes deste à luz.
Não sabes nada do mundo. Não entendes de política, nem de economia, nem de literatura, nem de filosofia, nem de religião. Herdaste umas centenas de palavras práticas, um vocabulário elementar. Com isto viveste e vais vivendo. És sensível às catástrofes e também aos casos de rua, aos casamentos de princesas e ao roubo dos coelhos da vizinha. Tens grandes ódios por motivos de que já perdeste lembrança, grandes dedicações que assentam em coisa nenhuma. Vives. Para ti, a palavra Vietname é apenas um som bárbaro que não condiz com o teu círculo de légua e meia de raio. Da fome sabes alguma coisa: já viste uma bandeira negra içada na torre da igreja.(Contaste-mo tu, ou terei sonhado que o contavas?)
Transportas contigo o teu pequeno casulo de interesses. E, no entanto, tens os olhos claros e és alegre. O teu riso é como um foguete de cores. Como tu, não vi rir ninguém. Estou diante de ti, e não entendo. Sou da tua carne e do teu sangue, mas não entendo. Vieste a este mundo e não curaste de saber o que é o mundo. Chegas ao fim da vida, e o mundo ainda é, para ti, o que era quando nasceste: uma interrogação, um mistério inacessível, uma coisa que não faz parte da tua herança: quinhentas palavras, um quintal a que em cinco minutos se dá a volta, uma casa de telha-vã e chão de barro. Aperto a tua mão calosa, passo a minha mão pela tua face enrugada e pelos teus cabelos brancos, partidos pelo peso dos carregos — e continuo a não entender. Foste bela, dizes, e bem vejo que és inteligente. Por que foi então que te roubaram o mundo? Quem to roubou? Mas disto talvez entenda eu, e dir-te-ia o como, o porquê e o quando se soubesse escolher das minhas inumeráveis palavras as que tu pudesses compreender. Já não vale a pena. O mundo continuará sem ti — e sem mim. Não teremos dito um ao outro o que mais importava. Não teremos, realmente? Eu não te terei dado, porque as minhas palavras não são as tuas, o mundo que te era devido. Fico com esta culpa de que me não acusas — e isso ainda é pior. Mas porquê, avó, por que te sentas tu na soleira da tua porta, aberta para a noite estrelada e imensa, para o céu de que nada sabes e por onde nunca viajarás, para o silêncio dos campos e das árvores assombradas, e dizes, com a tranquila serenidade dos teus noventa anos e o fogo da tua adolescência nunca perdida: «O mundo é tão bonito, e eu tenho tanta pena de morrer!»
É isto que eu não entendo – mas a culpa não é tua.’
Carta escrita por José Saramago para a sua avó e publicada no jornal A Capital, em 1968
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Anjo
Meu anjo querubim
quero sim
quero-te
assim
um anjo caído
olhar de tentação
nos braços meus.
Despida de santidades
endiabrada
entregue aos pecados
da carne
Meu anjo querubim
quero sim
quero-te
assim
Nos mistérios gozosos
que o gozo
também é céu
e um corpo noutro corpo
salvação.
Fabiano Brito
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serdapoesia · 11 months
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Um poema cresce inseguramente na confusão da carne, sobe ainda sem palavras, só ferocidade e gosto, talvez como sangue ou sombra de sangue pelos canais do ser.
Fora existe o mundo. Fora, a esplêndida violência ou os bagos de uva de onde nascem as raízes minúsculas do sol. Fora, os corpos genuínos e inalteráveis do nosso amor, os rios, a grande paz exterior das coisas, as folhas dormindo o silêncio, as sementes à beira do vento, – a hora teatral da posse. E o poema cresce tomando tudo em seu regaço.
E já nenhum poder destrói o poema. Insustentável, único, invade as órbitas, a face amorfa das paredes, a miséria dos minutos, a força sustida das coisas, a redonda e livre harmonia do mundo.
– Em baixo o instrumento perplexo ignora a espinha do mistério. – E o poema faz-se contra o tempo e a carne. Sobre um poema, Herberto Helder
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inutilidadeaflorada · 17 days
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MMXIII
O anúncio ao ídolo prematuro: Enquanto houver pó há mistérios e metais Uma química que se alimenta de cortejos Rosas brancas enferrujadas ainda nos punhos
Você é jovem demais para compreender Ninguém se lembrará dos seus feitos Nenhuma ocasião indaga tua ausência O ócio é uma pele que te água previsões
Revelar os detalhes de amores Grandes demais para serem esquecidos Ou dissolvidos paliativamente entre os dias Eu me arrependo centenas de vezes por dia
Vagarosamente deglute todos esses anos Me cabe mastigar com repouso Para conter todas as inquietações Florescidas a cada teor reconhecido
Um fato são meus braços serem muito fracos E a língua pesa como carne fresca no anzol A esta altura eu já teria a certeza que meu corpo seria dissolvido Os olhares são esfinges que te arrancam confissões
Devorei o ópio antes da fome abater-me Antes que meu corpo se cubra de lágrimas Soterro todo o ódio que escondo Para ninguém possa conhecê-lo intimamente
Quando tudo aparenta ser um adorno E a beleza ao sutil não é apreciada O desfecho não tem data, mas você o enxerga É sabido que teu toque esfria encontros
Desconvencer a morte é o pior dos fardos Pois tanto ela como você sabem Essas frases são um teatro interpretado com zelo Até o momento triunfante da exaustão...
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adanpetter16 · 6 months
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Alguém, Lua e pessoas
E em meio às estrelas eu me pego em pensamentos, pensamentos esses q são profundos de mais para uns, e rasos de mais para outros, pensamentos q só posso compartilhar com um unico "alguém", apenas um q sabe tudo oq penso, tudo e todos, e esse "alguém" brilha no ceu estrelado, brilha na mesma intensidade que meus pensamentos ao anoitecer, um brilho de mistério, curiosidade, e proteção...
Diferente de todas as outras "pessoas" feitas de carne e osso, você é feito de rochas, rochas q foram solitárias por milhões, não, bilhões de anos no vácuo do espaço frio, sombrio e silencioso, mas que hoje carrega com tigo tantos segredos, segredos esses que já não me pertencem, afinal, sei que mais mentes os compartilham com ti.
De uma lua solitária, vc virou uma lua procurada, cheia de sonhos, sentimentos e sensações, carrega-te os segredos mais profundos das mentes mais intensas espalhadas pelo mundo...Por isso lua, vc é o "alguém" que eu mais confio, pois mesmo levando tantos segredos nas costas, de tantos outros além de mim, tu continuas a brilhar e brilhar, havendo cada vez mais espaço para mais pensamentos de mentes como a minha, mentes essas que só tem a ti, e que em muitos dos seus diálogos, tu aparentas ser mais humana do que os próprios seres humanos trazidos em tantos segredos de tantas noites que vieram, e ainda estão por vir.
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lidia-vasconcelos · 1 year
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Sobre PESSOAS DISPONÍVEIS...
Não, a gente não gosta de pessoas disponíveis.
Num dia qualquer, numa dessas esquinas improváveis da vida, sem a gente se esforçar, sem a gente tomar iniciativa, alguém vê algo especial em nós e começa a investir. Fica nos cercando, nos mimando, nos incluindo em sua rotina e querendo fazer parte da nossa...
A gente faz o quê? Fica na defensiva, né não? Ou então começa a se sentir meio deus, meio celebridade, meio rei ou rainha da cocada preta, pois está finalmente dando as cartas, está por cima da carne seca, como dizem por aí.
Gente disponível é sem mistério, sem graça, não impõe sofrimento, parece que vive lendo livros de autoajuda, pois tem sempre uma frase-clichê positiva na ponta da língua.
A gente não sabe lidar com pessoas disponíveis, porque a gente se esquece de que um dia também já foi assim, já esteve nesse lugar, nessa dimensão de mendicância afetiva, que já deu nó em pingo d’água para conquistar uma pessoa e para estar perto dela.
A gente foge das pessoas disponíveis, porque o mundo nos vendeu a falsa ideia de que somente as indisponíveis é que têm valor!
Daí a gente começa a achar bonito ficar em segundo plano, receber migalhas de atenção, suspirar por beijos que nunca vão acontecer, perder tempo e sono esperando uma ligação, stalkear nas redes sociais...
Apegar-se a gente indisponível é fazer curso à distância, para se graduar em coisa nenhuma!
No máximo, o que a gente ganha é uma mera sensação de insignificância, uma espécie de "síndrome de ameba".
Mesmo assim, a gente não gosta de pessoas disponíveis.
A boa notícia, para elas, é que não ficarão disponíveis para sempre; mas a má notícia, para nós, é que quando isso acontecer, não teremos mais chance nenhuma com elas.
Lídia Vasconcelos
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o-amor-nao-e-amado · 7 months
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⚜️ A devoção Mariana ao longo da história da Igreja e o papel de São Luís Maria Grignion de Montfort. Parte 1.
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Sub tuum preasidium confugimus, Sancta Dei Genetrix. Mostras deprecationes né despicias in necessitatibus, sed a periculis cunctid libera nos sempre, Virgo gloriosa et benedicta. Amen.
Das profecias do antigo testamento à saudação Angélica, ou da visita à sua prima Isabel para enfim ser dada como mãe ao discípulo amado junto à Cruz, a devoção a Maria, podemos dizer com segurança e amparados pela tradição, sempre esteve presente na igreja. De fato, somente as três pessoas da Santíssima Trindade são dignas de adoração — aqui chamamos culto de latria; já os Santos que viveram as virtudes teologais e foram elevados a glória dos altares, recebem a veneração ou culto de dulia.
À nossa Senhora, porém, a igreja reserva o culto e a veneração especiais, pois ela participa de modo único do mistério da Redenção. É o culto de hiperdulia, mas condizente com a grandeza da Virgem Santíssima, superior a todos os santos, mas criatura de Deus — muito menos que um átomo diante do Deus eterno. Pretendemos neste artigo, ainda que ele muito breve, percorrer a belíssima história de Piedade do povo cristão ao longo da história da igreja dirigida a Virgem Maria, mãe de Deus.
As veneráveis catacumbas dos mártires revelam que, desde a era apostólica, já estava presente na igreja o culto à Nossa Senhora. As pinturas mais antigas que retratam a Virgem Maria datam do século II, podendo ser encontradas nas catacumbas de Santa Priscila. Na pintura mais conhecida a Mãe de Jesus é representada com o menino no colo ao lado de um profeta, tradicionalmente identificado como sendo Isaías. Do século seguinte, por exemplo, são pinturas de Maria com os santos apóstolos Pedro e Paulo, que estão nas catacumbas de São Pedro e São Marcelino nos indicando que ela já era venerada como Mãe da Igreja.
Entre os séculos III e IV foi escrita (provavelmente) a primeira oração completa a Virgem Maria, colocada no começo deste artigo, que a reconhece como protetora dos cristãos e dirige a ela o seu título mais excelso: Mãe de Deus. A sua antiguidade foi confirmada na primeira metade do século passado, pois em um fragmento de papiro foi encontrada a oração, em língua grega.
A era patrística exaltou as virtudes de Maria e a proclamou bem-aventurada. São Gregório Magno (séc. vI) tem escritos, cartas e homilias reconhecendo-a como Mãe de Deus, superior aos anjos e perpetuamente virgem. O grande Padre e doutor da Igreja do Ocidente, Santo Agostinho, dedicou diversos sermões à Virgem. Nos seus comentários à Sagrada Escritura, defende a predestinação de Maria, uma vez que foi escolhida antes do seu nascimento para ser mãe do verbo feito carne. São duas as principais prerrogativas de Nossa Senhora: ser virgem e mãe.
No oriente, as meditações não se concentraram na maternidade divina, pois o enfoque naquelas escolas era a humanidade de Cristo. Assim, São Crisótomo expõe que Cristo teve um corpo não somente aparente como defendiam os donatistas, mas real, pois foi concebido e nascido de Maria. Ele vê as palavras do profeta Isaías, no capítulo 7, como uma verdadeira profecia da concepção e o nascimento de Cristo e o paraíso terrestre — "terra virgem" — como uma prefiguração de Nossa Senhora. E Santo Atanásio de Alexandria, sublime defensor da divindade de Cristo e outro dos grandes Padres Orientais, explica em alguns de seus escritos que a obra da restauração humana foi realizada por Cristo, o Logos eterno, o qual tomou um corpo recebido da Virgem Maria.
São muitos mais numerosos os exemplos de textos dos Santos Padres que se referem a Nossa Senhora do que estes que citamos, o que demonstra já na época em que eles viviam, ou seja, até o século VII, que a devoção e o culto a Maria Santíssima se se encontravam muito bem estabelecidos em toda a igreja.
Toda essa tradição de culto a Nossa Senhora como Mãe de Jesus e, consequentemente, Mãe de Deus (Mater Dei), foi de algum modo sintetizada no Concílio de Éfeso (431) com a proclamação do primeiro dogma mariano (em grego): Theotókos. Assim na primeira sessão daquele sagrado com Círio, convocada por são Cirilo de Jerusalém após longa espera, o santo e os bispos católicos declararam errônea a doutrina do herege na Nestório. O patriarca da Constantinopla foi deposto e, conforme a tradição conta, o povo celebrou com muito júbilo a declaração e acorreu à Igreja da Santa Maria em Éfeso, aquela mando os padres conciliares por toda a cidade ao final da celebração.
Atestando toda a história transferida até então, em 533 no segundo concílio de Constantinopla Maria foi aclamada oficialmente com o título de "sempre Virgem". Desta forma a Igreja quer afirmar que Maria foi virgem antes, durante e depois do nascimento de Cristo, de acordo com o esclarecimento do Papa Martinho I.
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📜 O Apóstolo de Maria, Pág. 05 a 12. Guia - Ano 2 - N⁰ 21 | Agosto de 2023. Minha Biblioteca Católica.
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