Cap. 49
Júlia
Quando abre os olhos Júlia os fecha de imediato. É acostumada com crises de enxaqueca, mas aquela dor de cabeça não lhe é comum, ela nunca tivera uma ressaca na vida, mas agora sabia como era.
Respira fundo com os olhos ainda fechados, lembra de flashes da noite anterior, lembra de ter brigado com Vernon novamente, de certa forma ter sido injusta com ele, mas também lembra de não se arrepender de tudo o que falou e ainda não se arrepende, se Vernon tem vergonha de estar com ela, é melhor não estar.
Abre os olhos lentamente e olha ao redor, está em casa, mas como? Então várias coisas, várias imagens invadem sua mente. Wonwoo, ela lembra que ele a trouxe para casa, também lembra de tê-lo tratado feito lixo e o mandado ir embora. Boa Júlia, ótima.
Fica de pé e segue até a cozinha, precisa tomar um copo de água, todo o álcool da noite anterior a desidratara completamente.
-Achei que não acordaria nunca. – a voz faz com que ela dê um passo para trás visivelmente assustada.
-Mas o que...? Eu não...
-Você não acordou? Então caminha pela casa ainda dormindo?– a pergunta faz com que Júia abra o resto dos olhos e dê um pulo para trás apontando o dedo diretamente para a pessoa que a “acordara”.
-Você! – mais acusa do que constata, está completamente atordoada.
-Bom dia.
Bom dia? Como assim bom dia? O que diabos ele está fazendo ali sentado na cozinha de sua casa? Ela acha que está delirando, a única explicação plausível para aquilo é que ainda está dormindo e é tudo um sonho.
-Você não é real, eu ainda estou dormindo.
-E sonhando comigo?
A pergunta faz com que ela o encare novamente.
-Você não é real e além disso, é um ser irreal muito abusado.
Ele ri pegando um pedaço de pão que está na mesa de frente a si e a atirando em sua direção, o pão bate diretamente na testa de Júlia.
-Sou real agora?
-Isso doeu.
-Sério? – e então ele a encara, seu olhar é visivelmente preocupado.
-Claro que não. – ela fala rapidamente, ainda está de mal humor por ter acordado daquela forma e esbarrado/alucinado com ele. – o que você está fazendo aqui afinal?
Júlia não sabe porque é tão grossa, mas o é.
-Eu dormi aqui.
E então toda a defesa que ela tinha se esvai. Ela o encara confusa.
-O que? Como assim?
Wonwoo abre um sorriso.
-Não com você. Dormi aqui pra garantir que você sei lá, não ia levantar no meio da noite e se atirar pela janela.
-Por que?
-Porque não ia te deixar aqui sozinha da forma que você estava, você poderia passar mal ou alguma coisa do tipo.
Júlia não sabe o que dizer. Jeon Wonwoo. Jeon Wonwoo dormira na casa dela só para garantir que ela estivesse segura? Não fazia o menor sentido.
-Café?
Ela o encara e depois faz um gesto negativo com a cabeça.
-Preciso ir me aprontar primeiro.
-Eu espero.
Júlia não responde, mas se adianta na direção do banheiro. Toma um banho rápido, escova os dentes e desce em seguida, Wonwoo ainda está no mesmo lugar em que ela o deixara, sentado à mesa na cozinha.
-Agora que você está bem, acho que posso ir embora. – ele fala ficando de pé e seguindo em direção a porta.
Júlia não se move, faz apenas um gesto positivo com a cabeça.
-Se cuida Júlia.
Wonwoo se aproxima e segura seu rosto entre as mãos, Júlia respira fundo e em seguida prende a respiração, o beijo é quente e delicado em sua testa, ela solta o fôlego lentamente e o encara. Os pequenos olhos castanhos a olham de perto e então acontece, sem que nenhum dos dois pense muito a respeito, o momento simplesmente os guia.
Júlia sente os lábios dele encostarem nos seus e seu coração dá um salto, a aceleração é tão repentina que ela sente uma leve pontada.
Todo o conhecimento a respeito de beijo coreano que ela tinha aprendido nos milhares de doramas que havia assistido se esvai naquele instante, pois bem longe do que ela achava saber, a forma com que Wonwoo a beijava não tinha nada de inocente ou fofa, era algo quente, sedutor e a cada segundo ela se perdia mais em seus braços.
Então o som da campainha faz com que os dois se afastem de imediato. Júlia olha de Wonwoo para a porta sem saber o que fazer.
-Júlia? – a voz faz com que ela respire fundo, Wonwoo faz um gesto negativo com a cabeça.
-Quer que eu pule a janela? – o comentário ácido faz com que Júlia o encare.
-Não, claro que não, é só que...
-Júlia? – a voz novamente. – você está aí?
Antes que ela responda Wonwoo se adianta até a porta e a abre.
-Bom dia.
Júlia corre até lá a tempo de ver a expressão de surpresa no rosto de Vernon.
-Posso ajudar? – Wonwoo dispara e mais uma vez Júia perde a ação.
-Não, na verdade não pode não, eu já vi tudo o que tinha pra ver aqui.
Vernon se vira para seguir caminho, mas antes que ele o faça, Wonwoo o segura pelo braço.
-Não seja idiota. – ele começa. – eu vim dar um recado do Coups hyung e já estou indo embora. Se cuida Júlia, tchau Vernon.
Wonwoo segue caminho deixando Júlia boquiaberta.
-E então? – Vernon a encara.
-E então o que?
-O recado do Coups. Qual era?
-Ele me pediu pra ir atrás da Lizzy, tem a ver com o acidente do Minghao. – ela mente. – portanto... tchau.
Júlia bate a porta e segue caminho, não quer falar com Vernon, não agora quando sua cabeça está confusa.
Thais
-Você já decidiu se vai ficar? – a pergunta faz com que ela o encare. Estão ambos deitados na cama e ela usa seu peito como travesseiro enquanto ele brinca enrolando os cabelos dela no dedo indicador da mão direita.
-Ainda não sei. – ela dispara. É claro que ficará, no momento aquele quarto, aquele apartamento é tudo o que ela tem. – estou pensando.
Ela fica de pé e para no meio do quarto observando-o. Seungcheol a encara, os pequenos olhos castanhos mais confusos do que ela jamais os vira.
-Se eu ficar... – ela começa. – o que eu ganho?
-Como assim? – ele pergunta e ela dá de ombros com um sorriso.
-Você precisa de uma boa razão para me fazer ficar.
-Sério?
-uhum.
-Meu amor por você não é o suficiente?
-Nop.
Ele senta na cama encarando-a com um meio sorriso, aquele gesto faz com que o corpo dela se arrepie de imediato. Ele é lindo, nada menos do que lindo e a forma com que ele a olha deveria definitivamente ser proibida.
Então ele fica de pé se aproximando dela, envolvendo sua cintura com uma das mãos enquanto levanta seus cabelos com a outra.
-Fique. – ele sussurra ao seu ouvido e Lizzy fecha os olhos.
-Não sei.
-Você disse que ficaria. – ele continua, a respiração dela acelera... Muito.
-Não me lembro de ter dito isso.
-Vai me obrigar a implorar, Lizzy?
-Está sendo bastante persuasivo. - ele ri contra a sua pele, os dedos se infiltrando por baixo da camiseta azul clara e mostrando o quanto ele pode ser convincente, Lizzy precisa registrar que a ideia de ir embora é a mais absurda para ela naquele momento?
-Fique! - ele pede de novo, a respiração fazendo cócegas na pele dela.
-Fico... - o que mais ela poderia responder? Ela tem sorte de ainda conseguir articular uma palavra, quem dirá algum pensamento coerente, tudo o que ela quer é que ele a persuada ainda mais sem hora para acabar, mas ele ri alto a surpreendendo, e a atirando nos ombros, ela grita.
-CHEOL! FICOU MALUCO?- mas ele só para e a coloca no chão quando estão dentro do Box do banheiro. - NÃO, NÃO FAÇA ISSO! - mas ele faz, rindo da cara dela enquanto liga o chuveiro em cima de ambos, ela grita quando a água quente a atinge e ele a segura e a puxa, a boca pressionando a sua fazendo com que qualquer reclamação fosse esquecida, na verdade ela esquece até seu nome enquanto ele a beija de uma forma que devia ser proibida, até ela perder totalmente o fôlego.
Lizzy se encosta nele, ele finalmente a olha.
-Isto não é justo. – ela reclama.
-Nunca disse que seria justo. – ele responde, as mãos deslizando pela blusa molhada grudada no corpo dela, Lizzy mal consegue respirar.
-Você arruinou minha blusa...eu gostava dela! - ele ri a puxando mais para perto, ela passa os braços ao redor do pescoço dele, ficando na ponta dos pés para que seus lábios alcancem o queixo dele.
-Posso te dar uma nova. - ele fala.
-Olha, estamos progredindo.
-Pois é, sei que adorava essa blusa.
-Cala a boca Cheol! - ele ri, a boca encontrando a dela e não há mais conversa por um longo tempo.
Saem do banheiro, ela tenta não tropeçar na calça jeans extremamente molhada, a cena é realmente muito engraçada.
-Olha só o que você fez comigo! – ela resmunga enquanto ele a olha e sorri.
-Desculpe. Se você quiser a gente pode colocar essas roupas para secar.
-E eu vou ficar sem roupa pelo apartamento?
Ele a encara, um sorriso brotando em seus lábios. Aquele sorriso de lado que é a coisa mais fantástica do mundo e se ela tinha alguma dúvida de que não deveria estar ali, ela desaparece feito fumaça, e quando ele a beija de novo, as mãos por baixo da blusa molhada para tocá-la, ela fecha os olhos e esquece de tudo, ficando nas pontas dos pés para que seus braços rodeiem o pescoço dele, friccionando seu corpo contra o dele e uma excitação febril toma conta dela e dele também, Lizzy mal vê as coisas a sua volta enquanto ele vai tirando suas roupas pelo caminho e ela faz o mesmo com as dele, até que ela sente o lençol frio da cama em suas costas, os lábios dele eu seu rosto, os dedos deslizando devagar por sua pele quase nua.
-Há muito tempo que eu quero te ter assim. – ele murmura ao seu ouvido.
-Eu também. – ela concorda passando as pernas ao redor do quadril dele.
Os lábios dele tocam seu rosto, seu pescoço, seu ombro e ela estremece, deslizando em uma doce inconsciência, o puxando para cima dela, sentindo cada parte de seu corpo grudada no dele, o coração dela bate desgovernado no peito e seus pulmões ardem sem ar, era possível se sentir mais quente? Impossível!
Os dedos dela se enroscam nos cabelos dele, enquanto os lábios dele deslizam pelo pescoço dela, causando um curto circuito, tudo roda a sua volta.
Ele a beija de novo, devagar e intensamente, as mãos descendo pelas laterais de seu corpo até o interior de suas coxas e ela prende a respiração, ele a encara com aquele sorriso perfeito e naquele instante ela sabe que se não parar será tarde demais e não haverá mais volta.
Seu corpo arde em uma febre que ameaça a consumir inteira, ela definitivamente é um caso perdido, ofegante se obriga a pensar racionalmente, o que é difícil com as mãos dele em lugares estratégicos e os lábios em seu pescoço.
-Cheol... – ela fala sem ar, rodeando-o com os braços, suas unhas afundando nos ombros dele, nada o que ela tinha vivido se comparava a isso e Lizzy sabe que tem tudo a ver com a pessoa que está com ela e também sabe que será difícil sair inteira daquilo.
Mas quem se importa quando ela sente ele a tocar preenchendo seu mundo de sensações inimagináveis? Suas respirações aumentando de intensidade e seus corpos se aproximando até não haver mais espaço entre eles? Lizzy fecha os olhos, o mundo se desintegrando a sua volta e ela sabe que nada mais será o mesmo se ela não agir naquela hora.
-Cheol...- ela sussurra.
Ele sorri novamente ao pé do ouvido dela e se afasta, sentando na cama e lhe dando as costas.
-Acho melhor eu ir tomar um banho. – é o que ele diz.
Seungcheol fica de pé e segue em direção ao banheiro, naquele instante Lizzy se sente a pior das criaturas, ali sentada na cama, vestindo apenas uma lingerie preta, ela sente como se tivesse usado ele para testar seus limites e aparentemente ele pensa assim também.
-CHEOL! – ela o chama, pulando da cama e correndo até a porta do banheiro.
Ele abre a porta e a encara, Lizzy fica olhando-o, aquele corpo magnífico ali na sua frente, vestindo apenas uma cueca boxe preta.
-Eu queria te pedir desculpas. – ela fala sem tirar os olhos dele.
-Você? Eu que fui longe demais.
-Não foi culpa sua, eu me deixei levar também.
Ele sorri e abre mais a porta.
-Quer tomar um banho? Juro que não tiro o pouco de roupa que nos resta.
Ela sorri e sai empurrando-o banheiro adentro, suas mãos no peitoral dele, Lizzy abre o Box e entra deixando que a água daquele chuveiro enorme caia em sua cabeça, Seungcheol se aproxima, ela o puxa forte apertando o corpo contra o dele, ele respira fundo e sorri, ela o beija debaixo d’água, seus corpos grudados e a sensação de calor aumentando a cada segundo.
-Acho que está na hora da senhorita sair.
Ela sorri ao ouvir ele sussurrar aquilo, lhe dá mais um beijo e sai do Box.
-Tem toalha aí? – ele pergunta.
-Tem sim amor, já peguei.
-Tem sim o que?
Droga.
Lizzy se vira para encará-lo, Seungcheol tem a cabeça para fora do box e seu olhar é uma mistura de fascínio e curiosidade, na verdade ele parece uma criança curiosa.
-Eu disse que aqui fora tem toalha. – ela fala fingindo não saber do que ele está falando.
-Não essa parte, você me chamou de amor.
-Não chamei nada.
-Você chamou sim!
-Não chamei nada.
-Você nunca vai admitir, não é?
-Não.
-Ok, então deixa por isso mesmo.
Antes que ele volte para dentro do box, Lizzy corre em sua direção e lhe dá um beijo delicado nos lábios.
-Eu vou estar lá fora te esperando meu amor, não demore.
E com o sorriso mais lindo do mundo nos lábios, Seungcheol volta a tomar banho.
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