Tumgik
#sem medo de levar um raio na cara
shield-o-futuro · 2 years
Note
Asgardianos, e Mariya, já estiveram na Cidade da Onipotência? Se sim o que acharam?
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Mariya: Já estive lá algumas vezes, mas fui banida depois que me expulsaram do meu panteão. Eu gostava de lá, era um lugar lindo.
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Axl: Do nosso lado aqui, nunca estivemos lá não.
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Astrid: Porque os deuses Asgardianos também foram banidos, depois que Thor teve uns desentendimentos com Zeus.
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Connor: Olha, eu acho que essa cidade aí é superestimada. Deve ser ridícula de chata. Meu pai já esteve lá e disse que Asgard é muito melhor, dá de dez a zero nesse lugar. E outra, estando lá você tem que ficar ouvindo o Zeus falar sem parar, e Zeus é um saco, todo mundo sabe.
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Mariya: Se apega nisso, que aí você não se entristece pelo que está perdendo. Mas Zeus é chato mesmo. Os gregos só aguentam ele porque é o líder. Ainda bem que nós não somos obrigados a lidar com ele.
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corales1 · 3 years
Text
Conto de Poder e Encanto.
* Ei Amores, cá estou eu de novo, espero que gostem e aproveitem este capítulo, está mais longo, mas foi preciso...beijos a todos e todas Elriel do meu coração...
*Hey my lovers, here I am again, I hope you like and enjoy this chapter, it's been longer, but it was necessary... kisses to all Elriel from my heart...
Conto de Poder e Encanto - Por Vanessa Corales
Capítulo 8 - A Mudança
Azriel sentiu seu coração descompassar de tão rápido que batia...seu corpo todo ficou tenso com a menção ao “parceiro” da mulher que ama e a notícia de sua vinda…. - O que ele quer? Porque ele quer vê-la? - Ela nunca quis nem mesmo falar com ele, não se sente à vontade, por que isso agora? Qual o propósito desta visita? - Rhys você está sabendo de algo? Se sabe me diga agora! Se ele tentar forçar algo ou levar Elain...Rhys eu juro que….bradou Azriel.. - Pare Azriel! Acalme-se! ordenou Rhys. - E não sei de nada sobre esta visita...Feyre acabou de me informar e eu repassei a notícia a você… - Portanto sei tanto quanto você.. - E não acredito que Lucien seja capaz de impor alguma coisa a Elain, ainda mais dentro de nossa Corte, não creio que ele seja um macho deste tipo e sei que você acha o mesmo...Azriel respirou fundo.. - Eu sei! - Porém...Rhysand soltou com uma pausa, como se sopesando o impacto do que iria dizer agora...Azriel congelou com a pausa e levantou o olhar ao irmão perguntando.. - Porém o que?.... - Elain foi informada da visita de Lucien e pediu que Feyre o enviasse para a Casa da Cidade para um jantar com ela...a sós… Desta vez Azriel não teve controle sobre nenhuma parte do seu corpo, que desabou na cadeira atrás dele….batendo com todo o seu peso...seu irmão gesticulava a sua frente...falava, olhando para os ferimentos e curativos que Azriel ainda possuía em seu corpo e suas asas, e com os quais Azriel nem se preocupou enquanto caía na cadeira….na verdade ele não estava sentindo nada...não estava ouvindo nada….seus olhos estavam fixos agora, enquanto seu irmão segurava seu rosto e tentava falar com ele...mas ele não ouvia...sua mente estava paralisada, ele estava em choque e preso naquela última frase que Rhysand proferira…”Elain foi informada da visita de Lucien e pediu que Feyre o enviasse para a Casa da Cidade para um jantar com ela...a sós”..... - AZRIEL! uma voz grave...uma ordem que arranhou sua mente e um ardor no rosto….sim.. de um tapa...foi o que conseguiu tirar Azriel do transe em que estava a alguns minutos… - Azriel!...Rhysand chamou mais uma vez, quando viu Azriel piscar e olhá-lo… aquele olhar…..um olhar que estremeceu o coração de seu irmão, que suspirou e se ajoelhou à sua frente….enquanto Azriel deixava a cabeça cair e suas mechas negras escorrerem pelo seu rosto…Ele levantou a cabeça e olhou para o jardim e deu um longo suspiro…. - Eu fui um idiota! Perdi tanto tempo! Será que eu perdi a única pessoa que já amei em toda minha vida por ter sido um covarde de novo? falou com as lágrimas caindo.. - Azriel escute! Não sabemos de nada, nem sequer temos noção do que se passa na cabeça de Elain… - Muita coisa mudou Az...ela mudou….mas isso não quer dizer que o que ela sentia por você tenha mudado… - Mas eu a deixei Rhys! Eu a abandonei quando ela me queria e ainda disse que era um erro nós dois… - Eu sei irmão, e mesmo assim ela foi atrás de você e o salvou...Todos tentaríamos sem sombra de dúvidas, mas não! Ela o fez...Ela quis!...Ela estava disposta a morrer por você!.. - Eu sei, mas e se ela se cansou de esperar? Se ela estiver disposta a dar uma chance à parceria, afinal Lucien é de fato um bom macho...Azriel soltou a frase encolhendo os ombros, como se estivesse se sentindo inferior ao macho de quem falavam… - Não seja estúpido Azriel! bradou Rhysand, - acabamos de tampar esse buraco que você insistia em se enfiar com seu senso de inferioridade e então no primeiro obstáculo, você quer abri-lo à unhas e se atirar novamente? PELOS DEUSES AZ!! o que há com você…não havia nada menos que dor e carinho nas palavras de Rhys.. - Desculpa irmão! Azriel disse respirando fundo... Mas eu nunca me senti assim...por ninguém..nunca quis tanto alguém como eu a quero...e quando ouvi você falar, foi como se….como se uma bomba tivesse sido jogada em meu peito...doeu só de pensar nela com outro...de perdê-la… Azriel suspirou profundamente, fechando os olhos e logo abrindo-os novamente...como se clareando as ideias que estavam em sua cabeça… - Mas eu não vou desistir! não agora...eu não posso me
permitir, não consigo...não vou...eu preciso dizer a ela...preciso mostrar a ela o que sinto...Os olhos de Rhysand brilharam intensamente e um sorriso largo de orgulho e carinho, se instalou em seu lindo rosto ao ouvir as palavras ditas pelo irmão… - Muito bem então Azriel!.. - Mas antes que você tente sair imediatamente voando atrás de sua amada e caia de cara no chão..”de novo”... a ironia nas últimas palavras não passaram despercebidas por Azriel, que resmungou com desgosto pela lembrança… - Você irá descansar e se recuperar… - O que? - Não!...Eu vou...Bradou Az… - Não vai coisa nenhuma!….você não tem condições de ir a lugar algum agora...Você irá descansar e se preciso for, eu mesmo te levo lá amanhã… - Acredito que nem mesmo Elain com todo o seu enorme coração, irá me perdoar ou perdoar você, se aparecer parecendo um Illyriano moribundo na porta dela...Rhys falou apontando a mão para Azriel...que se olhou e não pode deixar de dar razão ao irmão….ele estava pálido ainda e cheio de curativos...e realmente sentia dor em todos os lugares, mesmo que menos intensamente agora…. - Está bem! ...Rhys riu como um felino…. e Azriel conteve a vontade de esbofeteá-lo, mas riu e lançou os braços em seu ombro para voltar para dentro de casa e descansar...ele queria poder dormir agora e esperar que a noite passasse como um raio...ele precisava falar com Elain..queria vê-la e mudar de uma vez por todas a sua vida, e torcia para que ela o aceitasse e que não fosse tarde demais…
Elain.
A manhã foi mais intensa do que Elain gostaria, mas ela sabia que não seria diferente. Ela sabia que depois de todos os acontecimentos, de tudo que mudou e da decisão que ela havia tomado e da nova vida que ela tinha escolhido para sí, pelo menos por agora..e que literalmente estava diante dela, bem atrás das portas da Casa da Cidade, onde ela estava parada neste momento..como se ponderando uma última vez se deveria...Ela respirou fundo e então empurrou as portas...a casa estava exatamente como haviam deixado quando mudaram para a nova Casa do Rio...mas o silêncio era perturbador...até Elain adentrar pelo corredor e escancarar as janelas e deixar a leve brisa do Sidra inundar a casa e os sons de Velaris começarem a invadir seu “novo” lar e seus ouvidos...foi impossível para ela não sorrir nesse momento...sua jornada começava agora… Nuala e Cerridwen, surgiram de suas sombras, onde permaneceram dando a privacidade deste momento a Elain… Ela agradeceu em um aceno as duas pela consideração, e então começaram a arrumar suas coisas...Ela não levara muita coisa, pois de fato não tinha muitas coisas, apenas roupas, calçados e seus itens de jardinagem que ela não poderia esquecer...Já havia pensado tantas vezes em como estaria seu jardim favorito...aquele em que ela delicadamente trabalhou enquanto se curava de tudo que havia passado...um jardim que ela viu nascer do nada, crescer e florescer..assim como ela...O jardim que iluminou os dias mais sombrios dela...onde derramou suor, lágrimas e sangue...mas onde também ela descobriu as mais bonitas nuances...fosse de um luar por entre as flores, um pôr do sol que irradiava as mais belas cores...o cheiro da terra molhada...os flocos de neve caindo sobre o verde...ou a luz de sol moldando as mais belas asas Illyrianas, ou os discretos mas ainda assim os mais belos sorrisos que somente ela vira...não tinha como ela pensar neste jardim sem pensar nos momentos que passou com Azriel. Não havia um momento sequer, desde que começou a se recuperar que Elain não pensasse ou não estivesse com ele...cada minuto roubado de seu tempo, ela fazia com que valesse a pena...mesmo que fosse para apenas ficarem no mesmo lugar...o seu jardim…em silêncio, apenas apreciando a companhia um do outro.
Mas agora, tudo isso não passavam de lembranças...ela sabia que muito havia mudado...sabia onde estavam, após a situação do solstício...mesmo que ela soubesse tudo o que havia ocorrido naquela noite...mesmo que não tivesse dito a ninguém...pois ela esperava que Azriel tivesse a coragem de assumir...pois ele precisava da libertação tanto quanto ela….libertação de seus medos...dores e solidão eterna que o assombravam….somente se ele se libertasse, se se permitisse sentir o quanto ele é amado...ele poderia amar alguém com a mesma intensidade...e era isso que ela queria dele, que ela precisava...que desejava...que ele a amasse intensa e abertamente ...sem restrições...sem amarras….sem contenção… um amor livre...mas não foi o que aconteceu...e talvez agora, nunca acontecesse…
Elain estava mergulhada nesses pensamentos, quando uma sensação reconfortante tomou conta de sua mente...ela suspirou voltando à realidade e permitindo acesso de sua irmã em sua mente…. - Como você está? Como estão as coisas na mudança para a nova vida Elain? a voz de Feyre era suave e cheia de carinho…. Elain abriu um sorriso e respondeu - Estou bem Feyre, acho que nunca estive tão pronta para uma mudança, quanto agora… - Acho que irei ficar bem...eu preciso...eu mereço… - É claro que merece, Elain! - Mas eu irei sentir sua falta..mesmo que você esteja na mesma cidade… Elain podia sentir que sua irmã estava com os olhos marejados, assim como ela estava ficando agora - Feyre! já conversamos esta manhã, quando nos despedimos, estarei sempre disponível para você! Sempre minha irmã! não quero me afastar de nossa família...eu só preciso de espaço e um pouco de tempo sozinha..preciso organizar minha mente e minha vida… Elain sentiu o aconchego como se fosse um abraço em sua mente, e fechou os olhos querendo retribuir o carinho.. - Entendo Elain! E você tem toda a razão.. - Você merece viver a sua vida...à sua maneira, como você escolher e desejar...você e somente você, deve decidir o que é melhor para você… - Eu te amo Elain! Nós todos te amamos!... - Oh Feyre! Eu não acredito que você vai me fazer chorar de novo, nos despedimos a algumas horas, pela mãe!....Elain sorriu, e Feyre também…. - Elain!, a voz de Feyre havia caído um tom, Elain pode perceber… - O que foi Feyre? sua pergunta também saiu mais baixa do que ela gostaria… - Lucien está vindo à Corte Noturna esta semana, e pediu para falar com você, se você aceitasse. Elain ficou em silêncio por alguns segundos, e antes que pudesse responder, sua irmã falou. - Elain, a decisão é sua...somente sua, não dei nenhuma resposta a ele, informei que falaria com você e que você decidiria. - Também não mencionei a ele sua mudança, só farei se você permitir. - Está tudo bem! respondeu Elain, antes que a irmã continuasse, - Eu aceito vê-lo Feyre! ...Feyre pareceu se espantar com a resposta, - Você tem certeza Elain? - Eu posso dar qualquer resposta a ele e ele terá que aceitar.. - Eu tenho certeza Feyre! - Pode confirmar sim, eu receberei Lucien!.. - Está bem Elain! Você quer que façamos um jantar ou… - antes que Feyre terminasse o raciocínio Elain interpelou.. - Não! O receberei aqui! Sozinha!...Elain estava decidida… - Sozinha Elain? Mesmo conhecendo Lucien, eu não sei se seria uma boa idéia. - Feyre por favor entenda! - Eu não quero mais depender de ninguém me escorando quando preciso de algo..Elain respirou, pois sentiu que as palavras tinham saído mais ácidas do que ela pretendia… - Feyre me perdoe! não tive a intenção, é que já passou da hora de Lucien e eu termos esta conversa..na verdade qualquer conversa..eu sei que em parte foi culpa minha todo este tempo que mantive ele afastado, mas não tinha como ser diferente, eu precisava primeiro assimilar tudo que havia acontecido comigo...aceitar tudo que foi arrancado de mim, e o que fora imposto sem escolha, e quando me recuperei eu senti que…
- Não importa Feyre! Eu acho que devo a nós dois esta conversa.. - E sei que não conseguiria se fosse em sua casa, minha irmã.. eu não saberia lidar com todos sabendo, mesmo que não interfiram, e é capaz de eu perder a coragem de falar tudo que preciso...e depois tem o AZ!...Elain pensou alguns segundos no que ia falar… - Azriel está ferido e se recuperando, precisa de descanso e tranquilidade, já tivemos o jantar na outra noite, e como ele...ele não se sente à vontade com Lucien, prefiro não incomodá-lo.. Feyre ouviu cada palavra e então apenas assentiu a irmã.. - Tudo bem Elain! Eu avisarei Lucien, e direi a ele que te encontre na Casa da Cidade, mas me prometa que qualquer coisa, você irá me avisar imediatamente?.. -Claro Feyre, mas não esqueça que sei me defender agora...e sei que Lucien é..um bom macho..ele não me fará mal...eu sei disso...só precisamos deste tempo juntos, para acertarmos as coisas.
Depois de algumas horas de arrumação pela casa, tentando adaptar o espaço à sua maneira, Elain caiu exausta em sua cama, o sol já se punha no horizonte, e ela levantou para ver as cores que pintavam o céu… alí ela repassou cada momento e notícia que recebera nas últimas horas...havia mudado de casa...estava sozinha, mas desta vez era a solidão optativa, uma solidão que ela almejava há algum tempo...e seu..e Lucien estava vindo...e ela iria recebê-lo..aqui em sua nova casa...sozinha...Elain não conseguiu conter o embrulho em seu estômago...ela decidiu isso, precisava desta conversa...ela tinha decidido que faria isto assim que tivesse uma oportunidade, mas não esperava que fosse tão rápido...ela não havia parado pra pensar direito ainda por onde começar, mas sabia que teria que decidir logo...pois assim que falou com Feyre nesta tarde, ela recebera o retorno de que Lucien iria antecipar a visita, já que Elain tinha aceitado, e então viria na próxima manhã...pois ele também ansiava por este encontro tanto quanto ela, mesmo que talvez não pelos mesmos motivos, Elain imaginava. Nada disso, este convite aceito, não mudava nada em relação ao que ela sentia sobre a parceria...Elain não queria um parceiro. Não assim, não por imposição de quem ou que fosse…
Sua vida toda a partir de agora, seria moldada pelas suas escolhas, e ela não abriria mão disso...não mais.
Azriel
O dia parecia não ter fim para Azriel, ele passou pelos cuidados de Madja, que ainda deu algumas broncas indicando que ele deveria descansar mais...mas sabia que não adiantaria insistir com um marmanjo de mais de 500 anos, ela estava muito velha para isso….Depois disso, ele não teve mais um minuto de sossego em sua mente, que parecia um carrossel de tanto que girava, eram muitas informações , acontecimentos e sentimentos rodopiando em seu interior...Feyre tentou acalmá-lo com um chá, enquanto trazia Nyx para vê-lo..Pelo menos por alguns minutos ele se contentou em brincar e se envolver com seu pequeno sobrinho, foi o único momento em que ele se permitiu para de pensar...mas assim que ficou sozinho novamente, Azriel não conseguiu parar de pensar, em Elain..em tudo que havia acontecido nos últimos dias, e o que vinha acontecendo a muito tempo...tudo o que ele vinha sentindo pela bela feérica uma vez humana, que adorava flores e que simplesmente se apossou de cada milímetro do seu ser e seu coração. jamais ele se sentira assim, ele nunca esperou que sua vida mudasse tanto, que ele mudasse tanto...que a rejeição era dolorida, mas amar também poderia machucar...ele não tinha idéia do que iria fazer, do que diria, de como encararia Elain e mostraria a ela o quanto ele a amava, só sabia que precisava e iria fazer. Ele sentiu uma dor aguda e teve que se conter para não desabar ou esmurrar a parede quando soube que Lucien havia antecipado a visita, já que Elain estava disposta a recebê-lo...Azriel não conseguia parar de rosnar pensando em Elain sozinha com o macho naquela casa...ele não conseguia ver nada a frente de seus olhos, além da imagem dos dois sozinhos...e isso o atormentaria até o último segundo...ele tentou argumentar com Rhys e Feyre, que deveria ir ainda esta noite até Elain, para conversar com ela, antes da visita de Lucien, antes que qualquer decisão fosse tomada por Elain, sem saber dos sentimentos dele...mas seus irmãos foram enfáticos, em pedir que ele desse este tempo a Elain, e que tinham certeza que ela não tomaria nenhuma atitude ou decisão sem pensar...e que o mais sensato era ele esperar….então era o que ele faria...mesmo que isso estivesse esmagando seu coração como uma ameixa.
Elain.
A noite passada foi um verdadeiro martírio, por mais cansada que estivesse, Elain só conseguiu dormir algumas poucas horas, sua cabeça estava muito agitada, com toda mudança do dia e a expectativa para a visita que ela esperava esta manhã.
Só restava então tentar afogar os pensamentos, com a mão na massa, então ela saltou da cama e partiu para a cozinha, preparar o café.
Elain se ocupou até o completo amanhecer com Nualla e Cerridwen, preparando o café da manhã e terminando de ajeitar a casa à sua maneira...depois subiu para o seu quarto para se trocar e aguardar seu convidado.
Pontual como sempre, Elain sentiu mais do que viu, quando Lucien chegou a propriedade e ela pode notar seu nervosismo enquanto ponderava em frente a porta, antes de bater. E antes que ele pudesse, Elain abriu a porta. - Olá Lucien! Bom dia, ela cumprimentou…depois de alguns segundos piscando, Lucien respondeu - Bom dia Elain. Com toda a cortesia e reverência costumeiras dele...Elain abriu a porta e deu o lado para que ele entrasse..e assim ele o fez.
- Estamos servindo o café, vamos. Elain disse, com uma leveza e um pequeno sorriso, que jamais fora direcionado ao ruivo...ele simplesmente assentiu e respondeu - Claro, vamos..então os dois partiram para a sala de jantar.
Elain não podia negar que estava nervosa, tentava várias vezes não torcer as mãos no vestido ou cerrar os punhos não por medo ou algum sentimento ruim, mas pelo verdadeiro desconforto que sentia com aquele vínculo, mesmo que ínfimo, ela podia sentir em seu âmago era um fio velho, desvanecido e extremamente delicado, como se pudesse se partir a qualquer momento...por mais que fosse o que ela queria, não sabia como e nem o que causaria a ambos… - Vejo que aconteceram algumas mudanças consideráveis em sua vida Elain? Lucien disse com toda a delicadeza, - Sim, digamos que já estava na hora de algumas mudanças...Elain respondeu sincera… - Eu precisava..eu preciso me encontrar, descobrir o meu lugar e o que quero para minha vida, e não conseguiria isso em outras circunstâncias… a solidão sempre me ajudou a pensar melhor e meus irmãos foram generosos em me apoiar nessa decisão… - Soube o que aconteceu com você na última semana...Feyre me informou...você foi muito...corajosa, as palavras de Lucien pareceram sair com um certo receio… - Eu era a única que podia fazer alguma coisa, então eu fiz… - Se houvesse outra opção, talvez eu não tivesse me envolvido. Não sei se é uma questão de coragem...Elain ponderou… - É sim Elain! mesmo que não houvesse opções, você poderia ter recuado, mas você escolheu lutar. - Você é mais corajosa do que pensa. Elain não pode deixar de corar um pouco com o elogio. A conversa seguiu e fluiu amena, Elain pensou em porque nunca se permitiu conhecer Lucien de verdade, se não foi egoísmo de sua parte afastá-lo, vendo e conversando coisas simples agora, ela notou que seria de fato, muito fácil para ela ser amiga dele...não mais do que isso, pois a cada minuto que passava ela sentia...ou melhor não sentia, nada além de vazio e silêncio naquele fio entre eles..Ela se pegou divagando em seus pensamentos, quando Lucien a chamou de volta.. - Posso perguntar em que você está pensando Elain? Elain piscou.. - Sim, me desculpe...é que ...ela parou para pensar se deveria...mas então decidiu que sim, já passava da hora…. - Lucien, você alguma vez realmente sentiu o vínculo entre nós? digo, sentiu ele chamando...indicando algo mais do que.. um fio desfiado e apagado? ...Lucien ficou com o corpo tenso com as perguntas, mas suspirou e falou - Na verdade Elain, eu só consegui senti-lo mais firme, quando você saiu do caldeirão e quando tentei alcançar você através dele para tentar te trazer a realidade, após sua vinda para esta Corte… - Depois disso, eu até tentei manter aquela sensação, mas como eu notei que você fazia o possível para me afastar, eu acabei..parando de tentar alcançá-lo..era exaustivo...Elain notou o cintilar dos olhos de Lucien, não em desgosto, mas em sinceridade..
- Lucien, nunca foi minha intenção machucá-lo, mas não havia como aceitar essa situação..eu não tive escolha..tudo foi tirado de mim, arrancado sem piedade...e a imposição de algo que eu não queria e não desejava, por aqueles que fizeram parte de minha ruína, não tinha como eu aceitar… - Lucien ouvia tudo com atenção… e respondeu - Eu sei Elain! Não precisa explicar ou reviver isto… - Eu jamais pensei que teria uma parceira, foi tudo tão novo pra mim também, por isso eu arrisquei tentar manter o contato com você, tentei me aproximar, ver se poderíamos desenvolver alguma conexão, mas….como você foi me afastando, eu pude perceber que isso jamais aconteceria...na verdade agora eu vejo com clareza, que mesmo se tentássemos, se aceitássemos o vínculo como era esperado, nós não seríamos felizes...e posso dizer com a experiência que tenho de vida, de tudo que já vi e vivi, de todos os casais parceiros ou não que já conheci, que nenhum de nós merece uma parceria sem amor..da qual não possa encontrar nada menos do que a felicidade...nós merecemos ser felizes..os dois...mesmo que separados. Elain sorriu para ele, mesmo que as lágrimas estivessem correndo agora pelo seu rosto...ela as enxugou e disse.. - Lucien, como é bom saber que você entende tudo isso, eu também acredito que merecemos ser felizes, e que jamais seremos se nos apegarmos a uma obrigação ultrapassada e que nos tirou a possibilidade de escolha em nossas vidas.. - Eu preciso saber que a minha vida, será ditada conforme as minhas regras...as minhas vontades e anseios, e não por que me foi imposto...e você merece alguém que enxergue quem você é de verdade, este macho sábio, altruísta e bonito que você é.. Lucien gargalhou com o elogio, e Elain não pode deixar de sorrir de volta para ele…. - Obrigada Elain, mesmo me recusando você me elogia, isto é novo… - Elain corou e brincou, você é de fato bonito, mas espero que você encontre alguém que veja além de sua beleza exterior, fui criada com as pessoas bajulando apenas o que estava a vista dos olhos, mas o que importa de verdade é o que se carrega dentro de você. Lucien acenou em agradecimento pelo carinho exposto nas palavras de Elain… - Bom, eu preciso ir Elain! a conversa havia fluído tão bem, e tão a vontade que Elain nem percebeu que já era quase meio dia… - Claro! mas Lucien.. o que faremos? em relação ao ...vínculo? Elain perguntou calmamente, apesar dos dois estarem de acordo, era um assunto delicado para os dois.. - Não há como quebrar esta ligação Elain! mas você está livre para recusá-la, e eu aceito sua recusa, não posso garantir que não será ...doloroso para nós, talvez mais para mim, mas nada que não possa ser superado, falarei com Rhys agora no retorno e informarei nossa decisão, e também verei com Hélion se há alguma forma menos “difícil” de fazer isso. Elain acompanhou Lucien até a porta, antes que o macho Outonal partisse, Elain disse - Lucien! Obrigada! Obrigada por devolver minha vida e buscar a sua também...sem amarras e regras..espero que seja muito feliz. Então antes que ele pudesse responder, Elain o abraçou..sem nenhuma imposição, apenas por que ela queria… Lucien ficou imóvel por um segundo, então abraçou a pequena f��mea de volta, sem restrições e sorrindo para ela disse, - Seja feliz Elain! e espero que possamos ser amigos.. - Já somos! ela respondeu devolvendo o sorriso. Elain ficou alguns minutos na porta, pensando em tudo que havia acontecido nesta manhã, e não conseguia disfarçar o sorriso que brotava em seu rosto, ela finalmente estava..livre.
Azriel
Azriel estava impaciente, levantou cedo, pois não conseguia mais ficar deitado, pensando em Elain e Lucien, nem mesmo conseguiu tomar café direito..Estava contando os minutos para poder partir e falar com Elain… Rhys após muito argumentar já havia convencido ele de que era melhor esperar que Lucien fosse embora para não causar nenhum problema...ele não queria deixar espaço ou margem para que Lucien pudesse de alguma forma convencer Elain de qualquer que fosse sua intenção...ele queria ...ele precisava que ela soubesse de seus sentimentos logo, ou ele iria explodir...foi uma tortura, mas ele aceitou esperar até o meio da manhã…depois disso Rhys atravessaria com ele, e caso Lucien estivesse lá ainda, ele consideraria esperar no jardim até que ele partisse..sem mais condições...era isso ou ele mesmo atravessaria pelas sombras, mesmo que caísse de cara no chão da casa de Elain…
E como combinado, Rhys aceitou e então no meio da manhã, ele atravessou Azriel até a propriedade..assim que pousaram no jardim, os espectros avisaram Rhys que Lucien ainda estava na casa, então eles permaneceram no jardim devidamente protegidos para que seus cheiros e presença não fossem notados e tudo acabasse saindo do controle.
- Azriel você precisa esperar, não poderei ficar aqui, mas me prometa que não fará nenhuma besteira irmão? pediu Rhys colocando uma mão em seu ombro… - Claro que não! Eu vou esperar, pode ir. Azriel respondeu… - Ok! se precisar me chame, e boa sorte AZ! com uma piscadela, Rhysand sumiu nas sombras. Azriel ficou alí...ele teria que ficar e esperar.. até que pudesse ter Elain somente para ele de uma vez por todas, pelo menos era o que ele esperava, no entanto agora suas mãos tremiam e suavam pensando se ele teria esta chance, ou se era tarde demais.
Apesar do tempo sem cuidados, Azriel notou que o jardim permaneceu bonito, não tanto quanto era quando Elain e sua família moravam lá, e ela dedicava maior parte do seu tempo cuidando dele..mas ainda tinha seu toque em tudo alí...ele lembrava a cada passo que dava por entre os canteiros, dos momentos que passou com Elain neste jardim, somente apreciando a companhia um do outro, absorvendo o silêncio agradável que era uma marca dos dois...lembrava dos pequenos gestos, olhares e sorrisos trocados...de cada desabrochar de sentimentos..estes que agora o estavam matando...Azriel nunca foi uma pessoa impaciente, por ser um mestre espião experiente, ele sabia que às vezes o tempo era fundamental, mas ele não estava em uma missão, e seu coração não ajudava em nada, batendo com um maldito descontrole em seu peito...seus ouvidos já estavam zumbindo com o estrondo que as batias faziam...ele nunca...nunca em sua vida, esteve assim tão vulnerável e indefeso, ele deu Graças a mãe, por não estar em uma missão ou um ataque, pois certamente seria morto...ele suspirou tão alto, que o som o tirou dos devaneios...esfregando o rosto, ele devagar foi se virando para retornar até as mesas do jardim, tão distraído...tão alheio que nem percebeu ou sentiu quem estava bem atrás dele..o que fez suas asas farfalharem no exato momento, em que se virou completamente e encontrou os olhos de Elain fixos nos dele… - Azriel? O que você faz aqui no jardim?
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Tale of Power and Enchantment - By Vanessa Corales
Chapter 8 - The Change
Azriel felt his heart out of step with how fast it beat...his whole body tensed at the mention of the “partner” of the woman he loves and the news of his coming…. - What does he want? Why does he want to see her? - She never even wanted to talk to him, she doesn't feel comfortable, why is that now? What is the purpose of this visit? - Rhys, do you know something? If you know tell me now! If he tries to force something or take Elain…Rhys I swear….screamed Azriel.. - Stop Azriel! Calm down! ordered Rhys. - And I don't know anything about this visit... Feyre just informed me and I relayed the news to you... - So I know as much as you do... - And I don't believe Lucien is capable of imposing anything on Elain, even more inside our Court, I don't think he's a male of this type and I know you think the same... Azriel took a deep breath... - I know! "However…" Rhysand let out with a pause, as if weighing the impact of what he was going to say now… Azriel froze with the pause and looked up at his brother asking. informed of Lucien's visit and asked Feyre to send him to the Town House to have dinner with her…alone… This time Azriel had no control over any part of his body, which collapsed into the chair behind him…. all his weight...his brother was gesturing in front of him...he spoke, looking at the wounds and bandages that Azriel still had on his body and wings, and which Azriel didn't even care about as he fell into the chair...on true he wasn't feeling anything...he wasn't hearing anything...his eyes were fixed now, as his brother held his face and tried to talk to him...but he couldn't hear...his mind was paralyzed, he was in shocked and caught in that last sentence Rhysand had uttered…” Elain was informed of Lucien's visit and asked Feyre to send him to the Casa da Cidade for a dinner with her... alone”....- AZRIEL! a deep voice...an order that scratched his mind and a burning in his face....yes...from a slap...that was what managed to get Azriel out of the trance he was in a few minutes... - Azriel!...Rhysand he called once more, when he saw Azriel blink and look at him… that look…..a look that shook his brother's heart, who sighed and knelt in front of him….as Azriel let his head drop and his black locks run down by his face…He lifted his head and looked at the garden and took a long sigh…. - I was an idiot! I lost so much time! Have I lost the only person I've ever loved in my life for being a coward again? spoke with tears falling.. - Azriel listen! We don't know anything, we don't even know what's going on in Elain's head... - A lot has changed Az...she has changed...but that doesn't mean that what she felt for you has changed... - But I left her Rhys! I left her when she wanted me and even said it was a mistake for both of us… - I know brother, and even so she went after you and saved you… We would all try without a shadow of a doubt, but no! She did it...She wanted to!...She was willing to die for you!... - I know, but what if she got tired of waiting? If she is willing to give the partnership a chance, after all Lucien is indeed a good male... Azriel blurted out the sentence shrugging his shoulders, as if he was feeling inferior to the male they were talking about... - Don't be stupid Azriel! cried Rhysand, "we just plugged that hole you insisted on getting into with your sense of inferiority and then at the first hurdle, you want to nail it open and throw yourself again?" BY THE GODS AZ!! what's up with you…there was nothing less than pain and affection in Rhys' words.. -Sorry brother! Azriel said taking a deep breath... But I've never felt this way...for anyone...I've never wanted someone as much as I want them...and when I heard you speak, it was like...like a bomb had been dropped on my chest...it hurt just thinking of her with another...of losing her... Azriel sighed deeply, closing his eyes and then opening them again...as if clearing the ideas that were in his head... - But I will not give up! not now... I can't allow myself, no I can't...I won't...I need to tell her...I need to show her how I
feel...Rhysand's eyes sparkled brightly and a wide smile of pride and affection settled over his handsome face as he listened. the words spoken by the brother… - Very well then Azriel!.. - But before you immediately try to fly off after your beloved and fall face down on the ground..”again”… the irony in the last words did not go unnoticed by Azriel, who grunted with disgust at the memory... - You will rest and recover... - What? - No!...I'm going...Bradou Az... -You're not going at all!....you can't go anywhere now...You'll rest and if necessary, I'll take you there myself tomorrow... - I believe that not even Elain with all her big heart, will forgive me or forgive you, if she appears looking like a dying Illyrian at her door...Rhys spoke pointing his hand to Azriel...who looked at himself and couldn't help but give reason to his brother….he was still pale and covered with bandages…and really felt pain everywhere, even if less intensely now…. - He is well! ...Rhys laughed like a cat…. and Azriel held back the urge to slap him, but he laughed and threw his arms around his shoulders to go back inside and rest...he wished he could sleep now and hope the night passed like a flash...he needed to talk with Elain... he wanted to see her and change his life once and for all, and he hoped she would accept him and that it wasn't too late...
Elain.
The morning was more intense than Elain would have liked, but she knew it would be no different. She knew that after all the events, everything that had changed and the decision she had made and the new life she had chosen for herself, at least for now…and that it was literally in front of her, right behind the doors of the House from the City, where she was standing right now...as if pondering one last time if she should...She took a deep breath and then pushed open the doors...the house was exactly as they had left it when they moved into the new Casa do Rio... .but the silence was unsettling...until Elain walked down the hall and flung open the windows and let the light cider breeze fill the house and the sounds of Velaris began to invade her "new" home and her ears...it was impossible for she didn't smile at that moment… her journey began now… Nuala and Cerridwen, emerged from their shadows, where they remained giving Elain the privacy of this moment… She nodded to both of them for their consideration, and then began to pack up their things. ..She didn't take much, because in fact she didn't There weren't many things, just clothes, shoes and her gardening items that she couldn't forget... She'd thought so many times about what her favorite garden would be like...the one she'd delicately worked on as she healed from everything she'd been through. ...a garden that she saw born out of nowhere, grow and blossom...just like her...The garden that lit up her darkest days...where she shed sweat, tears and blood...but where she too discovered the most beautiful nuances...were it a moonlight among the flowers, a sunset that radiated the most beautiful colors...the smell of the wet earth...the snowflakes falling on the green...or the sunlight molding the most beautiful Illyrian wings, or the discreet but still the most beautiful smiles that only she had ever seen...there was no way she could think of this garden without thinking about the moments she spent with Azriel. There hadn't been a moment since he started to recover that Elain didn't think or wasn't with him...every minute stolen from her time, she made it worth it...even if it was just to stay in the same place. ...your garden...in silence, just enjoying each other's company.
But now, all these were just memories... she knew that a lot had changed... she knew where they were, after the solstice situation... even though she knew everything that had happened that night... even if she didn't had told anyone...as she hoped Azriel had the courage to take over...as he needed release as much as she did....release from his fears...pains and eternal loneliness that haunted him....only if he himself freed, if he allowed himself to feel how much he is loved...he could love someone with the same intensity...and that's what she wanted from him, what she needed...wanted...he would love her intensely and openly…no strings attached…no strings attached….no restraint…a free love…but that's not what happened…and maybe now, it never happened… Elain was deep in these thoughts, when a comforting feeling took over her mind...she sighed coming back to reality and allowing her sister access into her mind.... - How are you? How are things moving towards Elain's new life? Feyre's voice was soft and full of caring…. Elain smiled and replied - I'm fine Feyre, I don't think I've ever been so ready for a change as I am now... - I think I'll be fine...I need...I deserve it... -Of course you deserve it, Elain! - But I'll miss you...even if you're in the same city... Elain could feel that her sister was teary-eyed, just like she was getting now - Feyre! we already talked this morning, when we say goodbye, I will always be available for you! Always my sister! I don't want to get away from our family...I just need space and a little alone time...I need to organize my mind and my life... Elain felt the warmth as if it were a hug in her mind, and closed her eyes wanting to reciprocate the affection... - I understand Elain! And you are absolutely right... - You deserve to live your life... in your way, as you choose and wish... you and only you, must decide what is best for you... - I love you Elain! We all love you!... - Oh Feyre! I can't believe you're going to make me cry again, we said goodbye a few hours ago, for the mother!....Elain smiled, and Feyre too.... - Elain!, Feyre's voice had dropped a tone, Elain could see… - What was Feyre? her question also came out lower than she would have liked… "Lucien is coming to the Night Court this week, and asked to speak with you if you would accept." Elain was silent for a few seconds, and before she could respond, her sister spoke. - Elain, the decision is yours... yours alone, I didn't give him any answer, I informed you that I would talk to you and that you would decide. - I didn't mention your change to him either, I'll only do it if you allow. - It's all right! replied Elain, before her sister continued, - I accept to see you Feyre! ...Feyre seemed startled by the answer, "Are you sure Elain?" - I can give him any answer and he'll have to accept... - I'm sure Feyre! - You can confirm yes, I'll receive Lucien!... - Okay Elain! Do you want us to have dinner or… - before Feyre had finished his reasoning Elain challenged.. - No! I will receive you here! Alone!... Elain was determined... - Alone Elain? Even knowing Lucien, I don't know if that would be a good idea. - Feyre please understand! - I no longer want to depend on anyone supporting me when I need something .. Elain took a breath, as she felt that the words had come out more acid than she intended ... - Feyre forgive me! I didn't mean to, it's just that it's past time for Lucien and I to have this conversation...in fact any conversation...I know it was partly my fault all this time I kept him away, but it couldn't be different, I I needed first to assimilate everything that had happened to me...accept everything that was ripped from me, and what was imposed without choice, and when I recovered I felt that...- Never mind Feyre! I think I owe this conversation to both of us... - And I know I couldn't if it were at your house, my sister... I wouldn't know how to deal with everyone knowing, even if they don't interfere, and I may lose the courage to speak everything I need...and then there's AZ!...Elain thought for a few seconds
about what he was going to say... - Azriel is wounded and recovering, he needs rest and tranquility, we already had dinner the other night, and like him. ..he doesn't feel at ease with Lucien, I'd rather not bother him .. Feyre heard every word and then just nodded to his sister .. - It's okay Elain! I'll warn Lucien, and tell him to meet you at the Town House, but promise me anything, you'll let me know immediately? is...a good male...he won't hurt me...i know that...we just need this time together, to make things right. After a few hours of tidying around the house, trying to adapt the space to her own way, Elain fell exhausted into her bed, the sun was already setting on the horizon, and she got up to see the colors that painted the sky… there she replayed each moment and news she'd received in the last few hours...she'd moved house...she was alone, but this time it was optional solitude, a solitude she'd been craving for some time...and her...and Lucien was coming...and she was going to welcome him...here in her new home...alone...Elain couldn't contain the roll in her stomach...she decided that, needed this conversation...she had decided she would do it as soon as she had an opportunity, but she didn't expect it to be so fast...she hadn't stopped to think straight yet where to start, but she knew she would have to decide soon...because as soon as she spoke to Feyre this afternoon, she had received the feedback that Lucien would anticipate the visit, since Elain had accepted, and then he would come the next morning... for he too longed for and This encounter as much as she did, even if perhaps not for the same reasons, Elain imagined. None of that, this accepted invitation, didn't change anything about how she felt about the partnership…Elain didn't want a partner. Not like this, not by imposition of anyone or anything... Her entire life from now on would be shaped by her choices, and she wouldn't give it up…not anymore.
Azriel
The day seemed to have no end for Azriel, he went through the care of Madja, who even scolded him indicating that he should rest more...but he knew it wouldn't do to insist with a grown man over 500 years old, she was too old to that…. After that, he didn't have another minute of peace in his mind, which seemed like a carousel as it rotated, there were many informations, events and feelings swirling inside him... Feyre tried to calm him down with a tea, while bringing Nyx to see him... At least for a few minutes he was content to play and get involved with his little nephew, it was the only time he allowed himself to stop thinking...but as soon as he was alone again, Azriel couldn't stop of thinking, of Elain... of everything that had happened in the last few days, and what had been happening for a long time... everything he had been feeling for the once-human fairy beauty, who loved flowers and who simply took possession of each millimeter of your being and your heart. he had never felt like this, he never expected his life to change so much, to change so much... that rejection was painful, but love could also hurt... he had no idea what he was going to do, what he would say, how he would face Elain and show her how much he loved her, he just knew he had to and he would. He felt a sharp pain and had to restrain himself from collapsing or punching the wall when he learned that Lucien had anticipated the visit, as Elain was willing to receive him... Azriel couldn't stop growling thinking about Elain alone with the male in that house...he couldn't see anything in front of his eyes but the image of the two of them alone...and that would torment him until the last second...he tried to reason with Rhys and Feyre, that he should go this far night to Elain, to talk to her, before Lucien's visit, before any decision was made by Elain, unaware of his feelings...but his brothers were emphatic, asking him to give Elain this time, and that they were sure she wouldn't take any action or decision without thinking…and that the wisest thing was for him to wait….so that's what he would do…even if it was crushing his heart like a plum.
Elain.
Last night was a real martyrdom, as tired as she was, Elain only managed to sleep a few hours, her head was very agitated, with all the change of the day and the anticipation for the visit she was expecting this morning. All that was left then was to try to drown out her thoughts, hands-on, so she jumped out of bed and headed for the kitchen to make breakfast. Elain busied herself until full dawn with Nualla and Cerridwen, preparing breakfast and finishing the house in her own way...then went upstairs to her room to change and wait for her guest. Punctual as always, Elain felt more than saw when Lucien arrived at the property and she could see his nervousness as he pondered in front of the door, before knocking. And before he could, Elain opened the door. - Hi Lucien! Good morning, she greeted…after a few seconds of blinking, Lucien replied - Good morning Elain. With all his customary courtesy and reverence... Elain opened the door and stepped aside for him to enter... and so he did. - We're serving coffee, let's go. Elain said, with a lightness and a small smile, that had never been directed to the redhead...he simply nodded and replied - Sure, let's go...then the two left for the dining room. Elain couldn't deny that she was nervous, trying several times not to wring her hands in her dress or clench her fists not out of fear or some bad feeling, but because of the real discomfort she felt with that bond, however slight, she could feel in her core was an old thread, faded and extremely delicate, as if it could break at any moment... no matter what she wanted, she didn't know how or what would cause them both... - I see that there were some considerable changes in her life Elain? Lucien said very gently, - Yes, let's say it was time for some changes... Elain replied sincerely... - I needed... I need to find myself, find my place and what I want for my life, and not I would have achieved this in other circumstances… Loneliness has always helped me to think better and my brothers were generous in supporting me in this decision…- I heard what happened to you last week... Feyre informed me... you were very... brave, Lucien's words seemed to come out with a certain trepidation... - I was the only one who could do something, so I did… - If there was another option, maybe I wouldn't have gotten involved. I don't know if it's a matter of courage... Elain pondered... - Yes Elain! even if there were no options, you could have retreated, but you chose to fight. - You're braver than you think. Elain couldn't help but blush a little at the compliment. The conversation continued and flowed smoothly, Elain thought why she never allowed herself to really know Lucien, if it wasn't selfish of her to push him away, seeing and talking simple things now, she realized that it would actually be very easy for her to be friends of him...no more than that, because with each passing minute she felt...or rather didn't feel, nothing but emptiness and silence in that thread between them... She found herself rambling in her thoughts when Lucien called to her back... - May I ask what you're thinking Elain? Elain blinked.. - Yes, I'm sorry...it's just that...she stopped to think if she should...but then decided yes, it's past time.... - Lucien, did you ever really feel the bond between us? I mean, did you feel him calling...indicating something more than...a frayed, unlit wire? ...Lucien tensed with the questions, but sighed and spoke, "Actually Elain, I just felt you steadier, when you came out of the cauldron and when I tried to reach you through it to try to bring you to reality, after your coming to this Court… - After that, I even tried to keep that feeling, but as I noticed you were doing your best to push me away, I ended up…stopping trying to reach you…it was exhausting…Elain noticed the twinkle in Lucien's eyes, not in disgust, but in sincerity...- Lucien, it was never my intention to hurt you, but there was no way to accept this situation...I had no choice...everything was taken from me, ripped away without mercy...and the imposition of
something I didn't want and didn't want , for those who were part of my ruin, there was no way I could accept… - Lucien listened carefully… and replied - I know Elain! You don't need to explain or relive this… - I never thought I would have a partner, it was all so new for me too, that's why I risked trying to keep in touch with you, I tried to get closer, see if we could develop some connection, but…. you kept pushing me away, I could see that this would never happen... actually now I see clearly, that even if we tried, if we accepted the bond as expected, we would not be happy... and I can say with experience that I have a life, of everything I've seen and lived, of all the couples partners or not that I've ever met, that none of us deserves a partnership without love...from which I can't find anything less than happiness...we deserve to be happy...the two...even if separated. Elain smiled at him, even though the tears were now running down her face...she wiped them away and said.. -Lucien, it's good to know you understand all this, I also believe that we deserve to be happy, and that we never will be if we cling to an outdated obligation that has taken away the possibility of choice in our lives... - I need to know that my life will be dictated according to my rules... my wishes and desires, and not because it was me tax...and you deserve someone who sees who you really are, this wise, selfless, handsome male that you are... Lucien chuckled at the compliment, and Elain couldn't help but smile back at him.... - Thank you Elain, even if you refuse me you praise me, this is new… - Elain blushed and joked, you are indeed beautiful, but I hope you find someone who sees beyond your outward beauty, I was raised with people fawning over just what it was the sight of the eyes, but what really matters is what you carry inside you. Lucien nodded his thanks for the affection displayed in Elain's words… - Well, I need to go Elain! the conversation had flowed so well, and so relaxed that Elain didn't even notice that it was almost noon… - Of course! but Lucien... what do we do? in relation to the...bond? Elain asked calmly, despite the two being in agreement, it was a delicate matter for both of them. - There is no way to break this bond Elain! but you're free to refuse it, and i accept your refusal, i can't guarantee it won't be...painful for us, maybe more for me, but nothing that can't be overcome, i'll speak to Rhys now on return and inform ours decision, and I'll also see with Helion if there's any less “difficult” way to do it. Elain walked Lucien to the door, before the Autumnal male left, Elain said - Lucien! Thanks! Thank you for giving my life back and getting yours too...no strings attached and no rules...I hope you're very happy. Then before he could respond, Elain hugged him…without any imposition, just because she wanted to… Lucien was still for a second, then hugged the little female back, unrestrained and smiling at her said, "Be happy Elain!" and I hope we can be friends.. - We already are! she replied returning the smile. Elain stood at the door for a few minutes, thinking about everything that had happened this morning, and couldn't hide the smile that had sprung up on her face, she was finally…free.
Azriel
Azriel was impatient, he got up early, because he couldn't lie down anymore, thinking about Elain and Lucien, he couldn't even have breakfast properly. it was better to wait for Lucien to leave so as not to cause any problems...he didn't want to leave room or margin for Lucien to somehow convince Elain of whatever he intended...he wanted...he needed her to know of your feelings soon, or he would explode…it was torture, but he agreed to wait until mid-morning…after that Rhys would cross with him, and if Lucien was still there, he would consider waiting in the garden until he left..without more conditions...was that or he would walk through the shadows himself, even if he fell face down on the floor of Elain's house... And as agreed, Rhys accepted and then mid-morning, he crossed Azriel to the property... as soon as they landed in the garden, the wraiths warned Rhys that Lucien was still in the house, so they remained in the garden properly protected so that their scents and presence were not noticed and everything would spiral out of control. - Azriel you need to wait, I can't stay here, but promise me you won't do anything stupid brother? asked Rhys putting a hand on his shoulder… - Of course not! I'll wait, go ahead. Azriel replied… - Okay! if you need to call me, and good luck AZ! with a wink, Rhysand vanished into the shadows. Azriel stayed there...he would have to stay and wait...until he could have Elain all to himself once and for all, at least that's what he expected, however now his hands were shaking and sweating wondering if he would have this chance , or if it was too late.
Despite the untended time, Azriel noticed that the garden remained beautiful, not as beautiful as it had been when Elain and her family lived there, and she spent most of her time taking care of it...but still had her touch on everything there...him he remembered every step he took through the flowerbeds, the moments he spent with Elain in this garden, just enjoying each other's company, absorbing the pleasant silence that was a mark of the two... he remembered the small gestures, looks and smiles exchanged ...of every blossoming of feelings...these that were now killing him...Azriel was never an impatient person, being an experienced spymaster, he knew that sometimes time was of the essence, but he wasn't on a mission , and his heart didn't help at all, pounding with a goddamn frenzy in his chest...his ears were already ringing with the bang the beats made...he never...never in his life, was he so vulnerable and helpless, he gave thanks to mother, for not being in a It was a mission or an attack, for he would surely be killed...he sighed so loudly, the sound brought him out of his reverie...rubbing his face, he slowly turned to go back to the garden tables, so distracted... so oblivious that he didn't even notice or feel who was right behind him…which made his wings rustle at the exact moment when he turned completely and found Elain's eyes fixed on his… "Azriel?" What do you do here in the garden?
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babyanneh · 3 years
Text
Narusaku - Doce Novembro
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Sinopse:
Namikaze Naruto é um atarefado analista financeiro que só pensa em trabalho e com tudo isto ele não se lembra mais, de como é ser amado por alguém. Simultaneamente, ele conhece Haruno Sakura que traz um novo sentimento de júbilo a vida. Nesse meio tempo, seria um mês o tempo suficiente para que todos os problemas emocionais do rapaz seja resolvido? Por certo, o que não estava incluindo, era apaixonar-se.
Capitulo um: Umbrella.
Em minha opinião, todo mundo tem seu milagre. Por exemplo, muito provavelmente eu nunca vou ser atingido por um raio, nem ganhar um premio Nobel, nem sofrer morte por combustão espontânea. Só que eu poderia ter pisado em Marte ou ter me casado com a rameira da Hinata. Mais não, o meu milagre foi diferente. 
Mas como eu ia prever? O meu o milagre foi: que de todos os bairros que tinha pisar na cidade de Busan acabei pelo acaso conhecendo Haruno Sakura.
Era dia 31 de outubro, halloween, era uma terrível madrugada chuvosa.
Logo depois de ter errado nos cálculos nos pedidos de empréstimos, sem querer devolvi 144.589,19 wons coreanos (Quinhentos reais há mais)  ao cliente , o meu gerente achou melhor me dar “férias permanentes”, que de tal maneira acabei não pensando duas vezes e me demeti dali, já que aquele bastardo chefe vinha há anos  arquitetado planos contra mim apenas para não me ver mais ali.
Mas ser eu era uma droga. 
Ser eu naquela noite chuvosa, com uma mochila e uma mala na mão junto aos meus murmúrios, era uma imensa bosta. Talvez você esteja se perguntando, porque eu estava caminhando na chuva sem rumo? 
Bem, além de eu ter sido demitido, a  minha promiscua namorada me expulsou do nosso apartamento, já que ela havia dito com tais palavras:
“- Naruto Namikaze, eu estou saindo com seu melhor amigo, e convenhamos que ele é mais gostoso na cama do que você. Então, por favor, retire-se desta casa. A sua presença não será, mas útil aqui.”
Para tornar, mas claro a você, qual foi minha reação ao ouvir aquelas palavras? Siga as opções e escolha uma delas.
Opção A) Eu pedi para aquela rameira me esclarecer melhor os fatos.
Opção B) Primeiro meus olhos piscaram de uma forma macabra e depois eu dei um soco no estômago dela e chamei-a repetidamente de rameira e promiscua.
Opção C) Eu implorei a ela igual um idiota para ficar em nossa casa e implorei para darmos outra chance ao nosso amor.
- “Bingo!”. - Quem escolheu a opção B), se considere vitorioso.  Caso se eu estiver errado, por ter dado um soco naquela rameira, eu convido você a se colocar no meu lugar e depois converse comigo.
Além disso, isto é o menor dos meus inconvenientes, eu me encontrava em uma situação difícil, não havia nenhum lugar para repousar minha cabeça.  Ao passo que eu descia o morro da rua vazia, imprevistamente, meu pé acabou pisando numa casca de fruta velha que vinha descendo junto as água sujas da chuva.  Como resultado, meu corpo todo se estatelou na primeira possa de água suja, e meu corpo acabou todo ensopado.
“- Lá se foi minha preciosa dignidade.”- Reprovei ainda mais a situação em que me encontrava e continuei com rosto afundado na poça de água suja durante o tempo que as terríveis gotas de chuvas ameaçavam ficar mais forte.
- Eu não tenho certeza, se ficar ai jogado no chão todo fodido seja uma boa opção para você.
Nesse hiato, calmamente ergui o rosto para suposta locutora e mesma me fitava com comedia nos olhos, ela estava com corpo encurvado segurando seu guarda chuva transparente em formato de sino, impedindo que eu me molhasse mais do que já estava.
- Haruno Sakura.- Ela espichou a mão até mim esperando que eu cumprimentasse.- Qual teu nome, rapaz fodido?
- Namikaze Naruto. - Estiquei ate sua mão e apertei com mau gosto. – Porque sou fodido? Eu por acaso fui fodido por alguém?
- Olha digamos, que sim! Para está ai jogado no meio da rua, algum motivo tem! - A estranha esboçou um sorriso ardente e animador, mas eu sabia que ela estava mais é debochando da minha situação. – Você vai ficar ai jogado no chão ou vai se levantar?
- Eu me pergunto que tipo de garota você é. - Declarei toda minhas duvidas em relação a ela. - Mas vou aceitar sua opção.
Por certo, me sentindo derrotado me levantei, e tive uma clara visão do corpo da desconhecida, ela estava usando um vestido vermelho com varias estampas fofinhas, o vestido dava destaque com um decote pouco vulgar, seus braços estavam cobertos pelo cardigã cinza com vários desenhos infantis de corações vermelhos. Seu corpo tinha belas curvas formosas que chamava atenção de qualquer homem na rua, e seus seios são perfeitamente fartos e seus cabelos eram do tom rosado claro, mas bem chamativo, eles são ondulados da raiz até as pontas e seu cumprimento ia até a palma da cintura, uma parte de seus cabelos estão presos num coque mal feito preso junto às presilhas douradas, uma parte de sua franja era meio lua e caia conforme seu rosto movia-se.
- Já parou de me analisar? – Ela cruzou os braços dando varias risadas contagiantes.
- Hum? Bem, sim. – Eu me pronunciei de forma tímida, enquanto pegava minha mochila e minha mala.
- Quantos anos você tem?- Aquela garota tentou ergue os pés desajeitadamente para tentar conversa a minha altura.
- 30 e você? – Comecei rir daquela garota estranha ao mesmo tempo em que eu passava uma mão sobre fios bagunçados de meu cabelo e alguns caíram sobre minha testa.
- 18.
- Você é uma criança, com um corpo muito atraente. – Falei meio tímido e desviei olhar para chão, porque diabos eu estava com vergonha de uma menininha?
- Obrigada, eu acho.
- O que uma garota como você faz essas horas na rua? Já é madrugada sabia?
- Eu estou voltando da casa da minha irmã. – Ela falou com amargura na voz. - O senhor estava indo para casa?
- Não, eu não tenho mais casa nenhuma. – Murmurei de forma furiosa.
- Por quê?- Aquela menina inclinou cabeça de forma curiosa para mim.
- Pirralha, isso não é assunto de criança.
- Pirralhos como eu estudam no ensino superior sabia senhor? – Ela outra vez tentou ergue pés para conversa cara a cara comigo, ela quase derrubou guarda-chuva.
“- Que pirralha baixinha.”- Ri comigo mesmo.
- Escuta pirralha toma mais cuidado com isso. - Tomei guarda chuva de sua mão para segurar corretamente. – O que você estuda?
- Ciências contábeis. - Ela inesperadamente levou uma mão ate altura da minha testa e ficou comparando com a minha altura com a altura dela. - Quanto o senhor tem de altura?
- 1,89.
- Nossa! Eu tenho apenas 1,64! Mas é melhor que nada. – Novamente ela se pós a sorrir. - Já que senhor não tem casa, gostaria de passar alguns dias no meu apartamento?
- Como assim pirralha?- A julguei no olhar com profunda seriedade.
- O senhor parece que leva uma vida tão infeliz, então deixe me ajuda-lo, o meu tratamento para ti, será um período de trinta dias!
- Menina, você por acaso está ficando doida? Levar um estranho para seu apartamento? E os seus pais?- Com certeza essa pirralha perdeu o juízo.
- Eu não moro com meus pais.
- Trinta dias como assim? Você por acaso esta me chamando de doente? – Tentei repreende-la.
- Não, você pode aceitar minha oferta ou ficar ai levando uma vida infeliz como sempre levou. – Ela pegou guarda chuva de minhas mãos e se colocou a caminhar para longe me deixando sozinho na chuva.
Meu coração de bronze se quebrou com aquelas palavras e desesperado corri até garota para não a perde de vista.
- Ei, pirralha, eu aceito sua oferta. - Me encurvei para baixo do guarda chuva para ficar até altura de seu rosto. - Durante esses trinta dias eu não vou ficar parado, ficarei em seu apartamento até conseguir outro emprego.
- Então, você aceita ser meu mês de novembro?- Ela sorriu de forma meiga mostrando suas covinhas e entrelaçou os longos e finos dedos por entre meus dedos grossos e ásperos esperando que eu fizesse o mesmo.
Assenti positivamente sem pronunciar alguma palavra e correspondi apertando sua mão com cuidado para não machuca-la e novamente tomei guarda chuva de sua mão para proteger melhor nós dois.
- Bom, garota, vá em frente e mostre o caminho. – Sorri insatisfeito.
- Apenas siga minhas ordens durante esses trinta dias e depois eu serei só sua, nesse curto período mensal. – A menina piscou de forma maliciosa para mim.
Um silêncio se agarrou a minha garganta conforme o meu sangue subia lentamente ate as minhas bochechas.
“- Por que estou com medo desta garotinha?”- Repeti essa pergunta varias vezes, enquanto ela me guiava com às coordenadas certas de como chegar ao seu apartamento.
Notas da escritora:
Caso se interessem por outras estorias, acessem o link abaixo :)
https://www.spiritfanfiction.com/historia/narusaku-doce-novembro-15163730
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twilight-boy · 3 years
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Sunrise - VIII
Invisible String
Cutting me open, then healing me fine
O rapaz estava limpando o chalé sete, ou tentando, quando a escolhida do Oráculo apareceu em sua janela tão radiante e elétrica que o assustou. Receber Crawford como uma visita, sozinho e sem aviso prévio poderia não ser um bom sinal sobre as coisas. Uma maldição? Uma profecia? Dinheiro emprestado para a compra de tintas e incensos? Mia poderia ser um perigo ambulante!
Ele nunca havia reparado em como a garota tinha traços delicados em seu rosto ou como o seu cabelo caia em mechas soltas frente ao rosto quando ela se movia muito. Se ela não exibisse um sorriso o tempo todo, Luxanno poderia jurar que poderia ser a personificação do sarcasmo ou similares. Mas lá estava Mia em sua janela!
Com o cabelo trançado caindo sobre o ombro direito e margaridas presas aos fios, vestida em um kimono de verão amarelo canário com as mesmas flores de seus cabelos estampados; abaixo disso, apenas um short que combinava com o kimono e uma blusa branca que adentrava sob o tecido. Luxanno estava... bem, com roupas rotineiras. Camisa laranja do acampamento, bermuda preta e chinelos azul claro, muito casual.
— Venha, meu raio de sol! — A garota anunciava em uma risada cheia de energia. — Quero te mostrar um lugar. E fiz lanchinhos! — Exibiu uma mochila que carregava na mão.
[...]
O lugar pelo qual Mia guiava o filho de Apolo na floresta era desconhecido por ele. Sabia que estavam rumando para o norte mas não queria estar desconfiado a ponto de ficar usando os poderes para se orientar pelo leste, como tipicamente fazia sempre. Estava disposto àquele passeio e iria confiar em seja lá no que a garota estivesse aprontando. Não que ele precisasse de muitos motivos pois o simples atiçar de sua curiosidade era o necessário para fazer Luxanno cometer loucuras.
E ele poderia ter quase certeza de que a luz dançava ao redor dela da mesma forma como dançava sobre si; ela seria quase uma irmã para ele. Ambos banhados pela luz dourada do Sol.
Quando adentraram em meio a grandes arbustos, deram de cara com uma clareira circular, oculta da trilha principal que cortava o norte da floresta. A grama era verde e bem aparada com delicadeza, jacintos brancos e amarelos florescendo por todos os lugares possíveis, pássaros voando acima deles em plena cantoria enquanto feixes de luz solar cortavam o espaço em vários pontos. Era mágico!
— Mia? — Chamou a figura masculina. — Por que é que estamos aqui?
Crawford se limitou a uma risadinha tímida, indicando o centro da clareia para ele. Não tardaram até esvaziassem a mochila da garota, estendendo uma grande toalha azul que a mesma havia bordado e colocando as garrafas de suco de pêssego ao lado de fora da cesta e potes plásticos com sanduíches de presunto e muito queijo. Ali sentaram-se e o silêncio só não se fez presentes devido a canção dos pássaros; os campistas estavam admirando a essência que o campo emanava.
— Eu gostaria de pensar que ficaria aqui para sempre. — A sua voz tem uma pontada de tristeza ao fundos das palavras, mas ela parecia tão maravilhada quanto o outro naquele lugar. — Eu que o fiz. — Meneia a cabeça, apontando com o queixo toda a extensão a frente. — Achei que seria lindo e artístico um círculo dourado no meio da floresta, próximo ao riacho Zéfiro, para o amante de Apolo e suas flores.
O dourado a ouvia com grande atenção, como se fosse a mulher mortal mais sábia do mundo; e, talvez, naquele momento, ela fosse. Fazendo os dedos esguios correrem por entre as flores ao seu lado, se perguntava quantos segredos e histórias eles já tinham captado da menina. Sentia uma emoção aflorar em seu âmago, despertando lentamente. Não sabia se deveria falar algo ou se deveria apenas a ouvir.
— Eu o chamei aqui porque sei de você, sei o que pensa e sei o que sente e como sente. — Colheu um jacinto branco com extrema facilidade, até parecia que a planta tinha se entregue de bom grado. Colocou-a atrás da orelha esquerda de Lux e sorriu. — Você é tão bonito, Luxanno, filho de Apolo. Por que alguém bonito não pode se permitir a viver momentos bonitos, falas bonitas, memórias felizes?
— Por que você me trouxe aqui e está dizendo isso agora? — A figura masculina recuou a mão do jardim e levou para tocar o jacinto atrás da orelha. Ele trazia preocupação para Luxanno mas, de alguma forma, sabia que nada aconteceria com Mia por perto. Ou assim imaginava. — Eu pergunto, você tem algo para me revelar, Mia?
— Te revelar, criança?! — Apesar de ser mais nova que Lux, a garota mortal falava como se portasse todos os seus três mil anos de história. Deu uma breve gargalhada até apanhar uma das garrafas de suco de pêssego para si e levar aos lábios, dando um gole. — Vocês são tão bravos mas tem medo de uma coisa tão inevitável quanto ao destino. Por quê? Pense, ele é tão mutável, tudo flui de maneiras diferentes. Vai chegar de uma forma ou de outra, mas quem garante que é da mesma forma como foi previsto?
Desenhando um linha na horizontal com a mão em frente ao corpo, o oráculo pôs fim ao assunto.
As delicadas mãos de Mia desceram até um sanduíche e indicou para que o filho de um deus fizesse o mesmo. A presença dela movia com cada sentimento dele, fazendo sentir dores de cabeça no joelho ou sentir a vibração das palavras nas pontas dos dedos. Seu coração batia tão calmo porque tocava a canção favorita da garota. Apesar de pensamentos envenenados correrem por sua mente, ele se prestava a relaxar.
Um coelho de pelagem selvagem atravessou o campo com rapidez, sumindo por entre os canteiros de flores e desaparecendo; atrasado? Observando o animal, eles conversaram sobre como Alice era um clássico favorito de ambos. Mia sugeriu que brincassem de "E se o Acampamento Meio-Sangue fosse a Disney?". Caíram na gargalhada ao nomearem, ambos, que Lux seria a Rapunzel. Estendendo a lista, Harper seria uma Ariel melhor do que a original e Felice, o tio Patinhas de caráter duvidoso. "Edoardo, com a sua bicicleta voadora, poderia chegar à Terra do Nunca?"
Os pássaros reduziram o volume da canção para que pudessem ouvir os dois conversaram enquanto o tempo escorria por entre os dedos das mãos da dupla. Falaram de suas casas de Hogwarts, de Friends até Dark, passando por séries que eram apaixonados. O vento que soprava por entre as árvores chegavam até a clareira trazendo uma pequena rajada de frio, elevando as flores e folhas mortas para os ares, escapando por entre o círculo no ar, onde não havia galhos e folhas de árvores.
Após recolher suas coisas, deixando o espaço sobre a toalha bordada totalmente livre, o jovem deitou sobre as coxas dela. Encarou-a nos olhos por um tempo até que fechasse os seus, entregue ao momento. Ela pareceu não se importar; e não se importava, de fato. O via como um irmão mais velho com milhares de parafusos a menos mas aprendera a gostar do filho de seu deus, era genuíno. Levou a ponta dos dedos para acariciar os fios de cabelos dourados.
— De zero a dez, quanto você quer saber um segredo? — A voz de Mia era baixa como um sussurro, apesar de não ter ninguém para ouvir além dele.
— Sete! — Lux falou em prontidão, sorrindo levemente. Não abriu os olhos, apenas se acomodou melhor para receber a carícia nos cabelos.
— Eu lhe trouxe aqui para te preparar para uma coisa que vai acontecer logo, mas você não vai ousar se preocupar com isso! — A voz dela era autoritária, apesar dele notar o esforço que ela fazia para soar assim. — Você tem o dom da profecia, assim como eu. Eu gostaria que pudéssemos trabalhar nisso juntos para que você possa ser tão bom em adivinhar o futuro quanto eu.
Ele queria erguer o seu tronco para se sentar e fazer questionamentos, à princípio. Contudo, conforme ouvia o que ela tinha a dizer, permitiu seguir em relaxamento e mover a cabeça algumas vezes em concordância.
— Eu não sei se quero saber sobre o futuro ou lançar versos para as pessoas enquanto uma fumaça sai pelos meus lábios... — Ele queria rir, era nítido. Entretanto, apenas comprimiu os lábios, umedecendo-os.
— Isso é mais trabalho do Oráculo e tenho quase certeza que você tem muito para aprender antes de ousar ter o desejo de me substituir. — Mia franze o cenho, dando um tapa sem muita força contra o peito de Luxanno. — Mas eu falo sério. Precisamos aprender a expandir a sua mente para que você possa, hm... interpretar sonhos com mais clareza, por exemplo. Por isso estamos aqui!
A mão que acariciava os cabelos dourados, descem para a sua face, ficando sobre as pálpebras fechadas do menino e voltando a correr pela pele de seu rosto. Ele tinha perguntas a fazer mas, antes de tudo, deixaria ser guiado por ela.
— Um lugar calmo, onde não há conversas... — A entonação era doce e tranquila, como uma canção de ninar. — Estas voando para um lugar longínquo, filho do Sol. Permita concentrar-se em minha voz e voar para os limites da consciência, abrindo suas asas para o céu. — A carícia contra a pele do menino perdurava e o seu coração batia tão lentamente em a sua respiração estava quase fúnebre, leve. — Deixe ser levado para um lugar sublime, onde só há calma e músicas dançantes. Flutue para onde a estrela brilha mais forte e a água entre em atrito com o seu corpo. Sonhe, herói...
Luxanno era apenas uma folha de papel e as palavras de Mia o sopravam para longe, desprendendo-o da realidade. Antes mesmo que pudesse entender o que estava acontecendo, caiu tão profundamente no sono que esqueceu-se de pedir por mais instruções. A garota, agora, tinha um corpo em seu colo fora de consciência com os pássaros cantando uma melodia suave aos dois. Era fim de tarde, o céu estava tingido de púrpura e laranja e estava esfriando naquele local. Ela deu um beijo cauteloso na testa do rapaz.
— Dormir é acordar e acordar é dormir, Lux!
[...]
O filho de Apolo acordou assustado no fim da madrugada. Estava em seu chalé, deitado em sua cama, sozinho. Esfregando os olhos várias vezes, olhava de um lado para o outro para conferir se estava mesmo lúcido. Viu as horas, 5:58 AM, e olhou para outros detalhes ao redor.
— Até onde foi real?
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luizaaschiavo · 3 years
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chão branco, limpíssimo, um mar de azulejos cinquenta e oito por cinquenta e oito, evito, sem sucesso, me deparar com os pés que cruzam de um lado a outro do salão, tentando me afogar nesse sem fim de cerâmica encerada. Passam como em parada de qualquer ordem, executando ensaiado desfile: um ou dois por vez afastam-se do grupo onde falam amenidades em tom solene, caminham sem pressa até o outro lado do salão, debruçam-se, aqui, quase sempre, um por vez, sobre a atração central por alguns minutos, erguem-se, enxugam o rosto com as mãos, ou, os mais arrojados, um lenço, e, último ato, voltam com passos igualmente calmos aos da ida. Sem escapar um milímetro sequer do respeitoso e cerimonial, tudo muito sério e honroso, como deveria ser. Não sei se choram por tristeza, raiva ou efeito dominó, o absoluto controle sobre cada movimento denuncia um roteiro para o sentir. Não há sentido algum em nada disso, e não deveria esperar que houvesse, minha irmã me disse, mas mesmo na absoluta ausência de razão é necessário que algo motive todos a agirem conforme estipulado protocolo, eu não tenho nada me motivando, ela também não teria se visse essa merda toda. Estaria ao meu lado, olhando o chão, pensando no que é que leva alguém a pensar no clima ou no Padre Paulo quando dá de cara com sua morte. Os que falavam sobre a razão de estarem ali reunidos não eram melhores, duas ou três pessoas (até agora) se aproximaram para discorrer sobre a efemeridade da vida e o próprio luto, tornando sobre si próprias a ausência de outra pessoa, o que é quase tão feio e muito mais egoísta que a morte em si, deveria poder conviver com esse fato a partir da minha relação com ela. 
Recuperando Fernando Pessoa, morrer é a última coisa que acontece aos outros - eu deveria ir até lá e sair daqui logo, agora. Alguém já começou a caminhar, na próxima.  - natural era que se pensasse em Sandra: isso só vai lhe acontecer uma vez e depois mais nada; mas todos parecem querer apressar resolução e passar inevitavelmente ao esquecimento, que já dá os primeiros sinais em uma indiferença mal escondida, olhares de relance para o relógio e pés batucando, muito discretos, o chão. Provavelmente os assusta pensar nela, eu entendo, apesar do engano que a falta traz, o olfato lembra do cheiro forte de cigarro e a audição dos gritos irascíveis, mesmo que tenha ido de louca à santa em um fechar de olhos. Quase-cartomante, disse muitas vezes no decorrer dos últimos anos que quando se morre de súbito uma enorme empatia brota em todos os âmagos alheios e que quando chegasse sua vez que não lhe fizessem nada, que gastassem todo o afeto enquanto ela pudesse aproveitá-lo. Não fizeram. Agora, desfilavam o comedido luto, que em nada parecia ser dela, o que faz sentido já que agora nada mais era.
Quando a entendi, já estava partindo. Antes disso, por determinação oficial da grande juíza, pouco nos vimos. Tudo o que ela era implicava algum tipo de perda, do prestígio, do renome, o bem-viver, isso era de alguma forma consenso entre os que a cercavam, por isso, passou a maioria dos seus dias em embargo com os mesmos que agora debulhavam sobre seu corpo. Explosiva grosseira descontrolada vagabunda desocupada, tudo evaporou sem deixar rastro assim que o sangue deixou de seguir seu curso. Não tolerava que deliberassem sobre seus passos, tinha uma coragem muito maior que a minha, vivia sozinha e trabalhava estritamente o necessário, crime falimentar. Era feliz, se é que ainda se pode falar em felicidade, parecia ser, por mais que normalmente não sorrisse. Parecia viver em uma espécie de harmonia com o tédio, a raiva, o arrependimento, essas coisas que mastigam a gente um monte por vez. Foram arrancadas antes de nascerem quase todas as lembranças que deveria ter com ela, e as que tenho não condizem com o luto que todos parecem sentir, incluindo a responsável central por ela ter se feito ausente em mim há muito tempo. Os olhos de Adriana, sua irmã e minha mãe, mostram uma âncora em seu peito, sentindo a imortalidade recém-conquistada de todas as mágoas não resolvidas, mesmo tendo dito que quando chegasse o dia “honestamente não lhe faria a menor falta” e tendo desperdiçado quinze anos até perceber, quinze anos que ela também tirou de mim. Fiquei ao seu lado durante os últimos  meses, mas sinto uma coisa tão menor, quase translúcida, que me sufoca feito poeira. Deveria sentir mais, gostaria, não sinto. No centro do meu peito, uma raiva amorfa, dos lados em guerra e de mim mesma por não ter sido capaz de remediar, superar, nem sequer de pesar como deveria. Não tive tempo para ensaiar a dor, apesar da doença tornar a morte iminente, não é cognoscível o tempo das Moiras, toda morte é súbita. 
Preciso entrar na dança revezada e caminhar até o corpo, não sei se deveria, posso chegar e não brotar uma lágrima sequer, o que certamente será lido como desrespeitoso ou fora do estipulado. Apesar do estipulado não ter sentido nenhum, a exposição seguida por repreensão certeira não vale o risco. Quero roubar toda a dor acumulada nessa sala, furtá-la e realizar todos os testes laboratoriais possíveis: primeiro porque assim descobriria se de fato sentem tudo o que choram ou se parte é apenas uma espécie de cortesia exibicionista; segundo porque assim também teria lamúrias para integrar ao ritual coletivo. Quando morrer, quero os meus órgãos doados e tudo que resta reduzido a cinza, sem que toda a vida seja digerida pelos vermes do começo ao fim, devorada de fora para dentro onde ninguém vê nem sente. Vou até lá. Não, perdi a vez, na próxima.
As luzes, frias, fortes, simetricamente espalhadas pelo teto, os olhares de pena e os choros sentidos me empurram cada vez mais para a quina do salão, como se ordenassem saída. Nada na próxima nada na próxima nada. Os pés batendo contra o chão frio agora são os meus, esse desespero também é meu, a indiferença também, e eles correm devagar, quase sem mover, nas artérias, pingando ardido no coração, medicação intravenosa. Anda logo anda logo anda logo a cabeça grita, mas não obedeço. A porta convida e meus pés quase instintivamente aceitam, movendo-se automáticos, contornando o quanto possível a quadrilha em andamento para lá e pra cá, focada sempre no próximo azulejo, cabeça baixa e ouvido atento a qualquer sinal de movimento em raio próximo. Me movo tentando existir onde ninguém vê, comendo pelas beiradas dos que me cercam seus próximos movimentos para garantir que os meus não destoem e, sem incomodar, chegue ao lado de fora da porta, cada vez mais visível, prometendo um melhor existir. Ela tinha uma coragem muito maior que a minha. 
Não tinha vivido pelas bordas, parasitando conveniências e gestos apropriados, nem quando estava em vias de despencar de vez pra fora da existência. Mesmo após o diagnóstico, não abriu mão dos amores, dos bares, dos cigarros, drinks, encontros e folias até que seu próprio corpo a impedisse, o que enlouquecia minha mãe. Adriana não ia visitá-la, mas desde que descobriu que eu tinha contato com ela parecia esperar em todas as conversas alguma atualização, se eu não dava, me perguntava, disfarçando a curiosidade com expressão de desgosto. Chamava-a irresponsável, egoísta, até suicida, sem perceber que, apesar de seus esforços, a preocupação transparecia na raiva. Era muito mais como eu: não tinha sequer a coragem de desgarrar a mágoa e ver por debaixo dessa camada espessa com a qual vinha cobrindo-sí. E nunca pisava um milímetro fora do ensaiado, escondendo com graça o treino e esforço necessários. 
Branco, branco, branco, sapatos pretos de fivela dourada colidem contra os meus, são os mesmos que usava para ir à igreja aos domingos e que encarei mil vezes por ter medo de dizer que não queria ir. Nos olhamos, Adriana e eu temos a mesma sobrancelha erguida e olhos arregalados, que garantem uma fixa expressão de susto. Ela se recupera mais rápido do imprevisto, volta a serenidade bucólica de antes e toma meu braço, dando a entender que vamos juntas até o caixão. Vou. Ela arranha disfarçada a bolsa, enquanto arranho meus dedos sem que ela veja; ela olha para os lados, para todos, enquanto olho para o chão e para seus braços; caminhamos em direção àquilo que não nos arriscamos a ver. A caminhada parece eterna, cada passo uma bigorna a mais amarrada aos meus tornozelos, pelo medo de ver seu corpo sem ela o preenchendo, pelo medo disso não ser o suficiente, pela covardia de não seguir os conselhos que ela me daria e sair rodando daquele salão. Uma culpa me devora de dentro pra fora, um pouco por dia, agora Sandra era um dos nomes desse parasita. Ela detestaria ser colocada embaixo do solo, detestaria ser enterrada na sepultura familiar e faria piadas sobre não querer a eternidade ouvindo bobagens no além. Tenho a impressão que gostaria de evaporar, subir pelos ares até desintegrar a milhões de metros de altitude, como se fosse borboleta e depois virasse fumaça. Um passo decisivo revela nariz, boca, parte do tronco, opacos e mais amarelados do que nunca, absolutamente imóvel, congelo. Adriana puxa meu braço como se eu fosse teimoso animal de carga, indócil, atrapalhando o ritmo das despedidas. Levanto o rosto e olhos de todas as partes, lacrimejantes, entediados, vazios, sonolentos, assustados parecem se procurar em mim. Não encontrariam nada. Adriana diz algo que não escuto e aponta para mim os olhos cerrados, puxa sem muita força meu braço enquanto com a mão espalmada no centro das minhas costas tenta me conduzir a seguir a dança, mas meu corpo não obedece. 
Súbito, escapo dessa valsa e caminho em marcha para além da porta. Penso em Adriana me vendo caminhar para longe, o que pensava, se sentia vergonha e raiva, que justificativa daria aos outros. Tenho vontade de voltar, mas seria pior e poderia levar ao chão qualquer suposto compromisso que ela possa ter inventado para explicar minha saída. Sinto o ar áspero e o chão parece tentar esquivar dos meus pés, que se movem cada vez mais rápido. Na lateral da avenida, suspeito que olhares desconhecidos me acusem, possam ver as bolas de ferro que arrasto a cada passo e chiam ardido no concreto. Procuro mergulhar o quanto posso em cada rápido encontro, verificando se percebo em todos a vida indo embora, sendo digerida gradativamente pelos vermes que se alojam e reproduzem no peito e circulam pelas veias. Quantas vezes tinham executado o mesmo movimento, para lá e pra cá da avenida, de um lugar a outro, nos espaços predestinados, devorando e sendo devorados por Cronos até quê. Entro em qualquer ônibus, sento o mais imóvel o quanto posso, olhando o cardume de carros que se desloca, solitários. Quatro ou cinco borboletas, asas brancas, cruzam a janela, vindo não sei de onde, ultrapassam a altura do ônibus, superando a copa das árvores até que se misturem a alvura das nuvens. 
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Capítulo XV
A fresta da cortina deu espaço para que os raios de sol iluminassem parte do quarto e consequentemente despertasse S/N de um sono não muito proveitoso.
O pesadelo da noite passada não se contentou em atormentar a mulher apenas quando ela estava acordada, sendo recordado ainda mais violento e aterrorizante enquanto dormia. Por essa razão, S/N não pôde relaxar como gostaria, mas passou momentos tão agradáveis ao lado de Harry, que o mal humor pela noite mal dormida sequer deu as caras.
Mesmo que sua mente ainda a martirizasse, a moça fazia de tudo para focar somente no moreno, que dormiu colado à ela, em um abraço aconchegante e seguro.
Entretanto, quando finalmente abriu os olhos e procurou o amigo, percebeu que ele não estava ao seu lado na cama, o que era estranho, porque o tênis preto ainda encontrava-se no mesmo lugar que ele havia deixado, mas o silêncio que reinava na casa indicava que Styles não estava por ali.
- Harry? - ela o chamou para confirmar se de fato estava sozinha ou por alguma razão o rapaz escondeu-se dela.
- Estou aqui! - gritou do andar de baixo. - Não saia daí, OK? Eu já estou indo. - S/N sorriu ao escutá-lo e caminhou até o banheiro antes que Harry voltasse.
Desde ontem a mulher fugia de todo e qualquer objeto que pudesse refletir seu rosto. Ela não queria ter o desprazer de se ver machucada novamente, após ter quase superado o trauma que Charles causou em sua vida. Contudo, ao entrar no cômodo, foi muito difícil ignorar o grande espelho em sua frente.
O olho roxo não melhorou muito, estando visualmente feio, no entanto a dor havia diminuído consideravelmente com o efeito da pomada. Os cortes ainda ardiam quando passava a ponta dos dedos de leve sob ele, mas nada comparado as horas atrás. Harry fez um bom trabalho cuidando dos ferimentos visíveis dela, entretanto, o que mais doía eram os internos, e esses não poderiam ser tratados com tanto carinho pelo rapaz, infelizmente.
- S/A? - bateu na porta assim que retornou ao quarto. - Está tudo bem?
- Sim.. - S/N limpou rapidamente as lágrimas escorridas que vieram ao se ver ferida e ligou a torneira para que o rapaz não a ouvisse soluçar. - Vou escovar meus dentes e já saio.
- Tá bom. - com calma, ela fez a higiene necessária e deu três suspiros profundos antes de deixar o banheiro e seguir a vida, tentando não transparecer a tristeza que a consumia. - Bom dia! - com direito a uma bandeja de café da manhã e um simples girassol de decoração, Harry recebeu S/N no próprio quarto com um sorriso no rosto e braços abertos.
- Bom dia! - respondeu ela, boquiaberta pelo ato tão gentil e fofo do amigo. - Pensei que você tinha ido para casa quando acordei.
- Sem me despedir? Que tipo de pessoa você acha que eu sou? - brincou, tirando algumas risadas dela logo em seguida. - Olha, não é um café da manhã digno de princesa, porque você não tinha muita coisa na geladeira. Mas fiz o que pude. - ela riu fraco e observou a bandeja sob a cama, contendo ovos mexidos, duas xícaras de café e três pedaços de melancia.
- Você arrasou, amigo. - S/N o abraçou forte e sentiu os braços dele envolverem sua cintura enquanto a cabeça encostava em seu peito. - Obrigada por ainda estar aqui.
- Só vou embora quando você mandar. - dado um sorriso bobo, a moça inclinou-se para dar um selinho em Harry, porém a vergonha falou mais alto e o lábios beijaram a testa do rapaz antes dela afastar-se e finalmente comer alguma coisa.
- Sabe o que eu estava pensando?
- Hum? - S/N questionou de boca de cheia.
- Poderíamos viajar até o chalé da minha tia, o que acha?
- Chalé?
- Ela comprou há alguns anos e raramente vai até lá. Fica a umas três horas de Londres e é o lugar perfeito para você recarregar suas energias e se curar.
- Seria maravilhoso. - animada com a ideia, S/N esboçou um sorriso e viu que o rapaz alegrou-se ao saber sua opinião. - Podemos ir esse final de semana?
- Dois dias é muito pouco. Vamos hoje mesmo e voltamos no domingo. - comentou mordendo um pedaço da fruta.
- Hoje?
- Sim. - respondeu óbvio.
- E como que fica meu trabalho? - ela o questionou dando uma risadinha. - Minha chefe me deu apenas um dia de folga.
- Hoje já é quinta, S/A. E você passou por um transtorno muito grande. Não pode retornar tão cedo.
- Pensando assim.. - Harry sorriu e beijou de leve a mão da mulher ao perceber que ela havia cedido.
- Acha que consegue mais um dia de folga?
- Creio que sim. - disse dando um gole no café. - E o seu trabalho?
- Eu dou um jeitinho. - sorrindo, os jovens terminaram o café e iniciaram as preparações para a viagem de última hora, a qual seria fundamental para os próximos passos da amizade entre eles.
Styles foi até sua casa fazer as malas e aproveitou para ir ao mercado, comprando o básico para quatro dias em uma casinha afastada de tudo e de todos, acompanhado da amiga.
Ela, por sua vez, permaneceu em casa e assim como o rapaz organizou uma bolsa com roupas e acessórios que achava necessário.
Pela tarde os jovens já estavam na estrada e não demoraram muito para chegar até o local, onde passariam os próximos dias.
O chalé era realmente muito confortável e acolhedor. Seu interior exalava uma paz que era sentida assim que colocava os pés dentro da pequena casa. Com certeza não só S/N, como Harry sairia com o coração mais leve no domingo de manhã após a estadia em um lugar calmo e tranquilo, cheirando a capim-limão.
- Por que você não me trouxe aqui antes? - a moça olhava cada detalhe da decoração com atenção e encantava-se ao perceber que toda a mobília encaixava-se perfeitamente com o ar rústico mas simples que compunha o cenário sereno e até um pouco romântico do casebre.
- Estava esperando o momento certo. - respondeu ao encostar-se no batente da porta do quarto, onde pôde observar o sorriso sem graça de S/N.
- E qual foi esse momento? - obviamente ela sabia qual era, mas quis ouvir da boca do moreno, pois seria essa resposta que ditaria os dias seguintes do casal de amigos, totalmente isolados em um lugar um tanto quanto favorável para estabelecer uma relação um pouco mais profunda da qual viviam.
- Eu vou guardar as compras. - Harry sorriu envergonhado e andou até cozinha na intenção de não responder a pergunta da amiga.
- Ei, volta aqui! Não fuja do assunto, Styles! - rindo, ela o seguiu e conseguiu pará-lo antes de chegar ao cômodo.
- Não estou fugindo do assunto. - o sorriso seguido de uma risadinha deixou claro que o rapaz estava sem graça com a abordagem da moça a respeito da noite passada.
- Então me responda. - S/N cruzou os braços e deu um sorriso debochado, fazendo com que Harry risse nervoso.
- Você sabe qual é o momento, S/N.
- Não sei não. - se fez de desentendida.
- É sério que você vai fazer isso comigo? - o riso que saiu junto com a pergunta deixou o clima divertido e eles apenas permitiram-se levar ao que o destino proporcionava.
- Vamos, Harry!
- OK, OK! O nosso beijo foi o momento certo. Satisfeita? - S/N não precisou nem responder, visto que o sorriso em seu rosto falava por si só. Ela não podia afirmar que estava apaixonada ou que sentia algo forte pelo moreno. Contudo, a sensação que sentia ao passar o tempo ao lado dele despertava-lhe sentimentos que eram bons demais para serem parados ou ignorados. E ela sabia que, apesar de não morrer de amor por Harry, parte do seu coração batia por ele.
- Agora nós podemos organizar as coisas. - disse ao sair da frente do rapaz e seguir para a cozinha, rindo ao escutá-lo xingar sua pessoa.
...
Já eram quase dez horas da noite quando os jovens decidiram acabar com um balde enorme de pipoca enquanto assistiam ao filme de terror escolhido por eles minutos antes.
O sofá macio simplesmente os abraçou e a coberta grande e felpuda cobria as pernas de ambos, livrando-os do frio que fazia do lado de fora. No entanto a manta não era necessária, já que o calor humano vindo da proximidade em que estavam era suficiente para o ar gelado passar longe deles.
- Ainda bem que você vai dormir do meu lado hoje. - Harry comentou, abraçando a garota após o longa ter acabado.
- O filme nem deu tanto susto assim, cara. Você que é medroso. - S/N tirou sarro do moreno, mas não recusou os braços quentinhos dele em contato de seu corpo.
- Pelo menos eu não gritei em nenhum momento.
- Aquilo não foi um grito.
- Ah, é? Foi o que então?
- Eu.. eu estava apenas... - sem criatividade para pensar em uma desculpa, a mulher optou por cair na risada junto com o amigo por não saber mentir tão bem quanto ele. - Posso te perguntar uma coisa?
- Claro. - Styles ajeitou-se no sofá, destinando total atenção à moça ao seu lado.
- Você gostou do nosso beijo? - perguntou apreensiva.
- Muito. - o sorrisinho bobo dado por ele fez o dela aparecer, e a vergonha veio em seguida de ambas as partes. - Na realidade, eu estava com medo de te beijar e você não corresponder. Por isso não fiz antes e não sei se farei novamente.
- Por quê? - questionou sem entender.
- Pelo mesmo motivo. Não sei o que esperar de você e muito menos de mim. - respondeu dando uma risada fraca. - Meus relacionamentos frustrantes são os responsáveis pela minha leve insegurança, e eu não quero mudar nada em relação a minha amizade com você. - admitiu. - Eu sou apaixonado pela nossa história, por mais que ainda seja curta. Amo estar contigo, independente do que estejamos fazendo, mas não sei muito bem se o que estou sentindo está ligado à amizade ou algo além disso.
- Eu me sinto exatamente assim, Hazz. Você praticamente descreveu meus sentimentos. - ele sorriu de leve. - Sei que nossa amizade pode mudar a partir das próximas decisões que tomarmos, mas será que nesses quatro dias que ficaremos aqui nós podemos tentar esquecer esse grande problema e focar no que temos vontade de fazer? Porque eu amei tanto o seu carinho ontem à noite e achei que nossos lábios se encaixaram tão bem.. Eu preciso sentir essa sensação boa de novo. - Harry estava surpreso pelo pedido de S/N, já que na noite passada ela passou por um trauma pesadíssimo. Porém ele não escondeu a felicidade e encarou aquilo como um elogio, deduzindo que ela sentia-se bem e confortável ao lado dele. Por isso, o moreno concordou com a proposta e aproximou-se devagar da moça, olhando fixamente para sua boca.
- Posso? - a voz saiu baixinha e S/N assentiu sorridente ao questionamento que não precisava ser feito.
Os lábios juntaram-se sem pressa, e harmonia veio instantemente. Hoje, Harry pareceu mais solto e avançou um pouco mais o contato das mãos sob o corpo da mulher, passando-as de leve pela bochecha dela e indo em direção à nuca.
S/N também sentiu-se melhor desta vez, visto que seus pensamentos tentavam ao máximo afastar-se da tragédia de ontem e dar atenção ao presente.
As mãos dela puxavam o cabelo encaracolado do moreno devagar, fator que aprofundou o beijo e fez com que tudo ficasse ainda mais convidativo para que entrassem de cabeça nessa aventura que não sabiam ao certo qual seria o fim. Mas que tinham certeza de que o começo seria lotado de surpresas e emoções.
[...]
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Roi, Felipe ne?
Um péssimo começo, eu sei, eu sei. Não vai ser uma carta engraçada, sinto lhe dizer, quem é bom com isso é você, eu sou boa em fazer as pessoas se sentirem amadas (iludida ela?!), então vamos lá!! 2.2. aninhos, ui, é uma marca e tanto viu? Não vou mentir dizendo que você é novo, e também está muito longe de ser velho, mas só porque não marca algo significativo nesse aspecto não quer dizer que não seja importante. Afinal, é mais um ano - ou menos um - dependendo da perspectiva, e seja lá qual for a sua, você fez um filme - história, série, aventura - você fez algo, mais popularmente conhecido como viver. Normalmente as pessoas só passam a dar valor a esse feito depois que perdem algo muito valioso, algumas, raras, quando ganham algo inestimável, e as mais singulares não precisam de nada para valorizar esse dom, você se encaixa no último, e você sabe disso. O mais extraordinário de se viver é necessitar constantemente de prestar atenção, a literalmente tudo ao seu redor, perder uma fração sequer de qualquer detalhe traz um gosto amargo no futuro, porque não tem como dar replay, em nada, não é como um filme, ou um livro, que ao sentir saudades você pode sentar a bunda no sofá e se dedicar a reviver tudo aquilo que te aperta o peito, não, a vida não te dá essa alternativa, as lembranças, por mais preciosas que sejam estão sempre sujeitas a modificações da nossa própria mente, dependendo justamente do quanto você se entregou aos momentos que vivenciou, então só temos esse momento, o agora, o próximo pode não chegar a acontecer. Acho que por ser um fato muito chocante a gente acaba por esquecer disso vez ou outra, nosso cérebro é profissional em nos sabotar, mas você sabe controlar isso muito bem, me lembro do dia que tinha dado algo errado pra você e chegou um áudio no meu celular com você contagiado pelo gesto de um pai correndo atrás do ônibus para simplesmente arrancar um sorriso do filho, e você captou a essência daquilo de uma forma tão linda que transformou todo o seu dia e provavelmente toda a semana que se seguiu após isso, não vou mentir, fico feliz, por você saber valorizar esses pequenos atos e ressignificá-los, fico mesmo muito feliz por você, a base da eudaimonia é justamente esse pequeno detalhe, ou esses pequenos detalhes. Mas chega de falar da vida, né? É isso, você viveu, intensamente, um ano completo, mais um ano completo e mesmo com todas as adversidades impostas no seu caminho, você mandou um belo dedo do meio e seguiu em frente, mesmo com as marés de má sorte, que pelo amor de deus!!!! Nunca conheci alguém com tanta má sorte na vida, e ainda assim, olha só para você! Com um trabalho top, na área que você curte; com quatro fucking orixás; fazendo seu money assistindo jogo de futebol, dando o curso no call do green; com mais uma pessoa na sua linha de crédito; ficando mais gostoso e inteligente do que já é; ficando puto com a suspensão do desafio na empresa; bancando uma de blogueiro no instagram; se virando em mil e acima disso, fazendo tudo com uma maldita excelência. Conheço você faz nem um ano, mas foi uma das pessoas que mais tive o prazer de conhecer e de ser amiga, vale a pena pra caralho ser amiga de um cara como você e olhar para trás e lembrar que te conheci no Tinder, vou te falar viu? Foi como achar uma agulha no palheiro (e que agulha!!). Vivemos até que bastante coisas juntos em tão pouco tempo no meio de uma pandemia, assistimos uma quantidade razoável de filmes, incluindo os mais bestas que já vi em toda a minha vida (“um jantar para idiotas” e “para maiores” que o digam) e os mais fodas e insanos também (pulp fiction, inception e memento); você me ensinou a andar de loooooong (por nada não, mas foi uma das maiores conquistas da minha vida, você não faz ideia da importância disso pra mim, e sério eu AMEI); e ainda me fez ver filme de “terror”, que era mais suspense, mas para mim dá na mesma (merece um prêmio por isso); passamos um natal juntos (e nem deu meu presente direito!!!); me emprestou seus livros favoritos (me ama mesmo ne?!) e fodemos para um caralho (e que foda gostosa, diga-se de passagem). Mas acima de tudo isso, quero muito mostrar para você o quão incrível é, além das trilhões de coisas já citadas acima, porque tenho certeza que não tem ideia do que fez por mim, e bem é seu aniversário, né? Dia para citar todas as suas vitórias e conquistas, e por mais que você não tenha feito isso conscientemente é algo importante a ser levado com você ao longo da sua trajetória, então se ajeite ai que lá vem uma história sobre mim dentro de uma carta para você. “Você entrou na minha vida em setembro de 2020, a fase mais sombria dela. Uma pessoa tinha acabado de sugar todas as minhas energias, eu acredito nisso, sabe? Energias. E em julho roubaram toda a minha energia, e fiquei com o nada, eu não conseguia reverter o nada, o nada era apenas o nada, um vazio sem fim, me sentia num buraco negro, sendo jogada para todos os lados e não esbarrando em nada, foi desesperador, foi o fim de um poço sem fundo, foi um dos momentos mais terríveis da minha vida, eu ficava na cama observando o mundo girar e só queria que fosse mais rápido, e mais rápido, eu queria que a noite chegasse para dormir, eu dormia das 20 até as 9 da manhã, acordava e ficava encarando o teto, não tinha forças para escutar músicas, me demandavam energia emocional que eu não tinha, elas me incomodavam, e então eu tive que aturar o silêncio, tão esmagador. Levantar me exigia forças que não tinha, os livros me esgotavam, ser educada com meu irmão me demandava coisas que não sei de onde tirei, fingir que ainda existia era algo que me doía, doía simplesmente ser, eu era uma maldita casca andando na minha casa, em busca de alguma coisa, de sentir algo, bom ou ruim, as coisas ruins eram mais fáceis, sentir dor então, a física, principalmente, era algo fácil. Foi devastador me ver assim, eu não sabia onde eu tinha ido parar. Eu estava com muito medo, medo dos meus pensamentos, medo de mim, onde eu tinha me deixado ir. Mas então, no final de agosto decidi que tinha que sentir, que tinha que lutar, não importa com quais forças e o que eu teria que fazer para conseguir isso, não iria desistir tão fácil e como as coisas ruins eram menos difíceis busquei por elas, entrei no tinder e me propus sair com alguns caras, aquilo ia me incomodar, mas eu ia me forçar a sair de casa, a sair da cama, mesmo não querendo, eu queria sentir repulsa de mim, queria muito. Saí com muitos caras, que me fizeram sentir coisas que eu não queria sentir, até que em algum momento me deparei com você, lembra do dia da minha tatuagem? Eu não senti tanta dor, porque não conseguia sentir e quando sentia era algo bom, eu desejei sentir aquela dor, teria ficado lá por horas, você queria ter me visto naquele dia, eu fugi como uma covarde porque não tinha mais forças para gastar com nada, não naquele dia, não depois de tatuar algo tão importante pra mim que me trouxe algo para sentir, e eu topei sair logo depois, queria continuar sentindo o incômodo, as conversas iniciais? Me deixavam exausta, me forçaram a ser algo que eu não era, não naqueles momentos, mas eu precisava forçar eu queria sentir algo, então eu fui, foi uma busca insana e te conhecer me trouxe algo inesperado. Quanto tempo eu não ria de verdade, sem precisar fingir, quanto tempo eu não escutava o som da minha gargalhada, sem sentir exaustão, quanto tempo eu não fazia questão de alguém, sem me obrigar a isso, quanto tempo fazia que eu não precisava fingir coisas tão básicas, você me trouxe de volta a vida, de certa forma. Provavelmente sua energia me revigorou, e eu me animei muito com isso, estar sentindo de novo e me apoiei em você, por meses você foi o maior sentido da minha vida, me dava motivos para querer gargalhar, eu queria, sabe? Fazia tanto tempo que eu não queria algo, o ato de querer já era o maior passo que eu tinha dado e fiquei surpresa, por isso fiz aquele poema, foi como uma lufada de ar depois de tanto tempo me afogando em mim mesma, eu queria sair com você, queria saber de você, queria conhecer seus interesses, você me recarregou por inteira, e quando você mandou aquele audio dizendo que não era para ficar tão empolgada, que você não queria namorar nem nada, não me machucou, eu também não queria, eu não tinha forças para sequer pensar nisso, mas me mostrou como eu te fazia de muletas, para me manter de pé e ao perceber isso precisei me manter de pé sozinha e me afastei um pouco, pouco a pouco, caí muito, tropecei e esbarrei em coisas demais pelo caminho de volta, mas consegui, consegui dar a reviravolta, consegui pedir ajuda para o Pedro quando precisei e me atacaram de novo e eu estava tão forte que nem senti o impacto, e chegamos aqui hoje, foi uma recuperação difícil, foi foda, teve dias que eu só pensava em morrer, teve dias que eu queria tanto parar de existir, mas estou aqui, consegui vencer o que tinha de pior dentro de mim e em grande parte porque você surgiu na minha vida”. E Felipe você não tem ideia do quão sou grata por isso, por você, você não faz ideia do quanto me salvou de mim mesma, você não faz ideia do que fez por mim, ninguém sabe, então deixo aqui o meu muito obrigada, muito obrigada de verdade, eu vou levar você no meu coração para o resto da minha vida, por ter sido o raio de luz nos meus dias mais sombrios e por ter ficado, mesmo sem saber do que eu precisava, mesmo sem nem eu mesma saber que era disso que eu precisava, obrigada, Felipe, por ser tanto. Não é atoa que você entrou para a minha família, a família que eu escolhi para caminhar junto comigo nessa jornada, sei que você ainda não aceitou fazer parte dela e nem sei se quer, mas não me importa, no final você sempre será muito bem vindo em qualquer momento e lugar, em qualquer situação, você faz parte das minhas pessoas preferidas no mundo agora, e sinto muito, é um cargo bem chato de ocupar ;) Mas bem, depois dessa história super pesada, mas com um finalzinho bem feliz, afinal estamos na Disney, não?! Eu espero que seja feliz, com todo meu coração, espero mesmo que seja feliz e acredito que você vai conquistar o mundo se você quiser, se ousar, é uma capacidade que vi em poucas pessoas, mas vejo dentro de você, a fome de sucesso, a vontade de correr atrás, mesmo quando tudo está contra você, é algo que impressiona e você é incrível por isso e por tanto mais, o aniversário é teu, eu sei mas te peço um favor nessa cartinha super fofa: Seja feliz, me faça feliz sendo feliz, Felipe, e busque com todo o ardor que vejo em você os seus sonhos e metas, poucas coisas no mundo me deixarão mais arrebatada do que ver você lograr tudo o que almejou em sua vida, não me importa quantos anos passem e quanto nossa aproximação seja afetada ao correr das nossas jornadas, você sempre terá um local demarcado dentro do meu coração. Isso foi só um gostinho mesmo do tipo de declaração que posso fazer, então se quiser passar a vida lendo declarações mais sublimes do que essa, você sabe muito bem o que fazer. Mas deixando os pedidos de casamento a parte - até essa altura foram em média 20 - quero deixar mais que registrado o quão te acho foda cara, e o quão você merece um mundo inteiro por isso, posso muito bem vir aqui e me estender em milhões de elogios e de reiterar tudo que você já sabe que é, e bem, você é tudo isso sim e mais ainda do que imagina e acredita. Como sabe te conheço tem o que?! 8 meses +/-, te conheço há 8 meses, Felipe, e eu que estou de fora, olho pra você e vejo tanta grandeza, tanta capacidade, que me fascina, me encanta pra caralho como toda vez que te encontro isso se torna mais nítido e minha admiração por você só cresce, se eu pudesse apostar em algo na vida, apostaria todas as minhas fichas no seu sucesso. Parabéns xucrute, por tudo e por tanto, só continua sendo esse miserável que tu chega longe pra cacete e continue prosperando correndo atrás daquilo que você acredita. Te desejo só o melhor que você possa retirar deste mundo, então se joga, que só você tem capacidade para se limitar. O mundo não está preparado para a sua força de vontade, te garanto isso.
Feliz Aniversário, Rei!
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eumechamomanoela · 3 years
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224
Enquanto Manoela esperava ansiosamente pelas palavras do pai da Vanessa embora ela sabia exatamente o que eles iam contar sua mente estava em outro lugar no beijo que o Ian havia lhe dado. 
- Manoela. - Disse Vanessa
Manoela saiu do seu transe e voltou seu olhar para Vanessa.
- Desculpe eu não estava prestando atenção. - Disse.
O pai da Vanessa então voltou a falar. 
- Filha estamos aqui para te contar umas novidades, como você já deve esperar já que noivamos é porque vamos nos casar. - Disse ele. 
E antes que ele pudesse continuar Vanessa já o interrompeu. 
- Ok pai eu entendi, já esperava por isso e não vou atrapalhar, mas eu tenho a condição que eu possa desenhar o vestido da Kate, minha futura mãe! - Disse Vanessa.
 Seus olhos brilhavam e não eram de felicidade, ela estava segurando um choro com toda certeza, mas também não era um choro de raiva, era um choro que ela não conseguia conter há anos a falta da sua verdadeira mãe e o quanto tempo ela havia perdido de ter tido esse carinho de mãe que a Kate poderia ter proporcionado nos últimos anos. 
- Por mim esta tudo bem. - Disse Kate. - Pode me ajudar a organizar e planejar toda a festa também. 
Vanessa sorriu e acenou positivamente com a cabeça.
- Era só isso? - Perguntou Vanessa olhando a hora no relógio de pulso. 
- Não filha, temos mais uma notícia.- Disse o pai da Vanessa  
- Outra? - Perguntou Vanessa um pouco assustada.
- Filha eu só quero que você entenda que ... 
- Pai por favor vá direto ao ponto. - Pediu ela se levantando. 
- Você vai ganhar um irmão ou irmã. - Disse ele segurando a mão da Kate. 
Vanessa arregalou os olhos e abriu a boca para falar alguma coisa porém as palavras não saiam. Ela respirou fundo e apoiou suas mãos na mesa.
- Tudo bem, mas que seja um pentelho pois não quero dividir minhas coisas. - Disse ela forçando um sorriso. - E se já terminamos, eu sinceramente fico feliz por vocês e pela nossa família que vai crescer mas eu quero ir embora. 
- Ah filha temos a intenção de passar o final de semana aqui já que o nosso casamento será aqui. - Disse o pai dela. 
- Posso pedir pro Ian me levar embora por favor? - Pediu ela. 
Seu pai respirou fundo e assentiu, Vanessa caminhou até os dois, os abraçou e caminhou até a porta para poder chamar por Ian. 
Ian estava sentado na varanda com uma manta e mesmo com Vanessa chamando por ele diversas vezes ele não escutou, ela se colocou na sua frente e então ele percebeu que ela estava ali. 
- Senhorita Vanessa posso ajudar? - Perguntou ele.
- Por favor me leve embora. - Pediu ela. 
- Com certeza, seu namorado e sua amiga? - Perguntou ele. 
- Eu vou esperar no carro, pode chamar eles pra mim por favor. - Disse ela indo para o carro.
Ian entrou na cabana e encontrou Manoela conversando com os pais da Vanessa. 
- Senhorita Manoela a senhorita Vanessa esta lhe chamando para ir com ela. - Disse Ian. 
Manoela olhou para Kate e voltou o olhar para Ian. 
- Manoela vai com você sim Ian, mas vou pedir para que a traga de volta, ela vai junto para pegar umas mudas de roupa tanto delas quanto nossa e tentar convencer a Vanessa a voltar, mas Manoela caso ela não queira quero que fale que esta tudo bem e que para ela não ficar sozinha quero que o namorado fique com ela em casa. - Disse o pai dela. 
Manoela concordou e foi até o corredor para chamar o namorado da Vanessa e assim que ele saiu o pai da Vanessa voltou a falar com a Manoela.
- Manoela quando estiverem no carro diga a ela que a Kate precisa da ajuda dela para tentar convencer. - Disse o pai dela.
Ambos saíram da cabana e foram até o carro, Vanessa já estava no banco de trás esperando por todos e encarando as arvores. Manoela foi o caminho inteiro calada pensando no que falar para a amiga, mas tudo na sua cabeça dizia que ela não deveria fazer isso, não deveria tentar convencer a mesma de voltar pois talvez não fosse bom pra ela, a viagem levou suas duas horas e foi bem tranquila o único som que se escutava era da música baixinha e a respiração do casal no banco de trás, Manoela nem se quer olhava para o Ian com medo de ser pega por ele e ele fantasiar qualquer coisa, assim que chegaram na casa da Vanessa ela foi acordada pelo namorado que havia acordado um pouco antes de entrarem no bairro e assim que os dois desceram Ian tocou no braço da Manoela.
- Será que podemos conversar? - Perguntou ele desviando o olhar a todo momento.
- Primeiro eu preciso fazer o que o pai da Vanessa me pediu e depois, sim. - Respondeu ela com um sorriso amarelo.
Ian acentiu e ela saiu do carro e correu para dentro da casa para alcançar a amiga.
- Vanessa. - Gritou Manoela assim que entrou na casa.
- Cozinha. - Gritou ela de volta.
Manoela foi até lá e ela estava sentada sobre o balcão encarando os pés enquanto o namorado preparava algo para ela comer, afinal para algo ele prestava.
- Amor se sua amiga está com você eu vou embora. - Disse ele lhe dando um pacote de bolacha.
Ah minhas esperanças para esse cara acabaram voltando a zero.
- Então, você pode aguardar enquanto eu converso com ela e aí depois vocês podem se despedir de for o caso. - Disse.
Vanessa estranhou a forma como a amiga falou e a encarou, seu namorado concordou e deixou as duas sozinhas.
- Vim o caminho todo pensando numa forma de tentar te convencer a voltar comigo para o rancho, por vários motivos, mas todos eles levavam ao benefício e a felicidade de uma única pessoa, seu pai e então quando eu me dei conta disso eu fiquei pensando se eu se quer deveria falar sobre isso com você ou só fingir que falei e voltar para lá e dizer que você não quis voltar. - Disse Manoela.
- Nossa, obrigada por pensar em mim e em como em estou me sentindo com tudo isso. - Disse Vanessa
Vanessa começou a brincar com os dedos e os olhos encheram de lágrimas.
- Sabe que o problema não é ele casar e eu ter um irmão é que, ele está seguindo em frente e isso não é uma coisa ruim. - Disse ela enxugando as lágrimas. - O problema é que depois de anos que minha mãe morreu eu não consigo seguir em frente por que é tão difícil?
Vanessa caiu em lágrimas e Manoela se deu conta de que ela sabia de algo que eles deveriam ter contado a Vanessa, algo que ela tinha todo o direito de saber, mas por outro lado também não cabia a ela contar.
- Amiga por um lado eu sei o que você está sentindo. - Disse Manoela.
E enquanto ela falava e a amiga descia do balcão para se abraçarem, Manoela percebeu o quão irônico era o destino por colocar ela com alguém com uma história tão parecida com a sua, ou até melhor dizendo, tão igual a sua.
- Você sabe que eu vivi a minha vida acreditando que minha mãe estava morta e no fim ela estava bem viva e como eu já te contei isso foi difícil pra mim, mas hoje eu vejo o quanto meu pai só quis o meu bem e eu sei que seu pai está fazendo o melhor e que ele sempre pensa em você. - Disse Manoela enquanto a abraçava. - Seu pai também disse que se você não quiser voltar poderia ficar com seu namorado aqui já que ele não quer que você fique sozinha.
- Sozinha com a quantidade de empregados? - Perguntou Vanessa saindo do abraço e secando as lágrimas. - Mas diga a ele que eu agradeço por isso e que sim eu quero ficar amiga só não entendo porque você não fica.
- Seu pai me pediu para voltar caso você não quisesse pois alguém precisa ajudar a Kate com algumas coisas, o casamento será lá e ela quer deixar algumas coisas ajeitadas- Disse.
- Bom eu vou me dedicar ao vestido dela e você vai se dedicando lá, me mandando fotos e me mantendo informada, quero que diga a ele que eu amo os dois, ou melhor, os três só que eu também preciso do meu espaço eu preciso tentar me encontrar para seguir em frente. - Disse Vanessa.
Manoela sorriu e foi pegar suas roupas enquanto Vanessa foi pedir para uma das empregadas pegar do seu pai e da Kate e assim que tudo ficou pronto, Ian colocou no carro, elas se despediram e Manoela seguiu com Ian.
- Agora podemos conversar. - Disse Manoela.
- Sobre o beijo eu quero pedir desculpas, fui invasivo e te beijei sem saber se você queria. - Disse ele sério e sem tirar os olhos da estrada.
- Tudo bem, eu correspondi, não foi ruim. Foi? - Perguntou Manoela encarando ele.
- Não, mas não vai mais acontecer. Eu me coloquei numa situação de risco com isso. - Disse Ian.
- Ah claro, fique tranquilo que ninguém saberá, assim como não contei nem para minha amiga. - Disse ela se ajeitando no banco.
Manoela cochilou e o tempo logo começou a fechar, não demorou muito para começar a chover cada vez mais forte, forçando Ian a diminuir a velocidade e logo com os raios fazendo Manoela acordar assustada.
- Calma. - Disse ele
- Me desculpe, acabei dormindo e me assustei com a chuva. - Disse ela se arrumando no banco. - Ainda falta muito?
- Não, você dormiu bem e já estamos quase na estrada para o rancho. - Disse Ian.
E realmente não demorou para eles entrarem na estrada que levava ao rancho, mas com a chuva forte a estrada estava bem ruim de enxergar.
- Não sei como você está enxergando. - Disse ela apertando os olhos para tentar ver alguma coisa.
- Eu não estou, mas estou tentando. - Disse ele.
- Deveríamos encostar, não dá pra ver mesmo. - Disse Manoela cruzando os braços.
Ian respirou fundo.
- Você tem razão. - Disse ele parando o carro no acostamento. - Mas eu acho que deveríamos continuar já que estamos literalmente no meio do nada dona Manoela.
- Ah senhor Ian você prefere continuar sem estar enxergando e causar um acidente? - Perguntou ela se virando e o encarando.
Ian levou as mãos aos cabelos e respirou fundo, num ato de raiva deu um tapa no volante e acabou buzinando, fazendo Manoela dar um pulo no banco do passageiro pelo susto.
- Você se assusta com qualquer coisa. - Disse ele rindo.
- Ah claro senhor nada me põe medo. - Disse ela
Ian revirou os olhos e a encarou.
- Você está brava pelo o que eu falei? - Perguntou ele.
- Seja mais específico. - Pediu ela
- Sobre o beijo. - Disse ele.
- Não, nem tem porque eu ficar bravo por isso, foi algo que aconteceu embora convenhamos que não é algo como, nossa tropecei e cai em você e te beijei, foi um acidente e não vai voltar a acontecer e na minha opinião você está tratando isso como um acidente entendo que você não queira que volte a acontecer e nem eu quero, até porque não desejo atrapalhar seu emprego ou sua vida. - Disse ela.
- Não precisa de tudo isso. - Disse ele.
- Tudo isso? - Perguntou ela.
- Sim, toda essa volta que você está dando para dizer que sente algo por mim e que quer me beijar novamente. - Disse ele.
- Como é? Você é um convencido não é mesmo. Vamos deixar bem claro que foi você quem me beijou. - Disse Manoela um pouco irritada.
No fundo Manoela queria mesmo beijar ele novamente, mas com as palavras dele não dava para dar o braço a torcer era muito, era como se ela tivesse que passar por todo seu orgulho e ego ferido e como se ela estivesse vendo um outro certo alguém negando todo e qualquer sentimento e ela não precisava daquilo novamente, não precisava daquilo, mendigar amor, atenção ou qualquer outra coisa.
- Mas você disse que correspondeu, então. - Disse ele.
- Então nada! - Disse ela já irritada.
Ian percebeu o tom de voz e ficou em silêncio novamente.
- Manoela eu nem sei o que te falar. - Disse Ian tentando buscar palavras para de alguma forma explicar algo que nem ele sabia o que era para ela.
- E está falando ainda porque, olha eu só não vou andando porque a chance deu me perder e pegar uma gripe é grande. - Disse ela olhando para fora.
- Manoela eu quero te beijar, eu desejo beijar você desde o dia que eu bati os olhos em você, porque você acha que eu fazia questão de ficar perto de você, não se faça de boba pois eu sei que você não é, sei que me intrometi diversas vezes e eu nem sei mais o que eu estou tentando justificar ou explicar. - Disse ele encostando a cabeça no volante.
- Mas por outro lado você não pode pois tem medo de perder seu emprego. - Disse ela.
Manoela ficou olhando para ele ali com a cabeça no volante e ela ficava se perguntando se o consolava, falava mais alguma coisa ou dava uns tapinhas nas costas dele.
- Eu quero que se foda. - Disse ele.
Ian soltou seu cinto e praticamente avançou em cima dela novamente e a beijou, Manoela soltou seu cinto enquanto correspondia o beijo que para ela provavelmente era como para ele, algo que sempre quis fazer pois ela havia se sentido atraída por ele desde o momento em que chegou naquela casa.
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entertainerzm · 4 years
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10 YEARS OF ONE DIRECTION
• Imagines Songs - (01/06 - 31/07)
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SUMMER LOVE
LOUIS’S PDV
Atento ao cenário que compunha aquele delicado momento, não pude deixar de notar o belíssimo trabalho que os raios lunares – refletidos através da Janela – exerciam, ao enaltecer a estonteante beleza de S/A.
Durante todo o verão de 2007, me vi enredado pela deliciosa aventura, de viver ao lado daquela garota todas as sensações e sentimentos que estivessem em nosso alcance. No entanto, presenciar nossa breve história chegar ao fim projetava em meu amago a torturante ideia de não ter aproveitado tudo o que o amor tinha a nos oferecer.
Senti uma grossa – e indesejada – lágrima rolar livremente pela bochecha, no instante em que S/N preencheu a mala cor de rosa com sua última peça de roupa.
- Ei, Lou. – Seu chamado suave atraiu-me a atenção. – Não chore, amor. Eu estou aqui, não estou?
- Está. – Concordei, indo até ela e a puxando para meus braços. – Mas, não por muito tempo.
Sua delicada não tocou-me a face com gentileza, capturando as bolhas de água que escapavam de meu canal lacrimal.
- Por que as coisas precisam ser dessa forma, baby? – Meu questionamento soou entre uma fungada e outra. – Por que você não pode ignorar tudo e ficar aqui comigo? Cancele sua passagem, ignore o despertador pela manhã, mas, fique comigo.
Ainda que os riscos de nosso envolvimento fossem bastante claros para nós desde o início, não fui capaz de estimar o nível de dor que nossa despedida poderia causar em ambos, visto que sua partida não contava com uma data de retorno.
Nos três anos que antecederam sua chegada, minha mãe – buscando adquirir uma renda extra – dispôs nossa casa como moradia temporária para estudantes intercambistas interessados em alcançar a fluência em nosso idioma nativo. Durante esse tempo, muitas pessoas chegavam e saiam de nossa família, sem muitos dramas a cerca disso. Entretanto, a brasileira das piadas ruins e sorriso fácil tornou-se um marco significativos entre nossos hóspedes.
De modo bastante inusitado e orgânico, S/A em pouco tempo começou a conquistar um grande espaço em minha vida, obtendo rapidamente o controle de meus sentimentos mais puros e verdadeiros.
- Não é tão simples, amor. - Explicou-me, calmamente. – Por mais que eu queira me manter ao seu lado até ficarmos com os cabelos brancos feito neve, não posso dar as costas para todas as responsabilidades. Minha vida não é aqui.
- Mas, e tudo o que vivemos nesses últimos meses? – Minha fala era carregada de angústia. – Não significou nada?
- Você me proporcionou o melhor verão da minha vida, Lou. – Declarou, com sinceridade. – Só Deus sabe o quanto eu tenho desejado que o tempo pare, para que isso nunca chegue ao fim. Mas, você, melhor do que ninguém, sabe que devo regressar ao Brasil. Uma estação já se foi, amor, é hora de voltar para casa.
- Fique comigo. – Supliquei, em desespero. – Jogue tudo para o alto e se mantenha em Doncaster, baby. Eu a amo de todo o coração. Se for preciso, subo ao altar do seu lado, garota.
Notei um lindo sorriso romper por seus lábios, pouco antes da mesma afundar o rosto na curvatura de meu pescoço, inalando o cheiro ali presente.
- Não sei se é legalmente permitido casar duas pessoas de dezesseis anos, Lou. – Sua risada forçada foi abafada devido a proximidade. – Sua mãe tentou nos avisar que não seria fácil, não é?
- Ela só esqueceu de me dizer que seria impossível. – Um grunhido derrotado escapou-me pela garganta. – Não me sinto pronto para deixa-la partir, baby. Estou tão devastado. Tudo o que mais quero é manter o que nós temos. Quero que seja minha para sempre, S/N.
Ainda que Jay – minha progenitora – me fizesse diariamente, alertas intensos sobre nossas vidas tão distintas, me encontrei tão envolvido pelo momento que sequer dei importância aos seus discursos, ignorando totalmente as consequências das escolhas feitas.
- Meu lugar não é aqui, Sweet. – Balbuciou. – Me sinto péssima por deixá-lo, mas, não posso ficar. Acredite, amor, ficar com você é um grande sonho, porém, está além do meu poder de decisão.
- Seu lugar é ao meu lado, S/A. Independente do país, é comigo que você deve ficar. A caso não percebe? – Segurei seu rosto com delicadeza, forçando um contato visual entre nós. – Tem que existir um jeito, baby. Nós somos perfeitos juntos, não faz sentido sermos afastados assim.
- Não há meio de garantir minha permanência na Inglaterra, amor. Vai muito além do fato de eu ser menor de idade, envolvem questões jurídicas, você sabe. – Soou pesarosa. – Podemos seguir com nosso namoro, apesar da distância. Posso te ligar todas as noites, amor.
- Você quer mesmo se torturar a esse ponto, S/N? – Afastei-me, minimamente de seu corpo. – Quanto tempo você acha que vai levar até um de nós sentir falta de uma relação de verdade? Com beijos, abraços, passeios e todas essas coisas normais.
Sentindo o peso de minhas palavras, minha garota abaixou a cabeça, direcionando a atenção ao assoalho gasto do quarto de hóspedes.
- Não me entenda mal, S/A. – Sussurrei, próximo ao seu ouvido. – Só não quero que nossa vida seja baseada na esperança de um retorno que não vai acontecer. Não me prometa que vai ligar, ou me escrever, pois, quando isso deixar de acontecer, quem vai ter de lidar com a decepção sou eu.
- Não vou decepciona-lo, Louis. – Seus braços rodearam-me o pescoço, deixando nossos lábios a centímetros de distância. – Do que tem medo?
- Em algum momento, você vai querer ter um namorado que possa estar com você e, por mais que me doa dizer isso, não serei eu, S/A. – Acariciei uma madeixa de seu cabelo espesso. – Não vou poder estar com você, mas, sempre haverá alguém próximo com uma disponibilidade que não me pertence.
- Jamais o trocaria, Sweet. Prefiro ter você longe, do que qualquer outro cara por perto. – A certa altura, o choro já tomava conta de S/N. – Eu a amo demais, para ver tudo isso se acabar em dor e sofrimento.
Cobri sua boca com a minha, sem dar margem para que novas sentenças fossem proferidas por um de nós.
O beijo que partilhávamos refletia, através de um gesto, todos os sentimentos conflituosos e angustiantes, presos em nossos corações; aquele emaranhado, formado por nossas línguas, facilmente poderia ser comparado a uma árdua batalha de espadas, onde a vitória seria tida como honra.
Extasiado pela emoção do momento e sem controlo sobre meus atos, a depositei em meio ao macio colchão da cama, enquanto minhas mãos passeavam freneticamente por sua estrutura física, causando-lhe alguns gemidos.
- Me tome para si, Sweet. – Soprou-me, soltando uma descarga elétrica em meu corpo. – Se está vai ser a última vez em que ficamos juntos, quero perder a virgindade com você.
- Você está certa sobre isso, baby? – Senti minha bochecha formigar, pelo fluxo acelerado de sangue que corria por aquela região. – Não sei se faz sentido nos entregarmos dessa forma, se você irá embora, pela manhã.
- Você só precisa me amar, Tomlinson. – Suas pequenas mãos atingiram a barra de minha camiseta, livrando-me da peça. – Seja meu primeiro, amor.
Palavras foram dispensadas, quando o veredicto final atingiu-me os ouvidos; não demorando muito até eu começar a despi-la.
Lentamente, meus lábios ganharam vida entre suas curvas, indo pescoço, até sua intimidade inexplorada, onde me concentrei em distribuir o maior número de “beijos” possíveis, ainda que estes fossem um tanto desajeitados.
Os suspiros e gemidos que rompiam sua garganta inflavam-me o ego, ainda que minha total inexperiência em atos tão carnais me fizesse ter a certeza de que meu desempenho estava longe de ser classificado como “extraordinário”.
Presencia-la tão entregue a mim só me fazia ter mais certeza do quão incríveis éramos juntos.
- Lou. - Sussurrou de modo arrastado. – Oh céus!
Me concentrei por apenas mais alguns minutos em sua seu ponto principal, antes de retornar até seus lábios e observa-la me encarar em expectativa, como quem anseia por um momento.
- Você tem certeza? – Indaguei, deslocando-me até o bolso de minha calça, tomando em mãos o pequeno pacotinho metálico. – Quer mesmo fazer isso?
- Não hesite, amor. – Ditou, confiante. – Quero ser sua, meu Lou.
Tudo o que passava em minha mente parecia girar em torno da garota deitada sobre o móvel, desejando o que viria a seguir. Por uma breve fração de segundos, me permiti esquecer a situação que vivíamos e o que sua partida implicaria, dali em diante.
Vesti meu membro com o incomodo preservativo, tendo a bela visão de S/N abrindo suas pernas para acomodar-me da melhor maneira possível em seu interior.
Minhas mãos afagavam-lhe os seios cuidadosamente, enquanto meu quadril era impulsionado em direção ao seu, dando início a deliciosa e aconchegante penetração.
Tudo em nosso contato representava majestosamente nossos elevados níveis de amor e excitação, tornando aquele ambiente cada vez mais quente e obsceno.
A meu ver, o som do vai e vem de nossos corpos havia se tornado a mais bela sinfonia de todas. Logo eu, um grande apreciador da boa música, me vi fascinado pelo desafinado compasso de um ato regado pelo tesão.
Nossos lábios se conectavam cada vez com mais intensidade, enquanto minhas mãos buscavam desesperadamente por ela.
Conectados pelo olhar, o mundo lá fora tornou-se extremamente insignificante, diante do que fazíamos. E, embora o tempo parecesse infinito, não demorou mais do vinte minutos até que as deliciosas ondas de intenso prazer se batessem sobre meu corpo, obrigando-me a me liberar dentro da extensão de látex.
O cansaço adquirido por meu recente esforço físico deixo-me brevemente impossibilitado de realizar qualquer movimento para fora de seu corpo. Limitei-me apenas a depositar em sua testa um singelo beijo, em sinal de todo o respeito que sentia pela menina que havia se entregando a mim.
- Eu te amo. – Declarei com minha boca próxima ao seu ouvido. – Só me prometa que não vai esquecer tudo o que nós tivemos.
- Você sempre será o meu amor de verão, Louis William Tomlinson.
May
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dearvodudoll · 4 years
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𝐧𝐞𝐯𝐞𝐫 𝐭𝐫𝐮𝐬𝐭 𝐲𝐨𝐮𝐫 𝐬𝐡𝐚𝐝𝐨𝐰 𝐢𝐧 𝐭𝐡𝐞 𝐝𝐚𝐫𝐤 [𝐭𝐚𝐬𝐤]
Trilha sonora recomendada: As inspirações contidas neste ponto de vista foram retiradas, sobretudo, de “Outside”, do Hollywood Undead.
Sob um pedido de semi-hiatus na central devido a problemas técnicos, como se não bastasse ter que lidar com eles, alguns problemas pessoais vieram também e esse texto não ia ser produzido de jeito nenhum. Entretanto, a companhia e o apoio de algumas pessoas me levou a postar isso aqui. Sou grata a todos que cederam seus chars ao longo dos últimos meses e que contribuíram com o desenvolvimento da Shantal. Apenas dois foram citados diretamente no texto, mas vocês sabem que falo de vocês enquanto escrevo esses agradecimentos  ❤️
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As noites andavam bastante complicadas.
Há alguns anos atrás, Shantal fora perturbada pela imagem de entidades que eram relacionáveis ao material de conteúdo duvidoso que conseguira durante suas férias. Nunca tivera medo da magia, nem de exercitá-la, porque vivenciara isso de perto inúmeras vezes graças à tutora que tivera após fugir para o exílio. E por mais que Ohewanna M’Angwai sempre tivesse tido a cautela de apresentar Shantal ao vodu aos poucos, a garota sempre estivera ciente do que havia por trás de todos aqueles ritos promovidos pela mulher; o que havia dentro de todos aqueles potes de vidro num quartinho escuro e mantido sob um alçapão, no antigo casebre em que viviam na Nigéria.
Bem como era ciente de que, vez ou outra, aqueles que foram evocados para o que quer que fosse, apareciam para cobrar as dívidas em questão. Como já acontecera anteriormente na vida de Shantal, mas nada que a tivesse assustado profundamente. Até que, nos últimos dias, vozes haviam voltado a assombrar sua mente e interromper seu sono. Atormentá-la como já haviam atormentado antes. E apesar de serem mais específicas, agora eram ainda mais incessantes. O que a confortou a princípio, foi ter reparado que ela não era a única com aquele tipo de problema, então passou a se sentir um pouco mais tranquila em relação a qualquer coisa que houvesse do outro lado e que pudesse ter decidido retornar para tirá-la de seu juízo.
O ponto era: Shantal já estava em seu limite. Os acontecimentos mais recentes, envolvendo os jogos, sua vida pessoal e tudo o mais, conseguiram fragilizá-la de uma maneira nunca antes testemunhada por aqueles que eram mais próximos da boneca vodu. Por isso, a insistência daquelas vozes, a tormenta que elas conseguiam gerar em todo seu ser, terminava de afetar a Asabi de um jeito bastante caótico, de modo que ela não se sentisse em paz nem mesmo para fazer uma refeição completa, estudar ou sair para caminhar antes de se deitar, vagando pela floresta que sediava os dormitórios da Anilen, buscando algum conforto na brisa fria e nos ruídos dos animais mais próximos. Na verdade, a situação ia pelo contrário agora: ela tinha pânico até mesmo de levantar-se da cama, sair para as salas de aula e vagar sozinha pelos corredores. Se não fossem por Saxa, Bonnie e Syb, principalmente, ela dificilmente estaria conseguindo manter o mesmo peso e, principalmente, a cabeça no lugar.
Todavia, as coisas tornaram-se bastante diferentes naquela madrugada.
A chuva torrencial do lado de fora continuava sendo tão assustadora quanto no momento em que Shantal pousara a cabeça em seu travesseiro, numa tentativa fracassada de cair no sono. Ela fitava a janela mais próxima, levemente encoberta por uma cortina, quando um clarão diferenciado cortou os céus; um raio enorme, que, na verdade, revelou-se como sendo responsável por atingir alguma árvore consideravelmente distante dali, mas incendiá-la no mesmo momento. Quando se assustou com isso -- uma vez que fogo, raios e trovões eram alguns dos maiores pânicos da Asabi -- as vozes tornaram-se um pouco mais altas dentro de sua cabeça, convertidas em gritos que, acima da imperatividade que carregavam, gelaram a espinha da jovem. Estavam saindo do controle e ameaçando-a de um jeito mais eficaz agora. Usando o nome de pessoas queridas e importantes para ela, o que, subitamente, fez com que seu coração se apertasse.
Howard e Saxa estavam em perigo.
O coração de Shantal afundou mais dentro de seu peito. Atordoada, ela se colocou sentada na cama, ainda obcecada com o clarão que emanava ao longe, com o fogo que consumia alguma árvore mais adiante. Trêmula, ela tentou raciocinar. Pensou em acordar Syb, a alguns poucos metros de distância, mas manteve-se onde estava, a princípio. As vozes insistiam que ela deveria procurar pelos amigos, mas havia uma parte de si que insistia também que Shantal deveria permanecer ali pelo seu próprio bem.
Mas como poderia?
Ainda sentia-se extremamente culpada por não ter conseguido encontrar Howard durante a loucura generalizada que consumira aquele instituto graças a ogros que, na verdade, eram alunos transformados. Descobrira, no dia seguinte, que o amigo estava bem, mas desde então, Shantal sentia-se bastante afetada pelo ocorrido, porque se havia algo no mundo que temia mais do que ser injustiçada ou esquecida como seus pais foram, era não conseguir proteger aqueles que amava. Justamente porque eram tão poucos que, não deveria ser tão difícil assegurar-se de que eles estavam bem, certo? Era no que Shantal acreditava, pelo menos. E o sentimento de que havia falhado com o melhor amigo, uma das melhores definições dentro daquele lugar do que ela considerava família, encontrada quando menos esperava, em outros humanos que nunca imaginara um dia encontrar, fazia com que o estômago da boneca vodu se revirasse e se contorcesse de um modo que ela sentia a dor dar indícios de que, em breve, tornaria-se mais forte.
Na verdade, havia um sentimento de que ela havia falhado com muitas outras pessoas além do filho do coelho branco. Para ser bem sincera, nos últimos tempos, Shantal sentia que falhar com aqueles que mais amava era a única coisa que sabia fazer bem: sem uma coroa, sem um trono e sem um legado, não parecia haver uma saída que consistisse em coisa melhor do que terminar sozinha e entregue à própria sorte novamente assim que tivesse conseguido arruinar todas as suas relações. Além de sentir também que, mesmo que tentasse evitar ou que não quisesse, obviamente, algumas já estavam ruindo e era por isso que sua cabeça estava tão cheia daquelas merdas todas nos últimos tempos.
E foi por isso também que ela se colocou em pé, ajeitando seu robe no corpo. Enfiou seus pés nos coturnos que ficavam próximos de sua cama, marchou em direção à saída da Anilen, sentindo o coração sair pela boca: precisava fazer alguma coisa além de ficar ali e esperar o pior acontecer -- com seus amigos ou com sua própria mente, porque, ela sabia, não seria capaz de aguentar muito mais daquelas ameaças ou daquelas perturbações, uma vez que todos os problemas que tinha na vida já soavam como sendo mais do que o suficiente para a Asabi.
Quem a conhecia de verdade, sabia que ela jamais teria saído debaixo de uma chuva daquelas. Não se tratava de coragem ou covardia em relação a um fenômeno natural, apenas trauma. Perder sua mãe em meio a uma batalha, para um raio daqueles que cruzavam os céus, aquecera o interior de Shantal de um jeito errado: com medo e o receio de acabar do mesmo jeito. Entretanto, o medo de acabar falhando com Howard novamente e, por consequência, com Saxa, fez com que Shantal continuasse andando, guiando-se pela luz que surgia esporadicamente acima de sua cabeça, sentindo um pouco de dificuldade em enxergar o que havia em sua frente por conta da chuva forte que continuava caindo, encharcando-a, fazendo escorregar uma vez ou outra enquanto deixava-se levar, até finalmente parar diante da parte mais densa da floresta. Sequer reparara como fora parar ali, distraída demais com a frequência das vozes dentro de sua cabeça; na verdade, quando recobrou alguma consciência, acreditou ter sido influenciada pela árvore que ainda queimava, e da qual estava muitíssimo perto, agora.
Naquele momento, testemunhando o fogo queimar os galhos e as folhas com certa dificuldade por conta da água que atrapalhava sua função, Shantal engoliu em seco. Estava em dúvida se deveria continuar, assombrada tanto pelo que ouvia em sua mente, quanto pelo cenário mórbido e soturno daquela floresta. Ela era bastante inconsequente e dificilmente temia alguma consequência, mas agora, como em pouquíssimos outros momentos, ela podia jurar que Taka e Zira observavam-na de longe, certamente querendo zelar por aquela que, nem por um único dia, deixara de ser uma filhote indefesa e que desde tão cedo conhecera as mazelas de um exílio forçado por aqueles que deveriam ser a sua verdadeira família. Ainda assim, trêmula, tanto pelo pânico que a consumia, quanto pela chuva fria que continuava encharcando seu corpo, Shantal pôde jurar que ouviu uma voz muito familiar vindo de algum ponto atrás de si, por cima de seu ombro. Em sua língua materna.
“Não vá.”
Fora isso. Uma única frase, bastante assertiva. Com uma segurança típica da única pessoa para quem Shantal baixara a cabeça na vida: sua tutora, Rainha Vodu de Benin, Ohewanna M’Angwai. De modo que a surpresa fora tanta, que a jovem chegou a se sobressaltar, escorregando no terreno lamacento. Sustentou-se em seus braços a tempo de não der de cara com o chão sujo, quando finalmente apertou mais os olhos, tentando mirar a escuridão. Não havia nada mais ali, com exceção das sombras que formavam-se por conta da árvore que, aos poucos, deixava de queimar. Quer dizer, haviam barulhos característicos daquele tipo de bioma, mas nada muito além. Até o momento em que jurou ter visto as sombras dançarem, oscilando de um lado para o outro, ameaçando aproximarem-se, até voltarem a recuar e pararem. Como se quisessem avançar, mas não pudessem.
Isso fez com que Shantal engolisse em seco. Até o momento em que ouviu a voz de Ohewanna outra vez, dando-lhe a mesma ordem, mas um pouco mais furiosa agora.
“Mãe?” Foi a resposta de Asabi com uma outra pergunta, no dialeto que aprendera com a própria: bariba. Seu coração batia demasiadamente rápido dentro de seu peito. Chegara a sonhar com sua antiga tutora em outras ocasiões, mas nunca mais a vira de jeito algum. O que deixava Shantal bastante frustrada, considerando que a mulher, uma feiticeira poderosa e extremamente apegada à leoa que transformara em humana, sempre prometera que nunca a deixaria sozinha e que sempre retornaria para perto dela, no outro plano, caso sua partida ocorresse enquanto Shantal ainda vivia com ela. “É você?”
Nenhuma resposta. Como sempre. O que fez com que Shantal voltasse a olhar para frente, perferindo ignorar a movimentação das sombras que, novamente, acontecia num ponto nem tão distante de si. A mínima hipótese de estar ficando louca realmente conseguia tirá-la dos trilhos, mas era o que era. Essa era a única definição para quem, em cinco segundos de uma interação desconhecida, acreditou piamente que não estava sozinha e que pelo menos seus pais e sua antiga tutora estavam ali.  O que a fez acreditar que aquelas outras vozes que a atormentavam não passavam de algum distúrbio ou histeria generalizada, já que nada naquele Instituto mostrava-se muito dentro do comum nos últimos dias e não seria surpresa alguma que isso acontecesse.
Então, por mais que ainda estivesse remoendo o sentimento de que estava falhando com seus amigos novamente, Shantal levantou-se como pôde, vacilando sobre suas pernas, pronta para sair dali. A árvore havia deixado de queimar e apesar da chuva ter dado uma trégua, o rosto dela estava se tornando mais molhado agora, porque ela desabara num choro repentino, com a sensação de que não suportava mais nada daquilo. Desde sua história como um todo, até a sina daquele poder que lhe gerara mais dores de cabeça do que segurança, como a própria Ohewanna lhe sugerira que aconteceria. E, como se não bastasse tudo isso, havia dentro de si uma centelha de esperança ínfima que fora dizimada ao perceber que mesmo num momento difícil como aquele, não havia ninguém do outro lado, ao contrário do que suas crenças pregavam, que pudesse ajudá-la a se guiar em meio a toda aquela escuridão. Como também não foi o que aconteceu quando retornou ao castelo -- buscando um canto onde pudesse se esconder pelas próximas horas --, consumida por um choro impetuoso e compulsivo, que a fez ficar a noite toda fora do dormitório simplesmente para não incomodar suas colegas.
Chars mencionados: @howie-rabbit @sxweselton
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flintwaillie · 5 years
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𝐀𝐭 𝐥𝐚𝐬𝐭 𝐈 𝐬𝐞𝐞 𝐭𝐡𝐞 𝐥𝐢𝐠𝐡𝐭 𝐚𝐧𝐝 𝐢𝐭'𝐬 𝐥𝐢𝐤𝐞 𝐭𝐡𝐞 𝐟𝐨𝐠 𝐡𝐚𝐬 𝐥𝐢𝐟𝐭𝐞𝐝 | #2
Sonhos têm seus significados. Ou pelo menos é o que dizem.
Ailish não fazia mais parte do grupo de pessoas que acreditava em tal afirmação. Após seu acidente, passou a entender que sonhos não passam de uma maneira de seu cérebro se livrar do acúmulo constante de informações colhidas durante o dia. Uma forma de limpeza daquilo que talvez não seja tão necessário ou então um modo de fazê-lo reviver o que seu subconsciente deseja.
Passou a ser um cético quanto a essa área quando sua visão deixou de funcionar Ailish ainda sonhava com imagens vívidas, em seus sonhos, enxergava. Em cada um deles.
Havia lido há algum tempo que leva um ano ou mais para que as pessoas que sofreram acidentes graves e perderam algum tipo de sentido ou membros, sonhem com a forma como estão na atualidade. Ele, por sua vez, há sete anos e meio sonhava que enxergava. Isso ainda não tinha mudado. Era agoniante acordar e abrir os olhos para contemplar a escuridão. No início da lesão, isso lhe perturbou. Não dormia, não queria entrar no mundo dos sonhos e ver-se de um jeito que não podia mais existir.
Sendo assim, naquela manhã, quando abriu os olhos e estes contemplaram a luz do sol entrando pela janela do quarto, o loiro suspirou. Mais um sonho. Um sonho tão real que podia sentir a quentura do raio solar encostando em sua pele pálida do braço direito. O bruxo respirou fundo, os olhos fechados novamente. Eu quero acordar. Geralmente era assim que funcionava. Parcialmente consciente em seus sonhos, bastava exigir despertar que realmente fazia.
Mas hoje não.
Abriu novamente os olhos e ainda podia enxergar. Algo estava errado. Quando sonhava, de alguma forma não apenas sentia que a situação não era real, mas também não durava tanto assim. Sentou-se na cama, os lençóis brancos, amassados, enrolados ao redor de sua cintura. Seus olhos claros varreram o ambiente em busca de informações. Para um sonho, aquilo estava tranquilo demais. A visão não podia ter sido estabelecida da noite para o dia. Impossível. Mas bem… uma vez eliminado o impossível, o que restar, não importa o quão improvável, deve ser a verdade, não?
Tinha alguém em sua cama.
Sentia a presença ao seu lado mas não queria virar a face e dar de cara com um estranho. O bruxo fechou os olhos e tentou, mais uma vez, acordar. Não deu certo. Se era um sonho, era o mais louco e persistente que havia tido. Podia estar ficando louco, mas começava a acreditar que tudo era real. Aquele era seu quarto? Ou de quem quer que estivesse ao seu lado? Um olhar corajoso para o lado e deu de cara com alguém tão pálido que praticamente mesclava com os lençóis brancos. Um jovem rapaz, pelo ângulo que Ailish podia vê-lo. Os cabelos acastanhados — acobreados? Não sabia bem — esparramados no travesseiro mostravam que a figura ainda dormia tranquila e que o sono seria perturbado por si que, bem, precisava saber quem diabos tinha levado para cama e se o rapaz tinha lhe drogado com algo. A destra tocou as costas alheia, a palma da destra encostou na pele macia e Ailish fez uma leve pressão, escorregando os dígitos para cima até a nuca do outro. ' —— Ei, acorde.' murmurou para o silêncio do quarto. O rapaz gemeu ao despertar e os olhos sonolentos focaram em si.
Ele era bonito. Jovem, mas muito bonito. As maçãs do rosto tinham uma leve coloração rosada e estavam meio amassadas pela posição que o mesmo dormia. Os lábios inchados e vermelhos indicavam as atividades da noite anterior, certamente. Para findar com as dúvidas quanto a isso, as manchas vermelhas e já um pouquinho arroxeadas no pescoço alheio tinham praticamente o formato de sua boca. Bem. Não era novidade para si que gostava de marcar as pessoas com quem dormia mas caramba, o garoto era pálido e as marcas se mostravam muito visíveis. Ailish corou. ' —— Vai parecer estranho mas, uh, é o meu quarto ou o seu?' Indagou. Para sua surpresa, quando o garoto respondeu que era o seu, a voz familiar que soou lhe pegou desprevenido. ' —— Louis?!' a voz subiu e os olhos foram arregalados. Seu rosto esquentou mais e Ailish riu, sem jeito. ' —— Okay, certo. Tudo bem. Vai parecer mais estranho ainda mas… uh, eu estou vendo você.' dissera, novamente olhando para o bruxo bonito deitado em sua cama. Que momento achou certo levar o bruxo para o próprio apartamento quando a filha e seus pais dormiam ali, Ailish não fazia ideia. Geralmente não tomava essas atitudes, ninguém pisava ali quando queria uma daquelas aventuras, tirando Ryan. Mas por conhecer o Weasley, claramente isso foi o suficiente para se convencer a levá-lo para casa.
Casa. Oh merda, Nina!
Sete anos e meio sem ver a filha. Ailish desceu rapidamente da cama, uma calça sendo vestidas às pressas enquanto dizia para o outro que iria voltar rápido, o caminho para o quarto da pequena menina foi traçado e, ao entrar o mais silenciosamente possível, ajoelhou-se na beirada da cama da criança. A menina dormia tranquilamente, como um anjinho. Os cabelos… loiros. As madeixas de Nina eram escuras, seus pais disseram isso, todos diziam isso. Eram escuras por causa da insegurança e do medo que a metamorfomaga ainda sentia. Mas ali? Estavam loirinhas como deveriam ser. Sentiu o rosto molhado, estava chorando em silêncio enquanto olhava a filha. Enxergar a figura inocente da filha na cama… era tudo o que tinha pedido desde que a criança foi resgatada pelo Ministério. Seus pedidos tinham se tornado realidade? Não sabia. Mas iria aceitar isso e qualquer consequência que fosse se pudesse vê-la por mais um pouco.
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soul-door · 5 years
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UM CONTO NO SERTÃO DO TIBAGI Autor: Brendo Carvalho Revisão: Zek Ramos
  [PÔR DO SOL NO SERTÃO] Aproxima-se a boiada com os boiadeiros. Seguem levando os bois pelo caminho do Mato Alto. Um pássaro assobia de um jeito diferente e chama a atenção de JOÃO. JOÃO - Mas cê ouviu isso Zé? Parecia que tinha alguém me chamando... Será que é visage? JOSÉ - Crendios João... pare de achar que tem caipora em tudo que é mato... põe teu zoio na boiada que por aqui é cheio das cobra papa-boi... Se pensa demais nessas crendices João. Pensa demais em tudo menos no serviço, na tropeada, na boiada, no trabaio... Já dizia vó Zefa: “Cuidado ca mente que pensa vento, que traz ventania, redemoinho”! JOSÉ - Aia lá, num falei, olha o bezerro indo pro lamaçal... JOSÉ parte em direção ao bezerro. Um passarinho observa os boiadeiros. João fala seus pensamentos em voz alta. JOÃO – Mas não podecê uma coisa dessas não... eu juro que orvi. Cês não ouviro? Hein? Passarinho!? Deve de ser os protetor das mata... Se não foi caipora pode ser saci... se não foi saci pode ser curupira... se não foi curupira pode ser suçuarana, a jaguara... ai ai ai, prefiro o curupira que a suçuarana... JOÃO dá um pedaço de pão ao passarinho. JOSÉ retorna e ouve JOÃO falando sozinho. JOSÉ - AVÉDE Cumpadre João, ocê tá falando com os carrapicho da boiada? Esses bicho não intende ocê não homi... e de novo falando sobre essas mata... com o pássaro ainda... JOÃO - Bobage Zé. Diz que quando a gente fala acreditando memo, os bicho, inté as planta entende... mas eu to é pensando arto memo, porque nesse lugar aqui a floresta escuita, as água dos rio cura, as bruxas vivem nas árvere... JOSÉ - Mai de novo ocê com esta história de floresta que escuita, de bruxa, de causo... Daqui a pouco fala de novo do “Rio de diamante dos sertão do Tibagi”, chega meu cumpadre... põe os pé na tua cela e ozoio na boiada! Daqui a poco a gente chega lá na encruzilhada da Imbuia Braba e ocê se acocora todo! JOÃO - Mai lá é perigoso memo! Aqui no sertão do Tibagi não tenho corage de dentra nas mata... quanto antes nós desce pros lado da Serra mió!!! Os boiadeiros chegam na Encruzilhada da Imbua Braba. Uma árvore frondosa e com um tronco grosso que parecia ter a cara de uma velha senhora. A estrada se divide. João para admirando a árvore. José continua levando a Boiada pelo caminho correto. João ouve um assobio estranho de novo. JOSÉ - Simbora João! Vamo!!! Deixe disso ai e venha para cá logo homi! JOÃO - É aqui Zé. Diz que a partir daqui, passa doze ladeira e cinco cachoeiras. Daí lá entra pelo rio lajeado que chega nos penhascos. Diz que para lá que tem os diamantes... JOSÉ - Pois é. Mas diz que deixaram uns dez tipo de mau olhado e azaração em quem pisa nas folha das mata e se moía nas água das cachoeira... se um cipó cinza de tocar é morte certa... agora vamo que temo que chega na ponte antes do escuro. Daí é o fim do caminho. José se afasta e percebe que o amigo continua olhando e pensando para o outro lado. JOÃO - É um belo horizonte... essas mata... esses campo... daqui pra lá é tudo desconhecido... deve de ter ainda os diamante... que provavermente vão ser de quem chegar primero... de quem for corajoso para ir e pegar primero... de quem não ter medo da mata... João começa a caminhar em direção a mata. O pássaro reaparece e dá uma revoada sobre Joao, tentando espantá-lo. Ele tira do bolso uma atiradeira e um facão. - ZÉ! JOSÉ se aproxima. JOSÉ - Que foi ome! Tá loco no guede? Vambora ag... JOÃO - ZÉ, Leva meu cantil e meu alasão para Pousada da Ponte, que eu vou atrás destes diamantes do Tibagi. Não tamo longe e você sabe cuidar das boiada. Leva os boi seguro que eu quando eu volta rico, te compro a boiada e vamo vive só da riqueza, comenda carne da boa e sem ter que viaja mais... JOSÉ - Cê tá louco João... nossa vida é a estrada, eu gosto de viaja... além do mais o que... JOÃO - Zé não adianta. Eu não vou agora. Vai agora que você tem medo dos escuro, você cuida da boiada. Os diamante tão lá, eu sei que tão. O tesouro desses sertão vai ser de quem chegar no rio antes. Pega meu cantil e vai! Só peço isso em nome do céu e da terra, da mãe e do pai, da boiada e do senhorio!!! José e João se encaram. Discutem de um jeito intelegível e se separam, brigados. Apesar disso José leva o cantil de João. João avança sozinho na estrada. Anda bastante e ouve um rio. Vê alguns galhos e tronco, e rola um deles para se sentar. Um sapo o observa. JOÃO - Oia rãzinha.. oia bem que se tá oiando para um dos ome mais rico desse sertão!!! Quando eu vorta rico não vai ter ninguém que me mande, ninguém que me aponte o trabuco, ninguém que me enfrente... vão trabaia para mim, lamber minhas bota!!! E viaja sozinho, sem muié, sem família... nunca mais!!! João se espreguiça rico em sua mente. A partir dos galhos e troncos onde ele se deita, sai uma cobra e lhe morde no braço direito e na perda esquerda, em um bote rápido, certeiro e muito doloroso. [NA FLORESTA] Anoitece e nuvens de chuva aparecem no céu. Clarões e trovões podem ser ouvidos a grande distância. João com muito esforço consegue acender uma tocha. Improvisa um torniquete e mal diz a cobra com todos os nomes feios que sabe. O animal desaparece no resto de mato. João senta-se num tronco e, percebendo sua situação, roga em voz alta por sua vida para a natureza ao seu redor. João lamenta e pede misericórdia por sua vida. Apenas a floresta é sua testemunha. JOÃO - NÃO, não, não... não posso morrer aqui não... João da Silva Socorro não pode padece aqui no sertão não... João se apoia em um pau, fazendo deste uma bengala. MATINTA PEREIRA - Boiadeiro! João se assusta. Das sombras surge um pássaro, cuja silhueta cresce magicamente, assumindo a forma de uma velha bruxa. MATINTA PEREITA - Espreitei teus passos já há alguns dias... Ouvi teus desejos, de riqueza e poder... sei de teu desgosto, do teu trabalho, e o que te trouxe até aqui... tua ambição! Cortas a mata, mata os bichos, leva a boiada... agora a boiada é levada, e a mata te cobra tua ambição!!! E pela cobra vais ter teu fim, pois o veneno dessa cobra que te picou lhe mata em apenas algumas horas!!! Na fala, acho que o ideal seria tirar ou substituir alguma palavra cobra (Aqui tem um jogo de palavras - cobra,mata, a mata cobra) Uma versão alternativa seria “Matam os bichos, levam a boiada... agora a boiada é levada, e tu é que és morto! E pela serpente vais ter teu fim, pois o veneno mortal lhe matará em algumas horas!!!” JOÃO - QUE ISSO!!! - AI MEU SINHÔ!!! CRENDIOS PAI!!! SAI DEMONHO!!! Quem é você bruxa? Quem é você visage? MATINTA PEREIRA - Hahahahahaha! Seu medo me diverte boiadeiro. Eu sou Matinta Pereira, a velha entidade que habita as matas e as vilas, que vê sem ser vista, que pune e que salva, que tem várias faces, várias formas, e vários poderes... Diante de ti venho porque me ofereceste pão, e pelas leis antigas, boa ação tem que ser recompensada com boa ação. JOÃO - MAS O QUÊ? Eu não to entendendo nada! Eu nunca te vi antes na vida!? Mas se ocê vai me ajudar, então ajuda! Pelamor me ajuda a não morrer aqui!!! Faz uma bruxaria, me cura da picada da cobra!!! MATINTA PEREIRA - Achas que a salvação dá em árvore boiadeiro? Caíste nesta situação por tua própria culpa, e somente tu que poderá salvar-se da sombra da morte. Pois ouve bem boiadeiro, porque minha única ajuda para tu virá agora, na forma de conselho... JOÃO - Então se vai me deixar morrer... MATINTA PEREIRA - Não seu tolo! Eu vou lhe indicar o caminho. Se não conseguirdes percorrê-lo, então deves morrer. (João lamenta, sente dor em sua perna) MATINTA PEREIRA - Talvez devesse ter ouvido o outro boiadeiro... ele estava certo, não devias ter vindo atrás de tesouro nenhum... teu amigo só queria teu bem!!! (A perna de João começa a doer ainda mais) MATINTA PEREIRA - Agora ouves: Para que salves tua vida, beba da água pura da chuva que cairá em breve. Segue pelo riacho lajeado, onde as pedras saem das águas do rio. Caminha até uma ponte de pedra. Lá, deves furar tua mão esquerda em um espinho de cacto florido, antes do amanhecer, e então pingas teu sangue na água de uma cachoeira iluminada pela lua. Quando o fizerdes, pensas no nome de alguém que sinta por você, algo mais forte que o veneno da cobra. Mas a pessoa tem que estar viva! Somente assim poderá se salvar. Se não o fizerdes, o veneno se espalhará por teu corpo, e quando o sol atingir o meio dia, já não passará de um cadáver apodrecendo! Ouvem-se trovões. Uma chuva começa. Pingos caem aos poucos e molham João. A velha bruxa começa a se retirar. JOÃO - Espera, mas que lado eu devo ir? Eu não conheço essa floresta, só conheço lá para os lados dos campos... MATINTA PEREIRA (se afastando) - Prova o teu valor! Ou te perdes para sempre! [NA POUSADA DA PONTE] José chega a Pousada da Ponte com a boiada. A boiada está segura nos currais. Ele percebe a demora de João, enquanto a chuva cai com raios e trovões. JOSÉ - Esse danado se embrenhou pro meio dos mato lá para alturas dos sertão e não vi mais... Eu tô preocupado minha santa... O João já é home feito mas ainda tem cabeça de criança... Lá pro fim do caminho vai acabar perdido, e ainda mais com esta tempestade torando lá fora! Mais raios e trovões. No clarão é possível ver uma sombra estranha no céu na forma de caveira. Ele então deixa seu cavalo e se prepara para partir. JOSÉ - O João tá correndo perigo! Não posso deixar meu cumpadre padece nessa tempestade não!!! Ei seu fazendeiro! Vou lhe pedir um favor! Cuida da boiada que eu vou atrás do João. Talvez ainda dê tempo de encontrar aquele louco antes dele se perder nos mato do sertão! Tomara que a onça não pegue ele!!! JOSÉ se apruma - Ah, mas eu quase esqueci! Não vou entrar nessas mata se não levar pelo menos um trabuco! José entra na casa e volta arrumando um pacote em sua cintura. Ele deixa seu cavalo e a boiada na fazenda e parte para procurar João. [NA FLORESTA] João improvisa uma capa de chuva com algumas folhas grandes. Protege sua tocha da chuva e começa a caminhar pela floresta escura. Relâmpagos iluminam com clarões e geram sombras que assustam João por onde ele passa. Ele toma vários sustos, mas acaba percebendo que as sombras eram apenas formas de árvores e pedras na floresta. Ele caminha por algum tempo, até chegar próximo de um pequeno canyon. Algo se move nos arbustos. João se vira e procura assustado uma forma de iluminar a mata. JOÃO - Quem tá aí? APAREÇA DIANHO! - João caminha para trás em direção ao barranco. Algo se mexe na mata mais uma vez, e ele toma um susto, indo de costas em direção ao paredão. Surge uma onça, ruge para ele e se aproxima para lhe dar uma mordida. JOÃO - Eita que é o fim do caminho... sai! Sai! Sai sua JAGUARA!!! João caminha de costas e cai no barranco. Rola abismo abaixo até cair sobre o leito de um rio. Logo a frente ele vê um pequeno riacho. O homem ferido dirige-se ao rio para lavar suas feridas. Pouco depois a onça é ouvida, e João se vê obrigado a atravessar o rio. Ele acaba chegando ao outro lado do canyon, nos pés do barranco. O felino aparece e o cerca. No paredão, João vê um cacto enorme crescendo sobre as pedras. Ele pega parte da grande planta, e perfurando sua mão esquerda, e ameaça a jaguara. JOÃO - PRA TRÁS, para trás besta!!! A criatura pula sobre João. Ele se abaixa e joga um ramo de cacto na face da criatura. Cega, ela cai sobre uma cama de espinhos. João atira outro ramo do cacto e acerta mais uma vez a criatura. A Jaguara ruge de dor por estar ferida e foge para os sertões. JOÃO - VAI! Vai embora besta fera!!! A chuva para. João se ajoelha. Sente a dor em seu corpo, o veneno, e os ferimentos dos espinhos. Ele olha para o céu, e então para a lua. Ele chora. João se recupera. Percebe que o rio ali tinha pedras que saiam de dentro de suas águas. JOÃO - Agora é melhor eu continuar o meu caminho... a dor tá ficando forte, e minhas perna fraca... Esse deve ser o rio que a Matinta falou, o rio que vai para ponte de pedra. Agora que a chuva passou eu já vejo a lua, então não devo ter muito tempo sobrando... Com dificuldade, ele caminha ao longo do rio, iluminado agora pela luz da lua. João caminha ao longo do leito do rio, e percebe que as suas águas brilham sob a luz lunar. Depois de algum tempo, ele percebe que o rio parece refletir o céu. JOÃO - Mas que rio bonito... dá inté para ver as estrelas do céu e a lua refletidos nele... - João olha para cima e vê que o céu está sem estrelas, por conta das nuvens. Percebe que dentro das águas do rio existem pequenos diamantes. JOÃO - Peraí... isso não são estrelas... SÃO DIAMANTES! Diamantes!!! - Ele corre para dentro do rio e começa a catar os brilhantes. - EU TÔ RICO!!! Eu tô MUITO RICO! Ele enche o bolso de pedrinhas, mas sente a dor do corpo e quase cai dentro do rio, por conta de sua fraqueza. JOÃO - Eu tô rico... eu tô rico... eu tô... eu tô.. morto. O boiadeiro se senta em uma grande pedra na beira do rio. JOÃO - Hahahahaha... chega até a ser engraçado sabe... eu vou morrer rico como eu sempre quis... cheio dos diamantes, em uma terra que é... minha!? Hehehehe... Que pena João... será que valeu a pena? Ao fundo houve-se o barulho de uma cachoeira. JOÃO - Será que isso que eu tô ouvindo é uma cachoeira? Será que eu ainda tenho chance? Ele se levanta, com o bolso cheio de diamantes, alguns caem no rio... Ele olha para as águas cheias de diamantes e depois olha para a direção de onde vem o som da cachoeira. João se levanta, se apoia no cajado, e vai embora. [NA MATA] José entrou na mata e começa a encontrar vestígios de João. Ele observa o chão, as pegadas, sinais de facão e o que indicasse a passagem de seu amigo. Uma coruja parece observar José. JOSÉ - Mas será possível que isso aqui é sangue do João? E esse rastro de botina? Essas pegadas aqui vão para os lados do sertão, só pode ser ele... Se o João estivesse aqui ele diria que a Mata ia me mostrar o caminho... E agora? Será que alguém nessa floresta pode me ajudar? Eu acho que não... José suspira e continua olhando para o chão. A coruja pia JOSÉ e chama sua atenção. JOSÉ - Ué... sai bicho, tô preocupado com meu amigo... se você não vai ajudar então sai... deixa eu procurar o louco do João antes que... MATINTA PERERÊ (CORUJA) - Ora ora ora... sempre tão arrogantes os homens!!! Presta atenção ao teu redor boiadeiro! A floresta te conta tudo o que precisas saber. JOSÉ - VALEI-ME Minhassassinhora meu senhor que a coruja tá falando!!! Sai visage!!! Sai dianho!!! MATINTA PERERÊ (CORUJA) - CALA-TE e ouve-me boiadeiro, me poupe da tua covardia. Teu amigo João corre perigo. Ele foi picado por uma cobra, e o cheiro do seu sangue atraiu uma suçuarana. Ela agora está prestes a pegá-lo, se quer ajuda-lo, vais ter de me seguir. JOSÉ - Onça? Seguir ocê? Uma coruja que fala? De noite? No sertão? O João vai morrer? MATINTA PERERÊ (CORUJA) - SIM! Se você não ajuda-lo, ele morrerá. O que vais fazer boiadeiro? Tem coragem para enfrentar o medo e a diabrura do destino, ou vais fugir correndo para os campos? (pausa) José hesita. Pensa. JOSÉ - Me mostre o caminho coruja. Eu vou com a tocha numa mão e o trabuco na outra. [NA CACHOEIRA] João chega a cachoeira. Ela fica a beira do enorme canyon. Sobre ela, uma ponte de pedra. O dia começa a raiar no horizonte. João com muita dificuldade se aproxima do local, para derramar sua gota de sangue. JOÃO: - É aqui! Nem acredito que eu consegui chegar! Agora se a bruxa tá certa, eu só preciso derramar umas gotas de sangue na água dessa cachoeira, pensando em alguém que me tenha bom sentimento! João sobe na ponte estreita, o barulho da cachoeira o faz tremer. Ele teme a altura e tem medo de cair. Se apoia bem no seu cajado. JOÃO - Bem... Rosinha não me quis... Felisberta também não... Maria das Dores já casou com Coronel Pedrosa... Capitu tá com o Bentinho.. ou o Escobar? Ceci tá com o Peri... Meus pais já morreram... Eita diacho!... Eu não consigo pensar em ninguém que me goste, e agora o Sol já vai nascer... pensa, pensa, pensa, pensa, João! Quem tem algum apreço por ti!? Ouve-se o rugido da Suçuarana. Ela aparece em uma das extremidades da ponte, do lado dos sertões. João se assusta e quase cai. Ele não pode correr. Está vulnerável. JOÃO - Ai eu não acredito que essa jaguara veio até aqui atrás de mim! Justo agora que eu precisava me lembrar de toda minha vida... mas é isso.. dizem que quando a gente vai morrer toda nossa vida passa pelos nossos olhos mesmo!!! Ai meuteustocéu... A suçuarana rosna e se aproxima lentamente. João se abaixa tentando se afastar e se equilibrar. Ele cai sentado e se machuca ao sentar sobre o pedaço de cacto que guarda com si. JOÃO - Ai ai ai!!! AI AI!!! Toma ISSO então!!! João tenta atirar o segundo pedaço de cacto na onça, mas ela desvia. O truque não funcionou uma segunda vez. O cacto cai no rio, com sangue de João. A onça continua se aproximando. João começa sua reza de despedida. JOÃO - (sons de reza ininteligíveis) eu não devia ter sido tão ambicioso, eu devia ter ficado junto do meu compadre Zé, amigo de tantas viagens... pois é... Acho que o Zé foi a única pessoa que esteve sempre comigo a vida toda... perdão Zé, por eu ter abandona por minha ambição... A coruja e José chegam ao local. O Sol está nascendo. JOSÉ - JOÃO! O QUE VOCÊ TÁ FAZENDO AÍ HOMI! Vem para cá! Olha a onça aí em cima de você!!! - Grita José em desespero. João não acredita muito bem no que vê. Ele tenta se convencer da presença do amigo, mas já aceitara seu destino. JOÃO - ZÉ!? É VOCÊ ZÉ? Esse é meu fim meu amigo. Eu tô muito machucado para poder correr cumpadre! Me perdoe ter vindo para cá! Mas eu encontrei os diamantes Zé, estão todos aqui... João tenta mostrar os diamantes a José, mas eles caem na cachoeira... João chora e ri ao mesmo tempo, porque agora nada já lhe importava mais. José percebe que o amigo estava ferido, e procura o pano com o trabuco em seu saco. A onça rosna e pula sobre João para lhe dar a abocanhada final. Neste momento ouve-se o tiro único do trabuco, e onça cai morta aos pés de João. Em seguida, cai da ponte de pedra cachoeira abaixo. João e José se reúnem na beira do rio. O amanhecer acontece. JOSÉ - Você é louco homem! Veio até aqui por causa destes diamantes, olha o estado em que ocê tá!? E essa mordida na perna? JOÃO - Foi uma cobra Zé... eu já não sinto mais nada... minha visão tá escura... eu tenho muita dor por tudo, tudo dói... JOSÉ - Eu não devia ter deixado ocê vir não cumpadre. Me perdoe. JOÃO - Imagine cumpadre. Ocê me salvou do papo da Jaguara. Ocê só não pode me salvar de mim. Da minha ambição... João se deita. JOÃO - Oia Zé... sobrou um único e último diamante... leva ele para você como símbolo da nossa amizade... compra a tua boiada e nunca mais volta a estes sertões... vai em segurança para tua casa meu amigo, que meu fim é aqui... JOSÉ - hahahaha eu não acredito que você ainda ficou com um diamante João. Ocê é louco!!! Eu não sei se posso aceitar meu amigo, temo que dar um jeito de levar ocê daqui... esse diamante há de paga um bom dotô que... JOÃO - que nada Zé... só leva. Meu tempo aqui já passou do fim. Agora já perdi tudo. Apenas leve meu nome, diga que foi João da Silva Socorro que primeiro adentrou estes sertões do Tibagi! Uma última honraria para seu falecido cumpadre, meu amigo. JOSÉ - Pode deixar João. Ninguém vai esquecer do teu feito meu amigo. MATINTA PEREIRA (CORUJA) - AI NOSSA CHEGA!!! Desse jeito vão me fazer vomitar!!! A coruja se transfigura para a bruxa. João e José se espantam. MATINTA PERERÊ - Fizeste o que eu disse - Aponta para João. - Salvaste o teu amigo! - Aponta para José. - Agora é a minha vez. A bruxa então recita um feitiço final: SOL QUE NASCE E TUDO AQUECE ÁGUA DA CACHOEIRA MORTAL PELA LUA QUE DESAPARECE EU ROGO ESSE FEITIÇO FINAL COM O CACTO QUE BROTA E FURA E A ÁGUA DA CHUVA QUE CAI O VENENO AGORA SE CURA E A MEMÓRIA DA NOITE SE VAI O CAMINHO DOS DIAMANTES TERÁ SUA MEMÓRIA APAGADA COMO COSTUMAVAM FAZER ANTES VOLTARÃO A SUA VIDA DE BOIADA O TESOURO ENCONTRADO, A LIÇÃO APRENDIDA A AMIZADE QUE SALVA PROTEGE A VIDA TIGABI, JAGUATIRICA ITAIACOCA E PARANAPANEMA SUÇUARANA ITARARÉ IAPÓ E BORBOREMA (repete três vezes) [NA POUSADA DA PONTE] Os dois boiadeiros são envolvidos por uma tempestade mágica de penas e folhas. Eles se encolhem e então, o barulho todo passa. Quando abrem os olhos estão na entrada da Pousada da Ponte. JOSÉ - MAS o que foi isso meu cumpadre? Minha cabeça tá toda confusa... estávamos na mata e agora estamos aqui? Que bruxaria foi essa? Eu tinha ido... eu tava na.. eu fui... eu... o que que a gente tava fazendo mesmo? JOÃO - MINHA PERNA! Minha mão!!! Está tudo curado!!! A dor passou, finalmente a dor da... do.. eu estava... mas o que é que aconteceu memo Zé? Eu só lembro que eu não devo entrar na mata... é mais ou menos isso... JOSÉ - Oia João, eu não sei viu... eu não gosto destes sertões. Vamo volta para boiada, vamo descansar na pousada... João olha para trás. Fica tentando se lembrar do que havia acontecido. José volta. JOSÉ - JOÃO DO CÉU! Eu fui guardar meu trabuco e achei um diamante no meu bolso!!! JOÃO - O QUE CUMPADRE? UM DIAMANTE? MAS É REAL? JOSÉ - NUM SEI CUMPADRE MAS ACHO QUE É!? JOÃO - TAMO RICO CUMPADRE!!! JOSÉ - TAMO RICO!!! ALEGRIA!!! Peraí, como assim tamo rico? JOÃO - Ué amigo, o que é teu é meu e o que é meu é meu lembra? Tô brincando cumpadre!!! (os dois riem). JOSÉ - Então vamos descansar amigo, tô moído, parece que não dormimo nada essa noite... e você tá tudo esfarrapado! Vamo pedir umas roupa nova, tomar um café e tomba nas rede da pousada!!! JOÃO - Falou tudo Zé. Acho que me perdi na tempestade e só me passa pela cabeça descansar um pouco agora... e então, qual é a boa? José grita na direção da pousada. JOSÉ - Fazendeiro! Já passaro o café? Vem João, que agora vamo tirar a barriga da miséria!!! JOSÉ - Vamo cumpadre. Bem no fim não tem nada melhor do que comer e beber bem com os verdadeiro amigo! FIM
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aleixoma-blog · 5 years
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As Cronicas de um mundo Caduco -  Capítulo 1
Ô frívolo leitor, por que me lês? De malgrado, é-me curioso saber o porquê de alguém correr os olhos sobre mim e, sobretudo, o porquê desse alguém ficar estático e corado quando os olhos que me leem são lidos por meus negros olhos. Cuidado, pobre leitor! O livro que está em tuas mãos poderá ser aquele que irá deflora-lo[1]. Não o contrário... “Sim: canis canem edit[2]. Hum! ”.
        Oh! É-me divertido o teu jeito tolo de comportar diante de minhas palavras. “Diante dos meus desejos”. Sim, tua cara de assustado ou, talvez, de imaturo. Mas não tenhas medo nem te envergonhes. Enquanto estiveres comigo, qualquer diferença ou distância: deleta-as, esquece-as. E, se já te sentires à vontade, ofereço-te pão e vinho. “Ah! O sangue e o corpo”. Senta-te e cearemos...
        Contudo, se ainda não sentires confortável, podemos nos conhecer um pouco mais. “Ha! Pobre leitor ingênuo[3]”. Quanto ao teu nome ou a tua história, não te preocupes. Não me interessam. Já as minhas, por vaidade quero conta-las: HAHA[4]!
        Meu verdadeiro nome é Azallus. Sou um espírito da linhagem dos segundos homens[5], exilado das terras longínquas por carregar em meu peito a empáfia pelos prazeres do corpo. “Ad impossibilia nemo tenetur [6]”. Ou pior, por concentrar todas minhas energias em estratégias pouco bondosas para sustentar o meu brio. Por hora, não vem ao caso o detalhes de meu exílio... “A verdade é que meu comportamento nunca fora moralmente adequado para a sociedade de hipócritas em que vivia”. No entanto, saiba: ostentei, de fato, joias que todos os seres-humanos são moldados a exaltar: poder, riqueza, beleza e juventude... e as ostentei sem nunca abandonar os meus valores religiosos e morais[7], que garantem o meu superior estado de consciência. “HAHAHA! ” Sim! E com júbilo fiz tudo aquilo que tens vontade de fazer, parvo leitor, mas ainda és fraco demais para tal[8]. Wow! HAHAHA! “Mísero! Há medo vaporizando pelos poros de sua pele...”. Bem, leitor imaturo, ainda completo minha apresentação com uma última ressalva: ao olhar para minhas memórias, asseguro-te serem tão fascinantes que as repetiria até o ocaso de nossa existência. Não tenhas, portanto, medo! O prazer é sobejamente delirante e prestigioso. Entrega-te a ele. “Entrega-te a mim”.... Esqueça, pois, as farsas que os homens ditos de bem lhe ensinaram. Até porque, eles também são atores desse disparate... encenando um teatro tão esdruxulo e frívolo, que confesso até ser jocoso e pilhérico... “Jocoso, sobretudo quando os atores voltam para casa e se deitam comigo para descansar a própria alma...”
           “Pobre leitor imaturo, consigo ler através de seus olhos o sentimento de horror que já criaste sobre mim... e curiosamente, um sentimento de fascínio também. Não quero simplesmente te conquistar por meio do meu ego inflado. Dar-te-ei, pois, a opção de continuar ou não junto a mim”.
        Néscio leitor, se não gostaste de meu ego, fecha teus olhos e não mais me leias. Se preferires também, pula para os capítulos seguintes ou procura outrem! Para malgrado, se quiseres ficar, mostrar-te-ei o esclarecimento de o que realmente sou: um herói[9]. Sim! Elejo-me superior aos reles mortais, porque, diferentemente deles, não sou hipócrita em esconder peccata mea[10]. “Pelo menos não do meu próprio ego”.
        Ainda desejas continuar? “Tão tolinho, mal sabe quem sou e pretende me seguir por minha história. HAHAHA! A sorte está lançada, feito moeda de ouro jogada a uma fonte em troca de um desejo: desejo byroniano! Posso ver através desses olhos... tê-los-á, estulto leitor”.
        Bem, parvo companheiro, alea iacta est[11]... Aprovo tua tolice em continuar, porém preciso que cumpra alguns preceitos. Estes nada mais são que pré-requisitos para todo sujeito que deseja caminhar ao meu lado. É-me de sumária importância que tu te vistas igual a mim, com um manto e um capuz, destarte não serão vistos os teus traços; como nem os meus. Faço isso por prudência, posto que alguns poucos vaidosos desejam meu ocaso. “Enquanto outros me desejam no ocaso dessa farsa[12] ”. Ah! Também não te esqueças de levar contigo pelo menos um punhal e algumas moedas de ouro, talvez paremos para uma cerveja ou um cálice de vinho. “Referi-me principalmente ao punhal, HAHAHA! As moedas serão apenas parte do nosso espetáculo circense”.
           Se lhe falta algum dos itens propostos, adentra aquela porta. Ela te levará a um quarto com uma cama de palha e um baú. Neste, encontrarás o que precisas. Hm! Antes que me esqueça, não te incomodes com a moça dormindo na cama. Ela não precisará de nada mais. “Além de um coração que bata, é claro, HAHAHA! E talvez um corpo melhor para a próxima encarnação. Ou talvez não... para aquele seu marido, qualquer boceta serve... ele era um sujeito tão feio que fiz bem em dá-lo de alimento aos porcos, HAHAHA! ”.
        Avante! Vamos embora desse casebre, percorrendo a noite sem destino. “Coitado[13], deixo-o pensar que não temos destino...”. Qualquer instrução necessária, que brotar em minha cabeça, notificarei. Fecha a porta quando passar. Não se preocupe em trancá-la, seus donos não precisarão mais dela, HAHAHA!
        Seguiremos por aquela estrada logo a frente. Ela nos levará a uma antiga vila chamada Verona. Já te adianto que a viagem durará cerca de sete noites. Durante o clarão do sol, repousaremos numa das várias choupanas de camponeses que se criam pelo caminho. De forma alguma os moradores ficarão incomodados em receber visitas. Ah! Digo-te mais, pobre leitor, alguns até ficarão lisonjeados. Sim! Ah.... Já que estamos falando de agrados, lembrei-me de ti notificar algo: por ainda ser um aprendiz, prefiro que apenas contemples as travessuras, sem delas participares. Voyeurismo! Sim! Voyeurismo, senhor leitor, HAHAHA! Definiste bem as travessuras... e espero de todo meu âmago que goste das parábolas de semeadura[14] que traçaremos pela frente...
        “ Leitor, virginal, talvez nunca percorreste com seus dedos a anatomia da noite. Ser-me-á grã honra vê-lo desvirginar! Mordicar a maçã enquanto lambisco tua boca... ”
        HAHAHA[15]! Perdoa-me, leitor, sou-me suficiente para dar algumas gargalhadas de vez em quando. São tantas histórias por quais já vivi. Às vezes, eu as relembro e logo me encontro rindo dessa forma, alto….
        Leitor, antes que me esqueça, devo-te lembrar que é de suma importância que você também verbalize os seus pensamentos. Claro, que eu até posso lê-los na hora que bem entender[16], contudo preciso também confessar que me é cansativo adentrar a sua consciência. Sim, sua cabeça está tumefata de lixo. Para mais, o entulho que tu trazes é daqueles mais medíocres, que todos os homens ordinários carregam. Não quero te ofender, nem te humilhar. Sei que és uma vítima da sociedade de primatas em que vives[17]!. HAHAHA! Não te pasmes! Quero apenas o teu melhor: que não sejas mais um homem trivial. “Se bem que, sua cara de pão será de muita serventia para nossos disfarces. Quem desconfiará de essa sua cara de tolo? Oh! HAHAHA!! ”.
           Querido infante, se tens sede paremos para saciá-la. Ouço um barulho quedo de água. Há um córrego ao lado. Devem haver árvores frutíferas também. Podemos fartar a nossa fome nesse seio tão acolhedor da Natureza. Tenha apenas a fineza de não se sujar. Fico incomodado com as pessoas que não tem jeito para comer. Oh!
           Satisfeito? Também estou.... Avante, a alvorada não tarda brota e desejo refúgio quando ela surgir. Não será difícil, eu adianto. Como observaste por todo percurso, há casas de campinos regularmente dispostas ao longo da estrada. Qualquer uma dela ser-nos-á de bom grado.
           “Acredito que aquela próxima seja a escolha perfeita. Os primeiros raios de sol já correm através dos céus, anunciando a alvorada. Possivelmente os agrícolas já saíram para seu ofício, deixando apenas as pobres donzelas em casa. Hum! A fumaça cinzenta confirma meu diagnóstico: o leite já fora fervido! Os trabalhadores já tomaram seu desjejum e se retiraram. ”
        Moço leitor, vês aquela próxima casa? Pois bem, ela será o nosso albergue para o sono. Não te preocupes: não usaremos nem teu punhal nem tuas moedas. Eu já tenho um plano. Para isso, apenas quero que continues sendo quem és: um leitor tolinho cuja melhor resposta sempre será o silêncio. HAHAHA!
        “A casa é bem simples: por fora parece ser composta por apenas uma sala com um fogão a lenha e mais um quarto. Se tiverem filhos, certamente estarão dormindo na sala. No entanto, não farei mal em acordá-los ”.
           TON! TON! TON!
           - Há alguém em casa?
        Ron![18]
“ Uma mulher, como previ”.
        - Bom dia, minha senhora, receio muito em incomodá-la, mas...
        - Bom dia, não incomoda. Já me levantei para ferver leite para meu homem...
        - Ah! Sim! Pois bem, nós somos sacerdotes em viagem para o Santuário de Da-Li. Estamos viajando a pé, desde Dente da Serpente, onde desembarcamos...
        - Humm...
        - E como podes ver em nossos olhos, estamos muito cansados e com bastante fome. Decidimos viajar pela noite para evitar o sol quente, que certamente nos deixaria ainda mais cansados.
        - Entendo, mas não vos é perigoso?
        - Moça sábia, dou-te razão, entretanto a fé que carregamos é-nos um escudo forte o bastante para os terrores noturnos.
        - Já ouvi muitas estórias sobre fé, reverendo. Compreendo bem quão poderosa ela é.
        - Então, precisas ouvir as que trago comigo. Até porque, são a única recompensa que posso lhe oferecer em troca de uma cama para descanso e um pouco de leite quente.
        - Oh! Sim! Entre, tenham a bondade...
“ Possivelmente ela não deve ter filhos, não há mais ninguém em casa além da jovem amásia”.
        - Os céus ouviram nossas orações. O teu bom nome será inserido em nossas rezas noturnas. Os deuses lhe pagarão pela sua bondade. Eles são mui justos e sempre pegam a mais pela caridade...
        - Noviços, não reparei em nosso lar. Ele é mui simples, mas confortável. Há leite aqui no caneco e água no pote de barro. Usem estas canecas de barro e sirvam do pão e das frutas que temos.
        - Que fineza, minha amada! Ficaremos à vontade. Quanto a ti, se tiveres algo a fazer, faça-o, não se preocupe conosco.
        - Oh, reverendo. Nada tenho o que fazer por hora. Na verdade, digo-te que desejo até conversar...
“ A mulher é carente. Quem não seria ficando a manhã toda sozinha, enquanto os campinos trabalham? ”.
        - Bem, senhora... sobre o que se trata? Não te acanhes na nossa presença. É grande sapiência trazermos à luz as escuridões que nos assombram. Os deuses festejam com as confissões. Elas mostram que a verdade que há dentro do teu interior, a sua consciência, brilhou com intensidade suficiente para discerniste o bem e o mal[19].
- Snif[20]! Snif! Reverendo, tens razão... há trevas e angústia em meu íntimo. Creio que fora uma praga de quando me casei. Fora tudo arranjado e na época não quis... Snif! Meu pai obrigou-me a casar. Ele desejava um neto varão... Snif! Disse a mim mesma que não queria, que nunca quis ser mãe; mas nunca disse a ele...Snif! Desde então, nunca consegui me engravidar.
“ Mais uma clássica estória de camponês. Será que digo que o pai dela queria, na verdade, era ter uma boca a menos para sustentar? HAHAHA!”.
- Não chores, puella. Acalma-te!
- Meu senhor, pelos deuses, sou culpada! Snif! Snif! Snif!
- Acalma-te... não és culpada... ninguém pode ser culpado por sua própria ignorância, do mesmo modo que também não podemos nos limitar a ela. O perdão precisa sempre ser maior... vou te buscar água, aquieta-te...
        Leitor, pega um copo de água para a donzela e permaneça firme, com boas intenções para com ela. Precisamos de um ambiente energético e espiritual para que um milagre ocorra.
        - Beba... sentes melhor?
        - Oh! Meu senhor, se sinto! Há já alívio em meio peito. O fardo que carreguei não mais me pesa tanto. Mas ainda estou fraca e trêmula por o ter carregado...
        - O que tu precisas, por hora, é de descanso... O primeiro passo fora dado: quebraste as amarras que a prendia em sua consciência. A partir de hoje, nunca mais pensarás nisso. Prometa-me?
        - Oh! Sim! Prometo...
        - Os céus se alegram! Mas o milagre ainda não fora feito. Ainda não estás grávida. Há de dar um varão a teu pai e a teu homem. Levar-te-ei a teu quarto e lá proferirei um rito sacramental[21].
Querido leitor, farta-te e depois dorme naquele tapete próximo ao fogão a lenha, enquanto oro pelo bem de nossa tão quista senhora. Tenho fé que ela se engravidará hoje! “Mas não de seu marido. HAHAHAHA! “.
[1]Advertência inicial ao leitor.
[2] Cães comem cães. Ditado latino que se refere à maldade humana, enfatizando que ninguém está seguro. Azallus o emprega com ironia em seu pensamento, sendo até um planejamento maléfico de persuadir o leitor para um ato sexual.
[3] Pensamento extremamente característico de Azallus, o que confirma sua atitude maníaca de superioridade e arrogância diante do leitor.
[4] O personagem é extremamente caracterizado por uma risada maligna que ecoa insanamente, mas logo cessa. Muitas vezes, Azallus ri de seus próprios pensamentos, haja vista que são exacerbados de ironia.
[5] Os mitos dizem que os primeiros homens são aqueles que a Natureza fez de bom grado; já os segundos são alguns poucos espíritos que dizem descender dos próprios deuses de Sômnia. Muito pouco ainda se sabe sobre eles. Mas, certamente a inteligência que carregam está mui longe do horizonte humano.
[6] Ditado latino que se traduz: ninguém é obrigado a fazer o impossível. Para Azallus, comportar-se de forma ideal perante à ética, negando os pecados carnais, é impossível para os homens.  
[7] Ironia! Os valores morais e religiosos do herói são o mais puro hedonismo!
[8] Como será esclarecido ao longo da leitura, o personagem é extremamente crítico aos mecanismos de controle social.
[9] Azallus utiliza de uma ironia machadiana ao se dizer um herói.
[10] Traduz-se em: meus pecados.
[11] Traduz-se em: a sorte está lançada, o que alude ao seu pensamento no parágrafo anterior.
[12] Pensamento que já dá uma pincelada sobre os planos malignos do herói. As roupas serão um útil disfarce para as futuras farsas que o herói e o leitor encenarão.
[13] Azallus refere-se ao leitor em pensamento.
[14] Ação de jogar sementes à terra, durante a auto manipulação sexual. O termo parábolas de semeadura é entendível como crônicas eróticas.
[15] Risada histérica de seu pensamento anterior.
[16] Azallus é um espírito da linhagem dos segundos homens, por isso ele diz possuir algumas habilidades mágicas como ler pensamentos e persuadir pessoas.
[17] Crítica severa à sociedade em que o leitor vive.
[18] A porta abre-se.
[19] Referência à teoria racionalista de Platão.
[20] Um leve choro brilha na respiração da donzela.
[21] Mentira fajuta!
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cavernassuspensas · 6 years
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O referendo e o referee. Calma. Idade em movimento. Tens mil dóllares. Caras de fora. Tudo a andar. O skate e a t-shirt. Demorou muito tempo. O monstro e a prancha da piscina. A crista loura. A música está a convidar. É pena estes gajos não gramarem a tua cara. Um pintainho. Gelo e um copo de água. Estás a escrever poesia? Então? Um passeio de publicidade. A lua gruta. Quis enterrar na lama. Polícias dos diabos. Adversários e juízes. Vergonha no ar. A luz da lua para os homens. Hoje está lua cheia. É o que ilumina a noite. Queimado. Pessoas e drogas leves. Passa-me uma modelo e uma cereja. Vivendo numa lápide. Todos juntos. Pessoa por pessoa. Cheias e vergonhas. Estúpidos e barrigas. Albertina. Arte contemporânea. Deita fora. Que sejamos livres. A saudade esquarteja. Fiz-te para te odiar. Agora vou ensinar a minha mente. Esta Stacey. Esquiça. Ela brilha. É judista. É uma piada. Fica em Vénus. É bonita. Tontei conhecer-te. A terrinha toda. Tanta tonta. Eu sei que lambe. Mas por certeza. Não tem tempo. Não se importa. Espero que a polícia não venha. Não deve tempo. Coca-Cola é a cor da paz. Eles teimam o centro. Eu e o doutor. Não tem cor. Qual a cor e qual a cor? Mostra Chicago. Tequilla. Onde está o rato. Quero vinho. C.O.C. À vontade. Uma filha. Não tem água verde. Mente e deita-te. Seis euros. Bandelete. Está calor. O verão vai poder. A boneca encarnada. Tanta política. Piscina. É maricas. Muda de chaves. Ana. Mas quem me mudou? Nada. A vida é volley. A minha trotineta. Ignorante. Horas e olhos. Podemos enganar-mo-nos juntos. E aqui vamos nós. Nada. Movemos o comboio para reparar a cancela. Diz álcool. É fogo. Liga o rádio. Vou apanhar-te. Então como estás? Estou bem de saúde. A cidade está perigosa. Carraças nos telhados. É tempo de inverno. Chiclet. Canta comigo. Che. O Che está quente. É uma raça dos diabos. A cidade está a dormir. És desporto. Madonna e Mamamia. Fui ao dentista. Não vou lá mais. Estou aqui mesmo. Não há mais nada. O céu cumprimenta. Ao rubro. A história em si. Agora não há racismo. Mijei. Camelo lá. Vai perder. Dois dóllares. Mudou a minha vida. De que cor é ela? Eles vão apanhar-te. Vão levar-te para a escola. Tens a mente de uma bomba. Podes vender amor. Volta para mim. Não deixes que te mudem. Glória dos anjos. Tens uma face dentro de ti. Eles dizem que hão-de sobreviver. É a idade. Way down. Feita. Este coracem. O palhacéu. Óculos desconfiados. Passa sem ninguém. Ninguém vê. Ontem, na rádio. Fica, filho. Dálmáda. Tenho medo de ti. A caça nova. Pensa agarrada. A melancia da mamã. A cor escurecida. Tira tear. Seja o mar aguado. À fantasia. Este mano na mão. Vamos embora. A estatueta e tu. A casa traz de tudo. Siga o seu rumo. Temos móbeis. Abandono mexicano. Siga a magia. Cego de ti. Tem manicure. Aleleleleluia. É da electricidade. A geografia do inferno. Devia estar calada. A geografia da chávena. Alililililuia. É a mola. Mais álcool. Toda a tua sanidade. Um passo púrpura. És até um. Vais partir com uma dama. Envia-lhe uma sandwhisky. Pasta. A Sofia e o tio. Contagiarte e um carreto. Sou bastardo. Sangue que não vale nada. Levaste. Está tudo maluco na Trofa. A Mónica. Nine. Sentados. Em pé. O Rafa vai escolher a mulher. Raios que os partam. Isto tem qualquer coisa a haver com álcool. Isto é para a vergonha. Tróia sai com a vitória. Mulher. Xicaixa. Mai madre. Vai arder. Ai, rádio... Um astrocurta. Strip. Junto à sineta. Não pára de bailar. Pela manhã é saudade. Na boca da madeira. Vão para fora. Não pára de chorar. Movendo a sua cadeira. A noite inteira. Correria de carroça. A carrapa e a carrata. Lança o bailarico. Enquanto não tenho emprego. Não há caminho. A cintura.
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1dzaynimagines · 6 years
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Pedido:”Faz um com Zayn,que ela é gorda e por ele ter namorado a Gigi e a Perrie,ela se sente muito insegura,mas Zayn mostra pra ela que ele a ama do jeitinho que ela é,e não mudaria nada nela” IMAGINE ZAYN MALIK Olhei mais uma vez para aquela foto na revista.Uma das ex-namoradas de Zayn estava fazendo propaganda de uma marca de lingerie.Seu corpo “escultural”,seu cabelo loiro e brilhante,como se tivesse acabado de sair do salão,e seu sorriso com dentes perfeitos,sambava na minha cara. O fato de Zayn,meu atual namorado,ter namorado uma modelo da Victoria’s Secret e uma cantora de sucesso,fazia-me sentir insegura.Eu não era nenhuma famosa,ainda estava finalizando a faculdade,tinha uns quilinhos a mais para o padrão social e meu talento era ler de trás pra frente.Eu nunca comentei isso com Zayn.Acho que ele desconfia,mas nunca disse nada.E acho que é melhor assim.Ele não precisa saber que sua namorada não se acha suficiente para namorar um cara como ele. - Oi,Sn.- Zayn disse sorrindo quando chegou em casa.- O que é isso?- perguntou quando sentou-se ao meu lado. Zayn e eu não éramos namorados muito normais.Não curtíamos esse apelidos melosos,como “meu docinho”,”amor da minha vida”,ou “meu raio de sol”.Era Sn e Zayn,no máximo amor.E só.Também não gostávamos de declarações românticas.Gostava disso,e,aparentemente,ele também. - Uma revista.- disse como se ele fosse um ET.- Sabe,várias folhas,com fotos,receitas,notícias e propagandas. - Eu sei o que é uma revista.- ele disse rindo e olhou para a página que estava aberta. Droga. - É a Gigi?-ele perguntou franzindo o rosto e travei. - É?- fingi,fazendo uma cara de surpresa. - Por que você tá vendo essas coisas?-perguntou desconfiado. - Ela é bonita,né? - É.-ele respondeu e senti meu sangue subir.-Mas a minha namorada é mais.-concluiu e sorri bobamente. - Você é um namorado muito legal,míope e mentiroso.-falei rindo e ele revirou os olhos. - A míope da relação é você.-ele disse e não pude negar,usava lente desde que descobri que teria que usar óculos.Já usava aparelho na época e,sinceramente,aparelho e óculos não combinam.- Estou sendo sincero,Sn.Se você fosse feia,eu falaria.Sabe disso. Não falei nada.Zayn era aquele tipo de cara que era sincero,até demais.Ele nunca disse que eu era gorda,mas também nunca negou.Já me chamou de cenoura quando usei um vestido laranja e de panda quando acordei de manhã logo depois de uma festa,mas nunca,nunca,deixou de chamar-me de linda,porém isso não me convencia. - Por que você me namora?- perguntei antes que o medo me impedisse. - Do que você está falando? - Por que você escolheu ficar comigo?Porque eu não sou nenhuma miss da beleza e nenhum gênio da ciência.Sou chata pra caramba,não tenho um corpo dentro dos padrões de beleza da sociedade,não sei tocar nenhum instrumento e não tenho grana.Então diga-me o porquê de estar namorando este caco. - Eu namoro você,porque é a única que pode me fazer completamente feliz.Namoro,porque te amo e quero ficar ao seu lado até sermos esquecidos pela sociedade.Pare de rebaixar-se tanto,Sn.Não vê a pessoa maravilhosa que você é?Quantos homens quebram o pescoço para te ver passar?Sou um sortudo por ter-te. - Você sabe que eu te amo,né?- disse sorrindo. - Eu sei.-ele respondeu e beijou-me. Sentia-me um pouco melhor com sua declaração.Senti que eu precisava desabafar com ele.Zayn me amava,né? - Zayn,-comecei-eu perguntei isso,porque...porque eu não me sinto o suficiente para namorar alguém com você,um cara famoso,bonitão e gentil.Você namorou garotas bonitas,ricas e talentosas.E do nada,me escolhe.Eu me sinto insegura,porque não me acho o bastante para te fazer ficar.Porque o medo de aparecer uma Gigi ou uma Perrie na sua vida e te levar de mim,fala mais alto. Ele me encarava,acho que estava tentando absorver tudo o que havia dito. - Desculpa,desculpa,mas eu precisava desabafar.-ele ainda não falava nada.-E-eu vou subir.-corri e tranquei a porta do quarto.As lágrimas ameaçaram cair,mas me segurei. Ouvi a porta da frente ser fechada e percebi que ele havia saído. Deitei-me na cama e deixei as drogas das lágrimas caírem. Odiava com todas as minhas forças chorar,mas eu não consegui. *:* Acordei de supetão com batidas na porta.Olhei-me no espelho e percebi que meu rosto estava inchado de tanto chorar e meu cabelo estava parecendo uma juba.Peguei uma escova e penteei. - Sn?- Zayn me chamou.Ele havia voltado. - Tô indo.- respondi e abri a porta.- O que foi? - Estava chorando?- perguntou preocupado. - Um pouco.- admiti dando de ombros. - Vem.- puxou-me até a sala. Arregalei os olhos quando chegamos.A sala estava cheia de sempre-vivas,minhas flores preferidas,de todas as cores.Zayn sorriu quando viu minha expressão surpresa. - Senta aqui.- ele disse indicando a poltrona e sentei. O que ele estava aprontando? - Você não gosta desse tipo de coisa.Nunca curtiu declarações com flores e chocolate,mas hoje você vai. Ele pegou o violão que estava num cantinho e começou a dedilhar nas cordas. - Oh,her eyes,her eyes Make the stars look like they’re not shining her hair,her hair Falls perfectly without her trying She’s so beautiful And I tell her everyday Ele começou a cantar uma música que ouvimos no carro um dia aí.Eu achei tão fofa que até brinquei “bem que o senhor poderia cantá-la para mim,acho que eu até iria gostar”. - But every time she asks me “do I look ok?” I say When I see your face There is not a thing that I’d change ‘Cause,girl,you’re amazing Just the way you are. Pela primeira vez em todo o nosso namoro,Zayn havia me feito chorar de emoção. - And when you smile The whole world stops and stares for a while ‘Cause,girl,you are amazing Just the way you are. Um tempo depois,ele finalizou a música e largou o violão em algum lugar. - Minha querida Sn,-Zayn começou-seu único defeito é não se sentir um máximo,porque,querida,você é.Existe tantas razões para te amar que ficaríamos meses aqui enquanto eu listo todas.Você é tão inteligente,gentil,sorridente e boa.A única que eu conheço que cuida das flores como se fosse gente.-ri de seu comentário.-Uma péssima cozinheira,a única coisa que faz direito é bolo,mas o seu bolo é o melhor de todos.Tem o melhor abraço,quentinho e sempre ali.Tem o sorriso mais lindo mundo,mas sempre esconde com a mão,além de segurar a risada até ficar vermelha.Sua risada é tão gostosa de ouvir!Pare com isso.Adoro quando você passa horas falando de um livro que leu,quando anda pela casa após o banho,cheirando a baunilha e rosas.Adoro assistir a você bebendo café e dizendo que não vai mais pegar um brownie,mas leva dois pra viagem,e eu acabo roubando um sem que perceba.Adoro quando come aqueles cookies de chocolate gigante e se suja toda,e aí acaba rindo do seu próprio estado.Adoro a sua cara quando temos que tirar foto,você odeia ser fotografada e faz bico.Mas você deveria ser fotografada todos os dias,claro que eu seria o fotógrafo.-ele fez uma pausa,respirando fundo.-Sn,você é a garota dos meus sonhos.Não é perfeita,mas é perfeita para mim.E nada nem ninguém vai me tirar de você ou te tirar de mim.Porque o nosso amor é verdadeiro.É a coisa mais pura,verdadeira e inocente que já tive na minha vida.Então,eu te peço uma coisa:não rebaixe algo que é tão perfeito para mim. Eu não sabia o que falar.Nunca ninguém havia me feito sentir a garota mais especial e amada do mundo. - Não sei o que falar.- foi tudo o que eu disse,soltando uma risadinha em meio as lágrimas.-Eu não sou boa com declarações. - Eu sei.-ele disse rindo e chegou perto de mim,ajoelhando-se para ficar na minha altura.-Prometa-me que nunca mais vai dizer que não é suficiente para mim.Porque você é mais do que suficiente. - Eu vou tentar.- falei e sorri.-Estou me sentindo a garota mais linda e amada do mundo. - Porque você é.Pelo ao menos para mim. - Isso é tão bom.-falei e o abracei.-Eu te amo tanto,Zayn. - Eu também te amo,minha Sn.-e me beijou como se eu fosse o mundo dele. E,bom,aparentemente,eu era.E ele também era o meu.
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theolympusrp · 4 years
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OOC: +18
IC:
Nome terreno: Maverick Kühn Nome mitológico: Asmodeus Faceclaim: Synyster Gates - A7x Nascimento: 30 de Março de 1984 Naturalidade: Hanover, Alemanha
Ser: Semideus + Hades Tempo de treino: 16+ anos Nível: 05 Dormitório: Três Grandes (Hades) - Quarto 05
Twitter: @asmodeus_olp Ocupação: Aluno + Músico
Qualidades: Amoroso, Leal, Justo. Defeitos: Impaciente, boca suja, Pessimista. Plots de interesse: fluffy, general, crack.
Biografia:
Quem diria que Maverick fosse acabar naquela situação. Mas para se entender essa história, é necessário que ela seja contada desde o início. Fruto da relação entre uma bailarina americana e um empresário alemão, era outono quando o garotinho de olhos redondos decidiu que estava na hora de vir àquele mundo. Aliás, Ivana fez o homem acreditar que aquele filho era dele, mas havia sido fruto de uma traição e ela sequer viu o homem depois da breve relação que tiveram. Jason foi o nome recebido e ele tinha tudo para ser alguém brilhante em seu futuro. Mas aqui vem a parte que ninguém sabia, ele era um descendente dos deuses da mitologia grega, gerado na infidelidade da mãe. O menino sabia que havia algo de diferente em si desde criança. Seu toque secava plantas, encarava pássaros por horas a fio até que os visse cair da árvore, mortos. Não entendia aquilo, não sabia como era capaz, apenas sabia que o fazia. Aqui vai um detalhe: a vida dos pais era apenas uma fachada. Quem desconfiaria que o bom casal com um filho maravilhoso estaria por trás dos maiores roubos a banco sem solução daquela cidade? E de muitas outras, ao redor do mundo, antes que o casal Krause resolvesse estabelecer moradia na cidade de Hanover pouco antes da gravidez de Ivana.
Quando Jason estava próximo de sua adolescência, aquelas coisas estranhas que fazia apenas ficavam piores, mais estranhas e era difícil para o garoto entender até onde ia a realidade. Foi um descuido que o tornou quem é hoje. Era uma das muitas coisas estranhas que se vira capaz de fazer ao longo dos anos, e simplesmente aparecer em um determinado lugar sem precisar caminhar era muito prático e útil. Mas Jay não imaginava que havia alguém na cozinha naquela madrugada. Talvez fosse alguma maldição, os pais pensaram, mas por que não fazer uso daquela maldição? Sem muita escolha, e convencido pelo casal de que aquilo era certo, que aquela maldição deveria ser usada para que Jay alcançasse a redenção, o garoto acabou envolvido nos roubos feito pelo casal. Caminhava pelas sombras até os cofres e sumia de lá com o dinheiro antes que as câmeras pudessem captar sua aparição.
E do garotinho alegre que era, a introversão foi ganhando espaço até que sequer a voz dele fosse ouvida, algo que se mantém até os dias atuais. Não que não saiba falar ou tenha desaprendido, apenas não vê necessidade naquilo. E conforme os anos passavam, mais ele entendia o quão errado era tudo o que fazia. Não havia nenhuma pesquisa na internet que lhe dissesse ou explicasse tudo o que fazia. Não sabia que existia magia até encontrar alguém semelhante. Pouco depois de seu décimo sétimo aniversário, havia decidido que passara da hora de viver a própria vida e não mais ser um fantoche para as coisas erradas que os pais faziam. Claro que contar aquilo para os dois não havia sido exatamente algo fácil, mas não iria voltar atrás. Havia sido inteligente o suficiente para guardar uma boa parte do dinheiro dos roubos para si, dessa forma, foi capaz se estabelecer em outro lugar bem longe dali.
Mudou de nome e, infelizmente só não mudou de aparência porque não tinha dinheiro suficiente. Levado pelos espíritos que via desde criança, Atenas foi a cidade em que Maverick Kühn finalmente teria sua liberdade. Comprou um violão velho e passou a cantar pelas praças da cidade, sem pretensão nenhuma, mas agradecia a quem fazia a gentileza de lhe deixar alguma gorjeta. Foi então para a internet e ali ganhou certa fama, gravava covers instrumentais e vocais e estava satisfeito com o que fazia, até que duas coisas mudaram sua vida completamente. Primeiro, havia passado em uma audição para fazer parte de uma banda famosa em Atenas, ali foi a sua grande entrada para a indústria musical. Ao mesmo tempo, teve aquele cara estranho lhe dizendo que era diferente e que corria perigo ali, e que havia um local em que ficaria protegido. Confiando nas vozes em sua cabeça, Ricky embarcou naquela mudança sem olhar para trás.
Habilidades:
1. Mediunidade: O semideus consegue ver espíritos de falecidos e se comunicar com eles.
2. Servos da morte: Os corvos são reconhecidos como um símbolo animal da contra parte romana de seu pai, e reconhecem os filhos deste deus como seus senhores. Esses animais ajudarão o semideus sempre que possível, fazendo o que o mesmo pedir e o protegendo a todo custo.
3. Sensor de Morte: O usuário é capaz de obter instantaneamente plena consciência sobre a chegada da morte, ganhando a possibilidade de predizer com detalhes o falecimento de quaisquer indivíduos, bem como o local e a hora em que ele acontecerá. Além disso, ele pode levar essa capacidade ainda mais além, tornando-se consciente da identidade e do tempo de vida estimado das pessoas contempladas por sua percepção.
4. Umbracinese: Capacidade na qual o semideus é capaz de conjurar e manipular as sombras e escuridão. O semideus pode manipular as sombras e a escuridão a bel prazer, desde realizar ataques, criar barreiras e dentre outras coisas que desejar.
5. Asas das trevas: O semideus nesse nível adquire esplendorosas e magníficas asas de energia sombria, não passam de puros ossos envoltos em uma energia negra dando a forma de uma asa, com algumas ondas de fumaça bem pequenas ao seu redor e uma luz roxa brilhante em seu contorno, capaz de voar em grandes altitudes. As asas chegam a medir quatro metros de uma ponta a outra, elas ficam com o semideus o tempo todo, ou caso queira é capaz de recolher as mesmas, podendo liberá-las a hora que bem entender. Quanto mais utilizar a habilidade, mais energia gasta e precisa de um longo tempo de recuperação.
6. Sombras curativas: O semideus já possuí a capacidade de se curar quando dentro das sombras ou na completa escuridão, porém está habilidade o permite manipular as sombras ao seu redor não apenas para se curar de vários tipos de ferimentos como também o permite utilizar as mesmas para curar outros seres e aliados.
7. Alucinações Infernais: Ao estalar os dedos, pode fazer o inimigo ter alucinações terríveis, quanto maior seu nível, piores as alucinações. São imagens de morte e de tortura nos Campos de Punição, capazes de causar um medo tão terrível que o indivíduo perderá a capacidade de se mover. Alcança um raio de 10 metros, porém pode atingir no máximo dois alvos devido ao desgaste da habilidade.
8. Caminhos de sombras: O semideus é capaz de caminhar por entre as sombras, uma espécie de teleporte, onde o semideus ao entrar em uma sombra pode se locomover pela mesma e reaparecer em outra a grandes distâncias, podendo levar consigo quantas pessoas quiser, mas claro, quando carregando outros seres o gasto de energia se torna maior, tendo que levar um pouquinho mais de tempo para recuperar o fôlego.
9. Roubo de sombra: A capacidade de roubar as sombras de outros seres e utilizá-las a seu bel prazer pelo tempo desejado. Além de poder utilizar da sombra para seu gosto quando se rouba a mesma de um ser você o mantém paralisado sem conseguir realizar um movimento como se fosse uma estátua viva, ficando incapacitado de realizar qualquer movimento até que se tenha a sombra novamente.
10. Possessão: Os filhos de Hades podem assumir corpos alheios e controlá-los a seu bel-prazer. Ao possuir alguém, seu corpo se transforma em uma forma cristalizada que impede a maioria de ataques físicos contra ele. Além disso, ganha a habilidade de simplesmente causar uma grande quantidade de danos no corpo que acaba de controlar, sem sentir dor. A alma da pessoa que acaba de possuir, fica presa no chamado limbo, até você sair dela. Devido a quantidade de energia para utilizar a habilidade, só pode possuir uma pessoa e precisa de um dia inteiro para descanso.
11. Asas das Trevas II: As asas do semideus estão mais fortes e agora podem carregar até o triplo de seu peso e fazer um furacão de sombras. Com o furacão, o semideus pode controlar mentalmente a direção das sombras para atingir um alvo específico, mas o ataque irá falhar se for atingido durante o ato ou sofrer alguma distração.
12. Moldador de Ossos: Os filhos de Hades podem invocar esqueletos guerreiros que os ajudarão em combate. A quantidade é de 5 e vai aumentando a mesma quantidade a cada nível adquirido. Quanto mais invocações, mais exausto fica.
13. Cárcere: O semideus é capaz de criar ao redor de seus inimigos uma prisão de sombras indestrutível que impede seus inimigos de se moverem, além de sugar 30% de suas energias ao longo de dez minutos, o tempo que a prisão se mantém ativa.
14. Distorção da realidade: O semideus é capaz de enganar e distorcer a realidade pros seus inimigos em suas mentes. São capazes de confundir suas mentes a ponto de fazê-los enxergarem, escutarem e sentirem coisas diferenciadas, sendo assim tendo uma outra visão da realidade a sua volta. A habilidade perde o efeito caso o semideus seja ferido ou sofra alguma distração.
15. Proteção negra: Quando dentro de lugares escuros ou sobre a mais completa escuridão, o semideus se torna mais forte que o normal e sua resistência aumenta gradativamente, sendo assim o mesmo quando estiver em tais lugares recebe menos dano quando atacado, tendo uma baixa de 50% dos danos recebidos. Essa habilidade não tem efeito caso já esteja ferido.
16. Correntes da Morte: Agora você pode criar correntes feitas de sombras que assim que tocam no oponente começam a extrair a energia dele, porém ela não é absorvida por você, apenas deixa seu inimigo fraco a cada segundo preso as correntes, podendo desmaiar com o contato prolongado.
17. Domínio dos mortos: O filho de Hades possui o domínio sobre tudo que se encontra morto. Ou seja, o semideus é capaz de controlar não somente os mortos como zumbis e esqueletos, como também qualquer outra coisa que esteja morta, como animais, as plantas e etc. Capaz de brotar raízes podres e mortas dos solos, seres místicos e animais cadáveres, no caso, o semideus tem domínio sobre tudo em que esteja morto. Quanto mais mortos invocar e controlar, mais gasta energia, fazendo a habilidade durar por dez minutos. O tempo de uso dobra se for durante a noite.
18. Asas das Trevas III: As asas do semideus serão formadas das sombras até atingirem sua forma natural e perfeita, que podem lançar trevas nos oponentes que os deixam sonolentos e sem vontade de lutar. As asas podem se tornar indestrutíveis caso o semideus precise de um escudo, elas o defenderão, porém o gasto de energia é ainda maior.
19. Energia dos Mortos: Mortos vivos, também conhecidos como zumbis, suas resistências são parcialmente intrigantes, uma delas é sua energia quase que infinita, vista pelo lado de que nunca param de correr atrás de suas presas. São capazes de passar tempos prolongados sem gastar um pingo de suas energias e força, visto este lado, o semideus também possuí uma energia parcialmente quadriplicada, demorando muito tempo para se cansar, podendo lutar por dias e usar suas habilidades o quanto desejar sem que despeje um pingo de suor e fique exausto.
20. Duro de matar: O semideus tende a não ser morto facilmente, tendo uma resistência a ataques que causem a morte instantânea, ou seja, ataques que o levariam a morte imediatamente, mas claro, ainda levando prejuízo, pois mesmo não morrendo assim tão facilmente o semideus ainda sofre com os danos e dores de tais ataques, apenas resistindo ao que seria um golpe fatal, um golpe que mataria um ser imediatamente.  Ele só poderá morrer se tiver seu coração arrancado, em casos de perder a cabeça ou braço e etc, outra nasce no lugar. Precisa de dois dias para conseguir recuperar totalmente a parte perdida do corpo.
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