Tumgik
fearlesshealy · 3 years
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Outro caminho
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O dia que atropelei uma senhora, seu nome é Elvira. Pelo que me foi dito no local do acidente, ela quebrou a clavícula, não sei agora se algo mais. Ela se urinou, talvez pelo susto, talvez pelo impacto. Foi na travessa da Frei Gaspar, na Marechal Deodoro. O sinal estava verde para mim, ela atravessou fora da faixa. Consegui ver ela correndo pra tentar chegar do outro lado rápido. Estava sem os óculos pois havia acabado de comprar e o médico ou alguém do qual não sei quem, a pediu para não colocá-los. Irei averiguar outro dia. Ela estava na calçada do mercado Dia, atravessando para a calçada do posto Shell. Minha velocidade era de 45 km/h, acredito. Um de seus familiares conseguiu chegar à cena do acidente. Mas apenas tenho o número de telefone de sua irmã Cida. A viseira do capacete quebrou, apenas desencaixou. O farol da frente quebrou, e mais alguma peça na frente da moto. O freio esquerdo novamente encontra-se duro. Havia arrumado ontem e estava perfeito. Sinto inchaço na mão esquerda, joelho e osso da frente da perna do lado direito. Meu cotovelo direito também está machucado. Sinto que bati a cabeça, mas não há nenhuma sequela por conta do capacete. Talvez há outras partes do corpo com feridas, mas ainda não tirei a roupa para verificar. Apenas consigo lembrar de seu grito e toda a sua dor. Quando a ajuda chegou, a ouvi dizer para um dos socorristas: "Por favor, não me leve para outros hospitais, eu não tenho dinheiro". Isso me mata, pois essa não deveria ser a sua preocupação, e sim com seu corpo e seu bem estar, porém vivemos em um país quebrado, sem governo, e genocida. Me sinto como o meu próprio país, completamente quebrado, até mesmo sem governo e genocida. Não sei se agradeço pela velocidade não estar a mais do que aquilo, mesmo tendo conhecimento de que o sinal estava verde para mim e a senhora não estava na faixa de pedestres. O jeito como me sinto nunca me aconteceu antes, e sei que estou sujeita à esse tipo de acidentes, pois há 3 meses sou motorista de moto. A vida é uma correria, as pessoas estão sem tempo, as pessoas precisam trabalhar, precisam correr atrás do seu. E eu atropelei uma senhora de idade, pois também estava na correria. A pretensão era de buscar meu exame de sangue no Colsan, pois havia doado sangue 1 mês atrás e em 1 mês a carteirinha fica pronta. Depois disso iria buscar a minha namorada para que pudéssemos ir à academia, já que o plano era treinar a semana inteira. E mais tarde trabalhar. Meu desespero maior após o acidente mostra como estamos vivendo em um sistema completamente fodido. Pensei em como pagaria pelos danos causados à moto, pensei na saúde da senhora, pensei que poderia perder minha permissão para dirigir, pensei que minha mãe se envergonharia de mim. Poderia ter sido ela, tentando chegar do outro lado da calçada, sem enxergar e logo após o ocorrido, também pensaria "como irei pagar por essas despesas não planejadas?". Penso que nem ela tem dinheiro para arcar com os danos da moto e nem eu tenho dinheiro para arcar com os danos de seu corpo. É tudo um enorme pesadelo do qual ainda não consegui acordar. Tive crises andando na moto, muita vontade de chorar, saindo da local do acidente e também quando finalmente parei em um lugar. Estou em uma praça escrevendo a minha dor, sendo confortada por lágrimas e os pensamentos naquela senhora não cessarão. Eu peço a Deus e ao universo que cuide dessas pessoas que não tem condições financeiras para arcar com algo tão terrível assim e até mesmo para que se possível, não passem por isso. Não consigo encontrar consolo e nem mereço. Espero apenas que ela fique bem, que se recupere rapidamente. Espero não ter destruído sua vida, e também que não lhe peçam para pagar nada pela ajuda e recuperação. Irei lembrar de ti assim que receber dinheiro em minhas mãos. Coincidentemente moramos no mesmo bairro, mas não me recordo de um dia ter visto seu rosto. Se puder visitá-la, farei a primeiro momento. Ajudarei da melhor forma que puder, pois dessa vida não levamos nada, e eu me importo com essa senhora. Deus ajude-a primeiro que a mim, em tudo que precisar. Lhe devo essa, e a mim, não sei o que pedir, mas ajude-a, eu imploro. Perdão.
- A
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fearlesshealy · 4 years
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5 dias em uma excêntrica viagem ao Rio de Janeiro
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13.02.20
- No primeiro dia assim que chegamos fomos logo para a Escadaria Selarón e havia uma fila para tirar foto (o que nos foi mencionado que nunca aconteceu antes, achamos estranho porem ótimo) e à nossa frente duas amigas, uma delas era a típica blogueira que não parava um segundo para ler as mensagens dos pisos de diferentes países ou admirar suas diversas cores, apenas selfies e até mesmo com pau de selfie (fazia anos que não via um). Logo que estava chegando nossa vez comentei para minha namorada "até ela terminar o book de fotos na vez dela na escadaria, já anoiteceu." Estávamos fazendo várias piadinhas internas entre nós até que eu solto um "her cellphone must have a huge memory" [o celular dela deve ter uma memória enorme] e minha namorada riu alto, percebemos que um casal ou 2 simples amigos atrás de nós na fila riam freneticamente sobre o que eu disse e nós percebemos. Minha namorada estava louca para fazer amizade com eles. Quando chegou a vez da blogueira fiquei observando as mil poses diferentes, apenas na cabeça dela, e percebi que a auréola do seio dela estava aparecendo. Comentei com a minha namorada e ela quase morre de tanto rir. Até hoje me pergunto se isso foi proposital ou se será arrumado em um desses aplicativos com photoshop. Tiramos nossa foto rapidamente para os "gringos" também tirarem; eles tiraram as nossas juntas e tiramos a deles juntos.
- Toda mulher sabe dos riscos de sentir que a menstruação pode acontecer em uma data não esperada, mas eu não estava tão preparada assim. É uma história engraçada porque eu nunca havia usado o.b antes, mas como em nossa viagem para o Rio havíamos agendado uma outra pequena viagem para Arraial do Cabo no dia seguinte da nossa chegada, tivemos apenas essa opção que acabou funcionando muito bem, já que eu não botava muita fé nesse fato. Primeiro tentamos com o normal, mas o nervosismo não permitiu. Depois de alguns minutos frustrada nessa tentativa minha namorada sugeriu que comprássemos o o.b com aplicador pela manhã. Tivemos que acordar um pouco mais cedo para assim ter mais tempo e tentativas. Dali alguns minutos iríamos tomar o ônibus com a empresa de turismo para Arraial. E novamente não estava funcionando e a situação se tornando cada vez mais agravante até que sugeri colocar lubrificante no aplicador e foi tão simples quanto respirar. Agradeci aos universos pelas várias maneiras que temos de solucionar problemas como esse, tão inconvenientes. Depois de ter um dos dias mais incríveis da minha vida naquelas praias cristalinas e tão puras e limpas, comemorando a nossa data livre de qualquer pensamento que não fosse paz e amor à vida, voltamos a noite. Assim que chegamos ao hotel quase derrubamos a tv tentando colocar o meu pen drive corretamente já que havia parado de funcionar e estávamos sem filmes para ver quando liguei a tv em algum canal qualquer e estava passando “O amor é cego”, um filme do qual nunca assisti e fiquei envolvida por essa história de amor externo e interno. Uma pena foi ter dormido antes mesmo de chegar ao fim.
- Um dos dias mais esperados: finalmente conheceria o Cristo Redentor. Cada parte desta saga significou em tantos pedaços de extrema importância pra mim. Me senti completa, pois foi um sonho tão esperado e sempre na ponta da caneta em tantas listas de meta; um sonho concluído. É impressionante ver o céu tão azul e brilhante, a cidade quase que inteira diante dos meus olhos. Meus olhos marejados embaixo dos óculos de sol e o coração palpitando tão forte e alegre. Estudei tanto a cidade que de lá de cima conhecia todos seus bairros. Em seguida fomos a mais passeios do nosso itinerário e no fim da tarde acabamos na praia do Leme, apenas chegando lá percebi que a calcinha do biquíni estava do avesso e eu tive a ideia de reproduzir o que fiz em Mongaguá um tempo atrás. Pensei em arrumar na água da praia, o que é totalmente diferente pois as praias do Rio são praias de tombo com mar muito agitado e suas ondas fortes. E fui atingida por uma onda com a calcinha na mão e várias crianças olhando, mas me cobri com a água e corri para o fundo do mar. Coloquei a calcinha e percebi que não estava mais ao contrário, mas a parte de trás estava na frente; isso mesmo. Voltei para onde a minha namorada estava e contei que havia conseguido apenas 50%. Eu não sei quem ria mais. Pensei em me trocar atrás de algum ônibus já que estávamos muito próximas da rua e também da água da praia, mas ia ser muito arriscado. Decidimos que deitar na canga onde ela estava para fazer essa troca era a única opção viável, e foi assim que fizemos: ela colocou minha toalha enorme de Star Wars em cima de mim para ninguém ver, fiz a troca um pouco tensa pelas pessoas ao nosso redor, porém a tarefa foi concluída com sucesso. E metade da dignidade ficou por ali mesmo. Na volta fomos rejeitadas por 4 motoristas de aplicativos por estarmos molhadas da praia. E só por um milagre divino um deles aceitou a corrida, sugerindo colocar tapetes da frente para que pudéssemos sentar e não molhar o banco. E mais uma vez o mundo sendo salvo por pessoas que praticam a empatia.
- Fizemos uma trilha no Parque Nacional da Tijuca bem curta e intensa por conta do calor. Aquele parque tem uma extensão inacreditável. Por onde havíamos escolhido se encontravam cachoeiras, a vista chinesa e a mesa do imperador. Trilhamos até a cachoeira do horto onde me deliciei pela primeira vez em uma cachoeira. Quando chegamos haviam algumas pessoas que logo foram embora nos deixando a sós. Tivemos a privacidade de uma cachoeira calma e extraordinária. Após alguns minutos um dos homens da construção logo acima veio espiar nos deixando completamente desconfortáveis. Essa construção foi devida à chuva forte de alguns dias atrás que acabou derrubando algumas árvores. Decidimos continuar a trilha para a vista chinesa, quando estávamos saindo chegaram algumas pessoas para a cachoeira. Desistimos de trilhar até a vista e voltamos para descansar e mais tarde irmos à praia de Ipanema. Assim que chegamos precisávamos procurar alguém que cuidasse de nossas coisas para entrar no mar, e a pessoa que escolhemos veio de onde meu pai mora agora, João Pessoa, me fazendo pensar que anos atrás pensava em conhecer o Rio de Janeiro com ele. Ela disse que as praias do nordeste são muito diferentes do Rio e que tem muito medo de entrar porque as ondas são severas, e concordo plenamente. Depois de curtir a praia caminhamos por 5 minutos até a Pedra do Arpoador onde escolhemos para assistir o pôr do sol com vista para o Morro dos Dois Irmãos. O local se encontrava lotado pois estavam à espera do espetáculo; algumas pessoas vendendo cerveja e água, um deles quase escorregou, me deixando completamente apavorada. Sentido contrário ao Morro dos Dois Irmãos encontra-se a praia do Diabo que é onde muitos surfistas costumam frequentar. Àquela hora da tarde o mar é bem agitado. Assim que o sol se escondeu caminhamos até um desses patinetes para tentar usá-los e chegar a um ponto de ônibus mais próximo, mas foi um caos porque nenhuma das duas entendia daquela tecnologia e no aplicativo no celular da minha namorada acabou dando problema e mesmo cancelando a viagem estava cobrando, mas no fim deu tudo certo.
Sempre quis viajar para o Rio com a meta de conhecer o Cristo Redentor, mas muitas das vezes as pessoas com quem compartilhava esse sonho nunca deu bola ou nem sequer ouviu os planos. Acredito que as coisas acontecem no tempo delas e por um motivo. Se foi só agora e para comemorar uma data tão significante com alguém especial, com todos esses acontecimentos hilários que sempre lembrarei com um sorriso nostálgico de memórias incríveis, devo agradecer ao universo por me permitir que mesmo com a demora tenha acontecido desta maneira e tão inimaginavelmente melhor. Devo confessar que uma das coisas impressionantes deste lugar foi o fato de ter ficado os 5 dias de viagem caminhando na rua meio que olhando para o chão procurando baratas (porque tenho um medo absurdo) e por incrível que pareça não achei nenhuma, nem mesmo perto de bueiros. Quais são as chances, não é?!
- A
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fearlesshealy · 4 years
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Nina
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10.11.2019
Dizem que sofrer por antecedência é como sofrer de ansiedade aguda e muitas vezes não citada, mas em certos casos é inevitável. Acredita-se que não se pode prever os acontecimentos futuros. Excepcionalmente não é o caso do câncer. O diagnóstico vem como uma pancada sólida pois não há saída; não tem escapatória desta dor. O que passei com a minha mãe há dois anos atrás em relação às doenças do meu cachorro foi – eu diria – a pior fase da minha vida. Obviamente tudo o que quis foi tomar essa dor como se fosse minha. Nada era certo. Foi como se ninguém pudesse desvendar este enigma, e foi exatamente assim porque carrego apenas a certeza de que ele se foi com muitos problemas de saúde, mas não com um nome. Com a Nina foi discrepante. Entre dois meses próximos de sua partida, já se encontrava sem fome e quieta, como quem sabe seu destino. O câncer agiu tão rápido que foi questão de uma semana para seu fim. Na semana antecedente a minha namorada havia descoberto sobre isso a caminho de me encontrar no shopping para a comemoração de aniversário de uma amiga num bar próximo, e o mesmo sentimento de desespero me bateu se mostrando em lágrimas pois àquela altura já não haviam milagres disponíveis. Foi como se tivesse acontecido outra vez com aviso prévio de uma semana para engolir a verdade trágica que é aceitar que sob certas coisas não temos poder ou controle.  Na natureza entrega e busca, morre e vive, presenteia e tira. Assim como o equilíbrio do bem e o mal; para existir um o outro também precisa estar ali. É como dizem “a morte é a única certeza que temos na vida”. Para mim, é o mesmo que o bem e o mal; essa é a minha certeza. Ela e eu, vivemos o mesmo com dois anos de diferença que com a bagagem nos permite ser mais questionáveis com o sofrimento por escolha, pois podemos sempre adotar mais um cachorro e ficar à mercê do mesmo. Infinita ternura dos sentimentos que eles podem nos oferecer todas as vezes em que são adotados, e não posso deixar de me culpar por nunca superar a dor desta perda me fazendo acreditar que não devo mais adotá-los. Somente o tempo vai dizer. O mesmo que aconteceu comigo, a minha história com o Mailou, aconteceu com ela. A mesma dor e angústia. E na mesma semana que ainda se cicatrizava a falta que ele me fazia, no mesmo dia chorei com uma pergunta de um ex-professor e ela com a minha pergunta de quem era o cabelo em sua calça, que no caso era da Nina. Sensibilidade a qualquer lembrança. Choramos como se estivesse acontecendo novamente. A marca de um amor coberto de sinceridade sem culpas e desapegos. O amor de um dono e um animal de estimação traz a mais pura evidência de sua genuinidade, pois carrega consigo a paz que em todos os outros algumas vezes não se sustenta. Conheço muitas pessoas que ainda não amaram plenamente uma outra pessoa, mas que já se encheram de amor na promessa de um bichinho de estimação; enxerga-se a lealdade em todos os graus.
- A 
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fearlesshealy · 4 years
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O perdão que eu não esperava
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01.11.2019
Os últimos meses tem sido pequenas construções de sonhos dentro de outros sonhos que sempre tive. Para melhor entendimento, me refiro aos incríveis acontecimentos dos quais são tão intensos como algo enorme nunca vivido antes. Considero o romance cru àquele em que o doamos como quem não quer nada em troca e se doa tudo o que tem naquilo que acredita. Nunca fui de viver um amor xucro, e assim colocando a minha palavra e meus sentimentos em jogo como quem sabe que é tão bom naquilo que não há medo algum de derrota, mas no fundo as palavras de amigos de livros alertando a possibilidade. A cada relação a frustração daquele fim verdadeiro; é o fim, mas o começo de novas oportunidades e experiências. O indivíduo boêmio do qual nunca fui ansiava por este posto. O máximo que consegui foi pressionar a diversão em festas que sempre odiei, e foi em uma dessas que cometi a falha ampla de ludibriar sentimentos que talvez ainda resistissem dentro de mim. A suspeita deste sentimento era palpável por constatar que de fato me senti bem perto dela naquela noite. Em seguida foi-se por água abaixo por termos nos beijado. Foi como se a verdade tivesse tomado a forma de uma pessoa me nocauteando de certezas, assim tornando tudo aquilo que pensei diversão por desagradável. O remorso me perseguiu até que desligasse aquilo que julguei sentir para me importar com outra angústia. Pandemônio este que hoje menosprezo. A conexão entre dois amantes deve ser saboreada entre ambos, caso contrário, há apenas tormento e desventura andando de mãos dadas; reciprocidade é a cura para estes corações. Inexistente compaixão e bem-querer. À medida que se torna perceptível a exatidão de tudo aquilo que assentia dentro de si já não mais se mantinha ali, o luto até a regeneração. Entre desacertos e realizações procuro veemente encontrar conciliação com todas as memórias deste passado inquieto, pois o perdão vem em linhas misteriosas. O melhor está sempre por vir e quando acontecer agarre-se a isso com tudo o que tem, porque as coisas boas também flutuam para fora da nossa vida.
- A 
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fearlesshealy · 5 years
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Escuridão e claridade
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31.07.2019
O que sinto é na verdade uma calmaria não singular às outras. A forma como me sinto no que concerne a essa amenidade de que o mundo afora descansa a noite enquanto estou pronta à ativa me traz a convicção de sua veracidade. A quietação é um pedido como a um desejo quase que como promessa quebrada, porém requerido e de extrema importância. Os deuses arquitetam ouvir os ruídos de júbilo que são incontroláveis a se armazenar, estes que estão ao redor e enxergam a verdade que não podem relatar em voz alta. Verbalizar tudo o que pensam seria uma violação de suas crenças prestigiadas e inigualáveis. É um segredo a si mesmo que cada um mantém a não ser condenado ao tártaro. A escuridão surge e nos convida ao sereno explícito assim como nós estamos, prestes a incorporar um só ser excêntrico. Cada fragmento carecendo de tato em diferentes linhas e, por toda a parte, leve e objetivo. O toque suave de devoção e ternura exibe quão ansiada sua pele é, seus lábios tenros e suas madeixas negras. Nua em pelo suplicando quietude interior. Passeio por todo seu ser com meu toque díspar. Sua expressão vulgar, fita-me em êxtase. Sorriso perverso de encontro a meu semblante deslumbrado com sua beleza infinita. Nada pode frustrar nossa afeição, pois a intensidade do nosso amor sempre ocupa todos os espaços em que permanecemos. Os céus suplicavam para a nossa aproximação definitiva, e o processo é repetido incessantemente até que se aperfeiçoasse. O ápice do regozijo se apresenta e assim nos despedimos desta viagem noturna. A claridade manifesta-se assim trazendo a realidade de volta com todos os seus afazeres e missões pela manhã. O momento chegado do cessar de possuir um ao outro após o arrebatamento de corpos completamente enfeitiçados. Ao entardecer, os ruídos unidos do mundo continuamente e sua distração não seria por acaso, assim desmistificando todos os fatos especificados.
- A 
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fearlesshealy · 5 years
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Livre de Preconceitos
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17.07.2019
Poder viver a vida sem se importar por um segundo sequer com quem quer que esteja vendo ou saber que sua mãe ou seu pai irão te odiar – disfarçadamente – pois jamais assumirão que é isso mesmo contando com o fato de que são religiosos? Essa é a realidade de muitos jovens, e é deprimente em tal nível que dói em silêncio. Nem sempre conversar sobre é a melhor saída ou ameniza as dores, mas mesmo que por um instante seja a solução da qual é precisa. Muitos dizem que cada segundo conta, cada minuto é um instante irreversível, porque fica no passado. O meu atraso para viver sem medo foi longo por sempre achar que a entrega do devido respeito aos meus pais era a missão da minha vida, de certa forma ainda é o modo como penso, e na maioria das vezes decidia algo em volta dessa questão. Para eles era ferir seus princípios e expor ao ridículo. Conviver com uma mentira é difícil, mas mentir a si mesmo sobre quem é por achar que é uma exposição desnecessária ou algo fútil sob comentários de alguém que deveria te amar não importa suas diferenças e anomalias, seja o que for, é um sacrilégio com fardo maior, pode apostar. A sociedade impôs como devemos ser há anos e mesmo com essa ditadura imposta, a homossexualidade sempre existiu, assim como a heterossexualidade. O que nos faz seres humanos são as nossas características: qualidades, atributos, particularidades e peculiaridades. Independente da preferência sexual todos somos os mesmos; pessoas em busca de alcançar objetivos para satisfação própria e também do próximo, e sempre à procura da felicidade. Nada característico nos diferencia de ninguém tão especial e único como alguns pensam que são. O que está a nossa volta é o amor e a crença por melhorias no dia a dia, encontrar um amor para cuidar e amar como nunca antes, acordar e saber que não está mais se mutilando por dentro trazendo a si mesmo doenças como ansiedade, depressão, síndrome do pânico, desordens mentais, entre outros problemas psicológicos. Essa prisão onde querem manter a liberdade do amor está no coração de todos; no do heterossexual homofóbico por não entender o amor de pessoas do mesmo sexo e na do homossexual por não poder se expressar e viver normalmente sua vida assim como a todos os outros. A igualdade como ausência da diferença mostra que não queremos mais e nem menos, no entanto a mesma quantia de todos os direitos humanos. Não é exigir algo a mais, e sim exigir a liberdade e respeito para todos. Imagine uma vida onde cada um se importa apenas com seus próprios problemas, com seus filhos, suas dívidas, seus planos para viajar, seus objetivos em vida. Onde não cabe espaço para comentar do vizinho que colocou o andar debaixo para alugar pois está a falir, como se isso o tornasse mais sábio em economias e planejamentos. Ninguém sabe o que se passa de verdade na vida de ninguém. Até mesmo a sua família que passa o domingo na sua casa e acaba revelando alguns planos e situações, nem mesmo isso é cem por cento da verdadeira história, porque cada um decide o que vai compartilhar e a quantia de relato a expor. É quase impossível de idealizar, não é mesmo? Somos todos culpados por tal ação. A privação da liberdade com igualdade é imposta pelos mesmos com falhas em suas vidas pessoais, as mesmas que ferem a quem amam e, são escolhas, tornando delas ainda mais dolorosas. A desconstrução é diária, é o fato que distingue quem a procura e quem não, assim como com estudos gerais e sabedoria interior. A minha luta para mudanças e melhorias para com os outros é constante; é a minha saúde mental que está exposta a ser rompida por pessoas odiosas, portanto, trabalhem nessa desconstrução para extinguir o preconceito e viver melhor. A qualidade de vida exclusivamente evolui tornando-se uma pessoa livre de preconceitos discriminações. Experimente tentar.
- A 
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fearlesshealy · 5 years
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O amor é cego?
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12.07.2019
O amor é realmente cego? Algumas vezes pela imprecisão ao notar recentemente indícios em meu atual relacionamento de que não é bem assim. O primeiro encontro com o momento adicional de apenas um beijo foi repleto de pequenas significantes lembranças de estarmos nos conhecendo melhor com prosas intrigantes sobre questões das quais, hoje em dia, não interferem em nós como um todo. Há um ditado popular que diz “a pressa é inimiga da perfeição”, mas chegar na perfeição também não me parece lá tão possível. É essa a pressa que temos ao chegar no primeiro encontro com alguém, a mesma que nos faz estragar tudo ali mesmo, na primeira chance. Pode ser eficaz a espera de um primeiro paço, como também provar quão lento você é. Caso dê certo, a descoberta só vem depois com mais intimidade para se abrir e colocar na mesa as lembranças desse primeiro encontro. No meu caso pensei em deixar as coisas fluírem com mais calma e não me arrependo de nada, mesmo que isso só me tenha dado como recompensa um beijo, precisamente, aquele que mudou tudo para mim. Foi um beijo precioso, para ser bem delicada e dizer quão espetacular foi. Conversamos nos próximos dias, mas a continuação daquilo que pensei ter sido algo valoroso veio apenas para mim. Ela não estava a fim de algo sério, e acredito eu que muito menos me tirar do lugar onde eu estava. Me deparava apaixonada por alguém que não sabia nem a minha idade, enquanto que eu sabia absolutamente tudo que podia manter em memória no período de quase dois anos. E esse primeiro encontro me deu luz, exatamente aquela no fim do túnel. Confesso que conhecer alguém depois de um tempo no escuro e, essa pessoa ser incrível logo de início me fez imaginar que estava vivendo em um desses filmes de comédia romântica da qual encontro a garota perfeita que me faz ser eu mesma e me faz rir. Depois de uns dias chamando para um segundo encontro ou qualquer coisa que seja, descobri que não era isso mesmo. Meses se passaram, a chamei para ir ao cinema e ela se mostrou interessada e ficou de me chamar, mas nunca chamou. A partir daí decidi não mais me importar, juntamente dessa negação sofrendo com a minha outra situação; até que o destino resolveu interferir. Ela me chamou para ir a um evento com regalias ostentosas e tudo mais por um preço banal. Eram quatro dias de evento, e logo no primeiro disse a ela que faria algo peculiar a ela se acertasse o tiro no menor buraco naquele brinquedo já que ninguém estava acertando e, o prêmio viria apenas acertando-o. Como cada um tinha três chances, milagrosamente acertei na segunda e o espanto dela é algo que me faz sorrir toda vez que lembro. Rimos alto, o nervosismo misturado, e todos na fila e também o rapaz cuidando do brinquedo ficaram sem entender o nosso motivo de riso, já que havia vencido e deveria estar apenas me vangloriando. Essa é uma recordação que contém muito carinho nela. Nos curtimos o quanto pudemos nos dias que nos foi dado, no tempo que tivemos. Desde então a minha vontade era de conhecê-la ainda mais e tudo indicava que ela também queria. Alguns erros de interpretação ocorreram nos impedindo de nos vermos novamente e isso durou o resto do mês todo. O ano virou, decidi deixar o que não me fazia bem no passado, e ela quem me fazia bem, estaria comigo para mais uma aventura na praia, a última, pelos meus votos de começar um ano sem sofrer por alguém de forma alguma. Descemos a serra rumo à loucura do litoral e dos planos que tínhamos de curtir ao máximo essas férias. Foi quase uma semana nos conhecendo à flor da pele, a introduzindo em meu mundo com meus amigos, mostrando meus gostos, gestos, preferências, manias e salientando tudo aquilo que ainda não havíamos vivenciado. Me restringi a não aprofundar com sentimentos pois ela repetia incansáveis vezes que não queria algo sério há tanto tempo com ninguém por falta de ligação amorosa, sendo assim segui os dias como se ela fosse apenas uma amiga num momento errado das nossas vidas, mas que parecia incrivelmente leve e longe da tensão que era quando estávamos em dias habituais. Mesmo consciente e distante de deixar aflorar qualquer afeto que fosse não conseguia me opor de que tudo com ela era imensamente inigualável. A junção de dois elementos danificados que não haviam se dado conta ainda de que a narrativa estava para ser escrita. A soma das ocasiões entre nós foi inocente e desprovida de conhecimento geral de que iria nos afortunar no futuro, por isso afirmo que o amor pode até ser cego, mas não nos cega a ponto de não enxergar uma verdade, o amor em si, clareia ainda mais e não impossibilita.
- A 
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fearlesshealy · 5 years
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Perdão, mãe
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02.07.2019
Fui tomada por uma sensação indescritivelmente forte, o suficiente para que fique fora de meu entendimento como chegou ao nível que ocorreu. Estava deitada com a minha namorada assistindo Breaking Bad, alguns minutos antes de colocar o episódio liguei o ventilador por conta do calor e deitei no colo dela para receber carinho enquanto assistíamos. Enquanto o vento batia no meu corpo inteiro de repente fechei os olhos e me veio à mente uma cena do passado semelhante àquela, mas não exatamente a mesma, com namorada e assistindo série. A cena em questão foi a seguinte: eu estava em Paraíba com a minha família a visitar meus avós na casa da mãe da minha mãe. Era uma tarde insanamente quente como sempre foi no Nordeste. Recordo-me bem que não tinha nada para fazer e encontrei o cofre do meu avô dando sopa. Era grande e muito chamativo; o meu desejo era abri-lo, mas não para pegar o que havia dentro, tudo que eu queria era descobrir a senha porque não era daqueles de digitar uma senha, era com segredo giratório antigo. Até pensei em pedir para ele a combinação só para ter o prazer de abrir um cofre, mas a graça era desvendar. O que eu não sabia era que ele iria descobrir e me dar uma bela bronca. No fim não consegui e não sei o que ele ficou pensando de mim. Fui uma criança altamente curiosa e levada, nem soube pedir desculpas no momento pois minha curiosidade era tanta e a esperança era de que ele acabasse abrindo o cofre para sanar o meu desejo, o que obviamente não aconteceu. Logo em seguida deitei com meu pai para tirar um cochilo e peguei no sono rapidamente. Meus sonhos intensos vieram de imediato, ou talvez deva chamar de pesadelo. Estava na rua da cidade onde moro brincando com meus amigos quando percebi que algo estranho estava acontecendo. Olhei para os lados em busca dos meus amigos e eles haviam sumido. Algo escuro no céu estava se movimentando, algo como um espectro, e as casas estavam desmoronando. Decidi sair correndo, mas quando me virei para sair em disparada rua abaixo acabei despertando do pesadelo. De olhos fechados vivenciando toda aquela simulação parecia muito pior do que lembrando agora, até mesmo a sensação me deixa meio desconcertada. Era nítido e real o perigo iminente, como se fosse ter uma morte lenta. Ao acordar subitamente alarmada percebi que havia suado muito enquanto dormia e, em seguida saí de lá para pensar sobre. Esses episódios do pesadelo na casa dos meus avôs me recordaram de outros momentos deles. Ainda deitada no colo da minha namorada, suspirei todo o pesadelo e essa angustia surgiu em meio às minhas palavras. Pensei em como minha mãe sente a falta de ambos, de como tudo seria diferente se ela ainda os tivesse. Algumas lágrimas fugiram de meus olhos e a princípio, ela perguntou o que eu estava dizendo, mas não podia dizer o que estava em minha cabeça, o que está guardado até hoje em segredo, como algo em que nunca mencionei a ninguém e de que me envergonho, de que me sinto completamente assolada. Suspirei ainda mais, histórias, enquanto percebia que ela estava prestando atenção no episódio da série. Eu disse que a minha mãe sente muito a falta deles, que ela sempre comenta; pensando em coisas que já li perambulando na internet: “a maior saudade que vamos sentir na vida é a da mãe”, e que quando a minha avó estava doente e teve o seu segundo AVC, minha mãe me perguntou o que ela devia fazer e como nunca tivemos boas condições financeiras disse a ela que não fosse ainda, porque não haveria nada que ela pudesse fazer pela minha avó, para que ela fosse quando houvesse uma mudança no quadro dela, mas essa mudança nunca acabou acontecendo porque ela faleceu, e minha mãe não pôde se despedir por causa de mim, do que a aconselhei a fazer. Mencionei tudo isso que nunca havia mencionado antes, enquanto sentia o vento congelando minhas lágrimas pois havia explodido em choro, a deixando desorientada a perguntar o que estava acontecendo. E mais uma vez eu não disse, e acho que nunca irei dizer em voz alta, quão culpada me sinto por não ter dito a coisa certa no único momento em que podia ser feito. Enlacei-me nos braços que me acolhiam mesmo sem assimilar o que foi declarado. Prometi que um dia me abriria sobre o que houve, mas talvez esse dia demore e, esta é uma carta aberta para você e à minha mãe com um pedido de perdão. Eu sinto tanto.
- A 
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fearlesshealy · 5 years
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O que é um pé na bunda?
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29.06.2019
A semana inteira fiquei pensando numa frase que me falaram uma vez: “levei um pé na bunda”. A questão é que até hoje não entendo bem o que isso significa. Terminar um relacionamento não é nada fácil e simples como parece para quem escuta da pessoa que ama que tudo acabou; o famoso pé na bunda. Discuti com a minha namorada e do jeito que a conversa ficou soa como um pé na bunda, para ambos lados. Como se ambas tivessem feito isso e quando há sentimento a dor se mostra mais forte. Se sentir o pior da relação, o que mais causa é como levar um pé na bunda. É mais complicado do que parece estar de acordo em tudo, em todas as questões que envolvem um casal. Nem sempre poderemos cumprir com aquilo que foi prometido, e também suportar cada falha e relevar todas as vezes que repetidas sem nenhum laço. É como se o que foi dito fosse diretamente para o ralo; passear e só volta quando quer, ou nem volta. É tão triste discutir e não chegar a um denominador comum; ao que isso indica é que não foram feitos um para o outro. Esse é o demônio dentro da nossa cabeça fazendo esse inferno, mas a verdade é que ninguém é imune a isso e as coisas também vão acontecer, a parte triste também vai marcar presença. É preciso saber lidar com todas essas dificuldades e ter um diálogo limpo e claro para que as dúvidas não surjam. Um vocalista que têm minha admiração eterna tem uma frase no seu braço esquerdo em tatuagem que diz “weak messages create bad situations” que quer dizer “mensagens fracas criam situações ruins”. Quando a vi pela primeira vez não me fazia sentido algum, mas depois de algumas situações de muita tensão pude perceber quão sentido faz. É exatamente o que está acontecendo em relação a mim. Não consigo lidar com mensagens que não sejam claras e ainda mais de promessa quebrada. Tudo pode ser um grande erro do qual ainda não consigo enxergar. Estou sendo evasiva ou desmanchando os meus princípios? Sempre vi o erro e repreendo, mas uma hora tudo desmorona, e a casa que construí sente. Quanto tempo restante para desabar por completo?
[texto - terminar]
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fearlesshealy · 5 years
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Síndrome do Impostor
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01.06.19
 Uma nova etapa requer toda a energia dada, assim sendo, todos os pensamentos andam juntos e se completam, sendo eles ruins ou bons. É necessário não se apavorar e deixar isso tudo definir quem você é ou como chegou até aqui. Algo que venho avaliando em mim é a síndrome do impostor. Essa desordem psicológica vem sugando a mim como um aspirador. Sinto como se não fosse suficiente para completar uma tarefa, ou alcançar uma meta. É angustiante tentar com todas as forças, tirá-las de onde estavam adormecidas há muito tempo e assim as expondo ao mundo real, e de alguma forma sempre chegando à conclusão de que você não é bom o suficiente. Essa auto sabotagem desmorona toda a estrutura em mim e me faz crer que de alguma forma não sou capaz. É exaustivo dar todo o seu potencial para chegar até a metade do caminho, pois o topo será inalcançável se continuar com esse pensamento. Preciso arrancar de dentro de mim forças, as mesmas para levantar da cama todos os dias, e colocar isso para trás de mim. O medo de ter todas essas novas responsabilidades finalmente e todos descobrirem que sou uma farsa, pois irei fracassar como já venho fazendo a anos. Isso me deixou de molho por anos, e estar em um relacionamento amoroso do qual posso finalmente ser eu mesma é como a luz no fim do túnel que jamais havia visto para reconhecer que já não posso mais deixar isso me sabotar e a minha felicidade. Os sonhos aumentaram e se intensificaram após tantas mudanças boas na minha vida pessoal. O ser humano acaba se confortando ao saber que outras pessoas também tem os mesmos problemas e piores, pois assim não serão os únicos a sentir algo ruim. É como uma doença rara, em quem ela estiver, muitos saberão pois você é um em um milhão. Já uma doença comum como gripe e virose todos já conhecemos e não nos assustamos àquilo que já temos conhecimento. Há muitas características para quem sofre com a auto sabotagem, para começar com coisas novas como responsabilidades e desafios; não aceitar as críticas construtivas que claramente são para melhoria do que quer que estivermos fazendo; não aceitar também elogios pois eles não coincidem com quem você realmente é: uma farsa; não se esforçar para qualquer coisa que seja além de sua obrigação; boicotar-se de entrevistas de emprego ou compromissos marcados; medo, inaptidão e incapacidade são palavras chave. Nota-se logo em si todas essas situações possibilitando tratar-se deste mal. Aceite que este é um problema e não algo de pouca importância, pois é isso que está lhe tirando o sono. Tente se abrir para colocar suas inseguranças e incertezas para fora com alguém de confiança; essa pessoa vai lhe ouvir e provavelmente lhe ajudar assim acalmando seus pensamentos e lhe encaminhar para as coisas positivas que vêm pela frente e não nas negativas ocorridas no passado. Aceite que nem tudo é do nosso conhecimento e que podemos encontrar o que procuramos, mesmo que com determinada coisa. Tente enfrentar o medo de não conseguir pois muitas vezes está abdicando de grandes conquistas com receio de não alcançá-lo assim se frustrando, se desafie. Lembre-se de que nem sempre vamos conseguir, isso funciona para todos; temos que pegar de exemplo situações com pessoas assim como fazemos conosco mesmo, nesse caso com profissionais que não ganharam uma medalha de ouro nas olimpíadas. Isso não significa que essa pessoa fez um trabalho mal feito, mas ela tentou, e podemos ver mais de apenas ouro, prata e bronze perdendo uma competição. Esta é uma experiência de alguém que está tentando superar esse monstro que vem alimentando o demônio dentro de mim me dizendo que não sou capaz. Para quem está tentando assim como eu, vos envio pensamentos positivos de que as coisas irão caminhar para quem se sente assim como as palavras deste texto.
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fearlesshealy · 5 years
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Imortalizei minhas páscoas
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10.05.19
Há mais de dez anos atrás algo seriamente errado aconteceu na minha história. Me envergonhei em muitos momentos e em várias situações, mas essa em particular é o tipo de vergonha que faz com que o erro grite dentro de mim com muito mais força agora do que na época do ocorrido, e para ser bem sincera quando aconteceu não via lá com tanta maldade. Não sei se posso exatamente me classificar como criança ou adolescente quando planejei tudo aquilo com meus amigos, mas seguimos daqui. Como todo adolescente, pelo menos a maioria dos que conhecia, tive bons amigos. Aqueles que cometem grandes erros e nos instiga a cometê-los também. Uma das pessoas que mais marcaram anos da minha infância/juventude foi um dos meus melhores amigos e também aquele que quando nova pensei ser o amor da minha vida. Hoje não temos mais contato algum, contudo, tenho absoluta certeza que me confirmaria cada palavra dessa lembrança. Ele havia se mudado da rua onde moro para o mesmo bairro, apenas algumas ruas da minha. Sendo assim em muitas vezes perdíamos de nos vermos por não saber os horários e, era aquela época em que os pais de uma garota implicavam por garotos a chamarem em casa por conta dos vizinhos e todo o falatório. Muitas vezes sentia uma falta constante de sua presença. Quando podia inventava “dar uma volta de bicicleta” ou “brincar de esconde-esconde” para que pudesse deslocar de uma rua à outra. Aconteceu que conheci os amigos dele dessa nova rua em que ele morava, e foi assim que tudo começou. Era difícil arrumar tantas desculpas para brincar em outro lugar, me parecia tão monótono ficar apenas brincando com os mesmos amigos sendo que podia intercalar entre as duas. Era época de páscoa quando percebemos o tanto de ovos que a vizinha estava fazendo provavelmente para vendas ou poderia ser para os netos, pois era uma senhora de cabelos já grisalhos. Os meninos da rua dele me avisaram de tudo assim que cheguei, mas primeiro quiseram me assustar com “adivinha o que tem na garagem da velha?” Com todo aquele suspense de pestinhas, caí feito boba e pensei em algo muito além de meros ovos de páscoa. Acreditei que a velha estava criando algum tipo de animal perigoso ou que naquela garagem haviam materiais para obra de bruxaria que geralmente são coisas que assustam profundamente uma criança. Depois de desvendar o que era fiquei sem entender e me explicaram em passos. “A velha tem mais de 50 ovos de páscoa na garagem e poderíamos pegar alguns enquanto ela vai à igreja. Tenho certeza que ela nem sentiria falta, já que são tantos claro que vai passar despercebido. O que acha?” As primeiras reações foram: risadas e achar que era mentira pelo fato de terem começado a história toda com suspense para cima de mim e agora querendo me incluir no esquema do furto de ovos de chocolate da velha que faria possivelmente uma magia negra contra quem tentasse lhe roubar algo. Não queria ser a careta, e também tive um outro fator que contribuísse para aceitar o pedido. Esse fator era a minha irmã, sim, eu queria dar um ovo de páscoa para ela e ser a irmã boa ao menos uma vez na vida. Combinamos tudo naquela noite mesmo, mas o plano a seguir era simplesmente observar o cronograma da velha bruxa dos ovos por precisamente uma semana. Uma semana depois daquele dia o plano seria executado. O portão da velha era de madeira com corrente no meio, e o que precisávamos era de força para puxá-lo enquanto alguém entrava. A primeira vez ocorreu tudo perfeito, fui uma das que puxaram o portão enquanto ele buscava uns dois ou três ovos. Estávamos em quatro, até que no dia seguinte fomos cinco ou seis e nessa loucura todos queríamos pelo menos um ovo para cada. No dia seguinte mais dois amigos da minha rua que também foram, éramos todos amigos, e então concluímos a missão dada e o medo crescia a cada vez que entrávamos na garagem. Se algum vizinho visse, estaríamos arruinados de tantas formas. Nesse segundo dia entramos algumas vezes, porque era basicamente cada um se arriscando pelo seu. Nenhum de nós ia pegar pelo outro pelo menos de alguém dedurar depois. Era um plano de todos, mas a confiança era apenas no plano em si; se arriscar a ficar com mais culpa ainda pegando mais de um ou sendo o único a entrar estava fora de cogitação. Todos nós cometemos o crime do furto e da invasão de privacidade. Logo após todos terem conquistado o ovo roubado pegamos cada um sua bicicleta e pedalamos com toda a velocidade que pudemos. Presenteei à minha irmã algo que foi roubado e me senti a criança mais louca e vivendo a vida em ritmo acelerado como se fosse invencível. Até cogitei não visitá-lo no dia subsecutivo ao que havia cometido o ato, pois não havia me ocorrido que falhamos em deixar as coisas na garagem imperceptível e foi assim que fomos pegos. Descendo a rua dele de bicicleta já o avistei com o rosto tenso correndo para me alertar que a velha sabia de tudo, mas que devíamos fingir que suas afirmações não eram reais e que nada daquilo aconteceu. Ouvi, digeri a informação e pensei melhor ir embora para não ter que mostrar minha má atuação para aquela senhora e acabar cedendo às suas acusações. Quando ela finalmente apareceu estávamos todos brincando de futebol e fingindo costume. Para os pensamentos de crianças meliantes o ocorrido já estava atrás de nós, mas para ela não e verbalizou toda a sua fúria em nós nos deixando mais seguros a acreditar na mentira que era sermos inocentes. Ignoramos depois de uma discussão nos defendendo; decidimos dar um tempo da rua dele até a velha poeira baixar e foi o que fizemos. Minha irmã mal acredito que realmente lhe presenteei com um ovo de páscoa. Assim segui os dias tentando me enganar de que aquilo foi apenas divertido e não uma malevolência. Várias páscoas se passaram e em mais de dez anos desde este episódio ganhei apenas um ou dois ovos de páscoa. Aceito meu castigo eterno em pagar pelo delito ficando sem ovos todos os anos pelo que me resta de vida.
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fearlesshealy · 5 years
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14.01.19
 Quando ela me disse que me amava pela segunda vez, na praia, e fez com que eu queimasse meu dedo anelar na frigideira;
Quando ela me deu banho porque eu estava bêbada demais;
Quando praticamos posições sexuais que nunca fizemos com outras pessoas antes;
Quando ela escovou os dentes com a minha escova;
Quando ficamos horas conversando depois do sexo sobre atitudes e palavras ditas;
Quando ela cancelou o rolê com o amigo para ficar ao meu lado num momento confuso da minha vida;
Quando ela demonstrou ciúmes e insegurança;
Quando ela me chamou de amor na frente da minha mãe sendo assim a primeira pessoa a fazer isso;
Quando ela não hesitou em contar para sua mãe sobre nós, sobre esse começo;
Quando a fiz dizer que era minha, toda minha, só minha durante o sexo;
Quando a fiz dormir com as pontas dos meus dedos por todo o seu corpo ao som de The 1975;
Quando ela disse que queria 365 dias ao meu lado, e se fosse ano bissexto 366;
Quando ela disse temer a relação devido aos meus recentes sentimentos;
Quando ela disse que sou número 1 de um certo top 5;
Quando ela disse que se vestiu para me ouvir elogiá-la na balada;
Quando ela me chamou dizendo estar feliz por nós pela reação de sua mãe em relação a nós ser totalmente positiva;
Quando ela disse que leu a minha carta de meses atrás e não imaginava nada do que estava escrito ali;
Quando dormimos juntas. Quando juntamos o bater dos corações desordenados em euforia pela sintonia encontrada. Quando nos encontramos.
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fearlesshealy · 5 years
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26.12.18
[O Quase Beijo – No Show]
Não muito distante a avistei sentada no chão com a mão encostada no rosto tapando as luzes de sua vista e também as pessoas à sua frente. Seu cansaço era nítido, sem disposição para me dar a atenção prometida. Em poucos segundos decido caminhar até onde se encontrava para perguntar se estava tudo bem. Pousando minhas duas mãos em suas pernas, me agachei e tentei entender a cena em meus próprios pensamentos. “Está bem?” Foi tudo o que consegui dizer e sua resposta em seguida meio confusa: “Não estou muito bem” acompanhada de um suspiro pesado. Naquele momento não havia muito a se fazer, logo agi por instinto de desejo que me consumia há exatamente uma semana inteira. Meus dedos inclinaram seu queixo para me enxergar perfeitamente. Seus olhos marejados de dor e sofrimento me observavam sem questões em jogo. Minha sede incontrolável de alcançar seus lábios e me saciar por inteiro num único beijo, aquele que mudaria toda a história da minha vida. Já sentindo o calor de seus lábios prestes a atingir o objetivo que seria uma das maiores metas da minha vida meses e anos após este dia, tudo logo se transformou em escuridão e o maior vazio dentre a linha do tempo; passado, presente e futuro. A investida que golpeou em cheio e minha única chance.
[Primeiro Beijo dos Sonhos – No Parque]
– Você é perfeita, e eu te amo. Eu amo você tanto. Não ligo para essas regras de que não se deve dizer o que sente no primeiro encontro ou dizer eu te amo sem ouvir de volta. Eu amo você e acredito que o amor seja isso, dar sem receber de volta em muitas vezes, e nesse exato momento quero de você outra coisa, peço que me dê outra coisa. – Olho em seus olhos e toco em seu rosto com a mão direita, em seguida as duas pernas, olhar fixo e pergunto:
– Você pode me dar? Pode me dar o que eu quero agora?
– Sim. – Ela disse. – E meu beijou intensamente.
[Parte II – No Penhasco]
A beijei no penhasco ao pôr do sol e a levando para casa beijei-lhe antes de chegar ao local. Ambos beijos diferentes. Gostos diferentes. Sensações diferentes. A caminho de sua casa me pediu para parar o carro algumas casas antes da sua. Pensei ser por precaução em relação a seu pai que não aceitava quem ela era. Me olhou nos olhos e pediu um beijo; sem hesitar lhe dei. Logo em seguida ela me disse “Você me beija diferente”. Perguntei o que queria dizer e ela me fez uma observação que jamais imaginei que notaria: “Quando você me beijou no carro logo que entrei foi um beijo mais caloroso e com tato, e no pôr do sol mais calmo e intenso”. Respondi “É porque as vezes lhe amo e as vezes lhe quero, obviamente que uma coisa não anula a outra”. Ela sorriu e nos despedimos com lábios entrelaçados apenas pensando o quanto quero que sinta através do meu beijo quantas sensações puder. O beijo com a mistura dos dois seria a realização ultimada.
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fearlesshealy · 5 years
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Ela
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23.11.18
Para os que a conhecem vagamente há uma ligeira impressão de que ela pode ser indiferente e vil com seu falar e modo de agir, mas ela tem certo vigor, paciência, coragem, resistência, compaixão, tolerância, lealdade, e uma força que as vezes penso ser a única a reconhecer em seu ser. Recentemente lendo um livro de um de meus autores brasileiros favoritos, Fabrício Carpinejar, fui marcada por tal sentença “Não sei por que a amo. Não me fale. Quem sabe deixou de amar.” Ao ler e reler esta frase repetidas vezes me ajustei perfeitamente sendo a pessoa que deseja não entender o verdadeiro sentido de amar alguém, no caso ela. Ela que me traz imperdíveis nuances de ser e não ser amada num misto questionável. Entender um sentimento é se aprofundar em assunto equivocado. Para quê mergulhar na compreensão de uma emoção como o amor ao invés de entregar-me diretamente sem hesitação em seus braços? Temer o ato de enlouquecer de amor é munir-se da demasiada percepção de se fragmentar. O primeiro dizer das três conhecidas palavras saem de muitas formas em algumas situações. As vezes num quadro planejado há semanas ou meses, as vezes salta dos lábios sem perceber, as vezes é simplesmente a hora certa para o momento apropriado ou as vezes acontece apenas olhando profundamente nos olhos de sua amada para saber que não há de ser em nenhum outro dia, nenhum outro segundo a mais nem a menos, diga agora. Em outro caso, como o meu, foi escrito num pedaço de papel logo em seguida amassado e deixado desdenhado durante meses mesmo sabendo que o sentimento estava ali meses atrás. Não é simples quando acredita-se sentir ímpar numa ligação tão desmedida. A segunda vez foi indiscretamente com um chiste escrito por autor desconhecido que, assim como com grande maioria da internet também me enganou acreditando ser de Clarice Lispector, mas o chiste funciona melhor em espanhol pois não parece retorcido, e com repetição da palavra “jamais”. Pesquise no Google “brincadeira de mau gosto com Clarice Lispector” para entender mais a fundo do que simplesmente ler e acreditar na autoria denominada por qualquer um na terra de ninguém que é a internet. Acreditava-se pertencer a ela e também ser um poema de desamor, no entanto, quando lido de baixo para cima seria uma declaração de amor eterno. O chiste definia-me distintamente por me sentir renunciando a um amor não mútuo, contudo, um amor inevitável que se recusa a mudar-se de mim. A terceira vez diferente da segunda indiscreta, uma pequena sentença “feliz aniversário para aquela que eu mais amo” juntamente de um status no Whatsapp que continha um print de uma conversa nossa do ano anterior com um curto diálogo. Eu disse: “Se você escolher ser minha” logo em seguida sua resposta “Eu escolhi você”. Parte de mim sabia que, independente de estarmos bem ou não nos dias próximo ao seu aniversário, minha mensagem para ela exatamente a meia noite seria enviada, e que muito da nossa atual situação se resolveria depois disso, pois havia comentado com dois amigos que uns dias depois do aniversário tentaria sumir de vez da vida dela. E assim como o primeiro aniversário ela se surpreende com minha mensagem e diz que quer muito me ver, que gosta de mim apenas não está bem, tanto psicologicamente quanto fisicamente. Não somente ir embora assim como distanciar-me seria a mais severa punição. O modo como ela me nega algo é singular, pois carrega um lado curioso em mim que não é frequente, quase como que me instigando por mais, talvez seja essa a intenção. A quarta e última vez com sua reação encantadora através de uma estrofe dizendo como a admiro em partes por simplesmente ser quem é, e a impossibilidade de listar todas as qualidades e defeitos que a tornam cativante da cabeça aos pés, até mesmo quando atinge seu nível máximo na discrição em não mostrar quão chateada está por não ter lhe perguntado como estava. Sua sensualidade é indescritível e única, assim como meus sentimentos por ela.
[09.08.18]
Eu vejo você quando o sol está indo embora. O entardecer e suas cores hipnotizantes me fazem te imaginar ali ao meu lado. Seus braços ao meu redor. Meu olhar para ti quase fixo, apenas desviando sob seus lábios; Aposto que macios e sem fim. Me queira também?!
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fearlesshealy · 6 years
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18.10.18
Há exatamente um ano atrás estava terminando de me programar para ir ao aeroporto de Guarulhos esperar por mais ou menos 8 horas o horário do meu voo com destino a Porto Alegre. Na semana passada o show do John Mayer em São Paulo havia sido incrível como é de se esperar, mas não sei se por ser em outra cidade minhas expectativas para o show em Porto Alegre estavam altíssimas. Na minha cabeça tudo correria perfeitamente certo; talvez pelos planos revisados diariamente nos meus arquivos. Como a filha desnaturada que sou, avisei sobre a mini viagem para minha mãe um dia antes, bem por cima e no dia que estava saindo para o aeroporto expliquei a situação de forma correta. Fiz isso pois já sabia qual seria sua reação à minha intenção de viajar para ver um cantor que havia visto uma semana atrás, e em outro estado. Esta foi a minha segunda viagem de avião e para o mesmo destino da primeira vez, com o mesmo propósito: show. Aos outros isso pode soar como loucura de fã, mas eu apenas vejo como uma nova aventura, momentos únicos com situações diferentes. Muito mais confortável dessa vez dada a primeira vez que fiz isso, por que não tive apoio de ninguém. Meus pais discutiram comigo sobre os cuidados que aparentemente eu estava deixando de tomar, os motivos: loucura de fã, e a circunstância: viajar de avião. Mas o que ninguém tomou nota nisso foi que o meu medo de viajar de avião, o medo de estar perto de um avião e ainda mais estar dentro de um era a pior coisa dessa ideia toda, e não um incidente ocorrer durante todo o processo. Desde pequena tenho pesadelos intensos e muito vívidos de acidente de avião. Sejam eles caindo próximos a mim, distantes ou sendo passageira. Para quem não entende o medo de avião, lembre-se dos pesadelos vívidos caindo de algum prédio e só despertar quando está prestes a cair e se esborrachar no chão. Dessa vez ninguém me derreteu a mente, pois já havia planejado tudo e agora a experiência da primeira vez tinha sido dada como um sucesso. Cheguei no aeroporto em menos de 2 horas, já preparada com pelo menos 4 episódios de Fringe no celular e um show da minha banda favorita de uma hora de duração. Me senti como o personagem do Tom Hanks em O terminal, averiguando cada espaço do aeroporto por falta do que fazer e completo tédio, e se for inventar de comer já sabe que vai gastar muita grana, por isso sempre levo algo para enganar a fome quando sei que a saga vai ser longa na espera. Pensei passear no estacionamento como fiz com um amigo meu da outra vez esperando um artista aparecer por lá, mas sozinha era outra coisa. Dormi algumas horas e acordei já para o horário do voo. Diferente da primeira vez que entrei num avião dessa vez não precisei sair pela porta de vidro e caminhar até o avião, e sinceramente não sei qual foi pior, o medo é o mesmo. Toda vez que entro no avião é uma sensação de ânsia mesmo sem estar com ânsia, e quando fecham as portas logo penso que não tem mais volta. Não tenho medo exatamente de decolar e pousar, mas pelo simples fato de estar dentro de um avião, porque tudo que ouvi das pessoas a vida toda foi que para decolar era um pesadelo, mas depois que está subindo mesmo vou me sentindo mais confortável. O primeiro acidente em Congonhas foi ao decolar, deu uma falha no reversor da turbina direita do avião o que o fez desacelerar do lado direito enquanto o esquerdo acelerava; o avião ficou 24 segundos no ar até cair em 8 casas no Jabaquara. Por isso que quando o avião está nas alturas me sinto bem, mesmo que as vezes o avião faça um movimento que parece perder altitude. Depois de pousar e sair imediatamente do avião com essa pequena fobia, me conectei com o wi-fi do aeroporto para falar com uma amiga que nos encontraríamos no hotel onde o John estava. Quase meia hora coletando informações para sair do aeroporto e chegar no hotel certo, percebi que me deram informações incorretas mesmo assim, mas consegui me situar e encontrá-la. Ficamos o dia inteiro praticamente esperando algum sinal do John, mas nada dele. Então decidimos ir embora uma hora antes dos portões abrirem, porque ela tinha que chegar a tempo na universidade e eu a tempo para não ficar tão longe do palco, já que meu setor era esse. Ao pisar meus pés no anfiteatro Beira Rio não notei nenhuma grade separando as pistas, só então me dei conta de que não separaram as pistas. Fiquei furiosa, comprei minha cerveja e fui encontrar o lugar ideal para assistir bem ao show. No meio do show um jovem à minha frente foi visto por um segurança com uma câmera. Aparentemente essas câmeras que acendem uma luz vermelha não são aceitas em shows porque o guarda pulou a grade durante o show como se não tivesse ninguém à sua vista e deu alguns passos erguendo sua enorme mão na câmera do menino. Nesse exato momento foram segundos para que eu chegasse na grade, boba que não sou. Decidi ir para o aeroporto após o show, pois estava num dilema de dormir na casa da amiga ou passar a noite no aeroporto, e a decisão foi facilmente tomada por motivos de não ter dormido bem há dois dias seguidos e o medo de perder o voo caso dormisse na casa dela. Na frente do anfiteatro o motorista me deu a informação de que aquele ônibus me levaria a um pequeno terminal e desse terminal outro ônibus sairia com destino ao aeroporto, mas o que nenhum gaúcho informou a uma paulista foi que os ônibus funcionavam até as onze horas da noite. Quando cheguei nesse terminal completamente sinistro e assustador era onze e meia da noite. As oito pessoas que se encontravam lá esperando os últimos ônibus atrasados disseram que “sem chance para você”, e o pânico foi se espalhando pelo meu corpo inteiro e achei que fosse morrer ali, porque não teria como sair dali sem ônibus e sem internet pra chamar uber. Nesse momento eu já nem lembrava que minha amiga existia pra pedir ajuda, e não faria isso também. Não sei se por orgulho ou por achar que não temos intimidade o bastante. Algumas pessoas se simpatizaram com a minha situação, e depois de meia hora sofrendo sem saber o que fazer e achando que morreria assaltada ou algo pior naquele terminal de madrugada, me apontaram um taxista; meu medo era tanto que não conseguia nem confiar de que o taxista era uma pessoa boa e real. Naquele ponto da vida não confiava em ninguém ali, ainda mais que não conhecia ninguém sendo que esse já é um problema constante pra mim. Caminhei até o taxista, tentando não parecer muito desesperada expliquei tudo, e ele um “homem de fé” foram essas suas palavras me levou para o aeroporto por um preço razoável. Muitos homens conversando juntos atravessando a rua de onde estava o táxi. Se eu sentia seus olhos me julgando sob mim por estar em um lugar muito estranho onde nunca fui na vida ou se estavam sob mim por terem entendido que estava quase presa àquele lugar até hoje não sei, mas o medo me deixou em estado de alerta. É o que dizem sobre as reações do corpo em situações de risco. Esse nó na garganta só me deixou quando cheguei no aeroporto onde passei por mais horas torturantes de cansaço até a volta para casa. Todo esse sufoco e frustração com tudo pensado e repensado, imagina se fosse alguém mais espalhafatoso que eu.
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fearlesshealy · 6 years
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Lembrança significativa ou má recordação.
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09.10.18
 Dois dias se passaram desde as eleições; dentro de tantos acontecimentos devido as escolhas dos eleitores que deixou tudo dividido entre opiniões e certezas o que nos deixa em estado de calamidade. Só nos resta esperar pelo dia do segundo turno para nos prepararmos para o que vier e então sentir o peso do voto nos próximos meses e anos. O dia da eleição sempre me deixa em total nostalgia, pois vamos à escola para votar. No meu caso, não voto na escola em que estudei nem mesmo antes do ensino fundamental, mesmo assim é uma sensação intrigante. O que consegui pensar e decidir desta vez foi em passar na escola da qual me formei. Na maioria das votações vou acompanhada de um amigo que também se formou comigo. Éramos da mesma sala, e como um dos dois únicos amigos que fiz na escola ele foi o escolhido para visita-la comigo nestas eleições. Assim que saímos da outra escola fomos a um mercado comprar uma bebida já que eu tinha planos de encontrar uma amiga e uma “paquera” – que no fim acabou dando tudo errado – e em seguida íamos para a nossa antiga escola, porém essa foi a sentença que ele soltou “não vou a nossa escola com a bebida, mesmo que não estejamos bebendo, não quero correr o risco de ser preso hoje”. Ele riu, e eu achei um exagero já que estava numa sacola, mas não queria ser presa também. Nunca se sabe o que se passa na cabeça das pessoas. Mais tarde do mesmo dia assisti a vídeos na internet onde mulheres eram fortemente questionadas e acusadas de fazer boca de urna com suas camisetas estampando seus respectivos candidatos, neste caso talvez tenham perdido a chance de votar, mas não sei ao certo o desfecho. Decidi levar a bebida até em casa desde que a escola fica apenas uma rua de distância; mantive a bebida em casa pois haviam furado com os planos, e ele aproveitou para pegar a blusa e um livro que o presenteei. Chegando na rampa para entrar na escola senti uma sensação tão forte que respirar fundo quase me fez cair no choro. Perguntei a ele se ele também sentia, ele negou, mas eu não acredito. Bom, talvez seja isso mesmo, algumas pessoas sentem outras não. Por cada quadro de plano que enxergava me via nos tempos de aulas e me vejo recordando as atividades que aconteciam. Uma vez da qual tentei fugir da professora de português pois sabia que ela me daria aquela bronca pelo trabalho de fim de semestre mal feito, ali no corredor da diretoria. Ela sabe que até hoje me envergonho de não ter dado o meu melhor, mas isso não o torna esquecido, talvez perdoado. Recordo-me da quinta série onde tivemos a Feira das Nações e o país escolhido para a minha sala era o Japão. Fizemos tanto por esse trabalho que até fizemos uma apresentação de dança e ganhamos a colocação em terceiro lugar, e o prêmio era assistir à peça “O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá” de graça. Essa foi a primeira vez que fui ao teatro e me apaixonei logo de cara. A maioria das pessoas choraram emocionadas pelo fim trágico, já eu não chorei mas fiquei completamente deslumbrada. Descendo as escadas ao rever meus primos no palco mais à frente, logo a direita percebi que o banheiro havia mudado. A lembrança mais forte que navegou pelos meus pensamentos foi de uma garota que até hoje tenho um contato meio raso, mas que sempre achei uma boa pessoa. No primeiro ou segundo ano do ensino médio estudávamos juntas. Nunca nos falamos em classe, por ela ser uma garota muito tímida. Eu já entendia o bullying nessa fase da minha vida, pois já o havia ignorado por tantos anos, mas nunca compreendi como alguém consegue se intrometer com uma pessoa tímida que não fala nada com ninguém e nunca incomodou a ninguém. Mas me lembro perfeitamente de uma outra garota que mexia muito com ela só para o próprio prazer doentio de tirar-lhe a paciência. Isso ocorria várias vezes durante um dia e por vários dias, mas assim como em nós existe muita paciência, uma hora ela se esgota fazendo aparecer que ela nunca esteve ali. Por que ninguém vê uma pessoa praticando bullying com outra ao ponto de se incomodar também e intervir, assim como foi com essa história. Nunca tive a coragem de falar em nome dela ou me impor para que parasse de uma vez por todas. Todo o bullying que sofri anos e anos durante quase toda a minha vida colegial foi ignorado. Sendo assim achei que ela conseguiria lidar da mesma forma que eu, pois das duas uma, ou você ignora e uma hora o ódio cessa ou você aprende a se impor e com essa escolha, muitas coisas podem acontecer. Como a pessoa que pratica o bullying parar de vez por perder a graça ou ficar com medo, a pessoa se irritar e ocorrer uma briga física, ou a pessoa continuar até que outra medida seja tomada. No fim da penúltima aula tudo já estava saindo de controle com a situação das duas. Pedi para ir ao banheiro e lavando minhas mãos e bebendo água acidentalmente pude ouvi-la numa ligação com sua mãe de forma breve e direta, ela disse: “logo vai dar o horário de saída e eu vou entrar em uma briga com uma garota que não me deixa em paz, então vem logo à escola para me liberar, porque pode piorar muito. Em outras palavras “corre porque eu cheguei ao meu limite e não tenho outra opção senão a agressão”. Fiquei assustada pois jamais imaginaria ouvir isso dela, mas a entendi antes e a entendo agora. Para muitos o bullying é fácil de ignorar e conviver, mas torna a vida insuportável. Na escola se têm um outro tipo de preocupação, com notas e em alcançar os requisitos de aprendizado, e não se vai conseguir prestar à aula porque existe alguém ali enchendo sua paciência e te ameaçando. Todo o bullying que sofri e que foi ignorado, hoje reflete em quem eu sou e nas repetidas vezes em que me senti insegura com quem eu sou, com minhas atitudes e meus passos por não me sentir suficiente e ser julgada por isso. Leva muito de você mesmo para entender que nada daquilo pode dizer quem você é. Hoje vejo que errei em não dizer isso para alguém com autoridade, mas pensei que sobraria tudo para ela quando na verdade ela era a vítima. Resolvi me calar e esperar, e assim foi feito até que bateu o sinal para irmos embora e a menina mexeu com ela novamente, na saída. No meu âmago gosto de pensar que ela já havia desistido da agressão até dar o horário, mas este foi o fiasco para acontecer de vez. Não foram nem vinte passos de distância da porta da sala para onde estavam grudadas uma na outra investindo com golpes desengonçados e puxões de cabelo. Todos ao redor se afastando para dar chance de elas continuarem a perder a compostura no confronto e resolver a rixa que pensaram ter ou se faziam para não culpar a si mesmos por estar apreciando cada momento daquilo. Lembro da mãe de um amigo que não estudava lá, mas que era inspetora e segurou a garota que só queria paz, e eu agarrei com força a que praticava bullying mas não antes de a outra dá-lhe um tapa digno que de certa fúria senti em meus braços. As levamos para a direção, e tudo que presenciei foram as duas aguardando. Fui embora com receio de que saíssem aos tapas ali mesmo, e também de que na manhã seguinte pudesse acontecer novamente, ou em outras manhãs até o fim do ano, entretanto, acabou naquele dia. Foi como fechar os olhos na frente daquele banheiro, me recordar daquela ligação, de todo o ocorrido e abri-los como nos filmes. E toda a saga de lembranças continuaram a cada passo dado naquela escola. Meu único arrependimento foi não ter verificado como está a biblioteca. Certamente, sei que posso voltar em 19 dias e fazê-lo.
- A 
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fearlesshealy · 6 years
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02.10.18
Meu plano era visitar meu amigo em Itatiba antes de conseguir um emprego, pois caso acontecesse não nos veríamos em um tempo muito longo já que a última vez em que nos vimos foi no aeroporto virando a madrugada para o show do Ed Sheeran. Estava levando cinco livros para presenteá-lo então é de se imaginar o peso que carregava. Para chegar até lá preciso tomar um ônibus, duas linhas de metrô, o trem para Jundiaí – quem já viajou nesse trem vai entender claramente – e lá mais dois ônibus, fora uma caminhada até o apartamento em que ele mora. Tudo isso num sol do qual não estou acostumada. Certas coisas fazemos por livre arbítrio e opção ou também a falta dela, mas quando tudo isso vale a pena nada é um obstáculo tão incomodo do qual não se vale o esforço. Muitas pessoas fazem tudo isso para encontrar com seus amantes e casos amorosos, assim como também já fiz por amores passados. Conta-se pela vontade de ver a pessoa e a falta que ela lhe faz. Na situação atual apenas amigos valem a correria. Enfatizando sempre que ele e outro amigo foram as pessoas que mais me ajudaram no meu sofrimento constante por falta de uma certa pessoa e às vezes de amor próprio. Muito próximos de seu apartamento avistamos muitas vacas nas ruas e nas calçadas com gramas sendo arrancadas a bocadas pelas famintas vacas – para quem nunca vê uma vaca na cidade onde mora aquilo foi completamente novo e bizarro – a primeira reação foi cair na gargalhada e, logo entramos em pânico porque parecia que uma delas estava nos encarando para atacar, mas o que ela fez na realidade foi urinar ali onde estava, na rua. Ele me disse que geralmente ficam no pasto atrás do apartamento, e que estavam ali por conta da falta de grama no pasto delas, pois estavam queimando muita coisa por lá. A fome as fizeram dar uma voltinha pelas ruas; o que a fome não faz, não é mesmo?! Nessa pequena viagem pude ver animais e pessoas em situações como esta, e só posso me questionar como o ser humano pode não ter empatia para mudar este quadro, com tanto dinheiro desviado na politicagem para luxar apenas coisas fúteis enquanto o número de pessoas que morrem de fome por dia só cresce. Como fiquei apenas dois dias e meio com ele no dia seguinte elas já não estavam mais nas ruas. Meu coração frágil me força a acreditar que as levaram para um lugar com comida e que agora estão alimentadas e bem. Tudo isso pode soar hipócrita vindo de uma carnívora, mas nesse quesito é como ver uma pessoa com fome e não poder ajuda. Dependendo das circunstâncias não se pode oferecer ajuda se a situação na sua casa não é das melhores. É triste, mas pessoas com mais condições precisam ser tocadas por uma divindade maior a fazê-lo. Não falo exatamente por mim, mas é como vejo. Meu modo de ajudar é outro, porém não como eu gostaria de verdade que seria doar dinheiro para instituições, banco de alimentos e ONGs que dão todo o suporto para pessoas que passam fome todos os dias. É muita ironia do destino me levar para uma cidade totalmente diferente da minha para me fazer desviar os pensamentos que meus problemas pessoais me trazem e, na verdade me trazer pensamentos como esses que de fato desviam dos meus problemas, no entanto não como esperava. É como meu querido escritor favorito uma vez disse “enquanto a maioria das pessoas jogam toda a conversa fora, eu anoto”; no meu caso “enquanto a maioria dos meus problemas são só meus, há sempre os do mundo inteiro”. Tudo foi de fato anotado em meus devaneios de um dia o mundo ser melhor. Em uma cidade afastada de movimentação e muita população pude reparar quão calma são as pessoas com seus problemas e afazeres. Em tempos vagos as pessoas saem mais à rua para conversar e ter um momento especial, já que onde moro as pessoas verificam seus celulares frequentemente. Respira-se mil vezes melhor e a rotina é diferenciada com seus horários e tarefas. Imagino como seria a minha vida vivendo em Itatiba por um mês ou mais. Sem sombra de dúvidas a qualidade de vida seria outra, mas não trocaria a loucura da cidade grande mesmo com seus benefícios tentadores. Ainda não descobri se sou a única pessoa que quer fazer coisas totalmente diferentes das que faria na minha cidade ou zona de conforto em uma cidade nova, como contar detalhes explícitos pessoais para pessoas novas, fazer um deles sentir o piercing em um lugar não muito convencional ou também urinar no mato duas vezes e rir muito disso no dia seguinte, ser chacoteada por nunca queimar marshmallow e batatas na fogueira como em filmes de acampamento. Voltarei com a promessa de que farei novamente essas e novas coisas das quais ainda não fiz, para vivenciar a visita de forma nova e leviana.  
- A
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