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#talvez eu tenha me empolgado mais uma vez
xiaohuangs · 2 years
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⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀ ──────⠀ ❰⠀*⠀✿⠀❱  @THESONGOFACHILLZS​ .
Os últimos quinze dias pareciam... Incompletos. Incolores. Yeran não era uma pessoa difícil de se interpretar ― quando estava chateada, sua expressão costumava entregar absolutamente tudo, sem que necessitasse de quaisquer palavras para sinalizar que estava chateada. Ao mesmo tempo em que ela não era um livro fechado... Bem, ao menos com a sua família, Yeran não pareceu muito clara sobre o que estava a incomodando quando todos pareciam alertas quanto ao fato da moça não parecer agitada como o usual.
Seu pai chegou até mesmo a pensar que aquela era uma de suas “birras” por ter sido coagida a participar da temporada de casamentos naquele ano. Mas quando constatou que a vontade de Yeran não era exatamente retornar para casa, o patriarca Nan pareceu bastante confuso. Nunca percebeu que sua caçula podia ser verdadeiramente enigmática quando almejava isso, mas agora, parecia ter ganhado uma noção maior sobre isso.
O anúncio de um novo evento para a temporada pareceu se tratar de um sopro de esperança. Mas na primeira oportunidade que teve, Yeran despistou quaisquer companhias e andou em direção de onde havia identificado ser um lago. Estava tudo bem em participar do evento se isso fosse distrair sua mente, mas ela precisava de um tempo para organizá-la só. Ela apenas apreciou a beleza do cenário ao sentar-se, com sua expressão lentamente se suavizando enquanto se distraía com a vista e com pensamentos leves. No entanto, quando sentiu a presença de alguém próximo, ela não deixou de virar lentamente o rosto com curiosidade. Ao visualizar e reconhecer quem se tratava, ela pareceu surpresa. Mas imediatamente, pareceu feliz como não parecia durante duas longas semanas.
━━━━ Achilles..!!
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meowhile · 20 days
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𝐂𝐇𝐀𝐑𝐌𝐈𝐍𝐆'𝐒 𝐁𝐈𝐑𝐓𝐇𝐃𝐀𝐘
Há um ano atrás, quando o aniversário do Rei se aproximava, o Gato de Botas e o Caçador estavam tomados pela animação. Como não ficar empolgado? Celebrar o aniversário de alguém tão importante para eles sempre era motivo de alegria. No entanto, o destino reservou alguns contratempos ao longo do caminho. O pobre gato deparou-se com uma oportunidade única que não podia ignorar, enquanto o Caçador… bom, ele tinha deveres a cumprir, afinal, é o que os caçadores fazem. Mas, para não deixar essa data especial passar em branco, os dois decidiram antecipar-se na busca por presentes e na elaboração de palavras comoventes para compensar suas ausências.
𝐂𝐀𝐑𝐓𝐀 𝐃𝐎 𝐆𝐀𝐓𝐎 & 𝐇𝐔𝐍𝐓𝐄𝐑
Se o gato falar que a caixinha foi ideia dele, saiba que é mentira! Ok, ok, ele ajudou sim… E não, não estou escrevendo isso por ele estar com a espada contra minha garganta. Esperamos que goste dos presentes, de todo jeito, isso é uma introdução para a ilustre carta do gato e a minha que está legível. Se não gostar de caixa de música, quem escolheu foi o gato! — H & 🐾
𝐂𝐀𝐑𝐓𝐀 𝐃𝐎 𝐆𝐀𝐓𝐎
Hola Encantado, ¡Feliz cumpleaños, mi amigo! Espero que estejas a ter um dia maravilhoso, cheio de alegria e momentos especiais. Lamento não poder estar contigo pessoalmente neste dia tão importante, mas o dever me chama, e estou atualmente em uma missão para lidar com um grifo que anda causando problemas nos vilarejos mais humildes do reino de Briar. No entanto, mesmo não estando presente, quero que saibas que não me esqueci de ti, hermano. Por isso, antes de partir, decidi gastar minhas economias em um presente para ti. Espero que gostes da adaga que escolhi. É uma peça única, afiada como as palavras de um poeta e tão bela quanto um raio de sol nas manhãs de primavera. Se o Hunter não for um desgraçado como de costume, ele deverá entregá-la a tempo para o teu aniversário. Além disso, pensando em ti e na nossa querida Snow, escolhi uma caixa de música especial para presentear-vos. Foi uma escolha minha, mas deixa que o Hunter acredite que foi ele quem decidiu. Não contes a ele que te contei isso, ¿vale? Espero que esses presentes te tragam sorrisos e felicidade, assim como a tua amizade me traz todos os dias. Que continues a ser essa pessoa incrível que és, sempre com o teu sorriso cativante e o teu coração generoso. ¡Abrazos y felicidades! Até breve, mi amigo. Com carinho, Gato de Botas
𝐂𝐀𝐑𝐓𝐀 𝐃𝐎 𝐇𝐔𝐍𝐓𝐄𝐑
David nada Charming, Primeiro de tudo, feliz aniversário! Lembro até hoje de quando você era apenas um moleque chorão que mal conseguia parar de pé e olhe só pra você hoje, quase dá minha altura e finalmente consegue se defender de um bom soco. Imagino que talvez você não pense assim por muitos motivos, mas quero que acredite quando ler isso, sua mãe estaria orgulhosa do homem que você se tornou hoje. E seu pai também também estaria, acredite, disso eu sei...  Te desejo forças e muita paciência para lidar com todas as suas responsabilidades por que eu jamais daria conta se estivesse no seu lugar e por isso o tenho em grande estima, é assim que se escreve, não? Sempre fico na dúvida. Lembro que você comentou uma vez que estava com algumas gavetas faltando ou algo sobre uma coleção delas? Achei estranho, mas por ser estranho imaginei que fosse verdade vindo de você.  Então, sim, consegui gavetas feitas a mão especialmente pra você, espero que goste e que não tenha mais nenhuma com essa pintura. Imaginei que o pássaro seria agradável não só para você, mas também para a Snow, ela gosta bastante de animais, não é? Bem, de toda forma espero que goste, não poderei estar contigo no dia, mas sei que o presente chegará.  P.S: Se você receber alguma torta, não coma e não deixe a Snow comer. Não questione.  Com sinceridade,  Hunter Hearthorn
𝐎𝐎𝐂
Agora saindo agora um pouco do personagem. Pode não ser exatamente o aniversário do Charming ou da Malévola hoje, mas é de uma pessoa muito especial para mim e para a Ollye e por isso fizemos esses presentinhos em conjunto para ela. A gente apenas quer agradecer pela pessoa incrível e especial que você é para a gente e de nos aturar todos os dias por tantos anos. Muito obrigada por sua amizade e carinho e por ser essa pessoa incrível que você é. Assim como o Hunter e o Gato de Botas, não estamos literalmente no seu lado para comemorar, ainda sim, estamos aqui contigo para o que der e vier. Para os altos e baixos, para as alegrias e tristezas, para as piores piadas do mundo e os surtos. Enfim, de novo, muito obrigada. Nós te amamos, Ste e esperamos que tudo de bom venha na tua vida. Espero que goste desses pequenos presentes E FELIZ ANIVERSÁRIO <3
@davidcharmoso
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solisimmer · 16 days
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MODELS SERIES - EP 14
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Estávamos na estrada há mais de três horas, para fotografar em uma praia remota do estado de Santa Catarina. Todos empolgados com a ideia de ir para a praia, já sentindo as férias de fim de ano se aproximarem. Bom, eu não estava tão empolgado assim, pois eu mal havia começado a trabalhar na agência e já daria uma pausa e eu preciso trabalhar.
Assim que chegamos em Barra Velha, fiquei admirado pelo local. Embora seja um local de veraneio, no início do verão, parecia calmo. Sendo uma cidade com mais ou menos quarenta e cinco mil habitantes e perto das outras cidades litorâneas catarinenses, ficávamos perto de tudo, mas numa boa distância para não estar no meio de tanta gente nessa época. 
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Paramos na praia Itajuba, que era mais afastada dos grandes prédios, tendo mais moradores, móveis residenciais e espaço, onde a agência já havia providenciado um espaço para o ensaio. Tratava-se de um balneário na cidade de Barra Velha em que teríamos mais liberdade para completar o projeto. Não era um local caro. Na verdade, até estranhei, porque eles teriam verba suficiente para pagar um lugar muito mais caro do que esse. Mas não reclamei, o local era ótimo e não era muito cheio, já que não era um ponto de veraneio muito comum.
E apesar de ainda estar nublado, eu já imaginava ótimos registros em que poderíamos ter um ensaio e tanto. Eu não conseguia não pensar como fotógrafo, mesmo agora, estando na frente da câmera. Talvez por isso estivesse sendo divertido e desafiador. Eu sabia o que fazer, o que o fotógrafo precisa de mim e o que eu posso ou não fazer, porém, o resultado às vezes pode não ser o mesmo. Por isso eu sempre ficava admirado por Nina, ela fazia esse trabalho parecer tão fácil, ela conversava com meus equipamentos fotográficos, era uma grande profissional. Eu sempre adorei trabalhar com ela e por isso eu tinha muito o que aprender.
Outra modelo que estava sendo um exemplo positivo para mim era Nanda Alba, ainda que eu nunca tivesse a fotografado, eu via como ela trabalhava com fluidez e sem precisar de muitos takes para ter o que o fotógrafo pedia. Ela estava sempre pronta para a câmera, mesmo quando não estava na frente dela. Sua desenvoltura poderia se dar ao fato de ser dançarina profissional também, fazendo que tivesse uma ótima postura e movimentos sutis e certeiros para qualquer pose. Estava aprendendo muito ao ser seu par.
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E o que tinha de profissional, tinha de bonita. E nossa, como era bonita! Não posso negar que é o meu tipo ideal de mulher, mesmo que eu nunca tenha estado com uma mulher tão alta. Ela era poucos centímetros menor do eu, que tenho 1,88m, mas como ela sempre estava de saltos, ficava facilmente mais alta do que eu - e de qualquer outra pessoa na equipe, menos de Eduardo e seus quase dois metros.
Venho notando os olhares dela desde que começamos a fotografar juntos, sua aproximação contida, mas não despercebida. Depois do dia em que conversamos melhor, fora do trabalho, no dia em que Pierre viria (mas não veio), tive certeza de que ela estava interessada. Ainda estou analisando tudo, pois embora ela pareça interessante, seja muito bonita e tenhamos assuntos em comum, não estou certo que seria uma boa me envolver com alguém do trabalho - não deu muito certo da última vez. E por falar nisso, Nina parece estar sempre ao redor, me lembrando de que eu não deveria cometer o mesmo erro de novo.
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Mas, será que foi mesmo um erro? Eu não me arrependo de nada, nada mesmo. No fundo eu sei que não terei nada igual a isso novamente, mas gosto de pensar e lembrar do quanto foi bom. Se algum dia eu me apaixonar novamente, quero que seja como o que eu sinto por Nina. Quis dizer, sentia. Ou ainda sinto, não sei. Só sei que, toda vez que a vejo, ela me arrasta para um local que eu já sei de cor, em que me sinto preso a ela e que nenhuma pessoa no mundo consegue me arrancar de lá. Sejamos sinceros, eu já sou um homem feito, eu não deveria me sentir assim ainda, mas depois de ter Marina comigo, nenhuma outra mulher foi igual, nenhuma pessoa provocou em mim o que ela provocou e ainda provoca. Agora mesmo, ela está tão bonita posando sozinha, traje todo vermelho como é a sua cor (até os saltos altos e quem usa salto na praia?), a água salgada escorrendo pelo corpo, molhando parte das ondas dos seus cabelos vermelhos, um biquíni tão pequeno que eu me forço a olhar para qualquer outra coisa, para não parecer um idiota, um cachorro olhando para a comida posta na mesa.
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Como sou um azarado de merda, é claro que ela não estaria posando sozinha. E é claro que a Chilli Beans, a marca de óculos que Nina era garota propaganda, iria querer um ensaio que mostrasse como o verão no Brasil é quente, tropical e afrodisíaco. Cara, precisava de tudo isso? Pediram que Eduardo posasse com ela como a porra de um namorado, a tocando em todos os lugares. Explica essa agora, Isaac Newton? Dois corpos ocupam, sim, o mesmo espaço! 
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Eduardo posava todo envergado, para diminuir a distância entre os dois e abusava ao colocá-la no colo, nos ombros, nos braços e tinha certeza que ele fazia isso pelo simples prazer de me irritar. Mas, tenho que ser sincero ao dizer que, se não fosse Eduardo, poderia ser outro e eu estaria muito mais puto.
Sei que ele a respeita, diferente de outros idiotas da agência que só faltavam babar ao estar perto dela. Ou, talvez Eduardo estava ajudando ela com os saltos ridículos que pediram para as modelos usarem, e eu imagino que ela estava tendo um tempo difícil ao caminhar com eles na areia e por isso não a deixava tanto no chão. É, deve ser isso.
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Parei para observar o ensaio, tentando não olhá-la como um morto-de-fome, o que não era muito fácil. Também imaginava-me no lugar do meu amigo, sendo eu a pessoa a estar tão perto dela.
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O ensaio dos dois estava perto de terminar e voltei para o toldo de madeira e palha em que estávamos sentados antes e voltei a conversar com Nanda.
Eduardo aproximou-se e veio logo onde estávamos, para beber água e comer, enquanto Nina passou reto e com cara de poucos amigos. Eu já não sabia o que fazer ou dizer: ela estava me deixando confuso. 
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Ficávamos afastados - por escolha dela -, depois conversávamos e eu achava que estava tudo bem. Logo, ela ficava afastada de novo e com raiva. Eu ainda não havia esquecido tudo que ela me disse no Blink, mas decidi não tocar no assunto porque ela estava nitidamente bêbada e não falaria aquelas coisas sóbria. Ela pareceu muito chateada por eu não mandar uma mensagem a ela, mas eu não sabia ao certo o que dizer, depois de perceber que eu ainda estava muito na dela. Mais do que eu pensei estar.
– Ruivinha tá puta contigo, hein. - falou Eduardo, assim que Nanda se afastou. – E você não tá se ajudando.
– Que? Por quê?
– Sei lá… Ela só ficava te olhando como se quisesse que você caísse mort0. 
– Ela disse alguma coisa? - perguntei preocupado.
– Dizer, não disse. Mas convidei ela para almoçar com a gente e ela disse que não, não queria atrapalhar o teu almoço com a presença dela. Dramática para a porra.
– Ela falou umas coisas lá no Blink que…
– Eu tô ligado. Todo mundo ouviu… Acho que ela está mordida que você está com a outra ruiva. - disse ele, se referindo à Nanda. – Falar nisso, qual o teu problema com ruivas? 
– Eu não estou com ninguém. - respondi, olhando o exato momento em que Nina se afastava dos demais, em direção a uma ponte. – Quer saber, vou lá falar com ela.
– Isso aí, vai atrás de mais um espetáculo… Queremos entretenimento.
– Vai se ferrar! - respondi enquanto ia de encontro a ela. Eduardo, atrás de mim, ficava só rindo.
Caminhei um pouco rápido para alcançá-la, o que não foi muito difícil, já que ela caminhava com passos lentos com o salto que usava.
– Ei, Nina! - disse, ao me aproximar. – Podemos conversar?
Ela virou-se confusa, e me olhava com curiosidade, não mais com aquele olhar raivoso de antes.
– Lucas… Não sei se t…
– Deixa eu falar, por favor. - a interrompi, antes que ela cortasse qualquer frase minha. – Eu não quis tocar no assunto do que aconteceu no Blink, porque aquela não é você.
– Lucas, por favor… Não. Eu te peço desculpas, mas por favor, mas só esquecer aquele dia.
– Eu não quero falar daquele dia também. Estamos na mesma página. - falei, olhando-a e me certificando de que ela não iria fugir ou fazer eu me calar. – Mas estávamos bem, eu acho. E aí você parecia me evitar e parecia bem chateada. Foi algo que eu fiz ou falei?
– Não, não. Você não fez nada. Eu só… só acho que… Esquece tudo, tá? Por favor.
– Tudo bem. - eu disse. – E sobre a mensagem, eu…
– Lucas, por favor. - disse ela, aproximando-se e segurando meus braços. Ela estava tão perto agora, e mesmo que o dia já estivesse quente, ela parecia ainda mais quente. O calor do corpo dela emanava para o meu de forma que me senti bem consciente da presença dela tão perto de mim.
Eu a beijaria ali mesmo. Droga, eu voltaria de onde paramos, eu faria o que ela quisesse. Era só ela dizer o que ela queria. 
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E ela disse:
– Lucas, por favor. Só vamos parar com isso. Parar por aqui.
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Próximo episódio: aqui
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Por direitos autorais, as músicas não serão mais adicionadas no episódio, mas você pode curtir ouvindo a playlist no Spotify aqui.
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infinitolaranja · 8 months
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Talvez tenha sido somente um sonho muito louco.
Mas um alguém estava reescrevendo a minha história, percebi sei bem onde e como começei, claro! Sou o verdadeiro autor. No começo estava tão empolgado e muito alegre, me permiti e fiquei livre para criar, mas não demorou quando começaram dar pitadas... e outro dia pareciam dar ordens e começaram a modificar todo o roteiro. A história original parecia tão perfeita... Daí colocaram alguns personagens, agora eles existem na história. Atores desconhecidos... não precisamos de um ou uns deles, foram colocando os atores no papel onde ele exatamente queria e mesmo percebendo fui vendo o rumo onde a história estava indo e fiquei de mãos atadas deixando rolar, vendo até onde vai chegar... Não é que passei a bola, não entreguei a história para outro escrever. Deixei mesmo sem saber como vai ser daqui por diante. É, quase me tiraram total controle da história. Mas acordei em tempo, sei que sempre existe um jeito de continuar... mas quando li vi que mudaram e mudaram e muito o roteiro que tinha escrito para eu mesmo atuar, é como não fosse o que tinha escrito distorceram muitas coisas e a história ficou bastante confusa e sentei e fiquei assistindo... Chegou a hora de atuar... Na parte, na melhor parte na hora onde tudo iria ser quase de verdade e muito interessante, derrepente... colocaram um dublê no meu lugar disseram que era muito arriscado para mim e não poderiam perder o real autor da história. Desculpa essa é boa e fiquei ali parada assistindo esperando a hora de poder voltar a ter controle da minha história, atuar na história que escrevi. A história é minha mas modificaram quase todo o roteiro, mesmo pedindo minha autorização sim, quem cala consente e fiquei lá apenas sentado assistindo e esperando.. assistindo o rumo da história que cada vez mais distante do que realmente escrevi e sem saber em qual momento irei voltar a escrever a história de verdade e atuar nela com as letras das quais tivera escrito antes.
Cena 1/2
As vezes pensamos por que somos evitados... porque nos sentimos evitados e tão rejeitados? Normalmente essas pessoas que evita tem toda a tolerância para ficar tranquilo em ser evitado. E você sente rejeição de quem você tanto gostaria do seu carinho porque ama. A pessoa evita evita e vai saindo de cena, arruma logo um compromisso.. só que sabemos que aproveita para dar uma boa desculpa e você vê que é só com você, logo com você que se dá ao máximo a essa pessoa. E você observa que continua a levar sua vida normalmente como antes com outras pessoas e é bem atenta no que bem interessa. Arrumou uma que fica em casa você sabe bem como serve ou para que serve.. continua agindo com as outras pessoas com interesse como se nada tivesse acontecendo de menos com você. Você não deve se sentir menos de que qualquer pessoa, você é o máximo. Sabe, na verdade sempre soube que não teria como ter uma pessoa como você e procurou o que podia alcançar e quando conseguiu teve forças para se afastar. Na verdade sempre protegeu o seu coração com cada dia uma paixão nova e não para. Seu coração é um furacão de emoções na verdade nunca teve esperanças de ter alguém assim como você, talvez pense que não mereça e que seria muita responsabilidade e a quantidade de disponibilidade e facilidade em sua volta desanima esforçar para conquistar algo mais complexo. Antes de tudo se calou como tivesse fazendo seu papel de fiel e que está correta a sua atitude, mesmo assim brincava dando perceber que esta interessado querendo te deixar confusa te evitando e querendo ao mesmo tempo... e começou deixar de interagir de tudo até você se tocar e levar você a sair da cena porque sabia que você não suportaria o jogo de ser evitado por alguém que você ama, e é isso que a pessoa queria que você mesma deixasse-a sem que ela precisasse fazer isso claramente. Como disse que era tolerante como Hitler.. Acostumado a ser evitado, mas você se tocou que não era fraca, a sua não é fazer joguinhos, evitar... A pessoa nunca deixou de buscar o queria realmente, até achar... e foi buscar... agindo na falsidade com você. O fim desse capítulo foi como no começo. Nada anormal. No início se mostrava interessado sem se comprometer, no fim disse estar interessado e se afastou de tudo deixando você. Mostra uma coisa e faz outra. O pior é o tempo perdido o desgaste mental.. pessoas que fazem joguinhos... jogos mentais.... despreza e humilha , te envolve, te confunde até você cansar e desistir. Só o tempo vai te dizer até quando você vai levar adiante esse amor.
Pessoas... por isso fico na minha, não procuro por elas...
E se tivesse ido mesmo assim? E se tivesse deixado tudo? A pessoa fria, sem sentimentos não dá valor aos sentimentos de ninguém.
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tocaducorvo · 8 months
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Minha Opinião Sobre Baldur's Gate: Um Clássico Que Continua Encantando
Baseado em minha análise no app Stash
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Hoje, estou empolgado em compartilhar minha opinião sobre o primeiro Baldur's Gate e sua expansão, uma vez que essa franquia icônica está de volta aos holofotes. Enquanto aguardo ansiosamente o terceiro jogo da série, decidi reviver os clássicos no Xbox.
Jogando o primeiro Baldur's Gate, fiquei surpreso ao perceber que muitos elementos que adorei em Pillars of Eternity 2 foram diretamente inspirados neste jogo (um achismo meu, apenas deduzindo). A liberdade oferecida pelo jogo é, sem dúvida, seu ponto forte, especialmente considerando que foi lançado em 1998. Ao explorar o mundo, você se depara com uma variedade de histórias e a forma como sua aventura se desenrola é uma experiência única. A interação da equipe com o mundo e o desenvolvimento do personagem me lembraram a série Dragon Age. Surpreendentemente, achei Baldur's Gate mais "intuitivo" do que Pillars, talvez porque Pillars tenha me introduzido a esse estilo de jogo mais "raiz", preparando-me para essa experiência.
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Após concluir o jogo, posso afirmar que é um verdadeiro clássico. O jogo oferece uma narrativa envolvente e agradável, permitindo que você explore o mundo e se envolva com personagens cativantes. A sensação de liberdade é incrível, e a maneira como suas escolhas afetam o mundo é fascinante. Baldur's Gate é um jogo que desafia tanto pela mecânica quanto pela dificuldade.
É daqueles jogos em que um erro pode tornar as coisas muito difíceis, e o difícil pode se assemelhar a um jogo do estilo "souls" hahaha. No entanto, ao recomendar o jogo, sempre destaco que a dificuldade não deve impedir ninguém de aproveitar essa experiência. Jogue no seu ritmo e ajuste a dificuldade conforme necessário. Os desenvolvedores queriam que todos pudessem desfrutar do jogo (afinal existe a escolha no game), e eu mesmo zerei no nível normal, enfrentando desafios em alguns momentos. Recomendo começar no fácil se você não estiver familiarizado, e se você gosta de desafios, pode aumentar a dificuldade à medida que avança.
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A expansão do jogo é excelente e prepara o terreno para o segundo jogo da série de maneira brilhante. A adição de novos personagens e o desenvolvimento dos já existentes são pontos altos. Além disso, a vilã desta história possui um background extremamente interessante, a ponto de rivalizar com as melhores produções atuais, como filmes e séries.
Que final de expansão, meus amigos, aquilo é cinem... Quer dizer, um puta game.
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Um detalhe importante a destacar é que Baldur's Gate está localizado em nosso idioma 🇧🇷, o que é fundamental para aqueles que não têm a skill inglês. Isso torna o jogo ainda mais acessível e acolhedor para um público mais amplo.
Conclusão:
Em resumo, Baldur's Gate continua sendo um clássico atemporal que oferece uma experiência de RPG rica e envolvente. Sua narrativa, liberdade e personagens memoráveis garantem que ele permaneça relevante mesmo após todos esses anos. Estou ansioso para mergulhar no segundo jogo e continuar explorando este mundo incrível. Se você ainda não experimentou, não perca a oportunidade de embarcar nesta jornada épica.
NOTA 9 ✨ (selo de qualidade) Baldur's Gate
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Estrada para Hogwarts
Come out and play
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Bjord voltava para Hogwarts pela estrada de terra. Acompanhado de Freya ele parecia muito satisfeito com a visita a Hogsmead, estava com uma postura relaxada, as mãos no bolso, um singelo sorriso pairava no seu rosto. Embora pareça estar num estado de serenidade constante ele consegue guardar muita tensão dentro da própria cabeça, isso se faz mais visível quando está realmente em paz, como agora, não parecia sem foco nem distante. Estava aproveitando cada momento daquelas experiencias. Seja ela visitar a vila ou ter uma amiga para acompanhar.   Foi esquisito por um tempo quando saíram da casa de chá, um pouco do clima do lugar pareceu ter ficado marcado nos dois, talvez tenha sido a vez que Bjord mais ficou corado na vida, seus reflexos nas vitrines das lojas tinham orelhas vermelhas e uma expressão entre constrangimento e satisfação. Passou quando eles foram à Dogweed & Deathcap, ficaram tão empolgados (Freya duas vezes mais) com a variedades de plantas que logo já tinham assunto para não deixar espaço para aquele silêncio constrangedor.   Infelizmente o homem da loja não soube dizer qual planta era aquela flor dos terrenos. Não teve muito tempo para pensar nisso porque ficou deslumbrado pelas corujas dos correios. Ele estava tão impressionado pela quantidade de aves que até parecia outra pessoa, cutucou Freya várias vezes para lhe chamar atenção para alguma coruja diferente e até tomou iniciativa e perguntou ao carteiro se alguma delas conseguiria fazer voos intercontinentais. “Ele respondeu que sim! Talvez eu consiga enviar batatas para casa, afinal...” — disse empolgado, Freya pareceu feliz por ele, o que o deixou ainda mais feliz.   Agora, na estrada, fazia um esforço para gravar tudo aquilo na memória e meio que sem perceber os pensamentos acabaram se transformando em planos para uma próxima visita. — ...É muito interessante que existam gelados de sangue... Gostaria de provar um da próxima vez... — ele pensou alto, e quando percebeu arregalou os olhos e tossiu para disfarçar o susto. — Bom, quero dizer... Hum... Devem agradar os vampiros... — ele fez uma cara para Freya como quem diz “Eu não sou um Vampiro” e depois franziu as sobrancelhas num jeito bem Bjord de ficar envergonhado. Também fez a mesma expressão quando Freya teve que explicar para ele que não é simplesmente gelo em um palito. Bjord que viveu na encosta de uma montanha cheia de gelo nunca achou que alguém gostaria de comer estalactites; quando expressou indignação à amiga ela explicou, meio que rindo, que era mais como sorvete em um palito. Lembrar era constrangedor, mas ele meio que riu de si mesmo, algo só era possível na companhia de Freya.
***
O clima havia ficado meio estranho quando deixamos a casa de chá, com Bjord tão vermelho que jurava que podia sentir o calor emanando do seu rosto e eu quieta e pensativa, tentando decidir como esclarecer a situação e me desculpar pela confusão. Mas esqueci tudo logo que passamos na frente da loja de plantas e ervas e passei os minutos seguintes apontando as diferentes plantas para ele, reconhecendo algumas que havia visto nas estufas do castelo e outras que cresciam livremente pelos terrenos. Bjord logo voltou à sua coloração normal e ficou especialmente animado ao ver a quantidade de aves que haviam no correio. Me diverti assistindo enquanto ele conversava com o carteiro responsável e lhe perguntava se seria possível enviar batatas para casa. Agora voltávamos para Hogwarts pela estrada, caminhando sem pressa. Enquanto conversávamos, ia observando as árvores e plantas que cresciam perto da estrada. - Vampiros devem sentir calor também… - encolhi os ombros, pensando nos gelados de sangue - Sempre andando de preto por aí… Pelo menos eles não sofrem com o sol forte no verão… Quer dizer… Sofrem, mas eles devem passar longe do sol… - franzi a testa, tentando lembrar o que eram lendas trouxas sobre vampiros e o que havia aprendido em Hogwarts, mas finalmente registrei o restante da fala de Bjord - Da próxima vez? Adorei saber que ele havia gostado o suficiente do vilarejo para querer voltar mais vezes e abri um grande sorriso. Bjord parecia tão feliz e tranquilo que tive vontade de prolongar o passei e comecei a reduzir o passo enquanto seguíamos pela estrada para o castelo, querendo estender um pouco mais nosso tempo juntos. Algumas plantas e flores cresciam perto da estrada, e mais adiante davam o lugar às árvores altas da floresta que cercavam os terrenos de Hogwarts. Soltei uma exclamação ao avistar um dente de leão crescendo na borda do pavimento e com um sorriso distraído, apanhei a flor e a prendi no cabelo. Na noite anterior finalmente havia juntado coragem suficiente para arrumar meu cabelo com magia, depois de ter perdido mais da metade do comprimento dele em um acidente no teste final de aparatação. Agora ele estava longo novamente, até mais do que antes, passando da minha cintura. - Ah! Foi por aqui! - reconheci o lugar e o grupo de cogumelos que cresciam sob uma árvore, a alguns passos da estrada - Foi ali que eu quase me perdi na floresta no começo do ano… Eu fui ver os cogumelos e eles saíram correndo… - dizendo isso, me afastei da estrada e fui ver os cogumelos de perto, dessa vez me aproximando cautelosamente para não assustá-los.
***
Demorou uns segundos para absorver o pequeno constrangimento, só sorriu fraquinho e tentou dizer com os olhos que sim, da próxima vez. Como estavam falando de Vampiros lembrou que uma das dicas do livro que ensinava a fazer amizade com eles era ser determinado e sempre deixar claro suas intenções para não atiçar nenhum instinto da criatura sombria. A dica servia para Freya também, que mesmo sendo relativamente inofensiva requisitava doses grande de sinceridade, coragem e autocontrole da parte de Bjord, mas isso não significava que a amizade dos dois fosse pesada de alguma forma, talvez só quando ela sorria e ele sentia uma pedra de gelo descer pro estomago. Como ainda não entendia o porquê disso ignorava acreditando que a resposta fosse aparecer em algum momento do futuro. — Bom... Gostei de visitar o vilarejo, juntos, não fomos em todos os lugares e... — começou a pensar em um argumento lógico para sustentar a ideia de irem ao vilarejo novamente, nesta primeira vez tinha sido mais fácil porque ela iria apresentar o lugar para ele. Agora que já estava familiarizado não sobrava muito mais que a vontade de passar mais um tempo juntos, mas ele não sabia se só isso seria suficiente — mesmo que, para ele, fosse seu argumento mais forte. — Hm... Eu posso me perder e... — nem percebeu que começaram a diminuir o passo, ele também baixou o tom de voz, pensando cada vez mais em como colocar as palavras no lugar. — Cogumelos? — acordou do devaneio quando Freya começou a se afastar da estrada, pelo visto ela também estava distraída. Seguiu ela quase que automaticamente, só aí percebeu que finalmente as suas madeixas ruivas estavam concertadas e em plena glória. Bjord ficou meio hipnotizado pelo contraste da luz do sol que passava pelas frestas das árvores e caíam sobre eles refletindo um brilho meio dourado. Parou ao lado dela e agachou para olhar os cogumelos, depois analisou os arredores como se estivesse farejando algo no ar. — Tem um rio aqui perto... — sentiu algo em suas mãos e quando baixou o rosto para olhar os fungos estavam saudando os dois com pulinhos, subindo pelas mãos dele e o cabelo dela. Passada a confusão inicial ele abriu um sorriso por eles serem engraçadinhos de alguma forma. — Estes não estão tímidos... — comentou levantando a mão na altura dos olhos para ver uns fazendo força para se pendurar em seus dedos, depois os colocou na terra novamente. Desdobrou os joelhos ficando de pé novamente enquanto analisava com mais afinco que os arredores pareciam ligeiramente interessantes de explorar. Até onde podia se ver as árvores continuavam espaçadas deixando tudo banhado de luz, tinha uma parte de pedras também perto de um barranco, como a encosta da estrada. Passava uma falsa sensação de segurança. — Quer... dar uma volta...? — Parecia que esperava encontrar algo extraordinário por ali. Talvez um unicórnio ou um Lobisomem.
***
Concordei com Bjord antes mesmo dele arrumar uma boa desculpa para voltarmos juntos ao vilarejo. - Eu não te mostrei o Três Vassouras, a gente pode tomar uma cerveja amanteigada! - parei de falar e dei uma espiada em Bjord, lembrando do fiasco da casa de chá - Lá tem todo tipo de gente, sozinhos, em trios... Algumas duplas, outros grupos bem grandes - expliquei depressa - E tem a Casa dos Gritos, que dizem que é mal assombrada! Lá eu nunca fui… E acho que é mais divertido se perder quando tem alguém junto. - concluí, com um sorriso. Ainda mal sabia me orientar dentro do Castelo depois de todos esses anos vivendo lá e só sabia mais ou menos me localizar em Hogsmeade pois o vilarejo era praticamente uma única rua principal. Me abaixei ao lado de Bjord para observar os cogumelos de perto, que pareciam bem mais sociáveis do que a última vez que os encontrei. Em vez de correrem, eles se puseram a dançar ao redor dos nossos pés e dois mais corajosos começaram a me escalar até meus ombros e se esconderam no meio do meu cabelo. - Da outra vez eles me levaram para longe da estrada... - um dos cogumelos menores tentava escalar meus joelhos e o apanhei e coloquei sobre meu ombros com um sorriso. Começava a achar que da outra vez haviam me atraído para dentro da floresta de propósito - Mas foi bom, fiz amizade com um lobo laranja... - disse tranquilamente, como se fosse uma ocorrência normal encontrar um lobo na floresta e ter uma boa conversa amigável com ele. - A gente pode ver se encontra o rio! - sugeri, animada. Talvez a gente encontrasse lá alguma criatura aquática, ou algum animal que fosse beber água...
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Não conseguiu conter um grande sorriso, Bjord agora tinha mais tempo com Freya e um lugar novo para explorar. Se os dois acabassem perdidos fora dos terrenos do castelo ao menos estariam juntos, mas ele parecia determinado a não deixar isso acontecer. Primeiro tirou a varinha do bolso e depois subiu num pequeno monte de terra a frente para analisar o terreno, Freya pode ter um pequeno vislumbre de como ele era em casa, onde era cercado de natureza hostil e treinado para sobreviver sozinho. Se saia muito bem enquanto adentravam mais a fundo no bosque, atenuando a diferença de sua postura passiva dentro da cidade ou da escola. — Vi os elfos da cozinha consumindo cerveja amanteigada... Pareciam... Bêbados... — ele comentou retomando o assunto de antes, mas se distraiu quando analisou Freya melhor. Além dos cogumelos ela tinha uma flor na cabeça e era seguida por algumas fadas que tentavam pegar os cogumelos. Sua figura idílica o fez lembrar de que uma vez achou que ela pudesse ser filha de uma fada, uma das que ela disse serem como seres humanos. O pensamento voltou naquele instante e ele sorriu quando virou para frente e continuou andando, sentiu que é um tipo de sorriso que não queria mostrar pra ela. Chegaram diante de um pequeno barranco com algumas pedras. Ele parou e mais uma vez foi como se farejasse o ar, parecia estar apurando os ouvidos também. Quando se virou para avisar a amiga levou um susto; a população de pequenas criaturas da floresta que a seguiam estava cada vez maior. Bjord riu, ela parecia uma daquelas moças dos contos de fada, sentia que faltava muito pouco para ele ter certeza de que ela realmente era. — Glisseo. — disse fazendo um movimento de pontada com a varinha e parte do barranco se achatou como uma rampa, incluindo pedras e um tronco que ficaram no meio no feitiço pouco preciso. Analisou o próprio feito por uns segundos. — Andei praticando para os exames... Talvez só funcione direito em escadas... — parecia afirmar mais pra si do que pra ela. Quando escorregou até o fim, sujando as roupas no processo, ficou em pé depressa e esperou a amiga. O rio estava atrás de arbustos mais à frente. — O rio fica lá embaixo, mas posso ter ouvido outra coisa... — geralmente outras pessoas ficaram apavoradas com a ideia, mas pela cara que os dois faziam um para o outro pareciam estar no mínimo curiosos para descobrir o que era. O rio tinha uma correnteza tranquila e não era fundo naquele trecho. As árvores de um lado eram faias, arbustos silvestres com frutos e um pouco de natureza morta, do outro lado do rio parecia ser uma parte da clareira da floresta negra outra bosque de Hogsmead. Um ótimo lugar para montar acampamento.
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Ouvi uma risadinha bem ao lado do meu ouvido e notei a primeira fadinha, que batia as asas sobre o meu ombro e tentava apanhar o dente-de-leão no meu cabelo. Logo, uma segunda se juntou a ela e logo uma terceira. Ansiosa para fazer novas amizades, tirei do bolso da saia o último biscoitinho de coração que havia sobrado da casa de chá, o parti ao meio e ofereci a uma das fadas. A oferta de guloseimas foi o suficiente para atrair o que pareciam ser todas as demais fadinhas do bosque e logo havia um enxame delas ao redor da minha cabeça. Ao mesmo tempo, Bjord procurava o melhor caminho para chegar ao rio. Enquanto as fadas davam risadinhas e se penduravam nos meus cabelos, ele apontou o caminho depois de um barranco. Com um feitiço, o vi transformar o barranco em uma rampa e bati palmas para o feito, sendo imitada pelas fadinhas ao meu redor. Havia escolhido minha saia preferida para mostrar Hogsmeade para Bjord, mas isso não me impediu de sentar no chão e descer o barranco escorregando pela rampa improvisada. Aterrissei ao seu lado e me levantei depressa, com um grande sorriso no rosto, animada com a aventura. Atrás de mim, algumas fadinhas nos seguiam, escorregando na rampa para me imitar. Ele me apontou a direção do rio, avisando que poderia ter ouvido alguma outra coisa e meu sorriso ficou maior ainda. Será que havia algum animal mágico ali? Ou alguma planta que fazia barulhos estranhos? Com a mesma expressão curiosa que eu, Bjord voltou a avançar na direção do rio e eu o segui de perto. Sem pensar muito no que estava fazendo, estendi minha mão e segurei a sua para seguirmos juntos. - Tem bosques assim onde você mora? - perguntei em voz baixa, não querendo espantar qualquer criatura que vivesse por ali. Notei que Bjord andava entre as árvores com uma confiança que eu não tinha. Eu andava pelo bosque tranquila, sem nem mesmo imaginar que pudesse existir qualquer perigo. Enquanto isso, Bjord parecia saber exatamente o que procurar e no que precisava prestar atenção. Havia percebido sua mudança de atitude quando abandonamos a estrada e entramos no bosque, como se ele precisasse tomar conta por nós dois e o assistia meio curiosa e meio impressionada. Só então me dei conta do que havia feito. Baixei os olhos para a minha mão segurando a de Bjord, tentando decidir o que fazer. Não tive coragem de olhar para ele para ver sua reação, mas não o soltei. Apenas baixei os olhos parecendo de repente muitíssimo concentrada onde pisava. Senti o calor subindo pelo meu pescoço, como se tivesse tomado a xícara inteira de chá de especiarias de uma só vez. - Será… será que a gente consegue chegar do outro lado? - perguntei num sussurro.
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Bjord apertou a mão de Freya enlaçando os dedos como se já tivessem feito isso antes, como se soubesse da sensação mesmo sendo a primeira vez. Foi como aconteceu nos terrenos do castelo, meio que automático, mas ao mesmo tempo lhe causou um choque de realidade que nunca tinha experimentado na vida. Sua calmaria imperturbável escondeu uma tempestade que se passou no momento em que Freya O’Donell segurou sua mão. Não conseguia entender como um movimento tão simples podia ter tanto poder sob ele a ponto de ter que esconder um tremor involuntário causado por aquela eletricidade. Seu cérebro pareceu decidir que agiria apenas por instintos para que ele pudesse se dedicar a processar, depois que ela falou ele demorou um pouco para responder, mas quando fez sua voz estava rouca e pacífica como sempre. Bjord com certeza ia ser um homem inabalável. — Sim. Não... Não exatamente. São diferentes, difíceis de mapear... Às vezes a natureza não gosta de ser perturbada. — não dissw aquilo para assustá-la, mas segurou sua mão de uma maneira que dizia para não se preocupar. Acabou de descobrir que podia conversar através das mãos, e isso era tão incrível, sentiu-se muito privilegiado.   — Hm.. — parou para analisar melhor o outro lado do rio. — Talvez seja a floresta negra... — e de repente ele percebeu que aquela era a hora que podiam soltar as mãos, mas voluntariamente não o fez. Se pegou pensando se existiam muitos motivos para segurar a mão de alguém e sentiu vontade de perguntar a Freya, mas obviamente não podia fazer isso porque era a mão dela que estava entrelaçada na dele.   A batalha interna se intensificou: Se soltassem as mãos talvez nunca pudessem ser juntas de novo daquele jeito — o que o seu lado racional que fazia dele um aluno da corvinal contestava dizendo: “nunca é uma quantidade de tempo imprecisa demais”. Já o lado instintivo que por acaso acolhia suas emoções sempre tão rústicas tentava, sem muito sucesso, decifrar porque aquilo era tão bom. Segurar a mão de Freya é bom. Amigos fazem isso? Nunca teve um amigo que segurasse sua mão, nunca teve amigo nenhum. Agora tinha Freya e não sabia se o que estava sentindo era mesmo amizade, essa dúvida é assustadora e Bjord nunca sente medo de nada. Nunca é tempo demais afinal.   Num devaneio sobre o tempo acabou percebendo que se passou mais de um minuto em que ficaram parados de mãos dadas apenas escutando os sons do bosque. — Precisamos tirar os sapatos... — ele desatou o aperto de mãos devagar, depois tirou os próprios tênis surrados e as meias e levantou a calça fazendo ficar na altura dos joelhos. — É um unicórnio, acho que precisa de ajuda. — Deu dois passos dentro do rio, depois se virou para Freya e estendeu a mão livre para que ela segurasse de novo.
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Não sabia porque havia segurado a mão de Bjord, mas estava feliz pelo feito. Talvez eu ainda estivesse pensando no casal de mãos dadas na casa de chá, ou em quando Bjord segurou minha mão nos terrenos do castelo, para ver se eu havia me machucado, ou só quisesse ter certeza de que continuaríamos juntos enquanto atravessamos o rio. O bosque não me assustava, mas gostei da sensação de segurança de ter Bjord segurando minha mão. Ele me respondeu com tranquilidade e logo o meu nervosismo por de novo ter agido sem pensar também se dissolveu. Ficamos ali, de mãos dadas por um instante, apenas ouvindo os sons da floresta. As fadinhas nos observavam e davam risadinhas de longe, algum pássaro cantava e podia ouvir alguma coisa se movendo atrás das árvores do outro lado do rio, meio abafado pelo ruído da água correndo. Depois de um tempo, Bjord me lembrou que precisaríamos tirar os sapatos para atravessar a água e finalmente soltou minha mão. Eu ainda tentei pensar em uma desculpa para não soltá-lo, mas acabei ali, com a mão no ar enquanto assistia ele desamarrar os tênis. Ainda estava pensando em alguma desculpa quando Bjord disse que achava que era um unicórnio que estava do outro lado do rio. Precisei de todo controle que tinha para não sair simplesmente correndo para o outro lado do rio para encontrar a criatura. Em vez disso, tentei seguir o exemplo de Bjord e agir com calma e prestar atenção ao que acontecia ao meu redor. Tirei meus próprios sapatos e meias e quando ergui a cabeça novamente, dei de cara com ele estendendo a mão para mim. Pisei na água fria do rio e lhe dei a mão com um sorriso. Talvez Bjord também quisesse ter certeza de que eu estava por perto enquanto andávamos pelo bosque, ou talvez ele só gostasse da sensação de ter outra pessoa segurando sua mão. Eu mesma estava gostando da experiência e lhe apertei a mão com gentileza, tentando reconhecer ou agradecer o gesto, mas sem saber como fazer isso usando palavras. Quase esquecia do unicórnio, quando de repente lembrei do que havia aprendido em uma das aulas de Trato das Criaturas Mágicas. - Eles gostam mais de bruxas… - lembrei - Mas acho que tá tudo bem se você vier comigo… - lhe dei um sorriso e continuei caminhando pela água, passando na frente de Bjord, avançando até a outra margem do rio e procurando sinais da criatura, sem soltar sua mão.
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Entrelaçou os dedos com a mesma delicadeza que ela segurou sua mão, dessa vez não teve nenhuma corrente elétrica ou sensação súbita que não compreendia, sentiu algo que podia ser descrito como conforto. É como se tivesse acabado de descobriu que era para isso que sua mão servia, que estava usando-a errado esse tempo todo quando a função principal era acolher a de Freya, que era macia mesmo ele sabendo que ela passava muito tempo mexendo na terra. Ela parecia não se incomodar com a dele, que tinha cicatrizes e talvez fosse um pouco áspera. Isso deixou Bjord feliz. Quando olhou para frente e começou a andar, dessa vez com ela na dianteira, não conseguia tirar o pequeno sorriso de canto. Estavam mais ou menos na metade do rio onde a água alcançava quase os joelhos quando ele parou de súbito e fez com que Freya também ficasse no lugar. Ele ergueu o indicador da mão que segurava a dela em um sinal de “escute” e esperou. Ouviram um barulho como o de cascos mais a frente, mas nenhum vulto. Bjord olhou para ela como se perguntasse se ainda queria continuar, mas Freya parecia obstinada. Deduziu que ela gostava muito de unicórnios.   Chegaram à outra margem e ele largou os sapatos em uma pedra. Não os usaria por enquanto, mesmo ficando mais exposto. Suas pernas também tinham pequenos arranhões recentes que reluziam por terem sido molhados. — Não quero que vá sozinha... — disse retomando a fala dela de antes, sobre os unicórnios preferirem o contato feminino. Bjord não conseguiu conter o pensamento furtivo de que eles tinham razão; as orelhas ficaram vermelhas quando imaginou a sensação de receber um afago de Freya. Limpou a garganta sem necessidade, então tentou afastar os pensamentos que Loki colocara na sua cabeça e se deu conta de uma coisa.   — E se for um centauro? — disse no último minuto quando estavam prestes a passar os arbustos e entra na clareira.  De novo ele a segurou pela mão para que ela parasse de avançar. Bjord tinha acabado de perceber que segurar a mão de Freya não lhe trazia apenas conforto, mas também precaução. Sentia-se responsável por ela, estavam ali por ideia dele e por mais que grande parte de si quisesse conhecer um centauro de verdade, ou um unicórnio, a voz da razão em algum lugar lhe disse que talvez fosse perigoso. Ele quase nunca a escutava, mas segurando a mão de Freya ela soava muito alta e urgente para ignorar. Também notou que nenhuma das outras criaturas quis atravessar o rio com eles, ficaram na outra margem assistindo, olhou para elas por cima dos ombros e depois para Freya. Ela ficava mais bonita quando estava determinada, mas já sabia disso. Não conseguiu evitar aquele sorriso.
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Atravessamos a água lentamente até a outra margem, enquanto eu me sentia cheia de energia. Entre a curiosidade de ver qual seria a criatura escondida atrás das árvores e a perspectiva de uma aventura seguindo a tal criatura pela floresta eu só queria sair correndo, mas a mão de Bjord segurando a minha me lembrava que precisava ser paciente. - Eu nunca vi um centauro... - sussurrei, quando Bjord me segurou pela mão, me impedindo de atravessar os arbustos para entrar na clareira. Eu adorava unicórnios antes mesmo de ver um de verdade e quando o professor levou um filhotinho para a aula, fiquei ainda mais apaixonada pelas criaturas. Mas também era cheia de curiosidade com seres mágicos com quem eu podia conversar, imagine as perguntas que eu poderia fazer a um centauro! Estava curiosa, mas finalmente aceitei que Bjord tomasse conta de mim e recuei um passo, parando ao seu lado. Não conseguia ver porque a criatura nos atacaria, se não apresentávamos nenhuma ameaça a ela, mas resolvi confiar no meu companheiro de aventuras, que aparentemente estava muito mais acostumado a seguir criaturas na floresta. - Se for um centauro a gente pode conversar com ele… Pena que não trouxe nenhum petisco... - tinha pra mim que qualquer criatura poderia ser conquistada com o agrado certo - Ou a gente pode olhar de longe... E se for um centauro que precisa de ajuda? - perguntei em um sussurro urgente.
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Olhou para Freya com um misto de aflição e compaixão. — Acho que... Ofenderíamos os centauros oferecendo petiscos... — pelo que conhecia deles eram muito orgulhosos, a ideia dela de ajuda-lo também não funcionaria. Ficou alguns segundos tentando resolver aquele impasse, tentou pensar como um líder, mas a mão de Freya o distraia toda vez o fazendo olhara para ela que parecia estar num meio entre entusiasmada e preocupada. — Tudo bem... — tirou a varinha por precaução mesmo sabendo que talvez fosse pior se tentasse se defender e começasse um incêndio florestal. Atravessaram os arbustos com cuidado, os dois pareciam saber que tinham que ser cautelosos. Em uma primeira olhada a clareira era como aquela nos terrenos do castelo, as árvores espaçadas ainda deixavam entrar luz embora suas copas altas fizessem muitas sombras. Se continuassem andando com certeza entrariam na floresta negra, no horizonte da vista dava para notar que não havia luz, as árvores iam ficando mais estreitas e pouco convidativas. Por sorte para os lados o bosque continuava tranquilo, mas não havia sinal de nenhum unicórnio ou centauro por perto. — Viu... alguma coisa...? — perguntou enquanto olhava em volta, tinham muitos arbustos e algumas árvores eram maiores do que as outras. Antes que pudesse falar de novo ouviu o barulho de cascos de novo e virou para a esquerda e viu de onde vinha. Parecia um cavalo, mas era completamente preto e não tinha pelos, sua pele parecia uma capa negra e os olhos eram completamente brancos como os de um cadáver, mas sem as pupilas. Um jovem Testrálio, ele parecia estar tentando aprender a voar sozinho e parou quando percebeu os dois ali. — Será que é um filhote daqueles que puxam as carruagens? — Bjord parecia muito impressionado, ele já via os testrálios do castelo há algum tempo, mas nunca tinha visto nenhum filhote. Antes que pudesse falar mais alguma coisa ouviu um galope alto se aproximando, depois a figura imponente de um unicórnio adulto que ficou cada vez mais próximo, o chifre apontado para ele como uma lança. Não deu tempo de se defender, o chifre o perfurou no lado do peito perto do ombro e Bjord foi erguido e arremessado para longe de Freya como se fosse um boneco de trapos. Caiu perto das raízes salientes de uma árvore e ficou deitado para absorver a dor lacerante. O unicórnio deu a volta ao redor de Freya e parou ao seu lado, pelo visto achou que Bjord era alguma ameaça para ela. Quando ele tentou levantar o unicórnio bateu os cascos ameaçadoramente, estava disposto a proteger a moça.
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Ouvia o som dos cascos, mas não podia ver a criatura em lugar nenhum. Bjord apontou a direção para mim, parecendo surpreso com o que via, enquanto eu enxergava apenas árvores e arbustos. Minha confusão aumentou quando ele me perguntou se não era um dos animais que puxavam as carruagens do castelo. Não eram cavalos invisíveis? Antes que pudesse perguntar qualquer coisa, avistei o unicórnio avançando em nossa direção. Nunca havia visto um unicórnio adulto e qualquer imagem que tivesse visto nos meus livros de Trato das Criaturas Mágicas não faziam justiça a quão bonito ele era. Era tão branco que, na sombra das árvores, ele quase parecia emitir luz própria. Abri a boca, maravilhada, enquanto ele se aproximava depressa, mas em um segundo via o unicórnio galopar na nossa direção e no instante seguinte ele arremessava Bjord para longe, o atingindo em cheio com seu chifre. - BJORD! - quis correr para ver se ele estava bem, mas o unicórnio avançou e se colocou entre nós dois. Me encolhi, esperando minha vez de ser jogada longe, mas em vez disso a criatura se virou, encarando Bjord e batendo os cascos no chão. - Espera, não! - corri entre os dois e abri os braços, tentando chamar a atenção da criatura, com medo que ele voltasse a avançar em Bjord. O unicórnio não me atacou, e continuou atento em seu alvo. Não sabia porque ele havia implicado com Bjord, mas era claro que não tinha problema nenhum comigo - Ele não fez nada! Ele é meu amigo… Lembrei da varinha esquecida no bolso da minha saia e a peguei, mesmo sem ter a menor ideia do que fazer com ela. O unicórnio bateu os cascos no chão mais uma vez, balançou a cabeça irritado, mas finalmente prestou atenção em mim e recuou um passo. - Vá embora! - tentei soar o mais brava que podia, esperando convencer o unicórnio que era melhor ele desistir da briga. A última coisa que queria era machucá-lo, mas se ele tinha a intenção de nos atacar novamente talvez eu pudesse paralisá-lo? Tinha um feitiço pra isso, mas não sabia se servia em criaturas, eu só tinha usado em plantas… O unicórnio pareceu avaliar a situação e finalmente recuou até as árvores, ainda nos observando de longe. Sem tirar os olhos dele, fui até Bjord, ainda apertando a varinha na mão. A criatura devolveu meu olhar, mas não se moveu e finalmente me abaixei ao lado do rapaz no chão. - Você está bem? - minha voz falhou e a cor desapareceu do meu rosto. Claro que ele não estava, havia sangue na sua blusa - Eu vou cuidar de você. - prometi em voz baixa, enquanto o unicórnio ainda bufava das árvores, impaciente - Mas antes vamos sair daqui, eu te ajudo. Você consegue levantar? - ofereci a mão para Bjord. Estava preocupada que o unicórnio mudasse de ideia e achei melhor tirá-lo dali o quanto antes - Vamos até o rio, aí posso dar uma olhada…
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Aquela não foi a primeira vez que ele sofreu um ataque de uma criatura — seja ela mágica ou não. De de certa forma ele já estava acostumado a lidar com a imprevisibilidade da fauna bruxa, mas foi a primeira vez que foi atacado por uma tão grande e poderosa, até mesmo no chão e de olhos fechados conseguia admirar o quão belo e imponente tinha sido aquele ataque. Em um delírio de dor chegou a achar que mereceu. Ficou inquieto quando ouviu Freya, talvez tenha sido o senso de dever urgente de protege-la que tenha feito ele não sucumbir a dor. A colega soube lidar com o unicórnio que embora decido parecia respeitar a decisão dela de ficar do lado de Bjord. Quando ela fez isso fisicamente e ele abriu os olhos viu que o rosto dela tinha um tom de pânico, ele sorriu fraco, mesmo não sendo o momento para isso.   — Ah... Sim... — ele olhou para baixo e notou que suas mãos e vestes estavam enxarcados de sangue, era quente e rubro, pareceu analisar por um momento depois voltou a se deitar como se tivesse esgotado. Respirou pesado por uns segundos absorvendo a ideia de que Freya estava disposta a ajudar, não sabia o que estava acontecendo com seus sentimentos porque teve vontade de sorrir e só não o fez porque não conseguiu, colocou a culpa na dor. Com dificuldade ele se deixou ser levantado, Freya era durona apesar de ser menor que Bjord, sua aparência enganaria qualquer desavisado.   Quando chegaram no leito do rio Bjord sentou na terra e se escorou na mesma pedra onde deixou os sapatos, a perda de sangue parecia o problema mais urgente. Ele tirou as vestes para que Freya pudesse cuidar disso. É de se notar é que Bjord é um jovem relativamente forte e as as roupas escondem isso, seu torso nu levemente bronzeado tinha manchas escarlates que destacavam os outros pequenos arranhões, mesmo que eles ficassem irrelevantes perto da maior marca do seu corpo; na altura do abdômen, uma grande cicatriz que parecia ter sido feita por um corte de espada há muito tempo. A ferida mais recente parecia viva mas não era tão profunda, um bom sinal.   — Sinto muito... — disse baixinho e parecia fazer esforço, a fala era cortada e cansada. — É a segunda vez que... tento te impressionar e... Um de nós quase acaba morrendo... — ainda não tinha esquecido da planta dos terrenos, ele fechou os olhos e trincou os dentes. Estava meio fora de si, sentia um pouco de sono também. — Sinto muito... Freya... — Repetiu. — Não queria preo... cupar... você... — suspirou aliviado, seja lá o que ela estivesse fazendo para remediar — não podia ver, não conseguia abrir os olhos — estava funcionando. Em algum lugar entre os arbustos a cabeça do unicórnio observava atenta. O pequeno testrálio atraído pelo cheiro de sangue se aproximou para lamber a camisa de Bjord. As fadas ajudaram os cogumelos a atravessar o rio e se tornaram parte da plateia também.
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Cuidar de alguém ferido de verdade era muito diferente de cuidar de um boneco nas aulas de curandeirismo. Mesmo quando o boneco fingia ser uma pessoa, era outra coisa quando precisava tratar alguém que eu gostava de verdade. Além disso, durante as aulas, eu estava na segurança do Castelo, onde havia professores e outros alunos por perto para pedir socorro. Ali eu estava sozinha, no meio do nada e ainda havia a pressão de ter meu amigo seriamente machucado e tudo por culpa minha. Ajudei Bjord a se apoiar na pedra na beira da água e depois a tirar suas vestes, enquanto tentava lembrar o que havia aprendido nas aulas de curandeirismo. Não havia nem mesmo trazido meu grimório comigo, onde anotava todos os feitiços que aprendia. Lembrava apenas vagamente da página com feitiços de primeiro-socorros... enfeitada com desenhos de flores e vinhas... Enquanto tentava lembrar, o pânico foi crescendo em mim: Bjord estava branco como eu nunca havia visto e havia sangue por tudo… - Estancar o sangue, tem um feitiço para isso... - enquanto eu pensava, ele tentava se desculpar com a voz fraca, o que me assustava ainda mais - Eu não devia ter pedido para atravessar o rio. - sussurrei, me abaixando ao seu lado para olhar a ferida mais de perto - Você estava tentando tomar conta de mim. - e eu resolvi fingir que estava em um conto de fadas e agora meu melhor amigo estava ali, sangrando. O nome do feitiço veio de repente, era fácil: para se estancar o sangue, Estanque Sangria. Não precisei me concentrar ou perder tempo visualizando o que eu queria que o feitiço fizesse, como tinha tanta dificuldade para fazer nas aulas. O que eu mais queria naquele instante era que seu sangramento parasse. Apertei a varinha com força, tentando impedir minhas mãos de tremer e murmurei o feitiço: - Estanque Sangria. - o ferimento continuava aberto, mas pelo menos não sangrava mais. Meu alívio durou apenas um instante, pois Bjord, que ainda tentava se desculpar, agora fechava os olhos lentamente, enquanto sua voz ia morrendo aos poucos - Bjord? Botei a mão em seu ombro bom, tentando chamá-lo, mas ele não esboçou reação nenhuma. De alguma forma, a página de feitiços de primeiros-socorros apareceu na minha memória. Lembrava de ter pintado as flores enquanto a professora de feitiços explicava o uso de magia para detectar fraturas... - Consciu. - sussurrei o feitiço para mantê-lo consciente. Vi suas pálpebras estremecerem e ele entreabriu os olhos. Mais uma vez, soltei um suspiro, aliviada - Eu vou cuidar de você, mas eu preciso de você aqui, ok? - lhe disse com um sorriso, tentando soar otimista, por mais que no momento estivesse à beira do choro, só não sabia se de pânico ou de alívio. - Agora só preciso fechar o machucado. - anunciei sorridente, enquanto meus olhos passavam do seu rosto pálido, para o peito cheio de cicatrizes antigas e manchas de sangue… Apontei a varinha para a ferida em seu ombro - Asclépio - o feitiço não era o suficiente para fechar todo machucado e apenas as bordas cicatrizaram. Talvez precisasse repetir algumas vezes… Olhava ansiosa para Bjord, na esperança que ele me desse algum sinal de mínima melhora.
***
Bjord estava afundando lentamente em águas geladas e turvas, era uma sensação familiar, já tinha estado ali antes e em condições semelhantes. O feitiço o obrigou a acordar. Seus olhos cinzas estavam turvos e confusos e a primeira ação mais consistente foi levar a mão até aquele canino — agora ensanguentado — que carregava pendurado como pingente. Disse algo em islandês e olhou para Freya depois disso, quis dizer alguma coisa para ela também.   — Freya... — tentou sorrir porque queria tirar aquela cara de preocupação do rosto dela. — Tudo bem... Ok... — tateou devagar até achar a mão dela e segurou. — Melhor... — olhou para o lado e viu a camisa na boca do filhote de Testrálio, quis fazer um carinho nele. Tentou se manter acordado e não foi tão difícil porque sentia uma espécie de sopro gélido quando ela tentava fechar a ferida. Parecia não estar indo muito bem, fosse por falta de experiência ou por ter sido causada por uma criatura mágica poderosa.   Enquanto recebia tratamento ficou quieto, segurando a mão de Freya e respirando devagar. Quis abraça-la para acalmá-la, nunca tinha feito isso em alguém, mas de alguma forma sabia que funcionava. Por baixo do conforto de segurar aquela mão podia sentir que ela estava tremendo.   Em algum momento os esforços dela foram suficientes como primeiros socorros, só precisavam enfaixar. Procurou a varinha com a mão livre, ergueu na altura que pode e balançou dizendo "Ferula" baixinho. Algumas bandagens foram produzidas. Geralmente produzia o suficiente para mumificar alguém, mas dado a condição não foi uma magia tão magnífica. Parecia querer começar algum tipo de procedimento padrão, mas ainda estava meio desorientado, deixou pra ela fazer.   — Vou ficar bem... Graças a você... — soltou a mão dela para que pudesse ter a ferida coberta. Ele tinha uma segurança de quem era experiente em sofrer acidentes, mas havia um tom de agradecimento sincero na fala. Suspirou pesado e se recostou na pedra, agora só parecia cansado e não à beira da morte. Ele deu uma batidinha na terra ao lado dele indicando que Freya descansasse um pouco, ela parecia que não ia aguentar a tensão por muito mais tempo. Quando o fez ele pendeu para o lado e deixou a cabeça no ombro dela. Nem ligou se naquela posição a dor no ombro fosse um pouco maior. O Bjord ferido e cansado parecia mais maduro, tinha tom e olhar firmes como se estar num contexto violento fosse um fardo antigo. — Seu salvador ainda não foi embora... — disse olhando para o unicórnio que deu a volta em uma árvore e ficou observando os dois com cautela, agora parecia querer se aproximar amigavelmente e esperava um sinal verde de Freya. O sangue comum de Bjord não maculou a beleza pura da criatura, continuava completamente alvo, nem seu chifre tinha qualquer sinal do ataque.
***
Segurar sua mão me trouxe conforto e me espantei ao lembrar que o gesto, que parecia tão habitual, era na verdade uma novidade de menos de uma hora atrás. Lhe dei um sorriso aliviado. Só conseguiria relaxar completamente quando ele estivesse sob os cuidados da enfermeira do castelo, mas agora já sentia que podia respirar de volta. Repeti o feitiço para fechar o ferimento mais duas vezes, mas parecia que a minha competência milagrosa em curandeirismo finalmente estava acabando. A ferida estava apenas parcialmente cicatrizada, mas imaginava que estivesse boa o suficiente para aguentar a viagem até o castelo, onde alguém poderia lhe dar um tratamento mais profissional. Pensava em enfaixá-lo, quando Bjord, como se lesse meus pensamentos, ergueu a própria varinha, conjurando uma longa fita de bandagens. - Espera, eu te ajudo. - ele pareceu querer se enfaixar sozinho, mas seria uma tarefa difícil até se ele estivesse bem. Ajudei ele a se afastar da pedra onde estava encostado e enfaixei ao redor do seu peito e ombro para cobrir o ferimento. Precisava passar meus braços ao seu redor para enfaixar seu tronco, como se fosse abraçá-lo e quando finalmente terminei, quase o fiz. Só me segurei pois Bjord ainda parecia frágil e exausto e não queria piorar seu machucado de volta. Minha cabeça ainda trabalhava a mil por hora, listando tudo que precisava fazer. Precisava dar um jeito de levá-lo de volta para o castelo. Ele havia perdido sangue, havia uma poção para ajudar com isso. Precisaria avisar a enfermeira do castelo que ele havia sido atacado por um unicórnio, será que o chifre tinha alguma propriedade que poderia piorar o ferimento? Notei então Bjord sinalizando para que eu sentasse ao seu lado, com um olhar preocupado. Aceitei o convite, concluindo que podia respirar um pouco antes de voltar ao trabalho. Também seria bom que ele descansasse um pouco antes de tentarmos voltar para o castelo. Sentei ao seu lado, deixando que ele descansasse a cabeça no meu ombro. Soltei um longo suspiro e também apoiei minha cabeça na sua. Novamente segurei sua mão, como se para ter certeza de que ele ainda estava ali. - Você me assustou. - falei em voz baixa. Estava assustada com quão depressa tudo aconteceu e como um passeio bobo no bosque quase havia terminado em desastre e agora tudo parecia calmo novamente. Mais uma vez estremeci lembrando de Bjord fechando os olhos lentamente enquanto tentava parar o sangramento. Olhei ao redor e vi as fadinhas nos observando de longe, conversando aos sussurros e logo Bjord me apontou que o unicórnio ainda estava ali entre as árvores. Apertei a varinha na mão, preocupada, mas a criatura não se moveu e apenas continuou nós observando. - Espero que tenha vindo pedir desculpas. -  anunciei em voz alta, como se ele pudesse nos entender. Apertei levemente a mão de Bjord, ainda sem querer sair do seu lado. Ainda estava brava com o unicórnio pelo ataque gratuito e não entendia porque ele havia implicado com o rapaz. A criatura pareceu entender meu nervosismo e se aproximou devagar, com a cabeça e as orelhas baixas. Parou a poucos passos de nós e não avançou mais. A minha reação normal seria correr e abraçar qualquer criatura que aparecesse na minha frente, mas agora não sabia mais. Olhei para Bjord, ansiosa, esperando que ele me desse algum sinal de que estava tudo bem. - Não é pra mim que você tem que pedir desculpas. - disse séria, para o unicórnio.
***
Abriu um meio sorriso quando a amiga iniciou um diálogo com o unicórnio. Pode perceber que Freya estava passando no meio de um dilema sério por estar chateada com a criatura. Bjord também tinha sentimentos conflituosos sobre isso, pois na mesma medida que ficava muito feliz por ser importante para a amiga, a ponto de ela falar naquele tom com uma das criaturas mágicas mais maravilhosas do mundo, também se sentia mal por talvez ter acabado para sempre com a imagem de que Freya tinha deles. — Acho que... Já se arrependeu... — disse ainda com um meio sorriso divertido, não dava para saber se Bjord já tinha processado toda a situação, provavelmente nunca o faria.   A imagem final da situação realmente parecia um conto de fadas, os heróis agora descansavam depois de viver uma pequena aventura e eram cercados por criaturas da floresta que aplaudiam seus feitos. Até o vilão tinha se arrependido. Ele chegou perto de Freya e tocou a cabeça dela com a ponta do chifre, parecia ser uma espécie de carinho ou sinal de respeito, depois se afastou devagar e voltou para a floresta. Seus cascos dourados reluziram uma última vez quando passaram por uma fresta de luz.  — São bonitos... os unicórnios... Nunca vi algo tão brilhante... — sentiu que com a saída do animal Freya pareceu relaxar mais um pouco, ele levantou a cabeça do ombro dela para poder olhá-la nos olhos.   — Vai ficar tudo bem... — segurou a mão dela com mais força e depois voltou a repousar a cabeça. O perfume daqueles cabelos sobrepunha o cheiro de sangue, era tão confortável que seria capaz de tirar um cochilo antes de começar a pensar em como voltariam para o castelo. Pareceu que o passeio até Hogsmead tinha sido há uma eternidade, nem dava para relacionar que há poucas horas atrás estavam tomando chá ou vendo corujas inofensivas. Agora as duas situações estariam interligadas para sempre na memória, a cicatriz nunca o deixaria esquecer. — Meu pai ficará orgulhoso... por eu ter arrumado uma cicatriz nova... — comentou com um tom de quem ri.   — Você não se machucou, não é? — perguntou num tom urgente se afastando de novo para analisar a amiga, aparentemente todo o sangue nela era o dele, não havia cortes ou coisa do tipo. Ficou aliviado. Só então percebeu que não tinha mais uma camisa, o pequeno testrálio já tinha mastigado ela toda, não sabia ao certo porque isso passou a incomodá-lo, as orelhas teriam ficado ainda mais vermelhas se ele não tivesse perdido sangue. Ficou um pouco tonto. —Desculpe por... as minhas vestes... — olhou para o rio deduzindo que podiam se lavar ali antes de ir embora. Não podiam chegar em hogwarts daquele jeito, ele não queria que Freya recebesse uma detenção depois de passar por tudo isso, merecia um prêmio por heroísmo. Percebeu que mesmo ferido não queria ir embora, mas não podia dizer isso à amiga, não conseguiria.
***
Ainda estava brava com o unicórnio, mas foi difícil de continuar chateada depois que ele se aproximou e me tocou a testa com seu chifre. Mesmo que agora o achasse um pouco assustador, ainda era uma das criaturas mágicas mais incríveis e com certeza a mais linda que eu já havia visto. Vi ele se afastar, ainda boquiaberta, e soltei um longo suspiro quando ele desapareceu entre as árvores. Teria muito o que pensar sobre criaturas mágicas dali pra frente. A despedida da criatura e depois Bjord, mais uma vez me tranquilizando que tudo ia ficar bem, me ajudaram a relaxar. Tinha minha cabeça apoiada na sua, que por sua vez descansava no meu ombro, e quando ele se virou para me encarar, percebi de repente o quanto estávamos próximos. Percebi que a proximidade não me incomodava e em vez disso me dava uma sensação boa de conforto. Com nossos dedos ainda entrelaçados, lhe fiz um carinho na mão, quase distraidamente, enquanto ele comentava quase alegremente sobre sua nova cicatriz. - Não acho que muitas pessoas tenham cicatrizes causadas por unicórnios... Vai dar uma boa história. - fiquei pensando que tipo de pai ficaria feliz com uma nova cicatriz. Talvez fosse melhor a cicatriz do que o ferimento aberto e sangrando? Por esse ponto de vista eu também estava muito feliz - Você.... hm tem várias... cicatrizes. - depois do pânico inicial de tentar salvar Bjord, reparei na quantidade de marcas que ele tinha pelo corpo. Sabia que, assim como eu, ele era propenso a pequenos acidentes com feitiços, mas isso não justificava o tamanho ou a quantidade de marcas. Eu mesma não estava machucada, mas minha saia estava suja de terra por ter escorregado e sentado no chão e a frente da minha blusa estava manchada com o sangue de Bjord, assim como minhas mãos, e suspeitava que meu rosto também, que devia ter sujado quando tentara afastar o cabelo dos olhos em meio à confusão. Só agora lembrava que teria levado uma bronca na aula de curandeirismo por não ter prendido o cabelo antes de atender meu paciente. A princípio não entendi porque, mas Bjord tentava se desculpar por algo com as suas vestes. Só então meus olhos caíram em seu peito e me dei conta que ele estava sem camisa. O que me confundiu, pois eu mesma havia o ajudado a tirá-la, mas só agora me dava conta de que talvez isso fosse estranho. Boa parte do seu peito agora estava coberto de ataduras, mas, se naqueles momentos de desespero eu mal havia notado, agora ia lentamente lembrando o que havia visto e senti meu rosto esquentar. Bjord sem camisa era diferente do que eu havia imaginado. Não que eu houvesse imaginado ele sem camisa. Pigarreei, nervosa. - Ah… Você está com frio? Olhei ao redor, procurando onde sua camisa tinha ido parar e a encontrei, ou o que restava dela, a alguns passos de nós, se movendo no ar como se algum ser invisível estivesse a segurando. - É o bebê testrálio? - havia um pingo de curiosidade na minha voz e um pouco da minha animação habitual - Você consegue ver ele? - estreitei os olhos, como se assim conseguisse ver a criatura invisível aos meus olhos - Como ele é?
***
Se imaginou na taverna, contando para outros garotos da sua idade como tinha sobrevivido ao ataque graças a Freya, mas o devaneio foi quebrado rapidamente quando ela falou de suas outras cicatrizes. Ser observado por Freya causava um efeito estranho, a parte de guerreiro orgulhoso brigava com a sua inerente timidez e ele não sabia se exibia o seu físico ou se aprendia a mergulhar na terra igual a um pelúcio. Em aparente pane, ficou meio travado por um momento até ela lhe fazer uma pergunta, os dois pareciam prestes a soltar vapor pelos ouvidos. Não conseguiu falar, então fez que não com a cabeça, o frio habitual das terras escocesas sequer causaria arrepios em alguém que mergulha nas águas geladas da Islândia. Depois fez que sim confirmando que conseguia vê-lo. Seguiu os olhos dela e analisou o Testrálio com atenção, definitivamente não era a criatura mais bonita que tinha visto e ficava ainda pior quando a presença do unicórnio ainda estava viva na memória. Pensou um pouco antes de responder. — Ele é... Diferente no unicórnio... — franziu a testa, sabia que Freya não aceitaria uma resposta tão vaga. — É como um cavalo, mas também lembra os dragões... — O filhote desistiu da camisa e foi beber água no rio, Bjord o seguiu com o olhar.   — Também é esquelético, e a pele parece ser uma capa preta... Como é um filhote as asas são pequenas, mas... — quando virou o rosto para Freya deu de cara com aqueles olhos azuis atentos, podia ve-la desenhando mentalmente a figura que estava sendo descrita. Ele abriu um sorrisinho. — Os de Hogwarts são grandes e podem voar... E os olhos são... parecem que estão... Bom, são brancos, sem pupilas... — disse num tom sombrio, passou pela cabeça que se o chifre do unicórnio tivesse acertado um pouco mais embaixo ele e os testrálios teriam uma coisa em comum.   Imaginou quantas responsabilidades deixaria para trás e o quanto isso teria afetado Freya, sabia que ela definitivamente não era uma pessoa que pensava na morte como ele pensava. Quis deitar a cabeça de novo, mas agora que estava consciente da ausência de camisa não achava correto. A imagem sombria de outro ataque do unicórnio pareceu bem viva, ele afastou tentando se concentrar na outra pergunta.   — Você não...? — teve a sensação de que estava fazendo a pergunta errada, corrigiu. — Por que quase ninguém pode ver... eles...? — olhou para o pequeno testrálio realmente em dúvida. Ele sabia o que era a criatura porque perguntara ao professor Lancastell, mas recebeu uma resposta vaga e notou o sorriso amargo do docente quando disse que sentia muito por Bjord conseguir vê-los. No dia ele achou que aquilo era sobre a aparência diferente da criatura, mas agora se sentiu meio bobo de nunca ter pesquisado sobre eles. Meio que sem perceber começou a mexer o polegar da mão que estava entrelaçada na de Freya fazendo um carinho — provavelmente áspero — nos dedos dela enquanto se perdia em pensamentos.
***
Já havia visto ilustrações deles no meu livro de Trato das Criaturas Mágicas, mas queria saber se o filhote era igual aos adultos. Fiquei um tempo procurando a criatura com os olhos, mas quando me conformei de que não iria enxergá-lo, voltei a olhar para Bjord, que se concentrava tentando descrevê-lo para mim. Ouvi sua descrição com um sorriso no rosto, imaginando como ele seria. Talvez tentasse desenhá-lo quando voltássemos para o castelo... - Ah! Eu já vi um dos adultos. Bom, não vi mas eu sei que eles puxam as carruagens do castelo... uma vez levei uma maçã para um deles no primeiro dia de aula. - ri, pensando na fruta desaparecendo diante dos meus olhos, sendo devorada pela criatura invisível. Meu sorriso se desmanchou quando Bjord me perguntou porque eu não conseguia vê-lo. Eu sabia o motivo e imaginei que talvez ele me contaria sua história um dia, se quisesse. Era diferente agora que eu precisava lhe explicar. - Você precisa ter visto alguém morrer para enxergar eles. - disse lentamente, lhe espiando para ver qual seria sua reação. Tentei não pensar em quanto cheguei perto de poder enxergar um hoje. Em vez disso, resolvi me concentrar no carinho que Bjord fazia na minha mão - Por isso que tem gente que acha que eles são um sinal de azar. - pensando bem, Bjord havia visto o testrálio pouco antes de ser atacado pelo unicórnio, então talvez houvesse um fundo de verdade nisso.
***
Virou-se lentamente para olhá-la nos olhos, ele abriu a boca uma ou duas vezes e depois ficou quieto e olhou para frente, a sobrancelha franzida como se estivesse fazendo esforço para digerir a informação. Agora conseguia relacionar os dois pontos com clareza, também fez sentido para eles os Testrálios terem uma aparência tão distinta. Bjord ficou meio consternado por lembrar de algo ruim. Enquanto estava perdido em pensamentos ficou olhando para as mãos juntas. Sentiu que nunca cansaria daquela sensação. Não sabia dizer quanto tempo passou até ele notar que ela também estava prestando atenção, os sons do rio e da natureza eram relaxantes e a companhia silenciosa de Freya foi o suficiente naquele momento. Sorriu com o canto da boca e desenlaçou os dedos só para fazer isso de novo um instante depois. Podia ignorar as pontadas de dor facilmente, podia ignorar até a hora de voltar ao castelo e sugerir que acampassem ali, o que seria outra péssima ideia, lhe dizia a voz da razão. — Temos que... pensar em um jeito... de voltar para o castelo... — disse isso tão devagar e manso que parecia estar colocando muito esforço para as palavras saírem, fingiu muito mal que foi por causa da ferida. — Poderíamos a... — antes de terminar ele mudou de ideia franzindo a testa. — ...me ajuda a levantar...? — fizeram isso de um jeito meio improvisado, mas no final Bjord estava em pé na frente de Freya, as orelhas levemente vermelhas e os pés descalços inquietos na terra. Ignorou uma fisgada de dor e virou para o lado do rio, de costas para Freya. Bjord mostrou um pouco da sua disposição de ferro, era mesmo alguém acostumado com situações como aquela. — Vamos... dar a volta pelo barranco, por ali... parece ter um caminho... — pensou na ideia de suas costas expostas e nem conseguia esconder mais a vergonha, a voz foi falhando, mas ao mesmo tempo uma parte de si sentia... satisfação. Virou-se para Freya com um olhar de urgência, ela estava cercada pelas fadas de novo, sua beleza também não foi maculada pelo sangue ou a sujeira. Bjord sorriu de canto, sentiu o corpo e o coração relaxarem ao mesmo tempo.
***
Bjord tinha razão: era hora de voltar para o castelo. Se ele não estivesse tão machucado, adoraria arrumar uma desculpa para passarmos horas ali, de mãos dadas. Talvez do outro lado do rio, onde agora sabia que era mais seguro. Mas no instante em que ele fez o primeiro movimento para se levantar, me apressei em ajudá-lo. Passei seu braço por cima dos meus ombros e deixei que ele soltasse parte do seu peso em mim para levantarmos juntos. Quando conseguimos ficar em pé, acabamos presos em um abraço desajeitado e o soltei rapidamente com um sorriso nervoso. Uma vez em pé, Bjord imediatamente começou a andar. Estava bem claro que ele pelo menos achava que chegaria a pé no castelo, mesmo no estado em que se encontrava. - Espera... - o segurei pela mão. Enquanto ele parecia determinado, eu estava preocupada. Os portões dos terrenos de Hogwarts não estavam tão longe, mas depois disso ainda havia uma longa caminhada dentro dos terrenos até o castelo. Franzi a testa, pensando em como resolver a situação e então tive uma ideia. - Espera aqui um pouquinho. - sabia que ele tentaria me impedir, então me afastei dele depressa, antes que entendesse o que eu estava pensando em fazer - Eu prometo que vou tomar cuidado. Não se mexa! Quis correr para dentro da floresta, mas sabia que mataria Bjord do coração e talvez o matasse mesmo, caso ele resolvesse correr atrás de mim para me alcançar. Avancei de volta na direção da clareira, mas dei apenas um passo além dos arbustos que a cercavam. Olhei para trás para ver Bjord me observando ansioso e então me voltei para as árvores adiante. - Psiu! Você ainda está aí? - chamei em voz alta. Não foi preciso esperar muito, logo o unicórnio surgiu, branco e imponente entre as árvores. Como suspeitava, ele não havia se afastado muito, como se estivesse cuidando de mim de longe, já que estava brava com ele. Depois de alguns instantes conversando com a criatura, ela finalmente aceitou minha proposta e abaixou a cabeça, me deixando lhe fazer um carinho na cabeça e voltei para junto de Bjord, que observava a cena, incrédulo. O unicórnio me seguia de longe a passos cautelosos, como para deixar claro que não faria mal a ninguém. - Ele concordou em nos ajudar a voltar para o castelo. - anunciei com um sorriso - Como um pedido de desculpas. A criatura apenas abaixou a cabeça e mais uma vez passei a mão em sua crina tão branca que chegava a ser reluzente, antes de me voltar para Bjord. - Bom... Você já andou de unicórnio? - fiz a pergunta em voz alta só para dar uma risada do absurdo da situação. Talvez eu estivesse animada demais com a ideia, mas estava feliz por estar de volta ao meu mundo de soluções mágicas.
***
A tranquilidade não durou muito tempo, literalmente, meio minuto depois assitiu ela entrar de volta na Floresta sem poder fazer muita coisa. Até tinha um pouco de energia para segui-la, mas sabia que não teria forças para obriga-la a parar seja qual fosse seu plano. A vontade era de carrega-la nos ombros, protege-la a qualquer custo e de qualquer coisa. No tempo que ficou sozinho Bjord acabou percebendo que nunca tinha se preocupado tanto por alguém daquela maneira e isso fez crescer um sentimento sombrio de culpa. Enquanto lavava os pés e colocava os sapatos de volta o ferimento ardeu, era o destino o lembrando de um detalhe importante, era loki sussurrando cosias em seu ouvido de novo, mas não foi atrás de Freya porque ela tinha dito para não o fazer. Bjord arqueou uma sobrancelha, por um momento pensou estar tendo alucinações tardias e mesmo depois dela anunciar o seu mais novo amigo ele ainda custou a acreditar. — Ah, sim... — disse meio sem perceber. Freya era mesmo uma protagonista de um conto de fadas. Seus pensamentos foram inundados de uma vontade nova, insana e maravilhosa... Quis ser um pouco mais corajoso, porque a única coisa que o impediu foi o receio de que o unicórnio o matasse antes dele conseguir dar aqueles cinco passos até Freya. Bom, era melhor esquecer isso enquanto estivesse na presença daquela criatura, ele se esforçou para desviar o foco à outra problemática. — Só sei montar em... hm, cavalos comuns... e nem sou muito bom e... — quando ela riu ele meio que riu também, mas de nervoso. — Não deve ser tão diferente... — Tinha certeza que era, mas não queria que o sorriso de Freya desse lugar a uma cara de preocupação. Se aproximou devagar, o equino mágico não lhe deu muita atenção porque obviamente Freya era dez vezes mais interessante. Arriscou estirar o braço bom e tocar o pelo brilhante da criatura e era tão macio quanto ele esperava que fosse, também era morno e reconfortante como centenas de apertos de mão de Freya, tanto que fazia a dor da sua ferida desaparecer. O unicórnio pareceu ter entendido que eles tinham chegado a um acordo e dobrou as pernas para que pudessem montar, daí surgiu uma nova dúvida. — Hm, você... Quer ir na frente? Quero dizer, sua saia... hm, você está de saia e talvez... — a logística de como os dois iriam montar o unicórnio era complicada, não tinham um arreio então precisariam segurar da crina do bicho, e ela teria que ir de lado, estava começando a achar que preferia subir o barranco a correr o risco de ver Freya cair. Começou a estudar uma maneira e se distraiu com a beleza da criatura, era ainda mais belo de perto.
***
A última vez que eu havia andado a cavalo havia sido quando ainda estava na pré-escola trouxa, em uma feira e sob a supervisão de adulto, então preferi confiar em Bjord - por mais que ele não parecesse muito a vontade com a situação. Eu, por outro lado, estava convencida de que o unicórnio tomaria conta de nós e seria melhor do que andar a pé até o castelo. Apertei os lábios, pensativa, quando Bjord citou minha saia. Em filmes, as heroínas rasgavam a saia para lutar ou revelavam "calças secretas" por baixo do vestido, mas no meu caso, nenhuma das duas opções era viável. Tomei uma nota mental para nunca mais sair sem alguma coisa por baixo da saia. Tinha shorts para usar por baixo quando sabia que teria uma aventura, mas nunca imaginei que um passeio inocente em Hogsmeade terminaria com cavalgar um unicórnio no caminho de volta. Estava quase esquecendo meus sapatos, mas uma das fadinhas deu uma puxada na manga da minha blusa para chamar minha atenção e apontar para onde eu os havia abandonado quando terminei de atravessar o rio. Vesti as meias e os sapatos depressa e voltei para o lado de Bjord. - Na frente então... e você segura em mim? E eu seguro... - dei uma olhada confusa para o unicórnio, que dobrou as pernas para montarmos - ok… Ele não vai deixar a gente cair. - falei, tentando tranquilizar tanto a Bjord quanto a mim mesma. Mais uma olhada na criatura foi o suficiente para me lembrar que não era sempre que se tinha a chance de ver um unicórnio de perto e pegar uma carona então… - Vai ser divertido! - voltei a sorrir, animada. Depois de alguns instantes de confusão de quem montava primeiro e quem segurava onde, conseguimos montar os dois na criatura. - Pronto? - perguntei a Bjord e então passei a mão na crina do unicórnio, sem conseguir parar de sorrir - Não deixe a gente cair, viu?
***
Eles demoraram um pouco para arrumar uma posição em que ficassem montados de forma razoavelmente segura, conforto não era exatamente uma prioridade na situação mesmo o braço de Bjord estando ferido. Ela foi na frente, com o braço bom ele buscou a crina do unicórnio e meio que enlaçou as costas de Freya para que ela não escorregasse. O que estava imobilizado ele descansou ao lado corpo numa posição estratégica só por precaução. Preferia arriscar perder um braço a deixa Freya cair, esperava não ter que usá-lo porque passada a adrenalina de todo aquele momento mágico a dor começava a dar mais sinais de realidade, a ferida começou a fazer uma mancha na bandagem e ele agradeceu por Freya estar muito animada e não perceber. Ele realmente agradeceu pro ela não perceber muita coisa, como estarem tão juntos e de maneira tão apertada, antes do unicórnio levantar Bjord se distraiu um pouco com o perfume dos cabelos dela e teve que segurar com força a crina do animal para não virar para trás. Apesar de estar anoitecendo ele sentiu calor por todo o corpo, resolveu que seria um sinal de febre e não de qualquer outra coisa. — Ouvi dizer... que os unicórnios são... — a criatura pateou o chão enquanto rodava no mesmo lugar, como se buscasse a melhor direção. — ...muito rápidos... — sentiu uma espécie de vibração. Teve que pensar muito rápido; curvou o corpo para frente colando em Freya e enlaçou ela com os braços segurando o máximo da crina que conseguiu do ponto mais baixo perto do corpo dela. Virou o rosto para fazer uma cara de dor, por um momento tudo virou um borrão colorido e não dava para saber se era por causa da dor ou da velocidade do unicórnio. Quando recobrou os sentidos percebeu que estavam entrando pela floresta, as árvores engolindo o resto do céu, Bjord colocou o queixo no ombro de Freya e fechou os olhos deixando o relance do sorriso dela e o cheiro floral inundarem sua cabeça. Seu corpo começou a agiu por puro instinto mantendo Freya segura entre seus braços enquanto a criatura cavalgava rápida e elegante pela floresta escura. A partir daí não lembraria de muita coisa, a única certeza era que ele e Freya deixaram o local.
em 2021-12-06
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say-narry · 3 years
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Memories - Capítulo 18
Nota da autora: Obrigada pelos comentários, esse capítulo foi o maior que escrevi, certa de 5 mil palavras. Peço pra que deem a opinião de vocês e cuidado para não se perder no flashback. Mae Whitman representando a S/N.
avisos: flashbacks em itálico e recuo, menção a traição e divorcio, menção a auto depreciação. Imagens e links.
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Caixa de pandora: Pandora foi a primeira mulher criada por Hefesto sob as ordens de Zeus, que entregou-lhe uma caixa, recomendando que ela jamais fosse aberta pois dentro dela os deuses haviam colocado um arsenal de desgraças para o homem, como a discórdia, a guerra e todas as doenças do corpo e da mente mais um único dom: a esperança.
Vencida pela curiosidade, Pandora acabou abrindo a caixa liberando todos os males no mundo, mas a fechou antes que a esperança pudesse sair. Essa metáfora foi a maneira encontrada pelos gregos para representar, num enredo de fácil compreensão, conceitos relacionados à natureza feminina, como a beleza, a sensualidade e o poder de dissimulação e de destruição.
(...)
Franzi o cenho vendo todos aqueles itens.
Dei uma olhada no chão e resolvi me sentar ali mesmo. Parte de mim estava empolgado em ver o que poderia ter lá dentro, a outra estava deixando minhas pernas bambas de medo.
Apoiei minhas costas no armário, deslizei até o chão e respirei fundo.
Havia papéis e caixas menores, então resolvi começar por um envelope com o meu nome.
Ele era amarelo claro, retirei o papel de lá que estava dobrado e o abri. Comecei a ler atentamente o que dizia.
Caro Harry,
Eu escrevo essa carta pois eu acho que você sabe o quão romântica, talvez boba, eu posso ser aos seus olhos.
Não há muito o que se falar, eu acho. Eu não sei onde erramos. Não sei dizer quando tomamos esse caminho tortuoso. Talvez eu tenha me negado aos sinais que você me deu, neguei a verdade por tanto tempo porque na minha cabeça era inviável que eu vivesse sem você. Nunca conseguia me imaginar acordar no meio da noite e não velar seu sono, não ver as covinhas em suas bochechas quando da um sorriso pelo qual eu fui tão apaixonada ou até mesmo não te idolatrar quando você vestia aquele terno com a blusa social azul por baixo.
Enfim, eu sei o quanto você é ocupado e talvez nunca vá ler essa carta porque eu também sei que você não tolera esse tipo de bobagem. Eu acredito que eu saiba tanto de você e você saiba tão pouco sobre mim…
No envelope grande na cor marrom tem a quantia que sua família gastou em nosso casamento. Como uma recém formada, sem uma família de renome como eu sou, creio que você se lembra que eu não consegui ajudar muito e então, aqui está. Eu estou pagando agora. Não quero dar motivos para falarem de mim e é melhor que não tenhamos mais nenhum contato, como sua namorada sugeriu naquele dia no fórum. Se precisar, peço por favor que não me ligue, eu não suporto mais te ver e saber que você não é… ou melhor, entender mais uma vez que você nunca foi meu.
Eu peço desculpas pelas minhas falhas, esse divórcio me mostrou que eu falhei por muitos momentos nesse casamento o que levou você a trair-me. Me perdoe por não ter conseguido dar vida ao nosso filho, imagino que agora você poderá ter filhos fortes e saudáveis. Espero sinceramente que eles venham com saúde e que você aproveite a vida como merece com eles.
Pelos mais que tenhamos eventos adversos, eu desejo o melhor a você.
Tome cuidado e divirta-se.
A vida é boa e eu tenho certeza que vai ser ainda melhor sem mim.
Sinceramente,
S/n S/SN Styles
Engoli em seco com lágrimas nos olhos. Como eu fui capaz de deixar ela pensar que a culpa era dela por eu ter sido um desgraçado e traidor? E como ela poderia falar que a minha vida seria melhor sem ela? Eu havia sido cruel demais pra que ela pensasse isso.
Nunca foi a culpa dela, em nenhum momento.
Passei o braço pelos olhos e olhei dentro da caixa, procurando pelo envelope que ela havia dito e lá estava ele. Abri-o e tinha várias notas de dólares enroladas com um elástico.
Dinheiro que ela se sentiu na obrigação em dar já que o casamento teve um fim. Dinheiro da festa do melhor dia da minha vida e com toda certeza foi o melhor dia justamente porque foi com ela. Eu nunca me arrependeria de ter me casado com ela, nunca!
— Você tem certeza disso, cara? – Louis estava na porta do meu quarto enquanto eu me arrumava em frente ao espelho.
— Tenho. – afirmei enquanto eu arrumava a gravata da cor preta.
— Harry, você está fazendo isso pela aposta ou por gostar realmente da S/n? – Zayn questionou, ele estava sentado na minha cama.
E o encarei através do espelho e não respondi.
S/n e eu estávamos namorando há 2 anos e alguns meses. No fim do ano já iríamos nos formar. Minha família já a conhecia e amava. Eu estava tentando lidar com a Styles Motors e com a faculdade. S/n, quando não estava trabalhando em um mercado próximo do campus ou fazendo estágio, me ajudava com as coisas da empresa.
Courtney havia assumido um relacionamento há poucos meses e nisso nós não tivemos mais nada. Nenhum encontro e nem mensagem de texto. Então, eu não tinha nada a perder casando com S/n, na verdade, eu só ganharia. Eu ganharia a aposta, uma mulher boa que me ajuda e… um amor verdadeiro que eu nunca tinha sentido, mas isso era algo que ninguém sabia.
— Você está ciente que noivado é algo sério, não é? – Louis perguntou de novo e eu bufei já nervoso.
— Eu sei. – Passei a mão pelo cabelo jogando para trás.
Peguei o frasco de perfume no armário e borrifei no meu pescoço, braços e pulsos.
— Isso tudo é por causa da aposta? – Ele continuou e eu o encarei.
— E se for? Não era isso o objetivo? – Rebati.
Louis caminhou até próximo de mim e me segurou pelos ombros.
— Cara, você entende que fazendo esse pedido de casamento e ela aceitando, isso vai mexer na sua vida e na dela, principalmente? – Os olhos azuis de Louis me encaravam aflitos – A gente te explicou que a aposta era só pra você enxergar a S/n como uma pessoa boa… Vocês estão a o quê? 2 anos juntos? A gente esperava que você começasse a gostar dela de verdade e não—
— Quem disse que eu não gosto dela, Louis? – Chiei.
— E você gosta? Porque você não demonstra isso. – Zayn se levantou – A garota se desdobra por você e pela a empresa que nem é dela e você se quer anda de mãos dadas com ela. É como se fosse uma melhor amiga, nada de amor de casal.
— Vale ressaltar que até meses atrás você estava correndo atrás da Courtney, traindo a S/N como se não houvesse amanhã e só sossegou porque ela está com Joseph de novo. – Louis completou.
— Eu sei, mas eu sei também que é hora da gente ter algo mais sério e talvez assim eu esqueça Courtney de vez e goste mais dela. – Peguei o smartphone que estava carregando e a caixinha com o anel, colocando-os no bolso do meu paletó.
— Ela não merece isso, Harry. – Niall disse na soleira da porta, nos dando um pequeno susto – Eu, você, nós sabemos que a S/n não é uma mulher que serve pra ser a segunda opção e muito menos um item de aposta. Vai ser algo de tentativa e erro? Se você começar a gostar ainda mais dela, ótimo! Senão, vai se divorciar?
— Ela não é a segunda opção. – Murmurei ignorando sua pergunta.
— Ah, não? – Niall riu de forma irônica – Responda pra mim, se Courtney não estivesse com Joe, aonde você estaria agora? Estaria no quarto da república de Courtney ou estaria indo buscar a S/n no trabalho?
Abaixei o olhar pensando na pergunta de Niall.
— Só o ato de pensar sobre isso já diz muita coisa. Quando a gente ama, a gente vai colocar a pessoa em prioridade e zelar por ela. - Niall respirou fundo - Você gosta de todos, Harry, menos da mulher que mais te ama. Você realmente vai pedir em casamento uma mulher a qual você trocaria em estalar de dedos só para acariciar o seu ego e ganhar alguns dólares?
Louis e Zayn abaixaram a cabeça, eles eram o culpados da aposta assim como eu, que engoliu em seco.
— Eu gosto da S/n e vou casar com ela por isso. Não vou mais troca-la por nada e por ninguém. A aposta é só consequência e não sou o antigo Harry. Depois de Courtney, eu vou voltar a ser um cara bom e ser bom pra ela porque eu realmente gosto dela. – Respondi me aproximando dele.
— E de repente você começou a gostar dela? – Niall respondeu nervoso.
Franzi o cenho.
— O que é isso, Niall? Você é meu amigo de anos, mas não quer dizer que pode ou não opinião sobre o que eu devo fazer. – Falei alto e ríspido.
— Não é sobre você, narcisista Styles! – Niall ficou frente a frente comigo, satirizando. – É sobre a S/n! Eu já disse e repito, você vai acabar com a vida de uma pessoa que te ama só pra alimentar o seu ego narcisista e idiota! Porque é isso que você é! Um idiota!
Senti minhas mãos fechando em punho quando Niall esbravejou. Ele virou as costas e saiu porta a fora.
Eu refleti sobre as palavras dos rapazes, principalmente a de Niall, enquanto eu dirigia até aonde S/n trabalhava.
Não importava o que eu tinha feito, o importante era dali em diante. Eu estava determinado a ser um cara melhor e seria. S/n era incrível, eu já tinha visto isso, só não tinha admitido.
Casar com ela e formar uma família é um bom plano, ela vai trazer o Harry gente boa de volta.
O estacionamento do mercado estava vazio, então a esperei do lado de fora.
Depois de alguns minutos a vi saindo. Seu rosto estava cansado e ela contava o dinheiro, guardando-o na bolsa em seguida.
Fui de encontro a ela, que levou um susto quando me viu.
— Amor? – Ela me chamou e eu abri os braços.
S/n deu uma corrida e se jogou nos meus braços, me fazendo cambalear para trás.
— O que faz aqui? – Ela me olhava admirada e eu conseguia ver o brilho em seus olhos que tanto eles diziam que ela tinha ao me ver – E uau! Você está lindo demais! Aonde está indo?
— Aonde nós vamos! – Apontei para nós dois. – Vamos naquele restaurante que você tem vontade próximo a Coney Island.
S/n arqueou as sobrancelhas e suas bochechas coraram.
— Ah… Uh… – Ela olhou pra si mesma e puxou a roupa – Eu não estou apresentável, meu amor… Podemos passar na república? Pelo menos pra que eu possa tomar um banho?
Acenei positivamente com a cabeça e entrelacei nossos dedos voltando para o carro.
— Mas lá não é muito caro?
— Não, meu anjo! – Falei – Ah, espere um pouco, esqueci uma coisinha!
Peguei seu rosto com a mão direita fazendo um carinho enquanto grudava nossos lábios. Passei a mão esquerda por sua cintura e a puxei pra mim.
Beijar S/n era maravilhoso, era suave e atrevido da maneira correta, nosso beijo sempre era quente e macio, fazendo nossas línguas apenas serem acariciadas de forma suave mas precisa, o que fazia que eu soltasse gemidos baixos.
S/n conseguiu se arrumar em pouco tempo e enquanto ela se vestia, fui vendo o pequeno santuário que ela tinha em seu quarto na república.
Havia diversas fotos nossas que eu não me lembrava que tínhamos tirado. Fotos comigo, com o rapazes, com Niall onde ele sorria amplamente junto com ela.
O mural de fotos tinha também alguns post its onde formavam um coração ao redor de uma foto nossa e em todos eles, havia meu nome e o dela escrito.
Em sua mesinha, tinha um pequeno e grosso caderno de capa marrom com o título de Mr. & Mrs. Styles.
Folhei-o brevemente e lá tinha o ingresso do filme que vimos juntos. Uma flor seca que eu me lembrava que eu tinha dado a ela. Até mesmo um palito de sorvete que tínhamos dividido conforme a sua anotações.
Ela tinha guardado cada mínimo momento comigo. S/n fez questão de gravar os pequenos momentos que eu não dei a mínima e pra ela foi o máximo.
— O que foi, Hazz? – Ela saiu do banheiro colocando o brinco.
— Nada, vamos?
S/n usava um vestido branco, talvez adivinhando o que aconteceria mais tarde.
Fomos cantando as músicas que ela tanto gostava, rindo e trocando carícias até o restaurante.
Era um restaurante simples, mas serviam a comida que ela gostava: massas.
Todos eram muito simpáticos e alegres. Nós jantamos e começamos a conversar sobre qualquer coisa.
O sol já estava se pondo, era aquele seria o momento especial que eu precisava.
— Querida?
— Sim? - Ela limpou a boca com o guardanapo e bebeu um pouco de vinho.
— Eu tenho algo pra contar. - Respirei fundo tentando me segurar pra não rir da expressão de medo que ela fez.
— Aconteceu algo? - S/n perguntou e eu acenei positivamente com a cabeça.
— Aconteceu sim. – Entrelacei nossos dedos e percebi que ela estava realmente nervosa. Meu estômago estava dando cambalhotas. — Eu tomei uma decisão muito séria quando a nós dois.
Os olhos de S/n estavam fixos em mim e eles expressavam medo e angústia. Percebi que a respiração dela havia aumentado pois seu peito subia e descia rapidamente.
— O que aconteceu? – Ela disse baixinho e com a voz vacilante.
— Eu andei pensando e vi como nosso relacionamento é… Você sabe, você trabalha incansavelmente naquele mercado, no estágio e eu também estou entrando de vez pra vida adulta com a Styles Motors. – respirei fundo – Você é a mulher mais esforçada que eu já conheci, a mais carinhosa e a mais divertida também. Eu sinceramente não sei como você consegue ser assim mesmo quando eu erro com você, quando eu me ausento quando você mais precisa… O seu coração é puro demais pra esse mundo, sabia? Mas… Nosso relacionamento não da mais pra ficar desse jeito.
S/n já estava deixando algumas lágrimas saírem, provavelmente pensando que nós iríamos terminar.
— Você está terminando comigo? – Ela perguntou de forma inocente, fazendo meu coração se apertar.
Tirei a caixinha do meio das minhas pernas enquanto ela tentava afastar as mãos das minhas.
— Sim, eu quero que a gente termine esse ciclo. – abri a caixinha com o anel que mamãe havia me ajudado a escolher, meu coração parecia que estava quase saindo do peito pela forma que pulsava – Pra começarmos outro. Aceita casar comigo, lovie?
S/n arregalou os olhos e ficou estática. Ela colocou a mão sobre a boca com certeza para não soltar um grito.
— Não vai terminar comigo? – Ela perguntou ainda em choque.
— Não, meu amor! – ri – Vamos apenas deixar de ser namorados e passar a ser marido e esposa!
— Meu Deus! Sim! Sim! Sim! – S/a esticou o corpo e me abraçou forte. Eu fiz o mesmo sentindo nossos corações disparados.
Com um coração inchado de adoração, trouxe seus lábios aos seus. O beijo foi como juramento e confiança, substituindo as palavras que cada um precisava ouvir.
— Eu amo você, S/n. – falei com nossas testas encostadas, minha voz vacilando e minhas mãos tremendo.
— O que você disse?
— Eu disse… — dei um selinho — que… – dei mais um selinho – eu amo você!
S/n me abraçou ainda mais forte, quase sentando-se no meu colo.
— Eu te amo, Harry. – Ela beijou minha bochecha e traçou um caminho até a minha boca – Mais do que tudo e pra sempre.
E eu acreditei nisso.
S/n havia me prometido que sempre me amaria, mas agora queria distância… e eu não poderia julgá-la, eu não sou e nunca fui merecedor do seu amor.
Mexi entre os papéis da caixa e encontrei a caixinha de veludo. Coloquei o papel da carta dela no chão e abri a caixinha.
Era o anel do nosso noivado. Ela também o tinha devolvido.
Ele era fino com uma única pedra preciosa nele. Eu me lembro de como havia ficado sob medida, contrastando perfeitamente com a pele dela.
— Eu estou NOIVA! – Ela gritou e os meninos e suas respectivas comemoraram junto com ela.
Foram trocados abraços e felicitações.
Niall ficou tenso, parecia bravo e eu sabia das suas colocações.
— Da pra pelo menos fingir que está feliz? – pedi encostado no balcão da cozinha.
— Não sou tão bom ator quanto você. – ele respondeu pegando um pano e enxugando a louça.
— Qual é, cara! Eu realmente gosto da S/n. Eu estou disposto a fazer ela feliz!
— Até quando, Harry? – ele se virou pra mim, deixando o prato na pia e colocou o pano no ombro direito – Até Courtney terminar e você ir como um cachorrinho abanando o rabo?
— Isso não vai mais acontecer. – afirmei – S/n é a mulher que eu escolhi pra ser minha pelo resto da vida. Você se lembra de como fui pisoteado pelas outras? Eu sei como é e não vou mais fazer isso. Confia em mim, irmão…
Niall me encarou por alguns segundos e movimentou a cabeça concordando.
— Está bem… – ele ergueu os braços – Espero que sejam felizes, de verdade. –Nós nos abraçamos e demos tapinhas nas costas um do outro. – Mas se você magoa-la, eu juro que te mato!
Eu revirei os olhos e nós sorrimos.
Respirei profundamente, deixando o anel, a carta de S/n pra mim e o envelope no chão ao meu lado.
Em seguida, peguei mais alguns papeis que tinha meu nome, de S/n e de Courtney.
Nele estava escrito algo sobre mudança de posse de uma casa. Havia um logo tipo de “Grand Houses Imobiliária” no canto do papel.
Era a casa de campo na Califórnia que S/n e eu tínhamos comprado pouco antes dela engravidar e que ela tinha aberto a mão no momento do divórcio.
S/n havia cuidado de cada detalhe para que fosse no refúgio quando quiséssemos um tempo a sós. Nós tínhamos vindo uma ou duas vezes, mas eu não podia olhar para cada enfeite, as cores dos itens em tons caramelo e não me lembrar dela.
Eu conseguia me lembrar dela deitada na rede sobre meu peito… S/n quase cochilando enquanto eu fazia um carinho na sua cabeça.
Não falávamos nada, apenas ouvíamos alguns passarinhos cantando ou uma brisa agradável batendo contra a copa das árvores.
— Eu vou mudar essas cortinas, coisa mais cafona! – Courtney chiou me tirando dos pensamentos e balançando o tecido.
Desde que havíamos ficado juntos, eu não estava tão feliz como pensei que estaria sem a S/n. Desde o início, eu estava infeliz, deprimido e ansioso.
Me sentei em uma das poltronas da sala de estar e comecei a encarar a pequena paisagem do campo todo verde com alguns pinheiros ao fundo.
— Gatinho, eu vou mandar pintar essas paredes e tirar essas poltronas daqui e por Deus – ela revirou os olhos – Aquele negócio imitando um balanço.
— A rede de descanso? – perguntei indignado.
— É! Coisa de gente idosa… não vai combinar em nada do que eu estou pensan—
— Não, você não ouse mexer naquela rede! – falei em alto e bom tom, cortando sua fala – Aquilo é algo meu e você não vai mexer.
Courtney pareceu ter se assustado a princípio, mas logo sua expressão era de ironia.
— Harry Styles? Querendo algo assim? – seus dedos passaram pela mesinha que já estava um pouco empoeirada, ela limpou os dedos um no outro com uma expressão de nojo – Ou quer ter uma lembrancinha da ex mulher cafona e bobinha?
— Não fale dessa forma dela, Courtney. – Suspirei me levantando e indo até ela – Ela é minha ex mulher e quero que trate-a com respeito.
— Como eu vou tratar ela com respeito se nem você, – o dedo indicador direito dela pressionou contra o meu peito – o marido dela a respeitou?
— Foi você que me pressionou a isso, sua sínica! – Agora eu estava olhando-a de cima, nossas respirações se encontrando – Com aquela merda de recibo do ato que mais me arrependo na vida.
— Quem fez a aposta foi você e seus amiguinhos babacas, eu só te lembrei dela e vou te lembrar pelo resto da sua vida. – Os olhos azuis e brilhantes me encaravam com ódio e ousadia.
— Eu vou contar pra ela. – afirmei dando um passo para trás – Vou contar a ela sobre tudo que eu fiz e acabar com isso.
A expressão de superioridade de Courtney foi-se esvaindo com o passar de segundos.
— E o que você ganharia com isso? – A loira perguntou – S/n nunca mais olharia na sua cara! Você acha mesmo que ela iria te perdoar? Nós dois sabemos dos sacrifícios que ela fez…
— Como você sabe?
Courtney abriu a boca algumas vezes e desviou o olhar.
— Pegue um jornal da época da reinauguração da empresa e veja! A brasileira S/n vem ganhando espaço junto ao marido inglês nos negócios nova-iorquinos. – Ela ironizou – Fora à época da faculdade… Eu estalava os dedos e em meia hora você estava na minha frente! Você acha mesmo que eu não via as ligações perdidas ou as mensagens pedindo pra que fosse busca-la no mercadinho da esquina em que ela trabalhava? Vocês dois sempre foram patéticos.
Courtney sentou na poltrona e cruzou as pernas, ela tirou o smartphone do bolso e me deixando ali em pé e pensando no que ela tinha dito.
— Por que você ficou com Joe e não comigo? Você sabia que eu tinha ela e mesmo assim fez joguinhos! – Eu já estava irritado com aquela conversa – Em troca do que?
— Dinheiro, nome e status. – Ela respondeu simples e bloqueou o smartphone. – Joseph me deu isso na época e também quis dar uma chance pra pobre coitada ter um mínimo de relacionamento digno, mas Joe se tornou um grande estupido do próprio pai e não dava mais, até que vi vocês dois naquele jornal, como dois bobinhos apaixonados…
— Porquê, Courtney? Tudo isso pra para acariciar o próprio ego e dizer que me tinha nas mãos quando quisesse?
— E vai me dizer que não é bom? – a mulher em minha frete sorriu presunçosa – Não foi exatamente o que você fez? Você foi, conquistou a estudante brasileira, percebeu que ela estava apaixonada por você e tirou proveito de todas as qualidades dela… Você sabia o quanto ela era esforçada pra ganhar o próprio dinheiro, você sabia o quanto ela levava esse relacionamento tão sério quanto os próprios estudos. Você fez o mesmo que eu, colocou seu ego acima de tudo.
— Não é verdade…
— Oh, não? – Ela riu – Por que sou eu que estou aqui e não S/n? Por que então você a fez chorar em silêncio naquele fórum? Por que você transou comigo na cama de vocês? Por que agora ela está livre e não vai mais fazer qualquer sacrifício em nome do lovie dela?
Uma grande ânsia de vômito passou pelo meu estômago. Eu fui tão podre e ridiculamente idiota com a S/n, deixando Courtney me controlar da forma que quisesse e não sendo homem suficiente pra enfrentar e admitir que eu tinha errado.
Eu tinha feito a mesma coisa que meu pai, eu segui seus passos sem perceber.
Deixei o contrato de lado e encolhi meus joelhos. Eu soltava alguns soluços baixos. Minha cabeça começou a doer, mas eu precisava continuar olhando naquela caixa. Ver o que mais tinha ali.
Puxei a caixa pro meu lado e tirei mais alguns papeis de lá, era algumas anotações com a letra da S/n. Puxei um outro envelope e virei.
— O que você acha, lovie? Florido ou minimalismo? – Ouvi S/n ao meu lado.
Eu olhava para tela do notebook tentando organizar toda a agenda. Jeff estava doente e não achei um substituto a altura, eu precisava deixar tudo certo e não esquecer de nenhuma reunião com o sindicato ou até mesmo com futuros sócios.
— Eu prefiro o florido, tem aquela energia relevante e romântica, mas somos um casal jovem, o minimalismo está na moda…
— Qualquer um está bom, S/a!– falei cansado transbordando irritação – E esse maldito aplicativo não funciona!
— Quer que eu ajude?
Olhei pra S/n que encolheu os ombros.
— Não, deixa… Você está vendo as coisas do casamento…
— Eu consigo fazer depois, ai talvez você possa me ajudar, está bem? – Ela sugeriu e eu concordei.
Me sentei ao lado de S/n que foi me explicando como o sistema de agenda funcionava. Ela tinha uma paciência gigantesca comigo, ela olhava nos meus olhos e eu podia ver o quanto ela incrível.
— É mais fácil que eu imaginei. – Ela fechou o notebook quando terminamos – Obrigado, mais uma vez.
— À disposição. – S/n sorriu envergonhada e voltou a mexer nos papéis em silêncio.
Eu a cerquei com os meus braços e coloquei a cabeça em seu ombro. Ela via os demais mas não soltava de um que tinha flores nas laterais.
— Eu gosto do de flores.
— Sério? Imaginei que você gostaria do outro. – S/a me mostrou um com detalhes em preto e branco.
— Nah… Precisa combinar com a nossa alegria, uma energia mais colorida como você fala. – brinquei deixando um beijo em seu ombro.
— Tem razão! – Ela olhou admirada pro papel – Eu não acredito que em breve vai ter nossos nomes escritos aqui…
Me afastei dela.
— Por que não?
— Você sabe… Ainda não caiu a ficha que vamos nos casar.
— Por que não? – repeti a pergunta vendo as bochechas dela avermelharem e seu olhar ficar tímido.
Ela prendeu uma mecha de cabelo atrás da orelha e apoiou o rosto na mão direita, que ela tinha apoiado o braço em cima da mesa e voltou o olhar pra mim.
— Lembra da conversa que tivemos no dia do nosso primeiro beijo? – eu concordei com a cabeça enquanto ela arrumava a gola da camisa do meu pijama, típico de S/n. – Pois então, eu não acreditava que um cara como você iria gostar de mim e eu continuo não acreditando.
Aquilo me deixou chateado de certa forma, aquela auto depreciação vindo dela era totalmente fora da curva.
— Mas eu gosto e muito!
— Eu sei e é recíproco! – ela sorriu – Mas sabe? Na minha cabeça você poderia ter alguém melhor que eu.
— Melhor que você? – perguntei indignado – Não tem como!
Ela revirou os olhos.
— Não é muito difícil e nós sabemos disso. Eu sou muito insegura com o meu corpo e você sabe disso… Na minha cabeça, você deveria casar com alguém magro, loira de olhos claros… Rica, talvez.
Meu rosto se formou numa carranca.
— Por que está dizendo isso? – Me afastei totalmente dela, sentindo meu corpo ficar tenso.
— Nada, lovie… São apenas pensamentos sabotadores, eles colocam você em enrascada imaginárias. – Ela encolheu o próprio corpo e começou a reorganizar os papéis dentro da pasta da cerimonialista.
— Não estou casando com você olhando o tamanho do seu jeans, S/n. Estou casando por você pelo o que você é, uma mulher inteligente, determinada e gentil. – Puxei as mãos dela pra mim e beijei a parte superior de cada uma – Não pensa mais nisso, por favor!
— Você me ama? – ela perguntou baixo.
— Mais do que eu consigo sentir.
Nossos nomes estavam em um dourado fosco, provavelmente perdeu o brilho depois de alguns anos, assim como nosso casamento.
Olhei para dentro da caixa e estreitei os olhos. Tirei outros papéis que ainda estavam lá e vi algumas fotos nossas.
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— Olha aqui, lovie! – S/n me chamou.
Era a nossa primeira foto.
— Perai… – A abracei por trás e beijei sua bochecha.
Eu não tinha costume de demonstrar afeto em público, mas eu estava determinado a mudar essa situação.
A outra foto estava Niall e eu.
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— And down the waterfaaaall…Wherever it may take me… – eu cantava alto enquanto Niall, que estava tão bêbado quanto eu me abraçava.
Estávamos no karaokê do clube, Niall, eu e os rapazes comemorando o fim do semestre.
Louis e Niall faziam dancinhas divertidas, Liam e Zayn conversavam com suas garotas. Nosso amigo de muitos anos, Ed, estava hospedado na nossa república.
Niall segurava um copo de cerveja enquanto cantava mais alguns versos de Angel de Robbin Williams.
— A brasileira ao norte! – Louis falou entre nós dois e ambos olharam pra frente.
Na época, eu ainda não tinha aceitado a aposta, mas eu e os rapazes a olhava de longe entre os intervalos das aulas.
— E ai? Vai chegar nela? – Niall perguntou e eu dei ombros, bebendo um pouco da cerveja.
— Não sei… Ta afim dela? – Devolvi a pergunta.
Foi a vez dele dar ombros.
— Ela é gata, parece ser inteligente… Eu pegaria ela se não houvesse a aposta entre você e os caras.
Maneei com a cabeça e nós nos revezávamos para olha-la. Ela estava com mais uma garota e dois caras. Ela olhava no celular de maneira tediosa enquanto os demais cantavam junto com Ed, que estava no pequeno palco.
— Será que ela é virgem? – Perguntei sem qualquer vergonha. Niall e eu sempre fomos muito abertos quanto a isso.
— Deve ser. – Ele respondeu e deu um gole na cerveja – Ela tem cara de querer algo sério, sabe? Um relacionamento de verdade e não só dar uns pegas e ir embora.
— Ou pode ser daquelas santinhas que fazem um estrago. – Comentei dando um empurrãozinho em Niall que estava sorrindo malicioso.
Continuamos cantando e brincando. Niall não tirava os olhos da garota e isso de alguma forma estava me incomodando?
Está certo que ela não era nada minha, eu se quer tinha falado com ela ainda quando isso aconteceu, mas…
— E ai, você vai aceitar a proposta? – Niall comentou mais uma vez naquela noite mais tarde. – Vou ser franco, bro… Se você não for, eu to afim dela. Bem afim.
Olhei pra S/n que olhou pra mim no exato momento. Ela acenou assim como na outra noite no bar.
— Eu vou e como Louis disse, ela ainda vai ser a mãe dos meus filhos. – Pisquei pra ele.
Niall sempre se interessou pela S/n. Sempre. Sempre deixou claro isso e eu estraguei isso também, tudo fazia um pouco mais de sentido agora. Ele quem a viu primeiro, ele quem sempre cuidou dela e sempre prestigiou cada passo que ela deu.
Eu nunca enxerguei isso. O modo como ele fazia ela rir, a maneira como ele a tratava quando falávamos da aposta. Ele sempre foi apaixonado por ela... Niall me viu subir no altar sabendo de tudo e sentindo tanto por ela porque ele não era do tipo amigo fura olho, ele colocou a felicidade dela acima da dele, ele realmente sempre a amou e por mais que eu consiga entender e admitir que eu a ame também, eu não poderia mais ficar entre os dois, não novamente.
Ergui minha cabeça e escorei na parede atrás de mim.
Ok S/n.
Eu desisto de você.
Pela sua felicidade.
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Nota da autora: Eu só tenho uma coisa pra falar pra vocês: esse é só o começo da montanha russa da história.
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Reaction - Quando vocês fazem uma música/MV sensual juntos.
(gên. feminino)
SEOKJIN
Você e o Jin já eram amigos há um tempo, quando foi proposto que fizessem uma música juntos. Ambos ficaram empolgados com a ideia, no começo, mas quando descobriram o conceito que iriam seguir, ficaram levemente assustados. 
Nunca tinham pensado que iriam propor que vocês dois fizessem uma música sensual, mas lá estavam vocês, com roupas sexys em um cenário um tanto quanto escuro, se preparando para gravar mais uma cena. 
Não estavam nem perto de terminar o que precisavam para o dia, e isso graças ao fato de não conseguirem levar a situação à sério. Sempre que se aproximavam demais, ou faziam algum movimento ousado, o Jin soltava alguma pérola para tentar encobrir o nervosismo dele. 
"Nunca me ensinaram essas coisas na faculdade." Ele disse, em uma cena em que você se sentava no colo dele, fazendo você suspirar e se levantar, repetindo. 
Porém, em um momento, ele não conseguiu fazer graça, já que a vergonha foi maior. 
Era uma das partes mais sensuais da letra da música, perto até mesmo de ser explícita. Para essa parte, ele tinha que te segurar firme pela cintura, enquanto estavam há centímetros de distância um do outro, olhando profundamente em seus olhos. 
Ele conseguia sentir a sua respiração quente contra o rosto dele enquanto mexia os lábios, e ele não demorou muito para sentir o coração dele disparar. Ele nunca tinha olhado para você desse jeito. Sempre te achou muito atraente, é claro, mas nunca pensou em qualquer coisa com você. Pelo menos até esse momento. 
"Jin." Você sussurrou, quando ele perdeu a deixa dele para começar a cantar, muito ocupado te encarando. 
No mesmo instante em que o diretor disse "Corta!", o Jin sentiu todo o sangue dele subir para o seu rosto. 
Ele ficou extremamente vermelho por ter praticamente sido pego no flagra por todo mundo, te secando descaradamente. Assim que viu as orelhas dele ficarem coradas, você não conseguiu segurar uma risada, que o pegou de surpresa para dizer o mínimo. 
"Relaxa, Jin." Você disse, com um leve sorriso, e o dando um empurrãozinho. "Eu também estou muito nervosa, não é exatamente fácil ficar perto de um rosto desses." Piscou um olho, fazendo ele corar ainda mais, mas soltar uma risada junto com você. "Só esquece que sou eu, e faz o que precisa, okay?"
Ele concordou com a cabeça, bem mais tranquilo por saber que, pelo menos, ele não era o único pensando demais. Depois disso foi muito mais fácil para ele continuar com a gravação, chegando até a parar de contar piadas a cada cinco minutos. Ele de fato esqueceu que vocês eram amigos, e parou um pouco de se culpar caso a imaginação dele fosse um pouco longe, contanto que ele conseguisse se manter no personagem, estava tudo bem. 
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YOONGI
Desde que vocês começaram as gravações do MV, você ficou extremamente impressionada com o quão tranquilo o Yoongi estava. Levando em consideração que vocês se conheciam muito pouco, ele fazer com tanta tranquilidade certas cenas estava te deixando surpresa, para dizer o mínimo. 
O que você sempre falhava em perceber, no entanto, era que no momento em que o diretor cortava as câmeras, e você se afastava dele, ele virava uma pequena bolinha de vergonha. Olhava para o chão e começava a brincar com a próprias mãos, respirando fundo para conseguir se recompor para continuar trabalhando. 
A verdade era que o Yoongi tinha uma leve quedinha por você já há um tempo. Na verdade, ele sempre foi um grande admirador do seu trabalho, e quando teve a oportunidade de se aproximar de você e trabalhar com você, ele acabou se encantando também pela pessoa que era (e claro que o fato de passarem horas em um estúdio escrevendo uma música sensual não ajudou muito com o clima). 
Mas em um momento você acabou presenciando a vergonha dele: foi em uma cena em que ele estava sentado em uma poltrona, e você se curvou sobre ele, apoiando um braço em cada lado do seu corpo. Nesse momento, você cantava uma das partes mais ousadas da música, olhando fixamente para os olhos escuros do homem à sua frente. 
Enquanto as câmeras estavam ligadas, ele manteve uma expressão séria, como se passasse por aquilo todos os dias. Mas foi só vocês ouvirem o "Corta!" do diretor, que o Yoongi virou uma bagunça. 
Você mal teve tempo de sair da frente dele quando ele desviou o olhar com os olhos arregalados, claramente surtando pela sua proximidade, o que fez você se afastar rápido dele, imaginando que estivesse desconfortável. 
"Desculpa." Você disse se curvando de leve, e ele voltou a te olhar, dessa vez um pouco confuso.
"Tá se desculpando por que?" Ele franziu a testa em sua direção. 
"As cenas estão te deixando desconfortável." Falou, calma. 
"O que?" Ele disse, ainda um pouco perdido e afetado. "Não, não estão não!" Ele negou. "Eu só estou um pouco nervoso e envergonhado, não precisa se preocupar." Ele disse, corando de leve.
"Bom, se for esse o caso, não está sozinho." Deu um sorriso pequeno. "Eu também estou nervosa, mas estava achando você tão confiante que fiquei tentando esconder isso." 
"Nós dois estamos à beira de um surto, então." Ele riu fraco, e você o acompanhou. "Vamos fazer assim, então." Se aproximou de você, falando baixinho. "Vamos continuar fingindo que estamos à vontade com tudo isso, e quem sabe no final da noite isso não se torne verdade?" 
Você arregalou os olhos de leve com essa atitude repentina dele, mas nem teve chances de o questionar, já que foram chamados para retocar a maquiagem e trocarem de roupa para a próxima cena.
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HOSEOK
Você e o Hobi já estavam ensaiando a coreografia da nova música que iriam fazer juntos há algumas horas já, mas sempre acabavam tendo problemas em um momento em específico: quando ele colocava ambas as mãos no seu quadril, p segurando perto do dele enquanto você rebolava devagar. 
Não conseguiram fazer esse passo juntos nenhuma vez, pois sempre que a parte chegava, um dos dois errava alguma coisa. Fosse o tempo, o lado para que se mexiam, ou mesmo quando o Hobi pegou na sua bunda sem querer, tudo isso graças ao nervosismo de ambos. 
Vocês dois eram amigos não tão próximos assim, mas tinham uma boa relação. Além disso, ambos tinham uma grande admiração um pelo o outro, e digamos que não era apelas pelos seus trabalhos. 
Quando começou a ficar um pouco tarde, a equipe de ambos começou a ir embora aos poucos, até que no final ficaram apenas vocês dois no estúdio, ainda lutando para fazerem o passo do jeito certo. 
Quando vocês erraram mais uma vez, dessa vez por terem tropeçado nos pés um do outro, soltaram um suspiro cansado e já sem paciência basicamente ao mesmo tempo, logo depois se encarando e soltando uma leve risada. 
"Por que isso está tão difícil?" Ele perguntou, te olhando indignado, mas já mais descontraído. 
"Eu também gostaria de saber." Respondeu. "Meu Deus é só uma reboladinha por que estamos tão em pânico?" 
O Hobi riu com o seu comentário, inclinando a cabeça para trás de leve e batendo palmas. 
"Não sei o que está acontecendo com a gente." Ele soltou um suspiro, depois que parou de rir, te olhando.
"Você também está se sentindo estranhamente nervoso?" Perguntou, e ele concordou com a cabeça. "Vamos fazer o seguinte, então." Andou até a caixa de som, colocando a música para tocar desde o início mais uma vez e correndo até ele logo em seguida. "Não tem ninguém aqui, não tem porque ficarmos envergonhados com qualquer coisa." Se posicionou na frente dele. "Só sente a música e se deixa levar, esquece todo o resto." 
Ele concordou com a cabeça, tentando fazer o que tinha dito, e por incrível que pareça, deu certo. Vocês dois deixaram a melodia tomar conta de seus corpos, e começaram a dançar como se aquilo, um com o outro, fosse a coisa mais natural que pudessem fazer. Passaram pela parte que tanto estava assombrando vocês sem nem perceberem, e por instinto, grudaram os olhos um no outro pelo resto da coreografia.
Quando a música acabou, ficaram contentes por alguns segundos, felizes por terem finalmente feito toda a coreografia do jeito certo, mas logos foram tomados por um choque de realidade. Vocês realmente tinham dançado de uma maneira sensual como aquela um com o outro? E ainda por cima gostaram?? 
"A gente até que foi bem." Você disse, levemente envergonhada. 
"Sim." Ele concordou, não muito diferente. "Você dança realmente muito bem." Disse com um leve sorriso. 
"Uau, eu me sinto honrada em ouvir isso de Jung Hoseok." Falou em um tom brincalhão, fazendo ele rir. "Mas então… quer tentar mais uma vez?"
"Claro!" Ele respondeu, mais rápido e mais empolgado do que planejava, e foi a sua vez de soltar uma risada. 
E vocês dançaram de novo. E de novo. E de novo. Perderam as contas de quantas vezes passaram aquela coreografia, mas não conseguiam parar… vocês estavam amando.
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NAMJOON
"Nessa parte aqui da música." O diretor disse, enquanto a melodia tocava ao fundo. "Quero que o RM pegue a S/N no colo e a prense na parede, bem ali." Ele apontou para um canto do set de filmagens, mas nem você nem o Namjoom olharam para onde o homem queria. 
Vocês dois estavam olhando para o diretor como se estivessem olhando para um cachorro que fala. Por um lado, sim, você e o Nam já tinham feito coisas parecidas antes. Não namoravam sério, mas tinham um certo relacionamento, só que com um detalhe muito importante: era em segredo. 
A ideia de vocês agirem da forma que sempre agiam sem ninguém saber, mas na frente de toda uma equipe de pessoas, os aterrorizou. E se eles perceberem? E se vocês se deixarem levar sem perceber? E se o Namjoon ficar excitado? (Tudo bem, talvez ele tenha sido o único a pensar nessa última situação, mas mas deixa de ser preocupante) 
Mas no final, acabaram cedendo à ideia. Queriam que o MV fosse o melhor possível, no final, e confiavam que, se o diretor estava os dizendo para fazer aquilo, era porque ficaria bom.
Mas a apreensão ainda estava os impedindo de fazer o que precisavam. O Joon não conseguiu por nada nesse mundo te prensar na parede da forma que queriam. Ao invés disso, ele te pegava no colo e te encostava lá quase que em câmera lenta, o que fazia o diretor soltar um suspiro e fazer vocês gravarem de novo. 
"Vamos fazer uma pausa de quinze minutos." O homem disse no microfone. "Depois tentamos de novo." 
Vocês dois concordaram e você observou o Namjoon sair de lá claramente chateado, indo se sentar em um pequeno sofá que tinha no set, e você não demorou para ir para o lado dele. 
"Hey." Disse se sentando. "Por que está assim?" O olhou levemente preocupada.
"Eu não consigo fazer o que eu preciso direito." Suspirou. "Não consigo controlar a força que coloco lá, sinto que se eu me soltar eu vou acabar te machucando por conta do nervosismo." 
"Nam…" Colocou uma mão na perna dele, garantindo que ninguém ao redor estivesse prestando atenção. "Sei que está com medo de alguém descobrir, eu também estou." Ele te olhou. "Mas vamos esquecer isso por um tempinho, o que acha? Se eles querem sensualidade, vamos dar isso para eles, se desconfiarem a gente diz que foi só pelo show." Piscou um olho e ele deu uma risadinha. 
"Tudo bem." Ele concordou. "Só pelo show." Ele olhou em volta, vendo todos os staffs reunidos em volta de uma tela enquanto observavam alguns takes, e se inclinou para te dar um leve beijo no canto da boca, se levantando logo em seguida. "Vamos lá então." 
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JIMIN
"Podemos ir de novo?" O Jimin disse, olhando nervoso para a câmera enquanto tinha o corpo apoiado por cima do seu na cama em que estavam. "Me desculpe…" Ele murmurou te olhando, envergonhado, e você respondeu apenas com um sorriso fraco. 
Vocês dois estavam indo maravilhosamente bem nas gravações ao longo do dia, mesmo em cenas em que tinham muito contato físico, ou na parte em que gravaram a dança de vocês. Mas, por alguma razão, a tranquilidade do Jimin tinha ido completamente embora nessa cena em específico. 
Ele precisava te empurrar de uma maneira sensual para a cama que tinha no cenário, apoiando o próprio corpo por cima do seu enquanto cantava a parte dele na música, correndo a mão pela sua cintura e intercalando os olhos dos seus para a sua boca. 
Mas algo dentro dele sempre o colocava em pânico nesse instante, sempre mesmo. Ele não sabia direito o que era que acontecia, mas era apenas ele sentir o corpo contra o seu que se perdia completamente, e pedia para tentar novamente, com medo que o pequeno surto dele transparecesse nas filmagem. Ele não conseguia por nada relaxar nessa parte, tanto por você estar tão próxima quanto por um outro fator: Ele não sabia ao certo o quão confortável você estava com aquilo.
"S/N?" Ouviu seu nome sendo chamado por uma voz doce enquanto mexia no celular, na pausa, e levantou o olhar para encontrar um Jimin receoso. 
"Sim?" Respondeu, tranquila. "Aconteceu alguma coisa?"
"Não exatamente." Ele falou, se sentando do seu lado no sofá. "É sobre a cena que a gente tem que fazer…" Você concordou com a cabeça, esperando que ele continuasse falando. "Você está bem fazendo ela?" 
Você franziu a testa, levando alguns segundos para entender a pergunta, mas assim que reconheceu a preocupação nos olhos dele, você sorriu de leve. 
"Estou sim, Jimin." Respondeu, e viu ele relaxar um pouco. "É por isso que está com tanta dificuldade de gravar?" 
"Em parte, sim." Ele respondeu, preferindo guardar o outro motivo para ele mesmo. "É bem invasiva, eu fiquei com um pouco de medo que se sentisse desconfortável." 
"Não se preocupe." Riu fraco. "Se eu ficar desconfortável com certeza vou avisar, não precisa ficar com medo." 
"Promete?" Ele disse, um pouco mais descontraído.
"Prometo." Respondeu, rindo fraco, e vocês se levantaram, ouvindo seus nomes sendo chamados.  
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TAEHYUNG
Vocês dois ainda estavam no processo da produção da música em si, e chegaram na parte em que iriam gravar oficialmente a letra. Fizeram boa parte do trabalho individualmente e em momentos diferentes, apenas se encontrando para discutirem algumas ideias em alguns momentos.
Mas nesse dia, iriam gravar o refrão da música, então tinham combinado de se encontrar em um dos estúdios do prédio da Hybe. O Tae tinha chegado muito antes do horário combinado, já que precisava terminar algumas partes dele na música antes que chegasse. Acontece que você também decidiu chegar lá antes do horário, mas sem avisar o Taehyung. 
Ele estava no meio de um verso quando você entrou no estúdio, mas não percebeu a nova presença no lugar. Você estava encantada com a voz dele, e com um leve sorriso no rosto quando ele colocou a cabeça dentro do cômodo em que estava com o produtor. 
"Foi bom?" Ele disse, ainda sem te perceber. "Estou um pouco nervoso de não cantar bem o suficiente, a voz da S/N é realmente muito boa." 
O produtor deu um leve risada, apontando para você com a cabeça, e fazendo o Tae finalmente virar o olhar em sua direção. 
"Que bobagem, Taehyung." Disse, rindo fraco, enquanto ele arregalava os olhos de leve, claramente envergonhado. "Sua voz é incrível, eu estava quase alcançando Nirvana aqui enquanto te ouvia." 
"Não precisa exagerar." Ele também riu fraco, ficando um pouco corado.
A verdade é que o Tae tinha uma quedinha por você. Na verdade, era praticamente um penhasco o que ele tinha. Quando você pediu para que trabalhassem juntos, ele aceitou sem nem mesmo pensar no assunto, se sentindo como um adolescente que tem a oportunidade de fazer um trabalho da escola com a pessoa que ele gosta. 
Claro que ele mantinha as coisas profissionais entre vocês dois, mas não conseguia não se sentir todo feliz quando o elogiava assim.
"Muito bem, é a parte do dueto." O produtor disse. "Podem ir juntos, vamos tentar uma vez com vocês dois cantando ao mesmo tempo." 
Vocês concordaram, tentando esconder a animação, e entraram na cabine, logo pegando um fone de ouvido cada um. Vocês ficaram quase colados, conseguindo sentir o calor que emanava do corpo um do outro. A música, especialmente o refrão, tinha uma pegada um tanto quanto sensual. Não chegava a ser explícita, mas definitivamente tinha um duplo sentido bem claro, e cantar isso com você ao lado dele com certeza abalou um pouquinho as estruturas do Tae. 
Mas ele se controlou muito bem, na realidade. Cantou com perfeição, apenas roubando uns olhares aqui e ali de você quando conseguia, se encantando quando te encontrava de olhos fechados e imersa na música (o que fez ele se perguntar no que, ou melhor, em quem pensava). Só que vocês não passaram disso, pelo menos por enquanto. Talvez depois de uns dias o Tae tomasse coragem e te chamasse para sair, mas até estar pronto, essas pequenas interações já eram mais do que suficientes para ele. 
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JUNGKOOK
Gravar um vídeo sensual com o seu namorado não deve ser tão difícil assim, certo? 
Errado. 
Pelo menos quando existe no mínimo vinte pessoas assistindo vocês enquanto cantam e fazem os mais variados movimentos que definitivamente não estavam acostumados a fazer em público, as coisas não ficam nem um pouquinho fáceis.
Mas, graças ao Jungkook, vocês conseguiram gravar tudo surpreendentemente bem. Você não entendeu direito como, mas  ele estava conseguindo fazer tudo o que precisava com você sem nenhuma preocupação aparente. Como nas cenas de dança, onde mexia os quadris contra os dele, ou quando se sentou no colo do seu namorado, e ele continuou cantando sem mostrar nenhum nervosismo.
Vocês terminaram as filmagens em metade do tempo esperado, recebendo elogios da equipe por terem feito tudo com tanta tranquilidade e profissionalismo (o que você sabe que inflou o ego do Jungkook pelo menos um pouquinho). Voltaram para casa naquela noite felizes pelo bom trabalho e ansiosos pelo lançamento, e você realmente estava achando que o Jungkook estava completamente tranquilo com tudo. 
Pelo menos até vocês assistirem ao vídeo pela primeira vez, semanas depois. 
Foi em uma das salas de reunião da Hybe, com vários staffs e produtores que os ajudaram em tudo. Estavam todos felizes, inclusive você e seu namorado, mas a realidade bateu nele assim que deram play no MV.
As mãos dele foram instantaneamente cobrir suas orelhas, enquanto cortava de leve e observava a tela, sem se decidir ao certo que queria simplesmente parar de olhar ou se queria prestar atenção em tudo. 
"Sabia que estava tranquilo demais para ser verdade." Sussurrou para ele, tirando uma das mãos do lado do rosto dele e entrelaçando na sua, recebendo um olhar preocupado. "Só assiste, se preocupe depois."
Ele acabou te obedecendo, mas ficou brincando nervosamente com os seus dedos durante os próximos minutos. Quando o vídeo finalmente acabou, ele suspirou, e você soltou uma leve risada da reação dele. 
"Isso está…" Ele começou, olhando para a tela, agora preta. "Bem mais ousado do que eu imaginei." Olhou para os diretores. 
"É, esse era o objetivo." Um deles respondeu. 
Uma pequena discussão se iniciou sobre o MV em seguida, mas nenhum de vocês participou. Ficaram em silêncio até serem liberados, e o Jungkook saiu quase correndo de lá, agradecendo todos pelo trabalho de maneira rápida. 
"Kook, espera." Disse, correndo para o alcançar no corredor. "Você está bem?" Viu o rosto dele se aliviar um pouco com a sua preocupação. "Sabe, se não tiver confortável com o vídeo podemos tentar de outro jeito…" 
"Não, não é isso." Ele disse, suspirando e pegando na sua mão. "É só que eu não estou muito acostumado com a ideia de mostrar nós dois assim para o mundo todo, ainda." Ele te olhou. "E se te atacarem de novo, como faziam no começo? Ou se for ainda pior?" 
"Hey." Riu de leve, colocando uma mão no rosto dele. "Não se preocupe comigo, okay?" Ele tentou negar, mas você foi mais rápida em voltar a falar. "Eu estou feliz por estarmos fazendo isso junto, e nada vai arruinar isso." 
"Sério?" Ele perguntou, com uma sombra de sorriso no rosto, e você concordou. "Está bem, então." Ele te puxou para um rápido selinho, garantindo antes que ninguém estava por perto, depois se aproximando da sua orelha e sussurrando. "Então agora eu já posso dizer que estava uma gostosa no vídeo?" 
"Jungkook!" Riu, o dando um tapinha. "Para quem estava à beira de um colapso você está bem empolgadinho, hein." Ele riu também. "Mas você também estava um gostoso, nós formamos um belo casal." O deu mais um selinho, fazendo ele rir mais alto e o puxando para irem embora.
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ó quem voltou :D 
Como seeempre, perdão pela demora :(( eu estava beeem ocupada com algumas coisas essa última semana, então não consegui escrever nadinha msm, mas finalmente terminei o post aaaa! 
E aah, tenho duas coisas pra dizer! 
A primeira é agradecer porque já estamos com mais de 400 seguidores, então muito muito obrigada, gente, de verdade, eu sou extremamente grata e apaixonada por cada um de vcs :(
E a segunda é só uma coisa que venho pensando em fazer, que é criar um grupo para conversarmos! Minhas duas opções são pelo Twitter ou criar um servidor no Discord, mas não sei se vcs usam eles ou mesmo se têm interesse em fazer parte shshshd mas eu acho que seria legal termos um lugar pra surtar em harmonia, sabem? Enfim, se alguém se interessar me avisa! 
Era só isso mesmo, então espero que tenham gostado, apesar da demora, e me desculpem por qualquer erro! 
Até mais, e fiquem bem! 
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cherrykindness · 3 years
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gabyyyy, faz um que o harry está fazendo uma live no instagram dele, e ele é perguntado sobre watermelon sugar, se é sobre sexo oral numa mulher, ele da de ombros como quem não quer nada mas com um sorriso que entrega que sim é sobre sexo oral numa mulher, s/n está ao lado dele, e uma fã mais intrometida questiona se a mulher da qual ele fala na música é s/n, ele fala que não vai responder isso, s/n ri do jeito dele, e pergunta ‘por que não vai responder a isso?’, ele fala que s/n sabe a resposta e só isso importa. também é perguntado sobre um possível bebê, e o harry fala que adoraria ter um bebê com a s/n, ela fica toda boba com o jeito fofo dele de responder as perguntas dos fãs. eles também falam sobre manias que os irrita um no outro. respondem quem é mais na relação; ciumento, carinhoso, sexy, engraçado, bem humorado quando acorda (s/n diz que harry é mais sexy). também podem falar sobre vinhos favoritos, filmes. (espero que meu pedido não tenha ficado confuso kkkk) 😅💓
VAMOS FAZER BEBÊS
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“Qual a sua música preferida do álbum Fine Line?” S/N leu em voz alta, girando na mão direita a segunda taça de vinho da noite, aquela já pela metade. “Adore You e Watermelon Sugar, é claro.”
Harry deu uma risadinha, revirando os olhos ao ouvir a afirmação da noiva.
“S/N divulga Adore You fervorosamente porque obviamente foi escrita para ela.” Ele acusou. “Ela não daria essa resposta em circunstâncias diferentes.”
Os comentários subiam pela tela continuamente, a maioria dos fãs jorrando sobre o quão fofos Harry Styles e S/N/C poderiam ser enquanto a outra parte se preocupava em arrancar ainda mais informações do casal levemente embriagado que resolvera fazer uma live surpresa em uma madrugada de domingo.
Assim como esperado após algum tempo fora para dar início às gravações de Don’t Worry, Darling no sul da Califórnia, Harry se deleitava de um final de semana preguiçoso na casa que compartilhava com a noiva e seus animaizinhos de estimação. Os dias eram preenchidos por cochilos fora de hora e maratonas incansáveis na Netflix, noites sublimes e etéreas, marcadas principalmente por declarações inesperadas e rodadas de sexo que costumavam durar até que os feixes de luz estivessem adentrando timidamente pelas cortinas de linho. Eles não eram um casal monótono, portanto, essa ordem poderia ser facilmente alterada.
“Watermelon Sugar nada mais é do que sobre o meu amor por melancias, não sejam criativas demais.” Harry respondeu a uma fã enquanto ostentava um sorriso de canto, a mensagem se sobressaindo entre as demais por suas dezenas de emojis e letras garrafais, questionando o cantor sobre teor erótico por trás da letra de seu último sucesso. “Eu realmente não sei sobre o que vocês estão falando.”
S/N gargalhou, balançando a cabeça antes de encostá-la no peito do noivo, apoiado sobre os travesseiros brancos e macios que se espalhavam praticamente por toda a cama. O ar-condicionado estava ligado em uma temperatura mínima e uma chuva fraca chicoteava nas vidraças camufladas pelo cortinado cor de creme, sendo aquela a projeção das noites favoritas de S/N.
“Você pode dizer para elas, eu não sou tímida.” A brasileira brincou, cutucando a cintura do namorado.
“Você sabe sobre quê e para quem foi escrita.” Harry respondeu, levantando uma das sobrancelhas. “Isso é o que importa.”
Era desnecessário dizer que grande parte do mais novo álbum de Harry, assim como alguns de seus trabalhos anteriores, haviam sido feitos em dedicação exclusiva à sua noiva. S/N havia sido a musa para um vasto repertório de músicas românticas, mas mesmo que o cantor preferisse manter em “segredo” a história que havia por trás de suas composições mais explícitas, o relacionamento que ambos compartilhavam há mais de três anos já era sólido e conhecido o suficiente para que a mídia e os fã distinguissem mensagens ocultas em pequenos detalhes.
“É uma música sobre o que geralmente vem antes do ato de fazer bebês.” S/N riu, apontando para o visor. “Sinceramente, vocês são impossíveis.”
“Não, nós fazemos bebês todos os dias.” Harry brincou, fazendo um movimento engraçado com as sobrancelhas. “Eu passaria a minha carreira inteira escrevendo apenas sobre isso.”
“Harry!” A atriz exclamou incrédula, desferindo um tapa fraco no peito do noivo. “Crianças podem estar assistindo isso.”
“Você não quer ter bebês comigo?” Ele perguntou falsamente ofendido, aceitando a taça que S/N o ofereceu. “Pois saiba que eu quero alguns bebês com você.”
S/N riu, revirando os olhos enquanto assistia a internet surtar com o diálogo que havia surgido repentinamente. Desde o início da quarentena, foi meio que inevitável que o casal de artistas não se tornasse os queridinhos de todas as mídias sociais; eles estavam fervorosamente ativos com fotos, vídeos e lives que retratavam passo a passo de um cotidiano em isolamento, conquistando cada vez mais seguidores e deixando a mídia cada vez mais fascinada pela relação que ambos compartilhavam.
O casamento estava marcado para o verão do próximo ano e talvez aquele fosse o evento mais aguardado pelos tabloides. Apostas sobre qual seria o modelo de vestido de S/N e listas que presumiam quais seriam os selecionados para a restrita lista de convidados se destacavam entre inúmeras notícias sobre os famosos que influenciavam a cultura pop atual.
A possível chegada de um bebê Styles era uma pauta inevitável em entrevistas. Harry e Niall eram os únicos integrantes da ex-boyband que ainda não haviam se tornado pais, e por sustentarem um relacionamento sólido e serem vistos como um dos casais mais invejáveis durante os últimos quatro anos, S/N e Harry já haviam se acostumado com toda aquela cobrança escancarada. Eles não se importavam, até se divertiam com as montagens e com toda aquela ansiedade que dominava toda a internet, muitas vezes mencionando o empenho dos fandoms em representá-los como pais tão “cool” em fotos perfeitamente editadas.
“Não, eu não estou grávida, galera.” S/N esclareceu divertida a dúvida de dezenas de novos comentários. “Por favor, não acreditem em tantas notícias controversas que aparecem por aí. Eu estava no twitter na semana passada e vi várias pessoas teorizando sobre uma possível gravidez, a maioria dos argumentos baseados em um site que utilizava fotos do set de How to Get Away with Murder na temporada em que eu realmente estava fazendo o papel de uma mulher grávida como Laurel.” Riu. “É tão engraçado! Eu sei que vocês amam adivinhar essas coisas, mas não esconderemos algo tão especial quando realmente acontecer, posso garantir.”
“Até porque, S/N não consegue esconder absolutamente nada de ninguém.” Harry acusou, deixando a bebida na mesinha de canto antes de se ajustar em uma posição confortável para os dois. “Quem é fã da Marvel sabe disso. Essa é uma das manias mais características dela.”
“Eles me deram um roteiro falso nos últimos dois filmes.” S/N concordou, balançando a cabeça. “Pra mim e para o Tom.”
“Nós concordamos em manter o noivado em segredo por um tempo. O plano era viajar para Holmes Chapel para dar a notícia à minha família pessoalmente, mas adivinhem quem recebeu uma ligação às dez da noite de uma Anne furiosa porque soube do noivado de seu filho por meio de uma entrevista que S/N deu no dia seguinte?”
S/N deu um sorriso culpado, logo piscando graciosamente para a câmera. “Foi tudo culpa do James! Eu tenho certeza de que ele já desconfiava de alguma coisa, aquelas perguntas foram muito suspeitas.”
“É claro que as perguntas foram suspeitas, babe, você literalmente disse que tinha um segredo que envolvia nós dois mas que não podia contar porque era importante que nossas famílias soubessem primeiro.”
“Eu achei que ele pensaria em uma gravidez ou algo assim!” A atriz se defendeu, se sentindo muito convincente em sua entonação beirando a obviedade. “Essa é uma mania na qual eu não consigo me livrar, está em meus genes”
“Ouviram isso? Mais uma prova de que vocês não precisam se preocupar em advinhar quando será a gravidez de S/N, tenho certeza de que nosso bebê se certificará de contar tudo ainda do útero, os genes da mãe irão se certificar disso.”
“Você é tão engraçado, Harry Styles.” S/N afirmou sarcasticamente, segurando uma risada ao mesmo tempo em que inúmeras mensagens com emojis risonhos eram upados freneticamente. “Sim, eu sei que falo muito e tudo mais, mas você também tem manias irritantes.”
Era óbvio que aquela live seria notícia no dia seguinte. Apesar de serem completamente abertos para assuntos referentes ao relacionamento, nada parecia melhor do que receber tantas informações exclusivas de um Harry e uma S/N alcoolizados por um vinho caro.
“Você acorda de mau humor e é perigosamente sexy, isso deveria ser ilegal.”
Harry gargalhou, segurando a cintura da noiva com um pouco mais de força quando a sentiu tombar um pouco mais para o lado, chegando cada vez mais próxima da borda da cama. S/N era perigosamente fraca para bebidas, e o cantor sabia que o organismo da atriz já estava próximo ao seu limite.
“Você é a única pessoa sexy aqui, amor.” Ele declarou com um sorriso de canto, evidentemente achando graça em toda aquela situação. “Você quer ir dormir agora?”
“Não.” S/N balançou a cabeça. “Podemos assistir algum filme? Podemos assistir Sweet Home?”
“É claro.”
Mesmo sabendo que a noiva dificilmente passaria dos cinco minutos de episódio, Harry fez questão de reiniciar a série coreana exatamente na cena em que ela havia parado, o primeiro capítulo ainda pela metade depois de S/N se dar conta de que seria impossível assistir uma obra tão macabra sem um pingo de álcool no sangue.
Ela havia se empolgado tanto com o gosto do vinho francês e com a ideia de atualizar os fãs depois de algumas semanas longe, que havia se esquecido do principal intuito daquela live. Harry e S/N estavam separados há alguns dias devido ao novo filme que o britânico estava gravando na América do Norte, tudo acontecendo de forma irrestritamente cuidadosa devido às restrições causadas pela pandemia.
Ele estava migrando lentamente em direção à atuação e a futura Sra. Styles não poderia estar mais orgulhosa. S/N havia se sentido nas nuvens quando Harry lhe dera a notícia de seu próximo trabalho, mas seu único pronunciamento sobre o assunto havia sido um post sucinto no instagram. Apenas uma foto do casal em uma viagem à Alemanha com um simples emoji de coração não parecia suficiente para a alma exibicionista da atriz, e chegar àquela conclusão foi a principal razão para que ela resolvesse convidá-lo, já relativamente alterada, para uma aparição ao vivo. S/N queria discorrer ininterruptamente sobre como amava aquele homem e trabalhar em todo aquele discurso meloso que lhe traria (mais uma vez) o título de “noiva mais fofa de todos os tempos”, mas é claro que Harry teve que chegar de viagem com o seu vinho tinto favorito e a envenenar com aqueles carinhos doces que a tiravam de órbita, transformando o grau de teor alcoólico no menor de seus problemas.
“Você vai beijar a Florence.” S/N exclamou de repente, como se só agora se desse conta de que seu noivo dividiria a tela com Florence Pugh, uma de suas amigas mais próximas naquela indústria. “Na boca.”
O MacBook ainda estava aberto e centenas de novos comentários subiam a cada segundo, mas Harry não se preocupou nem um pouco em alertá-la sobre a possibilidade dela virar meme no dia seguinte, ele estava se divertindo muito com a situação para se preocupar.
“Você está ciúmes?”
“Sim.” Ela afirmou com um biquinho. “Eu estou com inveja, só não sei se estou com mais inveja dela ou de você.”
“Mas você me beija todos os dias, babe.” Harry riu. “E você anda beijando homens alheios há quase dez anos.” Brincou.
“Mas eu só penso em você, eu já disse isso.”
Harry balançou a cabeça negativamente para a câmera, sabendo que estava dividindo com os fãs a faceta mais divertida de sua noiva.
“Eu sei disso, querida.” Ele garantiu, acariciando levemente as costas da atriz. “Acho melhor desligarmos a TV e dormirmos agora, tenho certeza de que amanhã você terá uma dor de cabeça terrível.”
O cantor planejava dar adeus à sua audiência e dar um fim àquela gravação, mas S/N estava bêbada e sua noção de certo e errado já havia ido para o espaço. Harry deveria ter sido mais rápido, entretanto, porque a fala de sua noiva seria motivo de novas tags e o único assunto para os entrevistadores pelo menos durante os próximos meses.
“Eu não quero dormir, que tal fazermos bebês?”
Era sobre aquilo que Watermelon Sugar se tratava, afinal.
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homoeroticoffice · 3 years
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O Cliente Rabudo VI
Os churrascos de confraternização de fim de ano da firma normalmente são um tédio. Pessoas que se vêem diariamente durante todo o ano são obrigadas a se reunir por mais algumas horas durante o fim de semana e tentar achar algum assunto em comum que não seja trabalho. Mas esse ano eu tinha um motivo especial para me animar - a festa seria no sítio do nosso principal cliente, o Sr. Osvaldo. E é claro que eu estava empolgado com a perspectiva de que seu filho, Eduardo, comparecesse. 
Peguei carona pro churras com o Pacheco. Depois de deixar os filhos com a avó, ele já foi avisando a esposa que ela teria que dirigir na volta porque ele queria encher a cara. No caminho, comecei a pensar no boquete que o Edu me fez na sala de reunião duas semanas antes. Eu me perguntava se daria pra rolar alguma putaria com ele hoje; queria muito comer aquela delícia de cuzinho e hoje poderia ser a última oportunidade de vê-lo já que o nosso projeto havia terminado.
 Chegamos perto das 15 horas e o pessoal já estava no grau, falando alto, bebendo e pulando na piscina.
- Porra, Gustavão! Chegou no fim da festa, cara?! O pessoal tá bebendo desde de manhã. Daqui a pouco vou mandar todo mundo embora que é pra não assustar o Osvaldo  - reclamou o meu chefe ao me ver.
Não dei bola pro meu chefe. Peguei um latão e fui falar com a galera. Conversa vai, conversa vem e nada de o Edu aparecer. Passado um tempo, o Sr. Osvaldo veio falar comigo, me parabenizou pelo sucesso do projeto e como não poderia deixar de acontecer, aproveitou pra fazer uma cobrança de leve:
- O Edu falou que ainda tem uns probleminhas na interface…
- Não se preocupa não. É coisa simples e antes do natal a gente resolve. Aliás, cadê o Eduardo?
- Deve tá chegando aí. 
Pessoal virando todas e o chefe, preocupado de passar vexame na casa do cliente, começou a dispersar a galera. A festa foi esvaziando e, quando o Edu apareceu, eu já me despedia dos poucos que restavam pois o Pacheco já queria ir embora também.
- Fala, Gustavão! Já vai, cara? Porra! Não são nem cinco horas e a galera já foi?!
- Pois é, Edu! Você perdeu a farra…
- Cara, mas é verãozão, vai tá claro até oito horas… Você tá seco, nem deu um mergulho?
- Não… Fiquei só na cerveja…
- Mas tu trouxe sunga?
- Tô de sunga por baixo.
- Ah não! Então tem que pular na piscina.
- Já tô indo embora de carona com o Pacheco.
- Não, não… fala pro Pacheco que eu te levo pra casa mais tarde.
O leve sorriso na cara do Edu ao dizer isso me convenceu a ficar. O fato de ele não ter chegado com a namorada aumentava minha expectativa de rolar uma putaria bem gostosa com aquele macho delicioso.
- Bora pra piscina? - perguntou Edu tirando a camiseta.
- Demorou! - respondi
Comecei a me despir no meio da área de churrasco bem de frente pro Edu. Olhei nos seu olhos ao tirar minha camiseta e ele fez cara de safado ao desabotoar sua bermuda jeans. Suas roupas sempre eram muito coladas e ele fez algum esforço pra descer a bermuda e revelar a sunguinha vermelha. Ao ver aquele corpo escultural mordi meus lábios e peguei e dei ajeitada no meu pau que já começava a ficar duro.
Depois de manjar minha mala, Edu virou de costas e começou a andar em direção à piscina. Ao caminhar na minha frente, ele me provocava ajeitando a parte de trás da sunga, que era mais cavada do que o normal.
Vendo aquela delicia de rabo, eu sentia meu pau crescer cada vez mais por baixo da minha sunga preta. Comecei a olhar pros lados pra me certificar de que ninguém estava percebendo o que estava rolando entre eu e o Edu bem no meio da festa da firma. Sorte que tinha pouca gente àquela altura, alguns conversando perto da churrasqueira e outros poucos na piscina.
Sentamos lado a lado na beirada na piscina com os pés na água, nos juntando ao pessoal que conversava e bebia numa rodinha. Discretamente, o Eduardo encostava seu joelho no meu. Por baixo da água, nossos pés se tocavam e eu sentia o tesão aumentar com aquele leve toque.
Decidi entrar na piscina e recostar na borda oposta, me afastando do grupo. O Edu seguiu poucos minutos depois e se colocou do meu lado. Arrisquei passar a mão na sua bunda bem rapidamente. Ele continuou conversando como se nada tivesse acontecido e repetiu o mesmo gesto, deslizando a mão sobre a parte de trás da minha sunga.
Era muito excitante fazer aquilo na frente de todo mundo. Como ninguém parecia desconfiar do que estava rolando, decidi arriscar mais. Enfiei a mão dentro da sua sunga e apertei seu bumbum. Começamos então a dar uns mergulhos e nos a mover na água. Entre um movimento e outro, rolava uma mão na coxa, mão na bunda, mão no pau. Tudo bem discretamente e debaixo d’água.
Quando o grupo que estava na piscina saiu em direção à churrasqueira, abaixei minha sunga e mostrei meu pau duro pro Edu.
- Que delicia de rola, Gu.Vou engolir todinha.
- É mesmo, safado?
- Vou engolir com a boca e com o cu…
- Será que você vai aguentar esse pauzão no seu cuzinho?
 - Mano, tô doido pra dar pra você… Meu cu tá até piscando.
- Velho, não fala assim que eu te pego aqui mesmo na frente de todo mundo.
- O pessoal tem que ir embora  logo pra eu mamar nessa vara.
Então, o Edu checou se ninguém tava olhando pra piscina e rapidamente mergulhou e abaixou a sunga deixando a bunda a mostra pra fora da água. Durou só alguns segundos, mas me deixou louco de tesão.
- Porra, Edu! Agora meu pau tá saindo pra fora da sunga.
- Deixa eu ver de novo - disse ele puxando pra baixo a frente da minha sunga.
- Cara, o pessoal vai ver!
- Fica vigiando pra ver se alguém tá olhando pra cá - disse Edu enquanto se colocava de frente pra mim e de costas pra churrasqueira, onde tava a galera.
- Tu é maluco, mano - respondi, enquanto Edu também abaixava sua sunga.
Ficamos de frente um pro outro com nossos paus duros de fora em baixo d’água.  Começamos a nos punhetar de leve. Era uma loucura o que estávamos fazendo ali a metros dos meus colegas de trabalho.
De repente, o Osvaldo olha pra piscina e seu olhar encontra o meu. Instintivamente, me afasto do Edu, soltando a rola dele e ajeitando a minha sunga. Edu automaticamente também se recompõe. Enquanto Osvaldo caminha na nossa direção, eu torço para que ele não tenha percebido nenhum movimento estranho dentro da piscina.
- E vocês dois aí, hein? Espero que não estejam falando de trabalho… Eu e o resto do pessoal já estamos indo. Melhor pegar a estrada agora do que deixar pra mais tarde - falou Osvaldo.
- Talvez seja melhor a gente ir também - falei.
- Não, Gustavo. Aproveita mais aí. Tá sol ainda e o Edu gosta de ficar na piscina até tarde. Vocês dois merecem relaxar depois do bom trabalho que fizeram esse ano.
- Vamo curtir mais um pouco e daqui a pouco a gente vai.
Mal ficamos sozinhos e o Edu já foi tirando a sunga. Tentei agarrar ele, mas ele se esquivou. Ficamos brincando de gato e rato na piscina jogando água um no outro, até que agarrei ele pela perna e ele não teve como escapar. Começou a pegação. Em um longo beijo, nossas mãos deslizavam por todas as partes, peito, pau, bunda...O tesão era forte e a expectativa era grande para consumar o que estávamos esperando por semanas. Nossos corpos estavam colados e nós aproveitávamos nossos lentos beijos, finalmente sem pressa e sem medo de sermos pegos.
Pegando na minha rola, Edu diz:
- Vai me arrombar com esse pauzão?
- Você quer meu caralho, seu viadinho? - respondo enfiando a ponta do dedo no cuzinho dele.
- Quero sentar nessa vara e rebolar muito.
- Delícia… Tu gosta de dar o cu, né seu puto?
- Mano, dar a bunda é muito gostoso. Ainda mais pra um macho gostoso e pauzudo…
- Você gosta da minha jeba, né safado?
- Quero ela todinha dentro do meu cu.
- Guloso… Vou socar tudinho e te deixar todo arrombado.
Edu então resolve mergulhar e fazer um boquete subaquático. O putinho consegue ficar um tempão debaixo d’água mamando uma rola. Tento repetir a façanha, mas sem muito sucesso, decidi me sentar na beira da piscina e deixar Edu mostrar seu maior talento: chupar uma piroca.
- Vai, Edu, mama gostoso a rola do seu macho. Engole esse caralho todo. 
Edu botou tudo na boca e começou a fazer um vai e vem com a cabeça enquanto succionava e babava muito no meu pau. 
- Peraí, mano! Assim eu vou gozar!
- Então vem chupar meu cu igual você fez na minha casa… Tava muito gostoso.
Eu pulei na piscina e Edu se curvou na borda, deixando aquele rabo gostoso bem na minha cara. A bunda redondinha e empinada e no meio aquele buraquinho lisinho que eu tanto desejava. Caí de boca, lambando, beijando, chupando e babando tudo. Enfiava a pontinha na língua na entradinha e ouvia meu viadinho gemer de tesão.
- Ai que delíca, Gu! Lambe meu cuzão vai.
- Seu rabinho é muito gostoso.
- Isso, prepara meu bumbum pra sua pica entrar.
Meti a cara naquela rabeta deliciosa. Mordia e dava tapas na bunda do Edu até que ele me interrompeu subitamente: “Preciso mijar”. 
Como eu também tava com vontade, fui junto com ele até a ducha onde tinha um ralo. Como estávamos eretos, foi difícil começar a sair. E a situação só aumentava mais o tesão: lado a lado, peladões, de pau duro, prestes a mijar ao ar livre. Fechei o olho e respirei fundo pra relaxar. Com isso, consegui começar a mijar e, em seguida, Edu também começou.
Aliviado, fui até cozinha pra beber uma água. Quando voltei, Edu estava de sunga, sentado no amplo sofá da área externa.
- Uai, porque vestiu a sunga?
- Eu vi que você gostou da minha sunguinha vermelha e resolvi colocar de volta pra vc admirar.
- Eu adorei a sunga, mas gostei mais do que está debaixo dela.
Eu sentei na cadeira a sua frente e ele começou a se exibir pra mim. Ficou em pé e baixou a sunga só o suficiente pra ver seu cofrinho. Depois ajoelhou no sofá e empinou bastante a raba. Eu me punhetava vendo a cena. Vendo que eu estava gostando, ele se sentou e levantou as pernas, alisava a próprio corpo, me deixando louco de tesão. Depois ele puxou a sunguinha de forma que ele ficou enfiada dentro do reguinho. 
Me aproximei mais e ele afastou a sunga pro lado revelando o cuzinho. Isso me deixou louco. Não resisti e me ajoelhei para lamber aquele cu novamente. Ele piscava de tesão, pedindo minha rola.
Sem muita cerimônia, conduzi meu pau até a entradinha e meti sem dó. Olhava bem nos olhos dele enquanto socava minha vara. Eu enfiava minha pica até o talo e voltava devagar. Nesse vai e vem , ele gemia de prazer. Comecei a meter mais forte e rápido, Edu se punhetava e acabou gozando rapidamente.
Eu ainda estava longe de terminar. Coloquei ele de quatro e meu tesão aumentou com a visão maravilhosa daquela bunda perfeita. Soquei tudo no putinho que empinava cada vez mais o rabo se deliciando com minha piroca grossa.
Ficamos um tempão metendo em várias posições até que ele resolveu sentar no meu cacete de costas pra mim. A visão daquela raba quicando no minha vara me deixou louco e prestes a gozar.
- Porra, Edu! Estou quase gozando!!!
- Dentro do cu não! Quero beber seu leite!
Ele se ajoelhou e eu levantei pra esporrar a cara daquele viadinho gostoso.
- Quer porra do seu macho?
- Quero! Goza na minha boca, vai, Gu!
Gozei vários jatos de porra bem na cara do Edu. Ele se punhetava e gozou novamente com meu caralho na sua boca. 
Tomamos um banho juntos e fomos embora do sítio felizes de finalmente termos realizado nossos desejos. Ao chegar em casa, perguntei ao Edu se ele queria subir pra repetirmos a dose. Ele respondeu que não podia, pois sua namorada esperava por ele em casa.     
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surrealsubversivo · 3 years
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Às vezes, você sente falta das memórias, e não, da pessoa.
Pode parecer inútil, fazer, o que eu estou prestes a fazer. Pois depois de tudo o que passei com você. Jurei para mim mesmo que jamais colocaria uma palavra se quer; no papel sobre a pessoa que você é. Lembro-me de ter te escrito em um texto chamado “O último texto sobre você”, e aquele, realmente têm sido, até o determinado agora; as últimas palavras que me obriguei há escrever sobre tu. E, sendo bem sincero, faz tempo que não nos vemos, e preciso te dizer algumas coisas, que ficaram guardadas e esquecidas no meu peito, pois como disse Clarice: quando guardamos palavras elas nos sufocam, e às vezes, a única forma de nos livrarmos delas; ou é escrevendo-as ou gritando-as o mais alto que podemos, eu escolho a primeira opção. E sinceramente não tenho a mínima vontade de te encontrar novamente, correr até o seu apartamento, e falar algumas verdades na sua cara. Talvez, aquele último encontro onde eu tive o prazer de te ignorar, tenha sido a última vez que nos vimos, eu sinto muito por ter te tratado como um nada; mais era exatamente daquela forma que eu me sentia quando você estava com seus amigos, e me deixava lá, aos arredores de toda sua empolgação, morrendo aos poucos. Não tenho mais vontade de te ver, pode parecer infantil, a ideia de nos encontramos e ver você empolgado mais uma vez, me dizendo coisas inteligentes (como sempre), ou elogiando a minha aparência por eu já ter mudado tanto. E, bom eu acho que mudei, sabe? deixei meu cabelo crescer, li alguns outros livros e decidi que não quero ser mais como era. Mais, aqui, no fundo do meu coração eu não posso negar, eu sinto falta.... Não da sua pele bronze acompanhada com o cheiro do perfume mais forte que já existiu nesse universo, ou da forma que você sorria com os lábios e não com os dentes, ou até da forma que os seus jeans caíam tão bem nas suas pernas compridas e suas blusas sempre se sentiam tão leves em seu corpo tão lindo. Eu não sei como explicar mas estar com você é como deixar cair minhas lágrimas em um mar violento e salgado, não faz a mínima diferença. E, eu, não sinto falta de quem tu é, sinto falta das memórias que tivemos; dos nossos pés cruzando o asfalto dessa cidade de corpos cheios de almas vazias, de nossos corpos se esbarrando pelos corredores da universidade e da simples ideia de te encontrar no meio de uma multidão de pessoas e correr para a livraria mais próxima para analisarmos capas de livros. Você é uma pessoa incrível, e sei, que lerá esse texto, e se sentirá ofendido, não me mande mensagens, e nem me procure. Vire o rosto no centro da cidade para mim se me ver. Não me procure nos livros de sebos e livrarias. Eu te imploro que nunca mais sinta nada por mim, nem a lembrança dos meus lábios ou da minha pele. Pois eu acho que agora; somos isso -desconhecidos-, que nunca deveriam sequer ter se conhecido. Eu sinto falta das memórias, não de você. Sinto muito dizer isso, escrever isso dói. 
Mas suspeito, que agora, aquele não é o último texto sobre você.
-Surreal subversivo
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conhecermeei · 3 years
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Querida Gabriela,
Hoje é o primeiro dia desde que você se foi. Meu peito dói, minha cabeça parece que vai explodir e eu não sinto fome. Claro que talvez o remédio que estou tomando também tenha uma parte da culpa nisso, mas eu sinto tanto a sua falta, muito mais do que eu deveria sentir ou do que é recomendado. Eu também não consigo parar de chorar sabe? É involuntário pensar em você e chorar. Você se foi e não tem nada que eu posso fazer pra você mudar de ideia e ficar. Eu entendo que você está confusa e precisa se cuidar, mas ainda dói. Dói tanto e eu não consigo entender o porquê isso me faria bem se tudo o que sinto é dor e, claro, a sua falta. Não paro de pensar nas nossas conversas, nos momentos que passei contigo, em você por inteira. Nos teus olhos, no teu risinho debochado e no empolgado também, na tua forma de soltar a fumaça pra cima e de como você pegou na minha mão naquele domingo. De como foi te beijar pela primeira vez e sentir teu toque no meu corpo, mais ainda, sentir o teu corpo, ver que era real e que você estava ali comigo. Eu lembro da primeira vez que te vi e da última também, do poema que tu escreveu pra mim, de você tocando uma música aleatória na chamada e da sua empolgação ao gravar uma música tua, céus eu lembro de cada pedacinho teu, cada um que você me mostrou. Eu sinto tanto a tua falta que você não faz ideia do tanto que ta doendo. Eu te pedi pra ficar e só deus sabe o tanto que eu desejei que você fosse egoísta uma vez mais e me deixasse ficar. Dói saber que eu não vou mais segurar tua mão e te abraçar, não vou ter um encontro contigo e nem beber mais com você, ou mesmo assistir um filme com você, deitar na cama e ouvir tua respiração, olhar nos teus olhos verdes e falar mais uma vez que você é linda, dói tanto que eu choro só de pensar nisso, é tão doloroso que eu preciso me encolher na cama e chorar, totalmente sem forças de fazer qualquer coisa. Não consigo evitar de ter esperança que você volte um dia, sabe? Eu sei que é besteira porque o seu tom foi de despedida ontem, mas é difícil não pensar nisso, porque a gente pode dar certo. Talvez agora não seja o tempo, mas a gente pode dar certo, é só nisso que eu consigo pensar. Eu sei que to sendo egoísta agora, mas eu não consigo evitar, tua ausência ta doendo demais e eu não sei mais o que fazer a não ser escrever o quanto eu to mal, o quanto você faz falta e tudo o que eu queria pra gente. Sei que não fui a melhor, sempre hesitando e nem sempre te falando o que me deixava mal, mas era uma forma de me proteger também e uma falha minha. Você sabe que eu não gosto de mim e isso faz com que seja absurdo você realmente gostar de mim, entende? Claro, tinha um fator ou outro, mas acho que esse era o principal. Ou não, não sei mais. Eu fico confusa quando o assunto é você menina, porque eu quero sempre te oferecer o meu melhor, a minha melhor intenção, meu melhor humor e minha melhor paciência, não quero te fazer sofrer com nada do que eu faça ou fale, então eu me perco porque não tenho certeza se fiz o certo. Eu sinto muito por bagunçar tua vida desde março, fui atrás de ti pra provar pra mim mesma que eu podia ser corajosa ─ não que eu não fosse afim de ti ─ e olha o que eu fiz. Mesmo sabendo que você era afim de outra, eu corri atrás. E depois, aceitei me envolver em tudo isso de novo. Sinto muito por ser uma das responsáveis por estragar teu ano, eu tinha a melhor das intenções, mas creio não ter conseguido fazer tudo direito. Espero te ver de novo, e que dessa vez você esteja bem, decidida de si e feliz ─ com ou sem mim. Espero também conseguir seguir em frente e melhorar, porque, no fim das contas, eu também preciso me recuperar. Te desejo felicidade menina, e saiba que ta me doendo muito te ver partir, mas eu sei que é pro teu bem. Ps.: Se você quiser voltar, eu vou estar aqui, te esperando, mas volta, porque eu sinto sua falta.
Mari.
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bxsh-schrv · 3 years
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ᴇɴᴛʀᴇᴠɪsᴛᴀ ᴄᴏᴍ ᴠᴏssᴀ ᴀʟᴛᴇᴢᴀ ʀᴇᴀʟ,
               ᴏ ᴘʀɪɴᴄɪᴘᴇ sᴇʙᴀsᴛɪᴀɴ ɢᴇᴏʀɢᴇ ɢʀᴀɴᴛ sᴄʜʀᴇᴀᴠᴇ ( @illea-hq )
E então havia câmeras, microfones, mãos por debaixo de sua camisa encaixando fios, uma pessoa tirando os fios inexistentes de sua calça, alguém que não parava de passar a mão em seus cabelos e, é claro, o incomodo pó que havia comentado com uma das senhoritas não muito dias antes daquilo acontecer. Sentiu a vontade de espirrar, mas segurou em sua pose impecável enquanto relia as perguntas, decidindo por ele mesmo se mais alguma deveria ou não ser tirada. Olhou-se no espelho, continuava a ser o mesmo Sebastian Schreave de sempre, com a pose de príncipe, o sorriso encantador, as palavras bonitas e agora com uma roupa mais casual. Lembrou-se de outro encontro e com ele veio o questionamento, seria o figurino daquele dia mal visto pelos seus espectadores mais caros? E esses, óbvio, eram os cidadãos illeanos. Esperava que não. O Jornal tinha lhe vestido, em um conceito para acessível, mais tranquilo. Casual como pedia as perguntas. A roupa não lhe incomodava, é claro. Se sentia muito bem, até ficar um pouco nervoso quando finalmente se sentou no sofá, frente a câmera com o ponto vermelho piscando e alguém falar que estavam gravando. Uma respirada funda para então permitir que o entrevistador, conhecido de longa data, finalmente sorrisse e começasse as introduções.
Entrevistador: Você era o queridinho do país e agora é o mais desejado. Como é mudar de patamar?
Príncipe Sebastian Schreave: Deixei de ser o queridinho? Não sei se consigo lidar com essa informação. (Com um começo descontraído, Sebastian logo arrancou uma risada de si mesmo e também de todos os presentes na sala, provavelmente muito conhecedores do bom humor do príncipe.) Brincadeiras a parte, acredito que é uma mudança que traz um reflexo do momento no país talvez. Essa mudança, para mim, é incrivelmente surpreendedora também. Mais desejado? Acham mesmo que mereço todo esse carinho? (Ele riu mais uma vez.) Nem mesmo sei o que dizer, acho que é uma mudança que não esperava, mas, ao mesmo tempos não desaprovo nem um pouco. Espero que as selecionadas concordem com esse ponto (E então, ele jogou uma piscadela para o entrevistador, como cúmplices naquela brincadeira.)
E: A Seleção está trazendo boas coisas ou só te deixa mais confuso?
S: Acho que um pouco dos dois. (Brincou com o entrevistador, rindo baixo para a própria graça.) Acredito que está me trazendo coisas maravilhosas. Todos os dias aprendo um pouco de coisas novas com cada uma das selecionadas, elas me mostram uma maneira muito diferente de ver o mundo e estou amando isso. Acredito que estou me tornando uma pessoa melhor. Por outro lado, não posso negar que é um pouco assustador e confuso ter tantas pessoas incríveis na minha volta. Pelo menos me deixam com a certeza de que não haverá escolha errada.
E: O que você quer passar de imagem para os outros países ao redor do mundo sobre Illéa?
S: Acredito que meus pais construíram uma imagem que representa muito Illéa e desejo conseguir perpetuar essa imagem. Principalmente aproveitando a oportunidade que a Seleção está me dando de estar recebendo tantos convidados ilustres por aqui. Tenho caros amigos e amigos que espero conseguir construir algo mais sólido ainda nos próximos anos. Mas acredito que a resposta a essa pergunta seja justamente isso, desejo passar uma imagem que nosso país é forte, unido e sempre muito aberto para novos acordos e vínculos prósperos.
E: Dos convidados, quem você queria dar moradia permanente no palácio e quem você queria mandar embora?
S: (Depois da pergunta quase tensa, na qual Sebastian cogitou se estava ou não dando a resposta certa, uma questão daquela vinha para arrancar dele um riso quase profundo demais para a entrevista. Ainda que fosse justamente esse cunho que o herdeiro queria dar a todo o ato.) Pergunta complicada, acho que não gostaria de mandar ninguém embora. Vejo ótimos amigos por aqui, fazendo sempre prosperar boas conversas e deixando o Palácio cheio com a alegria que visitas sempre trazem. Não me acho no direito de desejar ninguém permanentemente aqui, todos devem amar seus próprios países, mas todos estão sempre convidados para tornar a nos visitar depois disso tudo. No casamento ou quem sabe até mesmo na coroação.
E: Acredita que já mudou muito desde que tudo começou?
S: Acredito que não haja sequer necessidade de hesitação ao responder um grande sim para essa pergunta. Todas as selecionadas vêm me ensinando todos os dias coisas que nunca pensei que seria sortudo o suficiente para conhecer. Além disso, experimento todos os dias a convivência com muito mais pessoas que o habitual e toda a experiência da Seleção me trouxe certa maturidade, consigo sentir isso com clareza. A situação atual do nosso país também foi um fator crucial para que eu sentisse essa mudança mas sei que grande parte de tudo foi para uma melhora, sinto que mudei positivamente nos últimos três meses.
E: Qual é a parte mais difícil de namorar trinta e cinco moças de uma só vez?
S: Preciso lhe dizer que não é nem um pouco fácil. (Brincou de início, com um riso nasalado e um olhar brincalhão para o outro a sua frente. Parecia até mesmo uma piada que alguém o lembrasse constantemente sobre as trinta e cinco que nunca foram esse número. Reduzidas a vinte e oito na primeira noite e lhe sobrando 19 naquele momento.) Mas acho que o mais difícil de tudo é conseguir ser o suficiente para tantas meninas maravilhosas. Algumas delas tem tanto a contar, a compartilhar comigo, vivências tão incríveis que me sinto só no lugar de ser um bom ouvinte, grato por poder conhecer pessoas ótimas assim. Espero que elas se sintam pelo menos um pouco da mesma forma, pois é estou maravilhado cada vez mais a um novo encontro.
E: Alguma das selecionadas já te impressionou mais do que o esperado?
S: (Se ele começasse a falar sobre todos os casos já lhe ocorridos ali dentro, provavelmente arrancaria bons risos de todos. Porém, não era como se não desejasse compartilhar todos os seus momentos com o público, era somente que gostava se saber que tinha momentos com as selecionadas que eram únicos e privados, pertencendo somente à memória deles.) Todas! Posso responder assim? (E então o sorriso de bom moço que quem o acompanhava pela TV estava acostumado.) Acho que todas elas me impressionaram de uma forma ou outra. Preciso deixar claro que nenhuma de forma negativa, ainda que a surpresa tenha sido como um choque. Mas todas elas são encantadoras de sua forma. Claro que umas mais que as outras, algumas questões começam a se delinear após um tempo, mas vamos deixar isso para uma futura Elite. (Ele findou então com um sorriso e uma piscadela para a câmera.)
E: Está mais empolgado para a coroação ou para o casamento?
S: Pergunta muito complicada. Acho que ambos eventos são de suma importância em minha vida, cada um com seu propósito diferente. Apesar de minha futura esposa ser também a futura rainha, o casamento celebrará uma nova fase de minha vida pessoa. Uma fase a ser compartilhada para o resto da vida com essa pessoa especial. A coroação tem um significado do qual eu conheço desde muito novo, significa uma mudança sem grandes mudanças. Significa um novo começo para Illéa, ainda que sobre uma capa ainda um pouco triste e de perda. Espero conseguir ser o bom monarca que essa nação precisa. Por esses motivos não sei se consigo escolher somente uma das opções para estar mais ansioso.
E: Qual é a primeira coisa que deseja fazer quando a Seleção acabar?
S: (Em meio a um riso e uma pose descontraída ele deu a resposta que parecia ser extremamente óbvia para o momento.) Com toda a certeza viajar. De preferencia uma curta viagem de lua de mel, quem sabe? Irei adorar compartilhar essa paixão com minha futura esposa. Principalmente aproveitar um pouco do tempo para fazer alguma viagem pela diversão, apesar de não haver país mais bonito no mundo inteiro do que Illéa.
E: E por último, a pergunta mais esperada do país, já temos alguma futura rainha em mente?
S: (O herdeiro não conseguiu evitar de rir com todo o carisma que lhe fora ensinado desde muito novo. Ah, aquela pergunta. Parecia mesmo que todos estavam dispostos a fazer tudo o que precisassem para lhe arrancar uma resposta menos vazia dele quanto tal questionamento. Entretanto, o Sebastian que respondera tal coisa há pouco mais de um mês era diferente do atual. Por essa razão, com um sorriso galante para o entrevistador, conhecido de longa data, ele respondeu da forma que podia para o momento.) Ah, não! Acredito que ainda esteja muito cedo para tal coisa, porém penso que já estamos em um ponto crucial da Seleção e posso já ver algumas opções com bem mais afeto do que outras, ainda que acredite que levarei todas as selecionadas como amigas para a vida.
E com essa pergunta final, me despeço do povo illeano para o momento. Espero que tenham aproveitado nosso tempo juntos e apreciado minhas respostas. Aguardarei a todos no próximo programa oficial. Fiquem todos bem e vida longa a Illéa!
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kvrstcn · 3 years
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𝕥𝕒𝕤𝕜 𝟘𝟘𝟙 ✽ 𝕥𝕙𝕖 𝕚𝕟𝕥𝕖𝕣𝕧𝕚𝕖𝕨
a seguir, um pouco mais sobre a seleção do príncipe sebastian nas palavras de veronica karsten, a selecionada de zuni!
sem contar a vez que pudera dizer algumas palavras às câmeras sobre ser a selecionada de zuni quando recém chegara ao palácio, veronica jamais havia sido entrevistada. ainda que estivesse lidando relativamente bem com a novidade de ter olhos atentos fixados em si, ter toda a produção de uma entrevista - com um cenário preparado e luzes fortes apontadas para sua face, que teria as expressões capturadas em ótima definição pelo conjunto de câmeras que também tinha ela em foco - era algo de outro nível! especialmente diante de tantas expectativas acerca de seu protagonismo, ainda que por apenas alguns minutos... enquanto o maquiador ajeitava os últimos detalhes da maquiagem que escondia as imperfeições de sua pele, as mãos de veronica suavam levemente contra os braços da cadeira em que estava sentada. entretanto, ao mesmo tempo que estava nervosa... veronica estava feliz. e mesmo que soubesse que seu desempenho na seleção dizia respeito majoritariamente a ela e ao príncipe - afinal, não era inocente para não saber que terceiros também podiam mexer seus palitinhos -, a selecionada de zuni queria passar uma boa impressão. não, mais do que isso, queria mostrar quem era ela. foi encarando-se no espelho à sua frente que ela reencontrou-se, sorrindo ao puxar-se novamente para a sobriedade do momento, permitindo-se apreciar o quão longe havia chegado em sua jornada de vida, e o quão longe ainda poderia ir... mas sem jamais esquecer de seu caminho até lá. e foi aí que ela encontrou a calma de que tanto precisava, lembrando-se de que durante sua infância, nos tempos de circunstâncias não tão favoráveis, cabia a ela encontrar a luz, ou até mesmo criá-la. e era no riso e nos momentos de felicidade mais genuína que ela sentia aquele brilho em si acender! quando liberada pelo maquiador, a selecionada foi por iniciativa própria ao encontro de sua entrevistadora, iniciando uma conversa informal que fluiu tão tranquilamente em descontração que veronica quase não deu-se conta de quando suas respostas passaram a ser gravadas de fato. e lá estava ela, sorridente e confiante, pronta para dar uma amostra a toda illéa de quem “veronica karsten, selecionada de zuni” é. 
qual foi a primeira coisa que te surpreendeu quando chegou ao palácio?
acho que a cada passo que eu dava, me surpreendia mais, mas... com certeza, a primeira coisa que me surpreendeu foram os jardins. tão bem cuidados, uma imensidão de beleza natural que... nossa, parecia até que eu estava entrando no cenário de um dos meus sonhos, de tão surreal! mas cada parte do palácio é de tirar o fôlego, de verdade. não sei se é possível se acostumar a isso um dia, porque cada vez que me pego passando pelos corredores e pelas salas, não consigo conter os suspiros!
o que você traria de casa pra cá e levaria daqui para casa?
acredito que já tenha trazido comigo tudo o que traria de casa para cá. nunca tive muitos pertences ou um lugar que realmente pudesse chamar de casa, então sempre tive poucos pertences e me acostumei a não ter um lar... apesar de que agora no castelo eu sinto que finalmente encontrei um lugar para chamar de lar! *risos* não quero me precipitar, nem tomar nada por garantido, é claro, mas... a receptividade daqui é sem igual, e é tudo maravilhoso, extremamente aconchegante e confortável, então... é, não é nada difícil se acostumar! *risos*
o que foi mais bizarro na realeza até agora para você? e o que mais te surpreendeu?
bizarro? acho que não vi nada verdadeiramente bizarro... mas o que me surpreendeu com certeza foi o luxo, especialmente quanto à comida! vocês já tiveram a oportunidade de desfrutar de um almoço aqui? uma simples refeição é um banquete! sério, tanto em diversidade quanto em qualidade, é surpreendente! acho que jamais comi tão bem na minha vida inteira! é difícil não ganhar alguns quilinhos a mais... *risos*
acredita que está aprendendo a se tornar uma futura rainha? mesmo que não seja a escolhida.
com certeza! claro que o processo é extenso e trabalhoso, ainda tenho muito o que aprender, mas jamais imaginaria ter o conhecimento que tenho hoje a respeito de etiqueta, línguas, história e política... os professores também são ótimos, e dou boa parte dos créditos do meu aprendizado rápido a eles! sério, sem eles, eu não sei o que seria de mim! mesmo se eu não vier a me tornar rainha, com certeza todo o conhecimento não será em vão, o levarei para a minha vida!
está sendo difícil se adaptar às normas e pessoas novas?
mais fácil do que eu esperava, na verdade! acho que talvez tenha relação com o fato de que eu cresci sempre tendo que respeitar regras bastante rígidas no orfanato, porque sabe como é, né, em um lugar tão cheio de crianças, é preciso muito para manter a ordem! *risos* também nunca tive problemas com interagir com pessoas novas, então isso de forma alguma tem sido difícil para mim, muito pelo contrário!
teve tempo para conhecer alguma realeza convidada? se sim, deseja visitá-la em algum momento?
apesar de ter encontrado com algumas realezas de fora pelo castelo, infelizmente ainda não tive a chance de conhecê-las de fato... mas mal posso esperar para aprender mais sobre vossas altezas e suas culturas! visitá-las seria uma enorme honra, então, sim, eu espero que possa fazer isso no futuro.
como vem sendo sua relação com as outras garotas? acha que está deixando uma boa impressão?
bem, eu gosto de acreditar que sim! *risos* até agora não tive nenhum problema com outra selecionada... pelo contrário, encontrei nelas verdadeiras amigas! são todas damas cheias de potencial, com certeza, e ao menos comigo foram muito amigáveis! espero que também tenham essa impressão de mim, porque não tenho a intenção de fazer inimizades... 
como são seus encontros com o príncipe? podemos esperar algo a mais de vocês até agora?
bem, nossos encontros tem sido simplesmente... maravilhosos! *risos* sério, acho que não há outra palavra que melhor os descreva. poder passar o tempo com o príncipe sebastian é uma honra, e sinto-me egoísta em querer a companhia dele por mais tempo, especialmente quando há mais de vinte garotas querendo o mesmo... *risos* nós nos demos bem desde o início, e em nosso primeiro encontro, vossa alteza me levou para assarmos um doce conhecido da antiga cultura de illéa... s’mores, conhecem? o que o nome tem de complicado, o doce tem de gostoso! *risos* enfim, desfrutamos de nossos doces e também da companhia um do outro, sob a luz do luar e o calor da fogueira... *suspiro* havíamos acabado de nos conhecer, mas parecia que éramos amigos de longa data! senti uma conexão instantânea, e realmente espero que o príncipe também tenha sentido... *risos* espero poder passar mais tempo ao lado dele, tanto que mal posso esperar para termos um próximo encontro... então fiquem ligados!
o príncipe está correspondendo às suas expectativas e primeiras impressões ou já tem uma outra opinião formada?
acredito que dizer que ele está “correspondendo” às minhas expectativas seja pouco! *risos* vossa alteza é uma pessoa maravilhosa, ainda melhor do que sua reputação nos faz esperar... o conhecer tão intimamente é uma enorme honra e algo pelo que terei sempre gratidão. o príncipe é extremamente gentil e acessível, um amor de pessoa, sempre preocupado com o bem estar de todos... é como se ele não só visse, mas realmente enxergasse todos nós, sabe? o que dizem sobre seu coração ser de ouro é a mais pura verdade... acho que a melhor forma de descrevê-lo é nas palavras que eu mesma tive a oportunidade de dizer a ele: é um príncipe, em todos os bons sentidos da palavra! 
e por último, qual é o seu diferencial das outras garotas que te colocaria no trono?
ao contrário de boa parte das garotas, eu não venho de uma casta relativamente alta... eu era uma oito, então digamos que não tinha tempo para aprender e aperfeiçoar habilidades que talvez sejam visadas em damas da alta sociedade, como tocar instrumentos, pintar quadros, ou então ter naturalidade frente a holofotes... mas também não acho que isso me coloque para trás.  e, bem... posso não ter as mãos mais macias ou a pele mais bem cuidada dentre as selecionadas... *risos* mas com certeza minhas mãos calejadas são só uma pequena parte do que reflete minha força e determinação, como não tomo as coisas por garantido e nem espero que caiam do céu... algo que eu levaria comigo para o trono seria a garra que tenho para lutar pelos interesses de nosso povo, que assim como eu é cidadão de illéa e patriota, e nisso vejo que meu diferencial diante das outras garotas pode ser, talvez, o quão disposta estou a não ser apenas uma rainha de enfeite. ter lutado todos os dias da minha vida para chegar aonde estou é, justamente, o meu diferencial: não estou interpretando uma personagem, ou fingindo ser alguém que não sou; sou quem minhas experiências de vida me fizeram, e justamente por isso acredito que posso trazer a perspectiva em primeira mão de como é viver em uma das castas menos afortunadas, posso representar todos nós que apesar de não termos luxo, temos orgulho de nosso trabalho, de superar as dificuldades que passamos... estando tão próxima da realeza, acredito que seja também o meu dever trazer a atenção do governo ao que pode ser melhorado, e como pode ser melhorado. não sei se chamaria exatamente de diferencial, mas algo que quero como selecionada e possivelmente futura rainha é a proximidade com o povo de illéa! perdão... *risos* acredito que eu tenha me empolgado um pouquinho, talvez... *risos* e isso que minhas aulas de política mal começaram! *risos* mas, é claro, o essencial para ser a escolhida também é que o coração do príncipe me escolha... porque do jeito que as coisas estão indo, o meu ele não terá dificuldade nenhuma em conquistar... *risos*   
( créditos dos gifs originais )
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coragemparasonhar · 4 years
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queria um imagine (preferencialmente com o harry) em que eles são noivos e estão se preparando pro casamento e a sn tá obcecada com as coisas que tem que organizar e o harry já tá de saco cheio. ele ama ela, mas simplesmente não aguenta mais o fato de ela não ter tempo pra ele porque tá organizando tudo. e eles acabam tendo uma briguinha por isso em que ele acaba dizendo coisas erradas pra ela mas tudo se resolve depois.
Eu adorei sua idéia e nem acredito que estou escrevendo um pedido para você! 🤤💖 Talvez eu tenha me empolgado? Sim, mas... Eu espero que você goste!
A MARATONA COMEÇOU! 🌙
Masterlist | Cronograma
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Lilac or sunflowers?, com Harry Styles
O relógio de parede marcava, exatamente, 9:55 PM, e tudo o que Harry precisava era de cinco minutos de atenção. 
Apenas de cueca, ele observava sua noiva folhear mais uma revista de decoração para festas — a terceira desde que haviam deitado na cama. Ela parecia animada com o que via nas páginas e, quase involuntariamente, Harry respirou fundo. 
Faziam menos de oito meses que estiveram no jardim da casa de Anne, em Londres, e (S/N) tinha pronunciado o tão esperado sim para o pedido de casamento que recebeu aquele dia. 
Styles ainda não era capaz de descrever o que sentiu com a resposta e ao vê-la completamente surpresa com sua atitude, mas há duas semanas, no mínimo, tudo mudou significativamente. Não havia mais os mesmos carinhos frequentes quando ele aparecia em casa depois de um dia puxado no estúdio, as conversas aleatórias e descontraídas antes de dormir e ter a companhia dela para qualquer coisa, parecia extremamente complicado. 
Toda a energia de sua noiva estava focada na organização e comemorações de seus votos, e ele sentia-se intensamente negligenciado.
— Amor? — chamou-a baixinho, com a cabeça recostada no travesseiro. 
— Sim? — respondeu no mesmo tom, mas não o olhou. — Você acha que flores lilás seriam muito chamativas? Claro que seriam artificiais e alugadas, mas… Ou você prefere os girassóis? 
Ele suspirou pesado.
— Eu acho que os girassóis ficariam melhor, mas será que você... 
— Todas as flores? — o interrompeu. — Não seria demais? 
— Não. Eu acho que o que está demais aqui é outra coisa — respondeu ríspido e sentiu sua cabeça doer.
— E as cores das demais coisas? Eu estava pensando em tons mais suaves para combinar com o meu vestido e com o seu terno — deu uma risadinha. — Se bem que você não me disse como estará vestido, mas acho que cairá bem de qualquer forma, não? — indagou animada, ansiosa pela resposta que não saiu e (S/N) o encarou pela primeira vez. — Styles, eu preciso saber para decidir…
— Porra, (S/N)! — gritou Harry, de repente, e sentou-se na cama. — Você, por favor, poderia parar de falar sobre a porcaria desse casamento por um minuto? 
Ela arregou os olhos com a surpresa.
— Porcaria? Harry, é o nosso casamento! — retrucou óbvia, sem entender porque seu namorado estava daquela maneira. — Você está ficando louco?
— Quem está ficando louca é você, (S/N)! — gritou novamente. — Está obcecada com isso e tudo se resume decoração de casamento, roupa de casamento, alianças de casamento… por deus, você está insuportável!  
— Pare de gritar, Styles! — o repreendeu com um tom mais alto. — Você me acha insuportável por estar interessada e animada com o nosso casamento que está próximo e que eu quero que seja perfeito? 
— Todo o seu interesse e tempo livre está focado em coisas que você poderia, facilmente, resolver se contratasse alguém para te ajudar. Então, quem sabe, você lembraria que eu ainda existo e teria tempo para nós. 
— Então eu estou errada por querer resolver as coisas do meu casamento do meu jeito? — arqueou uma sobrancelha. — Ah, claro, entendi. Me desculpe por não suprir as suas necessidades porque estou ocupada pensando no nosso futuro, Harry. 
— Não... você não entendeu — suspirou e passou as mãos pelos cabelos, puxando-os para trás na tentativa de controlar a sua chateação. 
— Então, me explica — cruzou os braços e o fitou com deboche, que serviu para esconder a tristeza que sentia e aumentar o aborrecimento do seu noivo.
— Eu não vou te explicar o óbvio, (S/N) — falou rude e levantou-se da cama. — Mas lembre-se que para um casamento acontecer, as duas partes precisam estar de acordo. E, sinceramente, eu estou de saco cheio. 
Ela não respondeu e, mesmo se quisesse, não conseguiria. Harry virou as costas e saiu do quarto tão depressa, que a porta estrondou com a batida. 
(S/N) nunca o tinha visto tão chateado daquela maneira com ela, ou por algo que ela tivesse feito. Ela seria a última pessoa que Harry trataria com grosseria — tendo consciência disso e por mais que tentasse segurar as lágrimas, não conseguiu. Abraçou os próprios joelhos e chorou pensando em tudo o que escutou, sentindo a cabeça latejar quando, horas depois, se deu conta do que ele falava.
Mas seus olhos pesaram antes que ela conseguisse ignorar sua mágoa e descer para sala; e só abriram novamente quando sentiu o corpo do seu noivo fazer peso sobre o colchão. 
— Voc�� está acordada? — perguntou Harry, num sussurro, com receio de ser ignorado. — Hum?
— Não, Harry — resmungou.
— Então como está falando? 
Ela sentiu a boca de Harry próxima a sua orelha, quase lhe deixando arrepiada. 
— Estou magoada, Styles — o empurrou com o cotovelo, de leve. — Você não precisava ter falado daquela maneira comigo, e eu não quero falar com você agora. 
— Me perdoa, amor, por favor — mordeu os lábios, querendo tocá-la, mas não o fez. — (S/N), olha para mim. Eu não quero e nem consigo dormir desse jeito com você. 
— Hum… 
— Eu sinto a sua falta — falou rouco, como de costume. — Nos últimos dias, você parece ter conseguido um tempo para resolver qualquer coisa que aparecesse e eu acho isso incrível — deu uma pausa, suspirando um pouco chateado. — Para tudo… menos para mim. E eu não soube mais lidar com isso.
(S/N) virou-se para ele, com olhos espremidos pela culpa que sentia e Harry sorriu abafado. Adorava o jeitinho dela. 
— Eu sei que eu me empolguei com toda a organização, mas eu estou feliz com o nosso casamento — suspirou. — Me desculpe por ter deixado nosso relacionamento de lado enquanto… eu tentava fazer o melhor pelo nosso relacionamento? — disse confusa, expressando uma careta. 
— Eu sei que tudo ficará lindo e será do jeito que nós imaginamos, amor. Eu só não quero te ver sobrecarregada e esquecendo de nós — tocou delicadamente o rosto dela, sem receio, com carinho. — Me perdoa por ter gritado com você, bae. Me desculpe ter sido tão grosseiro. 
Enquanto estava jogado no sofá da sala, Styles tinha o coração apertado por tê-la tratado daquela forma. Não via a hora de poder se desculpar por tudo o que falou, e só demorou mais do que a sua vontade, porque sabia que tinha a magoado e precisava respeitar o tempo dela. 
— Você ainda quer casar comigo?
— É claro que eu quero casar com você, meu amor — colou os lábios nos dela, apertando-a pela cintura e puxando-a para o mais perto de si.
— Eu te amo...
Eles disseram ao mesmo tempo, sorrindo.
— Mas se você gritar comigo daquele jeito de novo, vai receber um não no altar — ela continuou, tentando soar dura o bastante para ser levada a sério. — E as flores serão lilás.
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bts-scenarios-br · 3 years
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Imagine - Life Goes On (Park Jimin)
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Gênero: Fofo (e um pouquinho triste para algumas pessoas, eu acho, mas é majoritariamente fofo)
Cont. de Palavras: 4.8K
Avisos: O único aviso é que tem uma cena que é um pouquinho hot. Ela não é muito completa, mas ainda sim tem algumas coisinhas explícitas. 
N/A: Esse imagine é a maior coisa que eu já escrevi, eu acho shshshshsh, mas eu espero que tenham paciência de ler e que gostem dele mesmo assim! Me desculpem por qualquer erro que possa ter, e até mais!
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“Ah, merda.” Um garoto disse quando esbarrou em você no mercado e derrubou os pacotes de lámen que estava segurando.
“Me desculpe.” Você disse, se abaixando e o ajudando a pegar tudo. “Eu não vi por onde estava andando.”
“Não se preocupe.” Ele falou, levantando o rosto para você e te dando um pequeno sorriso. “Eu sou o Jimin, aliás.”
“S/N.” Sorriu também.
E foi esse o começo do que seria a relação que mudaria toda a sua vida. Talvez, se o leite que você queria tanto para fazer um bolo naquele dia não tivesse acabado, tudo fosse diferente. Ou se o Taehyung e o Hobi tivessem ido ao mercado como disseram que iriam, você nunca teria o encontrado. Aliás, se você decidisse apenas não virar naquele corredor naquela hora, ou se ele tivesse enrolado um pouco mais para escolher os sabores, vocês não esbarrariam um no outro.
Mas vocês dois tiveram a sorte de serem desastrados naquele momento. E ele agradeceu pelo resto da vida dele por ter decidido te chamar para tomar um sorvete naquela hora, mesmo que tenha levado bronca do Jin quando chegou no dormitório por ter demorado demais com a comida.
“Eu vou querer de cereja.” Você disse para a atendente, que concordou e foi preparar o seu sorvete.
“Eu quero de abacaxi.” O Jimin falou para a outra atendente.
Vocês pegaram os sorvetes e, depois de ele insistir em pagar pelo seu, foram andando até uma praça que tinha do outro lado da rua. Ela estava movimentada, com pessoas passeando com seus cachorros, crianças brincando, e alguns adolescentes andando de bicicleta e skate. Vocês se sentaram em um banco vazio e ficaram tomando os sorvetes em silêncio, no começo, até ele decidir puxar assunto.
“Você mora aqui por perto?” Te perguntou, claramente um pouco envergonhado.
“Sim, eu alugo um quarto em um apartamento uns dois quarteirões daqui.” Olhou para ele. “Moro com mais algumas meninas, mas não somos tão chegadas assim, eu ainda sou nova por aqui.”
“Ah, você se mudou faz pouco tempo?” Te olhou, e você concordou com a cabeça. “Bom, se precisar de um guia pela cidade, eu estou à disposição.”
“Não oferece esse tipo de coisa que eu aceito, hein.” Disse, levantando a sobrancelha e rindo fraco.
“Mas é para aceitar mesmo.” Ele sorriu. “Aliás, eu moro por aqui também, em um dormitório junto com os meus amigos.”
“Ah, deve ser legal morar com amigos.” Falou.
“É, no começo nós não éramos amigos, na verdade.” Você o olhou confusa. “A gente tem um grupo de música, quando fomos morar juntos mal nos conhecíamos direito.”
“Vocês têm um grupo?” Disse, surpresa, e ele concordou com a cabeça. “Wow, eu quero te ver cantando algum dia!”
“Você pode assistir um dos nossos ensaios algum dia.” Ele deu de ombros. “Na verdade, a gente tem um amanhã à tarde, você vai estar ocupada?”
“Não, amanhã eu só tenho aula de manhã, mas depois eu vou estar livre.”
“Ótimo!” Ele disse, um pouco mais empolgado do que gostaria. “A gente pode se encontrar aqui às três, então, o que acha?”
“Para mim está ótimo.” Disse, dizendo a última palavra na mesma entonação que ele tinha dito mais cedo e rindo fraco. “Eu acho melhor eu já ir indo, então.” Se levantou, olhando para ele, que também ficou de pé. “Eu te vejo amanhã então, Jimin.”
“Até amanhã, S/N.” Ele sorriu antes de você ir embora.
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“Para onde você está me levando?” Perguntou para o Jimin.
“Para o jardim.” O olhou confusa, mas continuou o seguindo para fora da casa.
Vocês estavam em uma pequena festa de alguns amigos, naquela noite. Na verdade, depois de quase dois anos de amizade, vocês acabaram aproximando todos os seus amigos, e era comum se reunirem de tempos em tempos para conversarem e comerem.
Mas naquela noite, depois de todos jantarem e se sentarem na sala para jogar algum jogo de tabuleiro, como sempre faziam, o Jimin pediu para você ir com ele até um lugar para poderem conversar. Você aceitou, e depois de quase mostrar o dedo para as meninas que te olharam com uma certa malícia, começou a seguir ele para o lado de fora.
“Pronto, acho que aqui já está bom.” Ele disse.
“Ainda bem.”Falou, cruzando os braços por conta do frio. “Aliás, por que me trouxe para tão longe?” O olhou. “Nós já fizemos isso antes, Jimin, e todo mundo já sabe, podíamos ter ficado mais perto.”
“Não, eu não te trouxe aqui pra gente ficar.” Ele te cortou, e você ficou ainda mais confusa. “Eu quero falar com você, S/N.” Ele olhou em volta e te puxou para se sentar em uma mureta que tinha por perto, só então percebendo que você estava quase tremendo por conta do frio. “Ah, eu esqueci de te lembrar de pegar o casaco.” Ele falou, já tirando o dele.
“Não, precisa, Chimmy, eu estou bem.” Falou, mas assim que sentiu o que tinha do tecido te cobrir você se encolheu na jaqueta e sorriu em agradecimento. “Então? O que queria me falar?”
“Já faz um tempo que eu estou pensando nisso, na verdade, mas não sabia como te falar.” Ele olhou para as próprias mãos. “Mas eu conversei com os meninos e eles acharam melhor eu ser sincero com você ou as coisas poderiam ficar mais difíceis com o tempo.”
“Aconteceu alguma coisa?” Perguntou preocupada.
“Não exatamente.” Ele suspirou, finalmente te olhando. “Eu preciso confessar uma coisa pra você.”
“O que é?” Franziu a testa.
“Eu estou apaixonado por você.” Falou, e você arregalou os olhos. “Eu sei, é loucura, eu não estou nem um pouquinho orgulhoso disso, mas não é algo que eu consiga controlar, e…”
Ele não conseguiu terminar a frase porque foi interrompido pelos seus lábios. Você sabia que ele não iria parar de falar, então apenas o puxou pela nuca e grudou os seus lábios nos dele.
Ele ficou um pouco assustado no começo, mas depois de dois segundos se entrego, colocando uma mão na sua cintura e uma no seu rosto, aprofundando o beijo.
Só quando ficaram sem ar é que vocês se separaram, mas ficaram com as festas coladas enquanto respiravam fundo. Ele levantou o olhar para você e sorriu, e quando olhou para ele não conseguiu se segurar de fazer a mesma coisa.
“Não é loucura, Jimin.” Disse com a voz calma. “Mas se for, nós somos dois loucos, então acho que pode dar certo.” Soltou um riso fraco, e ele te olhou em choque.
“Pode dar certo?” Perguntou, e você concordou com a cabeça. “Pera, então a gente está oficialmente…”
“Acho que sim.” Deu de ombros, rindo fraco.
“Não, não." Ele se levantou. “A gente precisa fazer isso de um jeito mais marcante.”
Você riu e ficou olhando quando ele começou a andar pelo jardim, pegando diversas flores que encontrou pelo gramado e as juntando em um tipo de buquê improvisado.
“Pronto.” Ele disse, voltando a se sentar do seu lado, e te estendendo as flores, enquanto olhava no fundo dos seus olhos de uma forma profunda. “S/N, você aceita namorar comigo?”
“É óbvio que sim.” Respondeu sorrindo, pegando as flores na mão e o puxando para outro beijo.
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“Se eu soubesse que aquele restaurante era tão bom eu tinha ido nele antes.” O Jimin falou, entrando atrás de você no apartamento dele.
“Eu te disse para a gente ir lá antes, você que não quis me ouvir.” Respondeu, tirando os seus sapatos e começando a andar até o quarto dele.
Você foi direto para as roupas dele, pegando uma camiseta que sempre usava quando estava lá. A jogou na cama dele e foi até o banheiro para soltar o seu cabelo que ainda estava preso. Quando voltou para o quarto, sorriu para o Jimin, que estava sentado na beira da cama e te observando.
“Você ficou muito bonita nesse vestido.” Ele falou, sem tirar os olhos de você.
“Que bom que gostou.” Riu fraco, tirando os seus brincos. “Foi você que me deu.”
“É, mas ficou ainda melhor do que eu esperava.” Ele falou.
Você começou a andar até ele devagar, se inclinando e dando início a um beijo lento no seu namorado. Mas a tranquilidade no ato não durou muito, e poucos segundos depois você estava sentada no colo dele, entrelaçando seus dedos no cabelo dele enquanto ele percorria cada parte do seu corpo com as mãos.
Por mais que já tivessem passado a noite juntos diversas vezes, vocês nunca tinham feito nada além de dormir e assistir TV. Não sabiam ao certo o porquê de as coisas nunca terem esquentado demais com vocês, só que nunca sentiram que o momento certo tinha chegado de fato. Até agora.
Ele inverteu as posições e te colocou deitada na cama, ficando por cima e apoiando o peso do corpo dele nos braços para não te machucar. Ele colocou uma mão na sua coxa, te olhando profundamente antes de fazer qualquer outra coisa. Você concordou com um leve movimento de cabeça, e ele sorriu, pegando na barra do seu vestido e o tirando de você com delicadeza.
Assim que viu o seu corpo, ele se sentiu hipnotizado. Correu os olhos por cada centímetro seu, querendo gravar todos os detalhes no cérebro dele para sempre. Ele percebeu que você tinha ficado um pouco envergonhada, então sorriu fraco e se inclinou sobre você, te dando um selinho e deixando o rosto a centímetros do seu
“Você é linda.” Sussurrou, e logo em seguida começou a descer os beijos para o seu maxilar e pescoço.
Você suspirou e fechou os olhos, sentindo o seu corpo arrepiar nos lugares em que ele tocava com os lábios. Quando ele chegou nos seus seios, ainda cobertos pelo sutiã, parou e te olhou, e você mais uma vez concordou com a cabeça, levantando um pouco o tronco para ele poder abrir o fecho.
Por instinto, você cobriu os seus peitos assim que ele jogou o sutiã no chão, mas quando viu o olhar carinhoso dele você mexeu os braços devagar, deixando que ele visse o seu corpo. Ele sorriu e ficou te olhando por alguns segundos, e você esticou a mão até a barra da camiseta dele, que entendeu o recado e a tirou.
Ele voltou a deixar leves beijos em você, retomando da sua clavícula e descendo a boca para o meio dos seus seios. Ele sorriu quando sentiu o seu coração bater forte contra os lábios dele, e continuou descendo os beijos pela sua barriga, parando logo embaixo do seu umbigo e te lançando mais um olhar, que você respondeu com um sorriso e levantou o quadril para que ele pudesse tirar a sua calcinha.
Assim que você ficou completamente nua, ele se afastou um pouco, ficando de joelhos e te admirando por um tempo enquanto respirava fundo. Passou as pontas dos dedos pelo seu contorno, parando no seu quadril e se inclinando mais uma vez para te dar um beijo. Você levou a mão até o fecho do conto dele e o abriu, aproveitando para abrir o botão e zíper da calça também. Ele sorriu contra os seus lábios e desceu a peça de roupa, jogando ela para a pilha que tinha se formado no chão.
Os beijos ficaram cada vez mais e mais quentes, se transformando em mordidas nos lábios, chupões no pescoço e alguns sorrisos maliciosos. Você sentiu a mão do Jimin se aproximar da sua intimidade um pouco tímida, e depois de pensar se era aquilo que realmente queria, abriu as pernas devagar. Assim que percebeu, ele escorregou os dedos para o meio das suas pernas, que já estava úmido àquela altura, e parou o beijo por um tempo, olhando no fundo dos seus olhos.
“Eu vou cuidar de você, jagiya.” Sussurrou. “Só me deixe te amar.”
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Você teve vontade de jogar o celular para longe depois da quinta vez tentando ligar para o Jimin e tendo a ligação recusada. Ele tinha combinado de ir te buscar no trabalho naquele dia, dizendo que queria te levar para um lugar depois, mas já estava mais de duas horas atrasado. Quase todos os seus companheiros de trabalho já tinham ido embora, com exceção dos que tinham ficado para trabalhar até mais tarde. Mas até esses já estavam começando a se preparar para ir para casa.
“Você ainda está aqui, S/N?” Um dos seus colegas disse, saindo pela porta e pegando a chave do carro dele. “Pensei que já tivesse ido embora há um bom tempo.”
“É, era para eu ter ido.” Suspirou, se sentando na sarjeta. “O Jimin deveria ter vindo me buscar, mas não apareceu até agora.”
“Que estranho.” Ele disse, se sentando do seu lado. “Será que aconteceu alguma coisa?”
“Não sei, ele não me atende, não importa o quanto eu ligue.”
“O tempo está fechando, não quer que eu te leve?” Ele perguntou, olhando para o céu carregado de nuvens. “Sua casa fica no caminho da minha, não vai me atrapalhar em nada.”
Você pensou muito em aceitar aquela proposta, pois estava sentindo que realmente iria começar a chover em pouco tempo, mas se lembrou das diversas vezes em que o Jimin tinha dito que não confiava no seu amigo, e também que suas amigas concordavam com o Jimin, e diziam que ele tinha segundas intenções com você, por mais que não enxergasse.
“Não, muito obrigada.” Recusou. “Eu vou esperar mais um pouco, não se preocupe.”
“Tudo bem.” Ele se levantou. “Se é o que quer, nos vemos semana que vem, então.”
“Até semana que vem.” Deu um sorriso fraco para ele, que retribuiu o gesto e foi embora.
Não demorou mais do que cinco minutos depois disso para você sentir os pingos de chuva começarem a cair na sua cabeça, e se levantou correndo, encostando na parede do edifício para tentar se proteger na pequena cobertura que tinha ali.
Pegou o seu celular e discou um dos únicos número que conseguiu pensar naquele momento, não demorando nem dois toques para ele atender.
“S/N?” Ouviu a voz do outro lado. “Aconteceu alguma coisa.”
“Você sabe onde eu trabalho, não é, Jungkook?” Perguntou.
“Sim, claro.” Ele respondeu um pouco confuso. “Por que?”
“Pode vir me buscar? Eu estou sozinha aqui e começou a chover.” Falou.
“Eu chego aí em alguns minutos.” Ele disse rápido e desligou o telefone.
Você agradeceu mentalmente por ter pelo menos ele em quem podia confiar agora, e se encolheu um pouco mais. Mas não esperou muito tempo até que ele apareceu, estacionando o carro bem na sua frente e abrindo a porta para você do lado de dentro.
“Eu estou molhada.” Falou antes de entrar, parada na chuva.
“Entra logo, S/N.” Ele disse, e você obedeceu. “Tem um moletom meu ali atrás, coloca ele para se esquentar um pouco.”
“Tudo bem.” Falou, se esticando para pegar a peça de roupa. “Obrigada por vir.”
“Não tem de que.” Ele disse. “Mas eu pensei que você tivesse um carro, o que aconteceu?”
“O Jimin disse que ia vir me buscar, mas não apareceu.” Disse, e percebeu o Jungkook engolir em seco. “O que você sabe?”
“Nada, eu não sei nada.” Ele disse rápido, e você soube que ele estava mentindo.
“Jungkook.” Disse séria. “Me diz o que você sabe.”
“Não é nada demais.” Ele suspirou. “Mas o Jimin estava no estúdio com o Namjoon quando eu fui embora, eles pareciam estar trabalhando em alguma coisa.”
“O que?” O olhou confusa. “Me leva pra lá.”
“S/N…” Ele começou a dizer.
“Me leva pra lá, Jungkook.” Falou com a voz firme. “Por favor.”
Ele fez o que você pediu, te levando para a empresa da Big Hit. Ele estacionou o carro e desceu com você, te levando até o estúdio onde tinha dito ter visto os amigos mais cedo.
Quando se aproximaram, perceberam que a porta não estava completamente fechada, porque tinha mais uma pessoa lá dentro que parecia ter chegado às pressas.
“A música ficou muito boa.” Vocês ouviram o Taehyung dizer lá de dentro. “Não vai ter como a S/N dizer não depois disso.”
Você e o Jungkook se olharam em pânico.
“Espero que você esteja certo.” Ouviu o seu namorado do lado de dentro. “Eu ia fazer o pedido hoje, mas senti que ainda não estava bom o suficiente.”
“Ela já estava muito boa, Jimin.” O Namjoon disse. “Nem precisava ter me chamado.”
“Eu queria que todos vocês vissem.” O Jimin falou. “Só não encontrei o Jungkook em lugar algum.” Suspirou.
“Vamos embora.” Você sussurrou, começando a andar rápido para longe de lá e puxando o Jungkook para ir com você.
“Mas eu quero ouvir a música.” Ele disse, parando de correr quando viraram o corredor.
“Só que se você for lá não tem como eu ir embora, bobão.” Revirou os olhos. “Vamos logo, me deixa em casa e depois você vem aqui ver o que é aquilo.” Ia continuar a andar, mas antes parou e se virou para ele. “E me conta o que descobrir.”
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Você estava de pé, conversando com alguns dos convidados do casamento, quando viu o Jimin se aproximar de você com dois copos na mão e um sorriso de lado no rosto.
“Com licença.” Disse para as pessoas. “Mas eu vou roubar minha esposa de vocês por um segundinho.” Virou o rosto para você. “Vem comigo?”
“Claro.” Disse, sorrindo e pedindo licença para as os convidados. “Graças a Deus me tirou de lá.” Sussurrou quando vocês se afastaram um pouco. “Se alguém me perguntasse mais uma vez quando é que os filhos vão vir eu ia mandar pra puta que pariu.”
“Eu ia amar ver você dizer isso pra sua tia-avó.” Ele disse, rindo e abrindo a porta do salão. “Mas eu precisava de uns minutos para respirar, e imaginei que você fosse querer vir comigo.”
“Nossa, eu realmente casei com o homem certo.” O disse, se inclinando para dar um beijo na bochecha dele. “E aonde é que vamos?”
“Bem aqui.” Ele disse, quando saíram por uma porta do hotel em que estavam fazendo a festa e entraram em um lindo jardim iluminado por diversas luzes.
“Uau.” Disse, olhando em volta. “Por que nós não fizemos a festa aqui?”
“Porque senão a gente não ia ter para onde fugir.” Ele riu. “Mas ainda não é aqui que eu quero te levar.”
Ele entrelaçou os dedos no seu e começou a andar por um pequeno caminho de pedras, te ajudando por conta do sapato e vestido que estava usando. Por estar olhando para baixo para não tropeçar, você não percebeu onde estava até ver alguns degraus brancos na sua frente.
Levantou a cabeça devagar e arregalou os olhos quando viu o gazebo branco de madeira na sua frente. O Jimin percebeu que tinha gostado e te ajudou a subir os degraus, parando do seu lado e te admirando enquanto você olhava tudo em volta.
“Esse lugar é lindo, Jimin.” Falou, um pouco boquiaberta. “Como é que eu não vi isso aqui antes?”
“Eu fiz de tudo para esconder o lugar de você.” Ele disse, e você o olhou confusa. “Como eu disse antes, se fizéssemos alguma coisa aqui, a gente não ia ter nenhum lugar para ficarmos a sós.”
“Então escondeu isso tudo de todo mundo só para ter esse lugar só para a gente?” O perguntou, com uma sombra de sorriso no rosto.
“Parece muito mais egoísta quando você diz, mas sim, é isso.” Você riu, e segurou as suas duas mãos, olhando no fundo dos seus olhos. “Eu não acho que consegui dizer isso ainda.” Falou. “Mas eu não poderia estar mais feliz do que eu estou agora, jagiya.” Levou uma mão até o seu rosto, fazendo um leve carinho na sua bochecha. “Eu tenho medo de descobrir que eu estou dormindo e tudo isso é só um sonho.” Você sorriu, sentindo seus olhos ficarem levemente molhados. “É difícil de acreditar que eu estou me casando com a pessoa dos meus sonhos, parece que não é real.”
“Mas é.” Você disse, colocando uma mão em cima da dele. “Nós nos casamos, Jimin.” Você viu ele sorrir e ficar com os olhos brilhantes. “Vai ter que me aguentar para sempre, agora.”
“Com todo o prazer.” Ele disse, se inclinando e dando início a um beijo apaixonado.
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Você abriu os olhos assustada quando sentiu a cama começar a mexer de repente, mas assim que viu seus filhos pulando em cima de você se lembrou de que dia que era.
“Feliz aniversário!” Os dois gritaram, praticamente se jogando em cima de você.
“Muito obrigada.” Disse preguiçosa, puxando as duas crianças para um abraço, fazendo elas se deitarem com você e voltando a fechar os olhos.
“Não, mamãe.” A caçula disse, saindo dos seus braços. “É pra você acordar, o papai que mandou.”
“Seu pai não manda em mim.” Murmurou, ainda com os olhos fechado, fazendo os dois rirem.
“A gente sabe, é você que manda nele.” O mais velho falou, e você que riu.
“É sempre bom saber que eu tenho moral nessa família.” Ouviu o Jimin dizer da porta, e você olhou para ele, sorrindo assim que viu uma bandeira de café da manhã nas mãos dele.
“Isso é para mim?” Perguntou.
“Isso?” Ele disse, olhando para baixo. “Não, eu estava com fome então preparei para mim.” Disse com um sorriso, e você revirou os olhos. “Feliz aniversário, jagiya.” Se aproximou, deixando a bandeira do seu lado na cama e te dando um selinho.
“Eca.” As crianças disseram em coro, e vocês dois riram.
“Por que vocês não vão se preparar para irmos passear?” O Jimin disse. “Se a gente chegar no parque antes do meio dia a gente consegue comer naquela barraquinha que adoram.”
Assim que o seu marido disse isso, seus filhos saíram correndo do quarto, fazendo vocês dois rirem. O Jimin aproveitou para se levantar e fechar a porta, voltando para a cama e se sentando do seu lado.
“Obrigada pelo café da manhã.” Disse, e ele sorriu.
“Você vai gostar mais ainda do seu presente.”
“Jimin.” Choramingou. “Eu te disse que não queria nada esse ano.”
“Você diz isso todo ano, mas sempre adora o que eu te dou.” Disse com um sorriso e uma sobrancelha levantada. “Além disso, o desse ano vai ser especial.”
“Especial?” Franziu as sobrancelhas em confusão.
“Uhum.” Ele se levantou, pegando uma caixa que você só percebeu naquela hora que estava no pé da cama. “Isso aqui é uma parte dele.”
Ele te entregou a embalagem e você a abriu com calma, ficando boquiaberta quando viu o que tinha dentro. Puxou a seda vermelha da caixa devagar, se deparando com um lindo vestido de alças.
“Meu deus.” Disse, quase em um sussurro. “É lindo.”
“Que bom que gostou.” Sorriu. “É para você usar hoje a noite.”
“À noite?” O olhou confusa.
“É.” Ele riu fraco. “Eu vou te levar para jantar em um lugar surpresa.” Piscou um olho. “E não se preocupe, as crianças vão ficar com os meus pais.”
“Sério?” Ele concordou com a cabeça, e você quase voou no pescoço dele, o abraçando forte.
“Acho que você gostou da surpresa, então?” Ele perguntou rindo.
“Eu amei.” O soltou, sorrindo. “Nem lembro a última vez que tivemos um tempo para nós.”
“Eu sei.” Ele sorriu também. “E meus pais disseram que as crianças podem dormir lá, então temos a noite inteira para compensar.”
Você riu, o puxando para mais um beijo.
“Nossa, mas vocês só sabem fazer isso?” Se assustaram quando a porta abriu e o seu filho os olhou com a testa franzida.
“Deixa eles.” A mais nova disse, empurrando o irmão. “Ah não, pera.” Olhou para vocês dois. “Vocês ainda não estão prontos?” Ela pareceu indignada. “Vamos logo, vão se arrumar, já está ficando tarde!”
Vocês se levantaram em um pulo, pedindo desculpas para a pequena pela demora e correndo para o banheiro, onde trocaram mais alguns carinhos enquanto se ajeitavam para irem passear.
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“Nunca pensei que um dia voltaríamos para um apartamento.” O Jimin disse, se jogando no sofá da nova sala de vocês.
“Não tinha porque ficarmos na casa mais.” Você falou, se sentando do lado dele. “Já achava muito grande para três pessoas, agora que estamos só nós dois, então.”
“É, era muito espaço à toa." Ele passou um braço pelos seus ombros. “Só tendo espaço para as crianças virem nos visitar, para mim está perfeito.”
“Para mim também.” Sorriu, encostando a cabeça no peito dele. “Crianças…”
“Eles já estão na faculdade.” Ele disse. “Daqui a pouco vão estar trabalhando, casando, tendo os próprios filhos…”
“Ah, eu não vejo a hora se ser vó.” Fechou os olhos, sorrindo. “Eu vou mimar tanto.”
“É, eu sei só de ter visto como você criou nossos filhos.” Você o olhou com os olhos cerrados, e ele riu. “Não me olha assim, você sabe que sempre fez tudo o que as crianças queriam!”
“Mas é claro que eu fiz, são meus filhos!” Falou. “E você não tem moral nenhum para me julgar nisso, eles nem precisavam dizer nada para você fazer tudo o que eles queria.” Sorriu. “Sem contar as centenas de vezes quando eu dizia não para alguma coisa e eles iam pedir para você porque sabiam que ia deixar.”
“Tá bem.” Ele riu fraco. “Nós dois mimamos muito nossos filhos.” Você riu também. “Mas deu certo, no final das contas.”
“Deu.” Suspirou. “Eles viraram adultos incríveis.”
“Sim.” Percebeu o Jimin te olhando, e levantou o olhar para ele. “Obrigado.”
“Pelo que?” O olhou confusa.
“Por eles.” Você sorriu. “Essa família foi a melhor coisa que já me aconteceu, e eu não poderia ter pedido por uma melhor.”
“Nós a construímos juntos, Jimin.” Colocou uma mão no rosto dele. “Se ela é perfeita do jeito que é, é porque nós dois demos o nosso melhor para isso.” Se inclinou um pouco e o deu um selinho.
“Nos fizemos um ótimo trabalho, então.” Ele sorriu, com a testa colada na sua, e você sorriu em resposta, o dando outro selinho.
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“Sabe.” O Jimin disse, te olhando da outra cama. “Não tem como escolher um momento só, tiveram coisas boas demais na nossa vida.” Ele franziu a testa. “Essa pergunta foi muito difícil.”
“Não foi não, deveria ser o nosso casamento.” Respondeu, e ele riu.
“E as crianças?” Ele te perguntou.
“Eu sou mais importante.” Murmurou, e ele riu de novo, começando a tossir um pouco. “Eu estou falando sério, quem é que está aqui do seu lado agora?”
“Você só está aqui porque também está velha.”
“Eu não estou velha.” Reclamou. “Eu tô vivida, é diferente.”
“Põe vivida nisso…” Ele disse embolado.
“Ei.” Levantou o braço e o apontou um dedo com uma certa dificuldade. “Me ofende de novo que eu te jogo essa gelatina nojenta na cabeça.”
“Tá bom, tá bom.” Ele riu, espiando a bandeja que estava na cômoda entre as duas camas. “Mas a gente paga tão caro nesse hospital, eles bem que podiam nos dar uma comida melhor.” Voltou a te olhar. “É a minha vez de novo?”
“Sim.” Concordou.
“Você está com medo?” Você o olhou. “De ir embora?”
“Pode falar morrer, não precisa medir as palavras comigo a essa altura do campeonato.” Falou, suspirando. “Mas sim, eu estou.”
“Por que?” Te olhou confuso.
“Porque eu não sei o que vou encontrar depois.” Olhou para a frente.
“Ah, isso eu sei.” Ele disse, e você voltou a olhar para ele, com uma sobrancelha levantada. “Você vai me encontrar.”
“Vou?” Relaxou a expressão.
“Claro.” Ele sorriu. “No dia do nosso casamento você me disse que eu ia te aguentar para sempre, e eu vou levar aquilo a sério.”
“Você realmente está preparado para me aguentar para toda a eternidade?” Sorriu também.
“Já faz tempo.” Te olhou sério. “Só estou esperando você ficar pronta também.”
Vocês ficaram se olhando em silêncio por alguns minutos, e então você suspirou e estendeu o seu braço, com uma força que não sabia de onde tinha encontrado.
“Acho que nós já vivemos o suficiente aqui.” Falou, e ele sorriu e esticou o braço para você também é entrelaçou os seus dedos.. “Está na hora de passarmos para a próxima parte.”
“Isso quer dizer que já quer ir?” Você viu os olhos dele se encherem de lágrimas, mas um sorriso se formar nos lábios dele.
“Sim.” Concordou com a cabeça, sorrindo também. “A gente deveria se despedir?”
“Não.” Ele negou. “A gente já vai se ver de novo.”
“Verdade.” Riu fraco, respirando fundo. “Eu te amo, Jimin.” Sorriu. “Até daqui a pouco.”
“Até daqui a pouco, jagiya.” Ele sorriu também. “E eu também te amo, S/N.”
Vocês dois trocaram um último aperto de mão antes de fecharem os olhos e se entregarem para o destino. Mas isso não foi um adeus para nenhum de vocês. Como já tinham entendido, era apenas um “até logo”, e vocês não viam a hora de se verem de novo para continuarem a alimentar o amor que tinham encontrado em vida.
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